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Matemática Financeira 1 ANEXO | TP GESTÃO FINANCEIRA, A CHAVE PARA RESULTADOS. Para fazer sucesso no comércio eletrônico não basta, simplesmente, à micro e pequena empresa, desenvolver sites atraentes na internet, montar uma boa infra-estrutura de entrega rápida de produtos e estabelecer garantias do recebimento dos pagamentos dos clientes. Mais do que tudo, ensinam consultores e empresários exemplares, é preciso que os pequenos negócios adotem também as melhores práticas e modelos de gestão financeira de suas atividades. "A chave é acompanhar, mês-a-mês, três indicadores financeiros que mostram a saúde da empresa - os números do fluxo de caixa, da margem de contribuição e a estrutura de resultados. Conseguindo fazer todos esses controles, o empresário vai poder ter um domínio completo de sua operação", ensina Mauro Johashi, diretor da RCS Auditores e Consultores, que atua desde 2001 no fornecimento de ferramentas de gestão de negócios para empresas dos ramos de serviços, comércio e indústria. "O fundamental é ter a empresa na mão", resume, por seu lado, Vera Havir, dentista aposentada, que há três anos resolveu investir na área de cosméticos e adquiriu a Esthetic, empresa tradicional, instalada no bairro paulistano do Limão. Na época, a empresa estava endividada, devido a problemas de má administração. Mas hoje, depois de se submeter a um rigoroso plano de modernização de sua gestão financeira, exibe taxas de crescimento acima de 20%. De saída, explica Johashi, nenhuma empresa deve iniciar suas atividades sem antes fazer uma análise de demanda do mercado, principalmente um estudo de seus concorrentes.. "Não adianta entrar no mercado igualzinho ao vizinho do lado, é preciso mostrar um diferencial. Sem isso, o empresário vai pecar logo no começo", diz ele. Depois, é necessário evitar misturar os interesses pessoais com os da empresa. Caixa da empresa é uma coisa, despesa pessoal é outra. Segundo o consultor, muitos empresários confundem dinheiro do negócio com retiradas pessoais e quando vai ver o resultado é desastroso. Fixadas essas premissas, diz Johashi, cabe agora enfrentar o desafio comum a todas as empresas - pequenas, médias ou grandes: verificar os gastos, apurar corretamente a lucratividade, realizar, enfim, um gerenciamento financeiro eficiente. "O fluxo de caixa é o primeiro indicador para discernir bem os lançamentos da empresa - impostos que paga mensalmente, custos de mercadorias, custos de entrega, custos fixos (salários dos empregados, encargos trabalhistas, aluguéis, telefone, impostos etc). Não se pode deixar de lado essas informações, pois elas mapeiam o que realmente acontece com a empresa", indica o diretor da RCS. Outro indicador importante é a margem de contribuição, que vai traduzir o quanto está sobrando depois de pagar os custos do produto, as despesas variáveis (impostos, por exemplo), e as despesas fixas (aluguel, honorários de contador, salários de funcionários, Matemática Financeira 2 ANEXO | TP entre outros). "Se depois de pagar tudo, o que sobrar for negativo, significa que a margem de contribuição não dá sequer para pagar a própria produção da empresa", assinala Johashi. Por isso, o importante, destaca ele, é acompanhar essas variáveis mensalmente. Se houver um aumento da carga de impostos, por exemplo, o empresário sabe que isso vai impactar sua estrutura de resultados. "Se a receita cair, ele deve, então, aumentar preços, renegociar custos com fornecedores. É aí que ele começa a montar sua estratégia, a elaborar planos estratégicos para ajustar seu orçamento", afirma. Nessa trilha seguiu, há três anos, segundo o consultor, a nova direção da Esthetic, empresa criada em 1992 para atuar na produção de batons. Cheia de dificuldades operacionais e administrativas, e com um quadro de mais de 70 funcionários, a empresa foi comprada por Vera a partir de um estudo elaborado pela RCS, que mostrou a viabilidade econômica da Esthetic. "Investimos cerca de R$ 100 mil na recuperação da empresa e na expansão de sua linha de produtos. Nossa preocupação era otimizar a estrutura administrativa e ampliar a participação da empresa no mercado com a valorização de sua imagem", diz Vera. O passo inicial, segundo ela, foi o diagnóstico elaborado pela RCS. Mas foi preciso rapidamente mexer no fluxo de caixa da empresa (renegociar custos com fornecedores, enxugar o quadro de pessoal para 50 funcionários, racionalizar linha de produtos) e na margem de contribuição. A principal linha de cosméticos da empresa, Belladonna, foi atualizada com a incorporação de novos itens e novo design. A empresa lançou ainda produtos para atender apenas profissionais cabeleireiros e ofereceu outros produtos sob o modelo de terceirização, como o batom da marca L'Acqua di Fiori. Não foram mudanças muito complexas, observa Vera. "Fizemos a lição de casa utilizando planilhas Excel, monitoradas em tempo real, com objetivo de melhorar a gestão financeira. Com isso, saímos do vermelho para ter hoje uma condição confortável e negociar com nossos 30 fornecedores de insumos preços bem melhores do que tínhamos antes", afirma Vera. O investimento inicial realizado há três anos já foi recuperado e, agora, indica a empresária, a Esthetic pretende solicitar empréstimos ao BNDES para ampliar as instalações da fábrica. "É uma condição que conquistamos com uma gestão eficiente da estrutura de resultados da empresa. Aqui não há mais desperdícios", diz ela. A preocupação não é isolada. Em vários segmentos econômicos de pequenas empresas muitos empresários estão buscando apoio de entidades como o Sebrae e associações de classe para aumentar a capacitação de suas empresas no que se refere à gestão financeira. Em meados deste ano, a Confederação Nacional de Transportes (CNT), em parceria com o Sebrae, lançou um programa de gestão empresarial visando aprimorar a capacitação de empresários e profissionais do setor para "enfrentar os desafios do mundo globalizado e cada vez mais competitivo". Matemática Financeira 3 ANEXO | TP A iniciativa atende, segundo Bruno Batista, diretor executivo da CNT, uma solicitação das próprias empresas e se efetiva através de cursos, alguns especificamente voltados para a gestão administrativa e financeira das empresas. Entre as empresas beneficiadas pelo programa estão a mineira Expresso Unir, presidida pelo empresário José Diniz Lobato, e a paulista Lourenço Transportes e Comércio, dirigida por Laércio Lourenço. Esta matéria foi publicada no Jornal Valor Econômico em 23 de novembro de 2006. FORMATO DAS TRANSAÇÕES FINANCEIRAS Caixa (Lucro líquido mais Despesas e menos Receitas que não envolvem recursos – Apenas lançamentos escriturais) Duplicatas a Receber Estoques Vendas a prazo Compras Fornecedores Mão-de-obra Vendas à vista Empréstimos correntes Outras dívidas correntes (impostos, taxas, contribuições etc.) Empréstimos e financiamentos de longo prazo Proprietários Arrendamento Ativo Permanente Captação Pagame ntos Captação Pagame ntos D E P / A M Captação Pagame ntos Integralização Dividendos A d m in istra çã o d o IO G A d m in istra çã o F in a n ceira A L o n g o P ra zo
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