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Competência tributária

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Competência tributária (arts. 7º e 8º, CTN)
-A CF não institui tributos. Ela apenas define a competência tributária de cada ente político tributante. A CF, portanto, atribui poder ao ente político para instituir tributo.
-Assim, é correto definir competência tributária como o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos.
-Conceito: Trata-se da aptidão conferida exclusivamente aos entes políticos tributantes, para criar tributo. Em outras palavras é a parcela do poder fiscal que as pessoas políticas que compõem a Federação recebem diretamente da Constituição para instituir os impostos a ela atribuídos.
Para Ricardo Alexandre “é o poder de instituir o tributo, por lei própria e com a necessária observância às limitações constitucionais ao poder de tributar e às normas editadas pela União”.
-Natureza jurídica: legislativa.
-Características: 1 – Indelegável: não admite transferência para outro ente político tributante. É o que dispõe o art. 7º do CTN:
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
Assim, não pode o ente federado editar norma que atribua a outro ente a competência para criar tributo que lhe foi outorgado pela CF.[footnoteRef:1] [1: A exceção prevista no dispositivo legal não se refere a todos os aspectos da competência tributária, mas tão somente à capacidade tributária ativa, denominação dada pela doutrina à parcela meramente administrativa da competência tributária.] 
		 2 – Incaducável: o não exercício da competência tributária não impede a criação do tributo a qualquer momento (Ex: IGF);
		 3 – Facultatividade: ente político pode ou não instituir o tributo (Ex: o IFG ainda não foi instituído no Brasil. Contudo, uma vez instituído tributo, não há mais facultatividade).[footnoteRef:2] [2: Sobre o assunto, ensina Ricardo Alexandre que “o exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política e, principalmente, econômica, sobre o exercício da competência tributária”.] 
Capacidade tributária ativa (art. 7º do CTN)
-aptidão para arrecadar e fiscalizar tributos. Ou seja, exigir concretamente o tributo.
-Nas palavras de Ricardo Alexandre não se pode confundir a competência tributária com a capacidade tributária ativa: “Em sentido estrito, a competência tributária é política e se refere à possibilidade de editar lei instituindo o tributo, definindo seus elementos essenciais (fatos geradores, contribuintes, alíquotas e bases de cálculo). A capacidade ativa decorre da competência tributária, mas possui natureza administrativa, referindo-se às funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária”.
-natureza: administrativa (arrecadar, fiscalizar, executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária).
-Ex: União institui IR e cobra por meio de seus órgãos (SRF, que fiscaliza e PFN, que cobra).
-a principal característica é ser delegável: ente político pode transferir capacidade tributária ativa (fiscalizar, arrecadar e executar) para outra pessoa política de direito público (art. 7º, CTN).[footnoteRef:3] Ex: delegação para que conselhos profissionais (autarquias) exijam contribuição corporativa dos seus profissionais. [3: Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.] 
-OBS: a delegação da função de arrecadar implica delegação das garantias e privilégios processuais, isto é, para figurar no polo ativo das ações judiciais (art. 7º, §1º, CTN). § 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
-quem possui essa aptidão são:
		a) entes políticos tributantes (conforme exemplo acima);
		b) outras pessoas jurídicas de direito público: Ex> União institui ITR, por lei, e delega, também por lei, ao Município para arrecadar tal tributo;[footnoteRef:4] [4: Aqui há o fenômeno da parafiscalidade, pois um ente diferente do ente que instituiu o tributo arrecada todo ele.] 
		c) outras pessoas jurídicas de direito privado: Ex: União institui, por lei, a contribuição social para o SENAC, e delega, também por lei, ao SENAC a arrecadação do tributo dos comerciantes, que pagam para o próprio SENAC, para custear cursos de formação profissional e fica com o produto da arrecadação.[footnoteRef:5] [5: Houve também a parafiscalidade. Vale ressaltar que não há capacidade processual para o SENAC para executar em juízo.] 
