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APOSTILA DE ARQUIVOLOGIA Aula 2

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Arquivologia
Professor Darlan Eterno
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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA - AULA 2
1. ÓRGÃOS/SISTEMAS DE ARQUIVO
a. CONARQ: (Conselho Nacional de Arquivos); sua principal função é 
definir a política nacional de arquivos públicos e privados. O Conarq 
é o órgão central do SINAR. 
b. SINAR (Sistema Nacional de Arquivos): e tem a finalidade de implementar 
a política nacional de arquivos públicos e privados. O SINAR foi criado 
pelo decreto 4.073/02.
c. Arquivo Nacional: órgão que possui entre outras competências, a 
gestão e o recolhimento dos documentos acumulados pelo Poder 
ARQUIVOS FEDERAIS
Documentos 
produzidos pela 
administração pública 
federal segundo a 
divisão de poderes. PODER EXECUTIVO
Arquivo Nacional
Arquivo do Ministério da Marinha
Arquivo do Ministério da Aeronáutica
Arquivo do Ministério do Exército
PODER LEGISLATIVO
Arquivos do Poder Legislativo
PODER JUDICIÁRIO 
Arquivos do Poder Judiciário
ARQUIVOS ESTADUAIS
Arquivos dos Poderes 
Executivo, Legislativo e 
Judiciário e estaduais
ARQUIVOS MUNICIPAIS 
Arquivos dos Poderes 
Executivo e Legislativo 
Municipal
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Executivo Federal.
LEI Nº 8.159, DE 08 DE JANEIRO DE 1991
CAPÍTULO IV - DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE INSTITUIÇÕES
ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS
Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos 
documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem 
como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e 
acompanhar e implementar a política nacional de arquivos.
Ordenação da Malha Arquivística Pública Brasileira
2. DECRETO 4073/2002 ALTERADO PELO DECRETO 10.148/2019
Art. 3º São membros conselheiros do CONARQ:
I. o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá;
II. dois representantes do Poder Executivo Federal;
III. um representante do Poder Judiciário federal; 
IV. dois representantes do Poder Legislativo Federal;
V. um representante dos arquivos públicos estaduais e distrital; 
VI. um representante dos arquivos públicos municipais;
VII. um representante de associações de arquivistas; e 
VIII. quatro representantes de instituições de ensino e pesquisa, organizações 
ou instituições com atuação na área de tecnologia da informação e 
comunicação, arquivologia, história ou ciência da informação (Redação 
dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 5º O Plenário, órgão superior de deliberação do CONARQ, reunir-
se-á, em caráter ordinário, no mínimo, uma vez a cada quatro meses 
e, extraordinariamente, mediante convocação de seu Presidente ou a 
requerimento de dois terços de seus membros.
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(...) § 2º As reuniões do CONARQ serão realizadas preferencialmente por 
meio de videoconferência
Capítulo II
DO SISTEMA NACIONAL DE ARQUIVOS
Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de 
arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso 
aos documentos de arquivo.
 Art. 11. O SINAR tem como órgão central o CONARQ.
Art. 12. Integram o SINAR:
I. o Arquivo Nacional;
II. os arquivos do Poder Executivo Federal;
III. os arquivos do Poder Legislativo Federal;
IV. os arquivos do Poder Judiciário Federal;
V. os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
VI. os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário;
VII. os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 1º Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando organizados 
sistemicamente, passam a integrar o SINAR por intermédio de seus órgãos 
centrais.
§ 2º As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, detentoras de arquivos, 
podem integrar o SINAR mediante acordo ou ajuste com o órgão central.
EXERCÍCIOS
1. (UFU 2017) Assinale a alternativa que corresponde ao órgão que possui 
a finalidade de implementar a política nacional de arquivos públicos e 
privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de 
arquivo.
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a. CONARQ
b. SINAR
c. Arquivo Nacional
d. SIGA
2.( ) (Cespe EMAP 2018) A gestão e o recolhimento dos documentos 
acumulados pelos arquivos estaduais são de responsabilidade do Arquivo 
Nacional.
3.( ) (Cespe FUB 2015) Uma das finalidades do CONARQ é implementar 
a racionalização das atividades arquivísticas, de forma a garantir a 
integridade do ciclo documental.
4.( ) (Cespe ANAC 2012) Os documentos da ANAC considerados de 
valor permanente devem ser recolhidos ao Arquivo Nacional. 
