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Prévia do material em texto

Química Analítica, Teórica 
e Experimental II
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Marina Garcia resende Braga
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Análise Gravimétrica
• Introdução;
• Conceitos Importantes;
• Gravimetria por Precipitação;
• Precipitação a partir de uma solução homogênea.
• Apresentar os principais conceitos relacionados à análise gravimétrica, a gravimetria 
por precipitação, as principais características dos precipitados e os conceitos iniciais 
de gravimetria por volatilização.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Análise Gravimétrica
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Análise Gravimétrica
Introdução
Um dos métodos clássicos de análise mais utilizados em Química Analítica é a 
análise gravimétrica. Nesse tipo de análise, a grandeza de interesse é a massa do 
analito. Essa massa é medida em uma balança analítica, que garante dados extre-
mamente exatos e precisos.
As análises gravimétricas podem ser realizadas de várias formas: por precipita-
ção, por volatilização, eletrogravimetria, entre outras. Nesta Unidade, o foco será 
a gravimetria por precipitação. Estudaremos como são formados os precipitados, 
suas principais características e a formação desses em soluções homogêneas. Além 
disso, uma breve explanação sobre gravimetria de volatilização e outros tipos de 
análises gravimétricas também será dada. Vamos começar?
Bons estudos!
Conceitos Importantes
A análise gravimétrica é um método muito eficiente e também é utilizada há 
muito tempo por analistas químicos. Veja uma importante aplicação da análise 
gravimétrica a seguir.
Segundo Harris (2017, p. 733),
[...] no início do século XX, por meio de uma análise gravimétrica muito 
meticulosa, T. W. Richards e colaboradores determinaram, com uma pre-
cisão de seis algarismos significativos, as massas atômicas do Ag, Cl e N. 
Essa pesquisa, que mereceu um prêmio Nobel, permitiu a determinação 
precisa das massas atômicas de vários outros elementos.
Antes de iniciarmos nossos estudos de gravimetria por precipitação, alguns con-
ceitos importantes devem ser introduzidos (SKOOG et al., 2014):
• Coloides: são partículas no estado sólido cujos diâmetros não ultrapassam 
10-4 cm;
• Partículas cristalinas: são partículas no estado sólido cujos diâmetros são 
maiores do que 10-4 cm;
• Efeito Tyndall: geralmente, a olho nu, uma suspensão coloidal parece não con-
ter partículas. Porém, para confirmar se existe ou não sólido na suspensão, pode-
-se direcionar um feixe de luz para a solução. Se houver partículas, essas espalha-
rão a radiação visível, o que possibilitará que você veja o caminho que a luz faz e 
note que existem sólidos em suspensão. Esse efeito é chamado de efeito Tyndall;
• Solução supersaturada: contém uma concentração de soluto maior do que 
uma solução saturada;
8
9
• Nucleação: processo no qual um determinado número de entidades químicas 
(átomos, moléculas ou íons) se agrupam para a formação de um sólido estável;
• Adsorção: é um tipo de processo no qual entidades químicas (átomos, moléculas 
ou íons) são retidas (adsorvidas) a uma superfície sólida (chamada de adsorvente);
• Digestão: é um processo em que o precipitado sofre aquecimento durante 
algum tempo, permanecendo na própria solução mãe e em repouso;
• Solução mãe: solução original na qual o precipitado se formou.
Em suma, durante uma análise gravimétrica, isola-se o analito de interesse para 
que esse dê origem a um composto estável e puro, fazendo assim que, ao final da 
análise, seja possível a determinação de sua massa. Esse método apresenta várias 
vantagens, como, por exemplo:
• É um método altamente preciso e exato;
• Pode-se controlar as fontes de erro com facilidade;
• Os equipamentos necessários para uma análise gravimétrica são baratos se 
comparados a outros usados em outras análises.
As principais desvantagens da gravimetria são, segundo Quevedo (2018):
• Processo muito demorado;
• Necessita de várias etapas para ser concluído;
• Há possibilidade de perda de analito durante as etapas;
• Erros durante a precipitação.
