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Aula40 - Custeio da Previd¬ncia Social Parte1

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DIREITO	PREVIDENCIÁRIO	–	PHELIPE	CARDOSO
AULA40	-	CUSTEIO	DA	PREVIDÊNCIA	SOCIAL	PARTE1
1.	CUSTEIO	DA	SEGURIDADE	SOCIAL
Este	é	um	dos	pontos	mais	dificultosos	da	disciplina,	considerando	que	há	diversos	detalhes
e	 que	 a	 lei	 regente	 do	 tema,	 a	 Lei	 8.212/91,	 não	 é	 didática	 por	 conter	 muitas	 emendas	 e
remissões.	Dessa	forma,	a	ideia	do	curso	é	sistematizar	e	organizar	o	"custeio",	notadamente	as
contribuições	previdenciárias,	para	quando	o	aluno	realizar	a	 leitura	da	 lei	conseguir,	 facilmente,
identificar	o	objeto	tratado.
A	base	do	"custeio"	encontra-se	no	art.	195,	da	CF,	o	qual	versa:
Art.	195.	A	seguridade	social	será	financiada	por	toda	a	sociedade,	de	forma	direta	e
indireta,	 nos	 termos	 da	 lei,	 mediante	 recursos	 provenientes	 dos	 orçamentos	 da
União,	 dos	 Estados,	 do	 Distrito	 Federal	 e	 dos	 Municípios,	 e	 das	 seguintes
contribuições	sociais:
Da	leitura	do	dispositivo,	percebe-se	que	o	custeio	da	previdência	não	é	específico,	porém,
de	 toda	a	seguridade	social.	Ademais,	ao	dizer	que	ela	será	 financiada	por	 "toda	a	sociedade",
observa-se	 o	 princípio	 da	 solidariedade	 no	 âmbito	 do	 "custeio",	 o	 qual	 será	 revertido	 em
prestações	 para	 a	 sociedade	nas	 ocasiões	 em	que	 as	 pessoas	 preencherem	os	 requisitos	 para
tanto.	 Nesse	 sentido,	 há	 um	 pacto	 da	 maioria	 (custeio)	 em	 prol	 da	 minoria	 (beneficiário),
enfatizando	o	caráter	solidário	do	sistema.
Ainda,	extrai-se	do	dispositivo	que	as	principais,	porém	não	únicas	fontes	de	"custeio",	são
os	orçamentos	e	as	contribuições	sociais.
1.1	FONTES	DE	CUSTEIO	-	ORÇAMENTOS
Ao	 estabelecer	 que	 a	 Seguridade	 Social	 será	 financiada	 pelos	 orçamentos	 de	 todos	 os
entes	políticos	(União,	Estados,	Distrito	Federal	e	Municípios),	a	Constituição	Federal	dispõe	que,
além	 das	 contribuições	 sociais	 e	 as	 de	 seguridade	 social,	 esta	 específica	 para	 financiar	 a
seguridade,	 devem	 os	 entes	 políticos	 aportar	 receitas	 outras,	 inespecíficas	 para	 o	 custeio	 e
manutenção	do	sistema	da	previdência	-	por	exemplo:	impostos.
Cumpre	 ressaltar	 que	 cada	ente	 político	 possui	 o	 seu	 orçamento,	 conforme	 redação	do
195,	§	1º,	da	CF:
§	 1º	 As	 receitas	 dos	 Estados,	 do	 Distrito	 Federal	 e	 dos	 Municípios	 destinadas	 à
seguridade	 social	 constarão	 dos	 respectivos	 orçamentos,	 não	 integrando	 o
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orçamento	da	União.
Ademais,	como	é	sabido,	a	Seguridade	é	composta	de	3	(três)	ramos:	saúde,	assistência	e
previdência.	Nesse	sentido,	a	Constituição	estabelece	que	(art.	195,	§	2º):
§	 2º	 A	 proposta	 de	 orçamento	 da	 seguridade	 social	 será	 elaborada	 de	 forma
integrada	 pelos	 órgãos	 responsáveis	 pela	 saúde,	 previdência	 social	 e	 assistência
social,	 tendo	 em	 vista	 as	 metas	 e	 prioridades	 estabelecidas	 na	 lei	 de	 diretrizes
orçamentárias,	assegurada	a	cada	área	a	gestão	de	seus	recursos.
