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SDE0092 –Fisiologia Humana Aula 9: Condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Sistema Cardiovascular – introdução AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco O coração de um adulto jovem saudável e em repouso ejeta, a cada minuto, aproximadamente 5 litros de sangue através de cada câmara ventricular. - Ao se praticar alguma atividade física mais intensa, com a dilatação acentuada de diversos vasos sanguíneos na musculatura esquelética, uma quantidade bem maior de sangue passa a retornar ao coração. O coração, então, nessas ocasiões, passa também a ejetar a mesma quantidade através de seus ventrículos e evitando, assim, a ocorrência de uma estase sanguínea. - Em determinados momentos, com atividade física intensa, o volume de sangue que retorna ao coração chega até a aproximadamente 25 litros por minuto e, ainda assim, o coração é capaz de bombear todo este volume. Fisiologia Humana Camadas do coração Endocárdio Revestimento interno do coração por células endoteliais: câmaras cardíacas, tecido nodal, feixe de His e suas subdivisões, valvas cardíacas bicúspide e tricúspide e fixação das cordas tendíneas. Miocárdio Tecido muscular estriado cardíaco. Dois tipos: células especializadas em contração e células especializadas na gênese e condução do impulso. Pericárdio Duas camadas, fibrosa e serosa; Envolve coração e raiz dos grandes vasos; Evita superextensão dos ventrículos na sua diástole; Contém líquido que diminui atrito (lubrificante). AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Conceitos Sístole e diástole Respectivamente, contração e relaxamento do miocárdio. (atrial ou ventricular) Contratilidade (Inotropismo) Propriedade do coração: uma vez estimulada, toda a sua musculatura se contrai ativamente como um todo. Débito sistólico (DS) Volume de sangue bombeado pelo coração por batimento. Débito cardíaco Volume de sangue bombeado pelo coração por minuto (FC x DS). Adulto em repouso: cerca de 5 litros/min. Adulto em atividade: mais de 25 litros/min. AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Conceitos Pré-carga Volume de sangue no ventrículo do coração, após seu enchimento e contração atrial. Adapta-se à quantidade de retorno venoso (repouso ou exercício muscular). Assim, seu aumento acentua automaticamente o bombeamento pelo coração. Esse mecanismo adaptativo independe de estimulação nervosa (Mecanismo de Frank-Starling). Pós-carga Volume de sangue que permanece no ventrículo após sua sístole. Bulhas cardíacas 1ª. Bulha → fechamento das valvas AV (mitral e tricúspide). 2ª. Bulha → fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Pode haver desdobramento das bulhas ou mesmo sopros cardíacos. AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Reflexos cardíacos • Efeito de Starling – Aumento da força de contração quando ocorre um aumento do retorno venoso (pré-carga). • Efeito de Anrep – Aumento da força de contração quando ocorre um aumento na pressão aórtica (pós-carga). • Efeito Bowdich – Aumento da força de contração quando ocorre aumento da frequência cardíaca. AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Miocárdio – Sincício Existe uma natureza sincicial no músculo cardíaco. Existem, na verdade, 2 sincícios funcionais formando o coração: Um sincício atrial e um sincício ventricular. Um sincício é separado do outro por uma camada de tecido fibroso. Isto possibilita que a contração nas fibras que compõem o sincício atrial ocorra num tempo diferente da que ocorre no sincício ventricular. AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Músculo estriado (filamentos de actina e miosina) • Discos intercalados – membranas celulares de células conectadas em série por junções comunicantes (passagem de potencial de ação com rapidez). • Sincício atrial e sincício ventricular separados por um tecido fibroso que envolve os orifícios valvulares – as contrações nestes sincícios não são contínuas. Músculo cardíaco Fisiologia Humana AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco 0 – Despolarização rápida 1 – Recuperação 2 – Platô 3 – Repolarização 4 – Potencial de repouso Fisiologia Humana Potenciais de ação – fase rápida ou do miocárdio AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Potenciais de ação – fase rápida ou do miocárdio AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco 0 – Canais de Na+ abertos 1 – Fecham canais de Na+; Abrem canais de K+ 2 – Canais lentos de Ca++ e canais de K+ abertos 3 – Fecham canais lentos de Ca++; Canais de K+ abertos. Obs.: bombeamento de Ca++ para o LEC e Retículo sarcoplasmático. 