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1 RAYSSA DORETTO – UAM RESUMO DE GRANDES ANIMAIS IV – LOCOMOTOR BIOMECÂNICA DO SISTEMA LOCOMOTOR Para se locomover, deve-se sair do centro de gravidade e em quadrúpedes é localizado na linha do coração. Iniciam o movimento pelos membros pélvicos (realizam a propulsão do movimento), que por sua vez, são transferidos para a coluna e após isso, há o apoio dos membros torácicos que dão a continuidade do movimento. A cabeça e posicionamento do pescoço são responsáveis pela direção. A força dos membros pélvicos, é transferida para a coluna vertebral (que atuam como longarinas), através dos ossos sacro e íleo (cintura pélvica). O que mantém a coluna na posição anatômica correta, são as costelas ligadas ao esterno e também pelos músculos e ligamentos (que atuam como transversinas). Os membros torácicos são os membros de apoio e apoiam sobre eles entre 65-70% do peso corporal. São unidos a coluna através de músculos (músculos serrátil ventral e os peitorais) e escápula (auxiliando na manutenção do membro próximo à coluna). o Somente em uma situação os membros torácicos iniciam o movimento: Escaladas. TEORIA DO ARCO E DA CORDA Composição: Arco (vértebras ̸coluna) e a corda (músculos – o que é extensor é dorsal e o que é flexor é ventral). A musculatura (cordas) faz a contratura da coluna (arco). É a teoria que explica a movimentação da coluna. Série de elementos rígidos (vértebras), que junto aos discos intervertebrais (fibroso), formam um arco com curvatura variável. A curvatura é momentaneamente estabilizada pelos ligamentos intrínsecos da coluna vertebral e pode sofrer variação pela ação das “cordas”. As cordas são representadas por músculos com tensão ajustável. Estão divididas em: Corda Dorsal – Músculos epaxiais (fazem o revestimento dorsal e lateral da coluna e tendem a endireitar o arco). Corda Ventral – Interrompida (hipaxiais – localizada na face ventral das vértebras nas regiões cervical, torácica (longo cabeça e pescoço) / lombar e sacral) e ininterrupta – músculos abdominais (reto do abdômen). o Dorsalmente possuem articulação sinovial e lateralmente as articulações intervertebrais. ARTICULAÇÕES Articulações Sinoviais: Composta por líquido sinovial. Composição: As epífises são recobertas por cartilagem articular (não tem vascularização e nem inervação), cápsula articular (impede o extravasamento do líquido sinovial – composta pela membrana fibrosa (porção externa) e membrana sinovial (porção interna – produz o líquido sinovial que tem a função de lubrificar, diminuir atrito, nutrição a cartilagem, amortecer o impacto juntamente com a cartilagem) e é reforçada pelos ligamentos colaterais (mantem a articulação na posição). 2 RAYSSA DORETTO – UAM Diferença entre tendão e ligamento: Todo músculo possui um tendão de origem e um de inserção (pode ser mais do que um). O tendão pertence ao músculo (o princípio da contração muscular pelo sistema de alavancas, requer o ventre muscular e seus tendões). Já os ligamentos, é uma fáscia de tecido composto por colágeno que é responsável por manter os ossos na posição, mas não possuem movimento (caso rompam ou fiquem maior do que o normal, perde a referência da articulação). Um tendão não é uma estrutura elástica (devido ao excesso de impacto, que tem-se as diferentes afecções). Quem possui elasticidade, é a musculatura. o Articulações Fibrosas: Suturas do crânio e as sindesmoses – tendem a calcificar (sinostose) Articulações Cartilagíneas: Linha metafisária de crescimento, disco intervertebral, sínfises. Pode-se fazer a colocação de fármacos, a punção de líquido sinovial da articulação ou até mesmo infiltração. É necessário que tenha cuidados com assepsia do local pois qualquer infecção de nível articular, não consegue fazer níveis adequados de antibiótico devido à baixa vascularização do local. Em casos de musculatura com ventre laminar, recebe o nome de aponeurose. Anatomia dos membros: Tendão flexor digital superficial: Final da falange proximal e início da falange média. Tendão flexor digital profundo: Insere na