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LIVRO DESENHO E PROJETO AUXILIADO PELO COMPUTADOR UNOPAR

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Desenho e Projeto 
Auxiliado por 
Computador
Desenho e Projeto 
Auxiliado por 
Computador
Ananias de Assis Godoy Filho
Denise Borges Alonge
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck
Gerente de Produção: Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Gerente de Disponibilização: Nilton R. dos Santos Machado
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2015
Editora e Distribuidora Educacional S. A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041 -100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Godoy Filho, Ananias de Assis 
 
 ISBN 978-85-8482-208-9
 1. Desenho por computador. 2. Computação gráfica. 
3. Projeto auxiliado por computador. 4. Projeto gráfico. I. 
Alonge, Denise Borges. II. Título
 CDD 620.00420285
G589d Desenho e projeto auxiliado por computador / Ananias
de Assis Godoy Filho, Denise Borges Alonge. – Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2015.
 288 p. : il.
Sumário
Unidade 1 | Noções Gerais de Desenho Técnico 
Seção 1 - Introdução ao Desenho Técnico, à sua Simbologia e às 
Normas da Abnt
1.1 | Origem do Desenho Técnico
1.2 | Tipos de Desenho Técnico
1.3 | Terminologia e Elementos dos Desenhos Técnicos 
1.4 | Padronização do Desenho (Normas ABNT)
9
13
13
17
21
24
Seção 2 - Escalas para Desenho Técnico
2.1 | Conceito de Escala — Escalas Métricas Normalizadas 
2.2 | Relação da Escala com a Representação 
35
35
45
Unidade 2 | Desenho Projetivo
Seção 1 - Geometria Descritíva Básica
1.1 | Épura, Diedros, Traçados no 1º e 3º Diedros
1.2 | Projeção Ortogonal: Vistas Ortogonais
1.3 | Utilização dos Materiais e Instrumentos
1.4 | Retas, Ângulos, Círculos e Tangências
1.5 | Uso Das Linhas Contínuas, Tracejadas e Traço‑Ponto
61
65
65
74
77
82
94
Seção 2 - Representação Gráfica em Desenho Técnico
2.1 | Cortes, Seções, Encurtamentos e Hachuras
2.2 | Caligrafia Técnica – Anotação e Simbologia em Desenho Técnico
2.3 | Cotagem em Desenho Técnico
2.4 | Perspectivas Axonométricas: Perspectiva Isométrica, Cavaleira, Dimétrica e 
Trimétrica
101
101
105
106
109
Seção 3 - Planejando a Prancha de Desenho Técnico
3.1 | Análise do Objeto a ser Representado
3.2 | Peças Gráficas Essenciais, Opcionais e Legendas
3.3 | Escolhendo a Escala Adequada e a Prancha
3.4 | Diagramação da Prancha
3.5 | Boas Práticas e Produtividade ao Desenhar
3.6 | Finalização, Revisão E Entrega Do Desenho
117
117
119
120
122
123
126
Unidade 3 | Autocad: Criação e Edição do Desenho Técnico 
Seção 1 - Apresentação da Interface do Autocad 2015
1.1 | Iniciando o Programa 
1.2 | Ambiente de Trabalho do Autocad – Interface
1.3 | 2D Drafting & Annotation 
133
139
139
139
141
Seção 2 - Configuração da Área de Trabalho – Workspace
2.1 | Limites da Área de Trabalho 
2.2 | Configurações da Caixa de Diálogo Options
2.3 | Criando Arquivos de Desenhos
2.4 | Recuperar arquivos perdidos
145
145
145
146
147
Unidade 4 | Modelagem de Desenho Técnico
Seção 1 - Modelagem em Perspectiva Isométrica 2D
1.1 | A Geometria Descritiva e as Perspectivas Militar e Isométrica em 2D
1.2 | Polar Tracking On
203
209
209
213
Seção 3 - Criação de Linas e uso de Coordenadas
3.1 | Comandos de Zoom 
3.2 | Sistema de Coordenadas Cartesianas 
3.3 | Recursos de Precisão e Captura de Pontos do Desenho
3.4 | Criando Linhas
151
151
154
156
157
Seção 4 - Criação de Objetos Geométricos 161
Seção 5 - Edição de Objetos Geométrico
5.1 | Selecionando Objetos
5.2 | Modificando Objetos
169
169
171
Seção 6 - Edição de Propriedades do Objeto Geométrico
6.1 | Propriedades dos Objetos
6.2 | Cálculos de Área, Distância, e Listagem de Informações sobre Objetos
6.3 | Dividindo Objetos
185
185
187
190
Seção 7 - Configuração de Camadas/Layers
7.1 | Layers: Camadas de Desenho
193
193
Seção 2 - Configuração e Hachuras e Gradientes
2.1 | Hatch
2.2 | Gradient
217
217
218
Seção 3 - Configuração de Blocos
3.1 | Criação de Bloco com Block
3.2 | Criação de Bloco com Wblock