4 – Potencial de repouso: bomba de Na+/K+ Fisiologia Humana Coordenação da atividade elétrica Potencial de fase rápida ou do marca-passo AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Portanto, a força de contração depende, em grande parte, da concentração de íons cálcio no líquido extracelular. • A duração da contração do músculo cardíaco é em função da duração do potencial de ação. • Átrios – bomba de reforço (retardo de 1/10 s da condução elétrica do A para o V). • Ventrículos – principal fonte de força para movimentar o sangue através do sistema vascular. Fisiologia Humana Contração do coração AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Ciclo cardíaco – o início de um batimento cardíaco até o início do batimento seguinte. Fisiologia Humana Ciclo cardíaco AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Ciclo cardíaco AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Preenchimento passivo e sístole atrial – (onda P do ECG) – O miocárdio ventricular está em diástole; As válvulas aórtica e pulmonar estão fechadas e as atrioventriculares (AV) estão abertas. A contração atrial finaliza o preenchimento ventricular. Entretanto o papel da sístole atrial é importante durante o aumento da frequência cardíaca, onde há o encurtamento da diástole – Eficiência do preenchimento do ventrículo. Contração isovolúmica – (complexo QRS do ECG) – ocorre rápido aumento da pressão ventricular. Provoca pequena protusão do assoalho atrial (válvulas atrioventriculares - AV). Ocorre a primeira bulha cardíaca pelo fechamento das válvulas AV. Não há alteração de volume, porém, a tensão na parede do ventrículo aumenta progressivamente. Ejeção ventricular – Quando a pressão do ventrículo ultrapassa a pressão aórtica, as valvas semilunares se abrem e o sangue flui pelas artérias. A pressão do ventrículo irá diminuir com a saída do sangue. Relaxamento passivo – (onda T do ECG) - Valvas AV e semilunares fechadas. Ao se fecharem, as válvulas semilunares produzem a segunda bulha cardíaca. Fisiologia Humana Fases do ciclo cardíaco AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Bulhas cardíacas AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Função dos átrios como bomba – 75% do sangue flui direto para o ventrículo, portanto, algumas vezes somente em situações de muito esforço uma pessoa que tenha comprometimento atrial ou valvular percebe sintomas de insuficiência cardíaca como falta de ar. • Função dos ventrículos como bomba – fase de enchimento rápido dos ventrículos, período de contração isométrica (fechamento das válvulas AV e abertura das válvulas semilunares), período de ejeção e fase de relaxamento isométrico (abertura das válvulas AV), reinício do ciclo. • Volume diastólico final – 110 a 120 ml de sangue no ventrículo (pré-carga). • Débito cardíaco – quantidade de sangue que sai do coração durante a sístole (70 ml). • Volume sistólico final – sangue remanescente de 40 a 50 ml (pós-carga). Esses valores podem se modificar em situações de esforço.Fisiologia Humana Sistema Cardiovascular AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Função das valvas: • Valvas atrioventriculares (tricúspide e mitral) – impedem o retorno do sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole. As válvulas são presas aos músculos papilares pelas cordas tendíneas. Esses músculos se contraem quando os ventrículos se contraem impedindo que a projeção das válvulas para os átrios seja muito acentuada. • Valvas semilunares (aórtica e pulmonar) – impedem o retorno do sangue das artérias aorta e pulmonares para os ventrículos durante a diástole. Fisiologia Humana Valvas cardíacas AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco O prolapso é a separação imperfeita entre a partes da valva mitral (do lado esquerdo do coração), permitindo assim a passagem de sangue indevida de volta ao átrio. Fisiologia Humana Prolapso e sopro mitral AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Regulação intrínseca da bomba cardíaca – mecanismo de Frank-Starling – quanto maior for o estiramento do músculo cardíaco durante o enchimento maior será a força de contração e a quantidade de sangue bombeado para a aorta. • Sistema nervoso autonômico: Nervos simpáticos – aumento da Frequência cardíaca, da força de contração e o aumento do débito cardíaco. Nervos parassimpáticos (vago) – diminuição do número de batimentos cardíacos (Fc) e do débito cardíaco. Fisiologia Humana Regulação do bombeamento cardíaco AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Sistema especializado de excitação e condução do coração que controla as contrações cardíacas: Nodo sinusal (nodo sinoatrial ou nodo SA) onde é gerado o impulso rítmico normal, as vias internodais que conduzem o impulso do nodo sinusal para o nodo AV. Nodo AV (nodo atrioventricular) onde o impulso proveniente dos átrios é retardado antes de passar para os ventrículos, o feixe AV, que conduz os impulsos dos átrios para os ventrículos e os feixes esquerdo e direito das fibras de Purkinje que conduzem o impulso cardíaco a todas as partes do ventrículos. Fisiologia Humana Excitação rítmica do coração AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Nodo sinusal – localizado na parede ântero-superior do átrio direito. Autoexcitação das fibras do nodo sinusal – os íons sódio tem naturalmente acesso ao interior das fibras do nodo SA. Marca-passo natural do coração pela alta frequência de disparos de potenciais de ação. Limiar Fisiologia Humana Ritmo sinusal AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Vias internodais – condução rápida (1m/s) do impulso pelas paredes atriais terminando no nodo AV. • Nodo AV – localizado na parede septal do átrio direito responsável pelo retardo de transmissão do impulso do átrio para o ventrículo (0,1 s - fornece tempo para os átrios esvaziarem o excesso de sangue nos ventrículos antes da contração