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Material auxiliar a ser usado exclusivamente na disciplina Comunicações Ópticas da Universidade Federal do ABC. Este material é um apanhado dos tópicos essenciais para a referida disciplina, extraídos da obra de Govind P. Agrawal Fiber-Optic Communications Systems, Third Edition, John Wiley & Sons, Inc, 2002. Por Luiz Henrique Bonani 1 Fibras Ópticas O fenômeno da reflexão interna total, responsável pela orientação da luz na fibra óptica é conhecido desde 1854. Embora as fibras de vidro tenham sido feitas em 1920, seu uso tornou-se prático apenas em 1950 para geração de imagens médicas em distâncias curtas. Para telecomunicações só foi utilizada em 1970, quando as perdas nas fibras foram reduzidas para menos de 20 dB/km. Mais progressos resultaram em uma perda de apenas 0,2 dB/km na região de 1,55 µm. A disponibilidade de baixa perda das fibras ópticas levou a uma revolução no campo da tecnologia lightwave e começou a era da fibra óptica nas comunicações. Uma fibra óptica consiste em um núcleo cilíndrico de vidro de sílica circundada por um revestimento (casca). O índice de refração da casca é menor que o do núcleo. Por causa de uma mudança abrupta do índice na interface núcleo-revestimento, tais fibras são chamadas fibras de índice degrau (step-index). Em um tipo diferente de fibra, conhecida como fibra de índice gradual (graded-index), o índice de refração diminui gradualmente no interior do núcleo. Descrição pela Óptica Geométrica Um entendimento das propriedades das fibras ópticas pode ser adquirido usando uma imagem de raios baseada em óptica geométrica. A descrição pela óptica geométrica, embora aproximada, é válida quando o raio do núcleo a é muito maior que o comprimento de onda λ da luz. Quando os dois se tornam comparáveis, é necessário usar a teoria ondulatória de propagação. 2 Considerando a figura, se um raio com ângulo θi com o eixo da fibra incide no centro do núcleo, por causa da refração na interface ar-fibra, o raio se desvia em direção à normal. O ângulo θr do raio refratado é dado por: em que n1 e n0 são os índices de refração do núcleo da fibra e do ar, respectivamente. Fibras de Índice Degrau A refração só é possível para um ângulo de incidência ϕ de tal forma que senϕ < n2/n1. Para ângulos maiores que o ângulo crítico ϕc o raio sofre reflexão interna total na interface núcleo-casca, sendo n2 o índice de refração da casca: Como as reflexões ocorrem em todo o comprimento da fibra, os raios com ϕ > ϕc ficam confinados no núcleo da fibra. Essas equações descrevem o ângulo máximo que o raio incidente deve fazer com o eixo de fibra para permanecer confinado dentro do núcleo. Sabendo que θr = π/2 – ϕc, pode-se escrever: Em analogia com as lentes, n0 senθi é conhecida como a abertura numérica (NA) da fibra. A NA representa a capacidade de coleta de luz de uma fibra óptica. Para n1 ≈ n2 a NA pode ser aproximada por: , Com 1 2 1( ) /n n n , em que Δ é a variação do índice de refração na interface núcleo- casca. Dispersão Modal Claramente, Δ deve ser tão grande quanto possível, a fim de que haja acoplamento ri nn sensen 10 12/sen nnc 2 2 2 1c10 cossenn nnni 2NA 1n 3 máximo de luz na fibra. Entretanto, fibras com Δ grande não são úteis para o propósito de comunicações ópticas por causa de um fenômeno conhecido como dispersão multicaminho ou dispersão modal. A dispersão modal refere-se à propagação dos diferentes raios (ângulos de incidência) viajando ao longo de caminhos de diferentes comprimentos. Como resultado, esses raios se dispersam no tempo na saída da fibra, mesmo que sejam coincidentes na entrada e viajem com a mesma velocidade no interior da fibra. Pode-se estimar o atraso entre pulos considerando o caminho mais curto e o mais longo. O caminho mais curto ocorre por θi = 0 e é igual ao comprimento da fibra L. O caminho mais longo tem um comprimento L/sen ϕc. Tomando a velocidade de propagação v = c/n1, o atraso temporal é dado por: Pode-se relacionar ΔT à capacidade de transporte de informações na fibra medido por meio da taxa de bits B. Embora uma relação precisa entre B e ΔT dependa de muitos detalhes, tais como a forma de pulso, é claro intuitivamente que deve ser inferior ao slot alocado para o bit (TB = 1/B). Uma estimativa de ordem de grandeza da taxa de bit é obtida por meio da condição BΔT < 1. Assim, obtem-se: Esta condição fornece uma estimativa aproximada de uma limitação fundamental das fibras índice degrau. O efeito de dispersão modal pode ser reduzido usando-se fibras de índice gradual. Fibras de Índice Gradual O índice de refração do núcleo em fibras de índice gradual diminui gradualmente a partir do valor máximo n1, no centro do núcleo, para o valor mínimo n2, na interface núcleo- casca. A maioria das fibras de índice gradual são projetadas para ter um decréscimo quase quadrático e são analisados usando um perfil α, dado por: em que, a é o raio do núcleo e o parâmetro α determina o perfil do índice. 2 2 11 sen n n c L L L c n T c c n n BL 2 1 2 ann aan n ,)1( ],)/(1[ )( 21 1 4 A figura mostra esquematicamente os caminhos para três diferentes raios. Como no caso das fibras de índice degrau, o caminho é mais longo para mais raios inclinados. No entanto, há mudanças de velocidade ao longo do caminho por causa de variações no índice de refração. Raios inclinados têm grande parte de seu caminho em um meio de menor índice de refração, viajando com mais rapidez. Assim, os raios podem chegar juntos na saída de fibra, se uma escolha adequada do perfil de índice de refração for feita. Mais especificamente, a propagação de raios ao longo do eixo da fibra torna o caminho mais curto, mas viaja mais lentamente devido a encontrar um índice maior por este caminho. Solução para a Dispersão Modal A trajetória de um raio se propagando em uma fibra de índice gradual é obtida resolvendo: em que ρ é a distância radial do raio a partir do eixo. Para ρ < a com α = 2, a equação se reduz à equação do oscilador harmônico e tem a solução geral: Aqui ρ0 e ρ0’ são a posição e a direção do raio de entrada. A solução mostra que todos os raios recuperam suas posições iniciais e direções em z = 2mπ/p, em que m é um inteiro. A dispersão modal em fibras de índice gradual foi estudada usando técnicas de propagação de ondas.Isso porque que as conclusões obtidas da óptica geométrica devem ser flexibilizadas para fibras práticas. A quantidade ΔT/L varia consideravelmente com α e a dispersão mínima ocorre para α = 2 (1 – Δ) e depende de Δ: O produto BL é obtido usando o critério de ΔT < 1/B e pode ser calculado por: d dn ndz d 1 2 2 2' 00 /2com),(sen)/()cos( appzppz cnLL 8// 21 2 1/8 ncBL 5 Propagação de Ondas A propagação da luz em fibras ópticas pode ser descrita com as equações de Maxwell para ondas eletromagnéticas. Para um meio não condutor sem cargas