Tendo esses conceitos em mente, passaremos agora ao estudo da gravimetria 
por precipitação.
Gravimetria por Precipitação
A análise gravimétrica por precipitação é um tipo de método clássico de análise 
ainda bastante utilizado nos dias atuais. Mas, em que consiste uma precipitação? 
Bem, esse fenômeno ocorre quando se excede o produto de solubilidade de uma 
substância química, fazendo com que uma fase sólida comece a se formar na solu-
ção (chamada de precipitado). Após sua formação, o precipitado é, então, condu-
zido para fora da solução.
De forma simplificada, uma análise gravimétrica por precipitação segue as se-
guintes etapas:
• 1ª Etapa: é adicionado um agente ou reagente precipitante (possibilita a 
formação de um precipitado) na amostra;
• 2ª Etapa: verifica-se a formação de um precipitado na amostra;
9
UNIDADE Análise Gravimétrica
• 3ª Etapa: o precipitado é separado da solução mãe e devidamente lavado;
• 4ª Etapa: o precipitado é secado ou calcinado;
• 5ª Etapa: é feita a pesagem do material sólido obtido (Figura 1);
• 6ª Etapa: são realizados os devidos cálculos para determinação da massa da 
fase sólida obtida.
Figura 1 – Pesagem de um precipitado em uma balança analítica
Fonte: iStock/Getty Images
Reagentes Precipitantes
Para que haja formação de um precipitado, é preciso que haja um agente pre-
cipitante. Essa substância deve ser específica ou, pelo menos, seletiva ao reagir 
com o analito.
Reagentes específicos são aqueles que, como o próprio nome já diz, reagem apenas com 
uma espécie química. Exemplo: dimetilglioxina – precipita apenas cátions Ni2+ (para isso, 
o meio deve estar básico). Já os reagentes seletivos reagem com um pequeno número de 
espécies, porém, são encontrados com mais facilidade. Exemplo: nitrato de prata (AgNO3) – 
é responsável pela precipitação dos íons Cl-, Br-, I- e SCN-, considerando uma solução ácida 
(SKOOG et al., 2014).
Ex
pl
or
O chamado reagente precipitante, além de ser seletivo e/ou específico, tam-
bém deve formar um produto tal que (SKOOG et al., 2014):
• O precipitado formado possa ser lavado e filtrado com facilidade;• Pouco solúvel: para que o analito não sofra perda significativa durante os pro-
cessos de filtração e lavagem;
• Possível de se conhecer sua composição química ao final da análise;
• Não reativo com nenhuma substância presente no ar.
10
11
Exercício 1: (FUNRIO, 2014) A informação gravimétrica reveste-se de primor-
dial importância em diversas áreas das ciências da Terra, como, por exemplo, na 
Geodésia (estudo da forma – geoide – e dimensões da Terra), na Geologia (inves-
tigação de estruturas geológicas) e na Geofísica (prospecção mineral). A técnica 
gravimétrica, onde o analito é separado de uma solução da amostra como um 
precipitado e é convertido a uma espécie de composição conhecida que pode 
ser pesada, é chamada de:
a. Gravimetria por precipitação;
b. Gravimetria por volatilização;
c. Eletrogravimetria;
d. Titulação gravimétrica;
e. Espectrometria de massas atômicas.
Discuta a solução desse exercício com seus colegas no fórum de discussão. Ade-
mais, consulte as referências e o material complementar desta Unidade para saber 
mais sobre as outras análises citadas nas alternativas do exercício.
Estudaremos, a partir de agora, como são formados os precipitados.
Tamanho de partículas em precipitados
Como a análise gravimétrica é baseada em cálculos que envolvem massa, quan-
to maior a partícula do precipitado, melhor, pois isso favorece as etapas de filtração 
e lavagem. 
