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ENGENHARIA ECONOMICA

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ENGENHARIA ECONOMICA
Unidade 1
Explorando a Temática I
Economia e Mercado
Olá! Vamos começar nossos estudos? Nessa disciplina, você terá subsídios para a busca da eficiência da gestão por meio de decisões consistentes. A Engenharia Econômica proporciona conhecimento sobre a aplicabilidade da matemática financeira, como também conhecimento sobre micro e macroeconomia, custos e metodologias de custeio, análise de custo-volume-lucro, fundamentos da engenharia econômica, análise de valores e taxas de retornos, avaliação de capital, fluxo de caixa e avaliação de decisões. Esses conceitos são fundamentais para o processo de tomada de decisão.
A economia é uma ciência que está diretamente ligada à vida das pessoas. Os preços dos bens e dos serviços, dos salários, as taxas de juros, o valor do câmbio, dos impostos, os benefícios sociais, são exemplos que demonstram sua presença em nossas vidas, pois dependem dela e da forma como seus agentes interagem.
Neste material, estudaremos os principais problemas que a economia pretende solucionar, introduzindo os conceitos básicos da disciplina. Vamos lá?
Tópicos abordados 
1.1 Economia e escassez
1.2 Os quatro problemas econômicos fundamentais
1.3 Os sistemas econômicos de produção
1.4 Noções de macroeconomia e microeconomia
1.5 Mercados
Economia e Escassez
Desde os primórdios, o homem vem melhorando o seu padrão de vida. Para o "homem das cavernas", ter fogo, comida e um local mais aconchegante para dormir, significava o ápice do desenvolvimento - que não parou por aí. O homem continuou evoluindo, criando ferramentas, produtos, fontes de energia, fontes de alimentos, transportes etc., sempre com o intuito de melhorar sua vida.
Todas as iniciativas humanas, nesse sentido, utilizam diversos elementos para serem levadas adiante. Para ter carne na mesa, é preciso criar gado. Para criar gado, é preciso ter alimento para o gado. Para ter alimento para o gado, é preciso ter cereais. Para ter cereais, é necessário ter sementes e terra para plantar. Estes elementos são chamados de recursos ou fatores de produção. E eles são finitos, ou seja, não existem em quantidades ilimitadas, que permitam suprir tranquilamente todas as necessidades da sociedade. Para garantir a produção de todas as necessidades humanas, faz-se necessária a alocação desses recursos, ou seja, a organização e combinação dos fatores de produção.
Antes de prosseguir no conteúdo, veja uma curiosidade sobre os problemas a serem estudados na Economia.
Os problemas a serem estudados na Economia
Podemos ver aqui, onde começam os problemas a serem estudados na Economia, de acordo com o conceito que nos ajuda a entender a escassez como ponto fundamental: "A impossibilidade de se produzir bens e serviços em quantidades ilimitadas para satisfazer às necessidades humanas, permanentemente ampliadas, pois os fatores de produção existem em quantidades limitadas - é a lei da escassez" (SILVA; LUIZ, 2010, p. 25).
A sociedade, portanto, deve "resolver o conflito entre os desejos ilimitados por bens e serviços e a escassez de recursos (mão-de-obra, máquinas, matérias-primas), com os quais são feitos os bens e os serviços" (Dornbusch, 2003, p. 2). Esse é o cerne da Economia, também chamada de "estudo da escassez".
Se uma coisa existe em uma quantidade que permita que todos os que precisam dela, consigam essa coisa sem dificuldades, não há razão para preocupação. Sendo os recursos escassos, para obter maior quantidade de um determinado recurso, a sociedade deverá investir uma maior quantidade de outros recursos e, por consequência, atenderá algumas necessidades em detrimento de outras. Ou seja, a sociedade deve decidir o que produzir, quanto produzir, como produzir e para quem produzir. Essas decisões estão sempre presentes no estudo da Economia.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2008), a economia é, portanto, uma ciência social que estuda a maneira como a sociedade decide alocar os fatores de produção escassos, de modo a produzir bens e produtos a serem distribuídos pelos vários integrantes da sociedade e, assim, satisfazer as necessidades humanas. Desse conceito, derivam essas quatro perguntas fundamentais a serem respondidas pelos economistas, que estudaremos mais detalhadamente a seguir.
Os quatro problemas econômicos fundamentais
A partir das demandas infinitas por parte dos homens e da escassez dos fatores de produção, a economia pretende solucionar quatro problemas:
O que produzir?
· Quais as necessidades e os produtos que irão suprir as necessidades. Entre o infinito universo de possibilidades de produção, a sociedade terá que escolher os produtos e os serviços que satisfaçam às necessidades mais urgentes.
Quanto produzir?
· Uma vez determinados os produtos mais urgentes, devemos quantificá-los. É importante ressaltar que os recursos são finitos e que, se elevarmos a produção de determinado bem, incorreremos, necessariamente, na diminuição da produção de outro.
Como produzir?
· Os fatores de produção são distribuídos de forma desproporcional. Há locais com mão de obra mais abundante, outros com capital, outros com terras, outros com energia. Dependendo da sociedade (ou do país), as pessoas terão que decidir de que forma irão empregar os fatores de produção; se usarão mais de um fator ou de outro, isto é, qual a proporção dos recursos será empregada na produção e em quais bens.
Para quem produzir?
· Como serão distribuídos os resultados da produção. Os trabalhadores recebem salário, os empresários recebem lucros, e os donos do capital recebem rendas e juros. Qual é a proporção correta de distribuição entre eles?
A teoria econômica apresenta sistemas que pretendem dar respostas às perguntas anteriores. São os chamados sistemas econômicos, que estudaremos em seguida.
Os sistemas econômicos de produção 
Imagine o lugar onde você vive. E se todos os dias, você tivesse que providenciar alimentos, moradia, transporte, diversão para as pessoas? De que forma você decidiria o que produzir? Para quem destinaria as coisas e em que quantidade?
Essas decisões são tomadas diariamente por todos os integrantes da sociedade e, do ponto de vista econômico, são regidas por governos, através de mecanismos de mercados e preços. Quanto mais procurado (ou escasso) é um bem, maior será seu preço. Quanto maior o preço, maior será a possibilidade de lucro, e maior será o incentivo para que o mercado produza mais desse bem. O governo pode incentivar ou dificultar a produção de determinado bem, através de subsídios ou tributação, por exemplo.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2008, p. 4), um sistema econômico de produção pode ser definido como "a forma política, social e econômica como está organizada a sociedade. É um particular sistema de organização da produção, da distribuição e do consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam, buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar".
Nesse sentido, as economias podem ser organizadas de várias maneiras situadas entre dois extremos:
Economia de livre mercado ou sistema capitalista: os preços são ajustados pelo mercado, com pouca ou nenhuma intervenção do governo. Ou seja, a sociedade, através do mercado, toma as decisões de produção. É um sistema baseado na livre iniciativa, no princípio de não agressão e na propriedade privada.
Economia de planejamento central ou sistema socialista: o governo decide o que será produzido, de que maneira isso vai ser feito e para quem.
Praticamente todos os países se organizam economicamente em um ponto entre os dois sistemas, mais do que em um dos extremos, ou seja, o governo e o mercado interagem, buscando soluções para os problemas econômicos.
Vamos responder à primeira questão de fixação?
Explorando a Temática II
A Economia é uma ciência ampla, capaz de modificar a visão de mundo de quem a estuda. Neste material, estudamos os conceitos mais básicos da disciplina. Aprendemos que as demandas das pessoas são infinitas, que os recursos são escassos,e que a escassez é a origem dos quatro problemas que a economia pretende resolver: o que, quanto, como e para quem produzir. A resolução desses problemas, por sua vez, é proposta dentro dos dois sistemas econômicos existentes atualmente: livre mercado e planejamento central.
Noções de macroeconomia e microeconomia
O estudo da economia se divide em dois ramos básicos e complementares: micro e macroeconomia.
A macroeconomia estuda a economia como um todo, isto é, os agregados econômicos e o conjunto de consumidores e de produtores de uma sociedade. Sendo assim, seu interesse é na determinação dos fatores que afetam a renda e o produto total do sistema econômico.
São objetivos da macroeconomia, segundo Vasconcellos e Garcia (2008):
· Gerar alto nível de emprego;
· Manter a estabilidade dos preços;
· Distribuir a renda de forma socialmente justa;
· Gerar crescimento econômico.
Agora, vamos expor os principais assuntos e variáveis macroeconômicos, de modo a fornecer a você, aluno, uma visão ampla desse importante ramo da economia.
Antes de estudar os agregados econômicos, um conceito inicial importante é a contabilidade nacional, que é o registro de tudo o que é produzido no país (produção) e a renda como um todo. Em outras palavras, seu objetivo é medir, em termos quantitativos, o desempenho global da economia.
O desempenho da economia é medido em um período determinado (um ano) e em unidades monetárias (reais). Existem três óticas de cálculo para mensurar a atividade econômica, são elas:
Ótica da produção: para calcular o nível de atividade em reais de determinado ano, somamos os valores monetários dos bens e dos serviços voltados para o consumidor final e produzidos no período em questão.
Ótica da renda: a atividade da economia é medida pela soma da remuneração, paga a todos os fatores de produção, durante o processo produtivo daquele ano. Sendo assim, devemos somar a remuneração do trabalho (salários), das propriedades (aluguel), do capital (juros) e do empresário (lucro).
Ótica da despesa: o produto da economia é a soma dos gastos que os agentes realizam a partir da sua renda. O gasto pode ser em produtos para consumo, ou para investimento, como produtos duráveis e não duráveis, bens de capital, títulos do governo, moedas etc.
Sob as três óticas, o cálculo da atividade da economia é igual. Desse fato, emerge a identidade fundamental da macroeconomia: renda é igual a produto, que é igual a despesa.
IMPORTANTE: O preceito básico da macroeconomia é: renda = produto = despesa. A contabilidade nacional é, portanto, um método de mensuração da atividade econômica, por meio do cálculo da produção, da renda ou da despesa de um país, em determinado período.
Explorando a Temática III
Agora que você respondeu a mais uma questão de fixação e compreendeu o conceito de contabilidade nacional, estudaremos os seus principais agregados econômicos. Vamos lá?
Principais Agregados Econômicos 
Agregados econômicos são variáveis macroeconômicas medidas e calculadas de forma total e conjunta, expressas em valores monetários, dentro de uma economia. São exemplos de agregados econômicos: o total do consumo, o total da renda, o total do investimento e assim por diante.
 O agregado mais importante, de maior visibilidade e impacto, é o Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde ao conceito de produto da economia, gerado em um ano, dentro das fronteiras geográficas do país. O PIB é definido através da fórmula:
PIB = C + I + G + (X-IM)
Onde, C é o consumo; I são os investimentos; G são os gastos do governo e X-IM são as exportações líquidas ou, em outras palavras, as exportações (X) menos as importações (IM).
Vamos conceituar:
· Consumo: é a soma de todos os bens e produtos adquiridos pelos consumidores, como carros, passagens aéreas, alimentos e brinquedos.
· Investimento: refere-se à soma das máquinas e dos equipamentos adquiridos no ano por parte dos empresários, indivíduos e governo. Um trator, um galpão ou uma máquina de costura são exemplos de itens contabilizados em investimentos.
· Gastos do governo: referem-se à soma dos bens e dos serviços adquiridos pelo governo, nas esferas federal, estadual e municipal. Esse gasto varia de material de escritório a aviões.
· Exportações líquidas: são obtidas pela subtração das exportações (X) menos as importações (IM). Ou seja, é a subtração do que vendemos ao exterior pelo que compramos do exterior, compreendendo tanto consumidores, quanto empresas e governo.
Um outro agregado importante é o Balanço de Pagamentos, que é um resumo contábil das transações econômicas que o país fez com o resto do mundo, durante um período de tempo. Permite avaliar a situação econômica do país. O balanço de pagamento é composto pela soma dos saldos de:
· Balança das transações correntes: engloba balança comercial (diferença entre as exportações e as importações de mercadorias); balança de serviços (diferença entre serviços prestados e recebidos) e transferências unilaterais.
· Balança de Capitais: diferença investimentos e empréstimos feitos e recebidos e as importações.
· Erros e Omissões: correções.
 Os agregados econômicos permitem ao governo definir suas políticas relacionadas com a economia, como a monetária, por exemplo, onde o governo define as condições de liquidez da economia, como a quantidade de moeda disponível e o nível da taxa de juros. Ou a fiscal, onde o governo afeta a economia pelo nível de impostos arrecadados e pelo volume de investimentos públicos.
No caso da moeda, por exemplo, o Banco Central pode optar por manter um regime controlado (cotações definidas pela BACEN) ou flutuante (cotações definidas pelo mercado, através da oferta e da procura). No Brasil, o regime é flutuante, mas o Banco Central intervém eventualmente, comprando ou vendendo para evitar flutuações muito significativas na cotação e manter a estabilidade econômica.
A partir do estudo da macroeconomia, passamos a entender as políticas governamentais e seu impacto na sociedade, assim como a evolução (ou não) do país, da renda e da qualidade de vida. Até aqui, vimos que a contabilidade nacional é a organização das contas públicas, de modo a estimar os agregados econômicos, como PIB, moeda, gastos do governo.
Explorando a temática IV
Fundamentos da microeconomia
A microeconomia estuda os elementos mais simples do sistema econômico, como o consumidor individual e a firma individual. No caso do consumidor, consideram-se suas decisões de consumo para maximização da satisfação (estudo da demanda); no caso da firma, a melhor combinação do emprego dos fatores de produção para maximização de lucro (estudo da oferta).
Um dos primeiros pontos a estudar é o conceito de elasticidade, que nos ajuda a entender decisões como: que preço cobrar, que nível de impostos a aplicar, como os agricultores vão responder aos efeitos do clima?
Um preço mais baixo em um produto tende a aumentar a quantidade demandada. A medida da sensibilidade da quantidade em relação ao preço é chamada de elasticidade-preço e é calculada dividindo a mudança percentual na quantidade demandada pela mudança percentual no preço.
 
