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ESTI010 - Comunicações Ópticas Atenuação e Dispersão Linear Universidade Federal do ABC – UFABC Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas – CECS Prof. Dr. Anderson Leonardo Sanches anderson.sanches@ufabc.edu.br 2020 Santo André - SP 1 Agenda Atenuação e Dispersão ✓ Atenuação Unidades de atenuação; Absorção; Perdas por dispersão; Perdas por curvaturas; Perdas no núcleo e na casca. ✓ Dispersão Linear Atraso Modal; Fatores contribuintes à dispersão; Atraso de grupo; Dispersão Material; Dispersão de Guia de Onda; Dispersão modal de polarização. 2020 Santo André - SP 2 Agenda Atenuação e Dispersão ✓ Atenuação Unidades de atenuação; Absorção; Perdas por dispersão; Perdas por curvaturas; Perdas no núcleo e na casca. ✓ Dispersão Linear Atraso Modal; Fatores contribuintes à dispersão; Atraso de grupo; Dispersão Material; Dispersão de Guia de Onda; Dispersão modal de polarização. 2020 Santo André - SP 3 Atenuação e Dispersão A atenuação de determina amplamente a separação máxima sem amplificação ou repetição entre um transmissor e um receptor.; Uma vez que os amplificadores e os repetidores são caros de fabricar, instalar e manter, o grau de atenuação de uma fibra tem uma grande influência no custo do sistema; De igual importância é a distorção do sinal; Os mecanismos de distorção em uma fibra causam um alargamento dos pulsos de sinais ópticos enquanto trafegam ao longo de uma fibra; Se esses pulsos viajarem suficientemente para longe, irão sobrepor-se ao final com pulsos adjacentes, criando assim erros na saída do receptor; Os mecanismos de distorção de sinal, portanto, limitam a capacidade de transporte de informação de uma fibra; 2020 Santo André - SP 4 Atenuação A atenuação de um sinal luminoso que se propaga ao longo de uma fibra é uma consideração importante no projeto de um sistema de comunicações ópticas; O grau de atenuação desempenha um papel fundamental na determinação da distância de transmissão máxima entre um transmissor e receptor ou amplificador de linha; Os mecanismos básicos de uma atenuação da fibra são a absorção, a dispersão e as perdas radiativas por absorção de energia óptica; A absorção óptica está relacionada com o material de fibra, enquanto a dispersão é associada tanto com o material de fibra como com as imperfeições estruturais do guia de ondas óptico; A atenuação devida a efeitos radiativos origina-se das perturbações (tanto microscópica como macroscópica) da geometria da fibra; 2020 Santo André - SP 5 Atenuação ✓ Unidades de atenuação Como a luz viaja ao longo de uma fibra, a sua potência diminui exponencialmente com a distância; Se 𝑃(0) é a potência óptica em uma fibra na origem (em 𝑧 = 0), então a potência 𝑃(𝑧) em uma distância z mais distante é onde é o coeficiente de atenuação da fibra dado em unidades de, por exemplo, km−1. 2020 Santo André - SP 6 𝑃 𝑧 = 𝑃 0 𝑒−𝛼𝑝𝑧 (1) 𝛼𝑝 = 1 𝑧 ln 𝑃 0 𝑃 𝑧 (2) Atenuação Para simplificar o cálculo da atenuação do sinal óptico na fibra, o procedimento comum é expressar o coeficiente de atenuação em unidades de decibéis por quilômetro, denotada por dB/km; Chamando esse parâmetro de 𝛼, temos Esse parâmetro é geralmente denominado perda da fibra ou atenuação da fibra; Ele depende de diversas variáveis, como será mostrado nas seguintes seções, e é função do comprimento de onda. 2020 Santo André - SP 7 𝛼 Τ𝑑𝐵 𝑘𝑚 = 10 𝑧 log 𝑃 0 𝑃 𝑧 = 4.343𝛼𝑝 km −1 (3) Atenuação ✓ Absorção A absorção é causada por três mecanismos diferentes: 1. Absorção por defeitos atômicos na composição de vidro; 2. Absorção extrínseca por átomos de impureza no material de vidro; 3. Absorção intrínseca pelos átomos-base constituintes do material da fibra. Os defeitos atômicos são imperfeições na estrutura atômica do material da fibra; Exemplos de tais defeitos incluem ausência de moléculas, agrupamentos de alta densidade de grupos atômicos ou defeitos de oxigênio na estrutura do vidro; Normalmente, as perdas por absorção resultantes desses defeitos atômicos são desprezíveis em comparação com os efeitos de absorção intrínseca e de impurezas. 2020 Santo André - SP 8 Atenuação No entanto, as perdas por defeitos atomicos podem ser significativas se a fibra for exposta à radiação ionizante, como pode ocorrer em ambientes como um reator nuclear, terapias médicas de radiação, missões espaciais que passam através do cinturão de Van Allen ou instrumentação em aceleradores; A radiação danifica um material devido à alteração de sua estrutura interna; A resposta básica de uma fibra à radiação ionizante é o aumento da atenuação devido à criação de defeitos atômicos ou centros de atenuação, que absorvem a energia óptica; Quanto maior o nível de radiação, maior a atenuação, como ilustra a Figura 1a. No entanto, os centros de atenuação irão relaxar ou se reacomodarão com o tempo, como mostra a Figura 1b; O nível dos efeitos da radiação depende dos materiais dopantes utilizados na fibra; As fibras de sílica pura ou fibras com baixa dopagem de Ge sem outros dopantes possuem os mais baixos índices de perdas induzidas por radiação. 