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Aula18 - Atividades Concomitantes e Contagem Reciproca de Tempo Parte1

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1
Curso	Ênfase	©	2019
DIREITO	PREVIDENCIÁRIO	–	PHELIPE	CARDOSO
AULA18	-	ATIVIDADES	CONCOMITANTES	E	CONTAGEM	RECIPROCA	DE	TEMPO	PARTE1
1	-	ATIVIDADES	CONCOMITANTES
São	as	atividades	 laborais	desenvolvidas	 concomitantemente,	 paralelamente.	É	a	dupla,
tripla	 jornada.	 Podem	 haver	 atividades	 concomitantes	 dentro	 de	 um	 mesmo	 regime
previdenciário,	por	exemplo,	duas	atividades	no	regime	geral	de	previdência	social	(RGPS),	duas
no	regimente	próprio	de	previdência	social	(RPPS)	ou	em	regimes	previdenciários	distintos,	RGPS
e	RPPS,	paralelamente.	A	seguir,	serão	abordadas	as	atividades	concomitantes	no	RGPS.
1.1.	ATIVIDADES	CONCOMITANTES	NO	RGPS
Havendo	atividades	 concomitantes	no	RGPS,	determina	a	 Lei	 que	o	 segurado	deve	 ser
filiado	 obrigatoriamente	 em	 relação	 a	 cada	 uma	 destas.	 Logo,	 imagine	 a	 seguinte	 situação:	 O
segurado	pode	ser	empregado,	ao	mesmo	 tempo	contribuinte	 individual	 como	autônomo,	bem
como	pode	 ter	 dois	 vínculos	 e	 possuir	 duas	 filiações	 como	 empregado.	 A	 espécie	 de	 segurado
pode	ser	qualquer	uma.	Observe	o	art.11,	§	2º	da	lei	nº	8.213/91
Art.	11,	§	2º.	Todo	aquele	que	exercer,	concomitantemente,	mais	de	uma	atividade
remunerada	sujeita	ao	Regime	Geral	de	Previdência	Social	é	obrigatoriamente	filiado
em	relação	a	cada	uma	delas.
Adiante	 serão	 vistas	 as	 consequências	 trazidas	 por	 este	 artigo.	 No	 momento,
introdutoriamente,	 será	 visto	 como	 ocorrem	 as	 atividades	 concomitantes	 envolvendo	 RPPS.
Pode-se	ter,	portanto,	atividades	concomitantes	em	regime	geral	e	regime	próprio.	Podem	haver
atividades	 concomitantes	 dentro	 de	um	mesmo	 regime	próprio,	 dois	 ou	mais	 regimes	próprios
distintos.
Por	exemplo,	o	professor	possui	um	vínculo	RPPS	com	a	União	-	enquanto	Juiz	federal	-,	e
ainda,	 um	 vínculo	 no	 RGPS	 enquanto	 professor	 do	 curso	 ênfase.	 Atividades	 paralelas.	 Uma
hipótese	 de	 atividades	 concomitantes	 dentro	 de	 um	 mesmo	 RPPS:	 Imagine	 dois	 cargos
acumuláveis	 na	 esfera	 Federal,	 por	 exemplo.	 Por	 fim,	 em	 uma	 hipótese	 de	 atividades
concomitantes	dentro	de	RPPS	distintos,	 imagine	um	caso	de	acumulação	de	 cargos	no	RPPS
Federal	e	Estadual.
Art.	12,	§	1o	Caso	o	servidor	ou	o	militar	venham	a	exercer,	concomitantemente,
uma	ou	mais	atividades	abrangidas	pelo	Regime	Geral	de	Previdência	Social,	tornar-
se-ão	segurados	obrigatórios	em	relação	a	essas	atividades.							(Incluído	pela	Lei	nº
Direito	Previdenciário	–	Phelipe	Cardoso
Aula18	-	Atividades	Concomitantes	e	Contagem	Reciproca	de	Tempo	Parte1
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Curso	Ênfase	©	2019
9.876,	de	26.11.99)
Após	entendido	como	se	dão	as	atividades	concomitantes,	será	abordado	o	ponto	de	maior
interesse,	que	são	as	consequências	previdenciárias	das	mesmas.	Será	feita	a	divisão	da	análise
das	consequências	em	dois	cenários.	O	primeiro,	é	aquele	que	em	qualquer	hipótese	envolve	um
RPPS	no	meio.	O	segundo,	é	aquele	em	que	há	atividades	concomitantes,	apenas	e	tão	somente,
no	RGPS.