 
Se um aumento de 5% no preço reduz a quantidade demandada em 10%, a elasticidade é -2. Esse sinal negativo nos diz que o preço e a quantidade mudam em direções opostas. Por outro lado, se uma queda de 5% no preço aumenta quantidade demandada em 10%, a elasticidade da demanda é de -0,5.
Se a elasticidade preço for mais negativa que -1, a demanda é elástica. Se a elasticidade-preço ficar entre -1 e 0, a demanda é inelástica. Se a elasticidade-preço da demanda é exatamente -1, a demanda tem elasticidade unitária.
Antes de prosseguir no conteúdo, veja uma aplicação prática sobre elasticidade.
Elasticidade
Porque é importante conhecer o conceito de elasticidade? Imagine que, em um determinado ano, a safra de tomate seja muito ruim e reduza drasticamente a quantidade de tomate que chega ao mercado. Como a elasticidade da demanda de alimentos é baixa, o fracasso da colheita levará a uma forte elevação nos preços dos alimentos.Da mesma forma, colheitas fartas levarão a fortes quedas nos preços.
Vamos entender um pouco mais de microeconomia, definindo o conceito de demanda, a seguir.
Demanda
 O estudo da demanda dos consumidores baseia-se no valor dos bens e dos serviços. A demanda (procura) por determinado bem, depende de um fator subjetivo, a utilidade, e de valores objetivos, como renda e preço. Segundo Silva e Luiz (2010), a demanda, ou procura, é definida como a quantidade de determinado bem (ou serviço) que o consumidor deseja comprar em um período específico.
Os economistas observaram que estimar com precisão a quantidade demandada de determinado bem, considerando as variáveis envolvidas, que oscilam com o tempo, seria uma tarefa praticamente impossível. Sendo assim, eles introduziram, na microeconomia, a premissa ceteris paribus, que significa "tudo o mais constante". Assim, admitindo que todas as variáveis são mantidas constantes, é possível determinar a quantidade demandada de um bem, apenas pelo seu preço.
A relação entre a quantidade demandada de um bem e o seu preço é chamada de curva de demanda e é representada matematicamente por:
D_{x}=f(p_{x})
Onde,
D_{x} = quantidade demandada do bem x;
p_{x} = preço do bem x. 
IMPORTANTE: Essa função mede o efeito das variações do preço do bem em sua demanda. O sentido dessa relação preconiza o estabelecimento da lei da demanda, ou lei da procura, que afirma: quanto maior o preço de um bem, menor é a procura por ele, e vice-versa. Em outras palavras, há uma relação inversa entre preço e quantidade demandada.
A curva de demanda pode ser representada graficamente, veja o gráfico a seguir, que mostra a curva da demanda por pastéis:
GRÁFICO 1 - Curva de demanda
Fonte: Elaborado por Denys Wiese
Observe que, com o preço em 1, a demanda é de 100 pastéis. Com o preço em 2, a demanda passa a ser de 80, e assim sucessivamente. À medida que o preço aumenta, a demanda diminui. Esse é o elemento central da Lei da Demanda.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2008), a demanda por um bem tem curva (ou reta) negativamente inclinada pela existência de dois fatores: bens substitutos e renda finita.
Bens substitutos são aqueles que podem substituir determinado bem, se o seu preço é demasiadamente elevado. Por exemplo: se o preço da carne de gado está muito elevado, podemos consumir carne de frango. Portanto, carne de gado e de frango são bens substitutos.
Já a renda finita também implica a correlação negativa entre preço e quantidade demandada. Qualquer indivíduo tem renda finita; e, por esse motivo, se o preço de determinado bem se eleva, automaticamente, a demanda cai, já que menos produtos são comprados com a renda, que não se alterou (ceteris paribus).
Resposta: 
A relação entre a quantidade demandada de um bem e o seu preço é chamada de curva de demanda e é representada matematicamente por:
D{x}=f(px})
Onde,
D{x} = quantidade demandada do bem x;
p{x} = preço do bem x.
Essa função mede o efeito das variações do preço do bem em sua demanda. O sentido dessa relação preconiza o estabelecimento da lei da demanda, ou lei da procura, que afirma: quanto maior o preço de um bem, menor é a procura por ele, e vice-versa. Em outras palavras, há uma relação inversa entre preço e quantidade demandada.
A curva de demanda pode ser representada graficamente, explicando a relação entre o preço de um bem e a procura por ele:
Este gráfico traça em um plano cartesiano, a relação entre o preço do pastel, que varia de 0 a 1, no eixo x, e a quantidade de pastéis, que varia de 0 a 100, no eixo y.
Com o preço em 1, a demanda é de 100 pastéis. Com o preço em 2, a demanda passa a ser de 80, e assim sucessivamente. À medida que o preço aumenta, a demanda diminui. Esse é o elemento central da Lei da Demanda.
Explorando a Temática V
Depois de estudar demanda, vamos entender a teoria da oferta. Acompanhe!
Oferta
A teoria da oferta ou da produção preocupa-se com os produtores, isto é, com aqueles que ofertam bens ao mercado, a partir da combinação dos fatores de produção em suas empresas, a fim de satisfazer as necessidades dos consumidores. Os fatores de produção mais conhecidos e utilizados são:
Trabalho: todos os serviços das pessoas empregadas na produção;
Capital: máquinas, equipamentos e instalações utilizadas na produção;
Recursos naturais: terra, água e outras matérias-primas.
A teoria da oferta ou da produção pode ser simplificada e representada pela função de produção:
Q=f(K x L) 
Onde:
Q = quantidade produzida do bem;
K = quantidade empregada do fator capital;
L = quantidade empregada de fator trabalho.
Segundo Silva e Luiz (2010), a função de produção é uma relação técnica entre as quantidades empregadas dos fatores de produção e as quantidades produzidas do bem ou de serviço.
Assim, entende-se que o empresário pode escolher os fatores que irá utilizar, de acordo com seus custos. Assim, para produzir uma quantidade de bens, o empresário deve utilizar uma quantidade X, de capital, e Y, de trabalho. Entretanto, se em determinado momento ele usar menos capital para manter a produção, será preciso compensar com mais trabalho e vice-versa.
IMPORTANTE: O empresário toma suas decisões com base nos conceitos de custo de produção, receita e lucro total. Na verdade, o objetivo sempre é a maximização do lucro total. Entretanto, para isso, ele observa a variação dos custos e da receita.
Nesse sentido, podemos entender custo de produção como a despesa do empresário com aquisição dos fatores de produção. Já a receita total é a quantia que recebe quando vende a sua produção. Por fim, o lucro total é a diferença entre receitas e custos.
A teoria da oferta considera que os elementos que interferem na oferta dos bens e serviços são: preço e custo. Eles são particularmente importantes porque interferem diretamente na receita, no custo e, consequentemente, no lucro do empresário.
Nesse sentido, a curva de oferta mede a relação entre a quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mercado. A inclinação dessa curva é positiva, pois, conforme o preço aumenta, maiores são as receitas e os lucros (mantidos os custos constantes); com isso, incentiva-se o empresário a produzir mais e maximizar o seu lucro total.
A curva de oferta pode ser descrita como:
Q_{x}=f(p_{x}) 
Onde:
Q_{x}= quantidade ofertada do bem x;
p_{x} = preço do bem x.
LEMBRE-SE: A curva de oferta determina a lei da oferta: quanto maior o preço de um bem, maior a sua oferta.
Agora, vamos analisar o mesmo gráfico, que vimos anteriormente associado à demanda, só que agora, sob o ponto de vista da curva de oferta.
GRÁFICO 2 - Curva de oferta
Fonte: Elaborado por Denys Wiese