3.3 | Inserção de Blocos no Desenho ‑ Insert Block
221
221
223
224
Seção 4 - Dimensionamento e Configuração de Cotas Anotativas
4.1 | Objetos Anotativos ou Annotative
4.2 | Dimension Style – Configuração de Cotas
4.3 | Comandos de Dimensionamento
227
227
228
238
Seção 5 - Configuração de Textos e Linhas de Chamada
5.1 | Text Style Settings ‑ Estilo Configurações Texto
5.2 | Multileader Style – Configuração de linha de chamada
255
255
260
Seção 6 - Modos de Visualização para Auxílio do Desenho
6.1 | Viewports
6.2 | Barra View
6.3 | Viewcube
6.4 | 3Dorbit
265
265
266
268
268
Seção 7 - Apresentação e Configurações do Layout de Impressão
7.1 | Mview
271
271
Seção 8 - Configuração de Impressão/Plotagem
8.1 | Introdução à Impressão
8.2 | Plotagem ‑ Estilo Básico de Impressão
8.3 | Plotagem para Gerar Arquivos para Web
8.4 | Finalização
277
277
278
280
280
Apresentação
No exercício das engenharias é necessária uma grande dose de criatividade. 
Neste caso, a criatividade vem junto com a necessidade de informações precisas, 
embasadas em medidas, cálculos e normas técnicas que deem suporte à tomada 
de decisões na resolução de problemas. Os profissionais de engenharia, em geral, 
não são aqueles indivíduos que vão executar pessoalmente, com suas próprias 
mãos e ferramentas, as obras de construção, fabricar os produtos, nem construir 
as peças das máquinas. São profissionais que, em colaboração multidisciplinar 
com vários outros, participam do planejamento e coordenação da execução 
do ambiente construído, estudam e pesquisam as soluções mais adequadas. Em 
outras palavras, projetam o que virá a existir, e comunicam as ideias desse futuro 
imaginado usando para isso uma linguagem gráfica. É disso que trata este livro. Ao 
longo de quatro unidades, você aprenderá a ler, escrever e expressar ideias nesta 
interessante linguagem: o desenho técnico. Mais que interessante, ela é fácil e 
agradável de aprender.
Na primeira unidade, Noções Gerais de Desenho Técnico, você aprenderá os 
fundamentos do trabalho com desenhos técnicos. Conhecerá as origens dessa 
linguagem e seus elementos essenciais, os tipos de desenhos de um projeto, bem 
como as principais normas relativas ao desenho técnico que vigoram no Brasil. 
Você compreenderá o conceito de escala e entenderá a relação desta com o 
objeto a ser desenhado.
Na Unidade 2, que trata especificamente do Desenho Técnico Projetivo, 
faremos uma revisão dos conceitos de Geometria Plana e lhe apresentaremos os 
conceitos básicos da Geometria Descritiva. Você conhecerá os instrumentos para 
desenho técnico e como usá‑los. Ao final da unidade, aprenderá a desenhar tipos 
diferentes de perspectiva, o que é muito útil para a visualização de suas propostas. 
Você aprenderá também como planejar e quantificar os desenhos necessários. 
Daremos a você dicas de produtividade para ganhar velocidade na elaboração dos 
desenhos técnicos, além de mostrar algumas boas práticas de trabalho nessa área.
Aterceira unidade deste livro apresenta a você Desenho e Projeto Auxiliados 
por Computador, com uso de software para CAD (Computer‑Aided Design). 
O software que será abordado neste curso é o AutoCAD®, da desenvolvedora 
Autodesk®. Você conhecerá a interface do programa, aprenderá a configurar a 
tela conforme a sua preferência e iniciará o uso de comandos básicos. Entenderá 
a importância do trabalho em camadas (layers) e do sistema de coordenadas 
cartesianas. Veremos também um conjunto maior de comandos para criação 
e edição de desenhos mais elaborados, o que inclui textos, símbolos, medidas, 
mudanças de escala, texturas e outros comandos.
Finalmente, na quarta e última unidade, A Representação do Projeto na Prática, 
você será levado a elaborar o produto final do desenho técnico: as pranchas do 
projeto. Vai organizar o trabalho no AutoCAD® e saber como definir a folha de 
papel para os desenhos. Saberá como configurar o trabalho para impressão das 
cópias físicas em papel (plotagem). Assim como fizemos no final da segunda 
unidade, vamos também mostrar a você como desenhar em perspectiva, agora 
no AutoCAD®.