1.2.	CONSEQUÊNCIAS	DAS	ATIVIDADES	CONCOMITANTES	ENVOLVENDO	O	REGIME
PRÓPRIO
Nesse	caso,	quais	são	as	consequências	da	atividade	concomitante?
Havendo	um	regime	próprio,	o	segurado	para	 fazer	 jus	aos	 benefícios,	 deve	 cumprir	 os
requisitos	em	cada	um	dos	regimes	jurídicos	a	que	for	filiado,	por	tratarem-se	de	relações	jurídicas
totalmente	distintas	e	 independentes.	Esteja	o	segurado	filiado,	por	exemplo,	ao	RGPS	e	a	um
regime	 próprio,	 filiado	 a	 regimes	 próprios	 distintos,	 ou	 dentro	 do	 mesmo	 regime	 próprio,	 a
consequência	será	sempre	a	mesma:	Este	deve	cumprir	os	requisitos	em	relação	a	cada	vínculo
de	filiação.	Se	deseja	aposentar-se,	deve	cumprir	os	requisitos	relativos	a	cada	vínculo.
Há	uma	regra	no	plano	de	benefícios,	que	afirma	ser	vedada	a	contagem	de	 tempo	de
serviço	 público	 com	 o	 de	 atividade	 privada	 (isto	 é,	 a	 soma	 dos	 períodos),	 quando	 tratar-se	 de
atividades	concomitantes.	Portanto,	havendo	regime	próprio	no	meio,	a	regra	é	clara,	deve	haver
o	 cumprimento	 dos	 requisitos	 em	 relação	 a	 cada	 vínculo	 de	 filiação.	 Tratando-se	 de	 atividades
concomitantes,	não	há	a	 soma	dos	períodos,	 caso	contrário,	haveria	uma	contagem	de	 tempo
fictícia.
1.3.	CONSEQUÊNCIAS	DAS	ATIVIDADES	CONCOMITANTES	DENTRO,	MERAMENTE,	DO
RGPS.
O	 outro	 cenário,	 envolve	 as	 atividades	 concomitantes	 somente	 dentro	 do	 RGPS.	 Por
exemplo,	o	indivíduo	é	empregado	e	contribuinte	individual,	possui	dois	empregos,	etc.	Neste,	há
um	regramento	previsto	no	art.32	da	lei	nº	8.213/91.	Trata-se	de	um	cenário	diferente	daquele	em
que	há	um	regime	próprio	envolvido.	Essa	regra	é	restrita	às	atividades	concomitantes	na	vigência
do	RGPS.
Portanto,	tratando-se	de	atividades	concomitantes	dentro	do	RGPS,	há	o	seguinte	cenário:
Existem	 benefícios	 que	 são	 específicos,	 podendo	 dizer	 respeito	 a	 cada	 uma	 das	 atividades
paralelas.	No	entanto,	outros	dirão	sempre	respeito	ao	conjunto	das	atividades.
Direito	Previdenciário	–	Phelipe	Cardoso
Aula18	-	Atividades	Concomitantes	e	Contagem	Reciproca	de	Tempo	Parte1
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Curso	Ênfase	©	2019
Explicando:	Um	auxílio	doença	ou	auxílio	acidente,	por	exemplo,	pode	dizer	respeito	a	uma
ou	algumas	das	atividades	paralelas.	Supondo	que	um	indivíduo	que	exerça	uma	atividade	braçal
como	personal	trainer,	e	uma	atividade	intelectual	dando	aulas	na	Faculdade	de	Educação	Física.
