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Guia de trabalho: Liderança Situacional e “Janela de Johari” 1. O QUE É LIDERANÇA? A liderança é caracterizada por um comportamento de direcionar e influenciar indivíduos ou grupos para alcançarem um objetivo. Estas atividades incluem fornecer informações, solucionar conflitos, motivar seguidores, desenvolver o respeito mútuo e coordenar atividades e esforços dos grupos. 2. PORQUE TRABALHAR LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES? Permitem um melhor gerenciamento organizacional de pessoas; auxiliam no desenvolvimento de pessoas; e no gerenciamento de mudanças e na diversidade. 3. O QUE É A LIDERANÇA SITUACIONAL? A Liderança Situacional é um modelo para desenvolver pessoas e um meio para líderes ajudarem seus colaboradores a se tornarem autoconfiantes e obterem êxito nas suas funções. Esse modelo se concentra na maturidade do funcionário como um fator chave determinante do foco do líder direcionado para as tarefas além dos relacionamentos. O modelo da Liderança Situacional parte da premissa de que uma liderança eficaz compõe as seguintes variáveis: o comportamento do líder (como ele orienta para as tarefas e como é o seu relacionamento com seus seguidores) e a maturidade do liderado. 3.1. O que é maturidade? A capacidade do profissional em adequar-se a situação, assumir a responsabilidade, e gerir seu trabalho efetivamente, mesmo sem precisar da interferência direta do líder. Está relacionada às experiências e conhecimentos, como também a forma de lidar com as mudanças sem que estas interfiram negativamente em seus resultados. 3.2. Competências do líder situacional: Direcionamento (E1) – Nesta abordagem, o líder deve ensinar ao colaborador como executar suas tarefas, acompanhar o desenvolvimento destas até a conclusão e até que o profissional tenha confiança para executá-la sozinho. O líder deve fornecer instruções específicas e supervisionar estritamente o cumprimento da tarefa. A decisão deve ser tomada pelo líder. Orientação (E2) – Aqui o líder tem o papel de orientador, de mostrar a tarefa ao colaborador, sua importância, contribuir com novas ideias, ensiná-lo quando precisar de ajuda e motivá-lo para que a execute do modo planejado. A decisão deve ser tomada pelo líder com diálogo e/ou explicação aos seus liderados. Apoio (E3) – O apoio do líder é fundamental para que o colaborador adquira confiança, busque crescimento e desenvolvimento de suas habilidades de forma contínua. Assim o líder apóia, mas não precisa supervisionar efetivamente seu liderado, pois este consegue desempenhar seu trabalho sem tantas interferências. O estilo deve ser de compartilhar. A decisão deve ser tomada pelos líder/liderado, com incentivo do líder. Delegação (E4) – Neste caso o líder situacional consegue delegar o trabalho sem precisar acompanhar seus colaboradores de tão perto, pois estes têm mais autonomia e liberdade para trabalharem. O líder deve transferir para o liderado a responsabilidade das decisões e da sua execução. O estilo, neste caso, deve ser de delegar. OBS: Salienta-se de que cada estilo está ligado diretamente ao nível de maturidade do liderado ou do grupo de liderados. 3.3. Tipos de maturidade: M1 - Pouca capacidade e rara disposição; M2 - Alguma capacidade e ocasional disposição; M3 - Bastante capacidade e frequente disposição; M4 - Muita capacidade e bastante disposição. OBS: A disposição está relacionada com a confiança e o empenho, com o querer fazer, com a motivação. 3.4. Tabela: Combinação dos estilos de liderança e o nível de maturidade do liderado LIDERANÇA SITUACIONAL Estilo do líder Comportamento do líder Nível de maturidade do liderado Determinar (E1) Direcionar: Alto comportamento direcionado a tarefa; baixo comportamento direcionado ao relacionamento Pouca capacidade e rara disposição (M1) Persuadir (E2) Orientar: Alto comportamento direcionado a tarefa; alto comportamento direcionado ao relacionamento Alguma capacidade e ocasional disposição (M2) Compartilhar (E3) Apoiar: Baixo comportamento direcionado a tarefa; alto comportamento direcionado ao relacionamento Bastante capacidade e frequente disposição (M3) Delegar (E4) Delegar: Baixo comportamento direcionado a tarefa; baixo comportamento direcionado ao relacionamento Muita capacidade e bastante disposição (M4) OBS: Cada estilo de liderança é uma combinação de comportamentos de tarefa e de relacionamento. 3.5. Qual é o papel do líder? O papel do líder situacional é fornecer aos colaboradores tudo o que for necessário - metas, direção, treinamento, apoio, feedbacks ou reconhecimento, para os mesmos poderem desenvolver suas habilidades, sua motivação e sua autoconfiança. O líder auxilia os liderados a amadurecer. 3.6. Avaliação contínua do líder: - Ao avaliar esses estágios de desenvolvimento: O nível de desenvolvimento varia de meta para meta e de tarefa para tarefa. Um Indivíduo pode estar em um nível de desenvolvimento quanto a uma meta ou tarefa e em outro nível quando se trata de outra meta ou tarefa. - Sempre que o desempenho de um liderado começar a regredir e sua capacidade ou motivação diminuir, o líder deverá reavaliar o nível de maturidade a fim de dar apoio necessário conforme propõe o modelo de liderança. 