2020 Santo André - SP 9 Atenuação Figura 1. Curva geral dos efeitos da radiação ionizante sobre a atenuação da fibra óptica. (a) Aumento da perda durante uma irradiação constante para uma dose total de 104 rad (SiO2). (b) Recuperação subsequente em função do tempo após a irradiação ter parado. 2020 Santo André - SP 10 Atenuação O fator dominante na absorção em fibras de sílica é a presença de quantidades diminutas de impurezas no material da fibra; Essas impurezas incluem OH− (água), que são os íons dissolvidos no vidro, e os íons de metais de transição, como ferro, cobre, cromo e vanádio; A presença de impurezas de íons OH em um pré-molde de fibra resulta, principalmente, da chama do maçarico de oxi-hidrogênio utilizado na reação de hidrólise dos materiais de partida SiCl4, GeCl4 e POCl3; Concentrações de impurezas de água inferiores a poucas partes por bilhão (ppb) são necessárias se a atenuação deve ser inferior a 20 dB/km; Os altos níveis de íons OH nas primeiras fibras resultou em intensos picos de absorção em 725, 950, 1.240 e 1.380 nm; Os picos e vales das curvas de atenuação resultaram na designação das diferentes janelas de transmissão mostradas na Figura 2. 2020 Santo André - SP 11 Atenuação 2020 Santo André - SP 12 Figura 2. A atenuação da fibra óptica em função do comprimento de onda Atenuação Por meio da redução do teor residual de OH presente nas fibras para abaixo de 1 ppb, fibras monomodo padrão estão disponíveis comercialmente com atenuações nominais de 0,4 dB/km a 1.310 nm (na banda O) e menos de 0,25 dB/km a 1.550 nm (na banda C); A posterior eliminação dos íons de água diminuiu o pico de absorção em torno 1.440 nm e, consequentemente, abriu a banda E para a transmissão de dados, tal como indicado pela linha tracejada na Figura 2; As fibras ópticas que podem ser utilizadas na banda E são conhecidas por nomes como fibras de pouca água ou de espectro cheio. 2020 Santo André - SP 13 Atenuação A absorção intrínseca, por sua vez, está associada com o material-base da fibra (por exemplo, SiO2 puro) e é o principal fator físico que define a janela de transparência ao longo de uma região espectral especificada. A absorção intrínseca resulta das bandas de absorção eletrônica na região ultravioleta e das bandas de vibração atômicas na região do infravermelho próximo; As bandas de absorção eletrônica estão associadas com o bandgap dos materiais de vidro amorfo; A absorção ocorre quando um fóton interage com um elétron na banda de valência e o excita para um nível de energia mais elevado; A magnitude e o decaimento exponencial característico da absorçãoultravioleta são ilustrados na Figura 3 2020 Santo André - SP 14 Figura 3. A atenuação da fibra óptica em função do comprimento de onda Atenuação 2020 Santo André - SP 15 Atenuação A absorção ultravioleta decai exponencialmente com o aumento do comprimento; Em particular, a contribuição da perda por ultravioleta em 𝑑𝐵/𝑘𝑚, em qualquer comprimento de onda (dada em 𝜇𝑚), pode ser expressa empiricamente (derivada da observação ou experimento) como uma função da fração molar 𝑥 de GeO2: Observamos na Figura 3 que a perda no ultravioleta é pequena quando comparada com a perda por dispersão na região próxima do infravermelho. 2020 Santo André - SP 16 𝛼UV = 154,2𝑥 46,6𝑥 + 60 × 10−2exp 4,63 𝜆 (4) Atenuação Na região do infravermelho próximo, acima de 1,2 μm, a perda do guia de ondas óptico é predominantemente determinada pela presença de íons OH e pela absorção no infravermelho inerente ao material constituinte; Essa absorção inerente é associada com a frequência de vibração característica da ligação química entre os átomos que compõem a fibra; Uma interação entre a ligação vibrante e o campo eletromagnético do sinal óptico resulta em uma transferência de energia do campo para a ligação, originando a absorção; Essa absorção é muito forte por causa das muitas ligações químicas presentes na fibra; Uma expressão empírica para a absorção no infravermelho, em dB/km, para vidro de GeO2- SiO2 com λ dado em μm é 2020 Santo André - SP 17 𝛼IR = 7,81 × 10 11exp −48,48 𝜆 (5) Atenuação Esses mecanismos levam a uma característica de perda espectral em forma de cunha; Dentro dessa cunha, perdas tão baixas como 0,148 dB/km em 1,57 μm foram medidas em fibra monomodo. Na Figura 4, observamos uma comparação da absorção no infravermelho induzida por vários materiais dopantes em fibras com baixo teor de água; Esses dados indicam que, para o funcionamento em comprimentos de onda mais longos, é mais desejável fibras dopadas com 𝐆𝐞𝐎𝟐; Note que a curva de absorção mostrada na Figura 3 é para uma fibra dopada com GeO2. 