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SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO (parte II - 006 (1)

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Sujeitos da relação de emprego - Empregador (parte ii)
Empregador
Pessoa física, jurídica ou ente despersonificado*  que contrata a prestação de serviços de uma pessoa física e, assumindo os riscos do negócio, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. 
*Condomínio, à massa falida, ao espólio, à herança vacante e jacente e às sociedades irregulares.
Art. 2º, caput, da CLT. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados
Empregador
Pessoa física ou jurídica
Empregador doméstico
O empregador assume os riscos da sua atividade econômica, ou seja, independente da atividade econômica da empresa, do lucro ou da perda econômica da empresa, os salários dos empregados devem ser garantidos. 
Empregador
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Características
Despersonificação – se a pessoalidade é um dos requisitos essenciais da relação de emprego, por outro lado a despersonificação é uma das principais características do empregador para que seja assegurada a efetividade do princípio da continuidade da relação de emprego. Essa característica irá possibilitar a existência da figura da sucessão e do consórcio de empregadores.
Empregador
Alteridade - o risco da atividade econômica deve ser suportado, exclusivamente, pelo empregador. O empregado não divide os riscos da atividade econômica. Assim, num momento de baixa produtividade, vendas baixas não autorizam o empregador a reduzir os salários dos seus empregados.
Empregador
Empregador, empresa e estabelecimento
Conceito de empresário, Código Civil: 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Empresa como sendo “uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Empresa: organização de trabalho alheio, unidade econômica de produção. 
Estabelecimento: Meios que proporcionam o desenvolvimento da organização, unidade técnica de produção.
Essa distinção ocorre em razão da necessidade de figurar no polo passivo de uma reclamação trabalhista, a empresa e não o nome fantasia   Porém existe tolerância em razão da informalidade que norteia o direito do trabalho.
Empregador, empresa e estabelecimento
Desconsideração da personalidade jurídica – Art. 50, CC
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica
Empregador, empresa e estabelecimento
Também é aplicada em relação aos débitos trabalhistas, permitindo que em uma reclamação trabalhista contra uma empresa, caso a mesma não honre com o pagamento das verbas trabalhistas, pode o juiz desconsiderar a personalidade jurídica da empresa, para avançar ao patrimônio pessoal dos sócios da empresa.
Empregador, empresa e estabelecimento
Falência, concordata ou dissolução da empresa
Os direitos advindos da existência do contrato de trabalho subsistirão, sendo que, na falência, constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao empregado e a totalidade das indenizações a que tiver direito, até o limite de 150 salários mínimos. 
Qualquer pessoa pode assumir a condição de empregador, seja ela física ou jurídica. Os entes despersonificados (a massa falida e o espólio) podem ser empregadores.
Empregador é quem contrata empregado.
Empregador, empresa e estabelecimento
Poderes do empregador
Em razão de o empregador assumir os riscos da atividade econômica, a lei lhe assegura um conjunto de prerrogativas para que possa empreender a organização e a fiscalização do seu negócio da melhor forma possível. 
Poder diretivo
Poder regulamentar
Poder Fiscalizatório
Poder disciplinar 
Poder diretivo - também chamado de poder organizativo ou de comando, estruturando organicamente a empresa. Esse poder consiste na distribuição das tarefas aos empregados, fixação do horário de trabalho, utilização de uniformes, crachás etc.
Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada. 
Poderes do empregador
Poder diretivo - também chamado de poder organizativo ou de comando, estruturando organicamente a empresa. Esse poder consiste na distribuição das tarefas aos empregados, fixação do horário de trabalho, utilização de uniformes, crachás etc.
Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada. 
Entendimento anterior do TST de forma majoritária, era de que o uso de uniforme com marcas de fornecedores e propaganda de produtos configurava dano à imagem do empregado, sendo passível de indenização por danos morais ao trabalhador.
Poderes do empregador
O uniforme do empregado não configura salário-utilidade, pois é utilizado como ferramenta de trabalho, e não como contraprestação por um serviço prestado. De acordo com o parágrafo único do art. 456-A da CLT, a higienização do uniforme é, em regra, de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes daqueles utilizados para a limpeza de vestimentas de uso comum.
Poderes do empregador
Poder regulamentar - É a manifestação do poder empregatício por meio de fixação de regras gerais a serem observadas por todos os empregados. Essa manifestação ocorrerá pelo regulamento da empresa. 
O empregado deverá respeitar o regulamento interno. Entretanto, se houver modificação desse regulamento que acarrete prejuízos, essa alteração será nula, por força do art. 468 da CLT que veda a alteração contratual lesiva.
art. 611-A, da CLT, que prevê a possibilidade do regulamento empresarial ser objeto de instrumento coletivo
Poderes do empregador
Súmula nº 51 do TST - I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.