falange distal. Ligamento acessório do tendão profundo: Une-se próximo ao carpo. Ligamento suspensor ou interósseo: Vai até a articulação metacarpo falangiana e liga- se ao extensor do carpo. Ao chegar até o metacarpo, bifurca-se em ramo extensor (que não tem muita importância clínica, apenas leva o membro para frente). Os membros são revestidos externamente por pele. Composta por uma camada superficial (epiderme – não inervada, não vascularizada e mais delgada), apoiada em uma camada mais espessa e vascularizada (derme). o Nos processos toxêmicos existem alterações vasculares na derme, obstruções vasculares, diminuição de circulação, formação de edema e descolamento das laminas dérmicas das epidérmicas (laminite). Quando há o descolamento na 3 RAYSSA DORETTO – UAM presença de liquido (edema), pressiona a falange e provoca a rotação da falange e perfuração da sola. o Bovinos de alta produção também tem laminite, porém são diferentes. BLOQUEIOS PERINEURAIS Plexo composto por: Veia, artéria e nervo digital palmar. AVALIAÇÃO DO PACIENTE Sempre avaliar o paciente como um todo e fazer o acompanhamento do animal (nem sempre o óbvio é somente o que está acontecendo). Avaliar frequência cardíaca e respiratória, temperatura, TPC, mucosas, turgor cutâneo, palpação, paracentese de tórax e abdômen etc. Deve-se avaliar a presença de hemorragias, desidratação, dor, sepse etc. Depois de feita a avaliação geral do paciente, deve-se fazer a avaliação específica do local da lesão: o Por exemplo, em casos de lesões de artéria mediana, vê-se diferença de temperatura de membros, pulso, plexo vasculo medulo. o Muitos animais são submetidos a eutanásia por fraturas em membros devido à dificuldade de manejo do paciente no pós-operatório (não podem ficar muito tempo deitados, dor intensa etc.) e a possibilidade de cicatrização, levantamento do paciente, sucesso no tratamento ortopédico (prognóstico). Pode-se pedir exames complementares: Radiografia, ultrassonografia, exames de vascularização. Apresentam incapacidade de sustentação do membro, dor e impotência funcional. Podem haver lesões associadas: pele, músculos, tendões, ligamentos, plexo microvascular, articulares (provocam alterações musculares importantes). PRONTO ATENDIMENTO ANIMAL Durante o pronto atendimento a campo, deve-se fazer: Diagnóstico da lesão, analgesia e sedação, proteção da região fraturada (imobilização), movimentação e encaminhamento do animal. Objetivos: Conter, acalmar, imobilizar a fratura, realizar um transporte seguro e tomar cuidado para não agravar as lesões. Deve-se sempre salvar a vida, se possível a função. o Se não for operar na hora ou for transportar o paciente, deve-se fazer uma bandagem pois a tendência das fraturas é sempre piorar. As principais funções da imobilização: Proteger a pele (manter a limpeza e fazer a desinfecção local – evitar contaminação), proteger para que a lesão não aumente (lesões vasculares, aumentar a lesão ortopédica), dar conforto e estabilizar o foco de fratura. o Se existirem se existirem lesões em pele, faz-se o curativo com bandagem e limpeza da ferida com antisséptico. o Deve-se retirar a dor do animal com analgésico e anti-inflamatório não esteroidal. Pode sedar o animal (xilazina) – não deve dar ataxia e nem deixar o animal desnorteado, cambaleante. 4RAYSSA DORETTO – UAM o Durante o transporte, se a lesão for em membro torácico deve-se colocar o animal virado com a cabeça para a porta do caminhão e se for em membro pélvico, ao contrário. PRINCIPIOS E TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO Para conseguir imobilizar completamente uma articulação, precisa imobilizar as articulações proximal e distal à região fraturada. Para fraturas em regiões proximais nos membros, utilizar imobilizações específicas. Atributos: Neutralizar atuação das forças participantes no foco de fratura, não deve causar incômodo ao animal, deve ser aplicada em qualquer condição, não requerer anestesia geral, não deve agravar a lesão – o objetivo é propiciar conforto e possibilidade de descansar. Técnica: Limpeza do membro e gaze