2020 Santo André - SP 18 Figura 4. Comparação da absorção no infravermelho induzida por vários materiais dopantes em fibras de baixa perda de sílica Atenuação 2020 Santo André - SP 19 Atenuação ✓ Perdas por dispersão As perdas por dispersão no vidro resultam das variações microscópicas na densidade do material, de flutuações de composição e da não homogeneidade estrutural ou defeitos que ocorrem durante a fabricação das fibras; O vidro é composto por uma rede de moléculas ligadas de forma aleatória; Tal estrutura naturalmente contém regiões em que a densidade molecular é maior ou menor do que a densidade média do vidro; Além disso, uma vez que o vidro é composto de vários óxidos, tais como SiO2, GeO2 e P2O5, flutuações de composição podem ocorrer; Esses dois efeitos dão origem a variações de índice de refração dentro do vidro em distâncias pequenas em comparação ao comprimento de onda da luz. 2020 Santo André - SP 20 Atenuação Essas variações causam uma dispersão de luz do tipo Rayleigh; Para um vidro formado por um único elemento, a perda por dispersão em um comprimento de onda λ (dado em μm) resultante das flutuações de densidade pode ser aproximada por onde, 𝑛 é o índice de refração; 𝑘𝐵 , a constante de Boltzmann; 𝛽𝑇 , a compressibilidade isotérmica do material e 𝑇𝑓 é a temperatura na qual as flutuações de densidade são congeladas no vidro quando este se solidifica (após ser puxado em uma fibra); As não homogeneidades estruturais e os defeitos criados durante a fabricação das fibras também podem causar dispersão da luz para fora da fibra; Esses defeitos podem ser na forma de bolhas de gás presas, materiais de partida que não reagiram e regiões cristalizadas do vidro; 2020 Santo André - SP 21 𝛼disp = 8𝜋3 3𝜆4 𝑛2 − 1 2𝑘𝐵𝑇𝑓𝛽𝑇 (6) Atenuação Em geral, os métodos de fabricação dos pré-moldes têm minimizado esses efeitos extrínsecos ao ponto de que o espalhamento a partir deles é insignificante em comparação com a dispersão de Rayleigh intrínseca; Para comprimentos de onda abaixo de aproximadamente 1 μm, ela é o mecanismo de perda dominante em uma fibra e dá aos gráficos atenuação versus comprimento de onda sua característica queda com o aumento do comprimento de onda; Em comprimentos de onda maiores que 1 μm, os efeitos de absorção no infravermelho tendem a dominar a atenuação do sinal óptico; Combinando as perdas no infravermelho, ultravioleta e de dispersão ou espelhamento, obtemos os resultados mostrados na Figura 4 para fibras multimodo e Figura5 para fibras monomodo; Ambas as figuras são para as fibras típicas de sílica de categoria comercial. 2020 Santo André - SP 22 Figura 4. Faixa espectral típica de atenuação para a produção de fibras multimodo de índice-gradual. Atenuação 2020 Santo André - SP 23 Figura 5. Faixa espectral típica de atenuação para a produção fibras monomodo. Atenuação As perdas das fibras multimodo são geralmente mais elevadas do que as de fibras monomodo; Esse é um resultado das maiores concentrações de dopantes e do acompanhamento da maior perda por dispersão causada pela variação da composição em fibras multimodo; Além disso, as fibras multimodo estão sujeitas a perdas dos modos de ordem mais elevada decorrentes das perturbações na interface núcleo-casca. 2020 Santo André - SP 24 Atenuação ✓ Perdas por curvaturas Perdas por radiação ocorrem sempre que uma fibra óptica passa por uma curva de raio de curvatura finito; As fibras podem ser sujeitas a dois tipos de curvaturas: (a) dobras macroscópicas, que têm raios grandes em comparação com o diâmetro da fibra, tais como as que ocorrem quando um cabo de fibra contorna um canto, e (b) curvas microscópicas aleatórias no eixo das fibras, que podem surgir quando as fibras são incorporadas em cabos; Vamos primeiro examinar as perdas de radiação por curvatura grande, que são conhecidas como perdas por macrocurvaturas ou simplesmente perdas por curvaturas; Para curvas leves, a perda é extremamente pequena e essencialmente não é observável; 2020 Santo André - SP 25 Atenuação À medida que o raio de curvatura diminui, a perda aumenta exponencialmente até que, em um determinado raio crítico de curvatura, torna-se perceptível; Se o raio de curvatura for um pouco menor, uma vez que esse ponto limiar for atingido, a perda se tornará, de repente, extremamente grande; Qualitativamente, esses efeitos de perda na curvatura podem ser explicados pela análise das distribuições modais de campo elétrico exibida na Figura 6; Recordemos que essa figura mostra que qualquer modo confinado no núcleo possui uma cauda de campo evanescente na casca que decai exponencialmente em função da distância ao centro do núcleo; Uma vez que essa cauda se move junto com o campo no núcleo, uma parte da energia de um modo de propagação viaja pela casca da fibra 2020 Santo André - SP 26 Figura 6. Esboço do campo modal fundamental em um guia de ondas óptico curv Atenuação 2020 Santo André - SP 27 Atenuação Quando a fibra é dobrada, a cauda de campo no lado mais distante do centro de curvatura deve se mover mais rapidamente para acompanhar o campo no núcleo, como é mostrado na Figura 6 para o modo de ordem mais