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Auditoria: Normas e Controle Interno

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Auditoria: Normas e 
Controle Interno
Auditoria: Normas e 
Controle Interno
Organizado pela Universidade Luterana do Brasil
Universidade Luterana do Brasil – ULBRA
Canoas, RS
2016
Williams Meirelles
Conselho Editorial EAD
Andréa de Azevedo Eick
Ângela da Rocha Rolla
Astomiro Romais
Claudiane Ramos Furtado
Dóris Gedrat
Honor de Almeida Neto
Maria Cleidia Klein Oliveira
Maria Lizete Schneider
Luiz Carlos Specht Filho
Vinicius Martins Flores
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. 
Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores 
a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da 
ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei 
nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
ISBN: 978-85-5639-252-7
Dados técnicos do livro
Diagramação: Jonatan Souza
Revisão: Ane Sefrin Arduim
Esta disciplina do curso de Ciências Contábeis tem por objeto de estudo a compreensão das normas e os conceitos teóricos para o desempenho 
da atividade de auditoria contábil, indispensáveis à formação profissional 
do auditor.
O objetivo proposto para o estudo desta disciplina é o estudo das nor-
mas profissionais e técnicas de auditoria, que no Brasil são emitidas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade, denominadas NBC PAs e NBC TAs.
Quanto à estrutura deste livro, ela é formatada por dez capítulos. Em 
cada capítulo é apresentada uma introdução, na qual se busca dar ao lei-
tor um indicativo inicial do que é conceituado no desenvolvimento teórico. 
Ainda são subdivididos em tópicos e subtópicos para que se tenha conheci-
mento mais profundo de alguns conteúdos relevantes para o entendimento 
da atividade de auditoria. Após o desenvolvimento dos conceitos teóricos, 
também é apresentado um resumo de cada capítulo, titulado como recapi-
tulando, no intuito de que se tenha uma síntese geral. Por fim, são elenca-
das as referências e obras consultadas, as quais serviram de aporte teórico 
com a visão dos autores que discutem a atividade de auditoria, bem como 
Leis e Normas pertinentes a essa atividade. Ao final, ainda são apresen-
tadas atividades que devem ser resolvidas com o propósito da fixação do 
conhecimento adquirido. 
Recomenda-se que os/as alunos/as não se limitem ao material didáti-
co apresentado, mas que se despertem para a busca de leituras adjacentes 
que ampliem a bagagem teórica, que é relevante e necessária à prática da 
profissão da contabilidade e auditoria.
Apresentação
 1 Conceitos, Objetivos e Tipos de Auditoria ..............................1
 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças ...............17
 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria .............42
 4 Normas de Auditoria ..........................................................59
 5 Planejamento de Auditoria ..................................................79
 6 Controles Internos ..............................................................96
 7 Amostragem em Auditoria ................................................120
 8 Procedimentos e Evidências de Auditoria ...........................141
 9 Documentação de Auditoria ..............................................160
 10 Opinião do Auditor ...........................................................178
Sumário
Conceitos, Objetivos e 
Tipos de Auditoria1
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente é professor dos cursos de Ciências 
Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA presencial e EAD e funcionário 
público da Petrobras.
Williams Meirelles1
Capítulo 1
2 Auditoria: Normas e Controle Interno
Introdução
Para atingir suas finalidades, a Contabilidade se utiliza de qua-
tro técnicas, que são as seguintes:
 Â Escrituração (registro dos fenômenos patrimoniais);
 Â Demonstrações (balanços e outras demonstrações);
 Â Auditoria;
 Â Análise de balanços.
Assim, podemos concluir que a Auditoria tem a natureza de 
técnica contábil utilizada pela Contabilidade para atingir seus 
objetivos, sendo a Auditoria Contábil a técnica contábil cujo 
objetivo é emitir uma opinião sobre as demonstrações contá-
beis (também denominadas financeiras).
Neste primeiro capítulo, estudaremos o conceito de audito-
ria, os tipos de auditoria existentes e seus respectivos objetivos.
1 Conceituação
A tarefa de conceituar auditoria não é das mais fáceis, princi-
palmente pela possibilidade de aplicação da técnica em qual-
quer ramo do conhecimento humano.
Etimologicamente, a palavra auditoria se origina do Latim 
audire (ouvir). Inicialmente foi utilizada pelos ingleses (audi-
ting) para significar o conjunto de procedimentos técnicos para 
Capítulo 1 Conceitos, Objetivos e Tipos de Auditoria 3
a revisão da contabilidade. Atualmente, possui sentido mais 
abrangente.
No sentido lato, auditoria é o processo de confrontação 
entre uma situação encontrada e um determinado critério, ou, 
em outras palavras, é a comparação entre o fato ocorrido e o 
que deveria ocorrer. Pode-se afirmar também que, nessa acep-
ção, auditoria significa um conjunto de procedimentos técni-
cos aplicados de forma independente sobre uma relação que 
envolve a obrigação de responder por uma responsabilidade 
conferida, objetivando emitir um informe de como essa obri-
gação está sendo cumprida.
Figura 1 Conceito de auditoria.
Fonte: o Autor.
Segundo a Organização Internacional das Entidades Fisca-
lizadoras Superiores – INTOSAI,2 a auditoria “é o exame das 
operações, atividades e sistemas de determinada entidade, 
com vistas a verificar se são executados ou funcionam em con-
2 A Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores – INTOSAI 
é um organismo apolítico que objetiva o intercâmbio de ideias sobre as melhores 
práticas de fiscalização, filiado à Organização das Nações Unidas – ONU, com 
sede em Viena, Áustria, que tem por finalidade fomentar intercâmbios de ideais e 
experiências entre as instituições superiores de controle das finanças públicas.
4 Auditoria: Normas e Controle Interno
formidade com determinados objetivos, orçamentos, regras e 
normas”.
A IFAC3 conceituou auditoria da seguinte maneira: “Audi-
toria é uma verificação ou exame feito por um auditor dos do-
cumentos de prestação de contas com o objetivo de habilitá-lo 
a expressar uma opinião sobre os referidos documentos de 
modo a dar aos mesmos a maior credibilidade”.
Considerando a natureza geral desses conceitos e incorpo-
rando alguns outros, sintetiza-se o seguinte conceito geral de 
auditoria:
Auditoria é o processo sistemático, documentado e inde-
pendente de se avaliar objetivamente uma situação ou 
condição para determinar a extensão na qual critérios 
são atendidos, obter evidências quanto a esse atendi-
mento e relatar os resultados dessa avaliação a um des-
tinatário predeterminado.
Agora vamos desmembrar esse conceito para uma melhor 
compreensão:
Processo sistemático: a auditoria é um processo de traba-
lho planejado e metódico, pautado em avaliações e finalizado 
com a comunicação de seus resultados.
Processo documentado: o processo de auditoria deve ser 
fundado em documentos e padronizado por meio de proce-
3 Federação Internacional dos Contadores – IFAC é uma organização mundial, sem 
fins lucrativos, sediada em New York (EUA). Representa a profissão contábil com 
participação de 124 países membros e mais de 2,5 Milhões de contadores.
Capítulo 1 Conceitos,Objetivos e Tipos de Auditoria 5
dimentos específicos, de modo a assegurar a sua revisão e a 
manutenção das evidências obtidas. Isso implica que a enti-
dade de auditoria deve formalizar um método para executar 
suas auditorias, estabelecendo os padrões que elas deverão 
observar, incluindo regras claras quanto à documentação.
Processo independente: a auditoria deve ser realizada por 
pessoas com independência em relação às organizações, aos 
programas, aos processos, às atividades, aos sistemas e aos 
objetos examinados para assegurar a objetividade e a impar-
cialidade dos julgamentos.
Avaliação objetiva: os fatos devem ser avaliados com a 
mente livre de vieses. A avaliação objetiva leva a julgamentos 
imparciais, estritamente adequados às circunstâncias, precisos 
e refletem na confiança do trabalho do auditor.
Situação encontrada: o estado ou a situação existente do 
objeto da auditoria, encontrado pelo auditor durante a execu-
ção do trabalho de auditoria.
Critério: referencial a partir do qual o auditor faz seus jul-
gamentos em relação à situação ou condição existente. Reflete 
como deveria ser a gestão. A eventual discrepância entre a 
situação existente e o critério originará o achado de auditoria.
Evidências: elementos de comprovação da discrepância 
(ou não) entre a situação ou condição encontrada e o critério 
de auditoria.
Relato de resultados: os resultados de uma avaliação de 
auditoria são relatados a um destinatário predeterminado, que 
normalmente não seja a parte responsável, por meio de um 
6 Auditoria: Normas e Controle Interno
relatório, instrumento formal e técnico no qual o auditor co-
munica o objetivo, o escopo, a extensão e as limitações do 
trabalho, os achados de auditoria, as avaliações, opiniões e 
conclusões, conforme o caso, e encaminha suas propostas.
