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91 (4) SOCORROS DE URGENCIA

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S UM ÁRI O 
 
 
1. ATRIBUTOS E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA.........02 
2. A OCORRÊNCIA..............................................................................05 
3. AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE.............................................06 
4. SUPORTE BÁSICO DE VIDA ........................................................17 
5. DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA................................26 
6. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO...31 
7. CHOQUE...........................................................................................38 
8. HEMORRAGIA...............................................................................41 
9. QUEIMADURAS..............................................................................49 
10. LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA............................................55 
11. TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM)..................................59 
12. TRAUMA TORÁCICO....................................................................61 
13. TRAUMA ABDOMINAL................................................................64 
14. TRAUMA MÚSCULO - ESQUELÉTICO......................................68 
15. INTOXICAÇÕES...........................................................................73 
16. TRIAGEM......................................................................................76 
17. REFERÊNCIAS.............................................................................80 
CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 2 
 
 
 
1. ATRIBUTOS E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA 
 
 
 
1 .1 INTRODUÇÃO 
 
É da maior importância que o socorrista conheça e saiba colocar em prática o suporte 
básico de vida. Saber fazer o certo na hora certa pode significar a diferença entre a vida 
e a morte para um acidentado. Além disso, os conhecimentos na área podem minimizar 
os resultados decorrentes de uma lesão, reduzir o sofrimento da vítima e colocá-la em 
melhores condições para receber o tratamento definitivo. 
 
 
1 .2 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) 
 
É o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o 
transporte da vítima, visando mantê-la com vida e estável, evitando o agravamento das 
lesões existentes e fornecendo um transporte rápido e adequado até um serviço de 
referencia. 
 
 
1 .3 O SOCORRISTA 
 
É pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança, avaliar e 
identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado 
socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes. 
 
É uma atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria N° 2048, 
de 05 de novembro de 2002. O socorrista possui um treinamento mais amplo e detalhado 
que uma pessoa prestadora de socorro. 
 
 
1 .4 ATRIBUTOS DO SOCORRISTA 
 
Os principais atributos inerentes à função do socorrista são: 
 
a) 
 
 
b) 
 
 
c) 
 
Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento 
necessário; 
 
Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou 
exageradas daqueles que estão sob situação de estresse; 
 
Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente. 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS - SEÇÃO DE CURSOS DE EXTENSÃO 
3 CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 
 
 
 
1 .5 RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA 
 
As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o cumprimento 
das seguintes atividades: 
 
a) 
 
 
b) 
 
 
c) 
 
 
 
 
d) 
 
 
e) 
 
 
f) 
 
 
 
 
 
g) 
 
 
 
 
h) 
 
 
i) 
 
 
 
 
1 .6 
 
a) 
 
b) 
 
c) 
 
d) 
 
Ter conhecimento acerca da necessidade de utilização dos equipamentos de 
proteção individual (EPI's) e fazer uso dos mesmos; 
 
Controlar o local do acidente, identificando e gerenciando os riscos, de modo a 
proteger a si mesmo, sua equipe, o paciente e prevenir outros acidentes; 
 
Colher o maior número possível de informações junto à base, tais como tipo de 
acidente, nº e situação das vítimas, se já foi acionado outro órgão para o local 
(recursos adicionais), pontos de referência do local da ocorrência etc.. 
 
Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a 
situação; 
 
Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local, através 
da cinemática do trauma e pela avaliação do paciente; 
 
Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu 
treinamento, não correndo riscos desnecessários. Tentar fazer o que estiver ao seu 
alcance para socorrer uma vítima, desde que a cena esteja segura para si 
e sua equipe primeiramente; 
 
Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local do 
paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou 
minimizem os riscos de lesões adicionais; 
 
Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e 
coordenar as atividades; 
 
Fornecer um atendimento humanizado ao paciente, tratando com dignidade e 
respeito à vida humana. 
 
 
DIREITOS DO PACIENTE 
 
Solicitar e receber atendimento; 
 
Exigir sigilo sobre suas condições; 
 
Denunciar a quem não lhe prestou socorro e/ou não fez sigilo de sua condição; 
 
Recusar o atendimento conforme o caso. 
 
 
 
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS - SEÇÃO DE CURSOS DE EXTENSÃO 
CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 4 
 
 
 
1 .7 TERMOS USUAIS 
 
• Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo 
estado físico coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de manter as 
suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que receba 
assistência médica especializada. 
 
• Urgência: Condição indica gravidade, mas geralmente não perigosa. Estado que 
necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o momento 
em que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto 
possível. 
 
Ex.: queimaduras; estado de pânico agudo; dor abdominal grave. 
 
• Emergência: Condição potencialmente ameaçadora a vida ou à ação normal de 
um órgão em estado grave, que necessita atendimento médico imediato com a 
mais alta prioridade. 
 
Ex.: parada cardíaca; choque profundo; traumatismo craniano. 
 
• Acidente: Fato do qual resulta pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de 
atendimento. 
 
• Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resulta pessoas mortas ou 
feridas, mas que pode oferecer risco futuro. 
 
• Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima. 
 
• Sintoma: É informação a partir de um relato da vítima. 
 
• Suporte Básico da Vida: É uma medida de emergência que consiste no 
reconhecimento e correção da falência do sistema respiratório e/ou 
cardiovascular, ou seja, manter a pessoa respirando, com pulso e sem 
hemorragias. 
 
• Trauma: Aplicação de uma força que supera a capacidade de resistência do corpo 
ou parte dele, provocando lesões de extensão, intensidade e gravidade variáveis, 
que podem ser produzidas por agentes diversos (físicos ou químicos), sendo de 
forma acidental e ou intencional, agindo instantânea ou prolongadamente, 
provocando perturbação somática e/ou psíquica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS - SEÇÃO DE CURSOS DE EXTENSÃO 
5 CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 
 
 
 
2. A OCORRÊNCIA 
 
Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenômenos 
naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens e 
requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de proporcionar uma melhor 
qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos àpropriedade ou ao meio ambiente. 
 
 
2 .1 CHAMADA DE EMERGÊNCIA 
 
Dados a solicitar ou confirmar durante o deslocamento para a cena de emergência: 
 
•
•
•
•
•
• 
 
 
2 .2 
 
Local do acidente (ponto de referência); 
Solicitante; 
Natureza da ocorrência; 
N.º de vítimas e idade aproximada; 
Gravidade das vítimas; 
Ações já empreendidas. 
 
 
RECONHECIMENTO DO LOCAL DA OCORRÊNCIA 
 
Reconhecimento da situação, realizado pelo socorrista no momento em que chega ao 
local da emergência. O reconhecimento é necessário para que o socorrista possa avaliar 
a situação inicial, decidir o que fazer e como fazer. 
 
2.2.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL 
 
O socorrista deverá avaliar o local da ocorrência, observando principalmente os 
seguintes aspectos: 
 
• A situação; 
• Potencial de risco; 
• As medidas a serem adotadas; 
• Adoção de medidas de proteção individual (EPI). 
 
Após avaliar o local, o socorrista deverá gerenciar os riscos presentes na cena e acionar 
o serviço de emergência. 
 
2.2.2 GERENCIAMENTO DOS RISCOS 
 
Consiste na avaliação minuciosa por parte do socorrista em toda a cena de 
emergência, possibilitando eliminar ou minimizar as situações de risco existentes. 
 
2.2.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 
 
EPI's são equipamentos destinados à proteção da integridade física do socorrista 
durante a realização de atividades onde possam existir riscos potenciais à sua pessoa. 
 
 
 
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS - SEÇÃO DE CURSOS DE EXTENSÃO 
CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 6 
 
 
 
3. AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE 
 
A avaliação é a pedra fundamental para o melhor atendimento ao doente. A primeira meta 
é determinar a situação atual da vítima. Desenvolve-se uma impressão geral, 
estabelecem-se valores basais para os estados respiratórios, circulatório e 
neurológico. Em seguida, são rapidamente encontradas e tratadas as condições que 
ameaçam a vida. Se o tempo permitir, mais frequentemente quando o transporte está 
sendo efetuado, é feita uma avaliação detalhada de lesões sem risco de vida ou que 
comprometam membros. 
 
Todas essas etapas são realizadas com rapidez e eficiência com o intuito de minimizar 
o tempo gasto na cena. Não se pode permitir que doentes graves permaneçam no local 
do trauma para outro cuidado que não o de estabilizá-los para transporte, a menos que 
estejam presos ou existam outras complicações que impeçam o transporte imediato. 
 
De acordo com o PHTLS, o processo de avaliação geral do paciente divide-se em quatro 
fases distintas, a saber: 
 
•
•
•
• 
 
 
3 .1 
 
Exame da cena; 
Exame primário; 
Exame secundário; 
Monitoramento e reavaliação. 
 
 
EXAME DA CENA 
 
Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, a equipe de socorro deve garantir sua 
própria condição de segurança, a das vítimas e a dos demais presentes. De nenhuma 
forma qualquer membro da equipe deve se expor a um risco com chance de se 
transformar em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos de salvamento 
disponíveis para aquela ocorrência. Mas isso já foi discutido no capítulo anterior. 
 