No	âmbito	da	União,	a	CF	ainda	prevê,	em	seu	art.	165,	§	5º,	que	devem	existir	3	(três)
orçamentos	-	um	deles,	próprio	e	específico	para	a	Seguridade	Social	(princípio	do	orçamento
diferenciado):
§	5º	A	lei	orçamentária	anual	compreenderá:
I	 -	 o	 orçamento	 fiscal	 referente	 aos	 Poderes	 da	 União,	 seus	 fundos,	 órgãos	 e
entidades	 da	 administração	 direta	 e	 indireta,	 inclusive	 fundações	 instituídas	 e
mantidas	pelo	Poder	Público;
II	 -	 o	 orçamento	 de	 investimento	 das	 empresas	 em	 que	 a	 União,	 direta	 ou
indiretamente,	detenha	a	maioria	do	capital	social	com	direito	a	voto;
III	-	o	orçamento	da	seguridade	social,	abrangendo	todas	as	entidades	e	órgãos	a	ela
vinculados,	da	administração	direta	ou	 indireta,	bem	como	os	 fundos	e	 fundações
instituídos	e	mantidos	pelo	Poder	Público.
Consta	ainda	do	texto	constitucional	o	art.	167,	VIII,	o	qual	dispõe	que:
Art.	167.	São	vedados:	(...)	VIII	-	a	utilização,	sem	autorização	legislativa	específica,
de	recursos	dos	orçamentos	fiscal	e	da	seguridade	social	para	suprir	necessidade	ou
cobrir	déficit	de	empresas,	 fundações	e	 fundos,	 inclusive	dos	mencionados	no	art.
165,	§	5º;
Em	 outras	 palavras,	 o	 orçamento	 da	 seguridade	 é	 destinado	 ao	 financiamento	 e	 à
manutenção	 da	 Seguridade	 Social,	 não	 sendo	 possível	 desviar	 essa	 finalidade	 sem	autorização
legislativa	específica.	Há	exceção	à	regra	no	próprio	ADCT,	em	seu	art.	76,	que	dispõe	sobre	a
DRU	(Desvinculação	das	Receitas	da	União):
Art.	 76.	 São	 desvinculados	 de	 órgão,	 fundo	 ou	 despesa,	 até	 31	 de	 dezembro	 de
2023,	 30%	 (trinta	 por	 cento)	 da	 arrecadação	 da	 União	 relativa	 às	 contribuições
sociais,	sem	prejuízo	do	pagamento	das	despesas	do	Regime	Geral	da	Previdência
Social,	 às	 contribuições	 de	 intervenção	 no	 domínio	 econômico	 e	 às	 taxas,	 já
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instituídas	ou	que	vierem	a	ser	criadas	até	a	referida	data.
1.2	FONTES	DE	CUSTEIO	-	LEI	Nº	8.212/91	-	OUTRAS	FONTES	NA	ESFERA	FEDERAL
Antes	de	introduzir	o	estudo	das	contribuições,	maior	fonte	de	custeio	da	Seguridade	Social
e	objeto	do	restante	do	curso,	deve-se	observar	o	art.	27	da	Lei	nº	8.212/91:
Art.	27.	Constituem	outras	receitas	da	Seguridade	Social:
I	-	as	multas,	a	atualização	monetária	e	os	juros	moratórios;
II	 -	 a	 remuneração	 recebida	 por	 serviços	 de	 arrecadação,	 fiscalização	 e	 cobrança
prestados	a	terceiros;
III	-	as	receitas	provenientes	de	prestação	de	outros	serviços	e	de	fornecimento	ou
arrendamento	de	bens;
IV	-	as	demais	receitas	patrimoniais,	industriais	e	financeiras;
V	-	as	doações,	legados,	subvenções	e	outras	receitas	eventuais;
VI	 -	 50%	 (cinqüenta	 por	 cento)	 dos	 valores	 obtidos	 e	 aplicados	 na	 forma	 do
parágrafo	único	do	art.	243	da	Constituição	Federal;
VII	-	40%	(quarenta	por	cento)	do	resultado	dos	leilões	dos	bens	apreendidos	pelo
Departamento	da	Receita	Federal;
VIII	-	outras	receitas	previstas	em	legislação	específica.
Parágrafo	único.	As	companhias	seguradoras	que	mantêm	o	seguro	obrigatório	de
danos	pessoais	causados	por	veículos	automotores	de	vias	terrestres,	de	que	trata	a
Lei	 nº	 6.194,	 de	 dezembro	 de	 1974,	 deverão	 repassar	 à	 Seguridade	 Social	 50%
(cinquenta	 por	 cento)	 do	 valor	 total	 do	 prêmio	 recolhido	 e	 destinado	 ao	 Sistema
Único	de	Saúde-SUS,	para	custeio	da	assistência	médico-hospitalar	dos	segurados
vitimados	em	acidentes	de	trânsito.
