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Solicitações simples: Torção Profª. Mscª. Priscila Moreira da Silva Lemos priscilamoreira_12@hotmail.com Resistência dos Materiais Introdução 2 Estudaremos peças submetidas a efeito de TORÇÃO, e nos limitaremos ao estudo de secções transversais circulares – maciças e vazadas – sujeitas à ação de conjugados que tendem a torcer essas peças. Analisaremos as tensões e deformações que surgem nas peças sujeitas ao MOMENTO TORSOR – ou também chamado TORQUE Introdução 3 Peças submetidas à torção são encontradas em muitas aplicações da prática de engenharia. O caso mais comum de aplicação é o de eixos de transmissão, como no caso de transmissão de potência do motor de um carro ao eixo traseiro. Na construção civil, destaca-se a presença de torção em grelha (sistema de vigas, perpendiculares ou não entre si, que se interceptam, estando interligadas nos pontos de interseção, submetida a carregamentos perpendiculares ao seu plano). Tensões em um eixo 4 Quando um par de forças é aplicado no plano transversal do eixo de uma peça, tendendo a giro, a peça está submetida à torção simples. Peças submetidas ao Momento Torsor, a exemplo das peças submetidas às forças cortantes, também desenvolvem tensões de cisalhamento ( ). 𝛕 Tensões em um eixo 5 Sabemos que o momento torçor produz tensões de cisalhamento nas faces perpendiculares ao eixo da barra circular. A existência dessas tensões pode ser demonstrada ao analisarmos “uma barra” constituída de lâminas finas, ligadas às extremidades da barra por pinos presos a discos. Podemos fazer várias marcas em duas lâminas contíguas, e aplicar momentos torsores de mesma intensidade e sentidos contrários nas extremidades da peça. Tensões em um eixo 6 Quando isso é feito, observa-se nitidamente que uma lâmina escorrega em relação a outra. Nos materiais coesivos, esse deslizamento não ocorre realmente, mas a tendência ao deslizamento vai existir, provando a existência de tensões de cisalhamento em planos longitudinais simultaneamente. Deformações em uma barra de seção circular 7 Um eixo circular está fixado a um suporte que não se desloca, por uma de suas pontas. Aplicando-se à extremidade livre o momento torsor T, o eixo gira, e a secção transversal da extremidade apresenta uma rotação representada pelo ângulo Φ, chamado ângulo de torção. Deformações em uma barra de seção circular 8 A experiência mostra que para certa faixa de variação do valor de T, o ângulo de torção é proporcional à T. Mostra também que Φ é proporcional ao comprimento L do eixo. Isto quer dizer que para um eixo de mesma secção e mesmo material, mas com o dobro do comprimento, o ângulo de torção será duas vezes maior, para o mesmo momento T. Deformações em uma barra de seção circular 9 Quando uma barra circular (cheia ou vazada) é submetida à torção, toda seção transversal plana permanece plana e indeformada. Ou seja, embora as várias seções transversais ao longo da barra sofram rotações de diferentes valores, cada seção transversal gira como um disco rígido. Deformações em uma barra de seção circular 10 O fato das seções transversais de um eixo circular permanecerem planas e indeformadas ocorre porque a barrao circular é axissimétrica, isto é, sua aparência se mantém a mesma quando o eixo é observado de algum ponto fixo e é rodado de um certo ângulo arbitrário. Deformações em uma barra de seção circular 11 Distribuição de deformações de cisalhamento em uma barra circular de comprimento L e raio c que foi torcida através de um ângulo: γ = ρ φ L γ = ρ c γ máx γ =deformação por cisalhamento (rad) φ=ângulo detorção (rad ) ρ=raiodo cilindro interno L=comprimento docilindro Conclusão: deformação de cisalhamento em uma barra circular varia linearmente com a distância do eixo da barra c=raio docilindro externo Fórmula da Torção 12 Considerando o regime elástico e a Lei de Hooke aplicada: τ =Gγ τ =ρ c τ máx τ mín= c1 c2 τ máx σ =E ε → G=módulo de elasticidade transversal γ = ρ c γ máx → Conclusão: tensão de cisalhamento na barra circular variará linearmente com a distância r do eixo da barra Seção circular cheia Seção circular vazada c1=raio interno c2=raio externo Fórmula da Torção 13 Considerando o regime elástico e a Lei de Hooke aplicada: τ máx= Tc J τ =T ρ J Tensão de cisalhamento a qualquer distância ρ do eixo da barra circular Seção circular cheia Seção circular vazada Tensão de cisalhamento máxima do eixo da barra circular T=momento torsor J=momento polar de inércia Fórmula da Torção 14 momento polar de inércia Seção circular cheia Seção circular vazada J=π c 4 2 J= π (c2 4−c1 4) 2 Fórmula da Torção 15 Exemplo 1: Uma barra circular vazada de aço cilíndrica tem 1,5 m de comprimento e diâmetros interno e externo, respectivamente, iguais a 40 mm e 60 mm. (a) Qual é o maior torque que pode ser aplicado à barra circular se a tensão de cisalhamento não deve exceder 120 MPa? (b) Qual é o valor mínimo correspondente da tensão de cisalhamento na barra circular? Fórmula da Torção 16 Exemplo 1: (a) Maior torque permitido τ máx=120MPa τ máx= Tc J T= τ máx J c Momento Polar de Inércia J=1 2 ϕ (c2 4−c1 4)=1 2 ϕ (0 ,034−0 ,024)=1 ,021 x10−6m4 T= τ máx J c = (120 x106 Pa)(1 ,021 x10−6m4) 0 ,03m T=4 ,08 kN .m Fórmula da Torção 17 Exemplo 1: (b) Tensão de cisalhamento mínima τ mín= c1 c2 τ máx τ mín= 0 ,02m 0 ,03m 120MPa τ mín=80MPa Fórmula da Torção 18 Exemplo 2: O eixo de seção circular BC é vazado com diâmetros interno e externo de 90 mm e 120 mm, respectivamente. Os eixos de seção circular AB e CD são cheios e têm diâmetro d. Para o carregamento mostrado na figura, determine (a) as tensões de cisalhamento máxima e mínima no eixo BC, (b) o diâmetro d necessário para os eixos AB e CD, se a tensão de cisalhamento admissível nesses eixos for de 65 MPa. Fórmula da Torção 19 Exemplo 2: Equações de Equilíbrio ∑ M x=0 (6 kN .m)−T AB=0 T AB=6 kN .m ∑ M x=0 (6 kN .m)+(14 kN .m)−T BC=0 T BC=20 kN .m Fórmula da Torção 20 Exemplo 2: (a) Eixo BC J= π (c2 4−c1 4) 2 Propriedade Geométricas J= π [(0 ,060m)4−(0 ,045m)4] 2 J=13 ,92 x10−6m4 Tensão cisalhante máxima τ máx= Tc J = T BC c2 J τ máx= (20 kN .m)(0 ,060m) (13 ,92 x10−6m4) =86 ,2MPa Tensão cisalhante mínima τ mín= c1 c2 τ máx= (0 ,045m) (0 ,060m) (86 ,2MPa)→τ mín=64 ,7MPa Fórmula da Torção 21 Exemplo 2: (a) Eixo AB e CD Diâmetro τ =Tc J T=6 kN .m τ adm=65MPa 65MPa= (6 kN .m)c π c4 2 c3=58 ,8 x10−6m3 c=38 ,9 x10−3m d=2c=2 x (38 ,9 x10−3m) d=77 ,8mm Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21
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