 
3 .2 EXAME PRIMÁRIO 
 
Podemos conceituá-lo como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir, de 
imediato, problemas que ameacem a vida em curto prazo. 
 
No doente traumatizado multissistêmico1 grave, a prioridade máxima é a identificação e o 
atendimento rápido de condições que ameacem a vida. Mais de 90% dos doentes 
traumatizados possuem ferimentos que envolvem apenas um sistema. Para esses, há 
tempo para fazer tanto o exame primário quanto o secundário completos. 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
O paciente multissistêmico possui lesões que afetam mais de um sistema do corpo, incluindo os
sistemas pulmonar, circulatório, neurológico, gastrointestinal, musculoesquelético e tegumentar. 
 
 
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS - SEÇÃO DE CURSOS DE EXTENSÃO 
7 CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 
 
 
 
Para doentes traumatizados graves, o socorrista não pode fazer mais do que o exame 
primário. A ênfase é na avaliação rápida, utilizando cinco etapas (ABCDE do trauma). 
 
A - (Airway) permeabilidade das vias aéreas e controle da coluna cervical 
 
B- (Breathing) ventilação. Se a vítima respira e como se processa essa respiração 
 
C- (Circulation) verificar pulso, hemorragia e risco de estado de choque 
 
D- (Disability) incapacidade neurológica 
 
E- (Exposure) exposição de ferimentos 
 
Como Realizar o Exame primário 
 
1. Observe visualmente a cena (cinemática do trauma) e forme uma impressão 
geral do paciente; 
 
2. Apresente-se ao paciente e solicite o seu consentimento. "Eu sou o... (nome do 
bombeiro), Bombeiro Profissional Civil, e estou aqui para te ajudar. O que aconteceu 
contigo?". Uma resposta adequada permite esclarecer que a vítima está consciente, 
que as vias aéreas estão permeáveis e que respira; 
 
3. Vias aéreas (A): Avalie a sua permeabilidade e estabilize manualmente a coluna 
cervical, utilizando a manobra do empurre mandibular (em caso de trauma). Para casos 
clínicos, será necessária somente a abertura de VA's, utilizando a 
manobra de elevação do queixo; 
 
4. Avalie a respiração (B) do paciente (usar a técnica do ver, ouvir e sentir - VOS). 
Observe sinais de respiração difícil (rápida, profunda, ruidosa). Caso o paciente não 
respire, faça a abertura de sua cavidade oral e visualize a presença de algum corpo 
estranho ou excesso de secreção na cavidade. Caso exista, faça uma varredura digital 
ou uma aspiração. Posteriormente, deverão ser efetuadas duas ventilações de resgate e 
observar se houve passagem do ar (elevação do tórax e/ou abdome). Em caso negativo, 
iniciar manobra de desobstrução de vias aéreas (OVACE). Em caso positivo, checar 
pulso carotídeo: paciente com pulsoiniciar reanimação pulmonar (esses procedimentos 
serão descritos logo adiante); 
 
Quando a vítima se encontra inconsciente, o tônus muscular é insuficiente, posto que a 
língua e a epiglote podem obstruir a chegada de ar até os pulmões. A fim de permitir a 
respiração ou o acesso fácil para aspiração bilateral, é introduzida uma cânula 
orofaríngea nesses pacientes. Caso tenham reflexos de vômito, não deverá ser colocada; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de vias aéreas. Socorrista verifica Avaliação da respiração - ver, ouvir e sentir. 
se há corpos estranhos na cavidade oral da vítima. 
 
 
5. Verifique a circulação (C) do paciente (avalie o pulso carotídeo em adultos e 
crianças, e braquial em lactentes): paciente sem pulsoiniciar RCP; verifique a presença 
de hemorragias e perfusão. A perfusão > 2s, associada a outros sinais tais como 
cianose, palidez, pele fria e úmida, pode indicar um comprometimento da oxigenação 
dos tecidos ou choque; 
 
6. Verifique nível de consciência (D) (Escala de coma de Glasgow), para a avaliação 
do grau de comprometimento neurológico e da evolução do quadro. Ao verificar a 
resposta ocular, examine as pupilas. Observe a sua reatividade e simetria; 
 
7. Exposição dos ferimentos (E). Retirar vestimentas pesadas que impeçam a correta 
avaliação da existência de ferimentos; expor somente as partes lesionadas para 
tratamento; prevenir o choque; preservar dentro das possibilidades, a intimidade do 
paciente; 
 
8. Decida a prioridade para o transporte, através da escala CIPE; 
 
9. Coloque colar cervical; 
 
10. Administre oxigênio. 
 
Escala CIPE 
 
Ao término do exame primário, o socorrista deverá classificar o paciente de acordo com 
a gravidade de suas lesões ou doença. Essa classificação é baseada na escala CIPE. 
 
Crítico: 
 
Parada respiratória ou cardiorrespiratória.CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS - SEÇÃO DE CURSOS DE EXTENSÃO 
9 CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 
 
 
 
Instável: 
 
Paciente inconsciente (Glasgow <13), com choque descompensado (choque com 
perfusão >2s), dificuldade respiratória severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax. 
 
Potencialmente Instável: 
 
Paciente vítima de mecanismo agressor importante, em choque compensado (perfusão 
<2s), portador de lesão isolada importante ou lesão de extremidade com prejuízo 
circulatório ou neurológico. 
 
Estável: 
 
Paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais. 
 
Os pacientes críticos e instáveis devem ser tratados no máximo em 5 minutos no 
local da emergência e transportados de imediato. Nesses casos, o exame secundário 
deverá ser realizado durante o transporte para o hospital, simultaneamente com as 
medidas de suporte básico de vida. Já no caso dos pacientes potencialmente 
instáveis e estáveis, o socorrista deverá continuar a avaliação no local da emergência 
no máximo em 12 minutos e transportá-lo após sua estabilização. 
 
Colar Cervical e Oxigênio 
 
Após decidir sobre a prioridade de transporte, a equipe de socorristas deverá realizar um 
rápido exame físico na região posterior, anterior e lateral do pescoço e, em seguida, 
mensurar e aplicar o colar cervical de tamanho apropriado. Depois, os socorristas 
deverão avaliar a necessidade de ofertar oxigênio para o paciente. Para isto, deverão 
examinar o nariz, a boca e a mandíbula e através do emprego de uma máscara facial 
com reservatório de oxigênio. 
 
 
Para tratar os pacientes de emergência clínica, os socorristas poderão utilizar os 
mesmos parâmetros recomendados nos casos de trauma, no entanto, não necessitam 
imobilizar a região cervical. 
 
 
3 .3 EXAME SECUNDÁRIO 
 
O exame secundário é avaliação da cabeça aos pés do doente. O socorrista deve 
completar o exame primário, identificar e tratar as lesões que ameaçam a vida antes de 
começar o exame secundário. Seu objetivo é identificar lesões ou problemas que não 
foram identificados durante o exame primário. 
 
É dividido em três etapas, que são realizadas simultaneamente por três socorristas. 
 
Caso não haja essa quantidade, pode haver acúmulo de função, sendo imprescindível 
sempre, um treinamento permanente da equipe para a harmonia dos trabalhos. 
 
 
 
 
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS - SEÇÃO DE CURSOS DE EXTENSÃO 
CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 10 
 
 
 
- Entrevista: Etapa da avaliação onde o socorrista 1 conversa com o paciente 
buscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo 
de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes. 
 
- Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o socorrista 2 realiza a aferição da respiração, 
pulso, pressão arterial e temperatura relativa da pele do paciente. 
 
- Exame físico detalhado: Realizado pelo chefe da equipe em todo o segmento 
corporal. 
 
 
Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da 
emergência pode não estar claramente definida. 
 
Guia Para Realizar Uma Entrevista: 
 
Se o paciente estiver consciente e em condições de respondê-lo, questione-o 
utilizando as seguintes perguntas (mnemônico AMPLA): 
 
• Alergias: principalmente a remédios. 
 
• Medicações: drogas prescritas ou não que o paciente toma regularmente. 
 
• Passado médico e antecedente cirúrgico: problemas médicos importantes para os 
quais o paciente recebe tratamento. Inclui cirurgias prévias. 
 
• Líquido e alimentos: muitos traumatizados necessitarão de cirurgia, e alimentação 
recente pode aumentar o risco de vômito e aspiração durante a indução da anestesia. 
 
• Ambiente: Eventos que levaram ao trauma (o que aconteceu?). 
 
• Pergunte ao paciente sobre sua queixa principal, o (s) local (is) que doem mais. 
 
Guia para aferir os sinais vitais: 
 
Sinal: É tudo aquilo que o socorrista pode observar ou sentir no paciente enquanto o 
examina. 
 
Exemplos: pulso, palidez, sudorese etc. 
 
Sintoma: É tudo aquilo que o socorrista não consegue identificar sozinho. 
O paciente necessita contar sobre si mesmo. 
 
Exemplos: dor abdominal, tontura etc. 
 
Aferição de Sinais Vitais: 
 
• Pulso: É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias 
calibrosas estão posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro. 
 
 
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11 CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - MÓDULO SOCORROS DE URGÊNCIA 
 
 
Valores normais: 
 
Adulto: 60-100 batimentos por minuto (bpm); 
Criança: 80-140 bpm; 
Lactentes: 85-190 bpm. 
 