Já em um sentido estrito, a auditoria se restringe apenas 
aos universos contábil e financeiro. Surge daí o conceito de 
Auditoria Contábil, que objetiva, após aplicação de procedi-
mentos específicos com base em normas profissionais e de 
forma independente, a emissão de opinião sobre a adequação 
das demonstrações contábeis.³
Para Willian Attie (2010) a Auditoria é uma especialização 
contábil voltado a testar a eficiência e eficácia do controle pa-
trimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião 
sobre determinado dado.
Já Franco e Marra (2011) definem a auditoria como a téc-
nica contábil que através de procedimentos específicos que lhe 
são peculiares, aplicados no exame de registros e documen-
tos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, 
relacionados com o controle de uma entidade. Objetiva obter 
elementos de convicção que permitam julgar se os registros 
contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fun-
damentais e normas da contabilidade e se as demonstrações 
contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situ-
ação econômica financeira do patrimônio, os resultados do 
período administrativo examinado e as demais situações nelas 
demonstradas.
Vale ressaltar, também, o conceito de Crepaldi (2013), que 
ensina: a auditoria das demonstrações contábeis constitui o 
Capítulo 1 Conceitos, Objetivos e Tipos de Auditoria 7
conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a 
emissão de parecer sobre sua adequação, consoante os Princí-
pios Fundamentais de Contabilidade e pertinente à legislação 
específica.
2 Obrigatoriedade
A auditoria contábil é aplicada às companhias abertas, socie-
dades e empresas que integram o sistema de distribuição de 
valores mobiliários, conforme art. 26 da Lei 6.385/76. Tam-
bém terão suas demonstrações4 auditadas regularmente as ins-
tituições financeiras, seguradoras, fundos de pensão e empre-
sas de grande porte, que foram definidas pela Lei 11.638/07 
como aquelas que:
Faturarem mais que R$ 300 milhões por ano;
Possuírem ativos superiores a R$ 240 milhões.
Já na área pública, a CF/88 determina em seus art. 70 a 
75 que a fiscalização contábil, orçamentária, financeira, ope-
racional e patrimonial será exercida pelo Congresso Nacional, 
4 No Brasil, as demonstrações contábeis são definidas por lei. No âmbito das 
sociedades anônimas, a Lei n.º 6.404/76 no seu artigo 176, estabelece os seguin-
tes demonstrativos: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, opcionalmente substituída pela 
Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos de 
Caixa e, para as companhias abertas, a Demonstração do Valor Adicionado. No 
setor público, a Lei n.º 4.320/64, definiu os seguintes modelos: Balanço Orça-
mentário, Balanço Financeiro, Balanço Patrimonial e Demonstração das Variações 
Patrimoniais.
8 Auditoria: Normas e Controle Interno
mediante controle externo (tribunais de conta), e também pelo 
sistema de controles interno de cada poder (vale para adminis-
tração direta e indireta).
3 Tipos de Auditoria e seus Objetivos
Baseado nas definições conceituais de auditoria, podemos 
classificá-la nos seguintes tipos:
Auditoria Contábil: objetiva obter elementos comprobató-
rios suficientes que permitam opinar se os registros contábeis 
foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de 
contabilidade e se as demonstrações contábeis refletem, ade-
quadamente, a situação econômico-financeira do patrimônio. 
Conforme a NBC TA 200, o objetivo da auditoria é aumentar 
o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte 
dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma 
opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis fo-
ram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em confor-
midade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.
Auditoria de Gestão: objetiva emitir opinião com vistas a 
certificar a regularidade das contas, verificar a execução de 
contratos, convênios, acordos ou ajustes, a probidade na apli-
cação dos dinheiros públicos e guarda ou administração de 
valores e outros bens da União ou a ela confiados.
Auditoria de Programas: objetiva acompanhar, examinar e 
avaliar a execução de programas e projetos governamentais 
Capítulo 1 Conceitos, Objetivos e Tipos de Auditoria 9
específicos, bem como a aplicação de recursos descentraliza-
dos.
Auditoria Operacional: consiste em avaliar as ações ge-
renciais e os procedimentos relacionados ao processo opera-
cional, procurando auxiliar a administração na gerência e nos 
resultados, por meio de recomendações que visem aprimorar 
procedimentos.
Auditoria de Sistemas: objetiva assegurar a adequação, a 
privacidade dos dados e informações oriundas dos sistemas 
eletrônicos de processamento de dados.
Auditoria Especial: objetiva o exame de fatos ou situações 
consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordiná-
rias, sendo realizadas para atender a determinação de autori-
dade competente.
Auditoria da Qualidade: tem por objetivo permitir a forma-
ção de uma opinião mais concreta sobre o desempenho ge-
rencial dos administradores públicos, servindo como estímulo 
a adoção de uma cultura gerencial voltada para o atingimento 
de resultados dentro dos princípios da qualidade, identificando 
os pontos fortes e fracos da organização.
Auditoria Tributária: objetiva o exame e avaliação de pla-
nejamento tributário e a eficiência dos procedimentos e con-
troles adotados para a operação, pagamento e recuperação 
de impostos, taxas e quaisquer outros ônus de natureza fisco-
-tributária que incidam nas operações, bens e documentos da 
empresa.
10 Auditoria: Normas e Controle Interno
4 Trabalhos de Asseguração
A NBC TA 01 – estrutura conceitual para trabalhos de assegu-
ração – define esse tipo de trabalho como sendo
um trabalho no qual o auditor independente expressa 
uma conclusão com a finalidade de aumentar o grau deconfiança dos outros usuários previstos, que não seja a 
parte responsável, acerca do resultado da avaliação ou 
mensuração de determinado objeto de acordo com os 
critérios aplicáveis.
Portanto, importante saber que os trabalhos de assegura-
ção envolvem três partes distintas:
O auditor independente;
A parte responsável (área objeto da asseguração);
Os usuários (pessoas a quem o auditor submete o relatório 
de asseguração).
Além disso, também devemos compreender as diferenças 
entre os dois tipos de trabalhos de asseguração cuja execução 
é permitida ao auditor independente, a saber, trabalho de as-
seguração razoável e trabalho de asseguração limitada.
Capítulo 1 Conceitos, Objetivos e Tipos de Auditoria 11
Figura 2 Tipos de Asseguração e seus objetivos. 
Fonte: Fontenelle (2013, p. 21).
Dessa forma, em relação aos trabalhos de asseguração, 
estaremos interessados no de asseguração razoável, visto que 
nosso objeto de estudo é a Auditoria. Desse item, além do que 
já foi falado, temos de entender que Auditoria é espécie do gê-
nero Asseguração. Além disso, é necessário lembrar que o au-
ditor independente não faz apenas trabalhos de asseguração, 
mas também trabalhos que não se encaixam nesse conceito, 
como serviços de consultoria, por exemplo.
Recapitulando
Neste capítulo, estudamos os conceitos de reconhecidos auto-
res sobre auditoria começando pelo conceito mais básico, que 
consiste no confronto de uma situação encontrada com uma 
12 Auditoria: Normas e Controle Interno
determinada condição, entrando em conceitos mais técnicos 
referentes à auditoria contábil, que será o foco do nosso estu-
do daqui para frente.
Também abordamos a questão de quais entidades são 
obrigadas a terem suas informações financeiras auditadas e 
elencamos alguns dos tipos de auditoria mais citados nas lite-
raturas.
Por fim, aprendemos as diferenças entre os trabalhos consi-
derados como de asseguração e asseguração limitada.
Referências
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e 
Prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. 
São Paulo: Atlas, 2011.
FONTENELLE, Rodrigo; BRITO Claudenir. Auditoria Privada 
e Governamental. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
http://www.intosai.org/ Acesso em 21 de maio 2016>
https://www.ifac.org/ Acesso em 21 de maio 2016>
Capítulo 1 Conceitos, Objetivos e Tipos de Auditoria 13
Atividades
 1) A auditoria é:
a) Uma ciência
b) Uma técnica contábil
c) Um conjunto de pessoas
d) Um conjunto de procedimentos na busca de fraudes
e) Um trabalho
 2) A auditoria consiste no levantamento, exame e avaliação 
de procedimentos, operações, rotinas e demonstrações 
contábeis de uma entidade. A partir da compreensão con-
ceitual, é correto dizer que o objeto do trabalho de audito-
ria se circunscreve:
a) Fatos não registrados documentalmente
b) Ao conjunto de elementos de controle do patrimônio 
administrado
c) Aos papéis de trabalho
d) Aos registros contábeis
e) ao relatório com a opinião de auditor
 3) Assinale a alternativa correta:
a) No sentido lato, auditoria significa um conjunto de pro-
cedimentos técnicos aplicados sobre uma obrigação de 
responder por uma responsabilidade conferida, objeti-
14 Auditoria: Normas e Controle Interno
vando emitir uma opinião de como essa obrigação está 
sendo cumprida.
b) No sentido stricto, a auditoria se confunde com a audi-
toria contábil ou financeira, que objetiva, após aplica-
ção de procedimentos auditoriais, a emissão de opinião 
sobre a adequação das demonstrações contábeis ou 
financeiras, ou seja, se essas representam apropriada-
mente a situação financeira e patrimonial, o resultado 
das operações, as mutações no patrimônio e as fontes e 
aplicações de recursos de uma organização.
c) “A auditoria independentemente das demonstrações 
contábeis, constitui o conjunto de procedimentos técni-
cos que têm por objetivo a emissão de parecer sobre a 
adequação com que estas representam a posição patri-
monial e financeira, o resultado das operações, as mu-
tações do patrimônio líquido e as origens e aplicações 
de recursos da entidade auditada, consoante as Normas 
Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica, no 
que for pertinente”.
d) A, B e C estão corretas.
e) NRA.