Apesar de ser um processo usado há muito tempo, a forma como ocorre a 
precipitação ainda não foi completamente entendida. O que se sabe é que, geral-
mente, alguns fatores podem influenciar o tamanho das partículas em precipitados 
(SKOOG et al., 2014):
• Solubilidade do precipitado;
• Temperatura;
• Concentração de reagentes;
• Velocidade de mistura dos reagentes.
Para determinar, qualitativamente, se um precipitado tende a ser coloidal ou 
cristalino, pode-se utilizar a equação de Von Weimarn (Equação 1), que calcula a 
supersaturação relativa do precipitado:
Q SSR
S
−
= Equação 1
11
UNIDADE Análise Gravimétrica
Em que representa a concentração do soluto (em qualquer tempo) e representa a 
solubilidade do soluto na condição de equilíbrio químico. Se o valor de for grande, é 
mais provável que haja formação de um precipitado coloidal. No entanto, se o valor 
de for pequeno, a probabilidade de formação de um precipitado cristalino é maior.
Como são formados os precipitados?
Bem, os precipitados podem ser formados a partir de dois processos principais: 
nucleação e crescimento da partícula. Mas, por que é importante saber qual o 
processo predominante na formação de um precipitado? O fato é que o processo 
predominante determinará o tamanho da partícula do precipitado:
• Predomínio de nucleação: formação de grande quantidade de partículas menores;
• Predomínio de crescimento da partícula: formação de pequena quantidade 
de partículas, porém, maiores.
Pode-se ajustar algumas variáveis, experimentalmente, para controlar o tama-
nho das partículas nos precipitados. Algumas técnicas para esse controle são as 
seguintes (SKOOG et al., 2014):
• Aumentar a temperatura (de forma a aumentar a solubilidade do precipitado);
• Diluir a solução;
• Adição lenta do agente precipitante;
• Controle de pH.
Tratamento de precipitados
Geralmente, os precipitados podem conter partículas coloidais ou cristalinas, 
cujas definições você já aprendeu no início desta Unidade. E, para cada uma dessas 
soluções (coloidais ou cristalinas), deve ser feito um tratamento especial.
Primeiramente, trataremos dos precipitados coloidais. Esses tipos de precipita-
dos contêm partículas tão pequenas que não conseguem ficar retidas em filtros co-
muns. Logo, é preciso tratar o precipitado para que, posteriormente, seja possível 
realizar uma filtração. As principais formas de tratamento são:
• Coagulação: a coagulação é um processo de aglutinação de partículas que 
pode ser realizado por aquecimento, agitação ou mesmo adição de um eletró-
lito à solução;
• Peptização: durante a peptização, uma partícula coloidal que sofreu coagula-
ção volta ao seu estado de dispersão;
12
13
• Digestão: o processo de digestão possibilita que uma posterior filtração do pre-
cipitado seja mais fácil, pois, durante a digestão, forma-se uma massa com den-
sidade maior do que o precipitado anterior, facilitando o processo de filtração. 
A definição do processo de digestão você já aprendeu no início desta Unidade.
Os precipitados cristalinos, por conterem partículas maiores, são naturalmente 
mais fáceis de serem filtrados. No entanto, o processo de digestão também pode 
facilitar ainda mais essa filtração.
Contaminação de precipitados
Às vezes, os precipitados podem conter certas impurezas. Geralmente, a conta-
minação pode ocorrer por coprecipitação ou pós-precipitação.
Na coprecipitação, substâncias que em condições normais seriam solúveis, são 
removidas da solução juntamente com o precipitado (SKOOG et.al, 2014). A co-
precipitação pode ocorrer por:
• Adsorção superficial: não é significativa em precipitados cristalinos, no en-
tanto, é frequente fonte de contaminação em precipitados coloidais;
• Formação de cristal misto: um íon do retículo de um cristal é substituído por 
outro íon, sendo esse o contaminante. Pode ocorrer em precipitados coloi-
dais ou cristalinos;
• Oclusão: às vezes um cristal apresenta um crescimento muito rápido. E, du-
rante esse crescimento, pode ser que íons contaminantes sejam aprisionados 
dentro do cristal da partícula. Esse processo é chamado de oclusão. Ocorre 
somente em precipitados cristalinos;
• Aprisionamento mecânico: nesse caso, os cristais estão muito próximos du-
rante o crescimento. Isso faz com que eles consigam reter parte da solução 
entre eles. Ocorre somente em precipitados cristalinos.