 
 
• Respiração: Processo fisiológico de troca de gases entre as artérias e o alvéolo. 
 
Valores normais: 
 
Adulto: 12-20 ventilações por minuto (vpm); 
Criança: 20-40 vpm; 
Lactentes: 40-60 vpm. 
 
 
• Temperatura: É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo 
humano. 
 
 
Valores normais: 
 
36,5 a 37,0 ºC - independente da faixa etária. 
 
Temperatura Relativa da Pele: 
 
Em atendimento pré-hospitalar, o socorrista verifica a temperatura relativa da pele 
colocando o dorso da sua mão sobre a pele do paciente (na testa, no tórax ou no 
abdômen). O socorrista estima a temperatura relativa da pele pelo tato. 
 
Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da 
temperatura e poderá apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca. 
 
Durante o monitoramento, o socorrista deverá utilizar o termômetro clínico, para real 
certificação da temperatura corporal. 
 
Com relação à coloração, a pele poderá estar: 
 
- Pálida, 
- Ruborizada ou 
- Cianótica. 
 
 
Nas pessoas negras, a cianose poderá ser notada nos lábios, ao redor das fossas 
nasais e nas unhas. 
 
• Pressão arterial (PA): É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante 
contra as paredes internas das artérias. A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólica 
e a diastólica. 
 
 
 
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A sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração do 
coração (sístole). A diastólica é a pressão remanescente no interior do sistema 
arterial quando o coração fica relaxado (diástole). A pressão arterial é diretamente 
influenciada pela força do batimento cardíaco, quanto mais força, mais elevada a PA 
e o volume de sangue circulante. 
 
 
Valores normais: 
 
Adulto: 
 
• Sistólica: máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg. 
• Diastólica: máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg. 
 
Criança: 
 
 
PRESSÃO SISTÓLICA PRESSÃO DIASTÓLICA 
IDADE 
Nascimento (12 h, < 1000 g) 
Nascimento (12 h, 3 Kg) 
Recém-nascido (96 h) 
Lactente (6 meses) 
Criança (2 anos) 
Idade escolar (7 anos) 
Adolescente (15 anos) 
(mm Hg) 
39-59 
50-70 
60-90 
87-105 
95-105 
97-112 
112-128 
(mm Hg) 
16-36 
25-45 
20-60 
53-66 
53-66 
57-71 
66-80 
 
 
Dentro desses valores, consideramos a PA normal; se exceder à máxima, 
denominamos alta (hipertensão) e, ao contrário, se não atinge o nível mínimo, 
denominamos baixa (hipotensão). 
 
 
Em geral não se afere PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos de 
hemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para no 
final desenvolver uma queda abrupta. 
 
Guia para realizar o exame físico detalhado 
 
O exame físico detalhado da cabeça aos pés deve ser realizado pelo socorrista em 
cerca de 2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os 
pacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram 
pequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes.Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deverá: 
 
1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa; 
 
 
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2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos, pálpebras e os ouvidos; 
 
3) Inspecionar o ombro bilateralmente proximal / distal; 
 
4) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax; 
 
5) Inspecionar o abdômen em quatro quadrantes separadamente; 
 
6) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital; 
 
7) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de 
pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade 
(PPMS); 
 
8) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar PPMS; 
 
9) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 .4 MONITORAMENTO E REAVALIAÇÃO 
 
O monitoramento é realizado durante o transporte do paciente, devendo o socorrista 
reavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente. 
 
A reavaliação deverá ser realizada conforme a escala CIPE: 
 
CRÍTICO e INSTÁVEL: Reavaliar a cada 5 minutos. 
 
POTENCIALMENTE INSTÁVEL e ESTÁVEL: Reavaliar a cada 15 minutos. 
 
 
ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG) 
 
 
AVALIAÇÃO PONTUAÇÃO 
• Abertura ocular Espontânea 4 
Por estímulo verbal 3 
Por estímulo à dor 2 
Sem resposta 1 
• Resposta verbal Orientado 5 
Confuso (mas responde) 4 
Resposta inapropriada 3 
Sons incompreensíveis 2 
Sem resposta 1 
• Resposta motora Obedece ordens 6 
Localiza dor 5 
Reage a dor mas não localiza 4 
Flexão anormal - decorticação 3 
Extensão anormal- 2 
decerebração 
Sem resposta 1 
 
 
 
 
 
 
 
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FLUXOGRAMA DA AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE 
 
 
 
 
 
 
Avaliação da Cena 
 
 
 
 
 
 
Exame Primário 
 
 
 
 
 
 
 
 
•
•
•
•
•
• 
• 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impressão geral 
Vias aéreas/cervical 
Respiração 
Circulação (pulso e hemorragias) 
Estado neurológico (ECG) 
Exposição de ferimentos 
Decisão de transporte (CIPE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-RP; 
-OVACE; 
-RCP/DEA. 
 
 
Colar cervical e 
oxigênio 
 
 
 
 
 
 
Exame Secundário 
 
 
 
 
• 
 
• 
 
 
• 
 
 
 
 
Entrevista 
 
Exame físico detalhado 
 
Sinais vitais 
 
 
 
 
 
Estabilização e 
Transporte 
 
 
 
 
 
 
Monitoramento e 
Reavaliação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. SUPORTE BÁSICO DE VIDA 
 
O suporte básico de vida (SBV) é uma sequência de medidas, aplicadas inicialmente no 
atendimento a vítimas em parada cardiorrespiratória, consiste em reconhecer a PCR, 
solicitar ajuda, iniciar suporte ventilatório e circulação mecânica. 
 
Considerando que a fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem pulso 
são os ritmos mais frequentemente observados em adultos durante uma PCR, e que a 
desfibrilação elétrica precoce é a única terapia eficaz na conversão desse ritmo caótico, 
adicionou-se a desfibrilação à sequência da RCP. 
 
O termo Reanimação Cardiorrespiratória e Cerebral - RCRC vem sendo inserido na 
prática profissional em substituição ao termo RCP - Reanimação Cardiopulmonar. 
 
Busca-se com essa mudança, o entendimento de que as medidas iniciais devem 
objetivar não só o retorno da circulação espontânea, mas sim a prevenção ou 
minimização de lesão cerebral. Entretanto, abordaremos nessa apostila o termo RCP, 
para evitarmos quaisquer dúvidas. 
 
 
4 .1 DEFINIÇÕES 
 
4.1.1 PARADA RESPIRATÓRIA 
 
Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que poderá ou não, ser 
acompanhada de parada cardíaca. 
 
São causas de parada respiratória por ordem de incidência: 
• Doenças do pulmão; 
• Trauma; 
• Obstrução de Vias Aéreas; 
• Acidente Cardiovascular (AVC); 
• Overdose por drogas; 
• Afogamento; 
• Inalação de fumaça; 
• Epiglotite e laringite; 
• Choque elétrico. 
 
4.1.2 PARADA CARDÍACA 
 
Segundo Guimarães ET AL (2005, p.1) parada cardíaca é "a cessação da atividade 
ventricular cardíaca e circulação sistêmica em indivíduo com expectativa de 
restauração das funções cardiopulmonar e cerebral, não portador de moléstia crônica 
intratável ou em fase terminal". 
 
Outra definição: 
É o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico confirmado pela 
falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e apnéia (ou respirações 
agônicas). 
 
 
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4 .2 MORTE CLÍNICA E BIOLÓGICA 
 
A reanimação cardiopulmonar (RCP) é também uma aspiração médica, porque a morte 
clínica não é seguida instantaneamente da morte biológica. Ou seja, no momento em 
que um paciente apresenta sinais de morte clínica (inconsciência sem resposta a 
qualquer estímulo e ausência de movimentos respiratórios e de pulso), há ainda 
viabilidade biológica dos órgãos internos. 
 
Dessa forma, se for possível manter a oferta de oxigênio aos tecidos e recuperar a 
respiração e a circulação espontâneas, antes da morte biológica dos tecidos, a 
reanimação é conseguida com sucesso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesão cerebral x tempo em parada 
 
 
Para alguns pacientes com parada cardiorrespiratória e com funções neurológica e 
cardiorrespiratória previamente preservadas, a utilização rápida das técnicas de RCP, 
seguidas de cuidados médicos definitivos, pode ser salvadora. 
 
O tempo disponível de viabilidade dos tecidos antes da morte biológica é curto e o 
principal determinante do sucesso da RCP. 
 
 
Delineação da idade 
 
Com o objetivo de aplicar as técnicas conforme a idade da vítima, é necessário definir 
tal situação: 
 
• Adultos: vítimas que apresentem caracteres sexuais secundários (pré-adolescentes); 
 
• Crianças: a partir de 1 (um) ano de idade até a presença de caracteres sexuais 
secundários; 
 
• Bebês ou lactentes: até 1 (um) ano de idade; 
 
• Neonatos ou recém-nascidos: das primeiras horas do parto até 28 dias. 
 