5.( ) (Cespe MPU 2013) Compete ao Arquivo Nacional definir as normas 
gerais e estabelecer as diretrizes para o Sistema Nacional de Arquivos 
bem como promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e 
privados.
6.( ) (Cespe MPE – PI 2012) Competem ao Arquivo Nacional a gestão e 
o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelos Poderes 
Executivo, Legislativo e Judiciário em âmbito federal. 
3. TEORIA DAS TRÊS IDADES
ARQUIVO 
CORRENTE *Transferência *Recolhimento
*Recolhimento
ARQUIVO 
INTERMEDIÁRIO
ARQUIVO 
PERMANENTE
Valor Primário Valor Secundário
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*transferência: é a passagem de documentos ao arquivo intermediário
*recolhimento: é a passagem de documentos ao arquivo permanente.
Definições da Lei 8.159/91
Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, 
intermediários e permanentes.
§ 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, 
mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas freqüentes.
§ 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de 
uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, 
aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de 
valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente 
preservados.
Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas 
e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição 
arquivística pública, na sua específica esfera de competência.
Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e 
imprescritíveis.
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EXERCÍCIOS
7.( ) (Cespe TJ AM 2019) Recolhimento consiste na passagem dos 
documentos dos arquivos correntes aos arquivos intermediários, de 
acordo com os prazos de guarda existentes na tabela de temporalidade.
8.( ) (Cespe MS 2008) O arquivosetorial é aquele estabelecido juntos 
aos órgãos operacionais, cumprindo funções de arquivo corrente. 
9.( ) (Cespe ANTT 2013) Os documentos de valor permanente são 
inalienáveis, mas prescritíveis. 
10.( ) (Cespe SERPRO 2013) Ao se implantar um programa de gestão 
documental, o acesso aos documentos que apresentam valor imediato 
será restrito ao setor.
11.( ) (Cespe ANS 2013) Para facilitar o acesso rápido ao material, 
recomenda-se que arquivos correntes sejam armazenados em caixas-
arquivo.
12.( ) (Cespe TCDF 2014) Após passarem pelos arquivos correntes, 
os documentos de arquivo podem ser eliminados, ser encaminhados 
ao arquivo intermediário, ou, ainda, ser recolhidos aos arquivos 
permanentes.
13.( ) (Cespe MTE 2014) Os arquivos correntes, por serem formados 
pelos documentos com grande possibilidade de uso, devem ficar 
próximos dos usuários diretos.
14.( ) (Cespe DPU 2016) O arquivo corrente deve ficar, preferencialmente, 
descentralizado fisicamente na instituição.
15.( ) (Cespe ANP 2013) Os documentos que perderam seu valor primário 
são recolhidos ao arquivo permanente, onde deverão ser microfilmados 
ou digitalizados e, em seguida, eliminados.
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16.( ) (Cespe TCE/RS 2013) O arquivo permanente é constituído 
essencialmente de documentos que perderam todo o valor de natureza 
administrativa, mas que devem ser conservados em razão do seu valor 
histórico.
17.( ) (Cespe IPHAN 2018) Em instituições públicas, é permitida a 
guarda de arquivos intermediários em locais distantes de onde foram 
produzidos, se houver essa necessidade em razão do volume crescente 
de documentos físicos. 
18.( ) (Cespe DPF – 2013) Os documentos de arquivo, após cumprirem o 
prazo de guarda nos arquivos correntes, devem ser transferidos para o 
arquivo permanente
19.( ) (Cespe ANP 2013) A transferência dos documentos para o 
arquivo intermediário é motivada pelo grande valor primário que esses 
documentos apresentam.
20.( ) (Cespe FUB 2015) Documentos pertencentes aos arquivos 
permanentes podem retornar à fase corrente.
21.( ) (Cespe CGM – JP 2018) O arquivo intermediário, por sua natureza, 
deve ser descentralizado e ficar localizado próximo do usuário direto.
22.( ) (Cespe ANP 2013) Os documentos correntes são de acesso restrito 
e devem ficar próximos aos usuários diretos.
23.( ) (Cespe SERPRO 2013) O arquivamento de documentos no tipo 
horizontal é recomendado para arquivos correntes.
24.( ) (Cespe – EBC 2011) A transferência de documentos dos arquivos 
correntes para os intermediários deve ser feita mediante registro em 
uma listagem de transferência.