Trata-se	de	uma	lista	de	receitas	possíveis	no	âmbito	da	União,	sendo	possível	aos	demais
entes	políticos	estabelecerem	listagem	própria	de	outras	receitas	em	leis	locais.
1.3.1	FONTES	DE	CUSTEIO	-	CONTRIBUIÇÕES	(NATUREZA	JURÍDICA)
Registra-se	 que	 as	 contribuições	 são	 tributos,	 ainda	 que	 na	 doutrina	 possa	 existir	 certa
celeuma	 teórica	 sobre	 o	 assunto,	 a	 definição	 é	 pacífica	 no	 Supremo	 Tribunal	 Federal.	 Nesse
sentido,	a	edição	da	Súmula	Vinculante	nº	8	parte	desse	pressuposto,	ao	estabelecer	que:
Súmula	Vinculante	nº	8	-	STF	-	São	inconstitucionais	o	parágrafo	único	do	artigo	5º
do	Decreto-Lei	1.569/1977	e	os	artigos	45	e	46	da	Lei	8.212/1991,	que	tratam	da
prescrição	e	decadência	do	crédito	tributário.
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Os	 dispositivos	 de	 lei	 ordinária	 declarados	 inconstitucionais	 disciplinavam	 prescrição	 e
decadência	 de	 créditos	 tributários,	 assim	 considerados	 em	 razão	 da	 necessidade	 de	 lei
complementar	 para	 tratar	 do	 assunto.	 Portanto,	 é	 inquestionável	 que	 as	 contribuições	 são
tributos.
Contudo,	 as	 contribuições	 distinguem-se	 tendo	 em	 vista	 serem	 tributos	 finalísticos,
dotados	 de	 finalidade	 específica,	 ao	 contrário	 dos	 impostos,	 taxas	 e	 contribuições	 de	melhoria,
definidos	pela	natureza	específica	do	seu	fato	gerador,	as	contribuições	são	diferenciadas	pela	sua
finalidade.	 No	 caso	 das	 contribuições	 de	 seguridadesocial,	 a	 finalidade	 é	 a	 manutenção	 e	 o
financiamento	do	sistema	de	Seguridade	Social.
Para	melhor	situarmos	as	contribuições	de	seguridade,	observa-se	que	os	tributos	dividem-
se	de	modo	geral	em:
•	impostos;
•	taxas;
•	contribuições	de	melhoria;
•	empréstimos	compulsórios;	e
•	contribuições	especiais.
Dentro	das	contribuições	especiais,	tem-se,	ainda:
•	contribuições	sociais;
•	CIDE's	(contribuições	de	intervenção	no	domínio	econômico);
•	contribuições	de	interesse	de	categorias	profissionais	ou	econômicas;	e
•	contribuição	de	iluminação	pública.
Por	sua	vez,	nota-se	que	as	contribuições	sociais	ainda	dividem-se	em:
•	Contribuições	sociais	gerais	(PIS,	CPMF	etc);	e
•	contribuições	de	seguridade	social.
1.3.2	CONTRIBUIÇÕES	(CLASSIFICAÇÃO)
Classificam-se	 em	 contribuições	 de	 seguridade	 social	 ordinárias,	 residuais	 e	 para
custeio	 do	 Regime	 Próprio	 (RPPS).	 As	 contribuições	 ordinárias	 são	 aquelas	 previstas	 na
Constituição	Federal,	as	residuais	são	aquelas	criadas	além	das	previstas	na	CF	e	as	para	o	custeio
do	Regime	Próprio	são	auto	explicativas,	seja	para	custear	o	regime	da	esfera	federal,	estadual,
distrital	ou	municipal.
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Depreende-se	que	as	contribuições	ordinárias	e	 residuais	são	sempre	de	âmbito	 federal,
considerando	 que	 apenas	 a	 União	 mantém	 e	 organiza	 o	 Regime	 Geral	 de	 Previdência	 Social
(RGPS),	já	as	para	custeio	de	Regime	Próprio	poderá	ser	de	qualquer	ente,	conforme	for	o	regime
próprio	analisado.
Destaca-se	que	algumas	das	contribuições	ordinárias	possuem	certas	características	que
as	diferenciam	das	demais,	o	que	as	classifica	como	contribuições	ordinárias	previdenciárias.	Nem
todas	 possuem	 esse	 atributo,	 no	 entanto,	 aquelas	 que	 possuem	 são	 assim	 denominadas,	 em
razão	 de	 serem	 disciplinadas	 no	 Plano	 de	 Custeio	 da	 Previdência	 Social	 (PCPS).	 As	 demais
constam	na	legislação	tributária	em	geral.