 4) Relacione os tipos de auditoria apresentados na Coluna 1 
com as suas funções descritas na Coluna 2.
Coluna 1
I. Auditoria Independente.
II. Auditoria de monitoramento do controle interno.
Capítulo 1 Conceitos, Objetivos e Tipos de Auditoria 15
III. Auditoria de sistemas.
IV. Auditoria de atividades operacionais.
V. Auditoria de gestão de riscos.
Coluna 2
( ) Ajudar a organização mediante a identificação e ava-
liação das exposições significativas a riscos e ajudar na 
contribuição para a melhoria da gestão de risco e dos 
sistemas de controles.
( ) É responsável por revisar a economia, eficiência e efi-
cácia das atividades operacionais, incluindo as ativi-
dades não financeiras de uma entidade.
( ) Revisar os controles, monitorar sua operação e fornecer 
recomendações de melhoria em relação aos mesmos.
( ) Emitir uma opinião sobre o conjunto completo de de-
monstrações contábeis mediante a aplicação de testes 
detalhados de transações, saldos e procedimentos.
( ) Gerenciar o risco operacional envolvido e avaliar a 
adequação das tecnologias e sistemas de informação 
utilizados na organização através da revisão e avalia-
ção dos controles, desenvolvimento de sistemas, in-
fraestrutura, operação, desempenho e segurança que 
envolve o processamento de informações críticas para 
a tomada de decisão.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima 
para baixo, é:
16 Auditoria: Normas e Controle Interno
a) 1 – 2 – 3 – 4 – 5
b) 5 – 4 – 2 – 1 – 3
c) 4 – 2 – 3 – 5 – 1
d) 5 – 2 – 4 – 3 – 1
e) 4 – 5 – 2 – 1 – 3
 5) De acordo com a estrutura conceitual de trabalhos de as-
seguração, são elementos que necessariamente devem es-
tar presentes em um trabalho de asseguração executado 
por um auditor independente, exceto:
a) Relacionamento entre duas partes.
b) Objeto apropriado.
c) Critérios adequados.
d) Evidências apropriadas e suficientes.
e) Relatório de asseguração escrito de forma apropriada.
Auditoria Interna e 
Externa: Funções e 
Diferenças1
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente é professor dos cursos de Ciências 
Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA presencial e EAD e funcionário 
público da Petrobras.
Williams Meirelles1
Capítulo 2
18 Auditoria: Normas e Controle Interno
Introdução
A auditoria interna foi criada e desenvolvida em consequên-
cia do reconhecimento dos administradores em geral quanto 
aos benefícios de um bom controle interno diante da crescente 
complexidade dos sistemas operacionais das grandes empre-
sas. A auditoria interna seria, portanto, uma forma de controle 
sobre todos os outros controles internos de uma empresa.
A auditoria interna surgiu depois da auditoria independen-
te. Os problemas de controle que o administrador encontrou 
com a expansão das empresas, que passaram a empregar 
milhares de pessoas e a funcionar em diversas localidades, 
exigiram o aparecimento do auditorinterno. O crescimento 
no volume de transações tornou-se um obstáculo econômico 
para o emprego exclusivo da auditoria independente na forma 
tradicional.
No presente capítulo, iremos estudar as atribuições do au-
ditor interno e diferenciar seu trabalho do auditor externo.
1 Auditoria Interna
A norma que disciplina a atividade de auditoria interna no 
Brasil é a Resolução CFC n.º 1.329/11 que alterou a sigla e a 
numeração da norma de auditoria interna de NBC T 12 para 
NBC TI 01.
Essa norma assim conceitua auditoria interna:
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 19
A Auditoria Interna Compreende os exames, análises, ava-
liações, levantamentos e comprovações, metodologicamente 
estruturados para a avaliação da integridade, adequação, efi-
cácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas 
de informações e de controles internos integrados ao ambiente 
e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à adminis-
tração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
A auditoria interna é uma atividade de avaliação indepen-
dente dentro da empresa, que se destina a revisar as opera-
ções como um serviço prestado à administração. Constitui um 
controle gerencial que funciona por meio da análise e ava-
liação da eficiência de outros controles. É executada por um 
profissional ligado à empresa ou por uma seção própria para 
tal fim, sempre em linha de dependência da direção empresa-
rial. O auditor interno é pessoa de confiança dos dirigentes; 
está vinculado à empresa por contrato trabalhista continuado 
e sua intervenção é permanente. Sua área de atuação envol-
ve todas as atividades da empresa; predominam a verificação 
constante dos controles internos, a manipulação de valores e 
a execução de rotinas administrativas.
O objetivo da auditoria interna é auxiliar todos os membros 
da administração no desempenho efetivo de suas funções e 
responsabilidades, fornecendo-lhes análises, apreciações, re-
comendações e comentários pertinentes às atividades exami-
nadas.
O auditor interno interessa-se por qualquer fase das ativi-
dades do negócio em que possa ser útil a administração. Isso 
pressupõe sua incursão em campos além dos de contabilidade 
20 Auditoria: Normas e Controle Interno
e finanças, a fim de obter uma visão completa das operações 
submetidas a exame. Testa a qualidade dos trabalhos, revisa, 
recomenda; enfim, assiste a administração e lhe fornece infor-
mações periódicas principalmente no que tange:
 Â A aplicabilidade e adequação de controles internos, fi-
nanceiros e operacionais; revisando e avaliando a cor-
reção, adequando e aplicando os controles contábeis, 
financeiros e outros de natureza operacional, propician-
do controles eficazes a um custo razoável;
 Â A extensão do cumprimento das diretrizes, planos e pro-
cedimentos; determinando o grau de atendimento;
 Â A salvaguarda dos ativos quanto à escrituração, guar-
da e perdas de todas as espécies; determinando o grau 
de controle dos ativos da empresa quanto à proteção e 
quanto à perdas de qualquer tipo;
 Â A avaliação da qualidade e desempenho na execução 
das responsabilidades delegadas determinando a fideli-
dade dos dados administrativos originados na empresa;
 Â A recomendação de melhorias operacionais.
Observa-se que a auditoria interna presta ajuda à adminis-
tração, com vistas à possibilidade de eliminar inconvenientes 
ao desempenho da gestão.
Por ser empregado da empresa, o auditor interno perde 
sua independência profissional. Pode ser muito zeloso e cum-
prir a ética, mas é evidente sua demasiada submissão aos ad-
ministradores.
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 21
As responsabilidades da auditoria interna, na organização, 
devem ser claramente determinadas pelas políticas da empre-
sa. A autoridade correspondente deve propiciar ao auditor in-
terno livre acesso a todos os registros, propriedades e pessoal 
da empresa que possam vir a ter importância para o assunto 
em exame. O auditor interno deve sentir-se à vontade para 
revisar e avaliar diretrizes, planos, procedimentos e registros.
As responsabilidades do auditor interno devem ser:
 Â Informar e assessorar a administração e desincumbir-se 
das responsabilidades de maneira condizente com o có-
digo de ética do instituto dos auditores internos;
 Â Coordenar suas atividades com a de outros de modo a 
atingir com mais facilidade os objetivos da auditoria em 
benefício das atividades da empresa.
No desempenho de suas funções, um auditor interno não 
tem responsabilidade direta nem autoridade sobre as ativida-
des que examina. Portanto, as revisões e avaliações feitas nun-
ca eximem outras pessoas da empresa das responsabilidades 
que lhes cabem.
A independência é essencial para a eficiência da auditoria 
interna. Esta independência se obtém, primordialmente, por 
meio do posicionamento da estrutura organizacional e da ob-
jetividade:
 Â O posicionamento da função de auditoria interna na 
estrutura organizacional e o apoio dado a esta função 
pela administração são os principais determinantes de 
sua amplitude e valor. O responsável pela atividade de 
22 Auditoria: Normas e Controle Interno
auditoria interna deve, portanto, reportar-se a um exe-
cutivo cuja autoridade seja suficiente, para assegurar 
uma ação efetiva, com respeito aos assuntos levantados 
e recomendações efetuadas.
 Â A objetividade é essencial à função de auditoria. Um au-
ditor interno não deve, portanto, desenvolver e implan-
tar procedimentos, preparar registro ou envolver-se em 
qualquer outra atividade que poderá vir normalmente a 
examinar e analisar, e que venha a constituir empecilho 
à manutenção de sua independência. Sua objetividade 
não é, entretanto, afetada pelas determinações e reco-
mendações de padrões de controle que venha a fazer, 
para a aplicação no desenvolvimento de sistemas e pro-
cedimentos por ele revistos.