Imagine	que	o	mesmo	quebre	o	braço,	nesse	caso,	ficará	impossibilitado	de	exercer	a	atividade
como	personal	trainer,	porém,	consegue	dar	aula	na	faculdade.	Visto	isto,	haveria	o	recebimento
de	auxílio	doença	apenas	para	a	atividade	concomitante	respectiva	para	a	qual	ficou	incapaz.	Há
benefícios	 que	 são	 compatíveis	 com	 apenas	 uma	 das	 atividades	 concomitantes.	 Esse	 é	 um
quadro.
Em	 um	 segundo	 cenário,	 há	 benefícios	 que	 englobam,	 necessariamente,	 todas	 as
atividades.	 Exemplo:	 a	 segurada	 entrará	 em	 gozo	 de	 salário	 maternidade.	 Esta	 afasta-se	 de
todas	as	atividades	concomitantes,	porque	o	benefício	o	pressupõe.	Da	mesma	forma	ocorre	com
a	aposentadoria,	ao	aposentar-se,	o	cálculo	gira	em	torno	de	todas	as	atividades	até	o	momento,
ainda	que	o	indivíduo	continue	trabalhando	posteriormente.
Logo,	 os	 benefícios	 concedidos	 isoladamente	 por	 atividade	 estão	 fora	 do	 âmbito	 de
atividades	 concomitantes,	 porque	 considera-se	 cada	 uma	 isoladamente.	 Não	 é	 o	 abordado.	 O
benefício	 que	 leva	 em	 consideração	 cada	 atividade	 isoladamente,	 tem	 sua	 renda	 de	 benefício
calculada	 de	 acordo	 com	 a	 média	 de	 contribuições	 para	 aquela	 atividade.	 Este	 regramento	 é
completamente	alheio	a	essa	realidade.
O	 professor	 está	 discorrendo	 sobre	 as	 atividades	 concomitantes	 e	 nos	 benefícios	 que,
quando	concedidos,	levam	em	consideração	as	atividades	de	maneira	conglobada.	Desta	forma,
terá	relevância	a	regra	de	cálculo	da	renda	de	benefício	tratada	no	art.32	da	lei	nº	8.213/91.	Este	é
o	fato	abordado.
Em	linhas	gerais,	em	que	há	uma	concessão	conglobada,	considerando	todas	as	atividades,
infere-se	do	art.32,	que	o	segurado	não	precisa	cumprir	com	os	requisitos	em	todas	as	atividades
paralelas,	basta	cumprir	em	uma	delas.	Nas	demais,	pode	cumprir,	porém	não	faz-se	necessário.
Ao	 receber	 o	 benefício	 em	 razão	 das	 atividades	 conglobadas,	 haverá	 -	 portanto	 -	 uma
majoração	 proporcional	 da	 renda	 no	 referente	 ao	 somatório	 das	 atividades.	 Dessa	 forma,
tratando-se	de	benefícios	concedidos	em	razão	das	atividades	conglobadas,	há	a	majoração	da
renda	em	razão	da	ampliação	de	cálculo	em	atividades	paralelas.	Essa	é	a	consequência	do	art.32,
há	 uma	melhora	 na	 renda	 do	 único	 benefício	 concedido	 em	 razão	 das	 atividades	 conglobadas.
Observa-se	a	seguir	o	conteúdo	normativo	do	art.32	da	Lei	de	benefícios,	in	verbis:
Art.	 32.	O	 salário-de-benefício	do	 segurado	que	contribuir	 em	 razão	de	atividades
concomitantes	 será	 calculado	 com	base	na	 soma	dos	 salários-de-contribuição	 das
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Aula18	-	Atividades	Concomitantes	e	Contagem	Reciprocade	Tempo	Parte1
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atividades	exercidas	na	data	do	requerimento	ou	do	óbito,	ou	no	período	básico	de
cálculo,	observado	o	disposto	no	art.	29	e	as	normas	seguintes:
I	 -	 quando	 o	 segurado	 satisfizer,	 em	 relação	 a	 cada	 atividade,	 as	 condições	 do
benefício	 requerido,	 o	 salário-de-beneficio	 será	 calculado	 com	 base	 na	 soma	 dos
respectivos	salários-de-contribuição;
II	 -	 quando	 não	 se	 verificar	 a	 hipótese	 do	 inciso	 anterior,	 o	 salário-de-benefício
corresponde	à	soma	das	seguintes	parcelas:
a)	 o	 salário-de-benefício	 calculado	 com	 base	 nos	 salários-de-contribuição	 das
atividades	em	relação	às	quais	são	atendidas	as	condições	do	benefício	requerido;
b)	 um	 percentual	 da	 média	 do	 salário-de-contribuição	 de	 cada	 uma	 das	 demais
atividades,	 equivalente	 à	 relação	 entre	 o	 número	 de	 meses	 completo	 de
contribuição	e	os	do	período	de	carência	do	benefício	requerido;
III	-	quando	se	tratar	de	benefício	por	tempo	de	serviço,	o	percentual	da	alínea	"b"
do	 inciso	 II	será	o	resultante	da	relação	entre	os	anos	completos	de	atividade	e	o
número	de	anos	de	serviço	considerado	para	a	concessão	do	benefício.