As	 ordinárias	 podem	 ser	 encontradas	 no	 art.	 195,	 da	 CF,	 esquematizadas	 no	 seguinte
quadro:
Dentre	as	contribuições	ordinárias,	as	que	recebem	o	predicado	de	previdenciárias	são
as	 contribuições	 das	 empresas	 sobre	 a	 folha	 de	 pagamentos/salários	 e
as	contribuições	dos	segurados/trabalhadores,	as	quais	serão	estudadas	adiante.
Observe	a	redação	do	dispositivo:
Art.	195.	A	seguridade	social	será	financiada	por	toda	a	sociedade,	de	forma	direta	e
indireta,	 nos	 termos	 da	 lei,	 mediante	 recursos	 provenientes	 dos	 orçamentos	 da
União,	 dos	 Estados,	 do	 Distrito	 Federal	 e	 dos	 Municípios,	 e	 das	 seguintes
contribuições	sociais:				
I	 -	 do	 empregador,	 da	 empresa	 e	 da	 entidade	 a	 ela	 equiparada	 na	 forma	da	 lei,
incidentes	sobre:						
a)	 a	 folha	 de	 salários	 e	 demais	 rendimentos	 do	 trabalho	 pagos	 ou	 creditados,	 a
qualquer	 título,	 à	 pessoa	 física	 que	 lhe	 preste	 serviço,	 mesmo	 sem	 vínculo
empregatício;	
b)	a	receita	ou	o	faturamento;					
c)	o	lucro;					
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II	-	dos	trabalhadores;
II	 -	 do	 trabalhador	 e	 dos	 demais	 segurados	 da	 previdência	 social,	 não	 incidindo
contribuição	 sobre	 aposentadoria	 e	 pensão	 concedidas	 pelo	 regime	 geral	 de
previdência	social	de	que	trata	o	art.	201;		
III	-	sobre	a	receita	de	concursos	de	prognósticos.
IV	 -	 do	 importador	 de	 bens	 ou	 serviços	 do	 exterior,	 ou	 de	 quem	 a	 lei	 a	 ele
equiparar.		
1.3.3	CONTRIBUIÇÕES	PREVIDENCIÁRIAS
As	contribuições	previdenciárias	possuem	3	(três)	características	específicas,	quais	sejam:
1	 -	Destinadas	ao	Fundo	do	RGPS	 (art.	250	da	CF	c/c	art.	68	da	Lei	Complementar	nº
101/00	LRF):
Constituição	Federal
Art.	250.	Com	o	objetivo	de	assegurar	 recursos	para	o	pagamento	dos	benefícios
concedidos	pelo	regime	geral	de	previdência	social,	em	adição	aos	recursos	de	sua
arrecadação,	a	União	poderá	constituir	fundo	integrado	por	bens,	direitos	e	ativos	de
qualquer	natureza,	mediante	lei	que	disporá	sobre	a	natureza	e	administração	desse
fundo.	
Lei	de	Responsabilidade	Fiscal
Art.	68.	Na	forma	do	art.	250	da	Constituição,	é	criado	o	Fundo	do	Regime	Geral	de
Previdência	Social,	vinculado	ao	Ministério	da	Previdência	e	Assistência	Social,	com	a
finalidade	de	prover	recursos	para	o	pagamento	dos	benefícios	do	regime	geral	da
previdência	social.
§	1º	O	Fundo	será	constituído	de:
I	-	bens	móveis	e	imóveis,	valores	e	rendas	do	Instituto	Nacional	do	Seguro	Social
não	utilizados	na	operacionalização	deste;
II	-	bens	e	direitos	que,	a	qualquer	título,	lhe	sejam	adjudicados	ou	que	lhe	vierem	a
ser	vinculados	por	força	de	lei;
III	-	receita	das	contribuições	sociais	para	a	seguridade	social,	previstas	na	alínea	a
do	inciso	I	e	no	inciso	II	do	art.	195	da	Constituição;
IV	 -	produto	da	 liquidação	de	bens	e	ativos	de	pessoa	 física	ou	 jurídica	em	débito
com	a	Previdência	Social;
V	-	resultado	da	aplicação	financeira	de	seus	ativos;
VI	-	recursos	provenientes	do	orçamento	da	União.
§	2º	O	Fundo	será	gerido	pelo	Instituto	Nacional	do	Seguro	Social,	na	forma	da	lei.
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2	-	Destinadas	exclusivamente	para	pagamento	de	benefícios,	excluídos	inclusive	o	custeio
de	despesas	administrativas	do	Regime	Geral	(art.	167,	XI,	da	CF):
Constituição	Federal
Art.	 167.	 São	 vedados:	 (...)	 XI	 -	 a	 utilização	 dos	 recursos	 provenientes	 das
contribuições	sociais	de	que	trata	o	art.	195,	I,	a,	e	II,	para	a	realização	de	despesas
distintas	do	pagamento	de	benefícios	do	regime	geral	de	previdência	social	de	que
trata	o	art.	201.