No caso da pós-precipitação, uma segunda substância insolúvel (além do precipi-
tado) é formada na solução juntamente com o precipitado que já existe na solução.
Como separar os precipitados?
Geralmente, os precipitados são separados da solução por meio de filtração, 
na qual as partículas ficam retidas em materiais especiais. A filtração pode ser feita 
com os seguintes materiais:
• Filtração com papel de filtro: o custo do papel de filtro (ou papel filtro) é 
pequeno se comparado a outros tipos de materiais de filtração. Além disso, 
existem vários papéis de filtro com diferentes porosidades disponíveis no mer-
13
UNIDADE Análise Gravimétrica
cado. A desvantagem é que o papel de filtro reage com várias substâncias, 
principalmente ácidos e bases fortes, dificultando a filtração nesses casos;
• Filtração com vidro sinterizado: o vidro sinterizado nada mais é do que um 
tipo de vidro poroso, que pode ser utilizado para filtração. Permite que a filtra-
ção possa ser realizada a altas temperaturas e também permite o uso de sucção; 
no entanto, existem poucas porosidades desse vidro disponíveis no mercado;
• Filtração com porcelana sinterizada: é um tipo de porcelana porosa. Tam-
bém suporta altas temperaturas (maiores até do que as suportadas pelo vidro 
sinterizado) e também permite sucção. No entanto, essas porcelanas são equi-
pamentos mais caros.
Figura 2 – Exemplo de filtração com utilização de papel filtro
Fonte: iStock/Getty Iamges
Lavagem e secagem de precipitados
Após a filtração, para garantir a remoção de impurezas, o precipitado deve 
ser lavado. Geralmente, ele pode ser lavado com água destilada. No entanto, se 
o precipitado for solúvel em água ou tiver qualquer outra característica que não 
permita que ele possa ser lavado com água, outras substâncias podem ser usadas 
para lavagem, como soluções ácidas, alcalinas ou que possuam um eletrólito vo-
látil, por exemplo.
Após a lavagem, é feita a secagem ou a calcinação do precipitado até que a 
massa do mesmo seja constante. Geralmente, são reações a altas temperaturas que 
possibilitam a evaporação da água e/ou qualquer espécie volátil remanescente no 
precipitado. Após essa etapa, é formada uma substância de composiçãodefinida.
14
15
A calcinação é uma decomposição térmica (queima) realizada a altíssimas temperaturas, 
de modo a possibilitar a ocorrência de transformações físico-químicas na amostra, como 
eliminação de substâncias voláteis, formação de novas substâncias, entre outras.
Ex
pl
or
Pesagem do precipitado
Geralmente, para pesar o precipitado após secagem ou calcinação, são utiliza-
das as chamadas balanças analíticas, que permitem a obtenção da massa do pre-
cipitado de maneira precisa e exata (considerando que foi bem calibrada e está em 
perfeito estado de funcionamento). Alguns cuidados devem ser tomados durante o 
processo de pesagem (MATTOS, 2016):
• Higiene adequada das mãos de quem operará a balança;
• Manter as portas laterais da balança fechadas;
• Cuidado ao manusear a substância a ser pesada. Manuseá-la com equipamen-
to adequado;
• Não se esquecer de usar sempre a mesma balança, caso sejam necessárias 
várias pesagens;
• Cuidado com a temperatura do ambiente durante a pesagem.
Precipitação a partir de uma solução 
homogênea
Nesse tipo de precipitação, ocorre a formação de um reagente precipitante de 
forma homogênea em uma solução que contenha a substância de interesse. Essa 
formação é feita de forma lenta e gradativa, de tal modo que possibilite a reação 
imediata do reagente precipitante com o analito (SKOOG et.al, 2014). Algumas 
características dos sólidos formados nesse tipo de precipitação:
• Alta pureza;
• Facilidade de filtração.