baixa; A certa distância crítica 𝑥𝑐 do centro da fibra, essa cauda teria que se mover mais rapidamente do que a velocidade da luz para manter-se com o campo do núcleo; Uma vez que isso não é possível, a energia óptica na cauda campo além de 𝑥𝑐 irradia; A quantidade de radiação óptica a partir de uma fibra dobrada depende da intensidade do campo em 𝑥𝑐 e sobre o raio de curvatura 𝑅; Uma vez que os modos de ordens maiores são ligados fracamente ao núcleo da fibra do que os modos de ordem menor, os de ordem maior irão irradiar primeiro parafora da fibra; Assim, o número total de modos que podem ser suportados por uma fibra encurvada é menor do que em uma fibra reta. 2020 Santo André - SP 28 Atenuação A expressão seguinte foi derivada para o número efetivo de modos 𝑴𝒆𝒇 que são guiados por uma fibra multimodo curvo de um raio a: onde α define o perfil de índice-gradual, Δ é a diferença dos índices de núcleo-casca, 𝑛2 é o índice de refração da casca, 𝑘 = 2𝜋/𝜆 é a constante de propagação da onda, e é o número total de modos em uma fibra em linha reta 2020 Santo André - SP 29 𝑀ef = 𝑀∞ 1 − 𝛼 + 2 2𝛼Δ 2𝑎 𝑅 + 3 2𝑛2𝑘𝑅 Τ2 3 (7) 𝑀∞ = 𝛼 𝛼 + 2 𝑛1𝑘𝑎 2Δ (8) Atenuação Outra forma de perda de radiação em guias de onda resulta do acoplamento dos modos provocados pelas microcurvaturas aleatórias das fibras ópticas; Microcurvaturas são flutuações repetitivas de pequena escala no raio de curvatura do eixo da fibra, tal como é ilustrado na Figura 3.8; Elas são causadas pela não uniformidade na fabricação da fibra ou por pressões laterais criadas não uniformes durante o cabeamento da fibra; O último efeito é muitas vezes chamado de perda por cabeamento ou no empacotamento; Um aumento da atenuação resulta das microcurvaturas porque a curvatura da fibra provoca acoplamento repetitivo de energia entre os modos guiados e os modos vazados ou não guiados. 2020 Santo André - SP 30 Figura 7. As flutuações de pequena escala no raio de curvatura no eixo da fibra levam a perdas por microcurvaturas. As microcurvaturas podem espalhar os modos de ordem superior e causar acoplamento entre os modos de baixa ordem e de ordem superior. Atenuação 2020 Santo André - SP 31 Atenuação ✓ Perdas no núcleo e na casca Durante a medição de perdas na propagação em uma fibra real, todas as perdas dissipativas e por dispersão serão manifestadas simultaneamente; Uma vez que o núcleo e a casca têm diferentes índices de refração e, portanto, diferem na sua composição, o núcleo e a casca geralmente têm diferentes coeficientes de atenuação, denotados por 𝛼1 e 𝛼2, respectivamente; Se a influência de acoplamento modal for ignorada, a perda para um modo de ordem (𝝂,𝒎) para um guia de ondas de índice-degrau será 2020 Santo André - SP 32 𝛼𝑣𝑚 = 𝛼1 𝑃nucleo 𝑃 + 𝛼2 𝑃casca 𝑃 (9) Agenda Atenuação e Dispersão ✓ Atenuação Unidades de atenuação; Absorção; Perdas por dispersão; Perdas por curvaturas; Perdas no núcleo e na casca. ✓ Dispersão Linear Atraso Modal; Fatores contribuintes à dispersão; Atraso de grupo; Dispersão Material; Dispersão de Guia de Onda; Dispersão modal de polarização. 2020 Santo André - SP 33 Dispersão Linear Um sinal óptico enfraquece a partir dos mecanismos de atenuação e alarga devido a efeitos de dispersão à medida que viaja ao longo de uma fibra; Ao final, esses dois fatores levarão os pulsos vizinhos a se sobrepor; Depois de certa quantidade de sobreposição ocorrer, o receptor pode não distinguir os pulsos individuais adjacentes, e erros surgem na interpretação do sinal recebido; A dispersão de sinal é uma consequência de fatores como o atraso intermodal (também chamado de dispersão intermodal), dispersão intramodal, dispersão do modo de polarização e efeitos de dispersão de ordem superior; Essas distorções podem ser explicadas pela análise do comportamento das velocidades de grupo dos modos guiados, em que a velocidade de grupo é a velocidade com a qual a energia de ummodo particular se desloca ao longo da fibra; 2020 Santo André - SP 34 Figura 7. Alargamento e atenuação de dois pulsos adjacentes à medida que viajam ao longo de uma fibra. Atenuação 2020 Santo André - SP 35 Dispersão Linear Atraso intermodal (ou simplesmente atraso modal) aparece apenas em fibras multimodo. O atraso modal resulta do fato de cada um dos modos ter um valor diferente de velocidade de grupo em uma determinada frequência. A partir desse efeito, pode-se derivar uma imagem intuitiva da capacidade de transporte de informações de uma fibra multimodo; Dispersão intramodal ou cromática é o espalhamento de pulso que ocorre dentro de um modo único; Essa dispersão surge a partir da largura espectral finita da emissão de uma fonte óptica; O fenômeno é também conhecido como dispersão da velocidade de grupo, uma vez que a dispersão é um resultado de a velocidade de grupo ser função do comprimento de onda. Uma vez que a dispersão intramodal depende do comprimento de onda, seu efeito sobre a distorção do sinal aumenta com a largura espectral