Desejamos a você, acadêmico, um período de estudos muito gratificante através 
desse território de conhecimentos tão interessante, útil e fundamental à profissão 
como é o desenho técnico. Procure com afinco fazer os exercícios propostos em 
meio às seções, bem como dedicar‑se aos apresentados ao final de cada unidade. 
Conte com a ajuda dos professores e tutores. Bom estudo!
NOÇÕES GERAIS DE 
DESENHO TÉCNICO
Objetivos de aprendizagem: Esta unidade pretende apresentar a você 
as noções elementares do desenho técnico, abrangendo um conjunto 
de conhecimentos amplo, que vai desde a origem desta linguagem até o 
modo de representação dos objetos em perspectiva. A unidade está dividida 
em quatro seções, cujo conhecimento é essencial para que você possa 
avançar para a Unidade 2. Procure fazer os exercícios e consolidar seus 
conhecimentos desta etapa inicial, pois isso lhe dará maior facilidade quando 
for estudar e praticar com o AutoCAD®, nas duas unidades finais deste curso.
Ananias de Assis Godoy Filho
Unidade 1
Nesta seção, você conhecerá a origem do modo como se desenham hoje 
os projetos, a terminologia utilizada e as normas da ABNT que regulamentam 
e padronizam todo o trabalho com desenhos técnicos, desde os tamanhos de 
papéis até as linhas que os formam.
Seção 1 | Introdução ao Desenho Técnico, à sua 
Simbologia e às Normas da ABNT
Esta seção vai apresentar a você as escalas de desenho e a relação 
delas com o objeto que você vai representar. Veremos também como, 
por que e quando produzir desenhos de detalhes dos objetos.
Seção 2 | Escalas para Desenho Técnico
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
10
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
11
Introdução à unidade
Você certamente já ouviu alguém dizer que um desenho fala mais que mil 
palavras. Essa afirmação é especialmente verdadeira para as profissões que lidam 
com os projetos dos objetos que nos cercam, seja uma geladeira ou um navio, seja 
um edifício ou um chip de telefone celular. Os artefatos tecnológicos com que 
lidamos em nosso cotidiano são realidades espaciais complexas. Sua descrição 
apenas com palavras é impossível. Imagine quantos volumes escritos teriam de 
ser produzidos para descrever em todos os detalhes um motor de automóvel, 
por exemplo. Ainda assim não seria possível construí‑lo, pois há muitas coisas que 
fogem ao poder explicativo das palavras.
Uma realidade tridimensional complexa como a do exemplo só pode ser 
explicada através de outra linguagem, também de natureza espacial, que forneça 
as informações necessárias através da visão, não apenas por palavras. É por isso 
que se usam maquetes e desenhos técnicos em todas as áreas do design industrial, 
das engenharias, arquitetura, cenografia, cinema e outras. O nosso assunto é 
justamente aprender como uma realidade espacial pode ser usada para explicar 
outra, ou seja, aprender como os desenhos técnicos no plano do papel, segundo 
certos métodos e convenções, podem explicar realidades espaciais tridimensionais 
mais complexas.
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
12
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
13
Seção 1
Introdução ao Desenho Técnico, à sua 
Simbologia e às Normas da ABNT
Introdução à seção
Esta seção pretende enriquecer seu conhecimento sobre o desenho técnico, 
contando um pouco da história dessa técnica. Ela relaciona‑se à necessidade de 
construção dos novos artefatos da cultura material e tecnológica do Ocidente. Esse 
processo de busca pela precisão da representação gráfica se intensifica a partir do 
Renascimento (séculos XIV a XVII), se aperfeiçoa no período do Iluminismo (século 
XVIII) e se consolida durante a Revolução Industrial (século IXX). Você aprenderá 
sobre os diferentes tipos de desenhos técnicos e os pontos comuns entre eles. 
Conhecerá a terminologia utilizada e as normas da ABNT que regulamentam 
e padronizam todo o trabalho com desenhos técnicos, desde os tamanhos de 
papéis até as linhas que os formam.
Você sabia que a ABNT é o principal, mas não é o único órgão 
normalizador de produtos e processos no Brasil? Existem muitas outras 
normas além das que você conhecerá nesta seção. Diversos órgãos 
federais, estaduais e municipais expedem (i.e., publicam) normas 
específicas sobre os mais variados temas. Exemplos são as normas de 
apresentação de projetos para o corpo de Bombeiros, para a Vigilância 
Sanitária, para as prefeituras. Antes de iniciar a produção de algum 
desenho técnico, procure se informar do destino do desenho. É sempre 
mais producente iniciar o desenho já sabendo as normas exigidas!