§	1º	O	disposto	neste	artigo	não	se	aplica	ao	segurado	que,	em	obediência	ao	limite
máximo	 do	 salário-de-contribuição,	 contribuiu	 apenas	 por	 uma	 das	 atividades
concomitantes.
§	2º	Não	se	aplica	o	disposto	neste	artigo	ao	segurado	que	tenha	sofrido	redução	do
salário-de-contribuição	das	atividades	concomitantes	em	respeito	ao	limite	máximo
desse	salário.
Segundo	 o	 art.32,	 se	 o	 segurado	 exerce	 atividades	 concomitantes,	 e	 completa	 os
requisitos	para	o	benefício	em	cada	uma	destas,	a	consequência	é	que	o	salário	de	benefício	será
calculado	com	base	na	soma	dos	salários	de	contribuição	de	cada	atividade.	É	simples:	critério	da
soma.
Em	outro	cenário,	o	segurado	completa	os	requisitos	do	benefício	almejado	em	uma	das
atividades	concomitantes,	porém,	não	o	completa	nas	demais.	Nessas	condições,	diz	a	Lei	que	ao
salário	de	benefício	da	atividade	em	que	completados	os	requisitos,	dita	atividade	principal,	soma-
se	o	percentual	da	média	do	salário	de	contribuição	da	outra	atividade.
Este	percentual,	equivale	à	relação	entre	o	número	de	meses	completos	de	contribuição,	e
a	carência	do	benefício	 requerido.	Ou	equivalente,	quando	tratar-se	por	benefício	por	 tempo	de
serviço,	 equiparado	 à	 relação	 entre	 os	 anos	 completos	 de	 atividade,	 e	 o	 número	 de	 anos	 de
serviço	 para	 a	 concessão	 deste.	 Nesse	 segundo	 cenário,	 utiliza-se	 o	 critério	 do	 percentual	 da
média.
Direito	Previdenciário	–	Phelipe	Cardoso
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Exemplo:	 Imagine	 que	 uma	 segurada	 (mulher)	 possui	 na	 atividade	 A,	 trinta	 anos	 de
contribuição,	e	que	durante	esses	anos	recebeu	R$	2.000,00	(dois	mil)	reais	por	mês,	portanto,	a
média	dos	salários	de	contribuição	dela	será	R$	2.000,00	(dois	mil)	reais.	Na	atividade	B,	a	mesma
segurada,	também	possuinte	de	30	(trinta)	anos	de	contribuição	e	recebendo	R$	2.000,00	(dois
mil)	reais,	logo,	a	média	dos	salários	de	contribuição	serão	igualmente	R$	2.000,00	(dois	mil)	reais.
Significa	 que,	 se	 quiser	 se	 aposentar	 por	 tempo	 de	 contribuição,	 terá	 cumprido	 os
requisitos	nas	duas	atividades,	o	critério	é	o	da	soma	dos	salários	de	contribuição.	Deste	modo,	se
aposentará	considerando	o	valor	de	R$	4.000.00	(quatro	mil)	reais.	Portanto,	essa	é	a	regra	no
cenário	em	que	se	completam	os	requisitos	em	todas	as	atividades.