IMPORTANTE: A figura anterior mostra uma curva de oferta de pastéis. No gráfico, o preço do pastel é o P_{x} da fórmula anterior, e a quantidade ofertada de pastéis é o D_{x}.
A interpretação é simples: ao preço de 1, o empresário oferta 20 pastéis; ao preço de 2, oferta 40, e assim sucessivamente.
Estudamos a demanda e a oferta, então, agora, vamos entender o equilíbrio, certo?
Equilíbrio 
Na Economia, os preços são determinados tanto pela oferta como pela demanda. Em uma situação normal, as duas curvas (demanda e oferta) vão, em algum momento, se cruzar.
Essa situação, em que a quantidade de produto demandada pelos consumidores é atendida plenamente pela quantidade de produto ofertada pelos produtores, é chamada de ponto de equilíbrio.
GRÁFICO 3 - Preço de equilíbrio
Fonte: Elaborado por Denys Wiese
IMPORTANTE: O Gráfico 3 mostra o preço de equilíbrio, que iguala as quantidades demandadas e ofertadas, representado, no gráfico, pelo ponto A, isto é, preço de 3 e quantidade de 60.
Quando o preço do pastel está acima do preço de equilíbrio, está havendo um excesso de pastel. Isso porque a quantidade ofertada é superior ao que é demandado para esse nível de preço. Neste caso, o preço do pastel tende a cair.
Quando o preço do pastel está abaixo do preço de equilíbrio, está havendo falta de pastel. Isso porque a quantidade ofertada é inferior à quantidade demandada para esse nível de preçode pastel. Neste caso, o preço do pastel tende a subir.
Ambos os desequilíbrios tendem a não permanecer por muito tempo, assim como o próprio equilíbrio, pois diversos fatores interferem nas duas curvas, e eles estão em constante mudança e interação.
Mercados 
Mercado pode ser definido como um ambiente formado por pessoas que querem comprar (consumidores) e pessoas que querem vender (produtores). Em termos econômicos, definimos mercado como sendo o encontro da oferta com a demanda por bens e serviços de uma economia, interagindo de modo a determinar o preço de cada um deles. Este conceito nos permite classificar os mercados em diversos tipos.
A concorrência perfeita é o mercado onde os atos dos compradores e vendedores individuais não tem efeito sobre o preço de mercado. Ou seja, há muitos compradores e muitos vendedores. Essencialmente, todas produzem o mesmo produto e cobram por ele o mesmo preço. Existe livre entrada e livre saída deste tipo de mercado.
O monopólio puro é um tipo de mercado oposto à livre concorrência. Neste caso, existe um único fornecedor para todo o mercado. O monopólio permite ao produtor reduzir a oferta e aumentar o preço, bem como praticar preços diferentes para consumidores diferentes. Como não há alternativa, o consumidor deve comprar dele.
A concorrência perfeita e o monopólio puro são extremos teóricos de estruturas de mercado, úteis para estabelecer referências de estudo. Na prática, os mercados situam-se em pontos intermediários entre estes dois pontos. Veja na figura abaixo, o comparativo entre os tipos de mercados.
QUADRO 1 - Estruturas de Mercados
Fonte: Elaborado por Denys Wiese a partir de DORNBUSCH (2003).
Agora, vamos responder à quinta e última questão de fixação desta Unidade. Vamos lá!
Resposta:
Os mercados podem se organizar em dois extremos:
• Concorrência perfeita: há muitos compradores e vendedores e os atos dos compradores e vendedores individuais não tem efeito sobre o preço de mercado. Todos produzem o mesmo produto e cobram preços bastante similares. Existe livre entrada e livre saída de mercado.
• Monopólio puro: um único fornecedor para todo o mercado. O produtor pode reduzir a oferta e aumentar o preço, além de praticar preços diferentes para consumidores diferentes.
A concorrência perfeita e o monopólio puro são extremos teóricos de estruturas de mercado, úteis para estabelecer referências de estudo. Na prática, os mercados situam-se em pontos intermediários entre estes dois pontos.
Unidade 2
Explorando a Temática I
Introdução à Engenharia Econômica
Toda produção agrícola é realizada em ciclos: é preciso plantar, esperar o tempo necessário para que a semente germine e se desenvolva em uma planta que possa ser colhida e forneça frutos, verduras ou cereais.
O produtor precisa comprar sementes, aplicar herbicidas contra pragas e doenças, proteger-se das intempéries até que, finalmente, possa efetuar a colheita e vender seu produto. E essa venda deve ser feita em tal volume de preço que, terminado o ciclo produtivo, sobre dinheiro, exista lucro.
Como fazer isso? Quais os fatores que o produtor deve levar em conta no momento de buscar seus recursos? Que elementos deve considerar para saber se os valores a serem obtidos externamente tem um custo justo? Quais ferramentas utilizar?
Para responder essas perguntas, vamos fazer uma pequena jornada histórica, que vai nos permitir conhecer a Engenharia Econômica, um ramo da ciência administrativa e financeira que procura resolver problemas de financiamento e aplicação de recursos financeiros.
Tópicos abordados
2.1 Eficiência Técnica e Econômica da Engenharia Econômica
2.2 Fluxo de Caixa
2.3 Matemática Financeira
2.3.1 Período de Capitalização
Eficiência Técnica e Econômica da Engenharia Econômica
Quando você olha para o mundo ao seu redor, quais são as coisas que mais te chamam a atenção? Pense, por exemplo, em algumas cidades ou países: Paris na França, Pisa na Itália. O Egito. Quando pensa nesses lugares, quais as coisas que vem, imediatamente, à memória?
É bastante provável que você, mesmo que nunca tenha visitado esses lugares, lembre-se da Torre Eiffel, da Torre Inclinada de Pisa e das Pirâmides. E o que esses monumentos têm em comum?
Basicamente, são obras realizadas por pessoas.
Obras são o fruto que obtemos quando reunimos nossos desejos (deixar uma marca) e necessidades (alimentar pessoas) e, utilizando recursos tangíveis (ferro, cimento, pessoas, sementes, adubo, dinheiro) e intangíveis (métodos de organizar o trabalho, técnicas construtivas, sistemas de plantio e adubação), produzimos um objeto tangível (uma torre, uma pirâmide, uma safra de tomates).
Inicialmente, a realização das obras humanas era intuitiva, ou seja, não havia muito método. A necessidade surgia, a solução era buscada na natureza ao redor. Quando nossos ancestrais caçadores-coletores precisaram fugir das intempéries naturais e dos predadores ferozes, eles foram direto para os abrigos que estavam disponíveis: as cavernas, que eram secas e protegiam das feras selvagens. Quando a fome apertava, eles coletavam os frutos nas árvores. Isso funcionou por um tempo, mas a evolução seguiu seu curso e, logo, somente uma caverna sequinha não era suficiente. Queríamos calor, espaço para guardar a comida, privacidade para perpetuar a espécie. A tribo ficou maior, e as árvores já não davam conta de produzir naturalmente toda comida necessária. As necessidades ficaram mais sofisticadas. Surgiu a complexidade.
No começo, essa complexidade se fez simplesmente pelo aumento da quantidade de pessoas e a sofisticação das suas necessidades. As cavernas ficaram pequenas e, se todos os membros da tribo quisessem morar na caverna (de modo confortável), não seria possível ficarem juntos ou, até mesmo morarem próximos (infelizmente, a natureza não costuma construir as cavernas naturais tão próximas umas das outras como gostaríamos ou como seria necessário para que possam virar cidades). Do mesmo modo, as frutas para coletar não eram tantas assim. E, no caso específico dos alimentos, ainda era necessário esperar que as plantas completassem seu ciclo. Ou seja, os recursos disponíveis na natureza não eram suficientes para atender às necessidades de todos.
Era preciso modificar a natureza. Era preciso fazer abrigos e plantar alimentos.
