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Edifício Misto: Um estudo de Caso em Engenheiro Coelho – SP Evylin do Nascimento de Souza Orientação: Alessandra Alexandre Strassa Trabalho de Conclusão de Curso UNASP, 2017 Evylin do Nascimento de Souza Edifício Misto: Um Estudo de Caso em Engenheiro Coelho – SP Engenheiro Coelho 2017 Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Adventista de São Paulo – Engenheiro Coelho do curso de Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Profa. Ms. Alessandra Salvador Alexandre Strassa. Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Adventista de São Paulo, do curso de Arquitetura e Urbanismo apresentado e aprovado em 20 de Junho de 2017. _________________________________________________ Profa. Ms. Alessandra Salvador Alexandre Strassa _________________________________________________ Convidado Interno _________________________________________________ Convidado Externo Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus, por ter guiado minha vida até o presente momento. Aos meus pais Armando e Zenita, por todo apoio emocional e material. Ao meu marido Elvio pelo companheirismo e incentivo. E minha querida orientadora Alessandra por construir este trabalho ao meu lado com tanto carinho. AGRADECIMENTOS Primeiro à Deus que me guiou até o presente momento. Por ter me concedido tantos amigos, memórias, alegrias e aprendizagens nestes anos como universitária. À universidade, direção, administração e corpo docente, repleto de professores atenciosos e prontos à transmitir conhecimento. À orientadora Alessandra Strassa pelo empenho dedicado à elaboração deste trabalho, seu imenso prazer em ajudar e sua amizade sincera. À meus pais Armando e Zenita pelo apoio, incentivo e amor incondicional. Eles à quem eu devo tudo que sou hoje. Ao meu marido Elvio por todo amor e atenção dedicado a mim nestes últimos anos. À todos os amigos que tive o prazer de fazer nestes 5 anos de curso, principalmente à Bruna, Hândrya, Lindsey e Tueli, companheiras de trabalhos e noites mal dormidas. À Bianca Mauri pela parceria e ajuda na procura de materiais e documentos da cidade de Engenheiro Coelho - SP. À todos aqueles que fizeram parte, direta ou indiretamente, de mais esta etapa concluída na minha vida. Muito obrigada. “Faça de cada coisa um lugar, faça de cada cidade uma porção de lugares pois uma casa é uma cidade minúscula e uma cidade é uma casa enorme.” Aldo Van Eyck RESUMO O trabalho final de graduação a seguir compreende o desenvolvimento de um projeto de um edifício de uso misto no bairro Universitário em Engenheiro Coelho - SP. Considerando a necessidade de moradias adequadas para os estudantes do UNASP (Centro Universitário Adventista de São Paulo – Engenheiro Coelho) e para os aposentados que usufruem da organização e infraestrutura local. A ocupação territorial, que não pertence ao perímetro urbano, se caracteriza pelo crescimento inadequado do bairro Universitários juntamente com a grande quantidade de condomínios fechados construídos no entorno do UNASP-EC habitados principalmente por aposentados, estudantes e servidores da instituição. Objetiva-se propor uma nova opção de habitação para essas classes. Para tanto, procede-se a metodologia analítica social-urbana e propositiva-projetual. Baseando-se, portanto, em referencias de projetos de habitações universitárias e edifícios de uso misto. O projeto intenciona suprir parte do déficit atual de moradia e equipamentos urbanos fora do UNASP, instrumentos públicos que qualifiquem o uso e ocupação dos moradores do bairro estudado e supracitado. Este projeto irá atender a terceira idade e estudantes de qualquer classe social, além de inserir e contextualiza-los a própria UNASP na dinâmica de crescimento do bairro Universitário contribuindo para dialética local sistêmica propondo além de habitações, área comercial, lazer, serviços e paisagismo inseridos no contexto urbano local. Palavras-chave: Edifício de uso misto; Habitações Universitárias; Terceira Idade. ABSTRACT The final graduation work that follows includes the development of a mixed use building project in the University district in Engenheiro Coelho - SP, considering the need for adequate housing for UNASP students (Adventist University Center of São Paulo - Engenheiro Coelho) and for retirees who enjoy the organization and local infrastructure. The territorial occupation, which does not belong to the urban perimeter, is characterized by the inadequate growth of the University neighborhood combined with the large number of private condominiums built around UNASP-EC inhabited mainly by retirees, students and staff of the University. It is proposed a new housing option for these classes. For this, the analytical methodology is social- urban and propositional-project, based on, therefore, references of university housing projects and mixed-use buildings. The project intends to supply part of the current lack of housing and urban equipment outside the UNASP, public instruments that qualify the use and occupation of the residents of the studied neighborhood. This project will focus on the needs of the third- age and students of any social class, besides inserting and contextualizing them to UNASP in the growth dynamics of the University district, contributing to systemic local dialectics proposing besides housing, commercial area, leisure, services and landscaping inserted in the local urban context. Keywords: Mixed-use building; University Housing; Third-age. Lista de Imagens IMAGEM 1 Organograma da problemática................................................31 IMAGEM 2 Falanstério – Charles Fourier...................................................32 IMAGEM 3 Plano Quadriculado com Prédios de Robert Owen.................32 IMAGEM 4 New Harmony – Stedman.......................................................33 IMAGEM 5 Conjunto Nacional...................................................................33 IMAGEM 6 Moradia Estudantil da UNICAMP. ...........................................34 IMAGEM 7 O pavilhão suíço de Le Cobusier..............................................34 IMAGEM 8 Casa do brasil de Lucio Costa e Le Corbusier...........................35 IMAGEM 9 Mapa de Municípios do Estado de SP......................................36 IMAGEM 10 Mapa do Perímetro Urbano de Engenheiro Coelho................37 IMAGEM 11 Mapa do Perímetro Urbano de Engenheiro Coelho................38 IMAGEM 12 Mapa de Micro bacias Hidrográficas de Engenheiro Coelho.....................................................................................39 IMAGEM 13 Esquema do Entorno do Terreno............................................40 IMAGEM 14 Zoneamento – Análise de necessidades do Bairro Universitário.................................................................41 IMAGEM 15 Esquema do Entorno do Terreno............................................41 IMAGEM 16 Imagem 16. Região Metropolitana de Campinas – Cidades que possuem: Centro Universitário, universidades, faculdades, etc................................................45 IMAGEM 17 Localização do Terreno do Projeto.........................................47 IMAGEM 18 Perspectiva do Projeto da Moradia Estudantil para UNIFESP...................................................................................51 IMAGEM 19 Esquema do Projeto da Moradia Estudantil para UNIFESP...................................................................................51 IMAGEM 20 Perspectiva da Habitação........................................................52 IMAGEM 21 Perspectiva da Habitação.....................................................52 IMAGEM 22 Vista do Edifício....................................................................53 