livres, estas equações assumem a forma: em que E e H são os vetores campo elétrico e magnético, respectivamente, e D e B são os densidades de fluxo correspondentes. As densidades de fluxo estão relacionadas aos vetores de intensidade de campo pela relações: em que ε0 é a permissividade do vácuo, µ0 é a permeabilidade do vácuo, e P e M são as polarizações induzidas elétrica e magnética, respectivamente. Em fibras ópticas, M = 0 (natureza não magnética da sílica). Na prática, é conveniente usar um único campo variável E. Para obter a equação de onda: Dada a velocidade da luz c = (ε0µ0) -1/2 e as Transformadas de Fourier dos campos daforma: , pode-se escrever a equação de onda no domínio da frequência: .0 .0 ,/ ,/ B D DH BE t t MHB PED 0 0 , 2 2 02 2 2 1 ttc PE E dttjt )exp(),(),( ~ rErE ErE ~ )/)(,( ~ 22 c 6 A constante dielétrica pode ser definida como: em que é a transformada de Fourier da susceptibilidade linear χ. Em geral, ε(r, µ) é um número complexo e suas partes reais e imaginária estão relacionadas com n e α como: Por outro lado, tanto n como α são dependentes da frequência e podem ser escritos em função de : Considerando ε real, este pode ser simplificado por n2 e como n é independente da coordenada espacial r, pode-se usar a identidade: Isso leva à equação de onda: , em que k0 = ω/c = 2π/λ é o número de onda no espaço livre. Essa dependência da frequência é chamada de dispersão cromática no caso de n. O comprimento de onda no vácuo é λ quando a frequência é ω. A equação de onda deve ser resolvida para obter os modos de propagação da fibra de índice degrau. Modos de Propagação O conceito de modo é um conceito geral em óptica ocorrendo também, por exemplo, na teoria de lasers. Um modo óptico refere-se a uma solução específica da equação de onda que satisfaz as condições de contorno adequadas. Sua distribuição espacial não muda com a propagação. Os modos na fibra podem ser classificados como guiados, modos evanescentes e modos de radiação. A transmissão do sinal em sistemas de fibra óptica de comunicação acontece apenas por meio dos modos guiados. A equação de onda escrita em coordenadas cilíndricas é: em que n = n1 para ρ ≤ a e n = n2 para ρ > a. ),(~1),( rr ~ 2)2/( cjn )}(ˆIm{)/( )})(ˆRe{1( nc n ~ EEEE ~~ ) ~ ( ~ 22 0 ~ )( ~ 2 0 22 EE kn 0 11 2 0 2 2 2 2 2 22 2 z zzzz Ekn z EEEE 7 A equação anterior é escrita para a componente Ez do vetor campo elétrico. Outras equações podem ser escritas paras as componentes de E e H. É costume de escolher as componentes Ez e Hz como independentes e obter Eρ, Eϕ, Hρ e Hϕ e em termos delas. Para tirar proveito da simetria cilíndrica da fibra óptica, escreve-se em coordenadas cilíndricas. Por simplicidade de notação, não será mais usado o til sobre os vetores e a dependência de frequência de todas as variáveis deve ser implicitamente entendida. Não é necessário para resolver todas os seis equações, uma vez que apenas dois componentes de cada seis são independentes. Solução da Equação de Onda Usando método de separação de variáveis, pode-se resolver para Ez, escrevendo: As soluções são: em que: . Aqui, A, A’, C, e C’ são constantes e Jm, Ym, Km, e Im são tipos diferentes de funções de Bessel. Simplificações possíveis levam às soluções gerais da forma: Ao se exigir a continuidade de Ez, Hz, Eϕ e Hϕ em ρ = a, tem-se quatro equações homogêneas satisfeitas por A, B, C e D. Estas equações têm uma solução não trivial somente se o determinante da matriz dos coeficientes desaparece. Os outros quatro componentes Eρ, Eϕ, Hρ, Hϕ e pode ser expressos em termos de Ez e Hz usando as equações de Maxwell. Depois de manipulações algébricas, chega-se à seguinte equação: Para um determinado conjunto de parâmetros k0, a, n1, e n2, a equação anterior pode ser resolvida numericamente para determinar a constante de propagação β. ( ) ( ) ( ) ( )zE ρ, φ, z F ρ φ Z z ' ' ( ) ( ), ( ) ( ) ( ), ( ) exp( ) ( ) exp( ) m m m m AJ p AY p a F CK q C I q a jm Z z j z 2 0 2 2 2222 0 2 1 2 e knqknp azjjmqDK azjjmpBJ H azjjmqCK azjjmpAJ E m m z m m z ),exp()exp()( ),exp()exp()( e ),exp()exp()( ),exp()exp()( 22 1 2 2 2222 2' 2 1 2 2 ''' 1111 )( )( )( )( )( )( )( )( qn n pqpa m qaqK qaK n n papJ paJ qaqK qaK papJ paJ m m m m m m m m 8 Pode-se ter múltiplas soluções para cada valor inteiro de m. É costume enumerar estas soluções em ordem numérica decrescente e denotá-los βmn para um dado m (n = 1,2,...). Cada valor de βmn corresponde a um modo de propagação do campo óptico, cuja distribuição espacial é obtida a partir das equações anteriores. Os modos das fibras são, portanto, híbridos e são indicados por HEmn ou EHmn, dependendo se Hz ou Ez domina. No caso especial m = 0, HE0n e EH0n também são denotados por TE0n e TM0n, respectivamente. Isso porque TE0n e TM0n correspondem aos modos de propagação transversal elétrico (Ez = 0) e transversal magnético (Hz = 0). Um modo é exclusivamente determinado pela sua constante de propagação β. Definindo o índice de refração efetivo , tem-se que cada modo possui um índice efetivo, na faixa . Um modo deixa de ser guiado quando . Isso porque o campo óptico dos modos guiados decai exponencialmente dentro da casca já que: Um parâmetro que desempenha um papel importante na determinação da condição de corte é definido como: Também costuma-se introduzir uma constante de propagação normalizada b como: Fibras Monomodo Fibras monomodo suportam apenas o modo HE11, também conhecido como o modo fundamental da fibra. A fibra é projetada de tal forma que todos os modos de ordem 0/ kn 21 nnn 2nn 1para)exp(2/)( qqqqKm 2)/2()( 1 2 2 2 10 annnakV 21 2 21 20/ nn nn nn nk b 9 superior são cortados no comprimento de onda operacional. A condição de corte de vários modos é determinada por V e o modo fundamental sempre é suportado na fibra. A condição de modo único é obtida pelo valor de V no qual apenas os modos TE01 e TM01 alcançam o valor de corte. Esta condição é conseguida quando J0(V) = 0, cujo menor valor para este caso é 2,405. Assim, uma fibra projetada de modo que V < 2,405 suporta apenas o modo fundamental HE11, que é a condição de modo único. O índice efetivo no comprimento de onda de operação pode ser obtido usando a equação abaixo: Além disso pode-se usar uma aproximação analítica para b: As componentes axiais Ez e Hz são muito pequenas para Δ << 1. Assim, o modo HE11 é aproximadamente linearmente polarizado. Birrefringência A natureza degenerativa dos modos ortogonalmente polarizados funciona apenas para uma fibra monomodo ideal com um núcleo perfeitamente cilíndrico e diâmetro uniforme. Fibras reais apresentam variações consideráveis na forma de seu núcleo ao longo do comprimento da fibra. Elas também podem experimentar o stress não uniforme tal que sua simetria cilíndrica seja quebrada. A degeneração dos modos de fibra ortogonalmente polarizados é removida devido a esses