se houver ferida Colocação de uma camada de algodão com reforço nos locais de saliências ósseas; Colocação de atadura de crepe (10-12cm) com tensão homogênea. Colocação da tala; e. Gesso ou Esparadrapo em escama de peixe (no caso do animal se pequeno) FALANGE DISTAL À METACARPO DISTAL A tala deve neutralizar a força de extensão. Nesse caso, retira a tensão e coloca-se o boleto angulado – Animal pisando em pinça, mas não é fácil fazer isso com o animal em pé (difícil imobilização). Não neutraliza as forças quando o peso é aplicado. Uso: Fraturas cominutivas de falange média ou proximal. Neutralização de forças: linha dorsal reta. METACARPO DISTAL À RÁDIO DISTAL o A aplicação deve ser feita do casco até articulação úmero-rádio-ulnar. Coloca- se a tala rígida com bandagem tipo Robert Jones em várias camadas – Uso de madeira ou PVC esparadrapos por cima do penso, em modelo escama de peixe. o Ideal: 2 talas (lateral e caudal). o Uso: Animais pequenos, fáceis de domar que permitem o tratamento. RÁDIO o Musculatura lateral faz força de abdução + ausência de musculatura na face medial = Predisposição à exposição. o A bandagem deve-se prevenir abdução. Faz bandagem tipo Robert Jones em várias camadas – Coloca-se a tala até acima do peito e fixa-se lateralmente. o Uso: Animais pequenos, que permitem o tratamento. PROXIMAL AO COTOVELO o Ossos nessa região são protegidos por muito músculo – O aparato do tríceps perde estabilidade e impossível sustentação do peso. A articulação úmero radio ulnar desce, ocorrendo a flexão do carpo. o Alterações nessa região como edemas, promovem paralisia, alteração de nervo radial, impotência do membro. 5 RAYSSA DORETTO – UAM o Faz tala estendendo o carpo (auxilia o transporte). o Faz tala caudal com penso leve e muito bem fixado ao carpo. o Não faz em potros pois podem não tem força para andar com tala. FALANGE DISTAL À METATARSO DISTAL o Ocorre normalmente por fraturas, afecções em tendões, traumas. METATARSO DISTAL A PROXIMA o Difícil devido à artéria társica. o Faz a tala caudal e lateral do calcâneo até o chão. TÍBIA E TARSO o Não é possível evitar flexão do joelho. o Deve-se minimizar instabilidade da porção distal. o Musculatura similar ao rádio: prevenir abdução estendendo a tala em sentido proximal. o Angulação restringe uso cranial ou caudal das talas – Tala lateral evita as forças de rotação. TERAPIA SISTÊMICA o Fluidoterapia: Em casos de hemorragia ou sudorese intensa. o AINEs: Em casos de dor e inflamação tecidos adjacentes – Fenilbutazona, Flunixim Meglumine etc. o Sedativo: Xilazina (curta duração) ou Butorfanol. o Anestesia / Analgesia epidural. o Em casos de fraturas: Fratura exposta: Uso de antimicrobianos de amplo espectro; Fratura fechada: antimicrobiano não é essencial; o Na dúvida: FAZER – Penicilina. o Corticosteróide: Desnecessário e contra-indicado. PROGNÓSTICO o Depende do local e tipo da lesão (fraturas abertas ou fechadas, lesões dos tecidos adjacentes e neurovasculares), índole do animal e o aceitamento do tratamento, tamanho, peso e uso do animal, infecções. COMPLICAÇÕES o Efeitos sistêmicos, membro contra lateral, não união de fraturas, contaminação, fadiga do implante. TRANSPORTE DO PACIENTE o Minimizar o uso do membro (levar o animal já estável). o Levar o veículo até o paciente (trailers e caminhões são mais estáveis). o Potros devem ser carregados. o Não posicionar o animal de lado: Lesão membros torácicos (cabeça para trás) e lesão membros pélvicos (cabeça para frente). Deve-se limitar espaço do animal dentro do caminhão. Fazer uso de cintas no peito e no abdômen, deixando a cabeça e pescoço livres; o Potros com a respectiva égua mãe. 6 RAYSSA DORETTO – UAM AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO APARELHO LOCOMOTOR DEFORMIDADES FLEXURAIS EM EQUINOS o É a restrição de uma articulação em posição flexionada ou a inabilidade de estende-la completamente. o Classificadas como congênitas e adquiridas o Também descrita como tendões contraídos. DEFORMIDADES FLEXURAIS CONGÊNITAS o São identificadas nas articulações metacarpo-falangeana ou