Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Isabella Vicente Mecanismo de Parto MECANISMO GERAL • Mecanismo do parto são uma série de movimentos que refletem as modificações de postura do feto. • São movimentos passivos que buscam adaptar o feto as exiguidades e as diferenças de forma do canal • movimentos passivos corporais fetais, com o objetivo de colocar os menores diâmetros do feto em concordância com os menores diâmetros da pelve. • O mecanismo tem características gerais constantes, que variam de acordo com o tipo e a morfologia da pelve • 95 a 96% o parto processa-se com o feto em apresentação cefálica fletida (entre as apresentações fetais, essa é a menos sujeita a perturbação do mecanismo) • O feto, no início do trabalho de parto ele se encontra em moderada flexão (ovoide). Com a progressão do parto, geralmente após a rotura das membranas, adota forma aproximadamente cilíndrica TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Os movimentos do mecanismo de parto são contínuos e entrelaçados, são divido em três tempos: • Insinuação • Descida • Desprendimento INSINUAÇÃO (ENCAIXAMENTO) É a passagem da maior circunferência da apresentação fetal através do anel estreito superior. • Para o processo de insinuação ocorrer, é necessário que haja redução dos diâmetros. Essa redução depende da apresentação fetal: o Na apresentação cefálica, há a redução dos diâmetros por meio da flexão (apresentação de vértice) ou deflexão (apresentação de face) o Na apresentação pélvica, a redução dos diâmetros é obtida aconchegando-se os membros inferiores sobre o tronco ou desdobrando-se o mesmo para baixo ou para cima o Na apresentação córmica, a insinuação não ocorre com o feto de tamanho normal, em decorrência da grande dimensão dos diâmetros (é impossível parto pelo canal vaginal) O TIPO DE PELVE PODE INFLUENCIAR NO ENCAIXAMENTO: • Nas ginecoides e androides o encaixamento geralmente é por posições transversas • Nas antropoides é mais comum as posições anteriores e posteriores A INSINUAÇÃO OCORRE POR DOIS PROCESSOS DIFERENTES: • Insinuação estática, processada na gravidez, em mais de 50% das primigestas. Flexão por aconchego no segmento inferior e na descida, conjuntamente com o útero, por tração dos ligamentos sustentadores do órgão e pressão das paredes abdominais. A insinuação estática é considerada prognóstico favorável para o parto, desde que proporcione boa proporção • Insinuação dinâmica, surge no fim da dilatação cervical ou no início do período expulsivo nas multíparas. Flexão por contato com o estreito superior da bacia e descida à custa das contrações expulsivas. DESCIDA A descida é continuação da insinuação, é a “insinuação mais profunda”, da qual a cabeça penetra e enche a escavação. • A descida ocorre desde o início do trabalho de parto, ela consiste no movimento da cabeça: na medida que o polo cefálico roda, ele vai progredindo no seu trajeto descendente Isabella Vicente Mecanismo do parto em posição occípito-esquerda- anterior (OEA). A e B. Insinuação, pelo diâmetro oblíquo esquerdo da bacia, flexão e descida. C e D. Rotação para posição occipitoposterior; completa-se a descida e ocorre o desprendimento cefálico. DESPRENDIMENTO A cabeça fetal se flexiona e progride, expulsando através da fenda vulvar o mento, boca, nariz, fronte e, por último, o occipital, enquanto o assistente eleva o tronco fetal • Dada a curvatura inferior do canal do parto, o desprendimento ocorre por movimento de • deflexão. A nuca do feto apoia-se na arcada púbica e a cabeça oscila em torno desse ponto, em um movimento de bisagra. • A deflexão são movimentos contrários aos da insinuação. Nos casos de apresentação pélvica, o desprendimento advém do encurvamento lateral do corpo. • A maioria dos partos ocorrem em apresentação cefálica fletida, que é a menos sujeita a perturbações do mecanismo. MECANISMO DE PARTO NA APRESENTAÇÃO CEFÁLICA FLETIDA • Nessa apresentação o feto se situa longitudinalmente e é o polo cefálico fletido que está voltado para o estreito superior da bacia. No início do trabalho de parto, a cabeça se encontra em moderada flexão, com a sutura sagital • A cabeça executa dois movimentos fundamentais no sentido de diminuir os diâmetros: orientação de diâmetro e flexão • A ausência de insinuação antes do início do trabalho de parto, mesmo em nulíparas, não define uma desproporção cefalopélvica- apenas define-se com a evolução do trabalho de parto • A orientação ocorrerá de acordo com o diâmetro da bacia materna que é mais facilmente accessível: transverso ou oblíquo esquerdo. • O movimento complementar da insinuação é a flexão, que define o movimento complementar que possibilita a redução dos diâmetros da apresentação. Este acontece pela impulsão das contrações uterinas forçando a cabeça a desempenhar um movimento de báscula. • Podem ocorrer movimentos de inclinação lateral da apresentação durante o deslocamento pelo canal de parto que se denominam assinclitismo • Após a insinuação se processa a descida, com seu movimento complementar de rotação interna. A descida é a continuação da insinuação, com a cabeça entrando e enchendo a escavação pélvica. Quando faz isso, roda. A rotação interna da apresentação levará a sutura sagital a se orientar no sentido anteroposterior da saída do canal e, na maioria das vezes, a pequena fontanela se coloca em relação à sínfise púbica, e a grande fontanela se dirige para o sacro. Esse movimento turbinal pode ser comparado com os movimentos rotativos de uma bala forçada pelas raias de uma arma de fogo. • terceiro tempo principal do mecanismo de parto é o desprendimento, cujo movimento complementar é de deflexão. Durante todo o tempo da descida, a cabeça permaneceu fletida. Tomando como ponto de apoio (hipomóclio) a sínfise púbica, desliza ao redor dela em forma de arco, realizando um movimento de deflexão que distende o plano musculoaponeurótico perineal Referência: Rezende
Compartilhar