IMAGEM 23 Vista do Edifício....................................................................54 IMAGEM 24 Vista do Edifício....................................................................55 IMAGEM 25 Vista do Edifício....................................................................56IMAGEM 26 Vista do Edifício....................................................................57 IMAGEM 27 Vista do Edifício....................................................................58 IMAGEM 28 Vista do Edifício....................................................................59 IMAGEM 29 Vista do Edifício....................................................................60 IMAGEM 30 Vista do Edifício....................................................................61 IMAGEM 31 Vista do Edifício....................................................................62 IMAGEM 32 Apartamento para casal (tipo 1)...........................................64 IMAGEM 33 Apartamento para casal (tipo 1)...........................................64 IMAGEM 34 Apartamento coletivo (tipo 2)..............................................65 IMAGEM 35 Apartamento individual (tipo 3)...........................................66 IMAGEM 36 Apartamento PNE (tipo 4)....................................................67 IMAGEM 37 Apartamento PNE (tipo 4)....................................................67 IMAGEM 38 Apartamento para idosos com sacada (tipo 5).....................68 IMAGEM 39 Apartamento para idosos sem sacada/ vista do banheiro (tipo 6)..................................................................................68 Lista de Gráficos GRÁFICO 1 Índice de Envelhecimento (Em %) – 1980-2017.............................................................29 GRÁFICO 2 Pulação com 60 anos e mais (Em %) – 1980-2017............................................................................29 GRÁFICO 3 Grau de Urbanização (Em %) – 1980-2017. ........................43 GRÁFICO 4 Quantidade de alunos..........................................................48 Lista de Tabelas TABELA 1 Relação de apartamentos....................................................63 Sumário 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................................................................26 1.1 O Edifício Misto no Contexto Internacional e no Brasil ..............................................................................................................32 1.2 Contexto Histórico e Urbano do Loteamento Universitários em Engenheiro Coelho – SP.........................................................37 2 O CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULOCAMPUS ENGENHEIRO COELHO......................................................................................................................................................................................................42 2.1 O Campus do UNASP-EC e sua Relevância para o Município .....................................................................................................44 3 O TERRENO DO PROJETO........................................................................................................................................................................46 3. 1 Localização..................................................................................................................................................................................47 3.2 Bairro Universitários: Projeto Integrado com a Comunidade.....................................................................................................48 4 O PROJETO..............................................................................................................................................................................................50 4.1 Referências Projetuais.................................................................................................................................................................51 4.2 A Moradia....................................................................................................................................................................................53 4.3 O Edifício.....................................................................................................................................................................................57 4.3.1 O Programa......................................................................................................................................................................59 CONCLUSÕES FINAIS..................................................................................................................................................................................70 BIBLIOGAFIA ..............................................................................................................................................................................................72 ANEXOS......................................................................................................................................................................................................76 1 INTRODUÇÃO A pesquisa tem como principal objetivo desenvolver um projeto de um edifício misto que atenda necessidades dos alunos da UNASP-EC (Centro Universitário Adventista de São Paulo – Engenheiro Coelho) e a grande quantidade de aposentados que atualmente moram nos condomínios da região. Dessa forma, pretende-se que essa edificação traga integração entre os estudantes e a comunidade. A proposta é trazer ao bairro dois edifícios separados, mas conectados integrando; comércio, habitação voltada a terceira idade e estudantes, serviço e lazer fazendo então essa ligação entre edifício e bairro. O presente Projeto de pesquisa de Graduação tem como alternativa metodológica analítica e propositivo. Baseando-se, portanto em referencias de projetos de habitações universitárias, e então propondo uma edificação para o bairro Universitários em Engenheiro Coelho. Este projeto, parte do princípio que a Universidade e a cidade mantem uma forte relação, e que a habitação como principal necessidade dos estudantes deve ser suprida. Assim sendo, pretende-se analisar o conjunto de obras teóricas sobre edifícios mistos, juntamente com literaturas sobre planejamento urbano e normas sobre habitação social. A pesquisa procura mostrar como as moradias estudantis são importantes para os estudantes e o porquê de agregar ao programa uma habitação para idosos. Para abordar os objetivos propostos no Projeto de Pesquisa, pretende-se desenvolver um estudo iniciado pela bibliografia, análise cartográfica do levantamento atual do recorte urbano e, também, documentos sobre moradia estudantil e planejamento Urbano. Adicionando-se a esses dados, será realizado: levantamento fotográfico e de documentos. Será proposto entender sobre normas e conceitos para se desenvolver um projeto de habitação universitária. O baixo orçamento das universidades e do governo para moradia adequada para os estudantes nas cidades brasileiras, desperta o interesse visando propor uma nova ideia para este segmento da arquitetura. A estratégia adotada neste estudo sugere analisar o contexto histórico do entorno da Universidade que está ligado a alguns condomínios habitacionais fechados, assim como alguns dos principais projetos elaborados para moradias universitárias no Brasil e no campo internacional, identificando as diversas referências teóricas que refletem a interação entre cidade e a universidade juntamente com habitação social de uso misto. Ao destacar a universidade no contexto urbano no município de Engenheiro