rádio-cárpica- metacárpica o Menos frequentemente encontradas nas articulações interfalangeanas distal e tíbio-társica-metatársica ETIOLOGIA o São multifatoriais o Doenças adquiridas pela égua durante a prenhez, ingestão de agentes teratogênicos(alfarroba), alterações genéticas o Mau posicionamento uterino o Bócio, surto de influenza o Alterações neuromusculares, defeitos na formação da elastina, problemas relacionados às aderências das fibras de colágeno o Instabilidade articular associada à mal formações ósseas resultando em contratura muscular compensatória SINAIS E SINTOMAS o Variam de acordo com a estrutura acometida o Leve deformidade flexural metacarpo-falangeana = Leve flexão o Região interfalangeana distal = Apoio dos membros em pinça o Região metacarpo ou metatarso-falangeana = Impede que o animal fique em estação o Região cárpica = Se mantem em posição quadrupedal, porém desloca seu peso para os membros posteriores o Tendões flexores digitais = Apoio da articulação metacarpo-falangeana e interfalangeana distal no solo, isso ocasionará uma lesão cutânea e consequentemente uma artrite infecciosa o Tendões flexores carpo-radial e carpo-ulnar = Posição de flexão DIAGNÓSTICO o Anamnese, observação do animal, sinais e sintomas o Palpação da região acometida com o animal em estação e flexionando o membro o Análise radiográfica, auxilia para observar se há alterações ósseas envolvidas o Necropsia = Alinhamento anormal do membro TRATAMENTO 7 RAYSSA DORETTO – UAM o Depende do grau de acometimento e local, e quanto mais novo for o potro, maior será a resposta ao tratamento o Se o potro conseguir permanecer em estação sem auxilio as terapias especificas são desnecessárias o Exercícios controlados, permanecer no piquete durante 1 hora por dia, isso auxiliará no relaxamento da musculatura e promover elasticidade aos tecidos moles palmares ou plantares o Fisioterapia para extensão manual dos membros a cada 4 a 6 horas, em sessões de 15 minutos cada o Talas para a extensão forçada do membro e induzir o reflexo miotático inverso ocasionando o relaxamento dos músculos flexores. Cuidado com feridas por compressão, elas devem ser mantidas por 4 a 6 horas e depois retiradas por mais 4 a 6 horas o Gesso, é o mesmo princípio das talas, porém não precisa trocar a não induz ferimentos por compressão o Deformidades severas o animal deverá ser colocado em um local de piso macio o Oxitetraciclina, IV lentamente o AINE Liberação/ressecção do ligamento acessório do flexor digital superficial nos casos de deformidades metacarpofalangeanaso Desmotomia do acessório do flexor digital profundo nos casos de deformidades flexurais interfalangeana. DEFORMIDADES FLEXURAIS ADQUIRIDAS o Ocorrem com maior frequência nas articulações interfalangeanas distal, metacarpo-falangeana e rádio-cárpicametacárpica o Normalmente manifestam-se após a desmama e até o segundo ano de vida do animal ETIOLOGIA Muito relacionado com a dor, o animal tem um desconforto no membro, então este retira o membro do solo fazendo uma flexão, resultando numa contração dos músculos flexores e posição alterada da articulação. A dor pode ser originada de muitas causas como fisite, osteocondrite dissecante, artrite séptica, ferimentos nos tecidos moles ou infecções dos cascos. Alguns fatores genéticos para crescimento rápido e alterações alimentares (superalimentação ou rações desbalanceadas). DEFORMIDADES FLEXURAIS INTERFALANGEANAS o Envolve o tendão flexor digital profundo. SINAIS CLÍNICOS Projeção dorsal da região supra-coronária o Aumento da altura dos talões o Cascos podem se tornar achatados na região da pinça, e a parede dorsal se tornar plana CLASSIFICAÇÃO 8 RAYSSA DORETTO – UAM o Grau I: Elevação do talão com tensão aumentada no tendão flexor digital profundo. Muralha do casco tende a perpendiculação em relação ao eixo podofalangeano-solo. O ângulo metacarpiano não tem alterações. o Grau II: A muralha do casco adquire completa perpendicularidade em relação ao eixo podofalangeano-solo. Ocorre crescimento anormal dos talões e tendência ao encastelamento. Ocorre desgaste