Um dos principais objetivos do auditor interno é examinar a 
integridade, a adequação e a eficácia dos controles internos. 
Para o fornecimento de evidências as conclusões e recomen-
dações da auditoria interna, as informações devem ser sufi-
cientes, adequadas, relevantes e úteis.
A principal finalidade do trabalho é avaliar a qualidade e 
aderência às normas da empresa no que se refere aos pro-
cedimentos operacionais e controles internos exercidos pela 
empresa. A auditoria interna como um controle gerencial, que 
funciona medindo e avaliando a eficiência dos outros contro-
les existentes, permite fornecer assistência e aconselhamento a 
todos os níveis da empresa, o que é praticado por intermédio 
de programas de treinamento.
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 23
1.1 Normas de Auditoria Interna Existentes
As normas emitidas pelo CFC que disciplinam a atividade de 
auditoria interna são: NBC TI 01 – Auditoria Interna e NBC PI 
01 – Normas Profissionais do Auditor Interno. Vamos estudá-
-las:
1.1.1 NBC TI 01 – Auditoria Interna
 Â Conceituação e Objetivos da Auditoria Interna
Essa norma trata da atividade e dos procedimentos de Au-
ditoria Interna Contábil, doravante denominada Auditoria In-
terna.
A Auditoria Interna é exercida nas pessoas jurídicas de di-
reito público, interno ou externo, e de direito privado.
A Auditoria Interna compreende os exames, análises, ava-
liações, levantamentos e comprovações, metodologicamente 
estruturados para a avaliação da integridade, adequação, 
eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sis-
temas de informações e de controles internos integrados ao 
ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à 
administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
A atividade da Auditoria Interna está estruturada em pro-
cedimentos, com enfoque técnico, objetivo,sistemático e dis-
ciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da 
organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento 
dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da 
recomendação de soluções para as não conformidades apon-
tadas nos relatórios.
24 Auditoria: Normas e Controle Interno
 Â Papéis de Trabalho
A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de pa-
péis de trabalho, elaborados em meio físico ou eletrônico, que 
devem ser organizados e arquivados de forma sistemática e 
racional.
Os papéis de trabalho constituem documentos e registros 
dos fatos, informações e provas obtidos no curso da auditoria 
a fim de evidenciar os exames realizados e dar suporte à sua 
opinião, críticas, sugestões e recomendações.
Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de 
detalhes suficientes para propiciarem a compreensão do pla-
nejamento, da natureza, da oportunidade e da extensão dos 
procedimentos de Auditoria Interna aplicados, bem como do 
julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas.
Análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos 
devem ter sua integridade verificada sempre que forem anexa-
dos aos papéis de trabalho.
 Â Fraude e Erro
A Auditoria Interna deve assessorar a administração da en-
tidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigan-
do-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, 
sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades 
detectadas no decorrer de seu trabalho.
O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão 
e/ou manipulação de transações e operações, adulteração de 
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 25
documentos, registros, relatórios, informações e demonstra-
ções contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.
O termo “erro” aplica-se a ato não intencional de omissão, 
desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na 
elaboração de registros, informações e demonstrações contá-
beis, bem como de transações e operações da entidade, tanto 
em termos físicos quanto monetários.
 Â Planejamento da Auditoria Interna
O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compre-
ende os exames preliminares das áreas, atividades, produtos 
e processos para definir a amplitude e a época do trabalho a 
ser realizado, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela 
administração da entidade.
O planejamento deve considerar os fatores relevantes na 
execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:
a) O conhecimento detalhado da política e dos instru-
mentos de gestão de riscos da entidade;
b) O conhecimento detalhado das atividades operacio-
nais e dos sistemas contábil e de controles internos e 
seu grau de confiabilidade da entidade;
c) A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedi-
mentos de auditoria interna a serem aplicados, alinha-
dos com a política de gestão de riscos da entidade;
d) A existência de entidades associadas, filiais e partes 
relacionadas que estejam no âmbito dos trabalhos da 
Auditoria Interna;
26 Auditoria: Normas e Controle Interno
e) o uso do trabalho de especialistas;
f) os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela com-
plexidade das transações e operações;
g) o conhecimento do resultado e das providências toma-
das em relação a
trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados;
h) as orientações e as expectativas externadas pela admi-
nistração aos auditores internos; e
i) o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da 
entidade.
O planejamento deve ser documentado e os programas 
de trabalho formalmente preparados, detalhando-se o que for 
necessário à compreensão dos procedimentos que serão apli-
cados, em termos de natureza, oportunidade, extensão, equi-
pe técnica e uso de especialistas.
Os programas de trabalho devem ser estruturados de for-
ma a servir como guia e meio de controle de execução do 
trabalho, devendo ser revisados e atualizados sempre que as 
circunstâncias o exigirem.
 Â Riscos da Auditoria Interna
A análise dos riscos da Auditoria Interna deve ser feita na 
fase de planejamento dos trabalhos; estão relacionados à pos-
sibilidade de não se atingir, de forma satisfatória, o objetivo 
dos trabalhos. Nesse sentido, devem ser considerados, princi-
palmente, os seguintes aspectos:
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 27
a) A verificação e a comunicação de eventuais limitações 
ao alcance dos procedimentos da Auditoria Interna, a 
serem aplicados, considerando o volume ou a com-
plexidade das transações e das operações;
b) A extensão da responsabilidade do auditor interno no 
uso dos trabalhos de especialistas.
 Â Procedimentos da Auditoria Interna
Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames 
e investigações, incluindo testes de observância e testes subs-
tantivos, que permitem ao auditor interno obter subsídios sufi-
cientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à 
administração da entidade.
Os testes de observância visam à obtenção de razoável 
segurança de que os controles internos estabelecidos pela ad-
ministração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto 
ao seu cumprimento pelos funcionários e administradores da 
entidade. Na sua aplicação, devem ser considerados os se-
guintes procedimentos:
a) Inspeção – verificação de registros, documentos e ati-
vos tangíveis;
b) Observação – acompanhamento de processo ou pro-
cedimento quando de sua execução; e
c) Investigação e confirmação – obtenção de informa-
ções perante pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras 
das transações e das operações, dentro ou fora da 
entidade.
28 Auditoria: Normas e Controle Interno
Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quan-
to à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pe-
los sistemas de informação da entidade.
As informações que fundamentam os resultados da Audito-
ria Interna são denominadas de “evidências”, que devem ser 
suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer 
base sólida para as conclusões e recomendações à adminis-
tração da entidade.
O processo de obtenção e avaliação das informações 
compreende:
I – A obtenção de informações sobre os assuntos relacio-
nados aos objetivos e ao alcance da Auditoria Interna, 
devendo ser observado que:
a) A informação suficiente é aquela que é factual e con-
vincente, de tal forma que uma pessoa prudente e 
informada possa entendê-la da mesma forma que o 
auditor interno;
b) A informação adequada é aquela que, sendo confiá-
vel, propicia a melhor evidência alcançável, por meio 
do uso apropriado das técnicas de Auditoria Interna;
c) A informação relevante é a que dá suporte às conclu-
sões e às recomendações da Auditoria Interna;
d) A informação útil é a que auxilia a entidade a atingir 
suas metas.
II – A avaliação da efetividade das informações obtidas, 
mediante a aplicação de procedimentos da Auditoria 
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 29
Interna, incluindo testes substantivos, se as circunstân-
cias assim o exigirem.
O processo deve ser supervisionado para alcançar razo-
ável segurança de que o objetivo do trabalho da Auditoria 
Interna está sendo atingido.
Devem ser adotados procedimentos adequados para as-
segurar que as contingências ativas e passivas relevantes de-
correntes de processos judiciais e extrajudiciais, reivindicações 
e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de 
contribuições em disputa, foram identificadas e são do conhe-
cimento da administração da entidade.
No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve 
ser examinada a observância dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade e 
da legislação tributária, trabalhista e societária, bem comoo 
cumprimento das normas reguladoras a que estiver sujeita a 
entidade.
 Â Amostragem
Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou um 
método de seleção de itens a serem testados, podem ser em-
pregadas técnicas de amostragem.
Ao usar método de amostragem, estatística ou não, deve 
ser projetada e selecionada uma amostra que possa propor-
cionar evidência de auditoria suficiente e apropriada.
 Â Processamento Eletrônico de Dados – PED
30 Auditoria: Normas e Controle Interno
A utilização de processamento eletrônico de dados pela 
entidade requer que exista, na equipe da Auditoria Interna, 
profissional com conhecimento suficiente sobre a tecnologia 
da informação e os sistemas de informação utilizados.
O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o 
emprego de recursos tecnológicos de processamento de in-
formações, requer que exista na equipe da Auditoria Interna 
profissional com conhecimento suficiente de forma a imple-
mentar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, 
supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.
 Â Relatório
O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna 
apresenta o resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigi-
do com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar, 
claramente, suas conclusões, recomendações e providências a 
serem tomadas pela administração da entidade.