	Competência tributária
	Capacidade tributária ativa
	-Aptidão conferida exclusivamente às pessoas políticas para instituir tributos, o que deve ser feito por lei.
	-Aptidão conferida às pessoas jurídicas de direito público para arrecadar, fiscalizar, executar tributos.
	-Possui natureza legislativa.
	-Possui natureza administrativa.
	-É indelegável, incaducável, facultativa.
	-É delegável por lei.
Competência Tributária
	
	União - arts. 153, 148 e 149, CF
	Estado – art. 155, CF
	Município – arts. 156 e 149-A, CF
	DF – art. 32, §2º c.c. 155, 156, 149-A e 147, CF
	Competência Privativa[footnoteRef:6] [6: Tributo só pode ser instituído por uma pessoa política. ] 
	II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, IFG,
Empréstimo compulsório
Maioria das contribuições especiais
	ITCMD, IPVA, ICMS
	ITBI, ISS, IPTU, CIP
	Competência privativa cumulativa dos Estados + Municípios
	Competência Comum[footnoteRef:7] [7: Tributo é instituído por todas as pessoas políticas, no âmbito de suas atribuições. Assim, o ente que prestar serviço público específico e divisível, por exemplo, cobra a respectiva taxa.] 
	Taxa
Contribuição de Melhoria
Contribuição previdenciária de servidor
	Taxa
Contribuição de Melhoria
Contribuição previdenciária de servidor
	Taxa
Contribuição de Melhoria
Contribuição previdenciária de servidor
	Taxa
Contribuição de Melhoria
Contribuição previdenciária de servidor
	Competência extraordinária (art. 154, II, CF)
	IEG
	X
	X
	X
	Competência Residual (art. 154, I; 195, §4º, CF)
	IRU
	X
	X
	X
Diante desse quadro, algumas observações devem ser feitas:
1ª: no que concerne aos Estados, DF e Municípios, as listas da competência PRIVATIVA são absolutamente exaustivas, pois, ressalvada a possibilidade de Emenda à CF, em nenhuma hipótese tais entes poderão instituir quaisquer impostos, ressalvados os que lhe foram expressamente deferidos.
2ª: a lista dos impostos federais não é, contudo, absolutamente exaustiva. Isso porque a União possui competência residual para instituir, mediante lei complementar, novos impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na CF (art. 154, I), bem como competência extraordinária para criar, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária (art. 154, II).
Competência Tributária no Território Federal
-o Território Federal não é ente federativo;
-é autarquia territorial federal;
-é criado por Lei Complementar (art. 18, §2º, CF).
-Deve ter um Poder Executivo (governador territorial, nomeado pelo Presidente da República);
		Poder Legislativo (pelo Congresso Nacional, salvo se tiver mais de 100.000 habitantes, hipótese em que poderá ter a câmara territorial);
		Poder Judiciário (federal, e utilizariam os servidores federais).
-No Brasil já houve territóriofederal no Amapá; Roraima; Fernando de Noronha. Em 1988 os territórios se transformaram em Estados, menos Fernando de Noronha, que foi incorporado à Pernambuco.
-A União instituirá impostos federais, estaduais e Municipais. Se o território federal for dividido em Municípios, estes instituirão impostos municipais e a União o resto.
-Segundo Ivana Mussi Gabriel “em matéria tributária, a competência, tal como a do DF, é cumulativa (art. 147, CF). Cabe à União instituir impostos federais, estaduais e municipais no Território Federal que não é dividido em Municípios (se for dividido em Municípios caberá a este instituir impostos municipais).
Competência Extraordinária da União (art. 154, II, CF c.c. 78 do CTN)
-só a União pode exercer, por lei ordinária, imposto extraordinário de guerra (IEG). Logo, é competência privativa.
-só em situação de beligerância (guerra externa ou sua iminência);
-são suprimidos gradativamente, no prazo máximo de 5 anos, contados da celebração da paz;
-é exigido imediatamente (pague-se já) – exceção ao princípio da anterioridade e noventena.