Exemplo	2:	Considerando	o	cenário	em	que	a	 segurada	na	atividade	A,	 cumpriu	 trinta
anos	de	contribuição,	sendo	a	média	do	salário	de	contribuição	o	valor	de	R$	2.000,00	(dois	mil)
reais.	 Na	 atividade	 B,	 trabalhou	 por	 quinze	 anos,	 tendo	 recebido	 neste	 período	 o	 valor	 de	 R$
2.000,00	(dois	mil)	reais	por	cada	mês.	Logo,	a	média	do	salário	de	contribuição	é	igualmente	de
R$	 2.000,00	 (dois	 mil)	 reais.	 Entretanto,	 na	 atividade	 B,	 a	 mesma	 não	 cumpriu	 o	 tempo
necessário	para	se	aposentar	por	tempo	de	contribuição,	porque	são	necessários	trinta	anos	para
fazê-lo.
Tendo	 a	 segurada,	 nessa	 situação,	 cumprido	meramente	 50%	 do	 tempo,	 a	 Lei	 diz	 que,
nesse	caso,	haverá	o	somatório	de	um	percentual	da	média,	correspondente	ao	tempo	cumprido
em	 relação	 ao	 total.	 Sua	 média	 do	 salário	 de	 contribuição	 é	 de	 R$	 2.000,00	 (dois	 mil)	 reais,
todavia,	cumpriu	meramente	50%	do	total	necessário	para	se	aposentar,	logo,	haverá	a	soma	do
percentual	de	50%	da	média.	Soma	do	percentual	da	média;	 somando	R$	1000.00	 (mil)	 reais.
Dessa	forma,	em	sua	aposentadoria,	nesse	segundo	cenário,	será	considerada	a	média	do	salário
de	contribuição	em	R$	3000.00	(três	mil)	reais.	Portanto,	ocorre	o	cálculo	da	renda	dos	benefícios
em	atividades	concomitantes	no	RGPS.
Permanecendo	 no	 âmbito	 das	 atividades	 concomitantes	 no	 RGPS,	 a	 Lei	 de	 benefícios
possui	uma	regra	 intuitiva	no	seguinte	sentido:	Se	em	uma	das	atividades	o	segurado	contribui
submetido	ao	 teto,	não	haverá	a	necessidade	de	aplicação	do	art.32	da	referida	Lei,	 tendo	em
vista	que,	chegou-se	a	este	e	não	haverá	utilidade	prática	em	proceder-se	a	soma	ou	a	soma	de
percentual	da	média,	porque	não	melhorará	o	valor	do	benefício	em	razão	da	limitação	do	teto.
Para	finalizar	o	estudo	das	atividades	concomitantes,	ainda	no	âmbito	do	cálculo	do	RGPS,
duas	observações	pontuais	da	jurisprudência:
Direito	Previdenciário	–	Phelipe	Cardoso
Aula18	-	Atividades	Concomitantes	e	Contagem	Reciproca	de	Tempo	Parte1
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Curso	Ênfase	©	2019
Superior	 Tribunal	 de	 justiça	 (STJ):	 Se	 o	 segurado	 não	 completou	 tempo	 de	 contribuição
suficiente	 para	 se	 aposentar	 em	 nenhuma	 das	 atividades	 concomitantes,	 será	 considerada
atividade	principal	a	que	detém	o	maior	proveito	econômico,	a	de	maior	rendimento.
Sobre	 a	 observação	 referente	 à	 TNU,	 ressalta-se	 que	 não	 se	 trata	 de	 jurisprudência
consolidada,	mas	unicamente	precedentes	da	TNU.
TNU	 (proc.	 00001592920114036307):	 O	 art.32	 da	 Lei	 nº	 8.213/91,	 deixou	 de	 possuir
vigência	 a	 partir	 de	 01/04/2003,	 por	 ser	 incompatível	 com	 a	 nova	 sistemática,	 decorrente	 da
extinção	da	escala	salário-base	(arts.9º	e	14	da	MP	83/02,	convertida	na	Lei	nº	10.666/03).