O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, 
os seguintes aspectos:
a) O objetivo e a extensão dos trabalhos;
b) A metodologia adotada;
c) Os principais procedimentos de auditoria aplicados e 
sua extensão;
d) Eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de 
auditoria;
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 31
e) A descrição dos fatos constatados e as evidências en-
contradas;
f) Os riscos associados aos fatos constatados; e
g) As conclusões e as recomendações resultantes dos fatos 
constatados.
O relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a 
quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, 
devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo.
A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão 
de relatório parcial, na hipótese de constatar improprieda-
des/irregularidades/ ilegalidades que necessitem providências 
imediatas da administração da entidade, e que não possam 
aguardar o final dos exames.
1.1.2 NBC PI 01 – Normas Profissionais do 
Auditor Interno
 Â Competência Técnico-Profissional
O Contador, na função de auditor interno, deve manter o 
seu nível de competência profissional pelo conhecimento atu-
alizado das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas 
contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação 
inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e 
da legislação aplicável à Entidade.
 Â Autonomia Profissional
32 Auditoria: Normas e Controle Interno
O auditor interno, não obstante sua posição funcional, 
deve preservar sua autonomia profissional.
 Â Responsabilidade do Auditor Interno na Execução dos 
Trabalhos
O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcia-
lidade e zelo na realização dos trabalhos e na exposição das 
conclusões.
A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsa-
bilidade estão limitadas à sua área de atuação.
A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança 
de que o trabalho venha a ser executado por pessoas com ca-
pacitação profissional e treinamento, requeridas nas circuns-
tâncias.
Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, pres-
tar assessoria ao Conselho Fiscal ou órgãos equivalentes.
 Â Relacionamento com Profissionais de Outras Áreas
O auditor interno pode realizar trabalhos de forma com-
partilhada com profissionais de outras áreas, situação em que 
a equipe fará a divisão de tarefas, segundo a habilitação téc-
nica e legal dos seus participantes.
 Â Sigilo
O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às 
informações obtidas durante o seu trabalho, não as divulgan-
do para terceiros, sob nenhuma circunstância, sem autoriza-
ção expressa da Entidade em que atua.
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 33
O dever de manter o sigilo continua depois de terminado o 
vínculo empregatício ou contratual.
 Â Cooperação com o Auditor Independente
O auditor interno, quando previamente estabelecido com a 
administração da entidade em que atua, e no âmbito de pla-
nejamento conjunto do trabalho a realizar, deve apresentar os 
seus papéis de trabalho ao auditor independente e entregar-
-lhe cópias, quando este entender necessário.
2 Auditoria Externa
Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por 
objetivo a emissão de um Relatório sobre a adequação com 
que estes representam à posição patrimonial e financeira, o 
resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido, 
a demonstração dos fluxos de caixa e a demonstração do valor 
adicionado na entidade auditada, consoante as normas brasi-
leiras de contabilidade.
O objetivo da auditoria externa é o processo pelo qual o 
auditor se certifica de que as demonstrações financeiras re-
presentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, 
a posição patrimonial e financeira da empresa. Assim, o prin-
cipal objetivo é emitir um relatório sobre as demonstrações 
contábeis de uma entidade, quanto à sua adequação conso-
ante os princípios de contabilidade e as normas brasileiras de 
contabilidade.
34 Auditoria: Normas e Controle Interno
A auditoria externa é executada por profissional indepen-
dente, sem ligação com o quadro da empresa. Sua interven-
ção é ajustada em contrato de prestação de serviços. Os tes-
tes e indagações se espalham por onde haja necessidade de 
levantar questões elucidativas para a conclusão do trabalho 
ajustado.
O auditor externo, pela relevância do seu trabalho perante 
o público, dada a credibilidade que se oferece ao mercado, se 
constitui numa figura ímpar que presta inestimáveis serviços ao 
acionista, aos banqueiros, aos órgãos do governo e ao públi-
co em geral. Sua função visa à credibilidade das demonstra-
ções contábeis examinadas dentro de parâmetros de normas 
de auditoria e princípios contábeis.
Ciente de suas responsabilidades e consciência profissional, 
o auditor independente mantém uma atitude mental também 
independente, exerce seu trabalho com competência profis-
sional e mantém seu grau de independência junto à empresa, 
objeto de exame, livre de qualquer interesse ou vantagens. Ao 
emitir o seu relatório sobre as demonstrações em exame, o seu 
julgamento e procedimento não se subordinam a injunções ou 
interesses da empresa.
O sucesso do auditor independente num mercado alta-
mente sofisticado se deve única e exclusivamente ao elevado 
grau de capacidade e especialização e sua independência no 
exercício de sua atividade.
A responsabilidade do auditor independente sobre as de-
monstrações contábeis é até o último dia de serviço da equipe 
em exemplo.
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 35
O auditor independente, na avaliação de um trabalho es-
pecífico da auditoria interna com pretensão de sua utilização, 
deve considerar se o alcance do trabalho e seus programas 
correlatos são adequados, e se a avaliação preliminar da au-
ditoria interna permanece apropriada.
3 Diferenças entre Auditoria Interna e 
Externa
Mesmo que identificado o interesse comum no trabalho do 
auditor interno e externo, devemos salientar que existem dife-
renças fundamentais, sendo as principais:
 Â Extensão dos trabalhos: o escopo dos trabalhos feitos 
pelo auditor interno, normalmente é determinado pela 
gerência, enquanto a extensão do exame do auditor ex-
terno é determinada pelas normas usuais reconhecidas 
no Brasil ou por legislações específicas;Â Direção: o auditor interno dirige seus trabalhos para 
assegurar que o sistema contábil e de controle interno 
funcionam eficientemente, a fim de que os dados con-
tábeis fornecidos à gerência apresentem os fatos com 
exatidão. Os trabalhos do auditor externo, entretanto, 
são determinados por seu dever de fazer com que as 
demonstrações contábeis a serem apresentadas a ter-
ceiros, como, por exemplo, a acionistas, investidores, 
fornecedores, à fiscalização, reflitam com propriedade a 
situação contábil de uma empresa em certa data.
36 Auditoria: Normas e Controle Interno
 Â Responsabilidade: a responsabilidade do auditor interno 
é para com a gerência, ao passo que a responsabilidade 
do auditor externo geralmente é mais ampla. É evidente 
que o auditor interno, sendo funcionário da empresa, 
não tem a condição de total independência que possui 
o auditor externo.
 Â Métodos: não obstante as diferenças apontadas, os 
trabalhos de ambos são efetuados em geral por méto-
dos idênticos. O auditor interno segue mais rotinas de 
cunho interno, ou seja, observa o cumprimento rígido 
das normas internas, pois ele tem domínio da cultura 
da empresa, enquanto o auditor externo observa mais 
o cumprimento das normas associadas às leis de forma 
bem ampla, ele tem melhor domínio dos aspectos de 
interesse coletivo.
Como exemplo, podemos citar:
 Â Exame do sistema contábil e de controle interno, a fim 
de verificar o conceito dos princípios adotados e sua 
eficiência em operação;
 Â Exame dos registros contábeis;
 Â Verificação de ativos e passivos;
 Â Observação, pesquisa, confronto de dados e uso de ou-
tros processos técnicos de comprovação julgados neces-
sários.
Comparando-se os dois tipos de auditoria, podemos traçar 
as seguintes características marcantes:
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 37
 Â Auditor externo é independente, contratado para deter-
minada tarefa de auditoria, enquanto o auditor interno é 
empregado da empresa, sem independência;
 Â As tarefas do auditor externo são delimitadas no con-
trato, enquanto as tarefas do auditor interno são tão 
abrangentes quanto forem as operações da empresa;
 Â A auditoria externa é eventual, enquanto a auditoria in-
terna é contínua;
 Â Processo utilizado por ambas é o analítico e as técnicas 
assemelham-se;
 Â As bases em que se assentam os exames são as mes-
mas: a escrituração, os documentos e os controles;
 Â Os resultados assemelham-se.
O que é distinção fundamental, entre os dois tipos, é o 
grau de independência de um contra a total dependência do 
outro. Enquanto o pressuposto básico do auditor externo é ser 
independente, na auditoria interna o ponto-chave é sua auto-
nomia profissional, pois apesar de ter independência parcial, 
no momento de execução dos trabalhos o auditor interno deve 
possuir total autonomia.
Recapitulando
Neste capítulo, estudamos as diferenças entre a auditoria in-
terna e externa, e as normas que disciplinam a atuação dos 
38 Auditoria: Normas e Controle Interno
auditores internos. Vamos recapitular as principais diferenças 
de ambas no quadro a seguir:
Quadro 1 Comparativo entre Auditoria Interna e Externa
Elementos Auditoria Interna Auditoria Externa
Profissional
Funcionário da empresa 
(auditor interno)
Prestador de serviços 
independente
Ação e Objetivo
Exame dos processos 
(operacionais e contábeis)
Demonstrações 
financeiras
Finalidade
Promover melhorias nos 
controles da empresa de forma 
a assegurar a proteção ao 
patrimônio
Opinar sobre as 
demonstrações 
financeiras
Relatório Principal
Recomendações de 
controle interno e eficiência 
administrativa
Relatório do Auditor 
Independente
Grau de 
Independência
Menor Maior
Interessados no 
trabalho
Empresa Empresa e público
Volume dos Testes Maior Menor
Continuidade do 
trabalho
Contínuo Periódica / Pontual
Fonte: o Autor.