ventricular). Causa: menor número de junções comunicantes. • Fibras de Purkinje – conduzem os impulso do nodo AV através do feixe AV para os ventrículos. São fibras grandes com alta velocidade (1,5 a 4,0 m/s), alta permeabilidade das junções comunicantes. Se ramifica em ramo esquerdo e direito e se tornam contínuas com as fibras ventriculares (0,3 a 0,5 m/s). Fisiologia Humana Sistema de condução elétrica AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Estimulação parassimpática (vagal) – libera acetilcolina, aumentando a permeabilidade das membranas das fibras cardíacas ao potássio, diminuindo todo o impulso elétrico. • Estimulação simpática – noradrenalina aumenta a permeabilidade da fibra ao sódio e ao cálcio. Fisiologia Humana Sistema nervoso autônomo AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Registro da variação dos potenciais elétricos gerados pela atividade do coração, feitos por eletrodos. Exame de eleição nas emergências cardíacas. O registro forma um gráfico que mostra a variação dos PA no tempo, gerando uma onda linear. Estas ondas seguem um padrão rítmico. Os PA são gerados a partir da despolarização e repolarização das células cardíacas. As ondas e seus intervalos entre elas são analisados quanto a sua configuração, altura e comprimento. Existem valores de normalidade de tempo pré-definidos. Potenciais elétricos são vistos com auxílio de osciloscópio ou registrados em papel quadriculado (mais comum). Fisiologia Humana Eletrocardiograma AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Neste gráfico se distingue uma onda P que corresponde à contração dos átrios, e um consecutivo complexo QRS determinado pela contração dos ventrículos. Conclui o ciclo uma onda T. Fisiologia Humana Eletrocardiograma AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco É o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um minuto. É igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico. Fisiologia Humana Débito cardíaco (DC) AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco • Frequência cardíaca • Pré-carga ventricular • Pós-carga ventricular • Função sistólica ventricular (contratilidade) • Função diastólica ventricular • Fluxo sanguíneo miocárdico Fisiologia Humana Determinantes do DC AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Mecanismo de Frank-Starling Dentro de limites, quanto maior o estiramento do músculo cardíaco no enchimento, maior será a força de contração e o volume ejetado na aorta. Fisiologia Humana Regulação pelo retorno venoso AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Mecanismo de Frank-Starling: Coração bombeia todo o sangue que chega sem permitir represamento excessivo nas veias. Aumento na pressão aórtica não diminui débito cardíaco até que a pressão arterial média aumente acima de 160 mmHg. • Hipertensão Arterial – o ↑ da resistência periférica promove ↓ no débito cardíaco. Fisiologia Humana Regulação pelo retorno venoso AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Fisiologia Humana Regulação Neural – DC AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco O coração também pode aumentar ou reduzir sua atividade dependendo do grau de atividade do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). De forma automática e independendo de nossa vontade consciente, o SNA exerce influência no funcionamento de diversos tecidos do nosso corpo através dos mediadores químicos liberados pelas terminações de seus 2 tipos de fibras: • Simpáticas • Parassimpáticas Fisiologia Humana Regulação neural do DC AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Sistema Nervoso Parassimpático (Dominante) • Nervo Vago • Direito – inerva o nodo SA (↓ F.C.) • Esquerdo – inerva o nodo AV (↓ velocidade de transmissão) • Ach (Acetilcolina) Sistema Nervoso Simpático • Plexo epicárdico • Direito – inerva o nodo SA (↑ F.C.) • Esquerdo – inerva o nodo AV (↑ velocidade de transmissão) • NA (Noradrenalina) Fisiologia Humana Regulação neural do DC AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Catecolaminas suprarrenais (Adrenalina e Noradrenalina) Hormônios: • Tireoide • Crescimento Insulina e Glucagon (inotrópicos +) ↓ O2 (Hipóxia) e ↑ CO2 (Hipercapnia) grave→↓ função miocárdica Acidose →↓ liberação de Ca2+ pelo Retículo Sarcoplasmático (↓ contratilidade) Hipóxia e Hipercapnia moderada →↑ Atividade simpática • ↑F.C. →↑ contratilidade →↑ D.C. Fisiologia Humana Regulação Hormonal do DC AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco Excesso de potássio: • coração dilata-se e fica flácido, reduzindo frequência cardíaca, além de bloquear condução de impulsos dos átrios para ventrículos pelo feixe AV. Excesso de cálcio: • Contrações espásticas. Deficiência de cálcio: • Flacidez cardíaca. ↑ Temperatura: aumento na frequência cardíaca, supostamente por o caloraumentar a permeabilidade iônica, acelerando a autoexcitação. • Elevação prolongada pode exaurir sistemas metabólicos do coração, provocando fraqueza. Fisiologia Humana Efeito do Cálcio e do Potássio AULA 9: condução elétrica, contração cardíaca e ciclo cardíaco VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 1. Controle neural e humoral da frequência, débito cardíaco e pressão arterial.
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