25.( ) (Cespe STM 2018) O ciclo vital dos documentos de arquivo 
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compreende três idades. A primeira delas é a idade corrente, durante a 
qual os documentos têm localização física mais próxima ao acumulador 
do documento. 
26. (FCC – TRE/PR 2012). Quando os documentos repousam em posição 
perpendicular à da prateleira de uma estante, tem-se o chamado 
armazenamento
a. horizontal. 
b. proporcional.
c. transversal. 
d. compacto. 
e. vertical.
27.( ) (Cespe MPU 2013) Os documentos intermediários são aqueles 
que não possuem uso corrente nas entidades produtoras e aguardam a 
eliminação ou a transferência para guarda permanente.
28.( ) (Cespe DPU 2016) O acesso aos documentos no arquivo 
intermediário ainda é restrito aos acumuladores ou àqueles que 
receberam autorização do setor que os acumulou 
29.( ) (Cespe DPF 2018) O protocolo é uma atividade que se inicia nos 
arquivos correntes e finaliza suas ações no arquivo permanente.
30.( ) (Cespe CNJ 2013) A organização dos documentos de arquivo na 
fase corrente deve ser realizada de modo diferente daquela adotada 
na fase intermediária. Essa diferença é explicada pelo fato de os 
documentos terem usos distintos nessas duas fases.
31.( ) (Cespe DPF 2014) A transferência dos documentos dos arquivos 
correntes para os arquivos intermediários justifica-se pela diminuição 
do valor primário dos documentos
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32.( ) (Cespe DPU 2016) Os arquivos permanentes têm restrição de 
acesso ao público em geral.
4. CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS
a. Classificação Arquivística
A Classificação é o ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo 
dos documentos arquivísticos e de selecionar a classe sob a qual serão 
recuperados. Ela determina o agrupamento de documentos em unidades 
menores (processos e dossiês) e o agrupamento destas em unidades 
maiores, formando o arquivo do órgão ou entidade. Para isso, deve tomar 
por base o conteúdo do documento, que reflete a atividade que o gerou e 
determina o uso da informação nele contida. 
Segundo a resolução nº 14 do Conarq, a “classificação é utilizada com o 
objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de 
agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas 
com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso 
a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com 
base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e 
determina o uso da informação nele contida.”
A classificação também define a organização física dos documentos, 
constituindo-se em referencial básico para sua recuperação. Os objetivos 
da classificação são:
• estabelecer a relação orgânica dos documentos arquivísticos;
• assegurar que os documentos sejam identificados de forma consistente 
ao longo do tempo;
• auxiliar a recuperação de todos os documentos arquivísticos relacionados 
a determinada função ou atividade; 
• possibilitar a avaliação de um grupo de documentos de forma que os 
documentos associados sejam transferidos, recolhidos ou eliminados em 
conjunto. 
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a.1. Plano de Classificação
A classificação deve se basear no plano de classificação, instrumento 
que tem a finalidade de classificar todo e qualquer documento produzido 
ou recebido pela instituição no exercício de suas atividades. A classificação 
envolve os seguintes passos: 
• identificar a ação ou atividade registrada no/pelo documento; 
• localizar a ação ou atividade no plano de classificação; • comparar a 
atividade com a estrutura organizacional para verificar se é apropriada à 
unidade que gerou o documento; 
• aplicar as normas/regras de classificação ao documento
 Para ilustrar este instrumento segue abaixo um exemplo de Plano de 
Classificação utilizado pelo Poder Executivo Federal
Exemplo de Plano de Classificação (Recorte 
da Resolução nº 14 do CONARQ)
001 MODERNIZAÇÃO E REFORMA ADMINISTRATIVA
 »Incluem-se documentos referentes aos projetos, estudos e normas 
relativos à organização e métodos, reforma administrativa e outros 
procedimentos que visem à modernização das atividades dos órgãos 
da administração pública federal.. (...)
010 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
 »Incluem-se normas, regulamentações, diretrizes, procedimentos, 
estudos e/ou decisões de caráter geral.
012 COMUNICAÇÃO SOCIAL
012.1 RELAÇÕES COM A IMPRENSA
b. Avaliação
A avaliação é uma atividade vital em um programa de gestão arquivística 
de documentos, pois permite racionalizar o acúmulo de documentos nas 
Arquivologia | Darlan Eterno
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fases corrente e intermediária, facilitando a constituição dos arquivos 
permanentes. É o processo de análise dos documentos arquivísticos, 
visando estabelecer os prazos de guarda e a destinação, de acordo com 
os valores primário e secundário que lhes são atribuídos. Os prazos de 
guarda e as ações de destinação deverão estar formalizados na tabela de 
temporalidade e destinação do órgão ou entidade. 