 
 
 
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4 .3 DIAGNÓSTICO 
 
É essencial para um melhor prognóstico, o reconhecimento de sinais que indiquem que 
o paciente está evoluindo para uma parada cardiorrespiratória. São eles: 
 
• Alteração da respiração (taqui ou bradipnéia); 
• Alteração do nível de consciência (torpor); 
• Alteração do ritmo cardíaco (taquiarritmias, bradicardia). 
 
Na vigência da evolução desses sinais, teremos uma PCR, diagnosticada através de: 
inconsciência, ausência de movimentos respiratórios e ausência de pulso central 
(carotídeo e femoral). No lactente, dá-se preferência ao pulso braquial, palpado contra o 
úmero medialmente ao bíceps. 
 
Outros sinais podem ser identificados,como a midríase e a cianose. A dilatação pupilar 
(midríase) surge cerca de 45 segundos após a PC, completando-se em menos de 3 
minutos. 
 
 
4 .4 MANOBRA DE RCP 
 
4.4.1 VÍTIMAS DE TRAUMA 
 
A reanimação cardiopulmonar requer uma sequencia de procedimentos parecidos com o 
ABCD da avaliação inicial com a diferença que o "D" da RCP se refere à desfibrilação: 
 
A - Vias aéreas: manter as vias aéreas para a passagem do ar; 
B - Respiração: ventilar os pulmões da vítima com pressão positiva; 
C- Circulação: fazer compressões torácicas; 
D - Desfibrilação: aplicação de choque para FV/TV sem pulso. 
 
Estabelecido que a vítima apresenta os sinais característicos de parada 
cardiopulmonar você deve iniciar os procedimentos de RCP. Para tanto o primeiro passo 
é garantir que a vítima esteja em decúbito dorsal (costas no chão), em uma superfície 
rígida. 
 
VIAS AÉREAS (A) 
 
1º passo: realize a manobra de empurre mandibular para que se abra a via aérea sem 
movimentar a cabeça e o pescoço da vítima, uma vez que se trata de casos de trauma. 
 
 
 Coloque a vítima em decúbito dorsal e ajoelhe-se 
acima da parte superior de sua cabeça; 
 
 Com os cotovelos na mesma superfície que o 
paciente, ou apoiados em sua coxa, segure os 
ângulos da mandíbula da vítima com os dedos, 
indicador e médio; 
 
 Com os dedos posicionados, empurre a mandíbula 
para cima/frente, mantendo a palma das mãos 
estabilizando a cabeça da vítima. 
 
 
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2º passo: inspecione a cavidade oral e certifique-se que não há nenhuma obstrução por 
prótese, vômito, sangue e outros. Retirar conforme técnicas já descritas. 
 
 
RESPIRAÇÃO (B) 
 
Fazer o VOS (ver, ouvir e sentir). Se não há nenhuma movimentação do tórax e 
nenhum ar exalado, a vítima está em apnéia. O ideal é que essa avaliação dure de 3 a 5 
segundos. Se constatar que não há respiração, a respiração é inadequada (agônica) ou 
ainda, você não tem certeza sobre a situação, inicie as ventilações artificiais. 
 
• Realize 2 (duas) ventilações de resgate- boca-boca, boca-máscara, boca-nariz, 
bolsa-válvula-máscara e observe se houve passagem de ar. As ventilações devem 
ter a duração de 1 segundo e um intervalo de aprox. 4 segundos entre elas, 
permitindo assim a expiração. Entretanto, o importante é observar se o volume de 
cada ventilação está sendo suficiente para produzir uma elevação torácica visível. 
Devem-se evitar ventilações longas ou forçadas, pois pode exceder a pressão de 
abertura do esôfago, provocando distensão gástrica, regurgitação e aspiração. 
Cuidado maior quando se trata de crianças e lactentes, onde o volume de ar 
insuflado deverá ser menor. Se possível, a cânula orofaríngea deverá ser usada 
nesse momento; 
 
• Se houve passagem de ar e a vítima não respira, mas possui pulso, realizar a 
reanimação pulmonar, que consiste em ciclos de 10 a 12 ventilações por minuto para 
um adulto (1 ventilação a cada 5 segundos) e 12 a 20 ventilações por minuto para 
lactentes ou crianças ( aprox. 1 ventilação a cada 3 segundos). Após cada ciclo, 
observar se a vítima ainda apresenta pulso central. Continuar com as ventilações até 
que a vítima restabeleça a respiração ou entre em parada cardiorrespiratória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cânulas orofaríngeas, também conhecidas Identificação do tamanho adequado 
como cânulas de Guedel. da cânula orofaríngea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CIRCULAÇÃO (C) 
 
Checar pulso em artérias centrais, como carótida e femoral; em lactentes, utiliza-se a 
palpação da artéria braquial. Se ausente, iniciar a compressão torácica externa na 
metade inferior do osso esterno. 
 
Sequência: 
 
• ADULTO: o esterno é comprimido por, no mínimo 5 cm, utilizando-se a região 
hipotenar de 2 mãos. As compressões são feitas na frequência mínima de 100/min, 
com 5 ciclos de 30:2 (compressão/ventilação). 
 
• CRIANÇAS: utilizar a região hipotenar de 1 ou 2 mãos na compressão esternal, de 
aproximadamente 5 cm. A relação compressão/ventilação será de 30:2 (5 
ciclos) com um socorrista e 15:2 (10 ciclos) com dois socorristas. 
 
• LACTENTES: profundidade das compressões de aproximadamente 4 cm. Com 1 
socorrista: utilizar 2 dedos para comprimir o esterno; com 2 socorristas: utilizar a 
técnica dos dois polegares, com as mãos circundando o corpo. Da mesma forma em 
crianças, a frequência das compressões em lactentes será de 100/min., guardando a 
relação 30:2 (5 ciclos) com um socorrista e 15:2 (10 ciclos) com dois socorristas. 
 
Considerações acerca da RCP: 
 
Geral: 
 
• Em nenhuma hipótese as mãos devem ser retiradas da posição entre as 
massagens. Entretanto, é importante que seja permitido ao tórax retornar ao seu 
ponto de partida antes da compressão, não devendo ser mantido sob pressão; 
 
• Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície 
rígida; 
 
• Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima; não demore 
mais do que 5 segundos nessa avaliação e continue a RCP, a menos que um DEA 
esteja disponível; 
 
• O tempo de compressão e descompressão deve ser igual; não permitir que o tórax 
retorne de forma abrupta; 
 
• A ótima compressão do esterno normalmente é identificada quando existe a 
palpação de pulso carotídeo ou femoral; 
 
• Na impossibilidade da ventilação (ausência de materiais de proteção ou traumas 
que possibilitem apenas a obtenção de via aérea avançada), realizar somente as 
compressões cardíacas externas. 
 
 
 
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Adultos e crianças: 
 
• Ponto de referência para a compressão: centro do peito, entre os mamilos; 
 
• Ajoelhe-se ao lado da vítima na altura dos ombros. Se possível, posicione-se do 
lado direito, deixando livre o esquerdo para a aplicação do DEA; 
 
• A cada 2 min. troque, se possível, o socorrista que comprime o tórax, para evitar 
a exaustão e consequente aplicação incorreta das compressões; 
 
• Os dedos devem estar estendidos ou entrelaçados; eles não tocam o tórax 
durante as compressões. Os braços também deverão permanecer eretos e 
perpendiculares ao tórax da vitima durante todo o tempo. Para isso, o socorrista 
deverá inclinar-se. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posição das mãos para 
compressão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Braços retos e ombros 
sobre a vítima 
 
 
 
 
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Lactentes 
 
• Ponto de referência para compressão: imediatamente abaixo da linha dos 
mamilos; 
 
• Em lactentes, o socorrista poderá realizar a RCP sentado com o bebê em seu 
braço, apoiado em uma das pernas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ventilação boca-a-boca-nariz Compressão com 2 dedos 
 
 
 
DESFIBRILAÇÃO (D) 
 
Se após 5 ciclos de RCP o paciente não tiver pulso e se houver um desfibrilador 
disponível, deverá ser lançado mão imediatamente para normalizar os batimentos 
cardíacos que entram em movimentos descompassados como a fibrilação ventricular (FV) 
e a taquicardia ventricular sem pulso. 
 
 
 
4.4.1 VÍTIMAS DE CASOS CLÍNICOS 
 
As novas diretrizes da American Heart Association 2010 (AHA/2010) alterou a sequência 
do Suporte Básico de Vida de A-B-C (via aérea, respiração, compressões torácicas) 
para C-A-B (compressões torácicas, via aérea, respiração) em adultos, crianças e bebês 
(excluindo-se recém-nascidos). 
 
Na sequencia A-B-C, as compressões torácicas,muitas vezes, são retardadas enquanto 
o socorrista abre a via aérea para aplicar respiração boca a boca, recupera um 
dispositivo de barreira ou reúne e monta o equipamento de ventilação. Com a alteração 
da sequencia para C-A-B, as compressões torácicas serão iniciadas mais cedo e o 
atraso na ventilação será mínimo (isto é, somente o tempo necessário para aplicar o 
primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos). 
 