da fonte de luz; 2020 Santo André - SP 36 Dispersão Linear A largura espectral é a banda de comprimentos de onda emitidos pela fonte de luz. Essa banda de comprimentos de onda normalmente é caracterizada pela média quadrática (rms) da largura espectral 𝜎𝜆; Dependendo da estrutura do dispositivo como um diodo emissor de luz (LED), a largura espectral é de cerca de 4% a 9% do comprimento de onda central. Por exemplo, como mostra a Figura 8, se o comprimento de pico de onda de um diodo emissor de luz é de 850 nm, uma largura espectral típica da fonte é de 36 nm, isto é, tal LED emite a maior parte de sua luz na banda de comprimentos de onda de 832-868 nm; As fontes ópticas de diodo laser apresentam larguras espectrais muito mais estreitas, com valores típicos de 1 a 2 nm para lasers multimodo e 10−4 nm para lasers monomodo 2020 Santo André - SP 37 Figura 7. Padrão de emissão espectral de um tiṕico LED de Ga1-xAlxAs com pico de emissão em 850 nm.. Dispersão Linear 2020 Santo André - SP 38 Dispersão Linear As duas principais causas de dispersão intramodal são as seguintes: 1. Dispersão material decorrente das variações do índice de refração do constituinte do núcleo em uma função do comprimento de onda; A dispersão material também é chamada de dispersão cromática, uma vez que se trata do mesmo efeito responsável pelo espalhamento de espectro em um prisma. Essa propriedade do índice de refração leva a uma dependência da velocidade de grupo de um dado modo em relação ao comprimento de onda, isto é, o alargamento de pulsos ocorre mesmo quando diferentes comprimentos de onda seguem omesmo caminho; 2. Dispersão de guia de onda causa um espalhamento do pulso porque apenas uma parte da potência óptica propagada ao longo da fibra está confinada no núcleo. Dentro de um único modo de propagação, a distribuição transversal da luz varia para diferentes comprimentos de onda. Os comprimentos de onda mais curtos são confinados mais completamente ao núcleo, enquanto uma parte maior da potência óptica dos comprimentos de onda maiores se propaga na casca. 2020 Santo André - SP 39 Figura 7. Os comprimentos de onda mais curtos são confinados mais perto do centro do núcleo da fibra do que os comprimentos de onda mais longos Dispersão Linear 2020 Santo André - SP 40 Dispersão Linear Dispersão modal de polarização resulta do fato de que a energia do sinal luminoso em determinado comprimento de onda em uma fibra monomodo, na verdade, ocupa dois modos ou estados de polarização ortogonais; No início da fibra, os dois estados de polarização estão alinhados; No entanto, uma vez que o material da fibra não é perfeitamente uniforme ao longo do seu comprimento, cada um dos modos de polarização encontrará um índice de refração ligeiramente diferente; Consequentemente, cada modo vai viajar a uma velocidade ligeiramente diferente; A diferença resultante nos tempos de propagação entre os dois modos de polarização ortogonais causará um alargamento do pulso. 2020 Santo André - SP 41 Dispersão Linear ✓ Atraso Modal A dispersão intermodal ou atraso modal aparece apenas em fibras multimodo; Esse mecanismo de distorção de sinal é resulta do fato de que cada um dos modos possui um valor diferente de velocidade de grupo em uma única frequência; Para ver por que o atraso surge, considereo raio meridional em uma fibra multimodo de índice- degrau esquematizado na Figura 8; Quanto mais acentuado for o ângulo de propagação do raio congruente, maior será a ordem do modo e, consequentemente, mais lenta será a velocidade de grupo axial; Essa variação nas velocidades de grupo dos diferentes modos conduz a um espalhamento do atraso do grupo, que é a dispersão intermodal. 2020 Santo André - SP 42 Figura 7. Representação do mecanismo de propagação dos feixes ópticos meridionais em um guia de onda óptico ideal de ińdice-degrau Dispersão Linear 2020 Santo André - SP 43 Dispersão Linear O alargamento do pulso máximo resultante do atraso modal é a diferença entre o curso do tempo 𝑇𝑚𝑎𝑥 dos caminhos mais longos dos raios congruentes (o modo de ordem mais alta) e o tempo de percurso 𝑇𝑚𝑖𝑛 dos caminhos mais curtos desses raios mental; Esse alargamento é simplesmente obtido a partir do traçado de raios e, para uma fibra de comprimento 𝐿, dado por A questão que surge agora é qual taxa máxima de bits 𝐵 pode ser enviada através de uma fibra multimodo de índice-degrau; Em geral, a capacidade da fibra é especificada em termos do produto taxa-de-bit vs. distância 𝐵𝐿, isto é, a taxa de bits multiplicada pela possível distância de transmissão L; 2020 Santo André - SP 44 Δ𝑇= 𝑇max − 𝑇min = 𝑛1 𝑐 𝐿 𝑠𝑒𝑛𝜑𝑐 − 𝐿 = 𝐿 𝑐 𝑛1 2 𝑛2 Δ (10) Dispersão Linear Para que os pulsos de sinal adjacentes permaneçam distinguíveis ao receptor, o alargamento dos pulsos deve ser inferior a 𝟏/𝑩, que é a largura de um período de bit. O valor médio quadrático (rms) do tempo de atraso é um parâmetro útil para avaliar o efeito do atraso modal em uma fibra multimodo; Se