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Mecanismo do parto - Louise Candiotto

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MECANISMO DO PARTO 
REZENDE + MEDCURSO 
LOUISE CANDIOTTO 1 
 
INTRODUÇÃO 
MECANISMO DO PARTO  Conjunto de movimentos 
passivos que o feto é forçado a realizar na sua passagem 
pelo canal do parto  Colocar os menores diâmetros do 
feto em concordância com os menores diâmetros da pelve. 
Esses movimentos são todos passivos e compulsórios, 
independem a da vida do feto e são resultantes de forças 
(contração uterina e abdominal) que impulsionam a 
apresentação de encontro a planos diversamente inclinados 
que constituem os acidentes topográficos da pelve. 
Análise do parto do ponto de vista mecânico. 
MECANISMO GERAL 
Os movimentos próprios do mecanismo de parto concorrem 
para que haja adaptação aos pontos mais estreitos do 
canal do parto e às diferenças de forma do canal, mediante 
redução e acomodação dos diâmetros fetais pélvicos. 
Ele possui características gerais constantes, porém varia de 
acordo com a morfologia da pelve e o tipo de apresentação. 
O trajeto, bastante irregular, é representado por canal 
cilíndrico (cotovelo do canal), terminado em curvatura suave 
quase em linha reta. 
Quanto ao feto, no início do 
trabalho de parto ele se encontra 
em moderada flexão (ovóide). 
Com a progressão do parto, 
geralmente após a rotura das 
membranas, adota forma 
aproximadamente cilíndrica. 
Embora o ovóide côrmico (tronco 
e membros) seja maior, seus 
diâmetros são facilmente 
redutíveis tornando o polo 
cefálico mais importante durante 
a parturição. 
O trajeto, ou canal da 
parturição, estende-se do útero 
à fenda vulvar. 
O canal da parturição é 
sustentado por cintura óssea, 
também chamada de pequena 
pelve, pequena bacia ou 
escavação. 
Em 95-96% dos casos o parto processa-se com o feto em 
APRESENTAÇÃO CEFÁLICA FLETIDA  
APRESENTAÇÃO DE VÉRTICE. 
TEMPOS 
DIVISÃO EM 3 TEMPOS PRINCIPAIS: 
 Insinuação 
 Descida 
 Desprendimento 
INSINUAÇÃO: 
 Passagem do maior diâmetro transverso da 
apresentação pelos limites do estreito superior da 
bacia materna 
DESCIDA: 
 Continuação da insinuação  “Insinuação mais 
profunda” 
 A cabeça penetra e enche a escavação 
DESPRENDIMENTO FETAL 
APRESENTAÇÃO CEFÁLICA FLETIDA 
Nesta apresentação, o feto se situa longitudinalmente e é o 
polo cefálico fletido que está voltado para o estreito 
superior da bacia. 
No início do trabalho de parto, a cabeça se encontra em 
moderada flexão, com a sutura sagital orientada no sentido 
do diâmetro transverso ou obliquo. 
INSINUAÇÃO 
Ocorre quando o maior plano perpendicular à linha de 
orientação da apresentação (plano biparietal) ultrapassa o 
estreito superior da bacia. 
Para acomodar-se ao estreito superior, a cabeça executa 
dois movimentos fundamentais no sentido de diminuir 
diâmetros  Orientação de diâmetro e flexão. 
A insinuação apresenta significado clínico importante, uma 
vez que a parte mais volumosa da apresentação (diâmetro 
biparietal) ultrapassou uma das partes mais angustiadas da 
bacia (estreito superior). 
O encaixe depende, essencialmente, da morfologia da 
pelve. 
DIAGNÓSTICO DE INSINUAÇÃO: 
 Palpação abdominal 
 4° tempo da manobra de Leopold-
Zweifel 
 Não consegue palpar o limite inferior do 
polo cefálico 
 Toque vaginal 
 O ponto de maior declive da 
apresentação atinge o plano das 
espinhas ciáticas  Plano 0 de De Lee 
 Diz-se insinuado quando 
ultrapassa o plano da espinha 
ciática 
OBS: Quando o maior plano transverso da apresentação 
ultrapassa o estreito superior dizemos que a apresentação 
encontra-se insinuada. 
 
