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Aula 5.2 – Sistema Toyota de Produção Texto: MAXIMIANO (2012) – páginas 139 a 149 Em Torno de 1950 - o Pós-Guerra PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 2 reconstrução econômica EUA e Europa desenvolvimento da produção industrial inovação em administração, surgindo ... Sistema Toyota de Produção Garantia da Qualidade Gestão Estratégica da Qualidade Abordagem Comportamental Abordagem Sistêmica Abordagem Sociotécnica Em Torno de 1950 - o Pós-Guerra PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 3 A partir de 1950, com a economia japonesa devastada pela guerra, a Toyota desejava conquistar o mercado exterior competindo com empresas ocidentais que tinham mais recursos financeiros e fábricas mais avançadas. Para conseguir isso ela tinha necessidade de aumentar a produtividade, a qualidade e a variedade sem grandes investimentos de capital. A decisão foi de investigar as causas de desperdícios uma a uma e eliminá-las continuamente. Apoio dos EUA no pós guerra com envio de consultores para o esforço de reconstrução do Japão EUA – Promotores do Aprimoramento da Qualidade Industrial no Japão PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 4 Dr. Edwards Deming – cursos de controle estatístico de processo controle da variabilidade aspectos gerenciais identificação e eliminação das causas de defeitos Projetos mal feitos e trabalhadores mal treinados Inspeção no final da linha é um processo muito caro que chega muito tarde responsabilidade dos trabalhadores e gerentes de produção Para melhoramento da qualidade Não mais ao “pessoal de qualidade” melhoria contínua ciclo PDCA Aprimoramento da Qualidade Industrial no Japão 5 Ciclo do PDCA (melhoria) de Deming PUC-Rio - ENG1021 - Magdalena Lyra & Marcelo Seeling Aprimoramento da Qualidade Industrial no Japão 6 outros consultores da qualidade se seguiram como Joseph Juran (custos da não qualidade, qualidade e foco nas necessidades dos clientes) Armand Feigenbaum (foco no cliente, qualidade por toda a empresa – Sistema de Controle da Qualidade Total) PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Fatores Críticos de Sucesso PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 7 cultura combate ao desperdício hábito de trabalhar em grupo cultura organizacional emprego vitalício carreira lenta e generalista decisões por consenso autorregulação A Indústria Automotiva PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 8 cenário internacional – produção em massa florescente peças e trabalhadores intercambiáveis fatores de contexto específicos no Japão alto custo do combustível – motores eficientes demanda por pequenas quantidades e diversidade direitos trabalhistas do operário japonês falta de capitais para importar tecnologia necessidade de conter expansão dos fabricantes ocidentais Origens do Sistema Toyota de Produção PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 9 1950 – crise na Toyota – Eiji Toyoda e Taiichi Ohno vão a Rouge (Ford - o maior complexo automotivo da época) conclusões da visita impossível copiar modelo fordista principal produto - desperdício de recursos, principalmente humanos filosofia just in case gente demais, especializações limitadas produção em massa – grande volume e muitos estoques precisavam criar um novo modelo para a Toyota no Japão concentração do foco em atividades que agregam valor Princípios do Sistema Toyota PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 10 eliminação de desperdícios produção enxuta Racionalizar a utilização da força de trabalho Just in time Produção flexível fabricação com qualidade Identificar e corrigir erros => eliminar desperdícios => preço baixo Fazer certo da primeira vez Corrigir erros em suas causas fundamentais Círculo de qualidade administração participativa garantia de obtenção de comprometimento e envolvimento dos funcionários Sistema Toyota – Desafios e Respostas PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 11 adequação às características da mão-de-obra local trabalhadores qualificados e praticamente indemissíveis racionalização da força de trabalho – trabalho em grupo líder x supervisor inclusão de tarefas adicionais - manutenção, pequenos consertos, controle de qualidade Desafios e Respostas PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 12 adequação ao mercado – demanda por variedade e pequenas quantidades