1.1 ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO
Tentativas de representar de maneira convincente nas duas dimensões de 
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
14
um plano os objetos no espaço foram feitas durante séculos por pintores e 
arquitetos interessados em obter um maior realismo de seus trabalhos de pintura 
ou da representação do projeto de arquitetura. No período do Renascimento, pela 
necessidade de desenhar com mais exatidão os projetos arquitetônicos grandiosos 
que seriam propostos na Europa, vários arquitetos debruçaram‑se sobre a tarefa 
de estabelecer um sistema de representação mais comunicativo e que guardasse 
maior semelhança com os prédios que imaginavam.
Dentre estes, destacou‑se Filippo Brunelleschi (1377‑1446). Arquiteto e 
engenheiro, foi um dos personagens mais importantes do Renascimento italiano. 
Ele é mais conhecido pelo desenvolvimento da perspectiva linear e por ter 
concebido a solução de engenharia para a cúpula da Catedral de Florença, mas 
suas realizações também incluem outras obras de arquitetura e escultura, engenhos 
para construção e até mesmo projetos de navios. Seu processo de desenho em 
perspectiva, ao obter uma representação bidimensional extremamente semelhante 
à nossa percepção de espaço e distância, foi um avanço considerável para a época. 
A Figura 1.1 mostra um desenho em perspectiva do interior da igreja Santo Spirito, 
em Florença, feito por Brunelleschi.
Figura 1.1 | Desenho do Interior da igreja Santo Spirito
Fonte: Brunelleschi (ca. 1428)
Muito do desenvolvimento da perspectiva foi impulsionado por pintores como 
Giotto (1266‑1337), nos séculos 13 e 14, e Albrecht Dürer (1471‑1528), nos séculos 
XV e XVI. Este último já concebia uma espécie de sistema de coordenadas para 
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
15
visualização e estudo das proporções precisas de um objeto. Na Figura 1.2, vemos 
o estudo de proporções de um pé, feito pelo pintor, gravador, estampador e 
matemático Dürer.
Figura 1.2 | Desenho de estudo de proporções do pé utilizando um sistema de projeções 
ortogonais
Fonte: Dürer (1528)
A percepção da inerente dificuldadede descrever objetos tridimensionais para 
fabricação, apenas através de desenhos em planta e perspectivas, foi o que levou o 
matemático Gaspar Monge, entre 1765 e 1795, a formular os princípios e métodos da 
Geometria Descritiva, para resolver o problema da representação das fortificações 
que precisava desenhar. Antes da criação desse método, as representações dos 
projetos careciam de exatidão matemática. Observe a Figura 1.3, com um desenho 
feito por Henry Beighton do invento de Thomas Newcomen, que retrata, de modo 
ainda um pouco impreciso, uma máquina a vapor para bombear água de um poço. 
Este desenho é de 1717, portanto, anterior ao processo mongeano da Geometria 
Descritiva. Observe as pequenas indicações de peças e os textos, numa tentativa 
de descrever um conjunto intricado de peças em um desenho em perspectiva, i.e., 
com sugestão de volume, profundidade e distância.
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
16
Figura 1.3 | Gravura da máquina de Newcomen, instalada em Griff, Reino Unido
Fonte: Beighton (1717)
A formulação da Geometria Descritiva – GD – trouxe um original sistema de 
projeções, baseado em “raios visuais” que incidem em ângulos retos sobre planos 
imaginários, além da possibilidade de resolução de problemas matemáticos 
através de desenhos geométricos. O sistema de representação gráfica inventado 
por Gaspar Monge foi tão bem‑sucedido que se tornou a base de todos os tipos 
de desenhos técnicos que se utilizam até hoje e que você vai aprender neste livro. 
As regras de Monge permitem desenhar um objeto imaginário de tal maneira 
que ele pode ser fabricado com precisão em 3D. Todos os aspectos geométricos 
do objeto imaginado são tomados em sua verdadeira grandeza ou reduzidos 
proporcionalmente segundo um coeficiente (chamado “escala”), e assim ele pode 
ser desenhado numa superfície bidimensional, visto por vários ângulos.
Na segunda metade do século 19, em plena Revolução Industrial, o método já 
havia se consolidado como o padrão para representar em desenhos os projetos 
de arquitetura e engenharia civil, projetos de máquinas diversas, represas, usinas, 
obras de expansão urbana e todo o aparato tecnológico que passou a integrar as 
cidades desde então. A Figura 1.4 mostra um típico desenho técnico dessa época, 
que descreve um moedor de café movido a manivela, já desenhado segundo os 
princípios mongeanos da GD.