da pinça. o Grau III: Evidente projeção cranial da muralha, pode ocorrer o apoio da região cranial das articulações interfalangeanas no solo. Crescimento exagerado dos cascos. E em alguns casos ferimentos profundos da articulação metacarpo-falangeana ou metatarso-falangeana. DIAGNÓSTICO o Apresentação clínica. o Raio X e US: Para avaliar o nível de comprometimento de estruturas articulares. TRATAMENTO Mudanças de manejo Correção da dieta o AINE o Exercícios o Extensão na pinça dos cascos para proteger e evitar o uso excessivo dessa região o Imobilização com gesso o Desmotomia do acessório do tendão flexor digital profundo associada à utilização de ferraduras corretivas, mas somente se o tratamento conservativo não funcionou(observar em 3 a 4 semanas) o Tenotomia do flexor digital nos casos mais severos onde a parede dorsal do casco forma um ângulo de 90° DEFORMIDADES FLEXURAIS METACARPO/METATARSO FALANGEANAS o Podem ser causada por um encurtamento das unidades musculoesqueléticas do flexor digital superficial, ou secundariamente das mesmas unidades do flexor digital profundo Classificação: Grau I: Ligeiro desvio cranial da articulação metacarpo-falangeana e discreto aumento de seu ângulo anterior Grau II: Perpendiculação do eixo metacarpo-falangeano. Grau III: Projeção cranial da articulação metacarpo-falangeana e tensão do tendão extensor digital lateral. DEFORMIDADE FLEXURAIS CÁRPICAS As alterações adquiridas são normalmente causadas por traumas e subsequente desuso ou não sustentação do peso sobre o membro. O carpo fica projetado anteriormente e restrito à posição. para o tratamento é utilizada talas, bandagens oxitetraciclina. 9 RAYSSA DORETTO – UAM Nos casos não responsivos ao tratamento conservativo pode-se ser feito a tenotomia do ulnar lateral e do flexor carpo ulnar. DIAGNÓSTICO Anamnese, observação dos sinais e sintomas (alguns casos o animal pode claudicar) TRATAMENTO o Casqueamento e ferrageamento corretivos o Fisioterapia o Correção da alimentação o AINE o Imobilização o Ferraduras com barras verticais o Desmotomia do acessório do flexor digital profundo o Tenotomia do flexor digital superficial ou a desmotomia de seu acessório nos casos em que o tendão flexor digital superficial é mais tenso. CONTRATURA DO TENDÃO FLEXOR SUPERFICIAL o Devido à sua inserção a contratura o tendão flexor superficial faz com que o boleto se projete dorsalmente, enquanto que o casco apoia-se normalmente no solo. Boleto fica bem verticalizado com postura do casco perfeito provavelmente é uma lesão de superficial, as vezes o boleto é levemente projetado para frente CONTRATURA DO TENDÃO FLEXOR PROFUNDO o É o mais comum das contraturas. o Como a sua inserção se dá na falange distal somente o posicionamento do casco fica alterado. O formato do casco tende a ficar como um cubo também chamado de casco encastelado. Quando o animal têm um contratura do profundo o casco fica em pinça, ou pode acontecer do talão crescer e o casco ficar quadradinho geralmente quando o talão cresce é hereditário (casco encastelado – não têm diferença de tamanho do talão e da pinça); o boleto e a interfalagiana ainda estão na posição). TRATAMENTO o Em adultos: Tenotomia. A incisão é melhor feita abaixo do boleto na face caudal. Quando incisamos a pele temos a bainha flexora, devemos incisar essa bainha e o profundo estará sozinho e o superficial fica lateralizado dentro da bainha. Se você corta essa bainha toda, corta os dois tendões, deve-se manter o animal com uma bandagem e gesso e com ambiente restrito pois geralmente ela adere novamente. Para os animais com casco encastelado temos que lixar em diferentes dias com a grossa além da cirurgia. o Pós Operatório: Bandagem para evitar tendinite, ATB e anti-inflamatório por 5 dias. 10 RAYSSA DORETTO – UAM CONTRATURA DE TENDÃO SUPERFICIAL E PROFUNDO: GERALMENTE O ANIMAL NASCE COM ESSA ALTERAÇÃO, NEM CONSEGUE FICAR EM PÉ E A OXITETRACICLINA AJUDA MUITO. NEURECTOMIA o É uma cirurgia paliativa, não estamos tratando o problema. o Após a secção do nervo digital palmar, a região ficará sem sensibilidade