 
 
 
 
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A maioria das vítimas de parada cardiorrespiratória extra-hospitalar não recebe 
nenhuma manobra de RCP das pessoas presentes. Existem, provavelmente, muitas 
razões para isso, mas um empecilho pode ser a sequência A-B-C, que começa com os 
procedimentos que os socorristas acham mais difíceis, a saber, a abertura da via aérea 
e a aplicação de ventilações. Diante disso, começar com compressões torácicas pode 
encorajar mais socorristas a iniciar a RCP. 
Embora nenhuma evidência em humanos ou animais publicada demonstre que iniciar a 
RCP com 30 compressões, em vez de 2 ventilações, leve a um melhor resultado, as 
compressões torácicas fornecem fluxo sanguíneo vital ao coração e ao cérebro; 
ademais, estudos de PCR extra-hospitalar em adultos mostram que a sobrevivência é 
maior quando as pessoas presentes fazem alguma tentativa de aplicar a RCP, em vez 
de simplesmente não tentarem fazê-lo. Dados de animais demonstram que atrasos ou 
interrupções nas compressões torácicas reduzem a sobrevivência; logo, tais atrasos ou 
interrupções devem ser minimizados ao longo de toda a ressuscitação. As compressões 
torácicas podem ser iniciadas quase imediatamente, ao passo que posicionar a cabeça 
e obter um selo para a respiração boca a boca ou com bolsa-válvula-máscara/insuflador 
manual sempre demoram certo tempo. Entende-se, portanto, que o início da RCP com 
compressões torácicas garante que a vitima receba logo essa intervenção critica e, 
assim, as chances de sobrevivência aumentam. 
Contudo, tal procedimento deverá ser utilizado apenas em vítimas de casos clínicos. Em 
vítimas de trauma, permanece a sequência A-B-C. 
Assim, o procedimento adequado para realizar RCP em vítimas de casos clínicos 
consiste na aplicação da seguinte sequência: 
C – Circulação 
 
A - Via Aérea 
 
B – Respiração 
 
D - Desfibrilação 
 
Dessa forma, o socorrista deve iniciar as compressões torácicas antes das ventilações. 
E apenas após a aplicação das 30 compressões, é que o socorrista deverá abrir a via 
aérea da vítima e aplicar as 02 ventilações de resgate. 
Importante mencionar também que, antes de iniciar a RCP, o socorrista irá abordar a 
vítima e checar sua responsividade de forma rápida, apenas para averiguar se respira, 
não respira ou se a respiração é anormal. Não se deve utilizar o procedimento “Ver, 
Ouvir e Sentir se há respiração”. 
 
 
 
 
 
 
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Resumo dos principais componentes de Suporte Básico de Vida (excluem-se recém-
nascidos): 
 Abreviações: DEA/DAE, desfibrilador automático externo; AP, anteposterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA 
 
O principal fator determinante da sobrevivência de uma parada cardíaca é o intervalo 
desde a perda da consciência até a desfibrilação. A desfibrilação rápida é fundamental 
para as vítimas de parada cardíaca súbita pelos seguintes motivos: 
 
• O ritmo inicial mais frequente nas paradas cardíacas súbitas testemunhadas é a 
Fibrilação Ventricular. 
 
• O tratamento mais eficaz para a FV é a desfibrilação elétrica. 
 
• A probabilidade de uma desfibrilação bem-sucedida diminui rapidamente com o 
tempo. 
 
• A FV tende a transformar-se em assistolia em poucos minutos. 
 
Muitos pacientes adultos em parada por FV podem sobreviver sem sequelas 
neurológicas, mesmo se a desfibrilação é realizada de 6 a 10 minutos após a parada 
cardíaca súbita. 
 
Quanto mais cedo a desfibrilação, mais alta a taxa de sobrevivência. O socorrista tem 
apenas alguns minutos depois da perda da consciência para restabelecer um ritmo de 
perfusão. A RCP pode manter um paciente por um período breve, mas não pode 
restabelecer diretamente um ritmo organizado. Restabelecer um ritmo de perfusão 
requer RCP imediata seguida de desfibrilação nos primeiros minutos da parada inicial e 
para isso o socorrista deverá dispor de um desfibrilador externo automático (DEA). 
 
 
5 .1 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS DEA 
 
Os DEA são desfibriladores externos automáticos. Na verdade, a palavra automático 
significa semiautomático, já que a maioria dos DEA disponíveis no mercado "avisam" 
ao operador que o choque está indicado, mas não o administram sem uma ação do 
socorrista (isto é, o socorrista deve pressionar o botão de CHOQUE[SHOCK]). 
 
O DEA é conectado ao paciente por meio de pás autoadesivas. O aparelho está 
equipado com um sistema de análise do ritmo baseado em microprocessadores. 
Quando é detectada TV ou FV, o sistema "indica" um choque por intermédio de 
mensagens visuais ou sonoras. 
 
 
5 .2 OPERAÇÃO DO DEA 
 
Os DEA's devem ser utilizados somente quando os pacientes apresentarem os 
seguintes 3 sinais clínicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) Ausência de resposta verbal (inconsciente); 
 
2) Ausência de respiração efetiva depois da liberação das vias aéreas; 
 
3) Ausência de reposta às 2 ventilações de resgate iniciais. 
 
 
5 .3 MOMENTO ADEQUADO PARA EMPREGO DO DEA: 
 
1) Quando a parada cardíaca for TESTEMUNHADA priorize a utilização do DEA logo 
que constatar a parada cardíaca; 
 
2) Quando a parada cardíaca NÃO FOI TESTEMUNHADA ou ocorreu há mais de 4 
minutos, execute 5 ciclos (ou 10 ciclos, se lactente ou criança, com 2 socorristas) de RCP 
(2 minutos) para depois utilizar o DEA. Nestes casos, será necessário criar condições 
propícias para que o coração receba o choque em uma fibrilação ventricular fortalecida 
pela RCP. 
 
 
5 .4 SITUAÇÕES ESPECIAIS 
 
Antes de aplicar o DEA, o operador deve determinar primeiro, se há situações especiais 
que exijam outras ações antes de usar o aparelho ou que contraindiquem absolutamente 
sua utilização. 
 
As 4 situações que podem requerer que o operador adote outras ações antes de usar 
um DEA ou durante sua operação são as seguintes: 
 
• A vítima tem menos de 8 anos (ou pesa menos de 25 quilos, aproximadamente). 
Existem desfibriladores com pás apropriadas para serem empregadas em crianças. 
As Diretrizes 2005 da American Heart Association aprova o uso do DEA 
programado para vítimas adultos em crianças, na impossibilidade do equipamento 
apropriado. Diante de uma situação de parada cardíaca por fibrilação ventricular a 
única chance de recuperação da vítima é a desfibrilação precoce (choque). Não se 
recomenda a utilização de pás de desfibrilação pediátrica em vítimas adultas 
devido à ineficácia do choque. Priorize a RCP e o transporte imediato ao 
hospital. 
 
• A vítima está na água ou próxima dela. A água é boa condutora de eletricidade. 
Um choque elétrico aplicado a uma vítima poderia ser conduzido até o socorrista. 
É mais comum que a água sobre a superfície da pele da vítima torne-se uma via 
direta de passagem de energia de um eletrodo a outro interferindo na transmissão 
do choque ao músculo cardíaco. A vítima deve ser removida, rapidamente, do localem que se encontra. Seque a parte anterior e posterior do tórax antes da aplicação 
das pás adesivas. 
 
 
 
 
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• 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• 
 
 
 
5 .5 
 
 
 
A vítima tem um marcapasso implantado. Esses aparelhos podem ser 
identificados imediatamente porque criam uma protuberância dura sob a pele, 
coberta por uma cicatriz, na parte anterior do tórax. Quando houver coincidência de 
eletrodos adesivos do DEA com o marcapasso implantado no tórax poderão ocorrer 
danos ao aparelho e queimaduras nos pontos de inserção metálica no miocárdio 
durante a aplicação do choque. Nesse caso, aplique a pá auto-adesiva do DEA à, no 
mínimo, 2,5 cm do marcapasso cardíaco. Depois siga os passos normais de 
operação de um DEA. 
 
Há um adesivo de medicação transcutânea ou outro objeto sobre a pele da vítima, 
onde se colocam as pás auto-adesivas do DEA. 
 
 
PASSOS UNIVERSAIS PARA OPERAR UM DEA 
 
1. LIGUE o DEA, em primeiro lugar (isso ativa as mensagens sonoras para guiá-lo em 
todos os passos subsequentes); 
 
2. Abra o estojo ou a tampa do DEA; 
 
3. Ligue o aparelho (alguns começarão a funcionar automaticamente, quando se abre a 
tampa ou o estojo); 
 
4. FIXE as pás autoadesivas no tórax da vítima. (Interrompa as compressões torácicas 
imediatamente antes de fazê-lo); 
 
5. Conecte a "caixa" do DEA com os cabos. (Em alguns modelos, os cabos estão pré-
conectados); 
 
6. Conecte os cabos do DEA com as pás autoadesivas. (Em alguns modelos, as pás 
estão pré-conectadas); 
 
7. Retire a proteção que está detrás das pás. Interrompa a RCP; 
 
8. Aplique as pás autoadesivas no tórax despido da vítima; 
 
9. "Afaste-se" do paciente e ANALISE o ritmo; 
 
10. Pressione o botão ANALISAR [ANALYZE] para iniciar a análise do ritmo (alguns DEA 
não precisam desse passo); 
 
11. "Afaste-se" sempre do paciente durante a análise. Assegure-se de que ninguém esteja 
em contato com ela, nem mesmo a pessoa encarregada da respiração de resgate; 
 
12. "Afaste-se" do paciente e PRESSIONE o botão CHOQUE [SHOCK], se a descarga 
estiver indicada; 
 
 
 
 
 
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13. Afaste-se do paciente antes de aplicar o choque; assegure-se que ninguém esteja 
em contato com ela; 
 
14. Pressione o botão CHOQUE [SHOCK] para aplicar a descarga somente quando o 
DEA avisar que isto está indicado e ninguém estiver em contato com o paciente. 
 