fatores, e a fibra adquire birrefringência O grau de modal de birrefringência é definido por: em que e são os índices efetivos para os modos ortogonalmente polarizados. n )1()( 2212 bnnnbnn )/9960,01428,1()( 2VVb || yxm nnB xn yn 10 A birrefringência leva a uma troca de potência periódica entre as duas componentes de polarização. O período, conhecido como comprimento de batimento é dado por: Spot Size A distribuição dos campos ortogonais é complicada de se usar e é muitas vezes aproximada por uma distribuição gaussiana da forma em que w é o raio de campo e é referido como o spot size. É determinado pelo ajusteda distribuição exata para a função de Gauss ou seguindo um procedimento variacional. Há uma dependência de w/a sobre o parâmetro V. Uma comparação da distribuição de campo real com a Gaussiana também é mostrado para V = 2,4. A qualidade do ajuste é geralmente muito bom para valores de V próximos de 2. O parâmetro w pode ser obtido a partir da figura. Pode-se determinar w também a partir de uma aproximação analítica com precisão de 1% para 1,2 < V < 2,4 e dada por: Fator de Confinamento A área efetiva do núcleo, definida como Aeff = πw 2, é um parâmetro importante para fibras ópticas, uma vez que determina a potência da luz que é confinada no núcleo. É observado que os efeitos não-lineares são mais fortes em fibras com menores valores de Aeff. A fração da energia contida no núcleo pode ser obtida por meio do fator de confinamento. mB BL / )exp()/exp( 22 zjwAEx 62/3 879,2619,165,0/ VVaw 2 2 0 2 0 2 total núcleo 2exp1 || || w a dE dE P P x a x 11 Assim, é possível determinar a fração da potência do modo contido dentro do núcleo para um dado valor de V. Embora quase 75% da potência de modo reside no núcleo para V = 2, esse percentual cai para 20% para V = 1. Por esta razão a maioria as fibras monomodo para telecomunica-ções são projetadas para operar na faixa de 2 <V < 2,4. Dispersão em Fibras Monomodo A dispersão intermodal em fibras multimodo leva a um considerável alargamento de pulsos ópticos (~10 ns/km). Na descrição da óptica geométrica tal alargamento é atribuído a diferentes caminhos seguidos por diferentes raios. Na descrição modal está relacionada aos índices modais diferentes associados com diferentes modos. A principal vantagem de fibras monomodo é que a dispersão intermodal é ausente, porque a energia do pulso injetado é transportada por um único modo. No entanto, o alargamento do pulso não desaparece, pois a velocidade de grupo associada ao modo fundamental é dependente da frequência por causa da dispersão cromática. Diferentes componentes espectrais do pulso viajam em velocidades ligeiramente diferentes do grupo, um fenômeno conhecido como Dispersão de Velocidade de Grupo (GVD), Dispersão Intramodal, ou simplesmente a Dispersão da fibra. A Dispersão Intramodal tem dois mecanismos: a dispersão material e a dispersão do guia de onda. Considerando uma fibra monomodo de comprimento L, uma componente espectral específica na frequencia ω chegaria à saída da fibra após um período de tempo T = L/vg, em que vg é a velocidade de grupo, definida como: Velocidade de Grupo Usando , pode-se mostrar que , em que é o índice de grupo dado por: A dependência da frequência da velocidade de grupo leva ao alargamento de pulso simplesmente porque diferentes componentes espectrais do pulso se dispersam durante a propagação, não chegando simultaneamente à saída da fibra. Se Δω é a largura espectral do pulso, o alargamento do pulso em uma fibra de comprimento L é dado por: 1/ ddvg cnkn /0 gg ncv / gn dndnng / 22 2 L d d L v L d d d dT T g 12 Parâmetro GVD O parâmetro β2 = d 2β/dω2 e é conhecido como GVD. Ele determina o quanto um pulso óptico se alargaria na propagação no interior da fibra. Geralmente em sistemas de comunicação óptica, usa-se Δλ no lugar de Δω. Usando ω = 2πc/λ e Δω = (–2πc/λ2)Δλ, o alargamento do pulso pode ser reescrito como: em que o parâmetro de dispersão D [ps/(km.nm)] é: Parâmetro de Dispersão A dependência de comprimento de onda com D é governado pela dependência da frequência do índice de um modo . Assim, D pode ser escrito como: Ou escrito como a soma de dois termos, D = DM + DW, em que DM é a dispersão material e DW é a dispersão do guia de onda, sendo dadas abaixo com n2g o índice de refração de grupo da casca da fibra. Dispersão Material A Dispersão Material ocorre porque o índice de refração da sílica, muda com a frequência óptica ω. A origem da Dispersão Material está relacionado com as frequências de ressonância características em que o material absorve a radiação eletromagnética. Longe das frequências de ressonância, o índice de refração n(ω) é bem aproximado pela Equação Sellmeier: em que ωj é a frequência de ressonância e Bj é a força do oscilador. DL v L d d T g 22 21 c vd d D g 2 2 22 2 212 d nd d nd vd dc D g n dV Vbd d dn dV VbVd n n D d dn cd dn D gg W gg M )()(2 12 2 2 2 2 2 2 2 22 2 M j j jjB n 1 22 2 2 1)( 13 A figura mostra a dependência do comprimento de onda para n e ng na faixa de 0,5 a 1,6 μm na sílica fundida. A Dispersão Material está relacionada com a inclinação de ng pela relação DM = c -1 (dng/dλ). Mas dng/dλ = 0 em λ = 1,276 μm. Este comprimento de onda é referido como o comprimento de onda de dispersão zero, λZD, uma vez DM = 0 em λ = λZD. Na faixa de comprimento de onda 1,25 a 1,66 μm pode ser aproximada por uma relação empírica: DM = 122(1 – λZD/λ). Dispersão do Guia de Onda A contribuição da Dispersão do Guia de Onda (DW) para o parâmetro de dispersão D depende do parâmetro V da fibra. Como ambas as derivadas são positivas, DW é negativo no intervalo de comprimentos de onda de 0 a 1,6 μm. Por outro lado, o DM é negativo para comprimentos de onda abaixo de λZD e torna-se positivo acima disso. 14 A Figura a seguir mostra DM, DW, e sua soma D = DM + DW, para uma fibra monomodo típica. Como DW depende de parâmetros de fibra, tais como o raio do núcleo e a diferença de índice Δ, é possível projetar uma fibra tal que λZD seja deslocada para a vizinhança de 1,55 μm. Essas fibras são chamadas Fibras de Dispersão Deslocada. O principal efeito da dispersão de guia de onda é mudar λZD por um montante de 30 a 40 nm de modo que a dispersão total é quase zero perto de 1,31 μm. Também reduz D de seu valor material de DM no comprimento de onda faixa de 1,3 a 1,6 μm que é de interesse para sistemas de comunicação óptica. Valores típicos de D estão na faixa de 15 a 18 ps / (km- nm), perto de 1,55 μm. Esta região de comprimento de onda é de considerável interesse para sistemas ópticos de comunicação, uma vez que na fibra a perda é mínima perto 1,55 μm. Altos valores de D limitam o desempenho de sistemas ópticos operando em 1,55 μm. Também é possível adaptar a contribuição do guia de onda tal que a dispersão total D seja relativamente pequena na faixa de comprimento de onda de largura que se estende desde 1,3 a 1,6 μm. Essas fibras são chamadas de Fibras de Dispersão Plana. A Dispersão de Guia de Onda pode ser usada para produzir fibras de dispersão decrescente, em que GVD diminui ao longo do comprimento da fibra. Em outro tipo de fibra, conhecido como o fibras de compensação por dispersão, o GVD é feito normal e tem uma magnitude relativamente grande. A seguir são mostradas as características de dispersão de várias fibras comerciais. 