3	 -	 Tuteladas	pelo	 art.	 168-A	 (cota	 do	 trabalhador)	 e	 pelo	 art.	 337-A	 (cota	 patronal)	 do
Código	Penal:
Código	Penal
Apropriação	indébita	previdenciária
Art.	168-A.	Deixar	de	repassar	à	previdência	social	as	contribuições	recolhidas	dos
contribuintes,	no	prazo	e	forma	legal	ou	convencional:
Pena	–	reclusão,	de	2	(dois)	a	5	(cinco)	anos,	e	multa.
§	1º	Nas	mesmas	penas	incorre	quem	deixar	de:
I	 –	 recolher,	 no	 prazo	 legal,	 contribuição	 ou	 outra	 importância	 destinada	 à
previdência	social	que	tenha	sido	descontada	de	pagamento	efetuado	a	segurados,
a	terceiros	ou	arrecadada	do	público;
II	 –	 recolher	 contribuições	 devidas	 à	 previdência	 social	 que	 tenham	 integrado
despesas	 contábeis	 ou	 custos	 relativos	 à	 venda	 de	 produtos	 ou	 à	 prestação	 de
serviços;
III	 -	pagar	benefício	devido	a	segurado,	quando	as	respectivas	cotas	ou	valores	 já
tiverem	sido	reembolsados	à	empresa	pela	previdência	social.
§	 2º	 É	 extinta	 a	 punibilidade	 se	 o	 agente,	 espontaneamente,	 declara,	 confessa	 e
efetua	 o	 pagamento	 das	 contribuições,	 importâncias	 ou	 valores	 e	 presta	 as
informações	devidas	à	previdência	social,	na	forma	definida	em	lei	ou	regulamento,
antes	do	início	da	ação	fiscal.
§	3º	É	facultado	ao	juiz	deixar	de	aplicar	a	pena	ou	aplicar	somente	a	de	multa	se	o
agente	for	primário	e	de	bons	antecedentes,	desde	que:
I	–	tenha	promovido,	após	o	início	da	ação	fiscal	e	antes	de	oferecida	a	denúncia,	o
pagamento	da	contribuição	social	previdenciária,	inclusive	acessórios;	ou
II	 –	 o	 valor	 das	 contribuições	 devidas,	 inclusive	 acessórios,	 seja	 igual	 ou	 inferior
àquele	 estabelecido	 pela	 previdência	 social,	 administrativamente,	 como	 sendo	 o
mínimo	para	o	ajuizamento	de	suas	execuções	fiscais.
§	 4º	 A	 faculdade	 prevista	 no	 §	 3º	 deste	 artigo	 não	 se	 aplica	 aos	 casos	 de
parcelamento	 de	 contribuições	 cujo	 valor,	 inclusive	 dos	 acessórios,	 seja	 superior
àquele	 estabelecido,	 administrativamente,	 como	 sendo	 o	 mínimo	 para	 o
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ajuizamento	de	suas	execuções	fiscais.		(Incluído	pela	Lei	nº	13.606,	de	2018)
(...)
Sonegação	de	contribuição	previdenciária
Art.	 337-A.	 Suprimirou	 reduzir	 contribuição	 social	 previdenciária	 e	 qualquer
acessório,	mediante	as	seguintes	condutas:
I	 –	 omitir	 de	 folha	 de	 pagamento	 da	 empresa	 ou	 de	 documento	 de	 informações
previsto	 pela	 legislação	 previdenciária	 segurados	 empregado,	 empresário,
trabalhador	avulso	ou	trabalhador	autônomo	ou	a	este	equiparado	que	lhe	prestem
serviços;
II	–	deixar	de	lançar	mensalmente	nos	títulos	próprios	da	contabilidade	da	empresa
as	 quantias	 descontadas	 dos	 segurados	 ou	 as	 devidas	 pelo	 empregador	 ou	 pelo
tomador	de	serviços;
III	–	omitir,	total	ou	parcialmente,	receitas	ou	lucros	auferidos,	remunerações	pagas
ou	creditadas	e	demais	fatos	geradores	de	contribuições	sociais	previdenciárias:
Pena	–	reclusão,	de	2	(dois)	a	5	(cinco)	anos,	e	multa.
§	1º	É	extinta	a	punibilidade	se	o	agente,	espontaneamente,	declara	e	confessa	as
contribuições,	 importâncias	 ou	 valores	 e	 presta	 as	 informações	 devidas	 à
previdência	social,	na	forma	definida	em	lei	ou	regulamento,	antes	do	início	da	ação
fiscal.