É necessário que, durante a precipitação a partir de uma solução homogênea, 
seja mantido um baixo grau de supersaturação durante o fenômeno de precipitação. 
Com isso, será possível obter partículas maiores e mais puras. É importante ressal-
tar que, nesse caso, o reagente precipitante não é adicionado à solução e sim 
gerado a partir dela. Um exemplo desse tipo de precipitação é o uso da hidrólise 
da ureia, que é capaz de precipitar óxidos hidratados a partir de sais básicos de 
alguns metais como alumínio, bismuto e ferro.
15
UNIDADE Análise Gravimétrica
Outros tipos de análises gravimétricas
Além da gravimetria por precipitação, existem outras formas de se realizar aná-
lises gravimétricas. Eis algumas delas:
• Eletrogravimetria – Neste tipo de análise, a presença de uma corrente elétri-
ca permite que a substância de interesse (analito) deposite-se em um eletrodo. 
Depois, é possível medir a concentração do analito por meio desse produto, 
visto que o eletrodo já foi previamente pesado. Exemplos: dosagem de cádmio 
em soluções e determinação de chumbo como dióxido de chumbo;
• Gravimetria por volatilização – Nesse tipo de análise, como o próprio nome já 
diz, existe volatilização. Em outras palavras, a substância de interesse é isolada da 
amostra e convertida em um gás de composição química previamente conhecida. 
Para medir a concentração do analito, basta, então, realizar a pesagem desse gás. 
Exemplos: determinação de CO2 (dióxido de carbono) e água em soluções;
• Termogravimetria – A análise termogravimétrica é um tipo de análise térmi-
ca (ou seja, é dependente da temperatura). Nesse tipo de análise, é medida a 
variação da massa de uma amostra em função do tempo e/ou da temperatu-
ra, por meio da aplicação de uma programação controlada de temperatura. 
Exemplo: oxidações formando óxidos não voláteis.
Agora que você já conhece as principais características de diversos tipos de análi-
ses gravimétricas, veja alguns exemplos de cálculos envolvendo gravimetria a seguir. 
É importante ressaltar que todos esses cálculos são baseados na estequiometria das 
reações, portanto, uma boa revisão de cálculos estequiométricos é essencial para 
este estudo.
Cálculos envolvendo análises gravimétricas
Uma variável muito utilizada em cálculos envolvendo análises gravimétricas é o cha-
mado fator gravimétrico (ou fator de conversão). Essa variável combina massas mo-
lares e razões estequiométricas, sendo bastante útil em cálculos gravimétricos. O fator 
gravimétrico pode ser calculado como (Equação 2):
 
analito
substância pesada
a MMF
b MM
×
=
×
Equação 2
em que representa massa molar, é o número de mols do analito presentes na substân-
cia pesada e é o número de mols da substância pesada presentes no analito.
16
17
Exemplos:
• Substância pesada – Fe2O3; analito – FeSO4:
2 3
4
 
159,69 /
151,91 /
2 151,91 1,90
1 159,69
Fe O
FeSO
analito
substância pesada
MM g mol
MM g mol
a MMF
b MM
=
=
× ×
= = =
× ×
• Substância pesada – BaSO4; analito – BaO:
4
 
233,38 /
153,33 /
1 153,33 0,66
1 233,38
BaSO
BaO
analito
substância pesada
MM g mol
MM g mol
a MMF
b MM
=
=
× ×
= = =
× ×
Agora, vejamos alguns exemplos de cálculos gravimétricos.
Exemplo 1: (VUNESP, 2014) Para determinação de cálcio em uma amostra, 
foi feita uma análise gravimétrica, partindo-se de uma massa inicial de 2,50 g de 
CaCO3. Depois de terminada a análise, recuperou-se 95,0% da massa original 
em CaCO3. A massa final de CaCO3 obtida nessa análise foi igual a:
a. 2,15;
b. 2,00;
c. 2,38;
d. 1,95;
e. 2,45.