4. O QUE É A “JANELA DE JOHARI”? Permite tomar conhecimento sobre a percepção que o individuo tem em relação a si mesmo e aos outros. A janela represente as áreas da personalidade que ilustram as relações interpessoais. I. O Eu público (eu aberto): Representa aquilo que é conhecido por nós e por qualquer um que nos observa. Como nossas características, nossa maneira de falar, atitudes, habilidades e etc... II. O Eu cego: Representa nossas características de comportamento que são facilmente percebidas pelos outros, mas das quais, geralmente não estamos cientes. Como alguma manifestação nervosa, nosso comportamento sob tensão, nosso desprezo por aqueles que discordam de nós e etc... III. O Eu secreto: Representa as características sobre nós mesmos que conhecemos, mas escondemos dos outros. IV. O Eu desconhecido: Aspectos dos quais não estamos concisos e nem os outros estão. Com o aumento da abertura e do feedback poderão tornar-se conscientes. Obs: São nas áreas do “eu secreto” e do “eu cego” que algumas modificações podem ser conseguidas, com espírito de cooperação e compreensão. 4.1. Mudança nos quadrantes: A área do “eu secreto” decresce com o aumento da área do “eu aberto”, posto que num clima de crescente confiança recíproca, há menos necessidade de esconder ou negar pensamentos e sentimentos. Uma maior área do “eu aberto” diminuirá receios e tensões propiciando maior receptividade a informações, opiniões e ideias. O fato de esconder e negar comportamentos, ideias e sentimentos durante o processo de interação, podem gerar insatisfação em relação ao trabalho. 4.2. A comunicação interpessoal: Dar e receber feedback a. Busca de feedback (BF): Solicitar e receber reações dos outros, para ver como o seu comportamento está afetando os outros. “ver-se com os olhos dos outros”. b. Dar feedback (auto-exposição) (AE): Dar feedback aos outros revelando seus pensamentos, percepções e sentimentos de como o comportamento dos outros o está afetando. A utilização desses processos de forma equilibrada possibilita o desenvolvimento individual e de competência interpessoal. Nas situações reais, um desses processos é preterido em relação ou outros, com isso, trazem um estado de desequilíbrio que se manifesta por tensões, hostilidades e ressentimentos prejudiciais ao relacionamento e à produtividade. Uma área livre muito reduzida pode significar inibição e restrição de comunicação no relacionamento. Quanto maior a área livre, maior será a produtividade, apoiada em relacionamento satisfatório. 4.3. Estilos interpessoais de comunicação: Estilo InterpessoalI: Predomínio do “eu desconhecido”. Os dois processos (busca por feedback e dar feedback) são usados em grau reduzido. Estilo Interpessoal II: Predomínio do “eu secreto”. Alto grau de solicitação de feedbacks (pergunta muito sobre si mesmo, como os outros o percebem, o que acham de seus ideias e atos). Dá pouco feedback. Estilo Interpessoal III: Predomínio do “eu cego”. Utiliza de modo intenso o processo de auto- exposição e pouco o de solicitar feedback. Participação no grupo atuante. Diz o que pensa, o que sente e sua posição dentro do grupo. Neste estilo predomina comportamentos ineficazes, pois o indivíduo não consegue se beneficiar na função corretiva do feedback dos outros. Prejudica a produtividade. Estilo Interpessoal IV: Predomínio do “eu aberto” (ou de livre atividade). Utilização ampla e equilibrada de dar e solicitar feedbacks. Confiança mútua e criatividade. ESTILOS INTERPESSOAIS DE COMUNICAÇÃO: JANELA DE JOHARI Estilos Interpessoais Janela Processos Como o comportamento pode ser interpretado Nível de relação I "Eu desconhecido" Baixo grau de dar feedback; baixo grau de solicitar feedback Tende a gerar hostilidade nos outros; a falta de relacionamento é interpretada em função das necessidades dos outros e esta lacuna afeta sua satisfação Baixo II "Eu secreto" Baixo grau de dar feedback; alto grau de solicitar feedback Pode ser interpretado como desconfiança nos outros; insegurança; ou controle dos outros Razoável III "Eu cego" Alto grau de dar feedback; baixo grau de solicitar feedback Egocêntrico; confiante nas opiniões; insensível ao feedback que lhe fornecem; os outros podem sentir insegurança, hostilidade, ressentimento e estar na defensiva Atuante IV "Eu aberto" Alto grau de dar feedback; alto grau de solicitar feedback Confiança mútua e criatividade; comportamento claro e aberto para o grupo provocando menor erro de interpretação por parte dos outros Alto 5. O QUE ELA SE RELACIONA COM A LIDERANÇA? O tamanho e a forma das áreas da “Janela de Johari” merecem atenção especialmente com pessoas que lidam profissionalmente com grupos e desempenham papeis de lideres. São relevantes pelo significado do tipo de relacionamento que mantém com os outros e suas consequências diretas e indiretas em termos de satisfação pessoal e produtividade no trabalho.