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
17
Figura 1.4 | Moedor de café inventado por Jabez Burns e patenteado em 1881
Fonte: Burns (1881)
Com o crescimento do número de especialidades da engenharia e o surgimento 
de novos tipos de projetos nas mais diferentes áreas, a linguagem do desenho 
técnico foi se especializando, criando pequenas diferenças de estilo e recursos 
gráficos, segundo o que era mais prático e fácil de ser aceito pelos projetistas e 
também pelos destinatários dessa forma de comunicação. É disso que tratará a 
próxima subseção, quando abordaremos brevemente os tipos de desenho técnico 
mais frequentes.
1.2 TIPOS DE DESENHO TÉCNICO
Durante a Revolução industrial, houve uma multiplicação inédita e acelerada 
da quantidade e variedade de artefatos produzidos pela indústria. Todos esses 
objetos, para serem produzidos em série, tiveram de passar por uma fase de 
projeto, através de desenhos técnicos. A Revolução Industrial refinou ainda 
mais o campo do desenho técnico. A produção em massa e a terceirização de 
vários estágios da fabricação criaram a necessidade de adoção de convenções e 
padrões de comunicação técnica e ilustração que deveriam ser universalmente 
compreendidos por projetistas de diferentes áreas.
Durante este período inicial do desenvolvimento do desenho técnico moderno, 
ilustradores técnicos e de produtos utilizaram linhas com pesos variáveis para 
enfatizar massa, proximidade e escala, o que ajudou a tornar o complexo desenho 
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
18
linear mais compreensível para o leigo. Hachuras, pontilhados, tracejados e outras 
técnicas básicas deram maior profundidade e legibilidade ao desenho. No entanto, 
o desenho técnico, em grande parte, permaneceu em preto e branco, às vezes 
usando também "meios‑tons".
Paralelamente, convenções e símbolos foram sendo criados de acordo com 
a necessidade e a conveniência para representar os elementos específicos dos 
projetos de cada área do design. Assim, surgiram as convenções particulares usadas 
em projetos de máquinas; em diagramas elétricos; em projetos de estruturas de 
concreto, que são diferentes dos de estruturas metálicas, por exemplo; as de 
projetos arquitetônicos e várias outras.
Em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, é fundada em Londres a 
Organização Internacional para a Padronização (International Organization for 
Standardization), conhecida como ISO. Atualmente, a sede desta importante 
organização não governamental fica em Genebra, na Suíça. As normas ISO, grande 
parte delas de aplicação mundial, têm sido referenciais para muitas das normas 
adotadas aqui no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
 Os padrões da ISSO (Organização Internacional para Padronização) são 
referências em muitos países. No Brasil, a ABNT disponibiliza em seu 
portal http://www.abnt.org.br/ o acesso à coleção de desenho técnico 
ISSO 128, que servem de base para as normas nacionais.
Nesta subseção, vamos apresentar a você alguns exemplos de desenhos 
técnicos de diferentes tipos, usados em campos diferentes da atividade de projetar. 
Para iniciar nossa exposição, saiba que os desenhos técnicos classificam‑se em 
dois grandes grupos:
• O desenho técnico projetivo, mais facilmente identificável como desenho 
técnico, porque retrata objetos concretos. Um desenho de fachada de um 
prédio é geralmente reconhecível, assim como o de uma máquina, mesmo que 
não saibamos para que ela serve. Há neles certa semelhança com realidades 
espaciais que conhecemos.
• O desenho não projetivo, que são os gráficos, diagramas, fluxogramas, 
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
19
organogramas, esquemas e outros. Tais desenhos costumam explicar processos, 
relações entre fatores ou pessoas, e relações entre tempo e realizações, como 
no caso dos cronogramas, gráficos diversos etc.
As figuras 1.1 até 1.4, mostradas anteriormente, são exemplos típicos de 
desenhos técnicos projetivos. A figura 1.5, a seguir, é um exemplo de desenho 
técnico não projetivo e mostra o esquema elétrico de um automóvel.
Figura 1.5 | Esquema elétrico de um automóvel
Fonte: Disponível em: <http://carocha.forumeiros.com/t589-electricidade>. Acesso em: 16 abr. 2015.
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
20
Figura 1.6 | Detalhe de estrutura de concreto armado, um desenho projetivo bastante 
esquemático
Fonte: Athayde (2012)
Não pretendemos aqui fazer uma relação extensa de todos os tipos de desenhos 
técnicos, mas você pode ver a diferença entre as figuras 1.6 e 1.7, que mostram, 
respectivamente, um desenho de estruturas de concreto armado e outro de um 
projeto de um telefone celular, ambos classificados como desenhos projetivos.