após a cirurgia. o A neurectomia não dá garantia do animal não sentir, mas 99% das vezes a cirurgia é efetiva pois simulamos o efeito da cirurgia bloqueando o nervo com lidocaína antes do procedimento, se ele parar de claudicar com a lidocaína, ele parará com a neurectomia. o Esse procedimento é feito bilateralmente pois como o animal faz trabalho repetitivo e um estava doendo provavelmente o outro estará sobrecarregado e em algum momento demonstrará dor também. o Cirurgia em pé: Diminui o risco de neuroma, diminui o risco da anestesia, diminui custo. o Cavalos com neurectomia não podem saltar uma olimpíada, pois a não sensibilidade é uma vantagem; para o dia-a-dia não causa nenhum problema e dá um alívio de dor ao animal. o Essa cirurgia não é indicada para laminite, pois o animal começa a pisar, piora o quadro, piora a vascularização, cai o casco. o Quando abrimos abaixo do boleto vemos primeiro o ligamento Ergot (sem função – sem problema se seccionar); mas profundamente têm um plano onde está veia, artéria e nervo e é nesse momento que temos que seccionar. Têm o teste para saber que é o nervo antes de seccionar o Complicações: Não se pode fazer a neurectomia mais para cima pois no momento de galopar/saltar ele pode fraturar, não sentir, capotar e acabar matando a pessoa que está montada e derrubando outros animais da prova. o Neuroma é uma complicação que é uma inflamação e reorganização do nervo depois de seccionado, mas normalmente ele não causa problema se for de um tamanho controlado. O neuroma descontrolado pode causar a religação do nervo. DESMOTOMIA o Secção dos ligamentos. o Ligamento anular palmar: Utiliza o tenótomo pra seccionar o ligamento. Cirurgia de rápidarecuperação, deve recuperar da cirurgia com o animal em movimento. Não faz em membro pélvico. o Luxação de patela: o equino têm três ligamentos na patela, o sintoma do animal na luxação medial ele começa arrastar o pé e não flexiona mais a pata; temos que fazer a secção do ligamento patelar medial (só pode seccionar o medial e em animais já adultos). o Comum em pônei e cavalos em crescimento. Isso pode ficar intermitente e voltar ao normal sozinho, por isso que esperamos ele ficar adulto. DEFORMIDADE ANGULAR ETIOLOGIA E CARACTERÍSTICAS 11 RAYSSA DORETTO – UAM o É uma alteração do ângulo do membro (valgos ou varos), acontece por algum lado sofrer uma compressão maior e crescer em uma taxa menor. o Essas alterações podem ser: o Adquiridas: Mal posicionamento de casco, traumas, hipotireoidismo, hipovitaminose, superalimentação (alteração desigual na taxa de crescimento) o Congênitas - posição uterina, genética, flacidez articular por alterações em ossos cubóides. Os ossos longos crescem pela presença da cartilagem metafisária (linha de crescimento); FRATURAS POR ESTRESSE CARACTERÍSTICAS GERAIS o Definição: São fraturas que acontecem por sobrecarga da região óssea. o Bastante comum em animais jovens – por exemplo cavalos de corrida que apresentam “dor de canela” (acontece pois durante o exercício, os metacarpos sofrem pequenas fraturas, causando dor). o Características: a. Geralmente as fraturas são incompletas na cortical que causam dor. b. Se parar de solicitar, o animal caminha. c. Em palpação não têm alteração apenas dor. TRATAMENTO o Examinar cuidadosamente o esqueleto apendicular dos animais acometidos pois normalmente animais com essas fraturas apresentam outras anormalidades músculo esqueléticas. Cirúrgico: o Osteotixis: Realização de pequenos furos, não muito profundos, para que provoque uma irritação e inflamação local para que haja um maior aporte sanguíneo e o espessamento do periósteo – para que os fatores osteogênicos da cavidade medular alcancem a fratura). As fraturas por estresse geralmente tem recidiva. o Transfixação Transcortical: Uso de parafusos intramedulares para fixação com placa. Os animais devem ser anestesiados e serem submetidos a bloqueios locais – faz isso pensando em estabilizar mais rapidamente a fratura e o retorno do animal ao exercício (existe o risco de quebrar a broca e ficar dentro do animal quando usa