 
5 .6 RESULTADOS E AÇÕES APÓS A DESFIBRILAÇÃO 
 
Mensagem "choque indicado / choque não indicado" e ações relacionadas: 
 
 
• 
 
 
 
• 
 
 
• 
 
 
 
• 
 
 
• 
 
 
• 
 
 
 
5 .7 
 
Se o DEA mostrar uma mensagem de "choque indicado", afaste-se do paciente e, 
depois, pressione o botão CHOQUE [SHOCK]. 
 
Se o DEA avisa "choque não indicado", verifique os sinais de circulação. 
 
Se não há sinais de circulação, reinicie a RCP por 2 minutos, aproximadamente. 
Depois, verifique novamente os sinais de circulação. 
 
Se não detectar sinais de circulação, analise o ritmo do paciente mais uma vez. 
 
Depois de 3 mensagens de "choque não indicado", faça mais um ciclo de RCP. 
 
Repita período de análise a cada 1 ou 2 minutos, enquanto continua realizando RCP. 
 
 
 
 O DEA NUMA AMBULÂNCIA EM MOVIMENTO 
 
Os DEA podem permanecer conectados enquanto o paciente é transportado em um 
veículo em movimento. No entanto, nunca pressione o botão ANALISE [ANALYZE] 
numa ambulância durante o transporte; o movimento do veículo pode interferir na 
avaliação do ritmo e provocar um artefato que simule uma FV. Alguns aparelhos 
analisam continuamente o paciente. Se uma pessoa necessita de uma análise do ritmo 
durante o transporte, e o DEA indica ao socorrista que verifique o paciente ou 
recomenda um choque, pare o veículo completamente e faça uma nova análise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 .8 SEQUÊNCIA DE AÇÕES COM O DEA 
 
1. Verifique a ausência de resposta (consciente / inconsciente); 
 
2. Abra as vias aéreas (clínico / trauma); 
 
3. Verifique se há respiração eficaz (VOS); 
 
4. Verifique se há circulação: se não houver circulação realize compressões torácicas e 
prepare-se para aplicar o DEA; 
 
5. Tente a desfibrilação com o DEA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO - 
OVACE 
 
Durante a avaliação do paciente, ao iniciar a manobra de ventilação, o socorrista pode 
se deparar com uma resistência ao tentar insuflar. Isso significa que, por qualquer 
problema, o ar insuflado não está conseguindo chegar aos pulmões da vítima. Caso isso 
aconteça, não adianta prosseguir na análise primária, sem antes corrigir e eliminar a 
obstrução. 
 
 
6 .1 CAUSAS DA OVACE 
 
Há muitos fatores que podem causar obstrução das vias aéreas, total ou parcial. Em nível 
de suporte básico da vida pode-se atuar e corrigir as mais comuns, que são: 
 
• Obstrução causada pela língua; 
• Obstrução causada por corpos estranhos. 
 
 
6 .2 SINAIS DA OVACE 
 
O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é indispensável para o sucesso 
no atendimento. O socorrista deve estar atento, pois a obstrução de vias aéreas e 
consequente parada respiratória evoluem rapidamente para parada cardiopulmonar. A 
obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total (grave). 
 
Uma vítima está tendo obstrução parcial das vias aéreas quando: 
 
• Sua respiração é muito dificultosa, com ruídos incomuns; 
• Embora respire, a cor da pele está azulada (cianótica), principalmente ao redor dos 
lábios, leito das unhas, lóbulo da orelha e língua; e 
• Quando a vítima está tossindo. 
 
Quando a vítima apresentar estes sinais, estará consciente e, caso a troca gasosa ainda 
esteja satisfatória, o socorrista apenas irá encorajá-la a tossir, aguardando que o corpo 
estranho seja expelido. 
 
A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando, por exemplo, a vítima está se 
alimentando ou acabou de comer e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. 
Pode demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço, apresentando cianose e 
esforço respiratório exagerado. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser 
detectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está 
consciente. 
 
Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obstrução 
de vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá à perda de consciência e 
rapidamente, a morte. 
 
 
 
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6 .3 TÉCNICAS DE DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
6.3.1 REMOÇÃO MANUAL 
 
Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode visualizar corpos estranhos, 
passíveis de remoção digital. Somente deve-se remover o material que cause obstrução 
se o mesmo for visível. 
 
A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima utilizando a manobra 
de tração da mandíbula (em caso de trauma) ou a de elevação do mento e introduzir o 
dedo indicador "em gancho", do canto para o centro, deslocando e retirando o corpo 
estranho. Estando o corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar o 
dedo indicador e médio "em pinça". Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo mínimoou o pinçamento, em virtude das dimensões reduzidas das vias aéreas. Somente tentar 
a remoção se o corpo estranho estiver visível. 
 
Caso o motivo da obstrução de uma vítima inconsciente seja a queda da língua, a 
introdução a cânula orofaríngea será suficiente para restabelecer a passagem do ar. 
 
 
6.3.2 ASPIRAÇÃO 
 
Tem como finalidade a remoção de sangue, vômito e de outros materiais das vias 
aéreas. O vácuo necessário pode ser produzido com gás comprimido (O2 ou ar), motor 
elétrico ou manualmente. Os dispositivos utilizados para aplicar a sucção podem ser 
rígidos ou flexíveis. 
 
Técnica 
 
• Se possível, o paciente deve estar monitorado com o oxímetro de pulso; 
• Pré-oxigenar com máscara e bolsa com oxigênio; 
• Efetuar a limpeza manual da orofaringe; 
• Introduzir o dispositivo de sucção sem aspirar; 
• Aspirar na retirada, o procedimento não deve durar mais de 10 segundos; 
• Retirar com movimentos rotatórios; 
• Não é necessário aspirar as narinas de adultos, pois a obstrução de vias aéreas é na 
boca e orofaringe; 
• Antes de repetir o procedimento, o paciente deve ser novamente oxigenado. 
 
Complicações 
 
A complicação mais comum é a hipoxemia pela interrupção da ventilação, que pode 
causar arritmias cardíacas ou mesmo parada cardiorrespiratória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.3.3 MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM ADULTOS 
 
6.3.3.1 Vítima consciente: 
 
Para constatar a obstrução o socorrista deverá perguntar a vítima: "Você está 
engasgado?". Se a vítima confirmar através de movimento afirmativo (balançando a 
cabeça, por exemplo), o socorrista deverá avisar-lhe que irá ajudar e iniciar 
rapidamente a manobra de Heimlich, que consiste: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal universal do engasgado. 
a) Vítima em pé ou sentada: 
 
Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdome; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manobra de Heimlich para desobstrução de 
vias aéreas (obstrução por corpo sólido). 
Vítima consciente e em pé. 
 
Colocar a raiz do polegar de uma das mãos entre a cicatriz umbilical e o apêndice 
xifóide; 
 
Envolver a mão que se encontra sobre o abdome da vítima com a outra mão; 
 
Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas e 
colocando uma delas entre as pernas da vítima; 
 
 
 
 
 
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Pressionar o abdome da vítima puxando-o para si e para cima, por 5 vezes, 
forçando a saída do corpo estranho; 
 
Observar se a vítima expele o corpo estranho e volta a respirar normalmente; 
 
Continuar as compressões até que a vítima expila o objeto ou perca a consciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vítima torna-se inconsciente 
durante a manobra. Socorrista 
evita-lhe a queda. 
 
 
 
 
Obs.1: caso a compressão abdominal seja inviável, por tratar-se de paciente obeso ou 
gestante, realizar as compressões na porção média inferior do osso esterno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compressão torácica em gestante 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Obs. 2: Se a vítima da obstrução for a própria pessoa e essa se encontrar sozinha, 
deverá forçar a tosse de maneira insistente, ou utilizar-se do espaldar de uma cadeira 
para que seja possível comprimir o abdome. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Utilização do espaldar de uma cadeira. 
 
 
 
b) Vítima deitada: 
 
Posicionar a vítima em decúbito dorsal; 
 
Ajoelhar-se ao lado da vítima ou a cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas, com 
seus joelhos tocando-lhe lateralmente o corpo; 
 
Posicionar a palma da mão sobre o abdome da vítima, entre o apêndice xifóide e a 
cicatriz umbilical, mantendo as mãos sobrepostas; 
 
Aplicar cinco compressões abdominais no sentido do tórax; 
 
Abrir a cavidade oral e observar se o corpo estranho está visível e removê-lo; 
 
Repetir o processo de compressão e observação da cavidade oral até que o objeto 
seja visualizado e retirado ou até a vítima perder a consciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.3.3.2 Vítima inconsciente: 
 
Para vítimas sem responsividade, deve ser aplicada a RCP, pois as compressões 
torácicas forçam a expelição do corpo estranho e mantém a circulação sanguínea, 
aproveitando o oxigênio ainda presente no ar dos pulmões. 
 