Os prazos de guarda referem-se ao tempo necessário para o arquivamento 
dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando atender, 
exclusivamente, às necessidades da administração que os gerou, baseado 
em estimativas de uso. Nesse sentido, nenhum documento deve ser 
conservado por tempo maior que o necessário. 
A aplicaçãodos critérios de avaliação é feita com base na teoria das três 
idades e efetiva-se, primeiramente, nos arquivos correntes, a fim de se 
distinguirem os documentos de valor eventual (de eliminação sumária) 
daqueles de valor probatório e/ou informativo. 
Deve-se evitar a transferência para os arquivos intermediários de 
documentos que não tenham sido anteriormente avaliados, pois as 
atividades de avaliação e seleção nesses arquivos são extremamente 
onerosas do ponto de vista técnico e gerencial. 
A destinação dos documentos é efetivada após a atividade de seleção, 
que consiste na separação dos documentos de valor permanente daqueles 
passíveis de eliminação, mediante critérios e técnicas estabelecidos na 
tabela de temporalidade e destinação.
b.1. Tabela de Temporalidade
A complexidade e a abrangência dos conhecimentos exigidos pelo processo 
de avaliação, que implica no estabelecimento de critérios de valor, requerem 
a participação de pessoas das diversas áreas profissionais do órgão ou 
entidade, conforme legislação vigente. Portanto, para avaliar os documentos, 
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deverá ser constituída, em cada instituição, uma comissão multidisciplinar, 
formado por servidores de suas diversas áreas técnicas, denominada 
Comissão Permanente de Avaliação. Tal comissão será responsável pela 
elaboração da tabela de temporalidade de documentos, Instrumento 
resultante da avaliação que define prazos de guarda dos documentos nas 
fases corrente e intermediária, sua destinação final (eliminação ou guarda 
permanente), bem como a alteração de suporte.
Os prazos de guarda definidos pela Tabela de Temporalidade baseiam-se 
na legislação em vigor e nas necessidades administrativas. Os documentos 
de arquivo não cumprem um prazo de guarda único, este período de retenção 
varia de acordo com o documento e de acordo com a respectiva tabela. 
Assim não se pode afirmar que todos os documentos de arquivo ficam 5 
anos na fase corrente, ou que se tornarão de guarda permanente após 40 
anos da sua produção. O quadro a seguir foi extraído da Tabela utilizada pelo 
Poder Executivo Federal e demonstra alguns exemplos da temporalidade 
de documentos.
Exemplo de Tabela de Temporalidade (Recorte 
da Resolução nº 14 do CONARQ)
ASSUNTO
PRAZOS DE GUARDA
DESTINAÇÃO 
FINAL OBSERVAÇÕES
FASE 
CORRENTE
FASE 
INTER-
MEDIÁRIA
020 PESSOAL
020.1 
LEGISLAÇÃO 
Enquanto 
vigora 5 anos
Guarda 
Permanente
020.2 
IDENTIFICAÇÃO 
FUNCIONAL
Enquanto 
o servidor 
permanecer 
10 anos Guarda Permanente
020.3 
OBRIGAÇÕES 
TRABALHISTAS 
E 
ESTATUTÁRIAS. 
5 anos 5 anos Eliminação
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Quadro Comparativo
Características Plano de Classificação Tabela de Temporalidade
Finalidade Classificação Avaliação
Palavras-chave - Guarda/localização
- Prazos de Guarda
- Destinação Final
- Alteração de Suporte
Outras Informações
Baseia-se nas funções 
e atividades da 
instituição
Os prazos de guarda 
baseiam-se na 
legislação vigente 
e nas necessidades 
administrativas
5. RECORTES DA LEGISLAÇÃO ARQUIVÍSTICA
RESOLUÇÃO Nº 40, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2014
Dispõe sobre os procedimentos para a eliminação de documentos no 
âmbito dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de 
Arquivos - SINAR.
RESOLVE:
Art. 1º A eliminação de documentos no âmbito dos órgãos e entidades 
integrantes do SINAR ocorrerá depois de concluído o processo de avaliação e 
seleção conduzido pelas respectivas Comissões Permanentes de Avaliação 
de Documentos - CPAD e será efetivada quando cumpridos os procedimentos 
estabelecidos nesta Resolução.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades só poderão eliminar documentos 
caso possuam Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos 
constituídas e com autorização da instituição arquivística pública, na sua 
específica esfera de competência.