No caso das habitações dos nossos ancestrais, a saída encontrada foi a construção de lugares para morar. Em algum momento surgiu a primeira cabana. E logo a segunda, provavelmente diferente da primeira, pois não havia padrão, nem método, somente a reunião de materiais. Cada um fazia do seu jeito.
Mas logo, as pessoas começaram a perceber que um determinado construtor fazia cabanas melhores do que as outras. E perguntaram a ele como ele as fazia. E ele ensinou. E assim surgiu um método de construir casas seguras, utilizando da melhor maneira os materiais existentes. Era a alvorada da técnica: casas melhores, construídas mais rapidamente, usando menos materiais.
Mas, esse construtor, sozinho, não conseguia construir casas para todo mundo. Logo, ele se juntou com outras pessoas, eles aprenderam o método de construção e começaram a fazer o trabalho de modo mais estruturado, dividindo tarefas e funções. Surgia outro elemento importante para nosso estudo: as organizações.
Uma organização é uma reunião de pessoas e recursos, constituída para atender aos objetivos de seus fundadores ou proprietários e, para atender essa missão, ela realiza atividades e consome recursos. Estes recursos não são ilimitados. Então, eles devem ser direcionados para aquelas atividades que gerem maiores resultados para a organização. Isso é o que chamamos de uso eficiente dos recursos.
A eficiência, segundo Chiavenatto (2014, p. 60) é "a correta utilização dos recursos (meios de produção) disponíveis", sendo relacionada com "a melhor maneira pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos de trabalho), a fim de que os recursos (pessoas, máquinas, matérias-primas, etc.), sejam aplicados da forma mais racional possível", ou seja,eficiência técnica é a utilização dos recursos disponíveis de modo que gerem o maior resultado possível, com o menor gasto de recursos.
E o resto é história, que foi acontecendo até que hoje temos condomínios gigantescos, com centenas de habitações similares, construídos por construtoras que realizam dezenas de projetos ao mesmo tempo.
A ciência que permitiu o início dessa jornada, partindo de uma tosca habitação para luxuosos apartamentos, é a Engenharia, executada por organizações, com técnicas cada vez mais apuradas.
Mas o domínio da técnica não foi o único desafio enfrentado neste processo.
Assim que começou a construir, o homem percebeu que alguns materiais eram melhores do que os outros, mas, ao mesmo tempo, percebeu que nem sempre esses materiais estavam disponíveis na quantidade que ele precisava, no momento em que se faziam necessários. O homem descobriu a escassez.
E, sabendo que os recursos são escassos, ou seja, que a quantidade de materiais que temos disponíveis é normalmente menor do que a quantidade necessária para suprir totalmente as suas necessidades, o homem descobriu que precisava encontrar maneiras de fazer com que os recursos fossem corretamente escolhidos e adequadamente utilizados.
Essa preocupação de como distribuir e gerenciar os recursos escassos é a base das ciências econômicas.
Aplicando o conceito ao universo das organizações, e lembrando que o recurso mais importante delas é o financeiro, a preocupação econômica está relacionada em como realizar as operações utilizando o menor volume de dinheiro e, idealmente, proporcionando maiores resultados.
Nas palavras de Assaf Neto (2003, p. 31), devemos buscar uma ótima "relação entre o retorno do investimento e o custo da captação". Eficiência Econômica, portanto, é a obtenção de retornos superiores aos custos dos recursos utilizados.
ATENÇÃO: O maior desafio da Engenharia Econômica é estipular corretamente a quantidade de recursos financeiros necessários e apoiar a escolha daquelas fontes que representam a relação mais eficiente entre os custos de obtenção e os benefícios proporcionados pelo uso destes recursos.
Reunindo estes conceitos, surgem, então, algumas perguntas: como definir quais as melhores fontes de recursos financeiros para nossa organização atingir seus objetivos? Que quantidade de recursos serão necessários para realizar nossos objetivos? Quais os projetos que devem ser realizados para obter melhores resultados?
Essas inquietações são a base da busca da eficiência técnica (quais recursos e em que quantidade) e econômica (qual a melhor maneira de organizar os recursos).
O ramo da ciência que se ocupa destas questões é chamado de Engenharia Econômica, que podemos definir como o estudo das técnicas e ferramentas necessárias para a tomada de decisão entre alternativas de investimento, limitadas pelo volume escasso de recursos, ou seja: não há dinheiro para realizar, simultaneamente, todos os projetos que desejamos. É preciso escolher com o uso de ferramentas e metodologias adequadas.
Segundo Rebelatto (2004, p. 301-302), é "cada vez mais importante que as empresas utilizem informações para uma tomada de decisão eficiente. Estas informações devem estar relacionadas, principalmente, à situação financeira e econômica, desempenho e eficiência dos recursos, adequação das fontes às aplicações e avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras".
É importante, portanto, que sejam empregados os conceitos e ferramentas da Engenharia Econômica para a tomada de decisão sobre projetos de investimento nas empresas. Então, vamos responder à primeira questão de fixação?
Explorando a temática II
Fluxo de Caixa 
Adotamos o conceito de Engenharia Econômica como sendo o estudo das técnicas e ferramentas necessárias para a tomada de decisão entre alternativas de investimento, limitadas pelo volume escasso de recursos. Mas quais seriam essas técnicas e ferramentas? De que aplicações práticas estamos falando? Quais os conceitos de gestão afetados?
Sendo o principal recurso das organizações, o dinheiro, é natural que ele seja o elemento mais estudado e mais importante. Assim, é preciso dispor de ferramentas que permitam à empresa saber os volumes de recursos necessários ao cumprimento de suas obrigações financeiras e realização de seus projetos, no curto e no longo prazo. O instrumento utilizado para este tipo de avaliação é o fluxo de caixa.
Segundo Assaf Neto (2003, p. 31), a técnica financeira consiste na capacidade de "sincronizar a capacidade de geração de caixa dos negócios e o fluxo de desembolsos exigidos pelos passivos". Ou seja, como a organização financeira gerencia seu fluxo de caixa de modo eficiente.
O fluxo de caixa é um elemento estratégico da organização (permite avaliar o futuro) ao mesmo tempo em que é uma ferramenta operacional (permite a visualização dos movimentos diários de entradas e saídas de recursos). O quadro, a seguir, apresenta as definições de alguns autores brasileiros:
Perceba que algumas definições apontam para o fluxo de caixa como conceito (ASSAF NETO, 2003) (MATARAZZO, 2010) (SALAZAR, 2012), enquanto outras direcionam para fluxo de caixa como instrumento de gestão (ZDANOVICZ, 2004) (SÁ, 2009) (SILVA, 2012). Há ainda, o demonstrativo financeiro estipulado pela legislação contábil, a partir da Lei n. 11.638/07. Em qualquer um desses pontos de vista, o essencial é perceber o fluxo de caixa como um sistema por onde circulam os recursos da empresa, como você pode observar na figura a seguir.
Em linhas gerais, o Fluxo de Caixa começa com uma disponibilidade inicial de capital, que pode ser próprio (os sócios colocam seu próprio dinheiro no negócio) ou de terceiros (a empresa capta, através de empréstimos, o dinheiro necessário para fazer a operação funcionar). À medida que os negócios acontecem, as vendas geram entradas de recursos (recebimentos) e saídas (pagamentos). Estes dois elementos são concentrados no Caixa da empresa.
 