produção em pequenos lotes precedida da venda Just in time redução do tempo de fabricação redução de estoques fortalecimento da cadeia de suprimentos - parceria com poucos fornecedores produção flexível sistema de prensas leves treinamento – redução do tempo de set up Ferramentas Ligadas à Estratégia de Qualidade PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 13 fazer certo da primeira vez a operação seguinte vista como o cliente final trabalhador responsável pela qualidade de seu trabalho motivação corrigir os erros em suas causas fundamentais trabalhador com poder para parar a linha análise sistemática do erro – por quê? redução drástica de problemas – aumento da qualidade Círculos de Controle de Qualidade (CCQs) reuniões periódicas para análise de problemas Ferramentas Ligadas à Estratégia de Qualidade PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha 14 Círculos de Controle de Qualidade técnica japonesa de administração participativa representantes de diversos níveis hierárquicos objetivos imediatos – resolução de problemas de qualidade e aumento de eficiência mais – envolve funcionários no processo de análise e resolução de problemas ferramentas – Princípio de Pareto e Diagrama de Ishikawa, PDCA, entre outras 15 Kaoru Ishikawa (guru japonês da qualidade) desenvolveu a ferramenta: Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe para analise e solução de problemas, descobrindo suas causas raízes. PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Ferramentas Ligadas à Estratégia de Qualidade 16 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta • Em meio a um cenário de crise, as fábricas japonesas precisaram se adaptar em busca de inovações que permitiriam a reconstrução do país após a Segunda Guerra Mundial. • Como sabemos hoje, o Japão é uma potência industrial e tecnológica, concorrendo diretamente com outros países altamente desenvolvidos. Portanto, o que possibilitou um crescimento tão rápido em tão pouco tempo? • A resposta está na fundadora do Lean Manufacturing, a Toyota Motor Corporation. O Sistema Toyota de Produção (Toyota Production System ou TPS) foi aprimorado nessa época para otimizar a manufatura e manter um fluxo constante de vendas. https://blog.ploomes.com/index.php/2019/05/03/lean-manufacturing/ 17 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Uma breve história do Sistema Toyota de Produção • Você provavelmente já sabe que o Japão foi devastado pela guerra e, como falamos acima, precisava se reconstruir. Mas isso é só parte da história. • Antes de inovar, os japoneses tentaram aplicar o método que era utilizado em países desenvolvidos da época, o fordismo. • A linha de produção semi automatizada, com esteiras e processos manuais bem definidos, era a norma. Isso possibilitava a produção em massa, o que era desejável para um país em reconstrução. • Contudo, conforme o fordismo passou a ser aplicado, as indústrias japonesas perdiam em variedade e qualidade dos produtos. O que mudou esse cenário foi outra influência americana: métodos de controle de qualidade. • Essas técnicas foram aprimoradas pelos japoneses e passaram a moldar um novo modelo de fábrica. É nesse contexto que os engenheiros Eiji Toyoda e Taiichi Ohno criam o Sistema Toyota de Produção. https://www.sunoresearch.com.br/artigos/fordismo/ https://meusucesso.com/artigos/empreendedorismo/eiji-toyoda-voce-precisa-conhecer-a-historia-desse-empreendedor-1401/ https://experience.hsm.com.br/entity/2287306 18 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o SistemaToyota de Produção Enxuta O motivo principal para a criação do STP: a redução total de desperdícios. O TPS foi criado com o intuito de combater a perda ou o mal-uso dos recursos, então é importante delinear o que é entendido aqui como desperdício. E, para isso, o Sistema Toyota de Produção define 3Ms: Muri: o excesso de estresse sobre uma máquina ou operador; Mura: a distribuição desigual de trabalho; Muda: a desperdício de materiais, de força de trabalho ou de tempo. 