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Legislação Trabalhista e Previdenciária Aula 6: Cessação do contrato de trabalho. Aviso prévio. Estabilidade. FGTS. INTRODUÇÃO Nesta aula serão apresentadas as principais formas de Término ou Rescisão do Contrato de Trabalho e do Aviso Prévio e a evolução do instituto da Estabilidade, além de informações sobre o FGTS e seus re�exos no término do contrato de Trabalho e na Estabilidade após a CF 88. OBJETIVOS Conhecer as principais formas de Cessação ou Término do Contrato de Trabalho e do Aviso Prévio. Entender o instituto da Estabilidade com sua evolução. Analisar o FGTS e seus re�exos no término do contrato de Trabalho e na Estabilidade após a CF 88. Identi�car, com base nessas informações, oportunidades ou ameaças para uma organização. Contrato de Emprego O Contrato Individual de Trabalho ou Contrato de Emprego, como tudo na vida e no mundo jurídico, nasce, se desenvolve e se �naliza. A CLT trata o Término do Contrato genericamente como rescisão do contrato. Porém, na teoria e no mundo jurídico, as causas do �m do contrato são a Caducidade, a Resilição, a Resolução e a Rescisão em si. O gestor deve conhecer as características de cada um desses termos para poder se comunicar adequadamente com os operadores do Direito. Posteriormente analisaremos o Aviso Prévio, a Estabilidade e seus re�exos no FGTS após a CF 88. Conheça agora algumas formas de Término do Contrato. Aspectos da extinção por resolução ou por culpa Feitos esses esclarecimentos, analisaremos alguns aspectos da Resolução, que é a forma de extinção ou término do contrato que pode trazer mais consequências, pois as hipóteses terão que ser comprovadas, principalmente na justiça trabalhista. O empregador, como parte de sua capacidade de direção, tem o poder de disciplinar o trabalhador, uma vez que este lhe está subordinado. Desta forma, o empregador poderá aplicar as seguintes penalidades ao empregado, dependendo da gravidade ou repetição da falta cometida: A) Advertência Verbal ou Escrita. B) Suspensão Disciplinar prevista no Art. 474 da CLT. C) Demissão por Justa Causa nas 12 hipóteses previstas no Art. 482 da CLT, que analisaremos a seguir. Hipóteses de Justa Causa previstas do Art. 482 da CLT Por outro lado, o empregador também pode cometer faltas graves, agindo com culpa. Nesse caso, a CLT determina Rescisão Indireta ou Dispensa Indireta nas hipóteses previstas no Artigo 483 da CLT. O empregado considera resolvido ou rescindido seu contrato e o empregador tem de lhe pagar todos os diretos inerentes à dispensa sem justa causa, como analisaremos posteriormente. Conheça algumas hipóteses de Justa Causa previstas do Art. 482 da CLT: DISPENSA INDIRETA OU JUSTA CAUSA PRATICADA PELO EMPREGADOR CLT chama de Rescisão Indireta as faltas graves praticadas pelo empregador, que possibilitam ao empregado considerar extinto o contrato e receber em juízo seus direitos relativos à dispensa SEM justa causa. Fonte da Imagem: Exigir do empregado serviços superiores às suas forças ou capacidades, proibidos pela Lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. Ex.: Colocar o empregado para exercer uma função para a qual não tem conhecimento nem foi treinado, como determinar que um motorista seja vendedor. Fonte da Imagem: Expor o trabalhador a risco de grave perigo ou mal considerável. Ex.: Exigir que o trabalhador trabalhe em local com risco de morte, ou altamente insalubre, sem equipamentos de proteção. Fonte da Imagem: Tratar o empregado com rigor excessivo. Ex.: Quando o empregador tolera alguns atrasos de todos os trabalhadores, mas com um determinado empregado não tem qualquer tolerância nem aceita qualquer justi�cativa. Tal procedimento pode caracterizar assédio moral. Fonte da Imagem: Não cumprir as obrigações do contrato. Ex.: Não pagar salários ou desviar a função. Praticar diretamente, ou através de prepostos, atos lesivos da honra ou boa fama do empregado ou de seus familiares. *Ofender �sicamente o empregado, salvo no caso de legítima defesa. *Reduzir o trabalho por peça do empregado de forma a afetar seu salário. Aviso prévio Nas relações de emprego, quando uma das partes deseja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, noti�car à outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem por �nalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no mercado de trabalho. O período do Aviso Prévio, mesmo indenizado, integra o tempo de serviço do trabalhador, para todos os efeitos (férias, 13º, FGTS, INSS, Reajuste Salarial, etc.), INCLUSIVE