Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OTORRINO – AULA 2 e 3 NARIZ E SEIOS PARANASAIS ANATOMIA – NARIZ I. BASES ANATÔMICAS DA PIRÂMIDE NASAL: Constituída por estruturas ósseas e cartilaginosas e por tecido de sustentação. · Ossos: ossos próprios do nariz, processo frontal e processo palatino da maxila e pela parte nasal do osso frontal · Cartilagens: a cartilagem alar e a cartilagem do dorso septal · Tecido de sustentação: preenchem os espaços entre o osso e cartilagens · Cavidade Nasal: vestíbulo nasal, cavidade nasal propriamente dita: · Parede medial - septo nasal · Parede lateral – 3 conchas ou cornetos, 3 meatos (espaço entre as conchas), óstio do ducto lacrimo-nasal, forame esfeno-palatina Ducto nasolacrimal drena no meato inferior Seios paranasais anteriores drenam no meato médio Exame para ver presença de fratura: Raio X dos ossos do próprio nariz Para diagnóstico de adenoide: Raio X do cavum (clínica: ronco, sonolência ou hiperatividade) Parte óssea: Cavidade Nasal: · Teto: formado pela união da parede lateral, onde encontramos o neuroepitélio olfatório · Soalho: formado pelo palato duro e pelo processo palatino do esfenóide II. REVESTIMENTO EPITELIAL · Epitélio Respiratório – pseudoestratificado colunal ciliar – cobre toda a fossa nasal, seios paranasais, nasofaringe, laringe, traqueia e brônquios · Epitélio Olfatório – recebe filetes nervosos através da lâmina cribiforme do etmoide III. VASCULARIZAÇÃO · Ramos da Carótida externa: · Artéria facial com seus ramos angular, nasal lateral, labial superior e palatina ascendente · Artéria maxilar com seus ramos septal nasal lateral posterior, nasopalatina, palatina descendente · Ramos da Carótida Interna: · Artéria etmoidal anterior e artéria etmoidal posterior (ramos da artéria oftálmica) A vascularização nasal tem 3 pontos de interesse:* - Plexo de Kiesselbach* (local + comum de sangramento no nariz -90%) – parte anterior do septo nasal - Forame esfeno-palatino – local de saída da a. maxilar - Porção mais alta do meato médio – local onde drena a a. etmoidal anterior posterior IV. INERVAÇÃO · Inervação sensitiva – nervo trigêmeo (através dos ramos oftálmicos e maxilar superior) ANATOMIA – SEIOS PARANASAIS São prolongamentos aéreos, pares, do sistema respiratório nasal para os ossos vizinhos e geralmente são simétricos. Em cada lado temos: · Seio Maxilar, Frontal, etmoide e esfenóide F = seios frontais, E = seios etmoides, M = seios maxilares, O = óstio dos seios maxilares, ST = turbinado superior, IT = turbinado inferior, SM = meato superior, MM = meato médio, S = septo I. SEIO MAXILAR · É o maior seio paranasal (capacidade de 15ml) · Existe ao nascimento e cresce até a puberdade · Seio onde ocorre mais rinossinusites II. SEIO FRONTAL · É o 2o maior seio da face (4-8 ml) · Não existe ao nascimento – aparece em torno dos 3 anos · Apresenta seu maior desenvolvimento após a puberdade III. SEIO ETMOIDAL · Compõem-se de uma série de células cujo número varia de 13 a 18 em cada lado Células anteriores: localizadas no processo frontal da maxila Células posteriores: localizadas no próprio etmoide IV. SEIO ESFENOIDAL · É o mais posterior da cavidade nasal – ficando no interior no osso esfenoide (4-5 ml) · Não se encontra presente na época do nascimento · É o último dos seios a desenvolver-se – em torno dos 4 anos Os seios frontal, etmoidal e esfenoidal são superiores, com seus óstios para baixo – acompanhando a gravidade, logo, irão facilitar a drenagem de secreção. O seio Maxilar é inferior, com seu óstio para cima, por isso principal local das sinusites (acúmulo de secreção) FISIOLOGIA NASAL · Função de proteção · Identificação de alimentos ou substâncias nocivas ao organismo · Condicionamento do ar inspirado · Barreira as partículas e agentes agressores · Função reflexogênica – espirro · Função Respiratória · Função Olfatória · Função de ressonância – ajuda na fala EXAMES DO NARIZ, NASOFARINGE E SEIOS PARANASAIS · Inspeção e palpação · Rinoscopia anterior · Rinoscopia Posterior · Endoscopia Nasal – vem substituindo a rinoscopia posterior · TC – Padrão ouro!! Já que mapea o nariz e dá os contornos ósseos · RNM · Raio X - Mento-Naso (maxilar, etmoide) - Fronto-Naso (frontal) - Hirtz (esfenoide) - Perfil (adenoide) Raio X dos seios paranasais - incidências – DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO NARIZ E DOS SEIOS PARANASAIS I. INFLAMAÇÕES CONFINADAS AO NARIZ EXTERNO · Eczema · Foliculite do vestíbulo nasal e furúnculo nasal – perigoso expremer