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MÓDULO 2 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Consiste no poder atribuído pela Constituição ao ente público para exigir o tributo a ele pertinente. Competem à União, Estados, Municípios e Distrito Federal instituir tributos. Pelo fato da Constituição Federal atribuir a tais pessoas de direito público interno o poder de instituir tributos que expressamente nomeia, diz-se que cada uma delas tem competência tributária privativa própria. Enfim, a competência tributária é a aptidão inerente à União, Estados, Distrito Federal e Municípios para criar, modificar e extinguir tributos, mediante a expedição de lei que deve descrever a hipótese de incidência do tributo, seu sujeito ativo, seu sujeito passivo, sua base de cálculo e sua alíquota. A título de exemplo, se se tratar de imposto atribuído pela Constituição ao Município, nem a União, tampouco os Estados poderão instituí-los, mesmo que o Município ainda não o tenha criado. Coerentemente, a Constituição estabeleceu que só pode isentar quem tem a competência para tributar (art. 151, III), embora, em relação ao ICMS, tenha remetido à lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios cais serão concedidos e revogados (art. 155, § 2º, XII, g). Tributos Federais – II, IE, IR, IPI, IOF, IPTR, Grandes Fortunas. Tributos Estaduais e do Distrito Federal – ITCMD, ICMS, IPVA. Tributos Municipais – IPTU, ITIV (exs.: compra e venda de imóveis, dação em pagamento, usufruto), ISS. A competência tributária apresenta algumas características, a saber: indelegabilidade, irrenunciabilidade, incaducabilidade, facultatividade e privatividade. Indelegabilidade - a Constituição Federal, ao repartir as competências, o fez de maneira rígida e inflexível. Isso importa dizer que não é permitido aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios) delegarem o seu poder de legislar. Irrenunciabilidade - as pessoas políticas não podem renunciar às suas competências tributárias. Incaducabilidade - os entes políticos não perdem suas competências tributárias por seu não uso, ainda que por tempo prolongado. Não é permitido um ente político legislar sobre matéria que não é de sua competência pelo fato do outro não o ter feito. Pode-se citar, por exemplo, o que acontece com a União no que se refere ao Imposto sobre Grandes Fortunas que, até os dias atuais, ainda não foi instituído. Não pode outro ente político, a não ser a União, instituir tal tributo diante da demora da União. Inalterabilidade - as pessoas políticas não podem ampliar suas competências tributárias, exceto nos casos de emenda constitucional assim permitindo. Facultatividade - o ente político pode exercitar ou não sua competência tributária. Existem Municípios, por exemplo, que ainda não instituíram o ISS. Privatividade - As normas constitucionais que discriminam as competências tributárias possuem duplo comando, isto é, ao passo que habilitam a pessoa política contemplada, e somente ela, a criar, determinado tributo, proíbem as demais de fazê-lo. CLASSIFICAÇÕES · Privativa – é aquela atribuída com exclusividade a determinado ente político. A Constituição define quais os tributos que poderão ser cobrados pelo sujeito ativo. Na Constituição Federal, só há competência privativa para os impostos. Por exemplo, cabe somente à União a criação do Imposto sobre a Renda. A criação do ICMS, por sua vez, é de exclusividade dos Estados e Distrito Federal. O IPTU é de competência privativa dos Municípios. · Comum – duas ou mais entidades políticas tem poderes para estabelecer o mesmo tributo. Ex.: taxas, contribuições de melhoria que podem ser estabelecidas tanto pela União, como pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. Trata-se, portanto, de uma competência atribuída conjuntamente à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios no que se refere à instituição de taxas e contribuições de melhoria. Pelo fato de a Constituição Federal não elencar quais são as taxas e as contribuições de melhoria que podem ser criadas pelos entes políticos, será competente para instituí-las aquele que efetivamente prestar o serviço público, exercer o poder de polícia ou realizar obra pública com valorização imobiliária. · Residual – poder da União em criar novos impostos além daqueles previstos na Constituição, por meio de lei complementar. Todas as situações que não estejam compreendidas na competência privativa ou na competência comum dos entes políticos formam o campo da competência residual que pertence à União. Somente ela pode, via lei complementar, criar outros impostos, desde que não sejam cumulativos nem tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos demais impostos previstos na Constituição Federal. Vale ressaltar que, do resultado da arrecadação de tais impostos, 20% devem ser repartidos com os Estados e Distrito Federal.
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