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UNIDADE 2 - SISTEMA DE PRODUÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
Professora Gleicilene Siqueira de Mello
gleicilene@unifei.edu.br
ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL E
ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
E RECURSOS HUMANOS
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Introdução
 FA – Fabricação Artesanal;
 MM – Manufatura em Massa;
 JIT – Just in Time;
 STP – Sistema Toyota de Produção;
 ME – Manufatura Enxuta; 
 MA – Manufatura Ágil;
 CM – Customização em Massa.
Manufatura em Massa (MM)
A produção em larga escala já era utilizada nos EUA, 
no início do século XX, na produção de cigarros, aço, 
óleo, comida enlatada, alumínio, etc... Entretanto, a 
adaptação de motores de combustão interna a 
carruagens criou as bases para o surgimento das 
indústrias automobilísticas. Muitos dos fabricantes 
de automóveis eram anteriormente fabricantes de 
carruagens e bicicletas, através da Manufatura 
Artesanal. 
Manufatura em Massa (MM)
A chave para a produção em massa consistia na
completa e consistente intercambialidade das peças
e na facilidade de ajustá-las entre si.
Estas inovações na fabricação tornaram a linha de
montagem possível.
Para obter esta intercambialidade, usava-se o mesmo
sistema de medidas para a produção das peças ao
longo de todo o processo de fabricação.
Padronizando as medidas, obtinha-se benefícios
financeiros decorrentes dos custos de montagem.
A máquina que mudou o Mundo
 Produção em Massa X Produção Enxuta;
 Just in Time;
 Sistema Toyota de Produção;
 Manufatura Enxuta;
 Sistema LEAN;
Just in Time
Vídeo:
JUST IN TIME X JUST IN CASE
 Montagem de pastas sob a ótica do Just in Time 
(eliminação de desperdícios)
“Se Henry Ford, o rei da indústria automobilística
americana, estivesse vivo hoje, estou convicto de que ele
faria aquilo que fizemos em nosso sistema de produção
na Toyota.”
Taiichi Ohno
Sistema Toyota de Produção
“Os valores sociais mudaram. Agora, não podemos
vender nossos produtos a não ser que nos coloquemos
dentro dos corações de nossos consumidores, cada um
dos quais tem conceitos e gostos diferentes. Hoje, o
mundo industrial foi forçado a dominar de verdade o
sistema de produção múltiplo, em pequenas
quantidades.
Abordagem de gerenciamento industrial 
desenvolvida nos anos 50, logo após a 
Segunda Guerra Mundial, no Japão.
Sistema Toyota de Produção
Histórico
A economia japonesa estava destruída
pela guerra e sem nenhuma riqueza
natural que não fosse o esforço
coletivo de seu povo.
Produção automobilística na Toyota:
 Taiichi Ohno;
 Sakichi Toyoda;
 Kiichiro Toyoda;
 Shigeo Shingo.
Sistema Toyota de Produção
Histórico
Taylor / Ford X Ohno / Shingo / Toyoda 
Inspirado nos supermercados, onde um
cliente, ao retirar um determinado
produto da prateleira já acionava seu
imediato suprimento.
Produção do produto que o cliente deseja, na quantidade
solicitada e no momento requerido.
Sistema Toyota de Produção (STP):
Sistema desenvolvido para fornecer a
melhor qualidade, o menor custo e o
lead time mais curto por meio da
eliminação do desperdício.