Vale ressaltar que durante a abertura das vias aéreas para a aplicação das ventilações 
de resgate, o socorrista deverá inspecionar a boca e remover quaisquer objetos visíveis 
(Protocolo 2005 AHA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O socorrista, após constatar que 
Após a vítima ter ficado as vias aéreas continuam 
inconsciente durante a manobra obstruídas, dá início às 
de Heimlich, rapidamente o 
socorrista a deposita sobre o solo 
para, caso não tenha ocorrido a 
desobstrução das vias aéreas, dar 
início as compressões torácicas. 
compressões torácicas. 
 
 
 
 
6.3.4 MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM CRIANÇAS E 
LACTENTES 
 
Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma 
semelhante à do adulto, levando-se em consideração a intensidade das 
compressões que será menor; nos lactentes, para realizar a manobra de 
desobstrução, o socorrista deverá tomar os seguintes procedimentos, após falhar a 
segunda tentativa de ventilação de resgate: 
 
Segurar o bebê sobre um dos braços, com o pescoço entre os dedos médio e polegar e 
com o dedo indicador segurar o queixo da vítima para manter as vias aéreas abertas, 
deixando-o com as costas voltadas para cima e a cabeça mais baixa que o tronco; 
 
Dar 5 pancadas com a palma da mão entre as escápulas do bebê; 
 
Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais baixa do 
que o tronco, e efetuar 5 compressões torácicas através dos dedos indicador e médio 
sobre a linha dos mamilos (idêntica às compressões realizadas na RCP); 
 
 
 
 
 
 
 
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Colocar o bebê sobre uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho; 
 
Realizar 1 insuflação e, caso o ar não passe, reposicionar a abertura das vias aéreas; 
 
Abrir as vias aéreas e efetuar outra insuflação. Caso o ar não passe, retornar para as 
pancadas entre as escápulas e as compressões torácicas, e repetir os 
procedimentos até que o objeto seja expelido ou a vítima fique inconsciente. Nesse 
caso, proceder a manobras de RCP. 
 
 
 
OVACE em Lactentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desobstrução de VA de lactente - 05 
Inspeção visual das vias aéreas (VA) de 
lactente, a procura de corpos estranhos. 
palmadas no dorso, entre as escápulas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desobstrução de VA de lactente - 05 
compressões torácicas. 
 
 
 
 
 
 
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7. CHOQUE 
 
 
7 .1 DEFINIÇÃO 
 
É o quadro clinico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular de prover 
circulação sanguínea suficiente para os órgãos. A chegada de sangue rico em O2 aos 
órgãos é denominada perfusão. 
 
 
7 .2 FISIOLOGIA 
 
Todas as células do corpo humano necessitam de oxigênio para produzir energia 
através da queima da glicose- metabolismo aeróbico. A queima da glicose produz o gás 
carbônico. O O2 é extraído da atmosfera pelos pulmões e transportado ligado aos 
glóbulos vermelhos pela circulação do sangue aos tecidos onde é utilizado. 
 
A função do sistema circulatório é transportar as hemácias para se abastecerem de 
oxigênio nos pulmões e depois transportá-las aos tecidos. Na ausência de O2 as células 
do corpo possuem uma fonte alternativa de produção de energia que é o metabolismo 
anaeróbico, que produz menos energia e gera o acúmulo de ácido lático. Os órgãos 
mais sensíveis à deficiência de O2 são cérebro, coração e pulmões, sobrevivendo 
poucos minutos em metabolismo anaeróbico. A pele e os músculos podem sobreviver de 
quatro a seis horas em metabolismo anaeróbico e os órgãos abdominais podem 
sobreviver de 45 a 90 minutos. 
 
O sistema circulatório é composto pelo coração, vasos sanguíneos e pelo sangue, que é 
o fluido movimentado sob pressão. A pressão necessária à movimentação do sangue é 
gerada pela força de contração do coração. 
 
A pressão arterial (PA) depende da quantidade de sangue ejetada pelo coração e do grau 
de contração das artérias ou resistência vascular periférica que é regulada pelo sistema 
nervoso. Os vasos sanguíneos são capazes de se contrair ou se dilatar de acordo com 
as necessidades do corpo. Por exemplo, no exercício físico ocorre dilatação nos 
músculos utilizados e contração dos vasos do tubo digestivo; durante a digestão ocorre o 
contrário. 
 
As condições fundamentais para contração eficaz do coração são a existência de um 
volume suficiente de sangue para encher os vasos sanguíneos e a manutenção de um 
grau eficaz de contração dos vasos sanguíneos. 
 
 
Condições causadoras do estado de choque: 
 
• Queimaduras graves; 
• Hemorragias; 
• Acidentes por choque elétrico; 
• Envenenamento por produtos químicos e intoxicações; 
 
 
 
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•
•
•
•
•
•
• 
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Ataque cardíaco; 
Exposição a extremos de calor ou frio; 
Dor aguda; 
Infecção grave; 
Emoções fortes; 
Lesões graves; 
Politraumatismos. 
 
 
7 .3 CLASSIFICAÇÃO 
 
a) Hipovolêmico 
 
Hemorragias internas e externas, perda de plasmas em queimaduras graves e por 
desidratação intensa (exemplo: diarreia e vômitos). 
 
 
b) Cardiogênico 
 
Causado pelo Infarto agudo do miocárdio, arritmia cardíaca e insuficiência cardíaca 
congestiva. 
 
 
c) Séptico 
 
Ocorre em infecções graves devido à liberação de toxinas pelo agente causador com 
efeito vasodilatador. 
 
 
d) Anafilático 
 
Resulta de reação alérgica grave, que produz substância vasodilatadores. 
Ex.: venenos de insetos, medicamentos, alimentos etc.. 
 
 
e) Neurogênico 
 
Desenvolve-se quando o controle autônomo dos vasos sanguíneos falha. 
Normalmente o sistema nervoso controla a contração e dilatação dos vasos 
sanguíneos, regulando a pressão arterial. O traumatismo de coluna cervical com dano 
para a medula espinhal, que interrompe a comunicação entre as fibras do sistema 
nervoso autônomo e o sistema circulatório. Ocorre vaso dilatação e incapacidade de 
responder ao choque com taquicardia. Dores intensas são outras causas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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f) Obstrutivo 
 
É produzido por obstrução ao enchimento e/ou ao bombeamento cardíaco. São causas 
o pneumotórax hipertensivo e tamponamento cardíaco. 
 
 
7 .4 FASES DO ESTADO DE CHOQUE 
 
Na ausência de tratamento é um quadro com agravamentos progressivos que se 
apresenta em duas fases: 
 
• Choque compensado: é o primeiro estágio, o organismo consegue se equilibrar 
através dos mecanismos compensatórios. A perfusão dos órgãos é mantida e os sinais e 
sintomas são mínimos. Não há dano permanente, se o tratamento reverter a causa básica. 
 
• Choque descompensado: nesta fase ocorre redução na perfusão, queda na pressão 
arterial e alterações do estado mental. O tratamento ainda pode ser eficaz neste estágio 
desde que realizado rapidamente. 
 
 
7 .5 
 
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
• 
 
 
7 .6 
 
 
• 
 
 
SINAIS DO ESTADO DE CHOQUE 
 
Pele fria e pegajosa; 
Suor na testa e na palma das mãos; 
Face pálida, com expressão de ansiedade e agitação; 
Frio, chegando às vezes a ter tremores; 
Náusea e vômito; 
Fraqueza; 
Respiração rápida, curta e irregular; 
Visão nublada, tontura; 
Pulso fraco e rápido; 
Sede; 
Extremidades frias; 
Queda da pressão arterial; 
Poderá está total ou parcialmente inconsciente. 
 
 
TRATAMENTO 
 
Posicionar a vítima em decúbito dorsal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• Observar a vítima, pois em caso de vômito deve-se virar a cabeça da vítima para 
que ela não se asfixie. Caso haja suspeita de lesão da coluna cervical a cabeça não deve 
ser virada; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Afrouxar as roupas da vítima, para facilitar respiração e circulação; 
 
• Fornecer oxigênio; 
 
• Não administrar nada via oral; 
 
• Cobri-lo com cobertores ou sacos plásticos; 
 
• Reavaliar frequentemente os sinais vitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. HEMORRAGIA 
 
8 .1 INTRODUÇÃO 
 
O sangue é o meio onde é realizado o transporte de oxigênio e nutrientes para as 
células e de gás carbônico e outros excretas para os órgãos de eliminação, possui um 
componente líquido chamado plasma que representa cerca de 55% a 60% de seu 
volume total, sendo composto por água, sal e proteínas. 
 
O corpo humano possui normalmente um volume sanguíneo de aproximadamente 70 
ml/kg de peso corporal para adultos e 80 ml/kg para crianças, ou seja, um indivíduo 
com 70 kg possui aproximadamente 4.900 ml de sangue. 
 