15 Dispersão de Alta Ordem Apesar de um sistema operar no comprimento de onda λZD, em que D = 0, os efeitos de dispersão não desaparecem completamente devido à presença de efeitos dispersivos de ordem superior. Assim, D não pode ser zero em todos os comprimentos de onda contidos dentro do espectro de pulso centrado em λZD. Efeitos dispersivos de ordem superior são regidas pelas inclinação de dispersão S = dD/dλ. O parâmetro S é também chamado de parâmetro diferencial de dispersão. em que β3 = dβ2/dω ≡ d 3β / dω3 é o parâmetro de dispersão de terceiraordem. Em λ = λZD, β2 = 0, e S é proporcional à β3. Inclinação da Dispersão Uma vez que S > 0 para a maioria das fibras, diferentes canais têm diferentes valores de GVD, tornando difícil tratar a dispersão em todos os canais ao mesmo tempo. Pode-se estimar a limitação da taxa de bits observando que para uma fonte de largura espectral Δλ, o valor efetivo do parâmetro de dispersão torna-se D = SΔλ. Assim, a limitação do produto taxa de bit distância pode ser obtida usando a equação: A tabela anterior mostra os valores típicos de inclinação da dispersão para fibras ópticas comerciais. Dispersão dos Modos de Polarização Uma fonte potencial de alargamento de pulso está relacionado à birrefringência da fibra, causada por pequenos desvios na perfeição da simetria cilíndrica. Imperfeições da simetria cilíndrica levam a diferenças dos índices de modo associados aos componentes ortogonalmente polarizados do modo fundamental. Se o pulso de entrada excita ambos os componentes, estes se dispersam ao longo da fibra por causa de sua velocidade de grupo diferente. Este fenômeno é chamado de PMD (Polarization Mode Dispersion). 2 3 3 22 )/4()/2( ccS 1)(|| 2 SBL 16 Em fibras com birrefringência constante o largamento do pulso pode ser estimado a partir da diferença no intervalo de tempo ΔT em que os componentes polarizados se propagam. Para uma fibra de comprimento L, ΔT é dado por: em que os índices x e y identificam os dois modos ortogonalmente polarizados e Δβ1 é relacionado com a diferença de suas respectivas velocidades de grupo. A situação é um pouco diferente para fibras convencionais em que a birrefringência varia ao longo da fibra de uma forma aleatória. O tratamento analítico da PMD é bastante complexa, em geral, por causa de sua natureza estatística. Um modelo simples divide a fibra em um grande número de segmentos, mantendo constante o grau de birrefringência e a orientação dos eixos principais em cada seção, mas mudando aleatoriamente de uma seção para outra. Essa análise mostra que dois principais estados de polarização existem para qualquer fibra, de tal forma que quando um pulso é polarizado ao longo deles, o estado de polarização na saída da fibra é independente da frequência em primeira ordem, apesar das mudanças aleatórias na birrefringência da fibra. Um pulso óptico não polarizado ao longo desses dois estados principais se divide em duas partes que viajam em velocidades diferentes. O atraso diferencial ΔT de grupo é maior para os dois principais estados de polarização. O alargamento de pulso induzido pela PMD é caracterizado pelo valor (RMS) de ΔT, obtido após uma média das mudanças aleatórias da birrefringência. A variância σT 2 ≡ <(ΔT)2> acaba por ser o mesmo em todos os casos e é dada por: sendo lc o comprimento de correlação, que é o comprimento em que os componentes da polarização são correlacionados. )(|| 111 LL v L v L T yx gygx ]1/)/[exp()(2)( 221 2 cccT lzlzlz 17 Para uma fibra de comprimento L, σT, torna-se (em que Dp é o parâmetro de PMD): Limitações Induzidas pela Dispersão Em geral, o largamento do pulso também depende da largura e da forma dos pulsos de entrada. A análise dos modos mostra que cada componente de frequência do sinal se propaga na fibra monomodo como: em que é o vetor unitário de polarização, é a amplitude inicial, e β é a constante de propagação. F(x, y) é a distribuição do campo do modo fundamental da fibra. Diferentes componentes espectrais de um pulso óptico se propagam no interior da fibra de acordo a relação: A amplitude no domínio do tempo é obtida tomando a Transformada inversa de Fourier, que é dada por: A amplitude espectral inicial é apenas a Transformada de Fourier da amplitude de entrada B(0, t). Para pulsos com Δω << ω0, expande-se β(ω) em série de Taylor em torno de ω0, retendo os termos até terceira ordem: em que ω = Δω-ω0 e βm = |(d mβ / dωm)|ω = ω0 Há uma variação da amplitude A(z, t) da envoltória do pulso: Equação de Propagação A amplitude A(z, t) é dada por: em que é a transformada de Fourier de A(0, t). Calculando ∂A/∂z e observando que Δω é substituído por j(∂A/∂t) no domínio do tempo, a equação pode ser reescrita: LDLl pcT 2)( 1 )exp(),0( ~ ),(ˆ),( ~ zjByxF xrE ),0( ~ B )exp(),0( ~ ),( ~ zjBzB dtjzBtzB )exp(),( ~ 2 1 ),( ),0( ~ B 3322 10 )( 6 )( 2 )()()( c n )](exp[),(),( 00 tzjtzAtzB tiz j z j zjAdtzA )()( 6 )( 2 exp),0()( 2 1 ),( 33 2 21 ),0( ~ ),0( ~ BA 2 3 32 1 2 3 0 2 6 jA A A A z t t t 18 Esta equação rege a evolução de um pulso dentro de uma fibra monomodo. Introduzindo novas coordenadas t’ = t – β1z e z’ = z, o termo β1 pode ser eliminado da equação: Pulsos Gaussianos Gorjeados Pode-se considerar a propagação de Pulsos Gaussianos Gorjeados (“Chirped”) nas fibras ópticas, escolhendo o campo inicial como: Aqui, A0 é a amplitude de pico. O parâmetro T0 representa a metade da largura no ponto de intensidade 1/e. Ela está relacionada com a FWHM do pulso pela relação: O parâmetro C governa o gorjeio (chirp) de frequência no pulso. Um pulso é dito gorjeado se sua frequência portadora muda com o tempo. Gorjeio (Chirp) Sendo ϕ a fase de A(0,t), a mudança de frequência está relacionada para a derivada de fase e é dada por: O deslocamento de frequência δω é chamado de gorjeio (chirp). O espectro de um pulso gorjeado (dado pela Transformada de Fourier) é mais amplo do que o pulso não gorjeado. A metade da largura espectral (no ponto de intensidade 1/e) é dada por: Na ausência de gorjeio de frequência (C = 0), a largura espectral satisfaz a relação Δω0T0 = 1. A largura espectral é aumentada por um fator de (1 + C 2)1/2 na presença de gorjeio linear. A propagação do pulso pode ser resolvida no domínio da frequência: 2 3 32 2 3 0 ' 2 ' 6 ' jA A A z t t 2 0 0 2 1 exp),0( T tjC AtA 00 2/1 FWHM 665,1)2(ln2 TTT t T C t t 2 0 )( )1(2 exp 1 2 ),0( ~ 2 0 2 2/1 2 0 0 