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EAD – Bacharelado Ciências Contábeis
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
Disciplina: Normas e Práticas Tributárias
SENAC - SP
Web Conferência – Aula 8.
Professor Roberto Biava Júnior
OBJETIVOS: Compreender o funcionamento do sistema de impostos sobre os lucros.
Tópicos principais da Aula:
 1 - Fato gerador e conceito de renda e proventos.
 2 - Lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado
Aula 8 - Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica IRPJ e a opção pelo
lucro real
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
CF-88. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)
III – renda e proventos de qualquer natureza; (...)
§2º O imposto previsto no inciso III:
I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;
CTN- Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.
§2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.
IRPJ- Aspectos Jurídicos
IRPJ e CSLL– Sistemáticas de Apuração
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
		Lucro Real	Lucro Presumido	Lucro Arbitrado
	Sujeito Passivo
	aplicável a pessoas jurídicas obrigadas, em virtude do montante da receita bruta ou da atividade, e para as demais, se preferirem.	opcional para as pessoas jurídicas não obrigadas à apuração pelo Lucro Real.
	Aplicado em circunstâncias excepcionais, como escrituração imprestável, extravio de documentos, etc.
	Modalidade e Periodicidade	Modalidade trimestral ou anual – opcional. A última exige o pagamento de estimativas mensais calculadas sobre a receita bruta, compensáveis com o imposto devido na declaração anual.	Sempre trimestral.	Sempre trimestral.
IRPJ – Lucro Presumido – Base de Cálculo
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
Base de Cálculo Presumida
– oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração: receita de mercadorias;
 – um inteiro e seis décimos por cento, para atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
– dezesseis por cento para a atividade de prestação de serviço de transporte, exceto o de carga (8%);
– trinta e dois por cento, para as atividade de prestação de serviços em geral; intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.
	Solução do Exercício:		
			
	1 - Base de Cálculo do Imposto s/Lucro Presumido		
	1.1 - Revenda de Mercadorias 8% de	2.100.000,00	168.000,00
	1.2 - Receita de Serviços 32% de	590.000,00	188.800,00
	1.3 - Receitas de Rep. Comerciais 32% de	110.000,00	35.200,00
	1.4 - Ganhos de Capital (incluir Base de Cálculo)		100.000,00
	Lucro Presumido		492.000,00
			
	2 - Cálculo do Imposto Devido no Trimestre		
	2.1 - Imposto Devido (492.000,00 x 15%)		73.800,00
	2.2 - Adicional (492.000,00 - 60.000,00 x 10%)		 43.200,00
	Total IRPJ		 117.000,00
			
	3 - Deduções do Imposto devido		
	3.1 - IRR Fonte		1.650,00
	3.2 - Imposto pago s/ganho R. Variável		 4.000,00
IRPJ – Lucro Presumido – Exemplo
	Solução do Exercício:		
			
	4 - Imposto a Pagar		
	4.1 - Imposto Devido (2)		(+) 117.000,00
	4.2 - IRR Fonte (3.1)		(-) 1.650,00 
	4.3 - Imposto pago s/ganho Renda Variável (3.2)		(-) 4.000,00
	4.4 - Saldo do Imposto a pagar		(=) 111.350,00
			
			
			
			
			
			
			
			
			