Confira a seguir, a critério de curiosidade, um exemplo que representa o fluxo de caixa.
 
 
 
Fluxo de caixa 
 
O extrato bancário da conta corrente onde você recebe o seu salário é um exemplo de fluxo de caixa. Nele estão registrados os créditos de salário e as saídas dos pagamentos que você realiza, separados por datas em que ocorrem.
 Para a Engenharia Econômica, os fluxos de caixa são um elemento essencial. Samanez (2007, p. 223), afirma que os fluxos de caixa são "a principal matéria-prima para estimar o valor de uma empresa, medir a rentabilidade de um projeto de investimento, planejar as operações ou estabelecer a capacidade de pagamento de uma dívida". Neste caso, não estamos exatamente interessados no fluxo de caixa como demonstrativo contábil, ou como explicação para a movimentação financeira histórica da empresa, mas sim, com as possibilidades futuras.
 Quando estamos avaliando um projeto, do ponto de vista da Engenharia Econômica, não existe um padrão para montagem destes fluxos, mas alguns princípios são elencados por Samanez (2007) e devem ser observados:
 - Os fluxos relevantes são aqueles que tem natureza incremental, ou seja, aqueles que somente passam a existir se o projeto for aceito;
- Os custos de oportunidade associados a recursos já possuídos devem levar em conta o melhor uso alternativo destes recursos;
- Devem ser consideradas as alterações nas necessidades de fluxo de giro, uma vez que essas mudanças são incrementais (somente acontecem se o projeto for aceito);
- Os efeitos da tributação (aumento ou redução de impostos) devem ser considerados;
- Os efeitos do projeto em outros setores da empresa (ou em outros projetos) devem ser considerados;
- Os custos passados (já realizados) não serão recuperados se o projeto não for feito. Logo, não devem compor o fluxo de caixa do projeto.
- Os custos não indiretamente atribuídos ao projeto, devem ser alocados no projeto somente se forem incrementais;
- Os efeitos da inflação devem ser considerados;
- O valor residual ou de liquidação do projeto deve ser estimado de modo consistente com os demais cálculos.Para facilitar a sua compreensão, é apresentado abaixo um exemplo de aplicação do fluxo de caixa. 
 