espinha em ponta de nariz – pode fazer uma tromboflebite de seio cavernoso e trombose. - Geralmente causado por streptococcus ou staphylococcus - Tto: antibiótico · Erisipelas – pele em casca de laranja, hiperemiada, edemaciada, febre - Geralmente por streptococcus - Tto com penicilina · Rinofima – nariz do idoso – causada por obstrução dos canais de drenagem das glândulas sebáceas e hipertrofia delas · Sífilis – nariz em sela II. RINITES É todo processo inflamatório da mucosa nasal infeccioso ou não. Etiologia: · Rinite alérgica – 60-70% das rinites inflamatórias não infecciosas · Pode ser persistente ou intermitente (perene ou sazonal) · Rinite eosinofílica não alérgica – caracterizada pela eosinifilia no esfregaço da secreção nasal sem origem alérgica · Pode ser desencadeada pela ingestão de AAS · Asma e polipose são achados frequentes · Rinite medicamentosa – ocasionada por congestão de rebote que ocorre em consequência do uso prolongado de descongestionantes tópicos · Rinite Idiopática (antiga vasomotora) – decorrente de uma hiperreatividade parassimpática na mucosa nasal resultando em vasodilataçãoo, edema e hipersecreção de muco · Espirros e Prurido não são frequentes · Rinite Hormonal – influência do sistema endócrino – principalmente hormôniod sexuais sobre o epitélio respiratório · Espirros e Prurido não são frequentes EX. Rinite gestacional – ação estrogênica sobre a mucosa nasal com estímulo parassimpático promovendo vasodilatação e secreção glandular · Rinite Infeccciosa – infecção da mucosa nasal de origem viral ou bacteriana · Espirros e Prurido não são frequentes · Rinite do Recém-nascido e lactente – rinorréia abundante levando a dificuldade para respirar e deglutir · Pode ser decorrente de infecção contraída na hora do parto · Rinite gonocócica e luética (secreção espessa, febre e prostação) · Rinite Irritativa – causada por irritantes inespecíficos que podem ser do ambiente ou ocupacionais · Causa mt hiperemia e edema não gerando prurido, espirros obstrução e rinorréia História · Espirros em salva · Prurido Nasal · Obstrução Nasal · Rinorréia · Cefaléia Exame físico · Palidez e edema da mucosa, hipertrofia de conchas e secreção hialina difusa são achados frequentes · Lacrimejamento ocular e a linha transversal sobre o dorso nasal · Na rinite medicamentosa – pode-se encontrar atrofia da mucosa, crostas e até perfuração septal Exames Complementares: · Citologia Nasal · Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata para inalantes · Dosagem de IgE específica · RX de seios paranasais e RX de cavum · Rinometria acústica Conduta: · Rinite Alérgica: · Higiene Ambiental · Lavagem Nasal · Anti-histamínico · Descongestionantes · Corticoesteróides tópicos · Imunoterapia · Turbinectomia inferior parcial · Rinite Eosinofílica não-alérgica: · Higiene Ambiental · Lavagem nasal · Descongestionantes · Corticoesteróides tópicos · Turbinectomia inferior parcial · Rinite Medicamentosa: · Retirada do descongestionante tópico · Higiene ambiental · Lavagem nasal · Descongestionantes · Corticoesteróides tópicos · Corticoesteróides sistêmicos · Rinite Hormonal: · Higiene Ambiental · Lavagem Nasal · Rinite Infecciosa: · Lavagem Nasal · Antibioticoterapia sistêmica · Rinite Irritativa · Evitar exposição · Lavagem Nasal · Corticoterapia local III. RINITE ATRÓFICA Doença crônica que cursa com atrofia osteomucosa, produção abundante de crostas, mau cheiro e sensação de obstrução nasal. Pode ser classificada em: primária, secundária e ozenosa Etiologia:· Rinite atrófica primária (simples): etiologia desconhecida – relacionada a condição socioeconômica baixa · Rinite atrófica secundária: secundária a turbinectomia total de concha inferior, inalação de substâncias tóxicas (ex. Cocaína), progressão de rinites medicamentosas (neosoro) · Rinite atrófica ozenosa: etiologia incerta – pode estar associada com a má higiene e infecção por klebsiella ozenae História Clínica: · Obstrução Nasal · Hiposmia – pouco olfato · Cacosmia – sensação de mau cheiro · Secreção Nasal Fétida · Produção de crostas abundante · Queixa de dor intranasal em dias frios (após turbinectomia) - Atrofia Osteomucosa - Crostas Amarelo-esverdeadas - Fetidez intensa Rinite Ozenosa: caracterizada pela tríade: Exame Físico: · Rinoscopia Anterior – observa-se fossas nasais amplas podendo existir grande quantidade de crostas e odor fétido Conduta: · Remoção das crostas · Abundante lavagem nasal com soro fisiológico · Lavagem nasal com uma mistura de partes = de soro