Solução: Esse exercício é bastante simples. Se temos uma massa inicial de 2,50 g 
e, ao final da análise, recuperou-se 95,0%, basta fazer uma simples “regra de três”:
3
3 3
3
3
0, 201
0,512 0,201 0,103 
 95,0%
2,50 95,0 2,375 2,38 
100
AlI amostra
AlI
m m
m g de AlI
x g deCaCO
x g deCaCO
= ⋅
= ⋅ =
− − − − − −
⋅
= = ≅
Resposta: letra C.
17
UNIDADE Análise Gravimétrica
Exemplo 2: (SKOOG et al., 2014, p. 298) Que massa de AgI pode ser produ-
zida a partir de uma amostra com 0,512 g que foi dosada em 20,1% de AlI3?
Solução: Primeiramente, temos que descobrir a quantidade de iodeto de alumí-
nio (AlI3) na amostra. Como nos foi dito que a amostra contém 20,1% de iodeto 
de alumínio, logo:
3
3 3
0, 201
0,512 0,201 0,103 
AlI amostra
AlI
m m
m g de AlI
=
= ⋅ =
⋅
Pela estequiometria, podemos dizer que, a partir de 1 mol de iodeto de alumínio, 
serão formados 3 mols de iodeto de prata, considerando 100% de conversão do 
reagente em produto. Então, para facilitar, vamos transformar a massa de AlI3 que 
temos em mols:
3
3
4
3
1 407,693 
 0,103 
1 0,103 2,53 10 
407,693
mol de AlI g
x mol de AlI g
x mol de AlI−
− − − − − −
− − − − − −
⋅
= = ×
Agora, podemos descobrir quantos mols de AgI serão formados:
3
4
3
4
4
1 3 
2,53 10 
3 2,53 10 7,59 10 
1
mol de AlI mol de AgI
mol de AlI y mol de AgI
y mol de AgI
−
−
−
− − − − − −
× − − − − − −
⋅ ×
= = ×
A partir dessa quantidade, podemos descobrir a massa de AgI produzida:
4
4
1 234,772 
7,59 10 
7,59 10 234,772 0,178 
1
mol de AgI g de AgI
z g de AgI
z g de AgI
−
−
− − − − − −
× − − − − − −
× ⋅
= =
Portanto, foram produzidos 0,178 g de AgI.
Exemplo 3: (HARRIS, 2017, p. 748) 0,649 g de amostra contendo somente 
K2SO4 (MF = 174,27) e (NH4)2SO4 (MF = 132,14) foi dissolvido em água e tra-
tado com Ba(NO3)2 para precipitar todo o SO4
2- como BaSO4 (MF = 233,39). 
Determine a porcentagem em massa do K2SO4 na amostra se foi formado 
0,977 g de precipitado.
18
19
Solução: Primeiramente, temos que observar a estequiometria do problema. 
Através da fórmula dos compostos, é possível verificar que:
2 4 4 2 4 41 1 ( ) 1 mol de K SO mol de NH SO produz mol de BaSO+
Para resolver esse problema, temos que descobrir a massa de SO4
2- em cada 
reagente, certo? Então, chamaremos a massa de SO4
2- em K2SO4 de e massa de 
SO4
2- em (NH4)2SO4 de . Pela estequiometria já verificada, podemos dizer que:
0,649 x y g+ =
Vamos descobrir agora quantos mol de BaSO4 foram formados:
4 4
4 4
3
4
1 233,39 
 0,977 
0,977 1 4,186 10 
233,39
mol de BaSO g de BaSO
z mol de BaSO g de BaSO
z mol de BaSO−
− − − − − −
− − − − − −
⋅
= = ×
Quantidade de matéria (em mols) de K2SO4 e (NH4)2SO4 necessária para a for-
mação do produto:
2 4 2 4
2 4 2 4
2 4
4 2 4 4 2 4
4 2 4 4 2 4
1 174,27 
 
1 
174,27 174,27
1 ( ) 132,14 ( )
 ( ) ( )
1
132,14 132mol de K SO g de K SO
wmol de K SO x g de K SO
x xw g de K SO
mol de NH SO g de NH SO
k mol de NH SO y de NH SO
y yk
− − − − − −
− − − − − −
⋅
= =
− − − − − −
− − − − − −
⋅
= =
,14
Observe que a quantidade de matéria dos reagentes agora depende de x e y. 