§	2º	É	facultado	ao	juiz	deixar	de	aplicar	a	pena	ou	aplicar	somente	a	de	multa	se	o
agente	for	primário	e	de	bons	antecedentes,	desde	que:
I	–	(VETADO)
II	 –	 o	 valor	 das	 contribuições	 devidas,	 inclusive	 acessórios,	 seja	 igual	 ou	 inferior
àquele	 estabelecido	 pela	 previdência	 social,	 administrativamente,	 como	 sendo	 o
mínimo	para	o	ajuizamento	de	suas	execuções	fiscais.
§	3º	Se	o	empregador	não	é	pessoa	jurídica	e	sua	folha	de	pagamento	mensal	não
ultrapassa	R$	1.510,00	(um	mil,	quinhentos	e	dez	reais),	o	juiz	poderá	reduzir	a	pena
de	um	terço	até	a	metade	ou	aplicar	apenas	a	de	multa.
§	4º	O	valor	a	que	se	refere	o	parágrafo	anterior	será	reajustado	nas	mesmas	datas
e	nos	mesmos	índices	do	reajuste	dos	benefícios	da	previdência	social.
1.3.4	CONTRIBUIÇÕES	RESIDUAIS
São	 aquelas	 não	 diretamente	 previstas	 na	 Constituição,	 mas	 criadas	 em	 adição,	 nos
termos	do	art.	195,	§	4º,	da	CF:
Art.	 195.	 (...)	 §	 4º	 A	 lei	 poderá	 instituir	 outras	 fontes	 destinadas	 a	 garantir	 a
manutenção	ou	expansão	da	seguridade	social,	obedecido	o	disposto	no	art.	154,	I.
Art.	154.	A	União	poderá	instituir:
I	-	mediante	lei	complementar,	impostos	não	previstos	no	artigo	anterior,	desde	que
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sejam	não-cumulativos	e	não	tenham	fato	gerador	ou	base	de	cálculo	próprios	dos
discriminados	nesta	Constituição;
O	 art.	 154,	 I,	 diz	 respeito	 aos	 impostos	 residuais	 da	 União,	 cuja	 sistemática	 deve	 ser
seguida	para	a	criação	de	contribuições	residuais.	Nesse	sentido,	o	STF	decidiu	em	RE	258.470:
Antes	de	realizarmos	o	estudo	das	contribuições	previdenciárias	em	espécie,	o	professor
recomenda	a	leitura	dos	§§	do	art.	195,	da	CF,	os	quais	apresentam	regras	com	alta	incidência	em
provas:
Art.	 195.	 (...)	 §	 1º	 As	 receitas	 dos	 Estados,	 do	 Distrito	 Federal	 e	 dos	 Municípios
destinadas	 à	 seguridade	 social	 constarão	 dos	 respectivos	 orçamentos,	 não
integrando	o	orçamento	da	União.
§	 2º	 A	 proposta	 de	 orçamento	 da	 seguridade	 social	 será	 elaborada	 de	 forma
integrada	 pelos	 órgãos	 responsáveis	 pela	 saúde,	 previdência	 social	 e	 assistência
social,	 tendo	 em	 vista	 as	 metas	 e	 prioridades	 estabelecidas	 na	 lei	 de	 diretrizes
orçamentárias,			assegurada	a	cada	área	a	gestão	de	seus	recursos.
§	 3º	 A	 pessoa	 jurídica	 em	 débito	 com	 o	 sistema	 da	 seguridade	 social,	 como
estabelecido	em	 lei,	não	poderá	contratar	 com	o	Poder	Público	nem	dele	 receber
benefícios	 ou	 incentivos	 fiscais	 ou	 creditícios.	 (Vide	 Medida	 Provisória	 nº	 526,	 de
2011)	(Vide	Lei	nº	12.453,	de	2011)
§	 4º	 A	 lei	 poderá	 instituir	 outras	 fontes	 destinadas	 a	 garantir	 a	 manutenção	 ou
expansão	da	seguridade	social,	obedecido	o	disposto	no	art.	154,	I.
§	5º	Nenhum	benefício	ou	serviço	da	seguridade	social	poderá	ser	criado,	majorado
ou	estendido	sem	a	correspondente	fonte	de	custeio	total.
§	6º	As	contribuições	sociais	de	que	trata	este	artigo	só	poderão	ser	exigidas	após
decorridos	 noventa	 dias	 da	 data	 da	 publicação	 da	 lei	 que	 as	 houver	 instituído	 ou
modificado,	não	se	lhes	aplicando	o	disposto	no	art.	150,	III,	"b".