A	Lei	nº	10.666/03,	quando	extinguiu	a	escala	de	salário-base,	teria	criado	uma	sistemática
de	 cálculo	 incompatível	 com	 o	 art.32	 da	 Lei	 nº	 8.213/91.	 Reitera-se	 que	 não	 trata-se	 de
jurisprudência	consolidada.	Para	os	precedentes	da	TNU,	não	há	que	 falar-se	em	percentual	da
média.	Pelos	mesmos,	a	regra	deveria	ser	sempre	a	da	simples	soma	dos	salários	de	contribuição;
aplicando	a	todas	as	hipóteses	à	regra	em	que	o	segurado	completa	os	requisitos	em	todas	as
atividades.
2	-	CONTAGEM	RECÍPROCA	DE	TEMPO	DE	CONTRIBUIÇÃO
2.1	Conceito:
É	 a	 possibilidade	 de	 reaproveitamento	 de	 tempo	 de	 contribuição	 não	 concomitante,	 no
caso	de	migração	de	regimes.	É	a	possibilidade	e	transposição	de	um	regime	previdenciário	para	o
outro,	 do	 seu	 tempo	 de	 contribuição.	 É	 natural	 trabalhar-se	 um	 tempo	 em	 regime	 geral	 e
posteriormente	vir	a	trabalhar	no	regime	próprio	ou	vice	versa.
Deste	 modo,	 não	 perde-se	 o	 tempo	 de	 contribuição,	 e	 sim	 transporta-o	 para	 o	 novo
regime	previdenciário.	Essa	transposição	pode	ocorrer	do	regime	geral	para	o	regime	próprio,	do
regime	 próprio	 para	 o	 regime	 geral,	 de	 um	 regime	 próprio	 para	 outro	 regime	 próprio;	 e	 até
mesmo	-	havendo	tratados	internacionais	-	entre	regimes	brasileiros	e	estrangeiros.
Na	contagem	recíproca,	há	uma	compensação	financeira	entre	os	regimes	previdenciários
envolvidos.	O	de	origem	compensa	financeiramente	o	de	destino,	relativamente	às	contribuições
previdenciárias	 vertidas	 no	 regime	 de	 origem.	 Logo,	 é	 pressuposto	 da	 contagem	 recíproca	 de
tempo	de	contribuição,	o	aporte	para	diferentes	regimes	previdenciários	ao	longo	do	tempo	em
atividades	 não	 concomitantes.	 Sobreestas,	 foram	 vistas	 suas	 consequências	 jurídicas.	 No
momento,	 estão	 sendo	 tratadas	 as	 atividades	 não	 concomitantes;	 as	 sucessivas	 em	 períodos
temporais	distintos.
2.2	Previsão	legal:
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Art.	201,	§	9º	da	CF/88
Art.	201,	§	9º	Para	efeito	de	aposentadoria,	é	assegurada	a	contagem	recíproca	do
tempo	 de	 contribuição	 na	 administração	 pública	 e	 na	 atividade	 privada,	 rural	 e
urbana,	hipótese	em	que	os	diversos	regimes	de	previdência	social	se	compensarão
financeiramente,	segundo	critérios	estabelecidos	em	lei.	(Incluído	dada	pela	Emenda
Constitucional	nº	20,	de	1998).
Arts.	94	a	99	da	lei	nº	8.213/91
Arts.	125	a	135	do	RPS.
Bastante	 relevante	 ter	 em	 mente	 que	 esta	 é	 a	 moldura	 Nacional	 sobre	 contagem
recíproca:	Constituição	e	Lei,	neste	caso,	de	caráter	Nacional.	Razão	pela	qual	não	é	possível	que
Leis	 locais	 (Estados,	DF	e	Municípios)	 concebam	critérios	adicionais	para	a	contagem	 recíproca.
Seria	 inconstitucional;	 posicionamento	 do	 STF.	 Não	 deve,	 por	 exemplo,	 uma	 Lei	 Estadual
estabelecer	um	pedágio,	seja	no	regime	previdenciário	de	origem,	seja	de	permanência	no	regime
previdenciário	de	destino,	condicionando	a	este	a	efetivação	da	contagem	recíproca.	O	que	não
deve	ocorrer.