jC T jC T AtA 1 0 2/12 0 )1( TC djz j z j AtzA 33 2 2 62 exp),0( ~ 2 1 ),( 19 Caso o comprimento de onda esteja longe do comprimento de onda de dispersão zero, a contribuição do termo β3 é desprezível e a integração da equação pode ser feita analiticamente, com Q(z) = 1 + (C – j) β2z/T0 2: Esta equação mostra que um pulso gaussiano permanece Gaussiano na propagação, mas altera a sua largura, chirp, e amplitude com o fator Q(z). Mudanças na largura de pulso em z são quantificados por meio do fator de alargamento: Neste caso, T1 é a metade da largura definida similarmente a T0. A figura mostra o fator de alargamento T1/T0 em função da distância de propagação z/LD, em que LD = T0 2/|β2| é o comprimento de dispersão. A equação anterior pode ser generalizada para incluir os termos de alta ordem regidos por β3. Neste caso, o pulso não permanece Gaussiano na propagação, não podendo ser caracterizado por sua FWHM, mas sim por sua largura RMS σ. O fator de alargamento σ/σ0, em que σ0 é a largura RMS de entrada de um pulso Gaussiano (σ0 = T0/√2) é dado por: Na prática, a fonte óptica não é totalmente monocromática, levando o fator de alargamento a ser revisado para: )(2 )1( exp )( ),( 2 0 2 0 zQT tjC zQ A tzA 2/1 2 2 0 2 2 2 0 2 0 1 1 T z T zC T T 2 3 0 322 2 2 0 2 2 2 0 2 2 0 2 24 )1( 22 1 L C LLC 2 3 0 3222 2 2 0 22 2 2 0 2 2 0 2 24 )1( 2 )1( 2 1 L VC L V LC 20 A discussão anterior assume que a fonte óptica usada para produzir a os pulsos de entrada é tão monocromática que sua largura espectral satisfaz ΔωL << Δω0, o que não é sempre conseguido na prática. Aqui, Vω é definido como Vω = 2σωσ0 e o espectro da fonte é Gaussiano com RMS da largura espectral σω. Fontes de Luz com Grande Largura Espectral O parâmetroVω é definido como Vω = 2σωσ0 e o espectro da fonte é Gaussiano com RMS da largura espectral σω.Este caso corresponde a Vω >> 1. Operando longe de λZD, o termo β3 pode ser suprimido. Os efeitos do gorjeio são insignificantes para fontes com um grande largura espectral e definindo C = 0, obtém-se: em que σλ é a largura espectral RMS da fonte (em unidades de comprimento de onda). A largura do pulso de saída, com o parâmetro σD ≡ | D |Lσλ sendo uma medida do alargamento devido à dispersão é: Pode-se relacionar σ com a taxa de bits usando o critério de que o pulso alargado deve permanecer dentro do slot do bit TB = 1/B, em que B é a taxa de bits. Um critério comumente usado é σ ≤ TB/4; para pulsos Gaussianos pelo menos 95% da energia do pulso permanece dentro do slot do bit. A limitação da taxa de bits é dada por 4Bσ ≤ 1. No limite, σD >> σ0, σ ≈ σD = |D| Lσλ, e a condição torna-se: Para um sistema operando exatamente em λZD (β2 = 0), com C = 0 e Vω >> 1, a relação pode ser aproximada por: Fontes de Luz com Pequena Largura Espectral Relacionando β3 à inclinação da dispersão S, quando D ≡ |S|Lσλ 2/√2 e σD >> σ0, pode-se limitar a taxa de bits pela condição 4Bσ ≤ 1 por meio de: 22 0 2 2 2 0 2 )()( DLL 2/12202 D 41|| DBL 222 0 22 3 2 0 2 )( 2 1 )( 2 1 SLL 81|| 2 SBL 21 Este caso corresponde a Vω << 1 na equação que rege o alargamento do pulso. Como antes, considera-se β3 = 0 e definindo C = 0, a equação pode ser aproximada por: Uma comparação com o caso para grande largura espectral revela uma grande divergência entre os dois. O parâmetro σ pode ser minimizado pela escolha de um valor ótimo de σ0. O valor mínimo de σ ocorre então quando σ0 = σD = (|β2|L/2 ) 1/2 e é dado por σ = (|β2|L ) 1/2. A limitação da taxa de bits é obtida usando 4Bσ ≤ 1 e leva à condição: A principal diferença é que B cresce com L-1/2 ao invés de L-1. Para um sistema óptico operando perto de λZD, β2 ≈ 0 e usando Vω << 1 e C = 0, a largura de pulso é dada por: Similarmente, σ pode ser minimizado por meio da otimização da largura σ0do pulso de entrada. O valor mínimo de σ ocorre para σ0 = (|β3| L/4 ) 1/3 e é dada por: A limitação da taxa de bits é obtida com a condição 4Bσ ≤ 1: A figura compara a diminuição da taxa de bits com o aumento da distância L para σλ igual a 0, 1 e 5 nm, usando D = 16 ps/(km.nm). 22 0 2 02 2 0 2 )2/( DL 41|| 2 LB 22 0 22 03 2 0 2 2/)4/( DL 3/13 2/1 )4/|(|5,1 L 324,0)|(| 3/13 LB 22 Efeitos do Gorjeio O pulso de entrada em todos os casos anteriores foi assumido como um pulso Gaussiano não Gorjeado. Na prática, pulsos ópticos são frequentemente não-gaussianos e podem apresentar gorjeio. Um modelo super-gaussiano foi usado para estudar a limitação de taxa de bits imposta pela dispersão da fibra para um fluxo de bits formato NRZ. Neste modelo, a propagação do pulso é substituída pela equação: em que o parâmetro m controla a forma de pulso. Pulsos Gaussianos com Gorjeio correspondem a m = 1. Para valor de m grande o pulso se torna quase retangular. A limitação do produto BL pode ser obtida, exigindo-se que o valor RMS da largura de pulso não aumente acima de um valor tolerável. A figura mostra o produto BL como uma função do parâmetro C para pulsos de entrada Gaussianos (m = 1) e super-Gaussianos (m = 3). Largura de Banda da Fibra O conceito de largura de banda da fibra deriva da teoria geral de sistemas lineares invariantes no tempo. Se a fibra óptica pode ser tratada como um sistema linear, suas potências de entrada e de saída devem ser relacionadas por uma relação geral: m T tjC AtA 2 0 0 2 1 exp),0( ')'()'()( inout dttPtthtP 23 Para um pulso Pin(t) = δ(t), em que δ(t) é a função delta, e Pout(t) = h(t). Por esta razão, h(t) é chamada de resposta ao impulso do sistema linear e sua transformada de Fourier provê a chamada Função de Transferência, que é dada por: Em geral, |H(f)| decai com f crescente, indicando que os componentes de alta frequência do sinal de entrada são atenuados pela fibra. A fibra óptica funciona como um filtro passa-faixa. A frequência de corte f3dB corresponde à frequência f = f3dB em que |H (f)| é reduzida por um fator de 2 (ou de 3 dB): Para um espectro Gaussiano, H(f) é dada por: em que os parâmetros f1 e f2 são dados por: Para sistemas ópticos operando longe de λZD (f1 << f2), a função de transferência é aproximadamente Gaussiana. Assim, a largura de banda da fibra é dada por: Para sistemas ópticos operando em λZD, a função de transferência é obtida com a equação geral, definindo D = 0. Assim, encontra-se a seguinte expressão para a largura de banda da fibra: Perdas em Fibras Ópticas A dispersão na fibra limita o desempenho dos sistemas de comunicação óptica, alargando os pulsos ópticos à medida que se propagam no interior da fibra. As perdas nas fibras representam outro fator limitante, pois reduzem a potência do sinal no receptor. Como receptores ópticos precisam de uma quantidade mínima de energia para a recuperação o sinal com precisão, a distância de transmissão é limitada pela perda na fibra. Com o advento dos amplificadores ópticos na década de 1990, as distâncias de transmissão puderam ser