Poderes do empregador
Súmula nº 288 do TST - I – A complementação dos proventos de aposentadoria, instituída, regulamentada e paga diretamente pelo empregador, sem vínculo com as entidades de previdência privada fechada, é regida pelas normas em vigor na data de admissão do empregado, ressalvadas as alterações que forem mais benéficas (art. 468 da CLT). II – Na hipótese de coexistência de dois regulamentos de planos de previdência complementar, instituídos pelo empregador ou por entidade de previdência privada, a opção do beneficiário por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do outro. III – Após a entrada em vigor das Leis Complementares nº 108 e nº 109 de 29/05/2001, reger-se-á a complementação dos proventos de aposentadoria pelas normas vigentes na data da implementação dos requisitos para obtenção do benefício, ressalvados o direito adquirido do participante que anteriormente implementaraos requisitos para o benefício e o direito acumulado do empregado que até então não preenchera tais requisitos. IV – O entendimento da primeira parte do item III aplica-se aos processos em curso no Tribunal Superior do Trabalho em que, em 12/04/2016, ainda não haja sido proferida decisão de mérito por suas Turmas e Seções
Poder fiscalizatório - Também denominado poder de controle, assim, o empregador fiscaliza as tarefas executadas, verifica o cumprimento da jornada de trabalho e protege o seu próprio patrimônio.
Os princípios previstos na ordem constitucional vedam a realização de condutas fiscalizatórias e de controle da prestação dos serviços que agridam a liberdade e a dignidade da pessoa humana do empregado.
E-mail corporativo pode ser fiscalizado pelo empregador, uma vez que seja utilizado como ferramenta de trabalho. 
Poderes do empregador
A respeito à possibilidade de revistas íntimas. O legislador constituinte erigiu  a inviolabilidade das relações de trato íntimo. Assim, no âmbito do Direito do Trabalho, qualquer conduta da parte que viole esse direito pode acarretar o ressarcimento pelos eventuais danos materiais e morais advindos desse comportamento. 
Poderes do empregador
Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado: [...] VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.
O TST vem entendendo que as revistas pessoais, realizadas com razoabilidade, sem que envolvam nudez, podem ser admitidas, desde que a atividade exercida justifique esse controle e que não seja o empregado submetido à situação vexatória.
Poderes do empregador
Poder disciplinar - manifestação do poder empregatício correspondente à imposição de sanções aos empregados que descumprem as suas obrigações contratuais. Se verificado o descumprimento às regras impostas, caberão as seguintes penalidades: 
Advertência - pode ocorrer de forma verbal ou escrita, esta ultima na presença de duas testemunhas, que em caso de recusa do empregado em assiná-la, irão substituir a assinatura. 
Suspensão - impossibilidade de trabalhar durante determinados dias, a perda salarial equivalente aos dias de suspensão, e ainda do repouso semanal. A CLT, em seu artigo 474, prevê a possibilidade de suspensão do trabalho do empregado, em um prazo máximo de 30 dias.
Poderes do empregador
O empregado poderá ser dispensado diretamente, sem antes ter sido advertido ou suspenso, desde que a falta por ele cometida seja realmente grave, que estão previstas no art.482, da CLT (rol taxativo).
Antes da Reforma Trabalhista não havia previsão na CLT para aplicação de pena de multa. No entanto o legislador criou à hipótese de multa que pode ser aplicado ao empregado contratado para prestação de trabalho intermitente, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de 30 dias, multa de 50% da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. 
Grupo econômico – Responsabilidade solidária
Art. 2º, § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes
Sendo necessária para caracterização do grupo econômico a coexistência de pelo menos duas empresas, ficando uma sob a direção, controle ou administração da outra, a CLT adotou o critério da subordinação para classificar as empresas como pertencentes ao mesmo grupo econômico.
A relação que deve haver entre as empresas do grupo econômico é de dominação, mostrando a existência de uma empresa principal, que é a controladora, e as empresas controladas, esclarecendo que a responsabilidade das empresas é solidária, em razão das obrigações trabalhistas. 
Sucessão trabalhista: requisitos e efeitos
A sucessão de empregadores nada mais é do que a alteração do polo subjetivo do contrato de trabalho, com a transferência da titularidade do negócio. O novo titular assume não apenas o ativo do novo negócio, mas também o passivo, incluindo os contratos de trabalho que estão em curso. 
Segundo o artigo 10 da CLT, “qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados”. E ainda, o artigo 448 também da CLT, reforça que, “a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados”.
Para caracterização da sucessão trabalhista, é necessária, portanto, a transferência total ou parcial da unidade econômico-jurídica, que continua a ser explorada pelo novo proprietário.
A sucessão de empresas supõe, assim, a efetiva substituição dos sujeitos de uma relação jurídica: a transferência do acervo, como organização produtiva, impõe que o novo titular do empreendimento responda, em regra, pelos contratos de trabalho concluídos pelo antigo, a quem sucede, sendo irrelevante que o empregado tenha prestado ou não serviços ao sucessor, já que esse assume o passivo trabalhista do acervo. 
Eventual acordo ou convenção realizada entre o sucessor e o sucedido, com o objetivo de excluir direitos dos trabalhadores, não tem qualquer valor jurídico:
Exceções:
Em caso de desmembramento de municípios;
Em caso de concessão de serviço público, havendo extinção do contrato de trabalho, a concessionária, na condição de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho, sem prejuízo da responsabilidade subsidiária da antecessora pelos débitos trabalhistas contraídos até a concessão. 
Sócio retirante: 
Art. 10-A.  O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
I - a empresa devedora
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.
Parágrafo único.  O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato. 
Obrigada!

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