§	7º	São	isentas	de	contribuição	para	a	seguridade	social	as	entidades	beneficentes
de	assistência	social	que	atendam	às	exigências	estabelecidas	em	lei.
§	8º	O	produtor,	o	parceiro,	o	meeiro	e	o	arrendatário	rurais	e	o	pescador	artesanal,
bem	 como	 os	 respectivos	 cônjuges,	 que	 exerçam	 suas	 atividades	 em	 regime	 de
economia	 familiar,	 sem	empregados	permanentes,	contribuirão	para	a	seguridade
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social	mediante	a	aplicação	de	uma	alíquota	sobre	o	resultado	da	comercialização	da
produção	e	farão	jus	aos	benefícios	nos	termos	da	lei.
§	9º	As	contribuições	sociais	previstas	no	inciso	I	do	caput	deste	artigo	poderão	ter
alíquotas	ou	bases	de	cálculo	diferenciadas,	em	 razão	da	atividade	econômica,	da
utilização	intensiva	de	mão-de-obra,	do	porte	da	empresa	ou	da	condição	estrutural
do	mercado	de	trabalho.
§	10.	A	lei	definirá	os	critérios	de	transferência	de	recursos	para	o	sistema	único	de
saúde	e	ações	de	assistência	social	da	União	para	os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os
Municípios,	e	dos	Estados	para	os	Municípios,	observada	a	respectiva	contrapartida
de	recursos.
§	11.	É	vedada	a	concessão	de	remissão	ou	anistia	das	contribuições	sociais	de	que
tratam	os	incisos	I,	a,	e	II	deste	artigo,	para	débitos	em	montante	superior	ao	fixado
em	lei	complementar.
§	12.	A	lei	definirá	os	setores	de	atividade	econômica	para	os	quais	as	contribuições
incidentes	na	forma	dos	incisos	I,	b;	e	IV	do	caput,	serão	não-cumulativas.
§	13.	Aplica-se	o	disposto	no	§	12	inclusive	na	hipótese	de	substituição	gradual,	total
ou	parcial,	da	contribuição	 incidente	na	forma	do	 inciso	 I,	a,	pela	 incidente	sobre	a
receita	ou	o	faturamento.
O	§	6º	trata	de	uma	regra	específica	em	matéria	de	custeio	da	Seguridade	Social	sobre	a
anterioridade	nonagesimal,	noventena	ou	anterioridade	mitigado,	ao	dispor	que	"só	poderão	ser
exigidas	após	decorridos	noventa	dias	da	data	da	publicação	da	 lei	 que	as	houver	 instituído	ou
modificado,	não	se	lhes	aplicando"	a	regra	constitucional	sobre	a	anterioridade	de	exercício	(art.
150,	III,	CF).
Embora	 a	 redação	 utilize	 o	 termo	 modificado,	 deve-se	 interpretar	 o	 verbo
como	aumentado,	tendo	em	vista	que	a	noventena	trata	de	uma	garantia	do	contribuinte,	a	qual
não	será	afetada	se	o	tributo/contribuição	for	reduzido.
Ademais,	em	se	tratando	de	instituição	ou	majoração	por	meio	de	Medida	Provisória	(MP),
aplica-se	a	noventena	a	partir	da	data	de	edição	da	MP,	e	não	da	data	da	publicação	da	lei	que	a
converteu,	 considerando	que,	em	se	 tratando	de	contribuição,	não	se	aplica	o	art.	62,	 §	1º,	da
Constituição	Federal,	conforme	decidido	pelo	STF	em	AI	376.627.
No	tema,	atente-se	para	a	Súmula	669,	do	STF,	a	qual	dispõe	que:
Súmula	669	-	STF	-	Norma	legal	que	altera	o	prazo	de	recolhimento	da	obrigação
tributária	não	se	sujeita	ao	princípio	da	anterioridade.
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Dando	continuidade,	o	§	7º,	do	art.	em	comento,	diz	que	"são	isentas	de	contribuição
para	 a	 seguridade	 social	 as	 entidades	 beneficentes	 de	 assistência	 social	 que
atendam	 às	 exigências	 estabelecidas	 em	 lei".	 Como	 é	 sabido,	 embora	 a	 Constituição
utilize	 o	 termo	 isentas,	 considerando	 se	 tratar	 de	 disposição	 constitucional,	 a	 natureza	 é	 de
imunidade,	e	não	de	isenção.
Da	 leitura	 do	 dispositivo,	 extrai-se	 que	 o	 constituinte	 exige	 dois	 requisitos	 para	 o	 gozo
dessa	imunidade:
1	-	que	se	trate	de	pessoa	jurídica	que	desempenhe	atividades	beneficentes	de	assistência
social;	e
2	-	que	esta	entidade	atenda	aos	parâmetros	previstos	na	lei.