superiores a vários milhares quilômetros por compensarem perdas acumuladas periodicamente. O uso de fibras de sílica para comunicações ópticas só se tornou prática quando as perdas foram reduzidas a um nível aceitável durante a década de 1970. Baixas perdas nas dtftjthfH )2exp()()( 2/1|)0(/)(| 3dB HfH )/1(2 )/( exp1)( 2 2 1 2/1 2 fjf ff f jf fH 1212 32 11 21 ])/||2(2[)2(e)||2()2( LDSLfLDLf 1 1 2/1 3dB )|(|188,0)2ln2( LDff 12 23dB )(606,015 SLff 24 fibras ainda são necessárias, uma vez que o espaçamento entre amplificadores é definido pelas perdas da fibra. Coeficiente de Atenuação As alterações na potência média óptica P na propagação de um fluxo no interior de uma fibra são regidas pela lei de Beer: em que α é o coeficiente de atenuação. Se Pin é a potência lançada na entrada de uma fibra óptica de comprimento L, a potência de saída Pout é dada por: Expressa-se α em unidades de dB/km, sendo referido como o parâmetro de atenuação ou perda na fibra óptica. Embora a perda seja representada pelo símbolo igual ao coeficiente de absorção, α na equação anterior inclui não só a absorção de material, mas também outras fontes de atenuação de energia Atenuação em Fibras Ópticas A atenuação nas fibras depende do comprimento de onda da luz transmitida. A fibra tem perda de apenas ~0,2 dB/km na região 1,55 μm. Este valor está próximo do limite fundamental de cerca de 0,16 km dB/km para fibras de sílica. As perdas são maiores para comprimentos de onda mais curtos e excedem 5 dB/km na região do visível, tornando-a inadequada para transmissão de longa distância. Vários fatorescontribuem para as perdas e os dois mais importantes são a absorção material e o espalhamento Rayleigh. A figura mostra a perda do espectro α(λ) de uma fibra monomodo feita em 1979 com 9,4 μm de diâmetro do núcleo, Δ = 1,9 x 10-3 e 1,1 μm de comprimento de onda de corte. PdzdP / )exp( LPP inout 343,4log 10 )dB/km( 10 in out P P L 25 Absorção Material A absorção material pode ser dividida em duas categorias: a absorção intrínseca, correspondente à absorção pela sílica fundida (material usado para fazer fibras); e a absorção extrínseca, que está relacionada às perdas causadas por impurezas dentro da sílica. Qualquer material absorve em certos comprimentos de onda correspondentes às ressonâncias eletrônicas e vibracionais associadas com moléculas específicas. Devido à natureza amorfa da sílica fundida, essas ressonâncias estão na forma de bandas de absorção cujas caudas se estendem até a região do visível. Para moléculas de sílica (SiO2) ressonâncias eletrônicas ocorrem na região do ultravioleta (λ < 0,4 μm), enquanto as ressonâncias vibracionais ocorrem na região do infravermelho (λ > 7 μm). Absorção Material Extrínseca A absorção extrínseca resulta da presença de impurezas (metais como Fe, Cu, Co, Ni, Mn, Cr) e absorvem fortemente na faixa de comprimento de onda de 0,6 a 1,6 μm. Seu valor deve ser reduzido para menos de 1 parte por bilhão para se obter uma perda abaixo de 1 dB/km. A principal fonte de absorção extrínseca nas fibras de sílica é a presença de vapores de água. A ressonância vibracional do íon OH ocorre perto 2,73 μm e seus tons harmônicos e a combinação com sílica produzem absorção nos comprimentos de onda de 1,39; 1,24 e 0,95. Os três picos espectrais visto na figura ocorrem perto destes comprimentos de onda e são devidos à presença de vapor de água residual em sílica. 26 A figura mostra os perfis de dispersão e de perdas de fibras modernas, conhecidas como fibras secas. Essas fibras podem ser usadas para transmitir sinais WDM na faixa de comprimentos de onda de 1,3 a 1,65 μm. Espalhamento Rayleigh O Espalhamento Rayleigh é um mecanismo de perda fundamental decorrente de flutuações microscópicas locais na densidade. Flutuações de densidade levam a flutuações aleatórias no índice de refração em uma escala menor do que o comprimento de onda λ. O espalhamento de luz em tal meio é conhecido como espalhamento Rayleigh. A seção transversal de espalhamen-to varia em λ-4. A perda intrínseca das fibras de sílica a partir de espalhamen-to Rayleigh pode ser escrita como , sendo C da ordem de 0,7 a 0,9 (dB/km).μm4. As moléculas se movem aleatoriamente na sílica no estado fundido e congelam em determinado lugar durante a fabricação da fibra. A contribuição de espalhamento Rayleigh pode ser reduzida para menos de 0,01 dB/km para comprimentos de onda maiores do que 3 μm, mas fibras de sílica não podem ser usadas nesta região de comprimento de onda, dado que a absorção do infravermelho começa a dominar a perda de fibra além de 1,6 μm. Imperfeições no Guia de Onda Uma fibra monomodo ideal, com geometria perfeitamente cilíndrica, guia o modo óptico sem perda de energia para a casca da fibra. Na prática, as imperfeições na interface núcleo- casca (por exemplo, variações aleatórias no raio do núcleo) podem levar a perdas adicionais 4/ CR 27 que contribuem para a perda na fibra. O processo físico por trás dessas perdas é chamado espalhamento Mie, vindo da falta de homogeneidade do índice em uma escala maior do que o comprimento de onda. Tais variações podem ser mantidas abaixo de 1%, e a perda de espalhamento resultante fica abaixo de 0,03 dB/km. Um cuidado é geralmente tomado para garantir que o raio do núcleo não varie significativamente ao longo do comprimento da fibra durante a fabricação. As curvaturas na fibra são outra fonte de perdas por espalhamento e a razão pode ser entendida usando a imagem de raios. Um raio atinge a interface núcleo-casca com um ângulo maior que o ângulo crítico para prover reflexão interna total. No entanto, o ângulo diminui perto de uma curva e pode tornar-se menor do que o ângulo crítico para curvas apertadas. O raio, então, escapa da fibra. Uma das principais fontes de perda nas fibras, particularmente em forma de cabo, está relacionado com a distorção axial aleatória que, invariavelmente, ocorrem durante o cabeamento, quando a fibra é pressionada contra uma superfície que não é perfeitamente lisa. Tais perdas são referidos como perdas microbending. Efeitos Não Lineares A resposta de qualquer dielétrico à luz torna-se não-linear com campos eletromagnéticos intensos e as fibras ópticas não são exceção. Mesmo não sendo a sílica um material altamente não-linear, a geometria de guia de onda que confina a luz em uma pequena seção transversal faz com que esses efeitos sejam muito importantes no projeto de sistemas de comunicação. O espalhamento Rayleigh é um exemplo de espalhamento elástico para o qual a frequência da luz dispersa (ou a energia do fóton) permanece inalterada. Por outro lado, a frequência da luz espalhada é deslocada para baixo durante espalhamentos inelásticos. Dois exemplos de espalhamento inelástico são o Espalhamento Raman e Espalhamento Brillouin. Ambos podem ser entendidos como espalhamento de um fóton para um fóton de menor energia de tal forma que a diferença de energia aparece na forma de um fônon. As principais diferenças entre os dois é que fônons ópticos participam do espalhamento Raman, enquanto fônons acústicos participam do espalhamento Brillouin. Ambos os processos de espalhamento resultam em uma perda de potência na frequência incidente. Em níveis de alta potência, os fenômenos não-lineares de Espalhamento Raman Estimulado (SRS) e Espalhamento Brillouin Estimulado (SBS) se tornam importantes. No entanto, a sua seção transversal de dispersão são suficientemente pequenas para que a perda seja insignificante em níveis de baixa potência. 