Art. 2º O registro dos documentos a serem eliminados deverá ser efetuado 
Arquivologia | Darlan Eterno
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por meio da elaboração de Listagem de Eliminação de Documentos que, 
após a aprovação pela Comissão Permanente de Avaliação de Documentos 
- CPAD e pelas autoridades dos órgãos e entidades a quem compete aprovar, 
deverá ser submetida à instituição arquivística pública, na sua específica 
esfera de competência, para autorização da eliminação.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades deverão, obrigatoriamente, 
encaminhar, por meio de correspondência oficial, duas cópias da Listagem 
de Eliminação de Documentos, assinadas e rubricadas a fim de obter a 
autorização.
Art. 3º Após obter a autorização, os órgãos e entidades, para proceder à 
eliminação, deverão elaborar e publicar o Edital de Ciência de Eliminação 
de Documentos, em periódico oficial, sendo que na ausência destes, os 
municípios poderão publicá-los em outro veículo de divulgação local, para 
dar publicidade ao fato de que serão eliminados os documentos relacionados 
na Listagem de Eliminação de Documentos.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades deverão encaminhar, 
obrigatoriamente, para a instituição arquivística pública, na sua específica 
esfera de competência, uma cópia da página do periódico oficial ou do 
veículo de divulgação local no qual o Edital de Ciência de Eliminação de 
Documentos foi publicado.
Art. 4º Após efetivar a eliminação, os órgãos e entidades deverão elaborar 
o Termo de Eliminação de Documentos, que tem por objetivo registrar 
as informações relativas ao ato de eliminação, não sendo obrigatório dar 
publicidade em periódico oficial, devendo ser dada publicidade em boletim 
interno ou, ainda, no próprio portal ou sítio eletrônico, encaminhando 
uma cópia do Termo de Eliminação de Documentos para a instituição 
arquivística pública, na sua específica esfera de competência, para ciência 
de que a eliminação foi efetivada.
Arquivologia | Darlan Eterno
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Art. 5º A eliminação de documentos arquivísticos públicos e de caráter 
público será efetuada por meio de fragmentação manual ou mecânica, 
pulverização, desmagnetização ou reformatação, com garantia de que a 
descaracterização dos documentos não possa ser revertida.
§ 1° A eliminação dos documentos deverá, obrigatoriamente, ocorrer com 
a supervisão de responsável designado para acompanhar o procedimento.
§ 2° A escolha do procedimento a ser adotado para a descaracterização 
dos documentos deverá observar as normas legais em vigor em relação à 
preservação do meio ambiente e da sustentabilidade
EXERCÍCIOS
33.( ) (Cespe EMAP 2018) A classificação dos documentos de arquivo é 
feita por meio do plano denominado plano de destinação.
34.( ) (Cespe SERPRO 2013) O reconhecimento da espécie documental 
é um elemento fundamental para a correta classificação de um 
documento de arquivo
35.( ) (Cespe ANAC 2012) A avaliação dos documentos de arquivo é feita 
com base no princípio da ordem original.
36.( ) (Cespe MTE 2014) Na avaliação de um grande volume de 
documentos de arquivo, a decisão sobre eliminação de um documento 
e a consequente operacionalização são finais e irrevogáveis.
37.( ) (Cespe CNJ 2013) A avaliação dos documentos de arquivo é feita 
com base na tabela de temporalidade que, além dos prazos de guarda 
nas idades corrente e intermediária, indica a eliminação ou guarda 
permanente dos documentos.
38.( ) (Cespe IBRAM 2009) Os documentos públicos em suporte papel, 
destinados à eliminação, após cumprirem o prazo estabelecido no edital 
Arquivologia | Darlan Eterno
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de eliminação de documentos, devem ser incinerados.
39.( ) (Cespe BACEN 2013) A tabela de temporalidade de documentos 
é instrumento de gestão aprovado por autoridade competente que 
permite gerenciar a massa documental acumulada e avaliar o prazo de 
guarda e a destinação final dos documentos produzidos ou recebidos 
por uma instituição
40. (Cespe DPU 2010) O instrumento auxiliar adotado na gestão de 
documentos que possibilita o arquivamento e, posteriormente, a 
recuperação desses documentos denomina-se plano de
a. descarte. 
b. retenção.
c. arquivamento. 
d. avaliação.e. classificação 
41.( ) (Cespe STM 2011) Nos arquivos corrente e intermediário, os 
prazos de guarda dos documentos devem ser expressos em anos ou 
pela indicação da vigência dos documentos.