Coelho, incluindo os diversos segmentos que o forma, como por exemplo: o contexto histórico, a sociedade, o desenvolvimento urbano, cultura local, pretende-se propor o desenvolvimento de um projeto que promova maior interação entre cidade e universidade, onde ambos trabalhem juntos. Com base na Constituição de 1988, que se refere ao direito do cidadão à habitação, entende-se que o brasileiro está vivendo uma insuficiência na área habitacional. A falta de moradia voltadapara os estudantes é um exemplo dessa deficiência. Compreendendo isto espera-se que o trabalho a seguir contribua com os estudos de edifícios mistos e que a sociedade cresça nesse aspecto, e prossiga para um futuro que evolua com relação a importância da habitação e integração de classes. Sendo assim a pesquisa tende a entender sobre este segmento de habitação e suas reais relevâncias para o estudante e a comunidade. Perante os avanços que o Brasil ainda tem que alcançar a respeito das transformações que a Arquitetura e Urbanismo promovem na sociedade, acredita-se ser relevante o andamento deste Trabalho de Graduação, em razão do mesmo deverá ajudar a novas gerações, tanto de dirigentes 27 quanto a população das próprias comunidades, instituições de ensino superior e governo a despertarem o interesse em compreender a importância das universidades e suas infraestruturas de apoio ao estudante. Com base na vivência dentro e fora do internato, foi possível ter a experiência nos dois campos. Atualmente o bairro Universitário é formado principalmente por pequenos prédios destes construídos pelo programa “minha casa minha vida¹”. Estas moradias e o bairro não atendem adequadamente as necessidades dos universitários, em consequência disto enfrento o mesmo problema de muitos estudantes. Já a opção de internato fornecido dentro do campus do UNASP-EC, proporciona aos estudantes quartos adequados, área de estudos, refeitório, esporte, a igreja, academia e até a lavanderia. No internato existem dois tipos de quartos; o primeiro possui uma mini cozinha e banheiro o segundo não possui nenhum destes. Os dois tem o mesmo número de vagas. Mas geralmente no começo de semestre há um grande número de alunos, e as vagas nem sempre são suficientes, então a faculdade se vê obrigada a improvisar alguns quarto colocando de uma a quatro pessoas a mais. Isso causa, em algumas situações, desconforto e problema entre os alunos. O objetivo da nova proposta de moradia estudantil é atender a alta demanda de alunos que procuram pela UNASP- EC. E tem o foco de dar uma nova opção, qualificada, também a aqueles alunos que não possuem condições de morar no internato pelos autos custos, mas que tem o desejo de fazer um curso de graduação na instituição. Esta proposta tem a intenção de integrar os jovens universitários com a comunidade, trazendo uma ideia já realizada na Holanda por algum tempo e foi reportada por Débora Stevaux no site Abril/Claudia. “Jovens estudantes ganham moradia em asilo ao ganham moradia em asilo ao doarem 30h por mês para cuidar dos idosos.” (DÉBORA, 2016) Este conceito será inserido no projeto pois grande parte da comunidade, principalmente os moradores dos condomínios, são aposentados que apreciam viver perto do UNASP-EC. No caso do projeto a seguir, haveria uma conexão entre a moradia estudantil e um asilo no mesmo edifício, tendo em vista a integração de jovens estudantes e idosos que necessitam de cuidado e atenção. No Brasil já se inicia a redução na taxa de natalidade e o mesmo a taxa de mortalidade, os dados demostram que já está acontecendo um aumento relevante de idosos no pais. Trazendo para uma escala regional onde o projeto será inserido, o gráfico 1 demonstra este relevante crescimento. Pesquisas feitas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelam que o Brasil não está preparado pra tamanha demanda; em questão de quantidade de asilo e, consequentemente, pessoas dispostas a serem cuidadores. Pois de acordo com dados fornecidos pelo Ipea em 2010 o país já possui mais de 20 milhões de idosos, mas tem apenas 218 asilos públicos. (CARLYLE, 2011) ¹ O programa Minha Casa Minha Vida foi desenvolvido pelo Governo Federal com o objetivo de ajudar famílias de classe baixa a comprarem uma casa própria. Essas moradias precisam ter baixo custo, por isso muitas vezes são de má qualidade e mal planejadas. 28 “A concepção de ser idoso pode ser ampliada de uma forma ainda sutil na sociedade contemporânea e, embora já exista uma preocupação em tentar mudar o conceito de “velho e velhice”, sinônimo de fim de vida, prevalece ainda o estereótipo do abandono e de um ser triste, inútil e incapacitado. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido, passando para uma visão onde o idoso possa desempenhar papéis sociais. Esta diferenciada visão do processo de envelhecimento poderá trazer algumas contribuições significativas à melhoria da qualidade de vida do idoso e favorecer a sua mudança de identidade.” (NERI, 1997). Gráfico 1. Índice de Envelhecimento (Em %) – 1980-2017. Fonte: Fornecido pela Fundação Seade. Gráfico 1. Pulação com 60 anos e mais (Em %) – 1980- 2017. Fonte: Fornecido pela Fundação Seade. Aspectos como este evidenciam a relevância do projeto proposto. Pois até o presente momento nenhum projeto construído foi encontrado com essa proposta. Com isso, pode-se notar que edifícios como este sofrerá uma demanda cada vez mais necessária no país onde duas classes se conectam; onde o jovem universitário exerce o papel de apoio e companhia e o idoso ao compartilhar experiências e conselhos. Por ser uma habitação de uso misto, esta será uma das demais atividades exercidas, como: comércio, serviço, extensão da universidade, esporte e lazer. De acordo com a secretaria acadêmica do Ensino Superior da Universidade Adventista de São Paulo Campus Engenheiro Coelho (UNASP-EC), em 2017 a instituição possui 4.139 alunos matriculados nos cursos de 29 de graduação e pós-graduação. Sendo 63,51% alunos residentes fora do campus; nos residenciais próximos, ou em cidades vizinhas. Segundo o anuário da UNASP os residenciais da Universidade possui no máximo 1.510 vagas (contando com quartos improvisados, esse número representa 36,48% do total de alunos. O valor médio por curso mais o internato é de R$2.500 ² por mês. A maioria dos alunos não são da região e são obrigados a encontrar outras soluções. Diante dos atuais dados, que prevê um forte crescimento na região. Pauta-se para este entendimento através de loteamentos interpessoais com os estudantes, pode-se notar um grande déficit no quesito a moradia estudantil de qualidade e que atenda os alunos no quesito financeiro. Os alunos que não tem condições de pagar o valor total da mensalidade se candidatam a serem bolsistas³, mas muitos ficam sem as vagas. Muitos destes jovens desistem, mas alguns deles tentam alugar uma vaga em um apartamento no Bairro Universitário, apartamentos que não possuem estrutura para estudantes. De acordo com conclusões baseadas em levantamento e análise local em 2017 se pode afirmar que esses apartamentos possuem no máximo dois quartos e são alugados entre R$800,00 a R$900,00. E para que os alunos consigam pagar as contas, acabam dividindo quartos com até quatro pessoas, tornando assim muito difícil a convivência. Uma moradia que atenda às necessidades de universitários se difere de um moradia no padrão convencional, para atender famílias comuns. O bairro também possui uma grande deficiência com relação a equipamentos urbanos e de serviço, e as vias de acesso à universidade possuem nenhuma estrutura para os alunos que não possuem meio de transporte fazerem o seu percurso tranquilamente de bicicleta ou até a pé. De acordo com a atual pesquisa, fica claro a necessidade de uma