28 Espalhamento Brillouin Estimulado O processo físico por trás do espalhamento de Brillouin é a tendência dos materiais se comprimirem na presença de um campo elétrico. Para um campo elétrico oscilante na frequência de bombeio Ωp, este processo gera uma onda acústica em alguma frequência Ω. O SBS pode ser visto como o espalhamento da onda de bombeio a partir desta onda acústica, resultando na criação de uma nova onda na frequência Ωs. O processo de dispersão deve conservar a energia e o momento. Usando a relação de dispersão |kA| = Ω/vA, em que vA é a velocidade acústica, a frequência acústica é determinada como: . Aqui, θ representa o ângulo entre a onda espalhada e a de bombeio. A conservação de energia exige que o deslocamento Ω seja igual a ωp-ωs. A conservação do momento exige que os vetores de onda satisfaçam kA = kp – ks. Em fibras monomodo, a luz pode viajar somente para frente e para trás. Como resultado, SBS ocorre na direção para trás (θ = π) com uma frequência de desvio ΩB = 2vA |kp|. Usando kp = 2π /λp, com λp sendo o comprimento de onda de bombeio, o deslocamento de Brillouin é dado por em que é o índice modal. Uma vez que a onda espalhada é gerada espontaneamente, ela bate com a frequência de bombeio e cria uma componente na frequência de batimento ωp – ωs, que é automaticamente igual à frequência acústica Ω. Usando vA = 5,96 km/s e n = 1,45 como valores típicos para fibras de sílica, vB = 11,1 GHz em λp = 1,55 μm. A equação anterior mostra que vB cresce inversamente com o comprimento de onda de bombeio. O comprometimento do sistema se inicia quando a amplitude da onda espalhada é comparável à potência do sinal. Para fibras típicas, o limiar de potência para esse processo é de cerca de 10 mWpara trechos com uma única fibra. Em uma cadeia longa de fibra usando amplificadores ópticos, normalmente existem isoladores ópticos para evitar a entrada de sinais no amplificador. O termo de batimento age aumentando a amplitude da onda acústica, que por sua vez aumenta a amplitude da onda espalhada em um ciclo de retroalimentação positiva. )2/(sen||2|| pAAA kvvk pABB vn /22/ n 29 O SBS pode transferir toda a potência da onda de bombeio para a onda dispersa. O processo é regido pelo conjunto de equações acopladas: em que Ip e Is são as intensidades dos campos de bombeio e de Stokes, gB é o ganho SBS, e αp e αs são as perdas na fibra. O ganho SBS gB é dependente da frequência por causa do tempo de amortecimento TB das ondas acústicas (a vida de fônons acústicos). Se as ondas acústicas decaem como exp(– t/TB), o ganho Brillouin tem um perfil espectral Lorentziano dado por: O valor de pico do ganho Brillouin ocorre para Ω = ΩB e depende de diversos parâmetros de materiais, tais como a densidade e o coeficiente elasto-óptico. Para fibras de sílica gB ≈ 5 ×10 -11 m/W. O limiar de potência Pth = IpAeff, em que Aeff é a área efetiva, satisfaz: Aqui, α representa a perda nas fibras e Leff é o comprimento de interação efetiva definido como: De sistemas ópticos de comunicação Leff pode ser aproximado por 1/α, já que na prática αL >> 1. Usando Aeff = πw 2, em que w é o spot size, Pth pode ser tão baixo quanto 1 mW dependendo dos valores de w e α. Espalhamento Raman O Espalhamento Raman Espontâneo (SRS) ocorre em fibras ópticas quando uma onda de bombeio está dispersa pelas moléculas de sílica. O processo pode ser entendido usando o diagrama de energia de nível mostrado na figura. Fótons de bombeio desistem de suas energias para criar outros fótons de energias reduzidas em uma frequência menor. ssspB s ppspB p IIIg dz dI IIIg dz dI 22)(1 )( )( BB BB B T g g 21/ effeffth ALPgB /)]exp(1[eff LL 30 A energia restante é absorvida pelas moléculas de sílica, que acabam em um estado vibracional excitado. Uma diferença importante do Espalhamento Brillouin é que os níveis de energia vibracional da sílica ditam o valor do deslocamento Raman ΩR = ωp – ωs. Como não há uma onda acústica envolvida, o Espalhamento Raman Espontâneo é um processo isotrópico e ocorre em todas as direções. O processo de espalhamento Raman torna-se estimulado se a potência de bombeio excede um valor de limiar. O SRS pode ocorrer nas direções para frente e para trás. O batimento do bombeio com a luz espalhada nessas duas direções cria uma componente de frequência na frequência de ωp – ωs, atuando como uma fonte de oscilações moleculares. A amplitude da onda espalhada aumenta em resposta a estas oscilações e uma retroalimentação positiva se estabelece. Com gR sendo o ganho SRS, esse processo é regido pelas equações acopladas: No SRS para trás, um sinal de menos é adicionado na frente da derivada de Is, e este conjunto de equações torna-se idêntico ao do caso SBS. O ganho espectral Raman depende do tempo de decaimento associado ao estado vibracional excitado. No caso de um gás molecular ou líquido, o tempo de decaimento é relativamente longo (~ 1 ns), resultando em uma largura de banda de ganho Raman de ~1 GHz. Para fibras ópticas, a largura de banda excede 10 THz e a figura mostra o ganho espectral Raman. ssspR s ppspR p IIIg dz dI IIIg dz dI 31 Similarmente ao caso da SBS, a potência limiar Pth é definida como a potência incidente em que metade da potência de bombeio é transferida para o campo de Stokes na saída de uma fibra de comprimento L. Estima-se a partir de: em que gR é o valor de pico do ganho Raman. Como antes, Leff pode ser aproximada por 1/α. Se forem usados πw2 = 50 μm2 e α = 0,2 dB/km como os valores representativos, Pth é de cerca de 570 mW perto 1,55 μm. Tanto SBS como SRS podem ser usados vantajosamente em sistemas ópticos de comunicação, já que podem amplificar um sinal transferindo potência de um comprimento de onda a outro. SRS é melhor por causa da maior largura de banda. Modulação de Fase Não-Linear O índice de refração da sílica foi tomado como independente da potência na discussão sobre modos da fibra óptica. Na realidade, todos os materiais se comportam de forma não linear em intensidades elevadas de campo e seus índices de refração aumentam com essa intensidade. Isso porque a resposta dos elétrons é não harmônica para campos ópticos, levando a uma susceptibilidade não-linear. Para incluir a