DISCIPLINARES.O Aviso Prévio é um ato unilateral do empregador ou do empregado que não encerra imediatamente o vínculo de emprego, mas determina um prazo para o �m do contrato. A não comunicação do aviso prévio Fonte da Imagem: Se o empregador não conceder o Aviso Prévio ao trabalhador, terá que pagar o salário correspondente ao prazo do Aviso. Se o trabalhador não pré-avisar o patrão, este terá direito a descontar o valor do salário correspondente ao período do Aviso. Reconsideração do Aviso: embora o Aviso Prévio seja unilateral, a sua reconsideração é bilateral, tendo que ser aceita pela outra parte. Formas do aviso prévio Fonte da Imagem: O aviso prévio poderá ser indenizado por ambas as partes ou trabalhado. Se for trabalhado, a partir do empregador, o trabalhador poderá optar por ter sua jornada reduzida (na entrada ou na saída) em 02 (duas) horas diárias, ou deixar de comparecer por 07 (sete) dias corridos. Dessa forma, ele terá tempo para procurar outro emprego. Prazo para pagamento das verbas rescisórias Segundo o Art. 477 § 6º da CLT, os seguintes prazos para pagamento das verbas rescisórias devidas ao trabalhador devem ser observados pelo empregador, sob pena de pagar multa de 1(um) salário (Art. 477 § 8º da CLT): Se o aviso prévio for trabalhado, o pagamento deverá ocorrer no 1º dia útil após o término do mesmo. Se o aviso for indenizado ou houver dispensa do seu cumprimento, o prazo será de até 10 dias após a noti�cação da dispensa. Isso se aplica, segundo a jurisprudência, ao aviso cumprido em casa. Entretanto, com a redação da Lei nº 13. 467, de 13.07.2017 o prazo passou a ser de 10 dias contados a partir do término do contrato de trabalho, qualquer que seja a modalidade de aviso prévio. Pois bem, o prazo foi ampliado para a hipótese de aviso prévio trabalhado, mas nada mudou para o aviso prévio indenizado pois o prazo era de 10 dias. Estabilidade e FGTS O instituto da Estabilidade na CLT, que determinava que os trabalhadores com mais de 10 anos de serviço na empresa não podiam ser dispensados, não era compatível com o regime do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e foi extinto com a Constituição Federal de 1988, que tornou todos os trabalhadores integrantes do Regime do FGTS. Restam agora as estabilidades provisórias, cujos tipos analisaremos a seguir, salvo os raros casos de Direito Adquirido. Para nos aprofundarmos nos detalhes do Regime do FGTS como possibilidades de saques, forma de custeio, etc., a legislação que lhe serve de base deverá ser consultada (Lei 8.036 de 1990 e o Decreto 99.684 de 1990). Tipos de estabilidades provisórias EXERCÍCIOS Leia as questões a seguir e escolha a alternativa correta: 1. Um empregado que declara morar em local em que precisa de 2 vales-transportes para trabalhar, mas na realidade mora próximo à empresa e vai trabalhar a pé, pode ser dispensado com justa causa, sob a alegação de: Ato de Improbidade Desídia Indisciplina Incontinência de Conduta Justi�cativa 2. Em se tratado da aplicação da justa causa, é correto a�rmar que: Quando for decorrente de Improbidade, o aviso prévio será concedido. Quando for decorrente de Indisciplina, o aviso prévio será concedido. Quando decorrer de Desídia, o aviso prévio será concedido. Em nenhuma hipótese o aviso prévio será concedido. Justi�cativa 3. Havendo saque na contado FGTS para aquisição da casa própria, a multa decorrente da dispensa imotivada: Incide sobre 40% do valor depositado. Incide sobre o total dos valores depositados. Não incide sobre os valores sacados. Justi�cativa 4. É correto a�rmar que, com a Constituição Federal de 88, a estabilidade decenal foi extinta, só perdurando as estabilidades provisórias. Sim Não Justi�cativa Glossário PERDA DE HABILITAÇÃO OU DE OUTRO REQUISITO FUNCIONAL A perda de habilitação, ou qualquer outro requisito para exercício de determinação pro�ssão, como, por exemplo, a autorização do Conselho de Regulamentação Pro�ssional, para os médicos, advogados, psicólogos, etc., só pode ser considerada justa causa se o empregado der causa, deliberadamente, à inabilitação pro�ssional. Caso a perda da habilitação seja decorrente da culpa do empregado, como, por exemplo, a imperícia na prática de atos inerentes à prática pro�ssional, impedindo a continuidade do contrato de trabalho, por impossibilidade do exercício da pro�ssão, a rescisão contratual dar-se-á sem justa causa, mas equiparada a pedido de demissão, pois o empregador não pode arcar com os ônus da atitude do empregado.
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