19 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Na ótica do modelo Toyota, portanto, o Muri e o Mura vão desencadear o Muda. Este, por sua vez, vai se dividir em 7 tipos de desperdício: Processamento impróprio: excesso de tarefas que não agregam valor; Superprodução: excesso de produção em relação à demanda; Excesso de estoque: matéria-prima em excesso limita seu orçamento e está sujeita ao desgaste; Transporte: o transporte é sempre um risco e um custo, por isso precisa ser evitado ou diminuído; Movimentos desnecessários: seus colaboradores podem fazer muitos movimentos que não agregam na produção; Defeitos: processos ou produtos defeituosos exigem retrabalho e mais recursos; Espera: a ociosidade desvaloriza sua equipe e suas instalações, que não estão gerando lucro para a indústria. 20 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta O esquema do STP costuma ser apresentado da seguinte forma: “CASA” do STP 21 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Os pilares do STP Vendo o desperdício gerado pela produção em massa, o Sistema Toyota de Produção estabeleceu dois pilares: o Just in Time (JIT) e o Jidoka. 22 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Os pilares do STP Just in Time, como o próprio nome indica, significa produzir apenas quando necessário, utilizando apenas os recursos estipulados e no tempo ideal. • Portanto, esse pilar define que nada pode ser produzido se não houver demanda que justifique a produção. O motivo seria para evitar o excesso de estoque, pois, ao manter os produtos parados nos armazéns, eles perdem valor de mercado e se desgastam. • É reforçada também a urgência de usar a quantidade ideal de recursos, evitando o desperdício de materiais ou seu mal-uso. Além disso, é necessário que tudo seja feito no tempo certo, sem que seja necessário agilizar os processos, o que abriria margem para erros. 23 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Os pilares do STP Jidoka, por sua vez, é traduzido como “autonomação” ou automação com influência humana. Isso significa que a máquina seria responsável pela operação, mas o monitoramento é feito por pessoas. • Para que isso seja possível, é necessário incluir automações industriais capazes de manter o processo em atividade, enquanto um efetivo menor de funcionários garante o bom funcionamento da linha e o reparo em caso de falhas. https://blog.ploomes.com/index.php/2019/04/16/automacao-industrial/ 24 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Os dois pilares do Sistema Toyota de Produção seriam ainda apoiados por mais três bases que garantiriam o seu bom funcionamento: Heijunka, Padronização do Trabalho e Kaizen. Base do STP 25 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Base do STP A Heijunka é o nivelamento do trabalho, ou seja, garantir que o esforço seja distribuído igualmente ao longo do tempo. Dessa forma, o trabalho passa a ser constante ao invés de intercalar momentos de atividade com momentos de ociosidade. Como disse Taiichi Ohno, em seu livro O Sistema Toyota de Produção (1997): “A tartaruga é mais lenta, mas consistente. Causa menos desperdício e é muito mais desejável do que a lebre veloz que corre à frente e depois para, ocasionalmente, a cochilar. O sistema Toyota de Produção pode ser realizado somente quando todos os trabalhadores se tornam tartarugas.” 26 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Base do STP A Padronização do Trabalho, como o nome indica, é a estipulação de padrões para a realização de uma operação. Assim, seus colaboradores já sabem como tudo deve ser feito, em quanto tempo precisa ser feito e quantos recursos utilizar. • Isso evita a intervenção de erros humanos durante a produção e previne o uso excessivo de materiais. 27 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta Base do STP A Kaizen vai se unir à Padronização, estipulando a melhoria contínua dos processos. Uma vez que as tarefas são previsíveis, é necessário melhorá-las, reduzindo gasto com ações dispensáveis ou introduzindo inovações. • O controle de qualidade também não pode partir só da gestão, é necessário que todos colaborem para a contínua evolução da excelência. • A perpetuação do controle de qualidade seria realizado por modelos cíclicos de análise, melhoria e acompanhamento, visando sempre a identificação de novos problemas. https://blog.ploomes.com/index.php/2019/05/10/seis-sigma/ https://blog.ploomes.com/index.php/2019/05/14/iso-9001-2015/ 28 PUC-Rio - ENG1021 - Paulo Cunha Entenda o Sistema Toyota de Produção Enxuta A partir da união entre os pilares e a base, seria possível atingir maior qualidade, menor custo e reduzir o lead time (tempo necessário para uma venda) para atender melhor ao cliente.
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