-União, mediante lei federal, institui impostos federais, estaduais e municiais de guerra;
-há, então, uma bitributação e o bis in idem (que é, nesse caso, constitucional).
	Bitributação
	Bis in idem
	-2 entes políticos tributários cobram duas vezes tributos idênticos (com o mesmo fato gerador/base de cálculo) do mesmo contribuinte.[footnoteRef:8] [8: Tributos idênticos são aqueles que tem o mesmo fato gerador ou mesma base de cálculo. Para o STF, é também o caso de quando houve uma incerteza subjetiva a quem pagar.] 
-Ex constitucional: Município institui IPTU e a União pode, por lei, instituir IPTU de guerra.
-Ex inconstitucional: 2 entes diferentes cobram IPTU (Pindorama e Catanduva). Para tanto, deve-se ajuizar ação de consignação em pagamento, por violação ao art. 164, III do CTN.[footnoteRef:9] [9: Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
        II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;
        III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
] 
-Ex inconstitucional 2: Município cobra IPTU e a União cobra ITR. Há, nesse caso, dois entres políticos diferentes cobrando 2 vezes tributos idênticos. Assim, há uma incerteza subjetiva a qual dos entes tributantes pagar e, sendo assim, deve-se ajuizar a ação de consignação em pagamento.
	-1 ente político tributante cobra duas vezes tributos idênticos.
-Ex constitucional: União institui IR e, na guerra, institui outro IR de guerra.
-Ex inconstitucional: Município cobra IPTU e uma taxa de coleta de lixo cuja base de cálculo é o valor venal do imóvel. Para tanto, deve-se impetrar Mandado de Segurança.
Competência Residual da União (art. 154, I, CF)
-Competência da União para instituir imposto diverso dos já existentes, ou seja, para instituir outros impostos não discriminados na CF;
-Será feito por Lei Complementar;
-Não pode ter base de cálculo nem fato gerador dos impostos já existentes. Dessa forma, conclui-se que poderá, por exemplo, ser utilizada base de cálculo de contribuições (ex: COFINS);
-Outro requisito é não ser cumulativo (princípio da não cumulatividade). Ou seja, não pode incidir em cascata;
-Ex: AITP – Adicional de Indenização do Trabalhador Portuário Avulso, instituído pela Lei 8.630/93. O contribuinte seria o responsável pela carga ou descarga de mercadorias. O STF decidiu não ser imposto residual pois: 1) instituído por lei ordinária; 2) ter o mesmo fato gerador ou base de cálculo do ISS e; 3) tributo finalístico.
Princípio da não cumulatividade
-Deve ser obedecido pelo IPI, ICMS, IRY e outras contribuições para seguridade social;
-tributos plurifásicos: incidem em várias operações mercantis (ex: ICMS, IPI, IRU);
-tributos indiretos: que repercutem. Carga tributária é repassada ao contribuinte de fato (consumidor final).
-tributos diretos: não repercutem. A carga tributária é suportada apenas pelo contribuinte de direito.
-conceito: princípio da não cumulatividade é aquele em que os tributos devidos numa determinada operação deve ser abatido, compensado, subtraído do valor (tributo) pago nas operações anteriores. “A não cumulatividade impede que ICMS, IPI, por exemplo, torne-se confiscatório, ou seja, mais gravoso nas varias operações”, segundo Ivana Mussi Gabriel.
-Ex: uma indústria vende para outra um produto por R$ 1.000,00, sendo que essa, por sua vez, vende para um varejista por 1.300,00 que, finalmente, vende para consumidor final por 1.700,00, tendo todas as operações incidência do ICMS à alíquota de 10%. São 3 operações mercantis: na 1ª (indústria vende para outra indústria por 1.000), ICMS será de 130? Não. Deve compensar. Logo: 130-100=30. ICMS será de 30. Na 3ª operação (varejista vende para consumidor por 1.700), ICMS será de 170? Não. Deve compensar com todas as operações anteriores. Logo, 170-100-30=40. ICMS será de 40.

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