2.3	Funcionamento	da	contagem	recíproca
A	transposição	do	tempo	de	contribuição	de	um	regime	para	outro,	operacionaliza-se	com
a	 emissão,	 pelo	 regime	 de	 origem	 endereçado	 ao	 regime	 de	 destino,	 de	 um	 documento
denominado	certidão	de	tempo	de	contribuição.	Há	detalhamentos	desse	documento	nos
arts.125	a	135	do	RPS	(regulamento	da	previdência	social).
O	benefício	resultante	da	contagem	recíproca,	é	sempre	concedido,	calculado	e	pago	pelo
sistema	 a	 que	 o	 interessado	 está	 vinculado	 ao	 requerê-lo,	 pelo	 regime	 atual	 do
beneficiário	(art.99,	PBPS;	art.134,	RPS).
A	contagem	recíproca	exige	 tempo	de	contribuição,	 isto	é,	contribuições	vertidas.	Sendo
tempo	efetivo	de	contribuição,	a	contagem	recíproca	vale,	 inclusive,	para	efeito	de	carência	no
regime	de	destino.	Não	há	que	referir-se	à	mera	contagem	recíproca	de	tempo	de	serviço.
2.4	Regras	de	regência
As	principais	regras	estão	previstas	no	art.96	do	plano	de	benefícios.	(Lei	n	8.213/91)
Art.	 96.	 O	 tempo	 de	 contribuição	 ou	 de	 serviço	 de	 que	 trata	 esta	 Seção	 será
contado	de	acordo	com	a	legislação	pertinente,	observadas	as	normas	seguintes:
I	-	não	será	admitida	a	contagem	em	dobro	ou	em	outras	condições	especiais;
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Aula18	-	Atividades	Concomitantes	e	Contagem	Reciproca	de	Tempo	Parte1
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Essa	 regra,	 para	 manter	 a	 "saúde	 financeira"	 dos	 regimes,	 não	 admite	 a	 chamada
contagem	fictícia.	Conta-se	tempo	real,	não	são	aceitas	contagem	fictícias	em	dobro	ou	outras
condições	especiais.
Há	uma	polêmica	devido	a	expressão	"em	outras	condições	especiais".	A	polêmica	que	se
abre	é	a	seguinte:
Nem	 o	 tempo	 de	 atividade	 especial,	 -	 o	 que	 daria	 direito	 a	 aposentadoria
especial	 -	 pode	 ser	 convertido	 com	 o	 bônus	 regulamentar	 para	 averbação	 em
contagem	recíproca?
Sabe-se	 que	 o	 tempo	 especial,	 aquele	 que	 dá	 direito	 a	 aposentadoria	 especial,	 gera
aposentação	 com	 tempo	de	 contribuição	menor.	 Logo,	 se	 for	 convertido	em	 tempo	comum,	o
segurado	ganha	um	bônus,	um	ágio	na	conversão,	pois	o	tempo	especial	vale	mais.
Entretanto,	para	fins	de	contagem	recíproca,	a	Lei	inadmite	em	outras	condições	especiais,
por	 isso	 a	 existência	 da	 polêmica.	 A	 questão	 é	 saber	 se	 os	 segurados	 que	 trabalharam	 sob
condições	especiais,	podem	converter	em	comum	o	seu	tempo	especial	e	averbar	em	contagem
recíproca,	com	o	bônus	decorrente	da	natureza	da	atividade	especial.
O	 regulamento	 expressamente	 proíbe,	 com	 base	 no	 artigo	 estudado.	 O	 STJ	 e	 o	 STF
proíbem	igualmente	essa	conversão;	porém,	a	TNU	admite	(processo	nº	2004.50.50.5167-8).	Para
os	que	proíbem,	não	significa	dizer	que	o	segurado	perde	o	tempo,	o	tempo	de	atividade,	o	tempo
real	não	é	perdido.	O	que	este	não	deve	é	converter	em	comum	com	o	bônus	adicional.	Esse	é	o
objeto	da	polêmica.
É	importante	que	o	aluno	faça	o	acompanhamento	dessa	polêmica,	pois	está	submetido
ao	 STJ	 (EREsp	 524.267/PB),	 no	 pedido	 de	 uniformização	 de	 Lei	 Federal	 nº	 240	 e	 STF	 (RE
1.014.286),	 submetido	 à	 repercussão	 geral	 -	 tema	 942.	 Haverá	 em	 breve	 uma	 definição	 a
respeito	dessa	polêmica.