Sistema Toyota de Produção
Definições
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
Coisas a lembrar sobre desperdícios:
 Não agregam valor aos produtos;
 Apenas adicionam custo e tempo;
 São sintomas e não a causa-raiz de um problema;
 Indicam problemas no sistema;
 É preciso encontrar e enfrentar suas causas.
tempo
tempo
tempodefeitosespera
movimento tempo
desperdícioprocesso
A B
SETE tipos de DESPERDÍCIOS:
• SUPERPRODUÇÃO
• ESPERA
• TRANSPORTE
• PROCESSAMENTO
• MOVIMENTAÇÃO
• RETRABALHO
• INVENTÁRIO
ATIVIDADES QUE CRIAM 
VALOR PARA O PRODUTO 
OU SERVIÇO
OPERAÇÕES E ATIVIDADES 
DE TRANSFORMAÇÃO DE 
MATERIAIS E/OU 
MONTAGENS
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
(SHIGEO SHINGO)
Superprodução ou
Produção em excesso
Produzir somente o necessário e no momento correto.
Produzir antecipadamente à demanda.
Altos tempos de setup induzem a produção de grandes lotes.
Falta de coordenação entre demanda e produção.
Grandes distâncias a percorrer, que induzem à superprodução.
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
Tempo disponível
ou Espera
Sincronizar fluxo de trabalho e balancear linhas de produção.
Material à espera de processamento.
Filas que visam garantir altas taxas de utilização do equipamento
Utilização sem necessidade dos equipamentos.
Pessoas aguardando atendimento
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
Transporte
Elaborar arranjo físico adequado, que minimize as distâncias.
Grandes distâncias a serem percorridas ao longo do processo.
Armazenagem incorreta de materiais.
Layout de células mal dimensionado. 
Formas inadequadas de transportar materiais.
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
Processamento
Simplificar ou reduzir o número de componentes ou operações.
Componentes com funções questionáveis.
Etapas no processo produtivo que não agregam valor.
Operações que somente agregam custo.
Única preocupação de fazer mais rápido.
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
Movimentação
Economizar movimentos e obter consistência nos mesmos.
Presente nas mais variadas operações.
Difícil visualização do desperdício.
Muitas empresas automatizam o desperdício.
Falta de padronização.
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
Retrabalho ou Correção
de produtos defeituosos
Previnir a ocorrência de defeitos.
Problemas de qualidade.
Armazenagem de produtos defeituosos.
Transporte de produtos defeituosos.
Uso de dispositivos que não são a prova de falhas.
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
Inventário ou 
Estoque disponível
Eliminar as causas da necessidade de se manter um estoque.
Ocultam os problemas.
Desperdício de investimento e espaço.
Tempo de setup e Lead time.
Máquinas não confiáveis.
Sistema Toyota de Produção
Eliminação de Desperdícios
SENSO DE UTILIZAÇÃO
Seleção, arrumação, lógica e prática, organização.
Sistema Toyota de Produção
5 S (Housekeeping)
SENSO DE ORDENAÇÃO
Sistematização, organização e classificação, ordem.
SENSO DE LIMPEZA
Zelo (os próprios usuários cuidam dos recursos disponíveis, 
deixando-os sempre em excelentes condições de uso)
SENSO DE CONSERVAÇÃO
Aperfeiçoamento, higiene, asseio, pureza e integridade.
SENSO DE AUTO-DISCIPLINA
Harmonia, disciplina, comprometimento e educação, ética.
Sistema Toyota de Produção
Melhoria Contínua (KAIZEN)
Tempo
D
es
em
pe
nh
o
Poka-yoke é um mecanismo para prevenir materiais
defeituosos pela colocação de diversos dispositivos de
controle nas ferramentas e instrumentos.
Sistema Toyota de Produção
JIDOKA ou Autonomação
ANTES
MANDRIL
EIXO
PEÇA (fixada na direção
contrária)
PEÇA (fixada na direção certa)
DEPOIS
SUPORTE LIMITE
(POKA-YOKE)
O Andon é um exemplo prático de autonomação, fazendo
parte ainda do sistema de gerenciamento visual da
empresa.