apenas o bloqueio). Com fraturas muito próximas da articulação, a cirurgia deve fundir a articulação e isso piora o prognóstico do animal. O implante pode ter que ser removido, principalmente em cavalos jovens e atletas. Apenas os parafusos corticais que não são removidos (apenas em casos de dor ou reações ósseas). o Enxerto Ósseo Autógeno: Pode ser combinado com a osteotixis para aumentar a efetividade da cirurgia, mas o estudo demonstra que não foi comprovada o aumento da qualidade óssea. o Pós cirúrgico: Repouso, retirada do animal do exercício, bandagem, gesso e tala (devem abraçar a articulação metacarpo falangeana, deve ser usada durante o período de pós operatório imediato para redução das forças que agem sobre a fratura). o Pode-se fazer o uso de uma substância chamada revulsivo ou iodo – aplica-se na pele e ele causa uma infecção local, aumenta o processo inflamatório na região e conseguintemente o aporte sanguíneo (mesmo objetivo da osteotixis). 12 RAYSSA DORETTO – UAM PROGNÓSTICO Enxerto ósseo autógeno: 2/3 dos animais refraturam. Fixação transcortical: Maior taxa de reocorrência de fraturas, quando não removido o parafuso 85% dos animais refraturaram com 6-12 meses de pós operatório. Maior risco de infecção, possibilidade de remoção dos parafusos e placas em segundo procedimento cirúrgico. FRATURAS DE CARPO CARACTERÍSTICAS o Tipos: Fractures were classified according to their size and anatomical location within the third carpal bone. o Tipo I: Incomplete fractures of the radial facet o Tipo II: Large proximal chip fractures of the radial facet o Tipo III: Small proximal chip fractures of the radial facet o Tipo IV: Medial corner fractures o Tipo V: Frontal plane slab fractures of the radial facet o Tipo VI: Large frontal plane slab fractures involving both the radial and intermediate facets g. Tipo VII: Fractures of the intermediate facet o Tipo VIII: Sagittal slab fractures o Para diagnosticar o tipo de fratura, utiliza-se a radiografia. Fratura em CHIP: É uma esquírola óssea (um pequeno fragmento) – Se imobilizar o animal, essa pequena fratura não se solta pois ela está localizada na articulação e funciona como um corpo estranho dentro do líquido sinovial, e essa pequena movimentação provoca uma reação óssea. Fratura em LASCA (SLAP): É um fragmento maior. Faz a projeção em projeção Skyline. o Bastante comuns em animais de corrida – apresentam dor, claudicação. TRATAMENTO CHIP: Remoção do fragmento (por meio da artrotomia – abre a pele, abre a cápsula articular e retira o fragmento ou artroscopia – hoje em dia é a técnica mais utilizada pois permite que o animal se recupere mais rápido). Se é um animal velho, que sempre teve aumento de volume no carpo e não têm nenhum sintoma clínico, essa fratura foi um achado – tecnicamente a retirada é o mais correto, mas nesse animal de mais idade e sem sintomatologia clínica podemos optar por não realizar a artroscopia. o Lasca: Como é um fragmento grande não podemos retirar pois desestabiliza a articulação do carpo, por isso temos que fazer osteossíntese com um parafuso – têm que tomar cuidado para acoplar bem o fragmento e não deixar nenhum degrau (se ficar causa dor). 13 RAYSSA DORETTO – UAM FRATURAS DE II E IV METACARPOS ETIOLOGIA Comum em animais de tambor e baliza, polo, corrida etc. Estas fraturas ocorrem normalmente por interferência dos cascos do próprio animal, podem ocorrer também por trauma externo As fraturas podem ser proximais, médias ou distais; simples ou compostas; abertas ou fechadas. Mais comum serem fraturas mediais e as vezes laterais. Geralmente essas fraturas estão em região proximal (mais raro) e distal (mais comum). Os principais sinais clínicos envolvidos nos casos de fratura dos MTCa são a claudicação após o repouso do exercício, aumento do volume da região metacárpica, aumento de temperatura local e a sensibilidade dolorosa à palpação. CARACTERÍSTICAS Posicionamento da fratura: o Fratura Proximal: Não pode-se remover o osso por completo pois provoca instabilidade no carpo, remove-se o fragmento. Colocar um parafuso/placa. o Fratura