fisiológico e glicose de milho (Karo) · Cirurgia de inclusão - O tto é muito pobre e gera pouco resultado! RINOSSINUSITES I. RINOSSINUSITE AGUDA Processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade nasal e dos seios paranasais de origem bacteriana. - Geralmente o processo inflamatório instalado em menos de 4 semanas é reversível Fatores que podem predispor a rinossinusite bacteriana: · Infecção viral prévia · Obstrução dos óstios de drenagem · Alteração da função ciliar · Alteração da secreção nasal Etiologia: · S. pneumoniae, H. Influenzae e Moraxella Catarrhallis História Clínica: · Dor – sintoma mais frequente – pode ser nasal, facial em arcada dentária superior ou cefaleia · Obstrução Nasal · Rinorréia Purulenta – amarelo-esverdeada · Halitose · Anosmia · Rinorréia posterior com tosse · Febre – pode ter ou não Exame Físico: · Rinoscopia Anterior – pode ser visto secreção purulenta no meato médio, edema e hiperemia de mucosa · Oroscopia – secreção purulenta vindo da rinofaringe (sinal da vela) ** - descida pela faringe da secreção Exames Complementares: · Raio X simples de seios da face - Não indicado no manejo inicial do pct com Rinossinusite aguda - Sua normalidade não exclui o diagnóstico - Pode ocorrer alterações nas IVAS - Mento-naso fronto-naso - HIRTZ – vê o esfenoide - Perfil Incidências: · TC – feita depois de 3 meses dos sintomas – apenas nos casos de doença prolongada · Endoscopia Nasal Conduta: · Lavagem nasal com solução salina · Antibioticoterapia – Amoxicilina/ Amoxicilina + Clavulanato · Cirurgia endoscópica funcional dos seios paranasais II. RINOSSINUSITE CRÔNICA Processo inflamatório instalado por mais de 3 meses de caráter irreversível. Principal fator predisponente: Obstrução dos óstios de drenagem. Etiologia: · Cocus anaeróbios História Clínica: · Rinorréia purulenta · Obstrução Nasal · Dor Exame Físico = RNA (Rinossinusite Aguda) Exames Complementares: · TC de seios paranasais - Padrão Ouro · Endoscopia Nasal Conduta: · Cirurgia Endoscópica funcional dos seios paranasais* III. RINOSSINUSITE FÚNGICA Processo Inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade nasal e paranasal de origem fúngica. - Deve-se suspeitar quando a rinossinusite não responde a vários ciclos de atb ou qd é pct imunodeprimido Etiologia: · Fungos Bipolares – 67% dos casos · Curvalária, aspergillus e fusarium Critérios de inclusão: · História e Exame Físico · Mucoeosinofílico · Esfregaço positivo para fungo · Polipose Nasal · Imagem Tomográfica sugestiva - atenuações heterogênicas – e alargamento do complexo ósteo-meatal Conduta: · Cirurgia endoscópica dos seios paranasais · COMPLICAÇÕES DAS RINOSSINUSITES Processo inflamatório/infeccioso que se estende além da mucosa nasossinusal acometendo a órbita, o osso ou a região intracraniana. CLASSIFICAÇÃO: · Orbitárias – celulite palpebral, abscesso subperiosteal · Intracranianas – meningite, abscessos extradural, subdural e cerebral · Osteomielite – osso frontal + acometido – via mais comum é hematogênica por tromboflebite · Mucoceles COMPLICAÇÕES AGUDAS · Celulite Periorbitária – 1-3% dos casos Fisiopatologia: A importância da sinusite como fonte de infecções orbitárias reside em algumas características anatômicas das cavidades paranasais e orbitárias, como: · Presença de delgada lâmina óssea (lâmina papirácea) · Drenagem venosa dos seios paranasais ser realizada através de veias não valvuladas (entre etmoide, órbita e conteúdo intracraniano) EX. Pct com cefaleia, febre alta, dor facial e edema periorbitário, sem melhora após antibioticoterapia = pensar em celulite periorbitária · Abscesso Extradural – 0,5% dos casos Fisiopatologia: Existem 2 vias de infecção dos seios paranasais para a cavidade intracraniana: · Tromboflebite retrógrada – extensão por continuidade por meio de veias diplóicas do crânio e do osso etmoide ou veias comunicantes · Extensão direta da infecção sinusal – extensão por contiguidade, através de deiscências congênitas ou traumáticas, erosão de parede sinusal (osteomielite) e de forames existentes (ex. Nervo óptico) Características: · Germes anaeróbicos – 29% das complicações endocranianas - Podem ocorrer em 50% dos abscessos cerebrais não traumáticos · A comunicação do sistema venoso do seio frontal com a dura da região da tábua óssea posterior – permite a progressão da infecção · Sintomatologia é leve – pode ocorrer dor localizada no frontal e edema · Tto cirúrgico depende da extensão da doença sinusal e intracraniana – neurocirurgião
Compartilhar