			
Lucro Arbitrado é uma forma de apuração do IRPJ e CSLL trimestral, é arbitrada, pelo próprio contribuinte ou, de ofício, pelo fisco. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso. Essa forma de tributação, não representa penalidade. No geral, são aplicados os mesmos percentuais do Lucro Presumido + 20%.
HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO -
o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;
a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária ou determinar o lucro real;
IRPJ – Lucro Arbitrado – Hipóteses
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c) o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa na hipótese do parágrafo único do art. 527 do RIR;
d) o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;
e) o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398 do RIR);
f) o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. 
IRPJ – Lucro Arbitrado – Hipóteses
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
A partir de 1999 estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas (Lei 9.718/1998, artigo 14): Cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 78.000.000,00, ou a R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses (limite fixado pela Lei 10.637/2002); 
Outras obrigadas: a) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; b) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; c)que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do artigo 2o da Lei 9.430/1996; d)que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
IRPJ –PJs obrigadas ao Lucro Real
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
LUCRO REAL – OPÇÃO – POSSIBILIDADE
As pessoas jurídicas, mesmo se não obrigadas a tal, poderão apurar seus resultados tributáveis com base no Lucro Real.
Assim, por exemplo, uma empresa que esteja com pequeno lucro ou mesmo prejuízo, não estando obrigada a apurar o Lucro Real, poderá fazê-lo, visando economia tributária (planejamento fiscal).
IRPJ –Opção Facultativa ao Lucro Real
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
LUCRO REAL - O lucro real é o lucro líquido apurado nas demonstrações financeiras e também é denominado de lucro contábil. 
-Ele poderá ser ajustado pelas adições, exclusões e compensações que são autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. 
- Esse lucro real poderá ser apurado trimestralmente ou anualmente, a critério do contribuinte.
RIR Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusõesou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto.
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais.
ADIÇÕES : I - os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, devam ser computados na determinação do lucro real.
EXCLUSÕES: I - os valores cuja dedução seja autorizada e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração; II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que não sejam computados no lucro real; III - o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões.
LUCRO LÍQUIDO
+ ADIÇÕES (PREVISTAS NO RIR)
EXCLUSÕES (PREVISTAS NO RIR)
= LUCRO REAL
Conceito de Lucro Real, Adições e Exclusões
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
IRPJ – Lucro Real – Base de Cálculo e Alíquota
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR
Base de Cálculo = Lucro Real
Alíquota = 15% + adicional de 10% sobre o que exceder a R$240mil anuais
Art. 541. A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de quinze por cento sobre o lucro real, presumido ou arbitrado, apurado de conformidade com este Decreto. 
Art. 542. A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de dez por cento. 
CRITÉRIO QUANTITATIVO
Exemplo de cálculo de alíquota e adicional:
Lucro Real = R$500mil
Alíquota de 15% = R$75mil
Adicional de 10% = (R$260mil X 10%) = R$26mil
Total do IRPJ devido = R$101mil
Alíquota efetiva aplicada = (R$101mil/R$500mil) = 20,2%
IRPJ – Lucro Real – Base de Cálculo e Alíquota - Exemplo
	1 - INFORMAÇÕES 
	
	1.1 - LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IRPJ (sem a aplicação das novas práticas contábeis das Leis 6.404/76, 11.638/07 e 11.941/09)	7.302.600,00
		
	1.2 - RECEITA DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (investimento em empresa “filha”)	863.000,00
	1.3 - MULTAS 	
	Multa de ofício pela falta de recolhimento do imposto (tributária)
Multa (trânsito)	13.700,00
4.900,00
	1.4 - DESPESAS OPERACIONAIS INDEDUTÍVEIS	
	Doações (para parentes dos diretores)	1. 700,00
		
	1.5 - PROVISÕES INDEDUTÍVEIS	
	Provisão para Contingências Trabalhistas	79.700,00
	Provisão de Riscos Fiscais	82.800,00
		
	1.6 - IMPOSTO DE RENDA PAGO POR ESTIMATIVA JAN / DEZ	1.216.900,00
		
IRPJ – Lucro Real Anual – Exemplo
	PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO				
	DATA	HISTÓRICO		ADIÇÕES	EXCLUSÕES
	31.12.10	1. Lucro Líquido do Exercício	7.302.600,00		
	31.12.10	2. ADIÇÕES E EXCLUSÕES 			
	31.12.10	2.1 - Adições			
		Multa de ofício (tributária)		13.700,00	
		Multas (trânsito) 		4.900,00	
		Provisões(Riscos Fiscais+Trabalhistas)		162.500,00	
	31.12.10	2.2 - Exclusões		 	
		Receita de equivalência (empresa “filha”)		 	863.000,00
	31.12.10	TOTAL DAS ADIÇÕES E EXCLUSÕES		707.208,50	863.000,00
IRPJ– Lucro Real Anual – Solução IRPJ
	PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO				
	DATA	HISTÓRICO		ADIÇÕES	EXCLUSÕES
	31.12.10	3. DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL			
		Natureza dos ajustes			
		3.1 - Lucro líquido	7.302.600,00		
		3.2 - (+) Adições	181.100,00		
		3.3 - ( - ) Exclusões	863.000,00		
		3.4 - (=) Lucro Real	6.620.700,00		
IRPJ– Lucro Real Anual – Solução IRPJ
	PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO				
	DATA	HISTÓRICO		ADIÇÕES	EXCLUSÕES
	31.12.10	5. CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA			
		( + ) IR = 6.620.700,00 x 15%	993.105,00		
		( + ) Adicional 			
		AD = 6.620.700,00 – 240.000 x 10%	638.070,00		
		( = ) Imposto Devido	1.631.175,00		
		( - ) Imposto pago estimativa	1.216.900,00		
		( = ) Saldo a pagar	414.275,00		
					
IRPJ– Lucro Real Anual – Solução IRPJ
Obrigado
Prof. Dr. Roberto Biava Júnior
PROFESSOR ROBERTO BIAVA JÚNIOR

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