assumirmos que os raios de luz são uniformemente distribuídos sobre os ângulos de captação da fibra, então a resposta rms ao impulso 𝜎𝑠 em virtude da dispersão intermodal em uma fibra multimodo de índice-degrau pode ser estimada a partir da expressão 2020 Santo André - SP 45 𝐵𝐿 < 𝑛2 𝑛1 2 𝑐 Δ (11) 𝜎𝑠 ≈ 𝐿𝑛1Δ 2√3𝑐 ≈ 𝐿 𝑁𝐴 2 4√3𝑛1𝑐 (12) Dispersão Linear ✓ Fatores contribuintes à dispersão Como observado anteriormente, a constante de propagação da onda 𝜷 é função do com- primento de onda ou, de modo equivalente, da frequência angular ω; Uma vez que 𝜷 é uma função de variação lenta dessa frequência angular, podemos ver onde os efeitos de dispersão surgem expandindo 𝜷 em uma série de Taylor sobre uma frequência central𝝎𝟎; Inserindo tal expansão em uma equação de forma de onda teremos os efeitos de variações em 𝛽 por causa da dispersão modal e efeitos de atraso sobre os componentes de frequência de um pulso durante a propagação ao longo de uma fibra. A expansão de β até a terceira ordem (ou terceira potência) em uma série de Taylor nos leva a 2020 Santo André - SP 46 Dispersão Linear onde 𝛽𝑚 𝜔0 indica am-ésima derivada de 𝛽 com relação a 𝜔 calculada em 𝜔 = 𝜔0, isto é, Agora vamos examinar os diferentes componentes do produto 𝛽𝑧, onde 𝑧 é a distância percorrida ao longo da fibra; O primeiro termo resultante 𝜷𝟎𝒛 descreve um deslocamento da fase da onda óptica que se propaga; Do segundo termo, o fator 𝜷𝟏 𝝎𝟎 𝒛 produz um atraso de grupo 𝝉𝒈 = 𝒛/𝑽𝒈, onde 𝑧 é a distância percorrida pelo pulso, e 𝑽𝒈 = 𝟏/𝜷𝟏, a velocidade de grupo 2020 Santo André - SP 47 𝛽 𝜔 ≈ 𝛽0 𝜔0 + 𝛽1 𝜔0 𝜔 − 𝜔0 + 1 2 𝛽2 𝜔0 𝜔 − 𝜔0 2 + 1 6 𝛽3 𝜔0 𝜔 − 𝜔0 3 (13) 𝛽𝑚 = 𝜕𝑚𝛽 𝜕𝜔𝑚 𝜔=𝜔0 (14) Dispersão Linear No terceiro temos o fator 𝜷𝟐 mostra que a velocidade de grupo de uma onda monocromática depende da frequência da onda; Isso significa que as diferentes velocidades de grupos dos componentes de frequência de um pulso levam-no a alargar-se à medida que viajam através de uma fibra; Esse alargamento das velocidades de grupo é conhecido como dispersão cromática ou dispersão da velocidade de grupo (GVD); O fator 𝛽2 é chamado de parâmetro GVD e a dispersão 𝐷 está relacionada com β2 pela expressão 2020 Santo André - SP 48 𝐷 = − 2𝜋𝑐 𝜆2 𝛽2 (15) Dispersão Linear No quarto termo, o fator 𝜷𝟑 é conhecido como dispersão de terceira ordem; Esse termo é importante ao redor do comprimento de onda em que 𝜷𝟐 é igual a zero; A dispersão de terceira ordem pode ser relacionada com a dispersão 𝐷 e a inclinação da dispersão 𝑆0 = 𝜕𝐷/𝜕𝜆 (variação na dispersão 𝐷 com o comprimento de onda), transformando a derivada em relação a ω em uma derivada relativa a λ. Assim, temos 2020 Santo André - SP 49 𝛽3 = 𝜕𝛽2 𝜕𝜔 = − 𝜆2 2𝜋𝑐 𝜕𝛽2 𝜕𝜆 = − 𝜆2 2𝜋𝑐 𝜕 𝜕𝜆 − 𝜆2 2𝜋𝑐 𝐷 = 𝜆2 2𝜋𝑐 2 𝜆2𝑆0 + 2𝜆𝐷 (16) Dispersão Linear ✓ Atraso de grupo A capacidade de transporte de informação de uma cone- xão de fibra pode ser determinada pela análise da deformação de pulsos curtos de luz que se propagam através da fibra; Primeiro, considere um sinal elétrico que modula uma fonte óptica; Para esse caso, assuma que o sinal óptico modulado excita todos os modos igualmente na entrada da fibra. Cada modo do guia de ondas carrega uma quantidade igual de energia através da fibra; Além disso, cada um dos modos contém todos os componentes espectrais na banda de comprimentos de onda na qual a fonte emite; Assuma também que cada um desses componentes espectrais é modulado da mesma maneira; 2020 Santo André - SP 50 Dispersão Linear À medida que o sinal se propaga ao longo da fibra, cada componente espectral pode ser levado a viajar de forma independente e estar sujeito a um atraso de tempo ou atraso de grupo por unidade de comprimento 𝜏𝑔/𝐿 na direção de propagação dado por onde é a velocidade na qual a energia de um pulso viaja através da fibra Se a largura espectral 𝛿𝜆 de uma fonte óptica é caracterizada pelo seu valor rms 𝛿𝜆 , o espalhamento do pulso pode ser aproximado pela largura do pulso rms, 2020 Santo André - SP 51 𝜏𝑔 𝐿 = 1 𝑉𝑔 = 1 𝑐 𝜕𝛽2 𝜕𝑘 = − 𝜆2 2𝜋𝑐 𝜕𝛽 𝜕𝜆 (17) 𝑉𝑔 = 𝑐 𝜕𝛽 𝜕𝑘 −1 = 𝜕𝛽 𝜕𝜔 −1 (18) Dispersão de sinal em fibras O fator é denominado dispersão, que define como o pulso se espalha em função do comprimento de onda e é medida em picossegundos por nanômetro por quilômetro [𝑝𝑠/(𝑛𝑚 ⋅ 𝑘𝑚)]; É um resultado tanto da dispersão material como de guia de onda. 2020 Santo André - SP 52 𝜎𝑔 ≈ 𝑑𝜏𝑔 𝑑𝜆 𝜎𝜆 = 𝐿𝜎𝜆 2𝜋𝑐 2𝜆 𝑑𝛽 𝑑𝜆 + 𝜆2 𝑑2𝛽 𝑑𝜆2 2 (19) 𝐷 = 1 𝐿 𝑑𝜏𝑔 𝑑𝜆 = 𝑑 𝑑𝜆 1 𝑉𝑔 = − 2𝜋𝑐 𝜆2 𝛽2 (20) Dispersão de sinal em fibras ✓ DispersãoMaterial A dispersão material ocorre porque o índice de refração varia em função do comprimento de onda óptico; Isso é exemplificado para a sílica na Figura 8; Consequentemente, como a velocidade de grupo 𝑽𝒈 de um modo é função do índice de refração, os vários componentes espectrais de um dado modo irão viajar em velocidades diferentes, dependendo do comprimento de onda; A dispersão material é, portanto, um efeito da dispersão intramodal e possui muita importância para guias de onda monomodo e sistemas de LED (pois o LED tem um espectro mais largo que um diodo laser). 