 
Fluxo de caixa 
 
Uma tecelagem está planejando substituir um dos teares por um modelo que produz uma maior quantidade. Estimativas apontam que o tear atual pode ser usado por mais 6 anos, antes de tornar-se totalmente obsoleta. Seu valor contábil é de R$ 28.000,00. O preço da máquina no mercado de usados é de R$ 32.000,00. Um tear novo custa R$ 450.000,00, uma vida útil estimada de 10 anos e depreciação linear. A tabela abaixo apresenta alguns fatores envolvidos na avaliação do projeto:
O custo da mão-de-obra é de R$ 9.000,00 por ano e isso não vai mudar com a troca de tear. Não haverá modificações nas alíquotas tributárias com a adoção da nova tecnologia.
 Para montar o fluxo de caixa do projeto, utilizamos uma tabela como esta que vem a seguir e consideramos um tempo de planejamento equivalente ao período em que a máquina atual pode continuar a ser usada (os números entre parênteses representam saídas):
Para calcular cada uma das linhas, usamos as seguintes operações:
a. investimento = é o valor que devemos dispor para comprar a máquina nova. Neste caso, calculamos o valor líquido necessário, uma vez que vamos vender a máquina usada. Assim, 450.000 - 32.000 = 418.000.
b. aumento de receitas = é o valor que teremos a mais nas receitas, em decorrência do aumento de vendas previstos pelo novo tear. Assim, temos uma produção de 150.000 x 3,40 (novo tear), que diminuímos das vendas atuais de 120.000 x 3,20 (tear usado). A diferença é de 126.000 por ano em vendas novas.
c. economia de pessoal = como a nova máquina precisa de menos operadores, nossas despesas com pessoal vão reduzir. Assim, serão 3 operários a menos, a um custo de 9.000 cada. Ou seja, economia de 27.000. No fluxo de caixa, consideramos isso como entrada (uma vez que é um dinheiro que vai "sobrar").
d. economia de material = o custo da matéria-prima é menor para o novo tear, por conta do avanço tecnológico. Então, o custo anterior é de 156.000 (120.000 x 1,30), enquanto o custo da nova máquina é de 150.000 (150.000 x 1,00). Ou seja, essa é mais uma redução de custo que é apropriada ao fluxo como entrada de caixa. O novo tear aumenta em 5.000 por ano as despesas fixas. Isso consta em nosso fluxo de caixa como uma saída.
e. finalmente, temos o incremento acumulado do caixa. No primeiro ano, temos uma saída de 418.000, ficando o fluxo de caixa deste projeto negativo. No segundo ano, mesmo tendo entradas superiores às saídas, o saldo ainda continua negativo, por conta do alto investimento inicial. Perceba que o saldo do projeto somente fica positivo após o terceiro ano.
f. ao final do período do projeto, devemos considerar o valor contábil do novo tear. No caso, é de 135.000. Isso é calculado pela depreciação, que é de 45.000 por ano. Como ainda teremos 3 anos (até o fim da vida útil do bem, que é 10 anos), vamos ter um valor de 135.000.
Essa montagem de fluxo de caixa é importante para termos uma ideia da composição das entradas e saídas de caixa, relacionadas com um projeto, com uma alternativa de investimento.
 Entretanto, falta nessa construção, um aspecto muito importante: o custo do dinheiro necessário para iniciar o investimento. 
A ferramenta da Engenharia Econômica que supre essa dificuldade é a matemática financeira, que vamos estudar na próxima seção. Mas, antes, vamos responder a mais uma questão de fixação.
Explorando a temática III
Matemática Financeira
Vimos que o fluxo de caixa nos permite visualizar as entradas e saídas de dinheiro de um projeto ao longo do tempo. Isso é bastante intuitivo e relativamente fácil de compreender, uma vez que ocorre depois que temos garantidos os recursos iniciais para o projeto. Mas o que fazemos nas situações em que estes recursos não estiverem disponíveis na empresa? Como calculamos o impacto financeiro de solicitar dinheiro externo? Como selecionar a fonte de recursos que tenha menores custos ou que promova melhores retornos?
É a Matemática Financeira que nos ajuda a encontrar as respostas para estas questões.
Sob o olhar financeiro, o valor de uma entrada de recursos de 100,00 é diferente de uma entrada de 100,00 em qualquer data no futuro. Por que isso ocorre, se a cédula que representa os 100,00 não muda de hoje para amanhã?
O conceito de mudança de valor do dinheiro ao longo do tempo é essencial para a Engenharia Econômica. Ele explica que preferimos receber 100,00 hoje em lugar de 100,00 em 30 dias a partir de duas noções principais:
- Custo de oportunidade: se eu tiver 100,00 hoje, posso aplicar em alguma atividade e, no futuro, ter mais do que 100,00. Essa diferença gerada pela aplicação é chamada de juros, que é, então, o ganho pelo uso do recurso.
- Risco: enquanto tenho certeza dos 100,00 que tenho hoje, não sei se, no futuro, vou receber os 100,00. Em um empréstimo, por exemplo, para compensar essa incerteza, eu cobro uma diferença, que são os juros, representando neste caso, o preço pelo risco.
IMPORTANTE: o custo de oportunidade pode ser entendido como o custo de "não fazer" determinada coisa. Por exemplo, se uma das opções envolve um retorno de 100,00 em um mês, o custo de oportunidade relacionado é de 100,00, porque, se eu não escolher essa opção, não terei os 100,00.
Para calcular essa diferença, ou seja, definir o valor dos juros aplicado à duas entradas ou saídas de fluxo de caixa que ocorrem em períodos diferentes ao longo do tempo, utilizamos um fator chamado taxa. Essa taxa de juros, então, é a expressão monetária que reflete o efeito da passagem do tempo nos valores monetários.
Quando estamos falando de um empréstimo, a taxa de juros é o custo de uso do dinheiro. Um empréstimo pode ser comparado a um aluguel de um imóvel: é um período em que uma pessoa cede para outra um determinado volume de dinheiro para ser usado, ao final, deve-se devolver o dinheiro e uma compensação pelo direito de ter usado este recurso.
Para entender os elementos envolvidos neste conceito em uma aplicação prática, imagine a seguinte situação: um produtor de tomate, precisando financiar sua safra, foi até o banco e realizou um empréstimo de 100.000,00, que retirou em março de 2016. Ele utilizou esse recurso para fazer seu plantio, prometendo pagar ao banco o valor de 110.000,00, divididos em duas parcelas, uma em março de 2017 e outra em março de 2018. Veja na figura:
Esse tipo de diagrama é o fluxo de caixa utilizado pela Matemática Financeira. Perceba que os valores são idênticos em ambos os lados da operação (100.000, 55.000 e 55.000), mas que suas posições são invertidas. No primeiro momento, o produtor recebe 100.000 do banco e, no segundo momento, devolve 110.000, em duas parcelas.
Em um diagrama de fluxo de caixa, as entradas são colocadas na parte superior, enquanto as saídas são colocadas na parte inferior, sendo que ambas são registradas de acordo com a linha do tempo em que ocorrem.
Os elementos desse problema recebem, em Matemática Financeira, algumas denominações e simbologias:
- O Valor Inicial (que o produtor recebe e o banco entrega) é chamado de Valor Presente, e é representado pela sigla PV (do inglês Present Value). No caso do nosso fluxo, este valor seria 100.000.
- O Valor Total que vai ser pago (que o banco recebe e o produtor entrega) é chamado de Valor Futuro, e é representado pela sigla FV (do inglês Future Value). No caso do nosso fluxo, o valor seria de 110.000.
- Quando a devolução do valor é feita em parcelas, chamamos de Pagamentos, normalmente representados pela sigla PMT (do inglês payment). No nosso fluxo, seriam dois de pagamentos, no valor de 55.000 cada.
- Os juros que são acrescidos são representados pela letra J. No nosso exemplo, o valor seria de 10.000 (diferença entre PV e FV).
- A taxa de juros, que transforma o PV no FV, é representada pela sigla i (do inglês interest rate). No nosso exemplo, seria uma taxa de 10% (veja a seguir, o cálculo). As taxas costumam ser apresentadas com o símbolo "%" (percentual), mas, nos cálculos, são utilizadasna forma decimal, que é obtida pela divisão da taxa % por 100. Então, uma taxa de 10%, quando utilizada em cálculos, deve ser representada como 0,10 (10/100).
Cálculo da taxa de juros, tendo o PV e o J.
i = J/PV 
i = 10.000/100.000 
i = 0,10 
- O tempo decorrido entre o PV e o FV é representado pela letra n (do inglês number) e, no cálculo, não tem significado cronológico, mas sim de quantidade de Pagamentos realizados, que também chamamos de períodos. No nosso fluxo, seriam dois pagamentos.
As relações entre os elementos acima, são o objeto de estudo da Matemática Financeira. No tópico a seguir, vamos estudar os modos de agregação dos juros ao valor presente e apresentar as fórmulas utilizadas para os cálculos de todos os elementos. Mas, antes de continuar, precisamos responder à terceira pergunta de fixação. Vamos fazer uns cálculos!
Explorando a temática IV
Período de Capitalização
O processo de acumular juros, ao longo do tempo, a partir de uma determinada taxa, sobre determinado valor presente, é chamado de Capitalização e pode ocorrer, basicamente, de duas maneiras.
Se, a cada período, aplicamos a taxa de juros sempre sobre o valor presente original, sem somar os juros de cada período, estamos utilizando o Regime de Capitalização Simples. Neste caso, os juros de cada período serão sempre iguais.
Se, a cada novo período, somamos os juros calculados ao valor presente original, e calculamos os juros do novo período sobre esta soma, estamos utilizando o Regime de Capitalização Composto, também conhecido popularmente como juros sobre juros. Nesse caso, os juros de cada período vão crescer ao longo do tempo.
A tabela a seguir, demonstra essa diferença em termos matemáticos:
Para cada um destes regimes, possuímos fórmulas que permitem calcular cada um dos elementos de um problema financeiro (aplicação ou empréstimo). Abaixo listamos estas fórmulas e fornecemos alguns exemplos de uso.
 