refração não linear, os índices do núcleo e da casca de uma fibra de sílica devem ser escritos como: em que é o índice não-linear, P é a potência óptica, e Aeff é a área efetiva. Devido ao valor relativamente pequeno de n, a parte não-linear do índice de refração é muito pequena (menor que 10-12 em um nível de potência de 1 mW), afetando entretanto os modernos sistemas de comunicação, com os fenômenos de automodulação e modulação 16/ effeffth ALPgR .2,1),/( eff2 ' jAPnnn jj 2n 32 cruzada de fase. Automodulação de Fase (SPM) Se for usada a teoria das perturbações de primeira ordem para estudar a dependência do termo não linear, conclue-se que o modo de vibração não muda, mas a constante de propagação torna-se dependente da potência. Assim: em que é um importante parâmetro não-linear com valores variando de 1 a 5W-1/km. Observando que a fase óptica aumenta linearmente com z, o termo γ produz uma mudança de fase não-linear dada por: em que P(z) = Pin exp(– αz) é responsável por perdas na fibra. Na equação anterior, Pin é constante. Na prática, a dependência do tempo de Pin faz ϕNL variar com o tempo. Na verdade, a fase óptica muda com o tempo exatamente da mesma maneira como o sinal óptico. Uma vez que esta modulação de fase não-linear é autoinduzida, o fenômeno não-linear responsável por isso é chamado de automodulação de fase (SPM). A SPM leva ao gorjeio de frequência dos pulsos ópticos. Em contraste com o gorjeio linear considerado anteriormente, o gorjeio de frequência é proporcional à derivada dPin/dt e depende da forma do pulso. A figura mostra como o gorjeio varia com o tempo para pulsos Gaussianos (m = 1) e super-Gaussianos (m = 3). PAPnk eff20 /' )/(2 eff2 An effin 00 NL )()'( LPdzzPdz LL 33 Se as perdas na fibra são compensadas periodicamente usando amplificadores ópticos, ϕNL é multiplicada pelo número de amplificadores NA porque a fase induzida pela SPM se acumula ao longo de vários amplificadores. Para reduzir o impacto da SPM nos sistemas ópticos de comunicação é necessário que ϕNL << 1. Com ϕNL = 0,1 como o valor máximo tolerável e substituindo Leff por 1/α para as fibras longas, esta condição pode ser escrita como um limite para a potência de pico de entrada: Claramente, SPM pode ser um importante fator limitante para sistemas ópticos de comunicação de longa distância. Modulação Cruzada de Fase (XPM) A dependência da intensidade do índice de refração também pode levar a outro fenômeno não-linear conhecido como modulação cruzada de fase (XPM). A XPM ocorre quando dois ou mais canais são transmitidos ao mesmo tempo em uma fibra óptica usando WDM. Nesses sistemas, o deslocamento de fase não-linear para um canal específico depende não só da potência desse canal, mas também da potência de outros canais. O deslocamento de fase do canal j torna-se: em que a soma se estende sobre o número de canais. O fator de 2 na equação tem sua origem na forma da suscetibilidade não linear e indica que a XPM é duas vezes mais eficaz que a SPM para a mesma quantidade de potência. O deslocamento de fase total depende da potência em todos os canais,variando bit a bit, e depende do padrão de bits dos canais vizinhos. Se forem assumidas potências iguais dos M canais, a mudança de fase na pior das hipóteses (em que todos os canais simultaneamente carregam bits 1 e todos os pulsos se sobrepõem) é dada por: Na prática, os pulsos em diferentes canais viajam em velocidades diferentes e o deslocamento de fase induzido pela XPM só ocorre com dois pulsos se sobrepondo no tempo. É difícil estimar o impacto da XPM sobre o desempenho de sistemas ópticos multicanais. A razão é que a discussão anterior assumiu implicitamente que a XPM atua isoladamente, sem efeitos dispersivos, e é válida somente para feixes ópticos de onda contínua. Para canais que são separados por uma grande largura de faixa eles se sobrepõem por um tempo tão curto que os efeitos da XPM são praticamente insignificantes. Por outro lado, pulsos em canais vizinhos irão se sobrepor o tempo suficiente para efeitos XPM se acumularem. )/(1,0 Ain NP jm mjj PPL 2eff NL jj PM )12)(/( NL 34 Esses argumentos mostram que a equação não pode ser usada para estimar a potência de entrada limitante. Outro método para estudar a SPM e a XPM usa uma nova equação escrita para incluir o SPM e XPM. A equação resultante é a equação não-linear de Schrödinger: em que se despreza a dispersão de terceira ordem e acrescenta-se o termo α contendo as perdas nas fibras. Esta equação é muito útil para a concepção de sistemas ópticos de comunicação. Mistura de Quatro Ondas (FWM) A dependência da potência do índice de refração tem sua origem na susceptibilidade não-linear de terceira ordem χ(3). O fenômeno não-linear, conhecido como mistura de quatro ondas (FWM), também é originário de χ(3). Se três campos ópticos com frequências ω1, ω2 e ω3 se copropagam no interior da fibra ao mesmo tempo, χ(3) gera um quarto campo cuja frequência ω4 está relacionado com as outras frequências por um relação ω4 = ω1 ± ω2 ± ω3. Diversas frequências correspondentes aos sinais positivos e negativos são possíveis. As combinações de frequência da forma ω4 = ω1 + ω2 – ω3 são problemáticas para sistemas de comunicação multicanais. Na prática, a maioria dessas combinações não são percebidas por causa de uma exigência de correspondência de fase. Em um nível fundamental, o processo FWM pode ser visto como um processo de espalhamento, no qual dois fótons de energias hω1 e hω2 são destruídos, e suas energias aparecem na forma de dois novos fótons de energias hω3 e hω4. Uma vez que todas as quatro ondas se propagam na mesma direção, o descasamento de fase pode ser escrito como: em que β(ω) é a constante de propagação de um campo óptico com frequência ω. No caso degenerado, ω2 = ω1, ω3 = ω1 + Ω, e ω3 = ω1 – Ω, em que Ω representa o espaçamento entre canais. A condição de correspondência de fase decorre da exigência de conservação do momento. Fazendo as manipulações algébricas pertinentes, obtém-se simplesmente Δ = β2Ω 2. O processo de FWM é casado em fase quando β2 = 0. Com β2 pequeno (< 1 ps 2/km) e o espaçamento do canal também pequeno (Ω <100 GHz), o FWM pode transferir potência de cada canal para seus vizinhos mais próximos. Essa transferência de potência não só resulta em perda de potência para o canal, mas AAjA t Aj z A 2 2 2 2 || 22 )()()()( 2143 35 também induz diafonia (crosstalk) intercanal que degrada o desempenho do sistema. Sistemas WDM evitam FWM usando gerenciamento de dispersão, no qual a GVD é mantida localmente alta em cada seção da fibra, embora seja baixa na média. O fenômeno FWM também pode ser útil na concepção de sistemas ópticos de comunicação. Ela é frequentemente usada para demultiplexação de canais individuais quando TDM é usado no domínio óptico.
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