42.( ) (Cespe MPU 2010) Os prazos de guarda dos documentos nos 
arquivos do tipo corrente e intermediário devem ser definidos com base 
na legislação pertinente e nas necessidades administrativas.
43.( ) (CESPE_CNPQ/2011) O processo de elaboração do código de 
classificação de documentos de arquivo estabelece relação direta com 
as funções e as atividades desenvolvidas no órgão ou na empresa. 
44.( ) (CESPE_CNPQ/2011) O código de classificação de documentos de 
arquivo é aplicado a partir da transferência do documento do arquivo 
corrente para o arquivo intermediário
Arquivologia | Darlan Eterno
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45.( ) (CESPE_CNPQ/2011) A tabela de temporalidade de documentos 
independe da realização de classificação para avaliar os documentos 
de arquivo.
46.( ) (Cespe STM 2018) O instrumento utilizado para a classificação 
de documentos de arquivo é o inventário analítico.
47.( ) (Cespe MCTI 2012) A classificação dos documentos produzidos 
e(ou) recebidos pela atividade-meio do MCTI é feita a partir do Código 
de Classificação de Documentos de Arquivo, elaborado pelo Conselho 
Nacional de Arquivos.
48.( ) (CESPE_STM/2011) O código de classificação é construído a 
partir da estrutura organizacional do órgão ou empresa em que ele vai 
ser aplicado, sendo uma reprodução do organograma desse órgão ou 
dessa empresa.
49.( ) (Cespe MI 2013) Os documentos de arquivo devem ser classificados 
a partir de um código ou plano de classificação de documentos baseado 
nas funções e atividades desenvolvidas no órgão.
50.( ) (Cespe SERPRO 2013) O gênero do documento é uma informação 
relevante para a determinação dos prazos de guarda dos documentos 
de arquivo
51. (Cespe TRE- MS 2013) Ao lidar com os documentos, usa-se a tabela de 
temporalidade como instrumento para a
a. avaliação. 
b. codificação.
c. classificação. 
d. descrição.
e. indexação
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52.( ) (Cespe STF 2013) De acordo com uma tabela de temporalidade, 
a destinação final dos documentos de arquivo pode ser a digitalização.
53.( ) (Cespe ANATEL 2014) A aplicação da tabela de temporalidade 
gera, necessariamente, um plano de destinação.
54.( ) (Cespe SERPRO 2013) O prazo de guarda indicado para os 
documentos do arquivo impresso é de cinquenta anos
55. (FUNCAB ANS 2016) A tabela de temporalidade de documentos, produto 
gerado pelo processo de avaliação documental, determina prazos e 
condições de guarda, tendo em vista a transferência, o recolhimento, 
o descarte ou a eliminação dos documentos. Para que uma tabela de 
temporalidade possa ser adotada, ela deve ser primeiro:
a. implementada em algum setor da empresa.
b. reconhecida pelos órgãos de classe.
c. registrada no Conselho Nacional de Arquivos.
d. aprovada por uma autoridade competente.
e. publicada no Diário Oficial da União.
56.( ) (Cespe FUB 2014) A tabela de temporalidade de documentos 
de arquivo é o instrumento de gestão arquivística responsável pela 
organização dos documentos.
57.( ) (Cespe FUB 2015) A destinação final dos documentos de arquivo 
pode ser a eliminação ou a guarda permanente.
58.( ) (Cespe DPU 2016) A indicação de necessidade de reformatação 
de suportes é feita no plano de classificação.
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GABARITO
1-C 2-F 3-F 4-V 5-F 6-F 7-F 8-V 9-F 10-V
11-F 12-V 13-V 14-V 15-F 16-V 17-V 18-F 19-F 20-F
21-F 22-V 23-F 24-V 25-V 26-E 27-F 28-V 29-F 30-F
31-V 32-F 33-F 34-F 35-F 36-V 37-V 38-F 39-V 40-E
41-V 42-V 43-V 44-F 45-F 46-F 47-V 48-F 49-V 50-F
51-A 52-F 53-F 54-F 55-D 56-F 57-V 58-F

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