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Trabalho prático sobre os últimos fatos ocorridos entre o ex-Ministro da Justiça e o Presidente da República 22 05

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TRABALHO PRÁTICO SOBRE OS ÚLTIMOS FATOS OCORRIDOS ENTRE O EX-MINISTRO DA JUSTIÇA E O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
FRANCISCO, Paula Neto[footnoteRef:1] [1: Mestre em Direito Constitucional pela UFC; Professor Adjunto da FAECE e da FAFOR.] 
BRASIL, Erica Priscilla
TABORDA, Rodrigo Ferreira
RESUMO
O presente trabalho tem como escopo a abordagem dos principais fatos ocorridos após pronunciamento do ora Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Fernando Moro, iniciado às 11h00 do dia 24 de abril de 2020, no auditório Tancredo Neves, localizado no Palácio da Justiça, edifício-sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O principal objetivo dos alunos é a realização de análise sobre as imputações feitas, suas repercussões e as implicações com os tipos penais estudados na disciplina em relação ao caso apresentado.
Palavras-chave: Pronunciamento. Polícia Federal, depoimento.
	
INTRODUÇÃO
As declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro para justificar sua demissão do governo, no dia 24/04/2020, demostraram como uma confissão de crimes no meio político e jurídico.
Segundo o ex-juiz, Jair Bolsonaro (Presidente da República) tentou interferir na Polícia Federal para ter acesso a investigações sigilosas, inclusive sob a tutela do Supremo Tribunal Federal (STF). 
Para juristas, parlamentares e lideranças políticas, a afirmação de Moro é a exposição de um crime cometido pelo presidente, por tentar obstruir a justiça, e, ao mesmo tempo, a admissão de um crime próprio – o de prevaricação, por não ter exposto o delito mesmo sabendo.
Com isso a equipe ira utilizar de métodos qualitativos através de pesquisa de informações em jornais e publicidades eletrônicas, depoimento do ex-ministro e a instauração do inquérito pela Procuradoria Geral da República. 
DESENVOLVIMENTO
USO INDEVIDO DA ASSINATURA DE MORO
Falsidade Ideológica (art. 299 do Código Penal)
Em seu discurso o Ex-ministro Moro, comenta que foi surpreendido pela exoneração do chefe da Policia Federal, Mauricio Valeixo no Diário Oficial. O documento foi publicado com a assinatura eletrônica de Moro, que diz não ter tido conhecimento do conteúdo antes da publicação.
Esses supostos atos do presidente em usar uma assinatura digital do ministro sem sua autorização e incluir uma informação falsa em documento publicado no Diário Oficial poderiam configurar crime de falsidade ideológica.
Falsidade ideológica, diz o Código Penal:
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
 Falso reconhecimento de firma ou letra
Para que o delito se configure, é necessário que a alteração ocorra em documento público ou documento particular verdadeiro. Ademais, a pena prevista é de até 5 anos de reclusão e multa, em caso de a falsidade ocorrer em documento público, e de até 3 anos, nos documentos particulares.
TENTATIVA DE INTERFERÊNCIA AO ÓRGÃO POLICIA FEDERAL
Coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal)
Na declaração de Moro o mesmo expressa a tentativa de intervenção na polícia federal, como forma de favorecimento de interesses próprios, com isso o presidente empregou ameaças na substituição doe superintendentes, diretor geral e até mesmo o ministro se suas orientações não fossem realizadas.
"Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho a inteligência das Forças Armadas que não têm informações; a ABIN tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque tá faltando realmente temos problemas aparelhamento etc. A gente não pode viver sem informação. Quem é que nunca ficou atrás da porta ouvindo o que seu filho ou sua filha tá comentando? Tem que ver para depois que ela engravida não adianta falar com ela mais. Tem que ver antes. Depois que o moleque encheu os cornos de droga, não adianta mais falar com ele: já era. E informação é assim. [referência a Nações amigas] Então essa é a preocupação que temos que ter: "a questão estratégia". E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso -todos- é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade". Fala do presidente Jair Bolsonaro. Fonte: Advocacia Geral da União.
O delito de coação no curso do processo está tipificado no art. 344 do CP:
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Obstrução de justiça (Art. 2º, § 1º, da Lei 12.850/2013)
No pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que jamais procurou Moro com o objetivo de interferir em investigações que estavam em andamento.
No entanto, o próprio presidente afirmou ter entrado em contato com o ex-juiz para tratar das apurações envolvendo o porteiro do condomínio em que mora, o filho Jair Renan e Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada em Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018.
O presidente afirmou não ter visto esse ato como interferência, mas como uma “súplica”.
“O senhor Sergio Moro sabe que jamais lhe procurei para interferir nas investigações que estavam sendo realizadas, a não ser aquelas. Não vi [como] interferência, as quais foram uma súplica sobre o Adélio, o porteiro, e meu filho 04”, declarou o presidente.
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Favorecimento real
Porém não conseguimos evidenciar a grave ameaça, onde o Presidente da república possui prerrogativas de nomear ou exonerar, sem a necessidade de explicações previas. Onde podemos concluir que o fato não é passível de atribuição de crime.
TENTATIVA DE ACESSO AOS RELATÓRIOS SIGILOSOS DE INVESTIGAÇÕES
Advocacia Administrativa (art. 321 do Código Penal)
O crime de advocacia administrativa teria sido cometido quando Bolsonaro demostrou interesse em ter acesso a relatórios sigilosos das investigações em curso pela Polícia Federal.
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Violência arbitrária
Assentarem ao questionar que o delito não foi concebido. Adentramos ao questionamento em relação a tentativa, onde pode se afirmar que a lei admite tal ocorrência como crime.
Ex Ministro Sergio Mouro e a Prevaricação (Art. 319 do Código Penal)
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Decorrente do relato pronunciado pelo Ex ministro Sergio Mouro no momento do anuncio da sua demissão, onde: 
"O presidenteme disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele [na PF], que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da PF prestar esse tipo de informações".
Com esta afirmativa, ficou o questionamento, se consistia em o Ex ministro retardar, deixar de praticar ou praticar indevidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Contudo a uma avaliação sobre a possibilidade de Moro ter prevaricado ao não tomar medidas legais cabíveis contra Bolsonaro, já que o mesmo estava recebendo este tipo de pressão a vários meses, e não comunicou assim que soube das possíveis tentativas de interferência. 
Com isso o Ex Ministro corre o risco de autoincriminação. Havendo a necessidade da avaliação das suas eventuais provas, já que as mesmas terão influência direta na apuração do delito. Moro pode estar em um dilema, onde qualquer pessoa simples, do povo pode comunicar um delito ou crime, já uma autoridade tem a obrigação de realizar a devida comunicação.
Corrupção passiva (Art. 317, § 2º, do Código Penal)
Sobre a acusação de Moro, segundo a qual Bolsonaro pediu para trocar o diretor-geral da PF a fim de ter acesso a investigações e inquéritos, o presidente contestou. "Nunca pedi para ele para que a PF me blindasse onde quer que fosse", disse.
Em um trecho do pronunciamento, Bolsonaro reforçou que a indicação do diretor-geral da PF cabe a ele e que, se um dia ele se "submeter a qualquer subordinado", deixará de ser presidente.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
(Revogado)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Abertura de inquérito - Procuradoria Geral da República
	O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao STF que seja aberto um inquérito para apurar as acusações feitas por Sergio moro contra o Presidente Jair Bolsonaro no pedido de demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A princípio Aras deseja que o supremo solicite a oitiva de Moro. Porém se as práticas de atos ilícitos não forem comprovadas o Ex ministro moro irá responder pelo crime de denunciação caluniosa.
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
O relator do pedido da PGR para abertura do inquérito, será o Ministro Celso de Melo.
Conclusão 
Observamos que no decorrer dos últimos fatos ocorridos entre o ex ministro Sergio Moro e o atual Presidente Jair Bolsonaro houve possíveis eventuais ocorrências de crimes, como crime de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva, denunciação caluniosa e crime contra a honra. Fatos que estão sendo levantados no inquérito pela Procuradoria Geral da República.

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