Referências
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 
nº 986, de 21 de novembro de 2003.
______. Resolução CFC nº 781, de 24 de março de 1995.
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 39
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e 
Prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
Atividades
 1) Um dos principais objetivos do auditor interno é:
a) Verificar a necessidade de aprimorar as normas inter-
nas vigentes.
b) Examinar a demonstração do resultado do exercício e 
emitir seu parecer.
c) Examinar os controles internos e emitir sua opinião via 
relatório.
d) Descobrir todas as irregularidades e emitir relatório so-
bre o fato.
e) N.R.A.
 2) Diferenciam o auditor interno do externo:
a) Forma de avaliar o sistema de controles internos.
b) Volume de testes nos serviços realizados.
c) Forma de se portar na empresa e sua responsabilidade.
d) Forma de preparar os papéis de trabalho.
e) N.R.A.
40 Auditoria: Normas e Controle Interno
 3) O objetivo geral da auditoria interna é atender:
a) A administração da empresa
b) Aos acionistas da empresa
c) A auditoria externa da empresa
d) A gerência financeira da empresa
e) A gerência comercial da empresa
 4) Os procedimentos relacionados para compor um progra-
ma de auditoria interna são desenhados para:
a) Detectar erros e irregularidades significativas.
b) Proteger o auditor em caso de litígio legal.
c) Avaliar a estrutura dos controles internos.
d) Coletar evidências suficientes de auditoria.
e) Desenvolver um plano estratégico da empresa.
 5) O auditor interno, ao desenvolver trabalho na área de re-
cursos humanos, constatou, na base de cálculo da folha 
de pagamentos do mês, o nome de funcionário desligado 
da empresa há quatro meses. O auditor interno emitiu re-
latório parcial para informar à administração da empresa 
a irregularidade e permitir que medidas corretivas fossem 
realizadas. Com base nas normas de auditoria interna, o 
auditor:
a) Deveria ter aguardado o término dos trabalhos para 
elaborar o relatório.
Capítulo 2 Auditoria Interna e Externa: Funções e Diferenças 41
b) Tem a opção de informar ou não os fatos apurados à 
administração da empresa.
c) Está obrigado a proceder à comunicação verbal de 
fatos dessa natureza e informá-los, posteriormente, em 
relatório final.
d) Procedeu corretamente em conformidade com as nor-
mas de emissão dos relatórios de auditoria interna.
e) Observou que nas normas relativas ao relatório de 
auditoria interna não há previsão de procedimentos a 
serem aplicáveis nesses casos.
Origem, Evolução e 
Desenvolvimento da 
Auditoria1
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente é professor dos cursos de Ciências 
Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA, presencial e EAD e funcionário 
público da Petrobras.
Williams Meirelles1
Capítulo 3
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 43
Introdução
Neste capítulo, iremos abordar as origens da auditoria, pas-
sando pela sua evolução e desenvolvimento tanto no mundo 
quanto no Brasil.
Também será abortado o cenário atual da contabilida-
de no Brasil, com as alterações societárias oriundas das Leis 
11.638/07 e 11.941/09 que ocasionaram um novo horizonte 
para o trabalho dos contadores e consequentemente dos au-
ditores.
1 A Auditoria e Suas Origens
Não estão disponíveis, de forma detalhada e clara, na litera-
tura técnica nacional, informações a respeito da história dessa 
atividade profissional, que é a auditoria.Sobre sua origem, menciona-se, apenas, que existem notí-
cias de ações dessa natureza praticadas pelos sumérios. Mes-
mo em manuais e publicações de auditoria de outros países 
mais desenvolvidos, encontram-se apenas referências esparsas 
sobre o tema.
Alguns afirmam que a auditoria é uma técnica contábil e, 
como tal, surgiu a partir do momento em que terceiros co-
meçaram a analisar e emitir opinião independente sobre os 
demonstrativos elaborados pela Contabilidade.
44 Auditoria: Normas e Controle Interno
Atualmente, é aceitável que a Contabilidade surgiu como 
uma simples forma de registro das trocas de bens e serviços na 
antiguidade. Esses registros foram usados como base para a 
cobrança de impostos e é bem provável que já fossem, mesmo 
que empiricamente, acompanhados por pessoas independen-
tes para certificar suas adequações.
A cerca de 200 A.C., na República Romana, as contas go-
vernamentais eram apresentadas na forma de lucros e perdas 
e eram constantemente fiscalizadas pelos magistrados roma-
nos encarregados das finanças, os quais eram denominados 
questores.
Com efeito, uma atividade similar à auditoria foi realizada 
durante o Império Romano, já que era comum os imperadores 
encarregarem funcionários de inspecionarem a contabilidade 
das diversas províncias. As cartas de Plínio a Trajano relatam 
sobre inspeções contábeis nas colônias. Todavia, a atividade 
de auditoria nos moldes que se conhece nos dias atuais teve 
seu início na Inglaterra nos idos do século XIX, em decorrência 
da Revolução Industrial verificada alguns anos antes. Era ne-
cessário auditar as novas corporações que substituíam a pro-
dução artesanal. É notório que a auditoria se desenvolve no 
Reino Unido e é difundida para outros países, principalmente 
Canadá e os Estados Unidos, que, em face de desenvolvimen-
to econômico, aprimoraram enormemente essa nova técnica.
Conforme Crepaldi (2013), o primeiro auditor provavel-
mente foi um guarda-livros competente a serviço de algum 
mercador italiano do século XV ou XVI, que, por sua reputa-
ção, passou a ser consultado sobre a escrituração de transa-
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 45
ções. Provavelmente, a Auditoria se estabeleceu como profis-
são no momento em que o especialista em escrituração deixou 
de praticar a atividade contábil para um único usuário para 
assessorar os demais especialistas e mercadores, transforman-
do-se em consultor.
A contribuição da Itália para a Contabilidade moderna foi 
preponderante desde sua constituição, com as teorias do fra-
de franciscano e matemático Luca Pacioli, ainda no século XV. 
O reconhecimento da escrituração mercantil como forma de 
ocupação especializada também ocorreu na Itália (Veneza), 
onde, em 1581, foi constituído o primeiro Colégio de Con-
tadores. A admissão só era permitida depois de o candidato 
completar aprendizado de seis anos com contador praticante 
e submeter-se a exame.
Contudo, a atividade de auditor encontrou campo fértil na 
Inglaterra mercantilista, controladora das rotas marítimas de 
comércio onde floresciam grandes companhias comerciais e 
um sistema de impostos sobre o lucro dessas empresas. O êxi-
to econômico transformou-a em grande potência no final do 
século XVII e berço da Revolução Industrial no século seguinte.
A Enciclopédia Britânica, segundo Franco e Marra (2011), 
menciona que, mesmo de forma não muito sistemática, até o 
reinado da Rainha Elizabeth as contas públicas já eram objeto 
de exame. Antes mesmo de 1559, esse serviço era realizado 
pelo auditor do tesouro, denominado Controlador Geral do 
Tesouro Público, cujo cargo foi criado em 1314, ou por audi-
tores da receita pública.
46 Auditoria: Normas e Controle Interno
Conforme Costa (1995), em 1547, foi publicado um li-
vro em inglês de autor anônimo, que tratava da escrituração 
comercial e que se dirigia, entre outros, aos auditores. Já o 
Escritório de Controlador e Auditor Geral da Inglaterra foi for-
malmente estabelecido em 1866. Vale mencionar que, no sé-
culo XIII, na Inglaterra, durante o reinado de Eduardo I surge 
o termo auditor.
A moderna Auditoria cresceu, portanto, na Inglaterra, que 
a exportou, com seus investimentos, para outros países – in-
clusive para o Brasil –, principalmente para a construção e ad-
ministração de estradas de ferro e outros serviços de utilidade 
pública.
No fim do século XIX e início do XX, naquele país, o contro-
le e a posse das empresas se diluíam com o aumento do mer-
cado de compradores de ações. Foi, então, necessário esta-
belecer padrões mínimos a ser atendidos pelas empresas com 
ações cotadas em bolsa, na elaboração de seus relatórios.
Nos Estados Unidos, a Auditoria adquiriu novos rumos 
após a crise de 1929. Em meados dos anos 1930, foi criado 
um grupo de trabalho para determinar regras para as compa-
nhias com ações cotadas em bolsa de valores, tornando obri-
gatória a Auditoria contábil independente nas demonstrações 
financeiras dessas empresas.
O crescimento das empresas e a expansão dos mercados 
fizeram com que fossem levados em conta outros agentes eco-
nômicos, além do interesse dos proprietários das corporações. 