A partir disso, podemos dizer que:
( )0,649 x y massa+ = (I)
( )3 32,78 10 4,186 10
174,27 132,14
x yw k mols− −+ = × → + = × (II)
Agora, basta resolver o sistema formado pelas Equações I e II. A solução será:
2 4 4 2 40,397 0, 252 ( ) x g de K SO e y g de NH SO= =
19
UNIDADE Análise Gravimétrica
Para determinar a massa de K2SO4 na amostra, basta fazer a seguinte “regra de três”:
2 4
0,649 100%
0,397 %
0,397 100 61,2% . 
0,649
g deamostra
g deamostra q
q de K SO na amostra
− − − − − −
− − − − − −
⋅
= =
Exemplo 4: Um analista determinou, por meio de uma análise gravimétrica, o 
conteúdo de alumínio em uma liga. Para tanto, usou como reagente precipitan-
te a 8-hidroxiquinolina e formou como precipitado a substância Al(C9H6ON)3. 
Ao final da análise, o precipitado apresentou uma massa igual a 0,2793 g. 
Considerando que a massa da amostra era igual a 1,5315 g, determine a massa 
de alumínio na liga.
Solução: Primeiramente, vamos examinar a estequiometria da reação:
( )9 6 31 1 mol dealumínio forma mol de Al C H ON
Massas atômica e molar dos componentes:
( )9 6 3
27 27 /
459,43 /
alumínio
Al C H ON
Ma u g mol
MM g mol
= =
=
Logo, temos:
( )
( )
( )
9 6 3
9 6 3
4
9 6 3
1 459,43 
 0, 2793 
0,2793 6,079 10 
459,43
mol de Al C H ON g
x mol de Al C H ON g
x mol de Al C H ON−
− − − − − −
− − − − − −
= = ×
Portanto:
4
4
1 27 
6,079 10 
27 6,079 10 0,0164 
1
mol dealumínio g
mol dealumínio y g
y g dealumínio
−
−
− − − − − −
× − − − − − −
× ×
= =
Ou seja, existem 0,0164 g de alumínio na amostra.
Bem, chegamos ao final de mais uma unidade. Para entender melhor tudo o que 
foi estudado até aqui, é importante que você revise o conteúdo desta unidade, faça 
todos os exercícios propostos e consulte o material complementar. Não se esqueça de 
comentar as resoluções com seus colegas no fórum de discussão e, se surgir qualquer 
dúvida, entre em contato com seu professor-tutor. Bons estudos e até a próxima!
20
21
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Fundamentos de Química Analítica
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química 
Analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
Leitura do Capítulo 12 do livro de Skoog et al. (2014). É interessante que você também resolva 
os exercícios propostos no capítulo.
 Leitura
Introdução à Análise Gravimétrica: Gravimetria de Volatilização
https://goo.gl/HjsJRr
Gravimetria de Precipitação
https://goo.gl/BCqiFC
Gravimetria
https://goo.gl/nUJvMq
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UNIDADE Análise Gravimétrica
Referências
HARRIS, D. C. Análise química quantitativa. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. 
(e-book)
MATTOS, W. M.  Análise gravimétrica. 2016. Disponível em: http://www.
esalq.usp.br/departamentos/lce/arquivos/aulas/2016/LCE0108/Aula3_prati-
ca_2016.pdf. Acesso em: 28 ago. 2018.
QUEVEDO, R. T. Análise gravimétrica. Disponível em: https://www.infoescola.
com/quimica/analise-gravimetrica/. Acesso em: 28 ago. 2018.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de 
Química Analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
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