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
21
Figura 1.7 | Desenho em perspectiva "explodida" de um telefone celular. Esquema 
de montagem
Fonte: Dabov et al. (2011)
1.3 TERMINOLOGIA E ELEMENTOS DOS DESENHOS TÉCNICOS
Na subseção anterior, você aprendeu que existem diferenças entre os tipos 
de desenho técnico, geradas há muito tempo pela necessidade e conveniência 
de representar situações específicas de cada área do design. No entanto, alguns 
elementos são sempre os mesmos, não importa o tipo de desenho. Nesta subseção, 
você conhecerá os nomes dos elementos que fazem parte de qualquer desenho 
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
22
Figura 1.8 - Os dez elementos de qualquer prancha de desenho técnico
Fonte: O autor (2015)técnico. Procure memorizar os termos, porque eles serão utilizados durante todo 
o seu estudo neste livro e, é claro, no exercício da profissão de engenheiro(a).
Vamos utilizar a figura 1.8 para lhe mostrar como se chamam os elementos que 
compõem um desenho técnico. Cada número no desenho tem seu significado, 
que explicaremos logo em seguida.
Noções Gerais de Desenho Técnico
U1
23
1) Limite do papel – O papel de desenho, i.e., a folha onde o desenho se apresenta 
é chamado de prancha. Cada folha de desenhos que compõe o projeto é uma 
prancha. Este nome deriva das antigas pranchas de madeira usadas para se desenhar, 
antes de existir a fabricação de folhas grandes de papel. Os tamanhos das pranchas 
de desenho são regulamentados pela norma NBR 10068 da ABNT. Para não haver 
confusão, a norma estabelece que o termo margem se refere ao espaço entre o 
limite do papel e o quadro, que varia conforme o tamanho da prancha (ABNT, 1987).
2) Quadro – Limita o espaço disponível na folha para os desenhos. É traçado na 
prancha com linha mais larga (grossa), para maior destaque. As espessuras das 
linhas do quadro também são determinadas pela NBR 10068 ABNT.
3) Desenhos – Constituem o assunto da prancha e são chamados individualmente de 
peças gráficas. Cada desenho é uma peça gráfica, independente do que representa, 
se uma peça de máquina, se uma planta arquitetônica, um esquema, ou outra.
4) Textos auxiliares aos desenhos – Normalmente, as peças gráficas costumam 
trazer muitas informações escritas, além das figuras em símbolos ou no carimbo.
5) Cotagem – “Representação gráfica no desenho da característica do elemento, 
através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida” 
(ABNT, 1987). São os elementos que expressam as dimensões que deverão ter 
os elementos do projeto quando realizado. A colocação de cotas nos desenhos 
é regida pela NBR 10126.
6) Nome de cada desenho – Cada peça gráfica na prancha deve ter um nome, 
único e expressivo, que não se confunda com outros, facilitando assim a 
referência a ela. Em geral, logo abaixo do nome do desenho, também chamado 
título, vem a indicação da escala em que está desenhado.
7) Número do desenho na prancha – É um elemento opcional na maioria dos 
projetos, mas é obrigatório no caso das pranchas de desenhos arquitetônicos. 
Veja bem, caro aluno, que a numeração dos desenhos inicia e termina na prancha 
em que figuram, e não segue por diversas pranchas. Isso facilita muito a referência 
a eles quando você estiver num contato telefônico, por exemplo. Você poderá 
dizer à pessoa do outro lado da linha: “Veja na prancha 12 o desenho 5”. Isso 
simplifica muito a comunicação entre escritório e local da execução, evitando 
mal‑entendidos. Mas atenção: número de desenho não é número da prancha.
8) Legenda explicativa dos símbolos – Quadro com uma reprodução dos símbolos 
usados na prancha, nas diversas peças gráficas, seguido de sua explicação. É um 
elemento de suma importância, principalmente quando houver necessidade de 
criação de algum símbolo fora das normas usuais. Atenção! Pesquise e conheça 
as normas técnicas e os símbolos já existentes. Eles dão conta da vasta maioria 
das situações, e quase sempre haverá um que vai suprir a sua necessidade. Em 
outras palavras, somente crie símbolos fora de padrão se houver realmente 
Noções Gerais de Desenho Técnico
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24
necessidade. E, neste caso, a legenda é indispensável.
9) Carimbo – Também chamado de selo ou legenda. Tem esse nome porque 
antigamente era usado um carimbo mesmo, de grande formato, desses de 
madeira e borracha, para carimbar essa área da prancha. O carimbo normalmente 
é um retângulo de dimensões variáveis, posicionado sempre no canto inferior 
direito da prancha. É um elemento obrigatório em toda folha de desenhos 
técnicos, e nele se escrevem todas as informações relevantes, como: assunto 
da prancha, nome do contratante, nome e logotipo da empresa de engenharia, 
endereços, telefones, escala, data, número da revisão, se houver, número 
daquela prancha dentro do conjunto de pranchas, nomes dos responsáveis pelo 
serviço, tanto de projeto, como do desenho, campo para assinatura do revisor e 
outras. É praxe cada empresa ter um design de carimbo, de acordo com o tipo 
de trabalho que realiza e as informações que lhe são relevantes.
