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Centro Universitário Newton Paiva
Curso: Psicologia
Professora: Margaret Pires do Couto
Aluna: Kelin Braga dos Anjos Dutra 11611828
A Dinâmica da Transferência
No texto, compreendemos o porquê a transferência é mais intensa nos indivíduos em análise, e porque Freud permanece com o enigma de que a transferência surge como a resistência mais poderosa ao tratamento, e que fora dela, deve ser encarada como veículo de cura e condição de sucesso.
Sobre a resistência, esta, nada mais é, do que o que te impede de seguir em determinado ponto. Ao ingressar na análise com um paciente, a resistência se faz sentir tão claramente, que é neste ponto que a transferência entra em cena.
De acordo com Freud, a ideia transferencial penetra à consciência pois ela satisfaz a resistência, e que, ainda de acordo com ele, este tipo de evento ocorre inúmeras vezes no decurso de uma análise.
Neste momento, podemos perceber o que Freud tenta dizer sobre a transferência ser o padrão mais forte de resistência. Eles estão tão interligados, se desenvolvendo juntos, que em algum momento essa dinâmica se entrelaça.
Como Freud mesmo cita, o papel que a transferência desempenha no tratamento, só pode ser explicado se entrarmos na consideração das suas relações com a resistência. Em um dado momento, Freud frisa a distinção entre a transferência negativa, e a positiva. Neste momento, observamos que a transferência deve ser moldada constantemente, de forma a não dar espaço para a resistência. Devemos saber diferenciar a transferência de sentimentos afetuosos (positiva), da transferência de sentimentos hostis (negativas) e tratar separadamente os dois tipos de transferência.
Para sabermos como a transferência se inicia, precisamos entender que ela é uma ligação direta ao paciente. Isso faz com que, caso seja positiva, as resistências apareçam em forma de demanda analítica. Se houver demanda, e o paciente demonstrar que está situando você em determinados momentos da vida dele, como a lembrança fora da análise, por exemplo, significa que está ocorrendo a transferência.
Em caso de transferência negativa ou comportamento hostil, precisamos ter certo jogo de cintura para manejar bem o que acontece na análise.
O principal fundamento do manejo da transferência, é moldar essa transferência negativa, conseguindo criar demanda analítica. Quando a resistência toma conta, e a transferência vai perdendo força, o paciente pode faltar, ou até mesmo anunciar que vai abandonar a análise. Em momentos como este, nunca devemos \u201cprender\u201d o paciente a um trabalho, mas devemos faze-lo refletir. Devemos pedir para que repense, que talvez a continuidade no trabalho terapêutico seja de grande valia para ele, que construímos uma boa demanda. É uma forma de fazer o paciente refletir e moldar a transferência.
Outro ponto a ser observado, é se o momento hostil do paciente não é da própria personalidade do mesmo. Devemos saber diferenciar uma personalidade de uma demanda negativa.
Construcao em Análise (1937)
Freud inicia sua reflexão a partir de um comentário feito por um “bem conhecido homem de ciência” sobre o analista sempre ter a razão quando faz uma interpretação, diz que quando o paciente concorda , é porque ela está correta, e quando discorda é porque demonstra um sinal de sua resistência.
Freud concorda quando diz que um “sim” ou um “não” de um paciente podem ter significados ambíguos. Coloca como trabalho da análise, fazer com que o paciente abandone as repressões de seu desenvolvimento primitivo, substituindo-as por reações mais adaptadas a uma condição psiquicamente madura. Sintomas e inibições são conseqüências destas repressões que foram substituídas e, portanto esquecidas. 
 Existem alguns caminhos que podem fazer com que o analista conduza o aparecimento de sinais destes conteúdos reprimidos como através de sonhos, associação livre e vivências na sua própria relação com o paciente. A tarefa do analista é de completar aquilo que foi esquecido a partir dos traços apresentados pelo paciente, ajudando-o a reconstruir sua história.
Analista x Arqueólogo – Trabalho de reconstrução através do uso de fragmentos (paredes, alicerces, colunas, restos de pinturas etc. no caso do arqueólogo e lembranças, associações e comportamentos no caso do analista).
O arqueólogo lida com objetos já destruídos, incapazes de retornarem a sua forma original; Já o analista lida com elementos que ainda se encontram preservados. Mesmo as coisas que parecem estar completamente esquecidas, estão presentes e se encontram “enterradas” e inacessíveis ao indivíduo.
Materiais psíquicos são mais complicados que os materiais escavados, já que possuímos um conhecimento insuficiente do que podemos esperar encontrar. Possuem uma estrutura mais  refinada e misteriosa.
Para o arqueólogo, a reconstrução é o objetivo e o final de seus esforços, e para o analista, constitui apenas em um trabalho preliminar.
 O analista completa um fragmento da construção e comunica ao paciente, que por sua vez constrói outro fragmento a partir do novo material, assim o trabalho e feito lado a lado, com um dos dois (analista ou paciente), alternadamente, sempre um pouco a frente para que o outro possa segui-lo.
 Termo “construção” como uma descrição mais apropriada que o termo “interpretação”. Interpretação aplica-se a algo que se faz a algum elemento isolado do material, já construção, se dá quando se coloca ao indivíduo fragmentos de sua história primitiva que foi esquecido.    