Distal: A fratura em si não tem grande problema. Não pode-se remover o osso por completo, remove-se fragmento. Na porção distal pode retirar parte do osso. O maior problema é o ligamento suspensor que fica próximo. Esses ossos são compostos por um tecido conjuntivo denso (sinostoses), esses ossos têm um movimento entre eles por isso a fratura não consolidaria sozinha, ele movimenta e não permite a formação de um calo ósseo estável e o espessamento local (fibrose) provoca uma desmite do ligamento suspensório. DIAGNÓSTICO Exame Clínico Exames Complementares: Bloqueios perineurais, radiografia e ultrassonografia TRATAMENTO Animais com essas fraturas, sem instabilidade e sem desmite não têm necessidade de operar. O grande problema é a desmite: Esses ossos quando fraturados não são um grande problema, o animal não usa como apoio, a maior consequência desses tipos de fraturas é a instabilidade articular edesmite que ela causa no ligamento suspensor. Esses ossos têm um movimento entre eles por isso a fratura não consolidaria sozinha, ele movimenta e não permite a formação de um calo ósseo estável e essa formação instável de calo ósseo (fibrose) causa uma desmite do ligamento suspensório. Fratura Distal: Ostiectomia parcial – Remoção de parte do osso. 14 RAYSSA DORETTO – UAM Fratura proximal: Ostiectomia parcial + placa e parafuso (para dar estabilidade e controlar desmite). DEFORMIDADES ANGULARES ETIOLOGIA É uma alteração do ângulo do membro (valgos ou varos), acontece quando algum dos lado sofrer uma compressão maior e crescer em uma taxa menor. Essas alterações podem ser: o Adquiridas – Mal posicionamento de casco, traumas, hipotireoidismo, hipovitaminose, superalimentação (alteração desigual na taxa de crescimento). o Congênitas: Os animais nascem assim – Posição uterina, componentes genéticos, flacidez articular por alterações em ossos cubóides. DIAGNÓSTICO Exame Clínico Exames Complementares: Radiografia. O local (de deformidade – Geralmente carpo, articulação metacarpo / metatarso-falangeana ou jarrete - avaliação mais precisa nessas regiões pode ser estabelecido radiograficamente A direção da deformidade – Valgo ou varo O grau de desvio – Leve ( 15 ") pode ser quantificado radiograficamente. Evidência de instabilidade – A deformidade pode ser manualmente reduzido - isso é incomum, na experiência do autor, mas frouxidão ligamentar ou alguns casos de hipoplasia óssea cuboidal podem resultar em instabilidade. Qualquer evidência de claudicação – A maioria dos potros não mostra claudicação óbvia do rolamento de peso. 6. Quaisquer sinais de inflamação – dor, calor, inchaço são novamente incomuns. TRATAMENTO Clínico: Indicado quando o grau é menor que 5: Uso de tala, bandagens, repouso, fisioterapia, massagem, manter casqueamento equilibrado Cirúrgico: Indicado para desvios maiores que 5. As abordagens variam em: ou diminui a taxa de crescimento do maior ou aumenta a taxa de crescimento do menor. A cirurgia difere dependendo também do grau: o Transecção do Periósteo: Objetiva o crescimento mais rápido na parte que está crescendo menos, é uma liberação do periósteo. Faz uma incisão em T invertido e libera o periósteo, durante duas semanas o lado operado cresce mais rápido e equilibra. Se têm uma deformidade angular muito severa ela não adianta, têm que ser em casos leves. o Ponte Transfisária: Objetiva diminuir a taxa de crescimento de quem está crescendo mais, temos que agir na linha de crescimento. Fazemos uma ponte na linha de crescimento, é uma ponte temporária com parafusos e cerclagem. 15 RAYSSA DORETTO – UAM Têm outra técnica que coloca um parafuso na linha metafisária com o mesmo objetivo. Em casos graves: Associa as duas técnicas. c. Fixação do Processo Estiloide. PROGNÓSTICO Se o animal for bem jovem com linha de crescimento aberta o prognóstico é bom. Se o animal for adulto não têm como fazer as técnicas pois não têm a linha de crescimento – deve ser submetido a osteotomia corretiva (remove parte do osso, coloca-se placas mas não é feito em equinos).
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