Surgiu,	 em	 dado	 momento,	 certapolêmica	 sobre	 a	 lei	 que	 viria	 a	 estabelecer	 tais
parâmetros,	já	que	se	trata	de	requisito	para	gozo	de	imunidade	(no	direito	tributário	regulado	por
lei	 complementar),	 se	esta	poderia	 ser	por	 lei	 ordinária	ou	 complementar.	 Segundo	o	STF,	 "os
requisitos	para	o	gozo	de	imunidade	hão	de	estar	previstos	em	lei	complementar"
(STF,	 RE	 566.622,	 rel.	 Min.	 Marco	 Aurélio,	 julgado	 em	 23/02/2017,	 com	 repercussão	 geral;
julgamento	conjunto	com	as	ADIs	2.028,	2.036,	2.228	e	2.621).
A	matéria	não	é	simples,	considerando	que	existe	a	possibilidade	de	requisitos	de	ordem
material	ou	de	ordem	formal/ritual,	aqueles	como	contrapartidas	para	a	fruição	da	 imunidade	e
estes	 como	 a	 habilitação,	 a	 fiscalização	 e	 procedimentos	 em	 geral.	 Pela	 análise	 do	 julgado,	 o
Supremo	definiu	que,	em	se	tratando	de	requisitos	materiais	para	o	gozo	da	imunidade,	vale	o	do
julgado	 supracitado,	 sobre	 a	 necessidade	de	 lei	 complementar.	 Atualmente,	 ainda	não	houve	 a
edição	de	tal	lei,	aplicando-se,	por	ora,	o	art.	14,	do	CTN.
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Cumpre	salientar	que	o	julgado	do	RE	566.622	veio	à	tona	ainda	na	vigência	do	art.	55	do
Plano	de	Custeio.	Sendo	assim,	torna-se	possível	que	alguns	dos	dispositivos	da	Lei	nº	12.101/09
venham	a	ser	questionados	no	Supremo	ao	argumento	de	que,	em	verdade,	estariam	regulando
questão	material.	Contudo,	essa	é	uma	discussão	futura	que	eventualmente	pode	surgir,	sendo	o
mais	 importante	 observar	 que	 a	 Lei	 nº	 12.101/09	 não	 foi	 declarada	 inconstitucional,	 portanto,
válida	no	que	se	refere	aos	requisitos	formais	e	procedimentais.
Tema	 32	 -	 Reserva	 de	 lei	 complementar	 para	 instituir	 requisitos	 à	 concessão	 de
imunidade	tributária	às	entidades	beneficentes	de	assistência	social.
Relator:	MIN.	MARCO	AURÉLIO
Leading	Case:	RE	566622
Há	Repercussão?	Sim.
Recurso	extraordinário	em	que	se	discute,	à	luz	dos	artigos	146,	II;	e	195,	§	7º,	da
Constituição	Federal,	 a	 constitucionalidade,	 ou	não,	 do	art.	 55	da	 Lei	 nº	8.212/91,
que	 dispõe	 sobre	 as	 exigências	 para	 a	 concessão	 de	 imunidade	 tributária	 às
entidades	beneficentes	de	assistência	social.
Os	requisitos	para	o	gozo	de	imunidade	hão	de	estar	previstos	em	lei	complementar.
Íntegra	 do	 acórdão	 disponível	 em:
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoPeca.asp?
id=312495373&tipoApp=.pdf
Adiante,	cumpre	ressaltar	duas	Súmulas	do	STJ	sobre	o	assunto:	a	352	defende	que	não	há
direito	 adquirido	 a	 imunidade	 para	 o	 futuro;	 a	 612,	 acerca	 do	 CEBAS,	 prevê	 documento	 que
qualifica	a	entidade	como	beneficente,	além	de	sua	natureza	declaratória:
SÚMULA	 352	 -	 STJ	 -	 A	 obtenção	 ou	 a	 renovação	 do	 Certificado	 de	 Entidade
Beneficente	de	Assistência	Social	 (Cebas)	 não	exime	a	entidade	do	 cumprimento
dos	requisitos	legais	supervenientes.
SÚMULA	 612	 -	 STJ	 -	 O	 certificado	 de	 entidade	 beneficente	 de	 assistência	 social
(Cebas),	no	prazo	de	sua	validade,	possui	natureza	declaratória	para	fins	tributários,
retroagindo	seus	efeitos	à	data	em	que	demonstrado	o	cumprimento	dos	requisitos
estabelecidos	por	lei	complementar	para	a	fruição	da	imunidade.

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