moradia e extensão do UNASP para o bairro Universitário, além de um planejamento de vias de acesso para pedestres e ciclistas. Fornecer oportunidades adequadas de moradias aos alunos universitários que precisam de auxílio durante o período letivo é um dever do governo local, visto que a universidade traz ao município diversas melhorias. Questões de fluxo de pessoas, educação para a população e circulação de dinheiro são exemplos destas. Mas no Brasil este tipo de edificação ainda é pouco trabalhada e há falta investimento nesse campo. Visto isto, esta questão merece um atenção relevante com a finalidade de atender em um aspecto universal as necessidades do aluno universitário que, na maioria das vezes desiste de uma graduação por falta derecursos financeiros. “No Brasil, existe ampla rede de instituições de ensino superior e, segundo o Ministério da Educação – MEC, o número de estudantes cresce diariamente, tornando cidades como polos universitários. Porém, não se pôde observar um crescimento semelhante na assistência estudantil, caracterizando a moradia como principal dificuldade.” (GOMES, Acessado em: 2017) O insatisfatório número de vagas de residência universitária oferecido pela UNASP, a falta de moradia adequada para os estudantes fora do Campus, associado a concepções sobre moradia estudantil dentro do país como aluna externa e interna, na própria universidade em questão, 30 ² De acordo com a tabela de valores fornecido pelo site do UNASP-EC. Acessado em: 07/jun/2017 (ANEXO 1) ³ Alunos que recebem desconto na mensalidade baseado na carga horária de trabalho em um setor determinado da instituição de ensino. Imagem 1. Organograma da problemática. Fonte: Souza (2017). 31 provocaram o desejo de desenvolver o projeto de uma nova opção de moradia para os alunos da UNASP. A proposta é que seja em uma região fora do campus, de modo que seja implantado na malha em crescimento do bairro Universitário. Sendo assim, julga-se que a proposta seja um modelo a servir de base para novas moradias estudantis, de modo que se espalhe este ideia de habitação pelo país, habitando-a e transformando democrática a presença de moradias adequadas para universitários. 1.1 O Edifício Misto no Contexto Internacional e no Brasil A história internacional é marcada por diversas linhas de pensamento sobre o ideal de moradia para o ser humano, estas que foram de grande relevância para o desenvolvimentos dos modelos de habitação. A proposta do capitulo é fazer uma revisão dos primeiros conceitos de habitação social até chegar no edifício misto. Essa reflexão parte do contexto internacional até chegar à influência no Brasil. O primeiro modelo a se destacar no início do pensamento sobre habitação social e edifício misto no contexto internacional são os Falanstérios ilustrado na imagem 2 ao lado que foi desenvolvido em 1772 à 1837, por Charles Fourier. De acordo com o artigo de (BARROS, 2011) Fourier tinha o princípio de proporcionar a felicidade de cada indivíduo, a harmonia e a reconciliação geral. A ideia era de uma habitação que servisse a aproximadamente 1.600 pessoas equipada para a vida e o trabalho. Os seus habitantes deveriam se dedicar a produção agrícola, industrial local e também praticar atividades lúdicas e aprendizado intelectual. As refeições costumavam ser feitas em conjunto, em uma grande sala de jantar. Eram verdadeiros palácios para o povo. Fourier idealizou uma habitação que pregava uma vida em comunidade. Ele tinha uma concepção de sociedade de que o ser humano deveria sempre depender um do outro. Buscava a igualdade e a justiça social, promovendo possibilidades de minimizar as desigualdade. O segundo modelo aqui revisado é o de Robert Owen, conceituado em 1771 à 1858. É um plano quadriculado com prédios ilustrado na imagem 3 ao lado, cada quadrado recebe 1.200 pessoas. O seu ideal de habitante é de 500 à 2.000 pessoas. O edifício tem um conceito de cidade totalmente independente, com governantes. Imagem 2. Falanstério – Charles Fourier. Fonte: Disponível em: < http://royalartillerie.blogspot.com.br/2012/02/le-billet-des-1001- nuits.html > Acessado em: 08 Jun. 2017. Imagem 3. Plano Quadriculado com Prédios de Robert Owen. Fonte: Disponível em: < http://www.opinion.com.bo/opinion/cooperativa/2015/05/noticias. php?id=160 > Acessado em: 08 Jun. 2017. 32 referências de edifício misto no campo nacional. Este foi projetado na avenida Paulista em São Paulo pelo arquiteto David Libeskind e inaugurado em 1958. Na forma vertical está localizada a habitação e no volume horizontal é dividido em três pavimentos, além do terraço-jardim que forma uma grande praça pública. Ele é composto por comércio, galerias de lojas, livraria, restaurantes, cinemas e bancos. (Luciana, 2015) O Conjunto Nacional é um marco no Brasil, pois é um dos primeiros edifícios modernos multifuncionais da cidade de São Paulo. Imagem 4. New Harmony – Stedman. Fonte: Disponível em: < https://www.flickr.com/photos/quadralectics/4371092204 > Acessado em: 08 de Jun. 2017. governantes. Em seu interior estão localizados os edifícios públicos e um central onde situa a cozinha comunitária. A residência pode ser habitada tanto por casados como por solteiros. Nessa habitação a educação é fundamental e integral para crianças com 3 anos de idade. Owen afirmava que a educação é necessária ao homem que quer dominar a máquina e explorar as possibilidades da revolução industrial e ao mesmo tempo contribui para o rendimento do indivíduo. (RODRIGUES; 2015) Ao lado na imagem 4 o modelo New Harmony, nos Estados Unidos. Idealizado por Stedman Whitwell, seguindo as indicações de Owen. Imagem 5. Conjunto Nacional. Fonte: Disponível em: < https://www.flickr.com/photos/kuk/2193351939 > Acessado em: 18 de outubro. 2017. Chegando no Brasil é feito então um breve estudo do Conjunto Nacional (imagem 5) que é uma das maiores referências 33 Partindo agora para a moradia universitária que é um dos segmentos do projeto proposto neste trabalho de conclusão de curso. No cenário nacional existem diversas formas de habitar, mas não se pensa em habitação estudantil de uma forma relevante. Hoje, existem desde casas que se transformam em republicas até edifícios maiores como a moradia estudantil da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) ilustrada na imagem 6 abaixo que é destinada para quem não tem condições de manter um aluguel. preparadas para universitários como republicas, pensionatos e outros. Voltando ao quadro internacional se percebe que as Universidades em outros países prezam mais pelas moradias dos estudantes. Como investem mais, acabam suprindo a necessidade de vagas, além de ter uma arquitetura de qualidade e infraestrutura nas edificações. Grandes exemplos disso são os edifícios universitários em Paris na cidade universitária; Casa do Brasil de Lucio Costa e Le Corbusier (imagem 8), O pavilhão suíço também de Le Cobusier, considerado grande referência do movimento moderno (imagem 7), entre outros. Imagem 6: Moradia Estudantil da UNICAMP. Fonte: Disponível em: < http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.154/4895 > Acessado em: 7 de Jun. 2017. Devido a história, cultura, economia e política do país as universidades quando pensam em moradia, não suprem a demanda de alunos. Consequentemente muitos alunos acabam se fixando em outros tipos de habitações não Imagem 7. O pavilhão suíço de Le Cobusier. Fonte: Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquitetura- pavilhao-suico-le-corbusier > Acessado em: 7 de Jun. 2017. 34 Imagem 8. Casa do brasil de Lucio Costa e Le Corbusier. Fonte: Disponível em: < http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/05.055 /4045 > Acessado em: 19 de out. 2017. 