II	-	é	vedada	a	contagem	de	tempo	de	serviço	público	com	o	de	atividade	privada,
quando	concomitantes;
Fora	 visto	 outrora,	 que	 as	 atividades	 concomitantes	 e	 a	 contagem	 recíproca	 são
excludentes.	 Porque	 se	 admitida	 que	 a	 atividade	 concomitante	 fosse	 averbada	 em	 contagem
recíproca,	 admitiria-se	 obliquamente	 um	 critério	 de	 contagem	 recíproca	 fictícia,	 sendo	 esta
vedada.
III	-	não	será	contado	por	um	sistema	o	tempo	de	serviço	utilizado	para	concessão
de	aposentadoria	pelo	outro;
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Reitera-se	que	admitir	essa	situação,	seria	admitir	uma	contagem	de	tempo	fictícia.	Caso	o
segurado	 tenha	 utilizado	 seu	 tempo	 para	 se	 aposentar	 em	 outro	 sistema,	 não	 deve	 revivê-lo
obtendo	 aposentadoria	 em	 outro	 regime.	 Não	 obstante,	 se	 o	 segurado	 se	 aposentou	 em	 um
regime	e	houve	sobra	de	tempo,	pode-se	utilizar	a	fração	que	sobrou	para	averbar	em	contagem
recíproca.
O	STJ,	 afirma	claramente	que	é	permitido	ao	 INSS	emitir	 certidão	de	 tempo	de	 serviço
para	 período	 fracionado,	 possibilitando	 ao	 segurado	 da	 Previdência	 Social	 levar	 ao	 regime	 de
previdência	próprio	dos	servidores	públicos,	meramente	o	montante	de	tempo	de	serviço	que	lhe
seja	necessário	(STJ,	REsp	687.	479/RS).
IV	 -	 o	 tempo	 de	 serviço	 anterior	 ou	 posterior	 à	 obrigatoriedade	 de	 filiação	 à
Previdência	 Social	 só	 será	 contado	 mediante	 indenização	 da	 contribuição
correspondente	ao	período	respectivo,	com	acréscimo	de	juros	moratórios	de	zero
vírgula	cinco	por	cento	ao	mês,	capitalizados	anualmente,	e	multa	de	dez	por	cento.
(Redação	 dada	 pela	 Medida	 Provisória	 nº	 2.187-13,	 de	 2001)	 	 	 	 	 (Vide	 Medida
Provisória	nº	316,	de	2006)
O	 inciso	 acima,	 significa	 que	 a	 contagem	 recíproca	 é	 de	 tempo	 de	 contribuição,	 não
havendo	recolhimento	da	da	mesma,	torna-se	inviável	a	contagem.	Esta	pressupõe	a	contribuição
a	tempo	e	modo,	ou	não	sendo	feita	desta	forma,	a	respectiva	indenização	posterior.
Em	 razão	 dessa	 previsão,	 houve	 um	 repetitivo	 no	 STJ,	 tema	 609,	 afirmando	 que	 se	 o
trabalhador	 rural	 almejar	 a	 contagem	 recíproca,	 terá	 de	 indenizar,	 pagar	 as	 contribuições
previdenciárias	 equivalentes.	 Porque	 o	 mesmo	 pode	 obter	 benefícios	 no	 regime	 geral	 sem
contribuir,	contudo,	para	contagem	recíproca	deve	haver	a	contribuição.
Para	a	contagem	recíproca	do	tempo	de	serviço	dos	trabalhadores	rurais,	pressupõe-se	o
recolhimento	das	 contribuições	na	 época	própria	 ou	 indenização	posterior.	 (STF,	MS	26.872/DF,
2010;	STJ,	tema	609;	Súm.268/TCU;	súm.10/TNU).
Torna-se	intuitivo,	porque	o	instituto	é	contagem	recíproca	de	tempo	de	contribuição,	não
de	mero	tempo	de	serviço.

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