2020 Santo André - SP 53 Figura 8. Variações no índice de refração da siĺica em função do comprimento de onda óptico Atenuação 2020 Santo André - SP 54 Dispersão de sinal em fibras Para calcular a dispersão material induzida, consideramos uma onda plana propagando-se em um meio dielétrico infinito que possui um índice de refração 𝑛(𝜆) igual ao do núcleo da fibra. A constante de propagação 𝛽 é assim dada como A substituição dessa expressão para 𝛽 na Equação com 𝑘 = 2𝜋/𝜆 nos conduz ao atraso de grupo 𝜏𝑚𝑎𝑡 resultante da dispersão material Usando a Equação (3.24), o alargamento do pulso 𝝈𝐦𝐚𝐭 para uma fonte de largura espectral 𝝈𝝀 é encontrado pela diferenciação desse atraso de grupo em relação ao comprimento de onda multiplicadopor 𝜎𝜆, levando a 2020 Santo André - SP 55 𝛽 = 2𝜋𝑛 𝜆 𝜆 (21) 𝜏mat = 𝐿 𝑐 𝑛 − 𝜆 𝑑𝑛 𝑑𝜆 (22) 𝜎mat ≈ 𝑑𝜏mat 𝑑𝜆 𝜎𝜆 = 𝜎𝜆𝐿 𝑐 𝜆 𝑑2𝑛 𝑑𝜆2 = 𝜎𝜆𝐿 𝐷𝑚𝑎𝑡 𝜆 (23) Dispersão de sinal em fibras O alargamento do pulso 𝜎mat para uma fonte de largura espectral 𝜎𝜆 é encontrado pela diferenciação desse atraso de grupo em relação ao comprimento de onda multiplicado por 𝜎𝜆, levando a Um gráfico da dispersão material por unidade de comprimento 𝐿 e unidade de largura espectral 𝜎𝜆 da fonte óptica é dado na Figura 9 para o material de sílica mostrado na Figura 8; A partir da Figura 9, pode-se ver que a dispersão material pode ser reduzida tanto pela escolha de fontes com larguras espectrais mais estreitas (reduzindo 𝜎λ ) como pela operação em comprimentos de onda mais longos. 2020 Santo André - SP 56 𝜎mat ≈ 𝑑𝜏mat 𝑑𝜆 𝜎𝜆 = 𝜎𝜆𝐿 𝑐 𝜆 𝑑2𝑛 𝑑𝜆2 = 𝜎𝜆𝐿 𝐷𝑚𝑎𝑡 𝜆 (24) Figura 9. Dispersão material em função do comprimento de onda óptico para sílica pura e dopada. Dispersão de sinal em fibras 2020 Santo André - SP 57 Dispersão de sinal em fibras ✓ Dispersão de Guia de Onda O efeito da dispersão de guia de onda no alargamento de pulsos pode ser aproximado assumindo que o índice de refração do material é independente do comprimento de onda; Consideremos primeiro o atraso de grupo, ou seja, o tempo necessário para que um modo se desloque ao longo de uma fibra de comprimento L; A fim de tornar os resultados independentes da configuração da fibra, escreveremos o atraso de grupo em termos da constante de propagação normalizada b definida como Para valores pequenos de diferença de índice Δ = (n1 − n2)/n1, a Equação (3.29) pode ser 2020 Santo André - SP 58 𝑏 = 1 − 𝑢𝑎 𝑣 2 = Τ𝛽2 𝑘2 − 𝑛2 2 𝑛1 2 − 𝑛2 2 (25) 𝑏 ≈ Τ𝛽 𝑘 − 𝑛2 𝑛1 − 𝑛2 (26) Dispersão de sinal em fibras Resolvendo a Equação para 𝛽, temos Com essa expressão para 𝛽 e com a suposição de que 𝑛2 não é função do comprimento de onda, descobrimos que o atraso de grupo 𝝉𝐰𝐠 resultante da dispersão de guia de onda é A constante de propagação modal 𝛽 é obtida a partir da equação de autovalor e geralmente dada em função de frequência normalizada 𝑉. Devemos, portanto, usar a aproximação 2020 Santo André - SP 59 𝛽 ≈ 𝑛2𝑘 𝑏Δ + 1 (27) 𝜏wg ≈ 𝐿 𝑐 𝑑𝛽 𝑑𝑘 = 𝐿 𝑐 𝑛2 + 𝑛2Δ 𝑑 𝑘𝑏 𝑑𝑘 (28) 𝑉 = 𝑘𝑎 𝑛1 2 − 𝑛2 2 Τ1 2 ≈ 𝑘𝑎𝑛1 2Δ (29) Dispersão de sinal em fibras que é válida para pequenos valores de Δ, para escrever o atraso de grupo na Equação (3.32) em termos de 𝑉 em vez de 𝑘, produzindo O primeiro termo na Equação é uma constante, e o segundo termo representa o atraso de grupo resultante da dispersão de guia de onda. O fator 𝑑(𝑉𝑏)/𝑑𝑉 pode ser expresso como Esse fator é representado na Figura 10 em função de 𝑉 para diversos modos LP. Os gráficos mostram que, para um valor fixo de 𝑉, o atraso de grupo é diferente para cada modo guiado. 2020 Santo André - SP 60 𝜏wg = 𝐿 𝑐 𝑛2 + 𝑛2Δ 𝑑 𝑉𝑏 𝑑𝑉 (30) 𝑑 𝑉𝑏 𝑑𝑉 = 𝑏 1 − 2𝐽𝑣 2 𝑢𝑎 𝐽𝑣+1 𝑢𝑎 𝐽𝑣−1 𝑢𝑎 (31) Figura 10. Atraso de grupo resultante da dispersão de guia de onda em função do número V para uma fibra óptica de índice-degrau. Dispersão de sinal em fibras 2020 Santo André - SP 61 Dispersão de sinal em fibras Quando um pulso de luz é lançado em uma fibra, ele é distribuído entre vários modos guiados; Esses diferentes modos chegam ao fim da fibra em diferentes instantes, dependendo de seus atrasos de grupo, de modo a causar um alargamento do pulso; Para fibras multimodo, a dispersão de guia de onda é geralmente muito pequena em comparação com a dispersão material e, portanto, pode ser negligenciada; Para fibras monomodo, a dispersão de guia de onda é importante e pode ser da mesma ordem de grandeza que a dispersão material. 2020 Santo André - SP 62 Figura 11. Exemplos das magnitudes das dispersões material e de guia de onda em função do comprimento de onda óptico em uma fibra monomodo de núcleo de sílica fundida Dispersão de sinal em fibras 2020 Santo André - SP 63 Dispersão de sinal em fibras ✓ Dispersãomodal de polarização Os efeitos da birrefringência da fibra nos estados de polarização de um sinal óptico são outra fonte de alargamento de pulso; Isso é particularmente crucial para conexões de transmissão de longa distância em alta taxa (por exemplo, 10 e 40 Gb/s ao longo de dezenas de quilômetros); A birrefringência pode ser resultado de fatores intrínsecos, tais como as irregularidades geométricas do núcleo de fibra ou as tensões internas nele; Uma propriedade fundamental do sinal óptico é o seu estado de polarização; A polarização refere-se à orientação de campo elétrico de um sinal de luz, que pode variar de forma significativa ao longo do comprimento de uma fibra. 