10) Nomes: Cliente, projetista e revisor final – Toda prancha de desenho técnico 
precisa passar por uma revisão, antes de ser considerada finalizada para 
entrega aos destinatários. Como praxe, é recomendável que outro projetista 
revise seu trabalho. No carimbo também consta o nome do cliente que está 
encomendando o trabalho e o nome do projeto ou empreendimento. O nome 
dos responsáveis é de grande importância.
1.4 PADRONIZAÇÃO DO DESENHO (NORMAS ABNT)
Na subseção 1.2, você ficou sabendo que o desenho técnico, embora tenha 
mantido determinadas características comuns a todas as áreas do design, foram 
apresentadas algumas variações ao longo de seu desenvolvimento histórico, como 
consequência da necessidade de adaptações para dar conta de situações específicas 
de representação. No Brasil não foi diferente, por isso a Associação Brasileira de 
Normas Técnicas formou comitês para estudar o desenho técnico que se fazia no 
país e prover sua normalização. As normas que vamos apresentar brevemente a 
você são as mais importantes que dizem respeito ao desenho técnico:
• NBR 10647 – Desenho técnico – Terminologia. Apresenta as definições exatas 
de termos e expressões como “croqui”, “desenho preliminar”, “desenho de 
detalhe” e outros.
• NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico – É a 
norma‑matriz, a mais importante de todas. Você deve conhecê‑la completamente 
porque é a mais abrangente.
• NBR 10068 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões – Como já vimos, trata 
das folhas de desenho, margens e outros elementos da prancha.
• NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico – Trata de itens 
Noções Gerais de Desenho Técnico
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25
relativos à colocação do carimbo, posição das faixas para textos informativos, 
tábuas de revisão e outros elementos.
• NBR 13142 – Desenho técnico - Dobramento de cópia – Estabelece a maneira 
correta de dobrar as pranchas físicas de modo a acomodá‑las em pastas.
• NBR 8402 – Execução de caractere para escrita em desenho técnico – 
Disciplina o modo de escrita nas pranchas de desenho técnico. Esta norma está 
praticamente em desuso, uma vez que o desenho técnico executado à mão 
tende ao desaparecimento e que os softwares de desenho já possuem fontes 
ISO, como as recomendadas pela norma. No entanto, há uma parte relativa às 
alturas e espacejamentos recomendados que é de grande utilidade.
• NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das 
linhas ‑ Fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos 
técnicos e documentos semelhantes. É de grande utilidade e deve ser seguida 
para um melhor resultado visual e de legibilidade do desenho.
• NBR 8196 – Desenho técnico – Emprego de escalas – Outra norma de grande 
importância para o desenho. Conheç a‑a totalmente.
• NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de hachuras em 
desenho técnico – Uma norma que esclarece muitas dúvidas que surgem 
quando se inicia no campo do desenho técnico. É de consulta obrigatória. As 
hachuras acrescentam qualidade e legibilidade ao desenho, por isso conhecer 
seu emprego é essencial.
• NBR10126 – Cotagem em desenho técnico – Sem dúvida, uma das normas mais 
importantes e úteis para o trabalho com desenhos técnicos. Este documento é 
cheio de exemplos e desenhos, e também traz explicações diversas que guardam 
estreita relação com a fabricação dos artefatos que projetamos. Conheça esta 
norma e estude cada mínimo detalhe dela.
• NBR8404 – Indicação do estado desuperfície em desenhos técnicos – Uma 
norma específica para o desenho de peças metálicas a serem usinadas. Conheça 
e estude bem esta norma, pois muitos projetos de máquinas e equipamentos 
com que você terá contato trarão essas convenções gráficas.
• NBR 6158 – Sistema de tolerâncias e ajustes – É a norma que fixa o conjunto 
de princípios, regras e tabelas que se aplicam à tecnologia mecânica, a fim de 
permitir escolha racional de tolerâncias e ajustes, visando à fabricação de peças 
intercambiáveis. Seu conhecimento é essencial no design e produção de peças 
mecânicas.
• NBR 8993 – Representação convencional de partes roscadas em desenho 
técnico – Norma que determina as condições exigíveis do método de 
representação convencional simplificada de partes roscadas em desenho 
Noções Gerais de Desenho Técnico
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técnico. O conhecimento desta norma vai ajudar você a desenhar de maneira 
correta e simplificada as partes das peças que têm roscas, eliminando muito 
trabalho desnecessário de detalhamento gráfico.