35 Imagem 9. Mapa de Municípios do Estado de SP. Fonte: Disponível em:< hthttp://www.mapasparacolorir.com.br/mapa/estado/sp/est ado-sao-paulo-municipios.png > Acessado em: 01 de Set. 2017. Modificado no photoshop por Evylin Souza (2017) 36 1.2 Contexto Histórico e Urbano do Loteamento Universitários em Engenheiro Coelho – SP O bairro Universitário localizado no município de Engenheiro Coelho, que se trata do recorte territorial estudado e onde é proposto o projeto neste estudo. Segundo dados da Prefeitura Municipal e história da instituição UNASP-EC; o bairro começou a ganhar forma por volta de 16 anos atrás, mais precisamente em 2000. Por ser novo, não existe muitos dados histórico sobre o bairro. Em consequência disso foi realizada uma análise do crescimento, juntamente com algumas informação da cidade de Engenheiro Coelho e da universidade. O bairro faz parte da configuração espacial que se formou no entorno do UNASP-EC. Apesar de ser área rural, apresenta uma zona com ocupação relevanteem virtude da mancha do perímetro urbano, hoje se propõe um eixo articulador e dotado de infraestruturas importantes para o munícipio. Conforme demostra o Mapa do Perímetro Urbano de Engenheiro Coelho baseado no plano diretor de 2016, o bairro Universitário é uma AEH4 (Área Especial de Interesse Habitacional – 4). Este começa a se desenvolver em uma zona rural, assim como alguns condomínios e vilas em volta como: o residencial Canaã (AEH – 1), condomínio Jacarandá (AEH – 2), condomínio Lagoa Bonita (AEH – 3) e Chácara Primavera (AEH – 5). Eles começaram a crescer em decorrência da implantação da UNASP- EC. Os condomínios 6 e 7, atualmente, já foram inseridos dentro do perímetro urbano. Quanto mais o campus cresce, maior é o interesse na região. Muitos alunos, professores, funcionários buscando moradia. E não apenas estes que tinham um interesse direto com a faculdade, mas muitas pessoas passaram a querer morar nesta região pela qualidade de vida da Zona rural ligada as programações e eventos que a instituição oferece. Muitos moradores destes residenciais são aposentados, ou famílias que trabalham em cidades vizinhas. A comunidade possui uma grande quantidade de jovens estudantes, mas ao mesmo tempo existem muitos idosos e crianças. Imagem 10. Mapa do Perímetro Urbano de Engenheiro Coelho. Fonte: Fornecido pela Secretaria Municipal de Engenheiro Coelho; modificado no photoshop por Evylin Souza, 2017. 1 2 3 4 6 7 5 37 moradores destes residenciais são aposentados, ou famílias que trabalham em cidades vizinhas. A comunidade possui uma grande quantidade de jovens estudantes, mas ao mesmo tempo existem muitos idosos e crianças. De acordo com o Mapa do Perímetro urbano se percebe que a região em que está sendo estudada (zonas 1-8), está parcialmente fora do perímetro urbano, considerada apenas algumas áreas de interesse habitacional. Atualmente no Brasil, as zonas que estão fora do perímetro urbano não têm os mesmo direitos que as zonas que são consideradas urbanas. A Prefeitura Municipal não tem responsabilidade de fornecer suportes, como: postes de iluminação para as calçadas, pavimentação de vias, e demais equipamentos “urbanos”. No entanto a Lei complementar N.0 011/2012 - Plano diretor do Município de Engenheiro Coelho propõe alguns requisitos que a prefeitura se dispões a cumprir com relação a área rural ou com relação ao direito universal e a toda população: Artigo 3 – São fundamentais do Plano diretor do Município de Engenheiro Coelho – SP. I.O respeito às funções sociais da cidade e da propriedade, urbana e rural. IV. A universalização da mobilidade e acessibilidade. V. O direito universal a moradia digna. VII. A redução das desigualdades e a inclusão social, através do acesso à renda digna, bens, serviços e políticas sociais, estendidas a toda a população. Imagem 11. Mapa do Perímetro Urbano de Engenheiro Coelho. Fonte: Fornecido pela Secretaria Municipal de Engenheiro Coelho; modificado no photoshop por Evylin Souza, 2017. 38 A baixo na imagem 12 está o mapa de micro bacias hidrográficas do Plano Diretor do Município de Engenheiro Coelho, São Paulo. O mapa mostra que existe uma vasta rede de ribeirões e córregos na região do bairro Universitário. E com a ocupação desordenada do bairro, ele tem começado a ocupar inclusive a APP. No entanto o terreno selecionado para o projeto não possuí nenhum destes exemplos. Imagem 12. Mapa de Micro bacias Hidrográficas de Engenheiro Coelho. Bairro Universitários. Fonte: Fornecido por Secretaria Municipal de Engenheiro Coelho; modificado no photoshop por Evylin Souza, 2017. 39 Imagem 13. Esquema do Entorno do Terreno. Fonte: Imagem tirada com um aparelho celular, por Evylin Souza, 2017. Alterada no photoshop por Evylin Souza (2017). 40 Atualmente, o bairro Universitário vem sendo assuntos de muitas discussões sobre sua relação com o Campus e sua linha de crescimento. Como mostra o mapa de Zoneamento, seu entorno é praticamente área rural, condomínios fechados e o UNASP-EC. Há muito interesse nessa região, pois existe um receio do bairro crescer sem planejamento e acabar se marginalizando. Assim alguns assuntos estão em questão. No desenvolvimento do projeto se espera achar uma solução que traga mais valorização para o bairro. Como demonstra no zoneamento na imagem 9, o bairro não está bem suprido de serviços, equipamentos urbanos , sistema de transporte e principalmente de lazer. Os alunos que tem carro sofre com uma estrada mal cuidada, para aqueles que não o possuem fica a desejar um sistema adequado de ciclovias e calçadas para pedestres com um bom sombreamento e iluminação. As fotos a seguir revelam o verdadeiro estado da região. Imagem 15: Esquema do Entorno do Terreno. Fonte: Imagem tirado com um aparelho celular, por Evylin Souza em 2017.Alterado no photoshop por Evylin Souza (2017). Imagem 14. Zoneamento – Análise de necessidades do Bairro Universitário. Fonte: Projeto do Lagoa Bonita fornecido pelo escritório de Arquitetura do UNASP-EC/ Projeto do Bairro Universitário fornecido pela Prefeitura Municipal de Engenheiro Coelho – Alterado por Evylin Souza: Autocad/Sketshup/photoshop. 41 Residencial Institucional/ Público Uso Misto APP 2 O CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS ENGENHEIRO COELHO A UNASP-EC (Universidade Adventista de São Paulo-Engenheiro Coelho), foi fundada em 17 de julho de 1984. A instituição foi implantada na fazenda Lagoa Bonita, comprada no dia 16 de setembro de 1983, com mais alguns terrenos anexos, somando mais de 6,3 milhões de metros quadrados, na época localizado no município de Artur Nogueira. (REVISTA UNASP, 2013; pg. 9) No gráfico ao lado mostra o grau de Urbanização do município de Engenheiro Coelho e região, fornecido pelo Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE) Fundação Seade, mostra o quanto Engenheiro Coelho cresceu desde aproximadamente 1992 até 2016. Em 1992 foi quando começaram a ser implantados os primeiros cursos de ensino superior. A universidade começou a crescer e em 1984 com a inauguração da escola fundamental e alguns anos depois em 2002 o ensino médio também. Alguns cursos começaram a funcionar já com o sistema de internato, assim, trazendo a cada ano mais alunos e funcionários para a região. Em 1991 foi implantado o curso de Teologia; em 1992 Pedagogia e Letras em 1994. Em 1999, iniciaram os curso de Tradutor e Interprete, Administração, Educação Artística (atualmente música), e Engenharia Civil. Em 2000, implantaram os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Em 2002, abriu o curso de Ciências Contábeis, em 2004, o curso de Direito; Sistemas para Internet, em 2009; História, em 2010; e Arquitetura e Urbanismo, em 2013. A UNASP-EC tem o curso de Música melhor avaliado do país, contendo, 33 grupos vocais e 13 grupos Instrumentais. (REVISTA UNASP, 2013; pg. 10) Gráfico 3. Grau de Urbanização (Em %) – 1980-2017. Fonte: Fornecido polo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Fundação Seade. 