LOUISE CANDIOTTO 2 
 
 
MOVIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR  FLEXÃO: 
 Apresentação cefálica fletida  Apresentação de 
vértice 
 Movimento complementar que possibilita a 
redução nos diâmetros da apresentação 
 Aconchega-se os membros inferiores sobre o tronco 
ou os desdobram para baixo ou para cima 
 Como consequência da flexão, o diâmetro 
occipitofrontal (12cm) é substituído por outro 
menor, o suboccipitobregmático (9,5cm) 
 Diagnóstico de flexão: 
 Toque vaginal  Reconhecimento da 
pequena fontanela (Lambda) facilmente 
palpável, sendo a grande fontanela 
(Bregma) inacessível ou apenas 
parcialmente sentida 
 
 
A flexão da cabeça pode ser explicada por 3 teorias: 
 Teoria de Zweifel  A implantação da coluna 
cervical na base do crânio se faz mais para o lado 
occipital do que da face, criando a condição de 
uma alavanca de braços desiguais 
 Teoria de Lahs  As pressões laterais exercidas 
sobre a cabeça pelo canal de parto alcançam 
níveis diferentes, sendo o mais baixo o occipital 
 Teoria de Sellheim  Um eipsoide dispõe-se ao 
passar por um tubo que o seu maior eixo coincida 
com o eixo do tubo 
A INSINUAÇÃO OCORRE POR DOIS PROCESSOS 
DIFERENTES: 
 Insinuação estática 
 Processada na gravidez em mais de 50% 
das primigestas 
 Flexão por aconchego no segmento 
inferior e na descida, conjuntamente com 
o útero, por tração dos ligamentos 
sustentadores do órgão e pressão das 
paredes abdominais 
 Prognóstico favorável ao parto, desde 
que proporcione boa proporção 
cefalopélvica 
 Insinuação dinâmica 
 Surge no fim da dilatação cervical ou no 
início do período expulsivo nas multíparas 
 Flexão por contato com o estreito superior 
da bacia e descida à custa das 
contrações expulsivas 
DESCIDA 
Complementando a insinuação, a cabeça migra até as 
proximidades do assoalho pélvico, onde começa o cotovelo 
do canal  A cabeça entrando e enchendo a escavação 
pélvica. 
Conserva a mesma atitude e sentido, apenas exagerando 
um pouco a flexão. 
O ápice do ovoide cefálico atinge o assoalho pélvico, e a 
circunferência máxima encontra-se na altura do estreito 
médio da bacia. 
A descida ocorre desde o início do trabalho do parto e só 
termina com a expulsão total do feto. 
Durante esse mecanismo do parto, o movimento da cabeça 
é turbinal, a medida que o polo cefálico roda, vai 
progredindo no seu trajeto descendente  Penetração 
rotativa. 
MOVIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR  ROTAÇÃO 
INTERNA: 
 Visa juntar o diâmetro anteroposterior da cabeça 
com o maior diâmetro da bacia materna, ou seja, 
alinhar a região occipital fetal com o púbis 
materno, nas apresentações cefálicas fletidas 
 Uma vez que a extremidade cefálica distenda e 
dilate, o conjunto musculoaponeurótico que compõe 
o diafragma pélvico sobre movimento de rotação 
que levará a sutura sagital a se orientar no sentido 
anteroposterior da saída do canal  Movimento 
turbinal 
 
DIVERGÊNCIA DE ESCOLAS 
Escola francesa  A variedade de posição mais 
frequente (60%) é a occípito-esquerda-anterior (OEA), 
designada primeira posição. A occipito-direita-posterior 
(ODP) 32% é a segunda posição. 
Escola inglesa  A insinuação mais frequente é a 
transversa (60-70%), a esquerda superando a direita. 
 