Além disso, a necessidade de financiamento e a formação do 
mercado de capitais tornaram relevante a divulgação de in-
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 47
formações econômico-financeiras. As demonstrações contá-
beis ganharam, então, importância, não só para os credores 
das organizações, mas também para futuros investidores. Era 
necessário que essas demonstrações fossem examinadas por 
um profissional independente da empresa e de reconhecida 
capacidade técnica, que confirmasse a qualidade e precisão 
das informações prestadas. Só assim seria possível atestar o 
correto cumprimento das metas, a lícita aplicação do capital 
envolvido, a integridade do investimento realizado e os resul-
tados econômicos de cada empreendimento.
Mas, em uma tentativa de resgatar a origem da auditoria 
na forma de atividade profissional, pode-se dizer que o seu 
surgimento e desenvolvimento estão diretamente ligados à re-
lação de propriedade e de capital, sendo provável a ocorrên-
cia das seguintes fases: a acumulação de riqueza pelo homem, 
formando um patrimônio; a distância entre o proprietário e o 
patrimônio; a guarda por terceiros; a necessidade de controle; 
a necessidade de se obter informações e de se confirmar a 
adequação dessas informações; e, por fim, a necessidade de 
uma opinião independente.
É evidente que a origem da auditoria, mais precisamente 
da Auditoria Contábil, advém do momento em que o homem 
passa a acumular riquezas, constituindo, assim, um patrimô-
nio. Com o constante aumento desse patrimônio ou mesmo o 
aparecimento de novas fontes de riqueza, o proprietário passa 
a permanecer durante muito tempo longe do seu acompa-
nhamento direto, surgindo a necessidade de a sua guarda ser 
realizada por terceiros, evidentemente com a devida confiança 
48 Auditoria: Normas e Controle Interno
e responsabilidade delegadas pelo proprietário e assumidas 
por terceiros – relação de accountability.
Consequentemente, por ter seu patrimônio sob a guarda 
de um responsável, tornou-se necessário que o proprietário 
implantasse determinados controles para que, mesmo distan-
te, pudesse acompanhar e se certificar do fiel cumprimento 
pelo responsável de suas determinações. Entre esses controles, 
é fácil identificar que a informação tempestiva e adequada 
deveria configurar entre os principais.
Mas as informações eram de fato adequadas e fidedignas?
Com o surgimento dessa dúvida, tornou-se imperioso que o 
proprietário atribuísse uma outra responsabilidade a um agen-
te independente da relação proprietário-responsável. Este teria 
a incumbência de emitir uma opinião sobre a adequação das 
informaçõesapresentadas ao proprietário pelo responsável da 
guarda do patrimônio. Esse agente independente, então, seria 
o auditor.
2 Evolução da Auditoria
As mesmas causas responsáveis pelo surgimento da auditoria 
são hoje em dia determinantes para sua extraordinária evolu-
ção. A grandeza econômica e comercial da Inglaterra e dos 
Estados Unidos determinou a evolução da auditoria, como 
consequência do crescimento das empresas, do aumento de 
sua complexidade e do envolvimento do interesse da econo-
mia popular nos grandes empreendimentos.
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 49
Nota-se que, em todos os países do mundo, o desenvolvi-
mento da profissão de contador é consequência do desenvol-
vimento econômico, que exige, cada vez mais, a utilização da 
auditoria, em virtude de dois fatores principais:
 Â Crescimento das Sociedades Anônimas, onde grandes 
empresas são formadas por capitais de muitas pessoas, 
que têm na confirmação dos registros contábeis a prote-
ção do seu patrimônio; e
 Â Taxação do imposto de renda.
A globalização é diretamente responsável pelo gigantis-
mo atingido pela profissão nos países de origem e por sua 
disseminação pelo mundo. Ao criarem subsidiárias no exte-
rior, as grandes empresas mandavam também seus auditores 
para que estes fiscalizassem a correta aplicação dos capitais, 
aplicação dos lucros e retorno dos capitais investidos. Essa 
situação propiciou a abertura de filiais também das firmas de 
auditoria, desenvolvendo assim a profissão.
3 Cenário Atual Brasileiro
O maior evento societário desde a Lei 6.404/76 foi o que re-
presentou a adoção das IFRS (International Financial Reporting 
Standards) no Brasil, através dos pronunciamentos emitidos 
pelo CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e aprova-
dos pelo CFC (Conselho federal de Contabilidade).
50 Auditoria: Normas e Controle Interno
Esse desafio foi considerado o maior dos últimos tempos 
para empresas, contadores, controllers, diretores financeiros e 
auditores.
Essas importantes mudanças foram oriundas das Leis 
11.638/07 e 11.941/09, cujo histórico será detalhado a se-
guir.
No ano de 2000, foi encaminhado à Câmara de Depu-
tados o Anteprojeto de Lei de reforma da Lei 6.404/76 pela 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual legislação 
brasileira necessitava adequar-se à nova realidade mundial e 
às normas internacionais de contabilidade. Passados 07 anos 
de tramitação na Câmara de Deputados, o Projeto de Lei (PL) 
número 3.741/00 foi aprovado pelo Senado Federal e em 
28 de dezembro de 2007 foi sancionado pelo Presidente da 
República, tornando-se a Lei 11.638/07 que modifica a Lei 
6.404/76.
A reformulação foi proposta com a intenção, principalmen-
te, de se alcançar os seguintes aspectos, conforme menciona-
do pela CVM:
 Â corrigir impropriedades e erros da Lei societária de 
1976;
 Â adaptar a Lei às mudanças sociais e econômicas decor-
rentes da evolução do mercado;
 Â fortalecer o mercado de capitais, mediante implementa-
ção de normas contábeis e de auditoria internacional-
mente reconhecidos.
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 51
A Lei 11.638/07 passou a viger a partir de 1° de janeiro 
de 2008, 3 dias após ser sancionada. Em dezembro de 2008, 
11 meses após a entrada em vigor da nova Lei, editou-se a 
Medida Provisória 449/08 (MP) para corrigir algumas falhas 
apresentadas, principalmente tendo em vista o conflito com 
o imposto de renda e o código civil, transformada na Lei n° 
11.941, de 27 de maio de 2009.
O objetivo central da Lei n. 11.638/07 e da Lei 11.941/09 
foi de atualizar a legislação societária brasileira possibilitan-
do a convergência das práticas contábeis adotadas no Brasil 
com as normas internacionais de contabilidade que são emi-
tidas pelo International Accounting Standards Board - IASB e 
permitir que novas normas e procedimentos contábeis sejam 
expedidos pela CVM com base nas normas internacionais de 
contabilidade.
As principais alterações trazidas pelas Leis 11.638/07 e 
11.941/09 à Lei 6.404/76 foram:
 Â Classificação do Ativo e do Passivo em “Circulante” e 
“Não Circulante”;
 Â Extinção do grupo Ativo Permanente;
 Â Restrição ao longo do exercício de 2008 e extinção, na 
data de 5/12/08, do subgrupo “Ativo Diferido”;
 Â Criação do subgrupo “Intangível” no grupo do Ativo 
Não Circulante;
 Â Proibição da prática da reavaliação espontânea de ati-
vos;
52 Auditoria: Normas e Controle Interno
 Â Aplicação, ao final de cada exercício social, do teste de 
recuperabilidade dos ativos (teste de impairment);
 Â Registro, em contas de ativo e passivo, dos contratos de 
arrendamento mercantil financeiro (leasing);
 Â Extinção do grupo Resultado de Exercícios Futuros;
 Â Criação, no Patrimônio Líquido, da conta de “Ajustes de 
Avaliação Patrimonial”;
 Â Destinação do saldo de Lucros Acumulados;
 Â Alteração da sistemática de contabilização das doações 
e subvenções fiscais, anteriormente contabilizadas em 
conta de Reserva de Capital;
 Â Alteração da sistemática de contabilização dos prêmios 
nas emissões de debêntures, anteriormente contabiliza-
dos em conta de Reserva de Capital;
 Â Extinção da classificação das Receitas e Despesas em 
Operacionais e Não Operacionais;
 Â Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações 
de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de 
Caixa (DFC) no conjunto das Demonstrações Contábeis 
obrigatórias;
 Â Obrigatoriedade da elaboração da Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA) pelas Companhias Abertas;
 Â Criação do Regime Tributário de Transição (RTT);
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 53
 Â Implantação da apuração do Ajuste a Valor Presente de 
elementos do ativo e do passivo.