43 2.1 O Campus do UNASP-EC e sua Relevância para o Município Em algumas cidades brasileiras tem sido feitos estudos sobre a relevância das universidades em municípios pequenos e o efeito que elas causam em suas localidades. Alguns exemplos destes estudos foram revisados neste capítulo. Impactos positivos e negativos tem gerado diversas discussões sobre a interação da universidade com a cidade. O objetivo principal deste tópico é demonstrar, com a ajuda de análises já realizadas, a relação que as universidades exercem no crescimento do mercado local, ou seja, da cidade. E qual seria os benefícios do município em apoiar a instituição, realizando parcerias para que os estudantes tenham maior segurança, moradias de qualidade, mobilidade, acessibilidade e serviços. O Geógrafo Antônio de Oliveira Jr em seu artigo sobre “A Universidade como Polo de Desenvolvimento Local/Regional” coloca a seguinte questão, que é tão relevante para este trabalho de conclusão de curso: “podemos entender a instalação de um campus universitárioem uma cidade pequena ou média como uma atividade produtiva e polarizadora?” Continuando no mesmo artigo ele responde afirmando que como instituições de ensino superior, pesquisa, extensão e promoção social, as universidades assumem importância estratégica no processo de desenvolvimento e suas atividades passam a ser uma força de atração de consumidores e empresas, contribuindo para gerar um crescimento econômico-social local/regional mais acelerado. Jorge Amaro no período de 2003-2008 e Ruben Fernandes em 2005 analisaram as cidades de Canoinhas e do Porto, respectivamente, para demostrar os efeitos que a Universidade exerce no desenvolvimento regional. Se concluiu que as atividades desenvolvidas nos diversos segmentos de pesquisa e extensão contribuíram de alguma forma, direta ou indiretamente no desenvolvimento profissional dos acadêmicos e consequentemente possibilitou alguma geração de empregos e de rendas tanto para os estudante envolvidos como para a comunidade. A pesquisa feita em Canoinhas revelou que a cada 3 alunos da universidade 2 deles eram empregados. Rubens Fernandes em sua análise sobre a importância das Universidades na região que está inseria, afirma: “Há consenso que as universidades desempenham um papel crucial no desenvolvimento econômico das cidades e das regiões onde se inserem.” De acordo com sua pesquisa os papeis fundamentais da universidade é promover o conhecimento na nova economia; “gerar conhecimento e pesquisa pura” (Castells, 1994 apud “Partindo da premissa que o desenvolvimento regional está diretamente relacionado com o nível de suporte educacional presente no território em que as desigualdades regionais estão de acordo com os índices educacionais. São as Universidades, hoje, motores de um desenvolvimento e crescimento econômico em muitos casos tardios para alguns lugares distantes do território. Estamos diante de uma forma nova de gerar riquezas; o conhecimento capaz de gerar inovação. Ou seja, o desenvolvimento não está mais pautado apenas na capacidade de gerar recursos minerais que um território possui, mas também em seu capital humano único capaz de gerar novos produtos inovadores, pautados na informação.” (OLIVEIRA JUNIOR: 2014) 44 FERNANDES, 2005); e esse fato supõe a realização de atividades de pesquisa, a mobilização de financiamentos público e privado, a formação de capital humano, a atração de pesquisadores qualificados e estabelece parcerias com outras entidades (extensão). Isso se percebe no contexto de Engenheiro Coelho. O UNASP-EC trouxe um relativo desenvolvimento para a cidade. Aumentando seu PIB, pois a instituição de ensino trouxe fortes fluxo de pessoas de cidades vizinhas, estados e até países distantes, desenvolvendo assim, o comércio e serviço do município. Ela também proporciona educação de qualidade aos moradores, é um forte gerador de empregos e forma alunos capacitados para o mercado de trabalho. O município de Engenheiro Coelho cresce no mesmo contexto de grandes cidades da região como Campinas, Americana e Paulínia. Estas que se desenvolveram com a ajuda das próprias universidades inseridas no município. E são conhecidas fortemente por serem cidades universitárias. Imagem 16. Região Metropolitana de Campinas - Cidades que possuem: Centro Universitário, universidades, faculdades, etc. Fonte: Strassa (2015). Alterado no photoshop por Evylin Souza, 2017. 45 3 O TERRENO DO PROJETO 3. 1 Localização O terreno selecionado para a implantação do projeto se localiza no entre o bairro Universitário e a estrada municipal pastor Walter Boger, na área rural do município de Engenheiro Coelho. Este pertence a dona Paulina, uma senhora também moradora do bairro, atualmente o terreno é usado para agricultura. Fonte: Foto aérea tirada do google Earth. Alterado no photoshp por Evylin Souza, 2017. Imagem 17: : Localização do Terreno do Projeto. 47 3.2 Bairro Universitários: Projeto Integrado com a Comunidade Dados fornecidos pela secretaria do Ensino Superior UNASP – EC, demonstram que, atualmente, 61,51% dos acadêmicos não residem no sistema de internato. Estes estão temporariamente residindo as redondezas da universidade. Onde se vê muitos condomínios fechados e o Universitário, um pequeno bairro, ainda em formação. Nos residenciais residem em grande parte funcionários da UNASP e aposentados. Já o bairro é constituído de casas, em sua maioria, com tipologias mais simples, vendida principalmente pelo programa Minha Casa Minha Vida, do governo. E é habitado em parte por alunos da Universidade, funcionários da UNASP e comerciantes do bairro. Ennser formando da USP em 2009 no seu trabalho de conclusão de curso defende que a compreensão de uma comunidade em seus aspectos sociais é explicito mais em habitações do que em edifícios marcantes. Atualmente se perdeu o interesse a respeito do entendimento sobre moradias estudantis. Este tema tornou-se raro nas discussões atuais e as recentes vertentes formais, há dificuldade em se encontrar materiais sobre este assunto. Ligado a edifícios singulares acrescenta-se as noções de sociedade envolvidos nos projetos, deixando de lado, por exemplo, os diversos modos da lógica contemporânea. (ENNSER,2009) As diversidade de formas de construir uma família aumentaram, nos últimos tempos, de maneira mais sortida do que em décadas anterior, por exemplo os donos e donas de casa solteiros, chefes de família, “patch-work-family4 ”, casais em que os dois trabalham e estudam alguns com filhos pequenos, idosos sozinhos ou casados que precisam de cuidadores. Estes são consideradas um segmento social certo, com poder aquisitivo e necessidades particulares. (ENNSER,2009) Acima de tudo os modelos de família citados a cima fazem parte de uma parcela da população que não possuem suas necessidades de moradias totalmente atendidas e de maneira acessível quando se compara seu modo de morar e suas necessidades, quer pela tipologia habitacional, que utilizam, ser inadequadas, ou por ser implantada pensando apenas na classe alta, com valores excessivos para os de menor poder aquisitivo. (ERIC,2009) Gráfico 4. Gráfico de quantidade de alunos. Fonte: Baseado nos dados fornecidos pela secretaria do Ensino Superior do UNASP-EC. Gráfico feito no Word por Evylin Souza e alterado no photoshop, 2017. “Após a aplicação de uma pesquisa qualitativa e exploratória, que envolveu entrevista a moradores de diversos alojamentos e também a arquitetos que projetaram alguns dos edifícios 4Famílias alternativas, diferentes de famílias pré-estabelecidas. Pode ser consideradas