2020 Santo André - SP 64 Dispersão de sinal em fibras Como mostrado na Figura 12, a energia do sinal em um determinado comprimento de onda ocupa dois modos de polarização ortogonais; A birrefringência variável ao longo do seu comprimento permitirá que cada modo de polarização viaje a uma velocidade ligeiramente diferente; A diferença resultante nos tempos de propagação Δ𝝉𝐏𝐌𝐃 entre os dois modos de polarização ortogonais resultará em um alargamento do pulso. Trata-se da dispersão modal de polarização (PMD); Se as velocidades de grupo dos dois modos de polarização ortogonais são 𝑉𝑔𝑥 e 𝑉𝑔𝑦 , logo o atraso de tempo diferencial Δ𝜏PMD entre os dois componentes de polarização durante a propagação do pulso através de uma distância 𝐿 é 2020 Santo André - SP 65 Δ𝜏PMD= 𝐿 𝑉𝑔𝑥 − 𝐿 𝑉𝑔𝑦 (32) Dispersão de sinal em fibras Um ponto importante a notar é que, em contraste com a dispersão cromática, que é um fenômeno relativamente estável ao longo de uma fibra, a PMD varia aleatoriamente ao longo da fibra; A principal razão para isso é que as perturbações que causam os efeitos de birrefringência variam com a temperatura e dinâmica das tensões; Na prática, o efeito dessas perturbações mostra-se como uma forma de flutuação aleatória variável no tempo no valor da PMD na saída da fibra; Assim, o Δ𝜏PMD dado pela Equação (3.39) não pode ser utilizado diretamente para estimar a PMD; Dessa forma, são necessárias estimativas estatísticas para explicar seus efeitos. 2020 Santo André - SP 66 Dispersão de sinal em fibras Uma forma útil de caracterizar a PMD para fibras de comprimentos longos é em termos de valor médio do atraso de grupo diferencial; Esse valor pode ser calculado de acordo com a seguinte relação onde 𝐷PMD, que é medido em ps/km, é o parâmetro médio de PMD. Os valores típicos de 𝐷PMD estão na faixa de 0,05 − 1,0 ps/km. 2020 Santo André - SP 67 Δ𝜏PMD= 𝐷PMD 𝐿 (33) 1. Uma determinada fibra óptica tem uma atenuação de 0,6 dB/km em 1.310 nm e 0,3 dB/ km em 1.550 nm. Suponha que dois sinais ópticos sejam direcionados simultaneamente para dentro da fibra: um de potência óptica de 150 μW em 1.310 nm e outro de potência óptica 100 μW em 1.550 nm. Quais são os níveis de potência em μW desses dois sinais em (a) 8 km e (b) 20 km? Resp: a) 𝑃1310 8 km = 50 μW; 𝑃1550 8 km = 57,5 μW b) 𝑃1310 20 km = 9.55 μW; 𝑃1550 20 km = 25.1 μW 2. Uma conexão contínua de fibra óptica de 40 km de comprimento tem uma perda de 0,4 dB/km. (a) Qual é o nível mínimo de potência óptica que deve ser lançado na fibra para manter um nível de potência óptica de 2,0 μW na extremidade receptora? Resp: 𝑃in = −11 dBm (b) Qual será a potência de entrada necessária se a fibra possuir uma perda de 0,6dB/km? Resp: 𝑃in = −3 dBm Exercicios 2020 Santo André - SP 68 3. Um sinal óptico em um determinado comprimento de onda perdeu 55% da sua potência após atravessar 7,0 km de fibra. Qual é a atenuação dessa fibra em dB/km? Resp: 𝛼 = 0.5 dB/km 4. Vamos assumir que uma fibra de índice-degraupossui um número 𝑉 de 6,0. (a) Utilizando a Figura E1, estime a potência fracionária 𝑃𝑐𝑎𝑠𝑐𝑎/𝑃 que viaja pela casca para os seis modos LP de menor ordem. Resp:0.02 ; 0.05 ; 0.10 ; 0.16 ; 0.19 ; 0.31 (b) Se a fibra em (a) é uma fibra com núcleo e casca de vidro revestido com atenuações de 3,0 e 4,0 dB/km, respectivamente, encontre as atenuações para cada um dos seis modos de ordem mais baixa. Resp:3.02 ; 3.05 ; 3.10 ; 3.16 ; 3.19 ; 3.31 Exercicios 2020 Santo André - SP 69 5. (a) Um LED operando em 850 nm tem uma largura espectral de 45 nm. Qual é o alargamento de pulso em em virtude da dispersão material? Qual é o alargamento de pulso quando um laser diodo de largura espectral de largura espectral de 2 nm é usado? Resp: LED - Τ𝜎mat 𝐿 = 3.6 Τns km; LASER - Τ𝜎mat 𝐿 = 3.6 Τns km (b) Encontre o alargamento de pulso induzido pela dispersão material em 1.550 nm para um LED com uma largura espectral de 75 nm. Use a Figura 9 para estimar 𝑑𝜏/𝑑𝜆. Resp: 𝐷𝑚𝑎𝑡 𝜆 = 1.65 Τ𝑛𝑠 𝑘𝑚 6. Considere fibras de índice-gradual com perfis de índice de 𝛼 = 2,0, índice de refração da casca 𝑛2 = 1,50 e diferenças de índice Δ = 0,01. Usando a Equação (7), faça o gráfico da razão 𝑀𝑒𝑓𝑓 /𝑀∞ para raios de curvatura menores que 10 cm em 𝜆 = 1 μm para fibras com núcleos de raios de 4, 25 e 100 μm. Exercicios 2020 Santo André - SP 70 Figura E1. Fluxo de potência fracionária na casca para uma fibra óptica de índice-degrau em função de V. Figuras relacionadas aos Exercicios 2020 Santo André - SP 71
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