Além dos aspectos contábeis, as empresas de auditoria fo-
ram diretamente impactadas, positivamente, por outra mudan-
ça da Lei 11.638/07: a determinação de que as empresas de 
Grande Porte (conforme a Lei, aquelas que possuem mais de 
R$ 240 milhões em ativos ou faturamento anual maior que R$ 
300 milhões) independentemente se enquadradas como S.A.s 
ou Ltda.s, devem ter suas demonstrações financeiras auditadas 
por auditores independentes. Esse impacto gerou um aumento 
significativo no número de clientes das empresas de auditoria 
e contribuiu ainda mais para a importância desta profissão. A 
seguir, quadro resumo sobre esses impactos para as empresas:
Quadro 2 Impactos Empresas Grande Porte
 
Adoção 
IFRS
Adoção 
Normas CVM
Publicação 
DFs
Auditoria
S.A.s abertas Sim Sim Sim Sim
S.A.s fechadas - Grande Porto Não Opcional Sim Sim
S.A.s fechadas – Outras Não Opcional Sim Não
Ltda.s - Grande Porte Não Não Não Sim
Ltda.s – Outras Não Não Não Não
Fonte: KPMG <http://www.kpmg.com.br/publicacoes/Lei_6404_final.pdf>
Recapitulando
Neste capítulo, estudamos sobre a história e o surgimento da 
auditoria, que provavelmente surgiu juntamente com a con-
tabilidade desde a idade antiga, crescendo na Inglaterra no 
54 Auditoria: Normas e Controle Interno
século XIX e tornando-se o que é hoje em dia com seu desen-
volvimento nos Estados Unidos.
Também estudamos as importantes mudanças em nossa le-
gislação societária oriundas das Leis 11.638/07 e 11.941/09, 
que valem a pena serem revisadas.
Referências
BRASIL. Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispo-
nível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 21 de 
maio 2016.
______. Lei n° 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Dis-
ponível em: < http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 21 
de maio 2016.
______. Lei n° 11.941, de 27 de maio de 2009. Disponí-
vel em: < http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 21 de 
maio 2016.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e 
Prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
FRANCO,Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. 
São Paulo: Atlas, 2011.
COSTA, Carlos Baptista. Auditoria financeira – teoria e prá-
tica. 5 ed. Lisboa: Reis dos Livros. 1995, 539 p.
SANTI, Paulo Adolpho. Introdução à Auditoria. http://www.
kpmg.com.br Acesso em 21 de maio 2016.
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 55
Atividades
 1) Com relação às origens da auditoria e seus tipos, assinale 
a opção correta.
a) O surgimento da auditoria externa está associado à 
necessidade das empresas de captarem recursos de 
terceiros.
b) Os sócios-gerentes e acionistas fundadores são os que 
têm maior necessidade de recorrer aos auditores inde-
pendentes para aferir a segurança, liquidez e rentabili-
dade de seus investimentos na empresa.
c) A auditoria externa surgiu como decorrência da ne-
cessidade de um acompanhamento sistemático e mais 
aprofundado da situação da empresa.
d) A auditoria interna é uma resposta à necessidade de 
independência do exame das transações da empresa 
em relação aos seus dirigentes.
e) Os auditores internos direcionam o foco de seu traba-
lho para as demonstrações contábeis que a empresa é 
obrigada a publicar.
 2) Assinale (V) para Verdadeiro ou (F) para Falso:
( ) A origem da auditoria nas empresas está associada ao 
aumento de seu tamanho e à sua expansão geográ-
fica, circunstâncias que favoreceram o surgimento de 
administradores profissionais, que não se confundem 
com os próprios acionistas.
56 Auditoria: Normas e Controle Interno
 3) Em relação às alterações promovidas nas Normas de 
Contabilidade brasileiras pelas Leis no 11.638/2007 e 
11.941/2009 e pelos pronunciamentos do Comitê de Pro-
nunciamentos Contábeis (CPC), é correto afirmar:
a) Os arrendamentos (leasings) operacionais foram proi-
bidos, devendo a entidade escriturar o valor do ativo, 
mesmo não lhe pertencendo do ponto de vista jurídi-
co, na contabilidade, e depreciá-lo normalmente no 
decorrer de sua vida útil estimada.
b) É permitido à entidade constituída na forma de uma 
sociedade por ações reavaliar o valor de seus ativos 
imobilizados, desde que fundamentado em laudo de 
empresa especializada, aprovado pela assembleia ge-
ral dos acionistas.
c) O grupo Ativo Diferido foi extinto, sendo o saldo de 
suas contas transferido, no que couber, para os grupos 
Ativo Imobilizado e para o Ativo Intangível e a parte re-
manescente, após a reclassificação, poderá ser manti-
da pela companhia até sua completa amortização.
d) O grupo de Resultado de Exercícios Futuros foi extinto, 
sendo o saldo de suas contas encerrado com a con-
trapartida registrada na conta de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados.
e) Os prêmios recebidos na emissão de debêntures são 
registrados a débito do Ativo e a crédito de uma conta 
representativa de reservas de capital.
Capítulo 3 Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria 57
 4) Dentre as novidades introduzidas pela Lei nº 11.638/07, 
a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial (AAP) foi criada 
como objetivo de acolher os aumentos e diminuições de 
valor do patrimônio em decorrência de sua avaliação a 
valor de mercado. Nas Demonstrações Contábeis, onde 
se encontra essa conta evidenciada?
a) Reduzindo o ativo.
b) Reduzindo o passivo.
c) No Ativo ou passivo dependendo do saldo.
d) No Patrimônio líquido.
e) No Resultado.
 5) A Lei 11.638/07 introduziu algumas obrigatoriedades pa-
ras as sociedades de grande porte. Assim, pode-se afirmar 
que:
a) Considera-se sociedade de grande porte a sociedade 
ou conjunto de sociedades sob controle comum que 
tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a 
R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 
360 milhões.
b) Considera-se sociedade de grande porte a sociedade 
ou conjunto de sociedades sob controle comum que 
tiver, no exercício social corrente, ativo total igual ou 
superior a R$ 240 milhões e receita bruta anual igual 
ou superior a R$ 300 milhões;
58 Auditoria: Normas e Controle Interno
c) Aplica-se a elas, ainda que não constituídas sob a for-
ma de sociedades por ações, as disposições da Lei 
nº 6.404/76 sobre escrituração e elaboração de de-
monstrações financeiras, sendo dispensada a obriga-
toriedade de auditoria independente por auditor regis-
trado na CVM;
d) Aplica-se a elas, ainda que não constituídas sob a for-
ma de sociedades por ações, as disposições da Lei 
nº 6.404/76 sobre escrituração e divulgação de de-
monstrações financeiras e auditoria independente por 
auditor registrado na CVM;
e) Aplica-se a elas, ainda que não constituídas sob a for-
ma de sociedades por ações, as disposições da Lei 
nº 6.404/76 sobre escrituração e elaboração de de-
monstrações financeiras e auditoria independente por 
auditor registrado na CVM.
Normas de Auditoria1
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente é professor dos cursos de Ciências 
Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA, presencial e EAD e funcionário 
público da Petrobras.
Williams Meirelles1
Capítulo 4
60 Auditoria: Normas e Controle Interno
Introdução
As normas de auditoria representam o parâmetro que con-
duzem o trabalho auditorial. Elas se relacionam à pessoa do 
auditor e ao processo de auditoria, envolvendo todas as suas 
fases: planejamento, execução e relatório.
Embora na maioria das vezes tenham um caráter de guia 
profissional, acabam fixando limites nítidos de responsabilida-
des, além de orientar o comportamento do auditor em relação 
a sua capacitação e ao controle de qualidade dos trabalhos 
realizados.
Neste capítulo, teremos uma visão geral de todas as nor-
mas de auditoria vigentes atualmente e estudaremos as princi-
pais normas profissionais do auditor independente.
1 Normas de Auditoria
Com o advento da Lei 1.638/07, o Brasil iniciou seu processo 
de convergência para as Normais Internacionais de Contabi-
lidade, chamadas IFRS (International Financial Reporting Stan-
dards), que por sua vez são publicadas pelo IASB (International 
Accounting Standards Board).
Assim, a partir de 2010 todas as empresas ficaram obriga-
das elaborar seus demonstrativos conforme essas normas.
Dessa forma, as normas de auditoria em vigor até 2009 
que se chamavam NBC T11 também tiveram que sofrer mu-
Capítulo 4 Normas de Auditoria 61
danças para se adaptar aos padrões internacionais, assim 
como ocorreu com nossa contabilidade.
As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC – editadas 
pelo CFC devem seguir os padrões internacionais e compreen-
dem as normas propriamente ditas, as interpretações técnicas 
e os comunicados técnicos, elas são elaboradas em conso-
nâncias com os padrões internacionais definidos pela IFAC – 
International Federation of Accounting (Federação Internacio-
nal de Contadores).
A Resolução CFC nº 1.328/11, de 18/03/11, que dispõe 
sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade, es-
tabelece que as Normas Brasileiras de Contabilidade se estru-
turam conforme segue:
 Â Normas Profissionais:
I – Geral – NBC PG – aplicadas indistintamente a todos os 
profissionais de Contabilidade;
II – do Auditor Independente – NBC PA– aplicadas, especi-
ficamente, aos contadores que atuam como auditores 
independentes;
III – do Auditor Interno – NBC PI – aplicadas especificamen-
te aos contadores que atuam como auditores internos;
IV – do Perito – NBC PP – aplicadas especificamente aos 
contadores que atuam como peritos contábeis.
 Â Normas Técnicas:
62 Auditoria: Normas e Controle

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