aquelas que se reconstroem após um divórcio, separação, etc. 48 dos edifícios escolhidos, além de uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto, conclui- se que os programas de necessidades de projetos dessa natureza devem avançar em três pilares: Convívio social, promovendo a necessária integração dos moradores; Serviço, prevendo a estrutura para atividades domésticas e Espaços específicos, prevendo a implantação de laboratórios, estúdios e ateliês que supram as necessidades extraclasses e dos moradores.” (VILELA JÚNIOR: 2017) Os diversos modos de se morar da sociedade contemporânea citados por (ENNSER, 2009) em seu trabalho de conclusão de curso, se vê muitos desses exemplos na região estudada, muitos alunos da universidades, são casais jovens, alguns já com filhos, também existem muitos solteiros, chefes de família com filhos estudantes, e uma grande quantidade de aposentados. Pensando nisso o projeto visa alcançar essa grande área de necessidade da região, aposentados que precisam, ou precisaram de cuidados especiais, integrado com a grande procura de jovens estudantes da UNASP-EC por moradia temporária e principalmente de qualidade. 49 4 O PROJETO 4.1 Referências Projetuais A primeira referência é a Moradia Estudantil UNIFESP – Campus Osasco (resultado do concurso). A proposta é o resultado de um concurso feito para uma nova Moradia Estudantil para a UNIFESP, campus Osasco. A proposta que se classificou em primeiro lugar foi a de Pablo EmílioRobert Hereñu e Eduardo Rocha Ferroni. O projeto em questão tem uma proposta muito interessante para se integrar com a comunidade. Ele possui um pátio interno com circulações abertas ao público, assim o edifício mesmo em grande escala não se torna uma barreira. Parte do seu terreno foi proposta uma praça com quadras de esporte também aberta para as pessoas do bairro. O projeto aqui proposto no Bairro Universitário pretende seguir essa linha de pensamento, por ser uma área ainda em desenvolvimento o edifício irá se encaixar no bairro sem se tornar uma barreira que poderia dificultar, assim, futuros empreendimento. Imagem 18. Perspectiva do Projeto da Moradia Estudantil para UNIFESP. Fonte: : Disponível em: < file:///C:/Users/Gebruiker/Documents/ARQUITETURA%20E%20URB NANISMO/TCC/REFERÊNCIAS/pranchas_osasco_projeto-44.pdf > Acessado em: 11 de Jun. 2017. Imagem 19. Esquema do Projeto da Moradia Estudantil para UNIFESP. Fonte: Disponível em: < file:///C:/Users/Gebruiker/Documents/ARQUITETURA%20E%20URB NANISMO/TCC/REFERÊNCIAS/pranchas_osasco_projeto-44.pdf > Acessado em: 11 de Jun. 2017 O segundo projeto é uma das maiores referencias deste projeto. É uma proposta projetada pelo escritório de Arquitetura Andrade e Morettin, para um concurso internacional, chamado Reindenter Paris, lançado pela prefeitura de Paris em 2015. (ANDRADE, MORETIN; 2015) “A moradia, com diversas tipologias e modalidades de financiamento, encoraja a associação intergeracional entre moradores, envolvendo as crianças da creche, os idosos, que podem prestar serviços nessa mesma instituição e os estudantes, que podem prestar serviços prestar 51 O projeto, que é inserido em um bairro residencial, e é proposto a junção social, urbana e produtiva. É elaborada uma habitação de uso misto, que visa moradia, equipamento público e produção agrícola. Há também um sistema de produção agrícola dando aos moradores uma possível forma de gerar renda, além de oferecer uma espaço para socialização. O projeto conta com uma creche que usufrui da horta e do comércio para o aprendizado. No comércio inserido no prédio será um dos pontos onde será comercializado os produtos cultivados na horta. (ANDRADE, MORETIN; 2015) Em consequência do bairro universitário se localizar em uma zona rural, a proposta do edifício em promover a produção agrícola, irá favorecer o item II do Artigo 22 do Pano Diretor de Engenheiro Coelho que determina: II. Impedir a proliferação de loteamentos irregulares, especialmente em zona rural, que venham a ocupar áreas apropriadas a produção agropecuária, de fundamental importância para a economia do município. O edifício irá além de proporcionar habitação regular e de qualidade aos moradores da comunidade ira promover também uma das mais importantes fontes de economia da cidade de Engenheiro Coelho. nessa mesma instituição e os estudantes, que podem prestar serviços como cuidadores, tanto aos idosos quanto às crianças.” (ANDRADE, MORETIN; 2015) Imagem 20. Perspectiva da Habitação. Fonte: Andrade e Morettin. Disponível em: < http://www.andrademorettin.com.br/projetos/ordener/ > Acessado em 8 de Jun. 2017. Imagem 21. Perspectiva da Habitação. Fonte: Andrade e Morettin. Disponível em: < http://www.andrademorettin.com.br/projetos/ordener/ > Acessado em 8 de Jun. 2017. 52 4.2 A Moradia A implantação da moradia universitária de uso misto para atender o campus Engenheiro Coelho UNASP tem a oportunidade de ser uma das “portas” de entrada da instituição e tem o objetivo de demonstrar, através de sua arquitetura, uma nova dimensão, esta que se define de caráter público. Adequar-se, assim, uma faculdade que mesmo sendo particular enxerga além de seus portões e se preocupa com a comunidade que está ao seu redor. Pois o objetivo é que a moradia universitária proposta a seguir seja além de uma habitação, funcione também como uma extensão do Centro Universitário com a ajuda de parcerias entre a prefeitura e a instituição. Propondo no edifício uma biblioteca que auxilie o Campus para aumentar o seu acervo, pois está aumentando o número de cursos e a biblioteca do UNASP-EC já está ficando pequena para a quantidade de livro que está chegando. No campus UNASP-EC, o curso de música é um dos mais forte da instituição. Por isso se propõe, também, no edifício uma extensão do conservatório do curso de música, para que os alunos que residirem a moradia e o bairro tenham maior conforto de estudar e ter aulas dos seus instrumentos. Para apresentações para a comunidade será implantado também um auditório, que poderá ser utilizado para reuniões dos moradores, promovendo assim interação com a comunidade. O projeto conta com salas de estudo e atelier para que os acadêmicos tenham um espaço para o estudo em grupo e individual. Também é proposto no prédio uma área de comércio e serviço que atenda o bairro e a região. De acordo com o zoneamento demonstrado no capítulo 1 imagem 14, percebesse um déficit neste quesito. FVFG Em razão do posicionamento do lote que foi destinado a moradia em relação aos elementos em volta, pode se perceber a necessidade de desenvolver uma praça pública ao longo da rua que foi proposta paralela a rua 1. Ela irá auxiliar nos fluxos urbanos e proporcionar a comunidade esporte e lazer, sendo que muitos precisam subir até o centro esportivo do UNASP para poder praticar esporte. De acordo com o programa de necessidades feito e os índices, com relação a população idosa no país e próximo ao campus, supracitados neste trabalho, é proposto na moradia, além de apartamentos para os universitários, também alojamento para idosos. Integrando assim estudantes e idosos. Imagem 22. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 53 Imagem 23. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 54 Os edifícios serão destinados ao uso privado, embora a comunidade tenha acesso ao térreo que é composto por; comércios, serviços e a grande praça que envolve o edifício que conta com quadras de esporte, estacionamento e áreas de lazer e descanso. Já o segundo pavimento é destinado as habitações e apenas os moradores tem acesso por um hall fechado. Cada edifício deverá ser administrado por sua central de controle com um quadro de chaves. O complexo inteiro deverá ser abastecido por uma tulipa de 20 mil litros. Os dois edifícios são conectados por uma grande passarela no pavimento superior, onde apenas os moradores terão acesso. Esta tem a função de aproximar as duas classes, funcionando também como uma entrada e saída de emergência caso algum idoso precise de auxílio em sua residência. Carlyle Jr, em uma reportagem no site Notícias R7, analisa um estudo feito pela Ipa , ele revela que os asilos brasileiro se mantem pelos recurso dos idosos ou de familiares, mesmo as filantrópicas que recebem financiamento público. De acordo com o estatuto do idoso as instituições devem contar com 70% do valor do benefício da aposentadoria. (CARLYLE, 2011) é proposto que estes valores venham a manter os edifícios, pois os alunos que se propuserem a doar 30h mensais para serem cuidadores, ganharam a moradia no próprio edifício. A moradia visa atender apenas uma porção dos universitários estimulando, assim, a valorização do estudante no uso do edifício. Também será feita uma pré-seleção dos perfis mais adequados para se estabelecer no edifício, e estes devem manter a conduta adequada que for propostas nos termos de moradia. Os edifícios são propostos em um terreno privado. Por ser um projeto em parceria com a Prefeitura Municipal de Engenheiro Coelho, é proposto a desapropriação. Imagem 24. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 55 Imagem 25. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 56 4.3 O Edifício A forma dos edifícios parte de dois imãs que significa a conexão entre as duas classes; terceira idade e jovens estudantes. A passarela propõe essa conexão direta entre os moradores, que serve de apoio em caso de emergências em que o cuidador precise socorrer o idoso. Ao lado direito se localiza a moradia para idosos, ao lado da rua propostae de residências. E à esquerda ao lado da Estrada Pastor Walter Boger foi implantada a habitação dos estudantes. A implantação foi projetada com ruas, para pedestres e ciclistas, que cortam as duas quadras. Elas proporcionam acessibilidade e dinâmica no fluxo de pessoas. O paisagismo é formado por grandes passeios, espelho d'água, arborização e lugares para descanso com dois grandes bancos curvos em conjunto com duas grandes redes. As quadras de esporte foram rebaixadas por estarem ao lado de uma estrada com relativa quantidade de carros transitando. As vagas de estacionamento devem suprir os moradores e as pessoas que utilizarem o edifício. Imagem 26. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 57 Imagem 27. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 58 SENTIDO UNIVERSITÁRIOS Imagem 28. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 59 Habitação de Idosos Habitação de Estudantes Imagem 29. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 60 Imagem 30. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 61 Sauna Restaurantes Lanchonetes Espaço de convívio e Lazer Sala de jogos Playground Lavanderia Coletiva Habitação para os Idosos Habitação para Estudantes Estacionamento Bicicletário Praça Quadras de Esporte Passarela 4.3.1 O Programa Galeria comercial Biblioteca(extensão biblioteca UNASP) Papelaria Livraria Auditório Atelier Conservatório Quadras de esporte Hall Recepção Depósito Papelaria Administração Academia Piscina Imagem 31. Vista do Edifício. Fonte: Souza (2017). 62 A habitação para os estudantes é composta por 4 modelos de apartamentos. Sendo o primeiro destinado a casais sem filhos, o segundo para 4 solteiros, o terceiro individual e o quarto para jovens com necessidades especiais. Já a habitação para idosos possui dois tipos projetados apropriadamente para idosos que eventualmente poderão precisar usar cadeira de rodas. Os dois são exatamente iguais com apenas uma diferença; um tem sacada e o outro não. Apartamento tipo Apartamentos Moradores Moradores por apartamento Habitação universitária Casal 18 2 36 Coletivo 21 4 84 Individual 14 1 14 PNE 5 1 5 Habitação Idosos Com Sacada 21 2 42 Sem Sacada 4 2 8 TOTAL 189 É propostos que os edifícios funcionem como um flat. De acordo com uma pesquisa feita pela Folha de São Paulo (2014) à uma tendência para esse modelo de habitação e a razão é o aumento da longevidade e a busca pela sociabilização. Os prédios oferecerão serviços como; restaurante, lavanderia, motorista, piscina, sauna, Hidromassagem e comércios como; Frutaria, produtos naturais, lanchonete, livraria, papelaria e salão. A ideia é que os próprios alunos alguns desses serviços, ou trabalhem no prédio como funcionários, e assim, ganhar uma renda extra. A seguir algumas imagens internas dos apartamento. 63 Tabela 1. Relação de apartamentos. Fonte: Souza (2017). Imagem 32. Apartamento para casal (tipo 1). Fonte: Souza (2017). Imagem 33. Apartamento para casal (tipo 1). Fonte: Souza (2017). 64 Imagem 34. Apartamento coletivo (tipo 2). Fonte: Souza (2017). 65 Imagem 35. Apartamento individual (tipo 3). Fonte: Souza (2017). 66 Imagem 36. Apartamento PNE (tipo 4). Fonte: Souza (2017). Imagem 37. Apartamento PNE (tipo 4). Fonte: Souza (2017). 67 Imagem 38. Apartamento para idosos com sacada (tipo 5). Fonte: Souza (2017). Imagem 39. Apartamento para idosos sem Sacada/ vista banheiro (tipo 6). Fonte: Souza (2017). 68 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise da ocupação rural da cidade de engenheiro coelho, especificamente na região onde está localizado o UNASP-EC (Centro Universitário Adventista de São Paulo – Engenheiro Coelho), para assim propor um edifício de uso misto no Bairro Universitário que melhor atenda aos alunos externos no UNASP-EC e, também, aos moradores dessa comunidade composta por aposentados e funcionários da instituição. Além disso, também permitiu uma pesquisa de campo para obter dados mais consistentes sobre o local e suas reais necessidades. Com base em conclusões baseadas em levantamentos e análise local pode-se afirmar que a região é composta por uma relevante quantidade de moradores aposentados, que vivem principalmente nos condomínios fechados. Por esse motivo foi incorporado ao presente projeto uma habitação destinada a terceira idade, alcançando assim o objetivo de conectar duas classes que necessitam uma da outra em aspectos como: financeiro, por parte dos alunos; cuidados, por parte dos idosos. Ao fazer um estudo dos dados da região, principalmente do bairro universitário, verificou-se que o bairro está crescendo com planejamento não sistêmico e desconexo. E os moradores sofrem com a falta de comércio, serviços e principalmente lazer. Por esse motivo a proposta do edifício atinge um dos seus objetivos ao incorporá-los ao seu programa. Dada a importância do assunto, torna-se necessário o desenvolvimento de novas pesquisas de forma que a sociedade cresça com relação ao estudo de novos projetos que supram as necessidades locais de cada região. Podendo, assim, trazer mais qualidade de vida à população. Nesse sentido, a proposta do edifício misto supri grande parte dcdcffcf das principais necessidades existentes no Bairro universitário até o presente momento. Além disso, traz conexão entre duas classes de pessoas, fazendo então uma quebra de paradigma social em que o idoso e o jovem devem viver separados. E assim, espera-se que a sociedade brasileira evolua nesse aspecto propondo cada vez mais a interação entre essas duas classes. 71 BIBLIOGRAFIA BARROS, José D’assunção. Os falanstérios e a crítica da sociedade industrial: revisitando Charles Fourier. 2011. 17 f. Artigo - Curso de Arquitetura, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. BONINI, L.; CARVALHO, F. História das Universidades no Mundo e no Brasil. Notas de Aula Pós Graduação em Metodologia de Ensino Superior, Universidade de Mogi das Cruzes. Mogi das Cruzes, 2010. 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