Produção normal
Problema de qualidade
Falta de material
Sistema Toyota de Produção
JIDOKA ou Autonomação
O kanban é um dispositivo sinalizador que possibilita a
transmissão e controle de informações entre unidades
produtivas num ambiente JIT. Seus objetivos são:
Andons
Quadros
Kanban
Painéis
Sistema Toyota de Produção
Kanban
 Sincronizar o movimento de materiais através do sistema
produtivo de acordo com a taxa de retirada de material do sistema;
 Limitar o estoque total do sistema;
 Facilitar a análise, a melhoria de processos e reduções adicionais
em estoque.
Manufatura Enxuta (ME)
“É uma metodologia que proporciona 
uma forma de fazer mais com menos, 
proporcionando aos clientes exatamente 
aquilo que eles querem.”
Manufatura Enxuta (ME)
“Engloba ampla variedade de práticas gerenciais, 
incluindo just in time, sistemas de qualidade, 
manufatura celular, entre outros. O ponto 
fundamental da ME é que essas práticas devem 
trabalhar de maneira sinérgica para criar um 
sistema de alta qualidade que fabrica produtos 
no ritmo que o cliente deseja,sem desperdícios. ”
Shah & Ward (2003)
Manufatura Enxuta (ME)
HISTÓRICO:
•Implementado pioneiramente pela Toyota Motor
Company no início da década de 1960;
•Visa a produção em massa, a redução do
desperdício, o aumento da qualidade dos
produtos, maior fluxo de informações e
flexibilidade;
•Descoberta de que os trabalhadores poderiam
contribuir mais, do que apenas “apertar
parafusos”;
•Viabilização de maior variabilidade.
Manufatura Enxuta (ME)
Por que SISTEMA ENXUTO?
Redução de tudo em relação à produção em 
massa: 
– Desperdício de Superprodução;
– Desperdício de Espera;
– Desperdício de Transporte;
– Desperdício de Processamento;
– Desperdício de Movimento;
– Desperdício de Produzir Itens/Produtos Defeituosos;
– Desperdícios de Estoques.
Manufatura Enxuta (ME)
Valor PuxarCriação de valor
Papeis, Cultura
e Responsabilidades
Alinhamento de 
Objetivos e Metas
Otimização e 
Planejamento 
do Fluxo
Melhoria Contínua
Princípios LEAN:
Manufatura Ágil (MA)
Histórico:
O termo surgiu e foi popularizado em 1991 por um 
grupo de professores do Instituto Iaccoca da 
Universidade de Lehigh, nos Estados Unidos, os 
quais publicaram neste mesmo ano um relatório 
mostrando que um novo ambiente de manufatura 
estaria surgindo, um ambiente caracterizado pela 
incerteza e por mudanças constantes.
Manufatura Ágil (MA)
“Integração de organização, pessoas altamente 
capacitadas e tecnologias avançadas, para obter 
cooperação e inovação em resposta à 
necessidade do fornecimento de produtos 
customizados e de alta qualidade aos clientes”
Manufatura Ágil (MA)
“Sistema de Produção extremamente adequado a 
ambientes de mudanças rápidas e com alta 
incerteza, elaborado com base em 5 princípios: 
mudança contínua, resposta rápida, melhoria da 
qualidade, responsabilidade social e foco no 
cliente ”
Customização em Massa (CM)
Histórico:
“O termo surgiu primeiramente em 1987 com 
Stanley Davis em seu famoso livro “O futuro 
perfeito”. 
B. Joseph Pine continuou o tema em seu livro “Mass 
Customization: The new frontier in Business 
Competition, em 1993”
Customização em Massa (CM)
“Novo paradigma em que a personalização
suplanta a padronização, mercado heterogêneo
surge onde havia homogeneidade, os produtos 
passam a ter seus ciclos de vida mais curtos e 
novos modelos são entregues mais rapidamente ”
Customização em Massa (CM)
“A CM confere ao sistema produtivo a habilidade 
de projetar e manufaturar produtos ou serviços 
individualizados a preços similares aos de itens 
produzidos em massa”
(Royer e Fogliatto, 2004). 