 O caminho que parte da construção do analista deveria terminar na recordação do paciente, porem nem sempre isso é possível. O que pode acontecer, é o analista produzir no paciente uma convicção segura da verdade de sua construção que alcançará o mesmo resultado de uma lembrança.
Sobre o início do tratamento (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise) 1913 – Freud – Volume 12
Freud costuma fazer uma sondagem inicial de duas semanas com seus pacientes, para decidir se os casos são adequados à Psicanálise. Esse “ensaio” já é o começo da Psicanálise e deve seguir suas regras. O analista deixa principalmente o paciente falar, oferecendo apenas esclarecimentos necessários à continuidade de sua narração.
Esse início probatório do tratamento psicanalítico também é justificado por questões de diagnóstico. Mesmo diante de condições psíquicas do sujeito adequadas à Psicanálise, como uma neurose com sintomas obsessivos ou histéricos de curta duração e sem manifestação excessiva, precisamos questionar se o caso não é um estágio prévio de uma dementia praecox (esquizofrenia segundo Bleuler, parafrenia segundo Freud). Pode haver certa dificuldade no diagnóstico diferencial, e se for um caso de parafrenia e não de histeria ou neurose obsessiva, o psicanalista não pode realizar a cura do paciente.
Longas conversas antes do início do tratamento, uma terapia diferente feita anteriormente e o conhecimento anterior do analisando pelo psicanalista podem apresentar algumas desvantagens. Esses fatores podem provocar no paciente uma postura preconcebida em relação à transferência, tirando a oportunidade do psicanalista de observar desde o começo o crescimento e o devir da transferência. Dificuldades específicas podem surgir se houve em algum momento relações sociais de amizade entre o analista e o paciente ou entre suas famílias.
A postura dos pacientes (por exemplo: ser cético ou ter muita confiança na efetividade psicanálise) tem pouca importância; perante às resistências internas que ancoram a neurose sua confiança ou desconfiança temporárias são pouco relevantes. A boa-fé inicial do paciente pode ser destroçada na primeira dificuldade durante o tratamento, e a desconfiança do cético é justamente um sintoma, e não incomodará se a regra da psicanálise for seguida.
Recomendações aos Médicos que Exercem a Psicanálise
No Texto Recomendações aos Médicos que Exercem a Psicanálise, Freud aborda algumas questões em relação ao tipo de comportamento que o Médico psicanalista deve possuir perante seus pacientes. O primeiro deles diz respeitoà memória do profissional, no qual se deve lembrar de todos os nomes, datas,
produtos patológicos e qualquer detalhe que contenha o mínimo de importância de todos os seus pacientes. Para que o médico consiga isso, Freud comenta sobre uma técnica que consiste em manter uma mesma atenção perante tudo o que lhe é apresentado, não focando somente em uma coisa, essa técnica é conhecida como Atenção Uniformemente Suspensa. A partir do momento em que o médico foca sua atenção somente em detalhes específicos, ele passa a selecionar o material que lhe é apresentado, fixando somente parte das informações e negligenciando as demais. Entretanto, a técnica da Atenção Uniformemente Suspensa só terá resultado se o paciente obedecer a regra de comunicar qualquer coisa que passar em sua mente, sem se preocupar com crítica ou seleção de conteúdo.
De acordo com a visão de Freud, anotações durante as sessões podem vir a
ocasionar uma impressão desagradável em alguns pacientes, prejudicando a
terapia. O que ele indica é anotar tudo no final do dia, e durante as sessões, anotar somente as datas, textos de sonhos ou eventos realmente importantes. Além disso, ele nos adverte que, trabalhar cientificamente em um caso que ainda não fora finalizado pode vir a prejudicar o resultado da terapia. Os casos que não possuem nenhum intuito em vista, normalmente são os que possuem os melhores resultados, ao invés dos que são dedicados a propósitos científicos. 
Freud faz uma crítica aos psicanalistas mais jovens, que tendem a usar sua
individualidade para levar o paciente a seguir suas interpretações, acreditando que isso faça com que as resistências diminuam. Ele acredita que, o médico deve ser um verdadeiro espelho diante do paciente, mostrando apenas aquilo que lhe é mostrado. Além disso, outro impulso que o médico pode vir a tomar é o de indicar novos objetivos ao paciente. O médico deve ser guiado pelas capacidades do paciente ao invés de seus próprios desejos, tolerando a fraqueza do paciente e se contentando pela menor reconquista de alguma capacidade de trabalho e divertimento que seu paciente possa ter adquirido.
De acordo com o pensamento de Freud, é errado que o médico determine tarefas aos seus pacientes, como por exemplo, pedir para que ele pense sobre
algum período determinado de sua vida. Uma vez que os enigmas neuróticos dos pacientes não serão solucionados diante de tais atividades mentais, e sim, falando tudo o que lhe vem à mente. Isso deve ser ressaltado perante pacientes que possam se desviar para o debate intelectual durante o tratamento, ou que teorizam muito, evitando qualquer ação para que melhore seu estado. Isso normalmente é encontrado em graduandos do curso de Psicologia. Por fim, Freud nos previne de indicarmos livros analíticos para pacientes ou aos seus parentes. Pois, com esse conhecimento, alguns pacientes podem vir à desistir da terapia, podem iniciar um debate intelectual durante a terapia, ou pode de alguma forma, vir a prejudicar o curso do tratamento.

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