No caso da Capitalização Simples:
 
1) Valor Futuro:
 
 
 
Exemplo: Uma pessoa emprestou 100,00 pelo prazo 3 meses e, no final, recebeu o valor de 25,00 em juros. Qual o valor futuro?
 
 
 
 
 
 
 
2) Valor Presente:
 
 
 
3) Taxa de juros, tendo o valor dos juros:
 
  
 
Exemplo: Uma pessoa emprestou 100,00 pelo prazo 3 meses e, no final, recebeu o valor de 25,00 em juros. Qual a taxa de juros da operação?
 
  
 
  
 
 
 
Observe que esta taxa de juros é decimal e pelo período de 3 meses, ou seja, trimestral. Para obter a taxa percentual, multiplicamos por 100 (0,25 x 100), chegando a taxa percentual de 25%.
 
4) Taxa de juros, tendo o tempo:
 
  
 
5) Valor Futuro:
 
 x  x  
 
Exemplo: Uma pessoa emprestou 100,00 pelo prazo 3 meses e, a uma taxa de juros de 2,00% ao mês. Qual o valor recebido no final do período?
 
 x  x  
 
 x  x  
 
 x  
 
 
 
6) Valor Presente:
 
  
 
Para os cálculos no Regime de Capitalização Composta (apresentamos somente aqueles onde há diferença na fórmula):
 
1) Valor Futuro:
 
 
 
2) Valor Presente:
 
  
 
Exemplo: Qual o valor atual de uma aplicação que, depois de 5 meses, atinge o total de 1.200,00, sendo que a taxa de juros é de 4,50% ao mês?
 
  
 
  
 
  
 
  
 
 
 
3) Taxa de juros:
 
   - 1
 
Essas fórmulas são suficientes para o cálculo de fluxos de caixa simples, compostos por dois eventos: uma entrada e uma saída. Entretanto, sabemos que a maioria das operações financeiras envolvem fluxo de caixa com diversas entradas e saídas, como por exemplo, uma compra de um equipamento a prazo, em 10 parcelas. Quando todas as parcelas são iguais, chamamos de séries uniformes.
 
Este tipo de operação é chamado de série de pagamentos ou recebimentos, que pode ser classificada em três grandes grupos, de acordo com Carrete (2015, p. 195):
 
- Postecipadas (os pagamentos são realizados no fim de cada período de tempo, a partir do primeiro, inexistindo pagamento na data zero, ou "sem entrada");
- Antecipadas (as prestações são pagas no início de cada período de tempo, sendo o primeiro na data zero, ou "com entrada"); ou
- Diferidas (a primeira prestação é paga após um certo número de períodos de tempo, inexistindo pagamento no primeiro período de tempo, ou "com carência").
 
As fórmulas que usamos para os cálculos são as seguintes:
 
1) Valor Presente de uma Série Postecipada:
 
  
 
Exemplo: Qual o valor presente de um financiamento que foi pago em 36 parcelas de 250,00, sendo a taxa de juros de 1,20% por período.
 
  
 
  
 
  
 
  
 
  
 
 
 
 
 
2) Valor Futuro de uma Série Postecipada:
 
  
 
3) Valor do Pagamento de uma Série Postecipada:
 
  
 
Exemplo: Um produtor planeja comprar um trator que custa 250.000,00 à vista. A revendedora pode financiar em 48 meses, com uma taxa de juros de 1,40% ao mês. Qual o valor da parcela?
 
  
 
  
 
  
 
  
 
  
 
 
 
 
 
4) Valor Presente de uma Série Antecipada:
 
   
 
5) Valor Futuro de uma Série Antecipada:
 
   
 
6) Valor do Pagamento de uma Série Antecipada:
 
  
 