LOUISE CANDIOTTO 3 
 
 Outra forma de explicar a rotação interna é que 
a apresentação vai de encontro ao plano inclinado 
formado pelo músculo músculo elevador do ânus e 
ligamentos sacrociáticos, plano que se dirige de 
fora para dentro, formando uma goteira mediana 
 A parte mais baixa da apresentação (nessa altura 
o occipital) tende a rodar diante (pube) 
 Observa-se que o occipital do feto será compelido 
a sofrer uma rotação capaz de dirigir seu facilium 
de flexão (o pescoço) para sínfise púbica, com o 
objetivo de vencer o cotovelo do canal de parto 
 O grau de rotação varia com a variedade de 
posição da cabeça: 45º nas anteriores, 90º nas 
transversas e 135º nas posteriores 
 Se a posição for direita roda em sentido horário, 
se for esquerda em sentido anti-horário 
 
INSINUAÇÃO DAS ESPÁDUAS: 
 Penetração das espáduas através do estreito 
superior da bacia 
 O diâmetro biacromial, que mede 12 cm, é 
incompatível com os diâmetros do estreito superior, 
porém, no período expulsivo, sofre redução 
apreciável porque os ombros se aconchegam, 
forçados pela constricção do canal, e se orienta no 
sentido deum dos diâmetros oblíquos ou do 
transverso daquele estreito 
 A medida que a cabeça progride, as espáduas 
descem até o assoalho pélvico 
DESPRENDIMENTO 
É a saída do polo fetal apresentado para fora do canal de 
parto. 
MOVIMENTO COMPLEMENTAR  DEFLEXÃO: 
 Durante todo o tempo de descida, a cabeça 
permaneceu fletida 
 Tomando como ponto de apoio a sínfise púbica, 
desliza ao redor dela, realizando um movimento 
de deflexão que distende o plano 
musculoaponeurótico perineal 
 
 
ROTAÇÃO EXTERNA DA CABEÇA (RESTITUIÇÃO): 
 Ocorre logo após o desprendimento total da 
cabeça 
 A cabeça retorna a posição do occipital para o 
lado onde se encontrava na bacia (mais comum = 
OEA) 
 Ela realiza um movimento de ¼ a 1/8 de 
circunferência, voltando o occipital para o lado 
onde se encontrava no momento da insinuação 
 Movimento simultâneo a rotação interna das 
espáduas 
ROTAÇÃO INTERNA DAS ESPÁDUAS: 
 Ao passar pelo estreito superior da bacia, as 
espaduas encontram-se com o diâmetro biacromial 
oblíquo ou transverso à bacia 
 Ao chegarem no assoalho pélvico as espáduas 
rodam até que o diâmetro biacromial fique 
anteroposterior à saída do canal 
 O ombro anterior se coloca sobre o púbis e o 
posterior em contato com o cóccix materno 
DESPRENDIMENTO DAS ESPÁDUAS: 
 Primeiro o ombro anterior aparece pela fenda 
vulvar e, para a saída do ombro posterior, há o 
movimento de flexão lateral do tronco fetal 
OBS: O restante do feto não oferece resistência para o 
nascimento. 
 
 
Mecanismo do 
parto em posição 
occípito-esquerda-
anterior (OEA). 
A e B. Insinuação, 
pelo diâmetro 
oblíquo esquerdo 
da bacia, flexão e 
descida. 
C e D. Rotação 
para posição 
occipitoposterior; 
completa-se a 
descida e ocorre o 
desprendimento 
cefálico. 
 
LOUISE CANDIOTTO 4 
 
 
Mecanismo do parto em posição occípito-esquerda-anterior. 
A e B. Movimento de restituição da cabeça ou rotação 
externa. 
C e D. Desprendimento do ombro anterior e do posterior, 
respectivamente. 
 
Mecanismo do parto em posição occípito-esquerdo-
transversa. 
A e B. Insinuação e descida da cabeça por movimentos de 
assinclitismo. 
C e D. Rotação interna e desprendimento cefálicos

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