Histórico Comparado
Início Sec XX Manufatura em 
Massa
Henry Ford Prod Larga Escala
Preço Baixo
Padronização
Década 50 Manufatura 
Enxuta
Eiiji Toyoda
Taiichi Ohno
Combate ao 
desperdício
Qualidade
Final Década 80
(1987)
Customização 
em Massa
Stanley Davis Prod Larga Escala
Produtos 
Personalizados
1991 Manufatura Ágil Instituto Iaccoca 
(EUA)
Mercados Instáveis
Parcerias por 
Competências
Diferenças ou similaridades da MA e da CM com a ME
A ME é focada na redução dos prazos dos
negócios das empresas. Desde o pedido do
cliente, passando pelos processos de compra das
matérias primas, planejamento, fabricação e
entrega do produto, indo até o recebimento do
pagamento por parte do cliente. Portanto o foco
principal é o tempo e, portanto, a velocidade no
processamento do pedido do cliente.
Diferenças ou similaridades da MA e da CM com a ME
O foco da MA, no entanto, vai além. De acordo
com Godinho Filho e Fernandes (2004), os
objetivos principais da MA são: responder a
mudanças inesperadas de maneira correta e no
tempo devido e saber explorar essas mudanças,
entendendo-as como uma oportunidade, um
meio de alcançar lucratividade.
Diferenças ou similaridades da MA e da CM com a ME
A CM diferencia-se pelo foco que é dado na
flexibilidade para dar ao cliente o produto com as
especificações e personalizações por ele
requisitadas. Mantém ainda, de acordo com
Godinho Filho e Fernandes (2004), altíssima
agilidade e custos próximos dos itens feitos pela
Manufatura em Massa.
Diferenças entre MA e CM
Enfim, as diferenças entre CM e MA são que, no caso
da primeira não inclui as incertezas e os desafios
das mudanças constantes do mundo dos negócios.
Portanto, na CM não há a preocupação prioritária
em responder a mudanças inesperadas e de explorar
estas mudanças como oportunidade de
lucratividade.
Aplicabilidades
A MA torna-se aplicável, cada vez mais, em
ambientes de alta competitividade, ou seja, em
mercados onde há grandes e repentinas mudanças
das necessidades dos clientes e os ciclos de vida dos
produtos são sempre menores.
A CM encontra sua aplicabilidade em se tratando de
mercados que, sem perder a rapidez de entrega de
seus produtos, necessitam dar a cada cliente a
personalização por ele requerida.
Aplicabilidades
Tanto MA como CM tornam-se altamente aplicáveis
na atualidade como forma de superar o desafio de
consumidores que buscam produtos de alta
qualidade e baixo custo, além de resposta rápida a
suas necessidades específicas e em constante
transformação.
Aplicabilidades
Cimento
Metais
Química
Papel e Celulose
Agroindústria
Finanças
Energia
Aplicabilidades
Aplicabilidades
REFERÊNCIAS
Colin, E. C., Quinino, R. da C., Shimizu, T. Manufatura Ágil: um novo conceito na produção 
industrial. Disponível em http://www.strictolato.com/download/Artigos/Manufatura agil.pdf. 
Acessado em 10/04/2007.
Godinho Filho, M., Fernandes, F. C. F. Proposta de um novo conceito em Gestão da 
Produção: Paradigmas Estratégicos de Gestão da Manufatura (PEGEMs). Bauru, XI 
SIMPEP, 2004a.
_______________________________. Manufatura Enxuta: Uma revisão que classifica e 
analisa os trabalhos apontando perspectivas de pesquisas futuras. Rev. Gestão & Produção, 
v.11, n.1, p.1-19, 2004b.
Lean Institute Brasil. Definições. Disponível em http://www.lean.org.br. Acessado em 
10/04/2007.
Royer, R., Fogliatto, F. S. Indicador da viabilidade de customização em massa de produtos 
industriais. Revista Produto & Produção, vol.7, n.1, p.3-18, 2004.

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