Então, vamos entender um pouco mais sobre o cálculo de juros, com as duas últimas questões de fixação.
O cálculo dos juros é feito aplicando-se uma taxa de juros ao capital inicial, a cada período de pagamento. Se o empréstimo é mensal, os juros são calculados uma vez por mês. Os juros podem ser somados ao capital de modo simples ou composto.
Modo simples: os juros de cada período não são somados ao capital inicial. Ou seja, se for empréstimo mensal, a cada mês os juros vão ser calculados sobre a mesma base.
Modo composto: os juros de cada período são somados ao capital, acumulando para um novo cálculo. Ou seja, no empréstimo mensal, os juros de um mês são somados para a nova base de cálculo. Todo mês a base aumenta
Os gastos são dispêndios financeiros que a empresa realiza para a produção de um produto ou serviço. Os gastos podem ser divididos em custos e despesas, por isso é muito importante diferenciá-los. Os custos estão diretamente ligados ao processo de produção do produto ou do serviço. Já as despesas não estão diretamente ligadas ao processo de produção do produto ou serviço. A classificação dos gastos é importante para a apuração precisa e segura do resultado dos negócios da companhia. Assim, o salário dos funcionários pode ser um custo ou uma despesa. Essa classificação depende da área que o funcionário realiza sua atividade laboral na empresa. Caso haja uma situação de redução dos gastos, a empresa irá avaliar, primeiramente, qual a área da empresa está com os gastos elevados. Assim, é possível informar se haverá redução de custos ou de despesas, verificando o impacto dessa redução no preço do produto final.
A diferença entre eles é a relação ao volume de bens produzidos.
Os custos fixos, são gastos que ocorrem, independentemente da quantidade produzida de um determinado produto ou serviço e irão existir mesmo que não haja produção. Exemplo: contas de água, luz, telefone, internet fixa, salários entre outros. Em uma empresa de prestação de serviços, estas contas existirão mesmo sem demanda de serviço.
Os custos variáveis são gastos que sofrem alteração, conforme a quantidade produzida ou vendida do produto ou serviço (Cruz, 2012). Podendo assim este tipo de custo, aumentar ou diminuir, de acordo com a produção. Em uma empresa de prestação de serviços, os gastos com insumos e comissão com vendedores podem variar de acordo com a demanda de serviços.
a) Dentro do conceito fluxo de caixa, defina e justifique as movimentações que são consideradas como entrada de recursos nas instituições. (Valor:40%).
R: O fluxo de caixa é um sistema por onde circulam os recursos da empresa e é essencial percebe-lo. Tendo como elementos essenciais, conforme ilustrado na figura do enunciado o capital (próprio e de terceiros), o caixa, recebimentos e pagamentos. Sendo os principais recursos das instituições, o dinheiro, é natural que ele seja o elemento mais importante.
Assim podemos citar como entrada de recursos o capital, pois o fluxo começa com uma disponibilidade de capital inicial, que pode ser próprio, onde os sócios colocam seu dinheiro no negócio ou através de investimentosde terceiros onde a empresa capta, através de empréstimos, o dinheiro o dinheiro necessário para fazer a operação funcionar.
Temos também as vendas, que geram entradas de recursos (recebimento) no caixa da empresa.
Não podemos esquecer do lucro gerado através de um investimento (projeto), como por exemplo um novo produto ou uma nova unidade (ex: E-commerce) dentro da empresa.
Os valores que entram nestes casos devem ser acumulados de forma que no final do mês esse montante acumulado seja igual ou maior que a saída de recursos como salários e contas de energia.
b) Quando se realiza uma análise ao longo do tempo de um fluxo de caixa que tipo de efeitos deve-se considerar em relação aos valores movimentados no período? (Valor:30%).
R: É de grande importância para a empresa saber os volumes e recursos necessários ao cumprimento de suas obrigações financeiras e na análise do fluxo de caixa ao longo do tempo, deve-se considerar além do capital da empresa, os recebimentos (recursos financeiros: receitas) provenientes do valor que o cliente paga pelo produto ou serviço ofertados e os pagamentos (recursos financeiros: despesas) oriundos dos custos gerados para a produção ou prestação de serviços
c) Durante a estruturação de um projeto, a instituição necessita ter uma visão dos recursos financeiros para se certificar que pode executar o projeto, caso necessite de capital, quais são as fontes geradoras desses recursos e se esses recurso forem de terceiros, o que tem que ser considerados nesse montante? Justifique. (Valor:30%).
R: Nem sempre uma empresa possui os recursos disponíveis, e precisa buscar financiamento externo, incorrendo nos custos financeiros de mercado, que também devem ser considerados na tomada de decisão.
Quando estamos avaliando um projeto, não existe um padrão para montagem destes fluxos, mais alguns princípios são elencados por Samanez (2007):
- Os fluxos relevantes são aqueles que tem natureza incremental, ou seja, aqueles que somente passam a existir se o projeto for aceito;
- Os custos de oportunidade associados a recursos já possuídos devem levar em conta o melhor uso alternativo destes recursos;
- Devem ser consideradas as alterações nas necessidades de fluxo de giro, uma vez que essas mudanças são incrementais (somente acontecem se o projeto for aceito);
- Os efeitos da tributação (aumento ou redução de impostos) devem ser considerados;
- Os efeitos do projeto em outros setores da empresa (ou em outros projetos) devem ser considerados;
- Os custos passados (já realizados) não serão recuperados se o projeto não for feito. Logo, não devem compor o fluxo de caixa do projeto.
- Os custos não indiretamente atribuídos ao projeto, devem ser alocados no projeto somente se forem incrementais;
- Os efeitos da inflação devem ser considerados;
- O valor residual ou de liquidação do projeto deve ser estimado de modo consistente com os demais cálculos.
Entretanto, nem sempre uma empresa possui os recursos disponíveis, e precisa buscar financiamento externo, incorrendo nos custos financeiros de mercado, que também devem ser considerados na tomada de decisão. Neste caso é preciso calcular o impacto financeiro de se solicitar dinheiro externo e selecionar a fonte de recursos que tenha menores custos ou que promova melhores retornos. Podemos analisar outros parâmetros tais como:
- Custo de oportunidade: se eu tiver 100,00 hoje, posso aplicar em alguma atividade e, no futuro, ter mais do que 100,00. Essa diferença gerada pela aplicação é chamada de juros, que é, então, o ganho pelo uso do recurso.
- Risco: enquanto tenho certeza dos 100,00 que tenho hoje, não sei se, no futuro, vou receber os 100,00. Em um empréstimo, por exemplo, para compensar essa incerteza, eu cobro uma diferença, que são os juros, representando neste caso, o preço pelo risco.
a) apresente três recursos que você considera que serão escassos nos próximos anos, de modo que sejam distribuídos:
· um recurso pessoal (próprio): Diante do contexto atual que vivemos e os impactos do uso desordenado dos recursos disponíveis que são finitos, podemos citar a água (doce), uma vez que seu uso é destinado principalmente para consumo próprio, apesar de ser de extrema importância na agricultura, pecuária, indústria, etc. O uso inconsciente da água pode levar a escassez do recurso e muitas pessoas sofreram com a escassez da água, o que afetará vários aspectos da vida do planeta.
· um recurso na indústria (Transformação): O petróleo. Sabemos de a reserva de combustíveis fósseis do planeta é limitada e insubstituível e que seu esgotamento criaria um grande canário de instabilidade, já que é um recurso imprescindível em várias atividades pelo mundo.
· um recurso público: Quando se pensa na questão da escassez de recursos, considerando os direitos sociais, podemos citar os serviços públicos de saúde, que são negligenciados e limitados financeiramente e sofrem com outra escassez, a de recursos orçamentários. Se pensarmos de acordo com KRUGMAN, quando cita o uso produtivo, podemos concluir que a negligencia aqui relaciona-se com o uso improdutivo dos recursos financeiros.
Embora pareçam intermináveis, reservas de elementos essenciais estão ameaçadas. O uso excessivo , má distribuição e eventos climáticos extremos devido ao aquecimento global, tornam cada vez mais valiosos os recursos naturais citados nos itens 1 e 2.
b) Considerando a escassez e os problemas econômicos, escolha um produto ou um bem substituto e explique, porque você está escolhendo esse produto ou esse bem substituto, considerando os 03 tópicos abaixo:
R: de acordo com o conteúdo da matéria, se uma coisa existe em uma quantidade que permita que todos os que precisam dela, consigam essa coisa sem dificuldades, não há razão para preocupação. Sendo os recursos escassos, para obter maior quantidade de um determinado recurso, a sociedade deverá investir uma maior quantidade de outros recursos e, por consequência, atenderá algumas necessidades em detrimento de outras. 
A demanda ou procura é definida como a quantidade de determinado bem (ou serviço) que o consumidor deseja comprar em um período específico. É influenciada também pelo fator: bens substitutos, que são aqueles que podem substituir determinado bem, se o seu preço for demasiadamente elevado. 
Produtos em situação de escassez por diversos motivos, seja recursos naturais, entressafra, crises mundiais, etc., afetam diretamente o preço do bem.
Considerando a escassez dos recursos citarei como na questão anterior o petróleo combustível que pode ser substituído por combustível renováveis, como o de origem vegetal ou o produzido com gases de resíduos.
1. O que e quanto produzir? (Defina um produto de consumo e sua demanda).
Produzir combustíveis renováveis, de maneira sustentável, afim de minimizar os problemas de escassez vivenciados atualmente, quantificando o que será produzido, considerando que os fatores são finitos.
2. Como produzir o produto escolhido por você? (Que processo seria mais eficiente)?
O processo industrial, utilizando recursos públicos e da iniciativa privada, na construção de usinas de beneficiamento do produto em grande escala, observando os meios de produção, atentos a correta utilização dos recursos disponíveis.
3. Para quem produzir? (Qual o tipo de consumidor desse produto)?
Produzir para grandes empresas, principalmente automobilística, prestadoras de serviços de gás combustível, mais também buscando consumidor final com a possibilidade de um produto tipo gás combustível com preços mais compatíveis com a realidade da maioria das pessoas no país.

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