 
 
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Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são: 
 
 
• 
 
 
 
 
• 
 
 
 
 
 
 
 
8 .2 
 
a) 
 
Contração da parede dos vasos sanguíneos: 
Os vasos sanguíneos que possuem camada muscular contraem sua parede, 
diminuindo o tamanho da abertura por onde o sangue está escapando. 
 
Coagulação do sangue: 
Inicia-se pela aderência das plaquetas, corpúsculos que fazem parte da porção 
sólida do sangue sobre a lesão da parede do vaso. Em seguida ocorre uma série de 
reações químicas que formam o trombo ou coágulo, que bloqueia o escape de sangue 
pelo orifício do vaso lesado. 
 
 
DEFINIÇÕES 
 
Hemorragia 
 
É o extravasamento de sangue provocado pelo rompimento de um vaso sanguíneo: 
artéria, veia ou capilar. Dependendo da gravidade pode provocar a morte em alguns 
minutos. O controle da hemorragia é prioridade. 
 
A hemorragia deve ser tratada na análise primária, para depois tratar as vias aéreas e a 
ventilação do paciente. Nesta fase deve-se remover a roupa do paciente para examinar 
as hemorragias. 
 
b) Hemostasia 
 
Significa controle de sangramento, pode ser efetuada através dos mecanismos normais 
de defesa do organismo isoladamente ou em associações com técnicas de tratamento 
médico-básicas e avançadas. 
 
Os pacientes com distúrbios no mecanismo de coagulação, por exemplo, os 
hemofílicos, podem apresentar hemorragias graves por traumas banais. 
 
 
8 .3 CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Podem ser classificadas de acordo com: 
 
Tipo de vasosanguíneo: 
 
• Arterial: sangramento em jato acompanhamento a contração cardíaca. 
Geralmente o sangue é de coloração vermelho-viva. É mais grave que o 
sangramento venoso em vasos de mesmo calibre, pois a pressão no sistema venoso 
e a velocidade da perda sanguínea são maiores. 
 
• Venoso: Sangramento contínuo geralmente de coloração escura. 
 
• Capilar: Sangramento contínuo com fluxo lento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Localização do vaso sanguíneo: 
 
 
• 
 
 
 
 
• 
 
 
 
 
 
8 .4 
 
Externa: sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do 
sangramento. Podem ser controladas utilizando técnicas básicas de primeiros 
socorros. 
 
Interna: sangramento de estruturas profundas pode ser oculto ou se exteriorizar. As 
médias básicas de socorro não funcionam. O paciente deve ser tratado no hospital. 
 
 
 
PRIMEIROS SOCORROS 
 
Estancar imediatamente a hemorragia, fazendo no local um dos métodos que veremos 
mais à frente (nos casos de hemorragia externa, pois não existe nenhum método de 
estancamento para hemorragia interna). 
 
8.4.1 HEMORRAGIA INTERNA 
 
Esse tipo de hemorragia ocorre quando o sangue extravasado do vaso sanguíneo 
permanece dentro do corpo da vítima. É o tipo de hemorragia mais perigosa, pois tanto 
a sua identificação quanto o seu controle são mais difíceis de serem feitos fora do 
ambiente hospitalar. 
 
 
 
 
 
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8.4.1.1 Sinais e Sintomas de Hemorragia Interna: 
 
• Dor local; 
 
• Pele pálida e fria; 
 
• Edema em expansão; 
 
• Sangramento pelo ouvido e nariz (hemorragia cerebral); 
 
• Sede; 
 
• Fraqueza, tontura e desmaio; 
 
• Membro sem pulso, muitas vezes associada à fratura. 
 
 
8.4.1.2 Tratamento da Hemorragia Interna: 
 
• Mantenha as vias aéreas liberadas; 
 
• Manter a vítima deitada e o mais imóvel possível; 
 
• Use talas infláveis em caso de fraturas (exceto fraturas expostas); 
 
• Transporte na posição de prevenção ao estado de choque; 
 
• Administre oxigênio; 
 
• Não dê nada para a vítima beber; 
 
• Eleve o membro, caso não haja suspeita de fratura; 
 
• Aplicar uma bolsa de gelo sobre o provável local da hemorragia; 
 
• Conduzir a vítima com urgência para um pronto socorro. 
 
 
8.4.1.3 Alguns Tipos De Hemorragia Interna 
 
Muitos tipos de hemorragia interna podem se apresentar, mas neste tópico vamos 
abordar aqueles que podem ser encontrados com mais frequência. 
 
a) Hemorragia na Cabeça (narinas): 
 
• Mantenha a vítima sentada, com a cabeça para cima; 
 
• Comprima a narina que sangra; 
 
 
 
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Afrouxe-lhe a roupa em torno do pescoço; 
 
Se o sangramento não cessar no espaço de 05 minutos, tampe a narina que sangra 
com algodão ou gaze enchumaçada; 
 
Encaminhe a vítima ao pronto socorro, pois esse tipo de hemorragia pode ser a 
manifestação de determinadas doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Tórax e Abdome: 
 
• Comprima o ferimento com um pano dobrado, amarrando-o com atadura larga; 
 
• Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o corpo, exceto em 
casos de fratura de crânio. 
 
 
c) Hemorragia dos Pulmões: 
 
Manifesta-se após um acesso de tosse, e o sangue que sai pela boca é de cor vermelho 
rutilante. 
 
• Deite a vítima mantendo-a em repouso; 
 
• Tranquilize-a e não a deixe falar; 
 
• Procure imediato auxílio médico e remova a vítima para um pronto socorro. 
 
 
d) Hemorragia Digestiva: 
 
• A vítima apresenta náuseas e pode vomitar sangue vivo ou digerido, semelhante à 
borra de café; 
 
• Mantenha a vítima em repouso e providencie sua remoção para o hospital. 
 
 
 
 
 
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8.4.2 HEMORRAGIA EXTERNA 
 
É de mais fácil identificação, pois basta visualizar o local onde ocorre a perda de 
sangue. Os sinais e sintomas são praticamente os mesmos descritos para as 
hemorragias externas, e os métodos de contensão, veremos a seguir: 
 
 
a) Compressão Direta 
 
Comprimir diretamente o local de sangramento usando compressa estéril, se possível. 
Nos ferimentos com objetos penetrantes, devem-se comprimir ambos os lados do 
objeto. Pode-se fazer um curativo compressivo usando compressas ou faixas elásticas, 
se isso for suficiente para o estancamento da fratura, caso contrário mantenha a 
compressão direta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É a técnica mais adequada e mais utilizada, pois além de parar o sangramento, não 
interrompe a circulação sanguínea para o membro ferido. 
 
Quando se localiza grande hemorragia deve-se imediatamente realizar-se a 
compressão direta para posteriormente fazer o tamponamento. 
 
 
b) Elevação do Membro 
 
A compressão direta não sendo suficiente para estancar o sangramento, deve-se elevar 
o membro lesionado. Deve-se ter cuidado ao elevar uma extremidade fraturada ou com 
uma luxação. 
 
 
 
 
 
 
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c) Pontos de Pressão 
 
Outro método de controlar o sangramento é aplicando pressão profunda sobre uma 
artéria proximal à lesão. Esta é uma tentativa de diminuir a chegada de sangue à ferida. 
 
Os principais pontos de pressão é a artéria braquial, a artéria axilar, a artéria poplítea, a 
artéria femoral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Tamponamento 
 
Consiste em cobrir o local do sangramento com gaze ou pano limpo e estéril, se 
possível, e envolvê-lo firmemente com uma atadura. É uma técnica de estancamento 
adequada e mais utilizada, pois para o sangramento e não interrompe a circulação. 
 
 
 
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e) Torniquete 
 
Essa técnica praticamente interrompe a circulação. Só deverá ser utilizada em duas 
situações, se necessário: no caso de amputação de membro, quando o corte foi muito 
extenso e romper vasos sanguíneos ou quando a compressão direta não estancar a 
hemorragia. 
 
Essa técnica não é aconselhada por provocar o necrosamento do órgão, ou membro e, 
consequentemente sua amputação. Deve-se usá-la como último recurso. 
 
 
8.4.2.1 Tratamento De Uma Hemorragia Externa 
 
• Nunca toque na ferida; 
 
• Não toque e nem aplique medicamento ou qualquer produto no ferimento; 
 
• Não tente retirar objeto empalado; 
 
• Proteger com gazes ou pano limpo, fixando com bandagem, sem apertar o ferimento; 
 
• Fazer compressão local suficiente para cessar o sangramento; 
 
• Se o ferimento for a membros, deve-se elevar o membro ferido, caso não haja fratura; 
 
• Caso não haja controle do sangramento, pressione os pontos arteriais; 
 
• Encaminhar a vítima o mais rápido possível para um pronto socorro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. QUEIMADURAS 
 
 
9 .1 INTRODUÇÃO 
 
Lesão do tecido de revestimento do corpo, causada por agentes térmicos, químicos, 
radioativos ou elétricos, podendo destruir total ou parcialmente a pele e seus anexos, 
até atingir camadas mais profundas (músculos, tendões e ossos). 
 
 
9 .2 NOÇÕES BÁSICAS 
 
A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra

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