• NBR 13273 – Desenho técnico – Referência a itens – Esta norma fixa as condições 
exigíveis para a referência a itens em desenho técnico. É a norma que define como 
fazer indicações nos desenhos, chamadas para textos auxiliares, numeração de 
itens e referenciamento dos mesmos a tabelas de componentes e outras situações.
Assim, caro estudante, cabe a você estudar estas normas técnicas e definir 
aquelas que mais se adequam ao trabalho que terá nas mãos quando necessitar 
produzir ou interpretar desenhos técnicos projetivos. Vale lembrar que existem 
duas outras normas de desenho técnico específicas para o trabalho com projetos 
arquitetônicos: a NBR 13532, que fixa as condições exigíveis para a elaboração 
de projetos de arquitetura para a construção de edificações e a NBR 6492, para 
representação gráfica de projetos de arquitetura. No final da Unidade 2, veremos a 
aplicabilidade dessas normas e comentaremos suas particularidades.
Pelo momento, vamos apresentar a você as folhas padronizadas de desenho 
técnico, conforme as NBR 10068 e 10582.
As folhas que usamos em desenho técnico são as da chamada “”série A”. Esta 
série de tamanhos de papel deriva do tamanho básico de uma folha de papel 
retangular, com área de 1 m² (um metro quadrado) que tem a propriedade de 
um lado ser sempre e o outro . Veja a Figura 1.9 abaixo e isto ficará mais 
compreensível. As medidas estão em mm.
Figura 1.9 | Origem dos formatos da série A
Fonte: Athayde (2012)
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Portanto, parte‑se de um quadrado de lado = . Traça‑se a diagonal e rebate‑se 
ela obre a reta horizontal, dando origem a um segmento Y de comprimento = 
. Resolvendo‑se a equação, para uma área de 1 m², chega‑se aos resultados 
de lados X = 841 mm e Y = 1189 mm. Se você converter as medidas em milímetros 
para metros, e multiplicar uma pela outra, ou seja: 1,189 m x 0,841 m, achará um 
resultado = 0,9999 m²; ou seja, 1 m² para todos os efeitos práticos. Os demais 
formatos da série “A” derivam de subdivisões dessa prancha, sempre pelo meio do 
formato que resultar. Veja a figura 1.10, adiante, retirada da NBR 10068:
Figura 1.10 | Subdivisão do formato A0 em formatos menores
Fonte: ABNT (1987)
Uma característica interessante dos formatos da série “A” é a semelhança 
geométrica de proporções entre os tamanhos de papel, como se pode ver na 
Figura 1.11:
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Figura 1.11 | Semelhança geométrica dos formatos da série "A"
Fonte: ABNT (1987)
Então, temos a Tabela 1.1 – Formatos da série “A” –, com as dimensões em 
milímetros das pranchas que você utilizará, conforme a NBR 10068: 
Tabela 1.1 | Formatos da série "A"
Designação Dimensões
A0 841 x 1189
A1 594 x 841
A2 420 x 594
A3 297 x 420
A4 210 x 297
Fonte: ABNT (1987)
As folhas de desenho, como vimos na Figura 1.8, devem possuir uma margem, 
que é o espaço entre o limite do papel e o quadro, desenhado com uma linha mais 
larga. Veja a figura 1.12:
Figura 1.12 | Margem da folha de desenho
Fonte: ABNT (1987)
Noções Gerais de Desenho Técnico
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A norma NBR 10068 estabelece as distâncias das margens das folhas de 
desenho, bem como as larguras das linhas, com base na NBR 8403. São estas 
que você deve usar para traçar o quadro, caso não utilize folhas com o quadro 
pré‑impresso. Veja, a seguir, a Tabela 1.2, que consta na NBR 10068:
Tabela 1.2 | Largura das linhas e das margens
Fonte: ABNT (1987)
Formato
Margem Largura da linha do quadro, 
conforme a NBR 8403 Esquerda Direita
A0 25 10 1,4
A1 25 10 1,0
A2 25 7 0,7
A3 25 7 0,5
A4 25 7 0,5
Repare que a tabela aqui reproduzida fielmente da NBR 10068 não menciona a 
dimensão das margens superior e inferior, somente a esquerda e a direita. Diante 
dessa omissão da norma, a praxe profissional consagrou o uso da mesma distância 
da margem direita, ou seja, 10 ou 7 mm para as margens superior e inferior, 
conforme o tamanho da prancha.
Quanto ao carimbo ou legenda, há também recomendações importantes. 
Segundo a NBR 10068, a posição do carimbo deve estar dentro do quadro para 
desenho de tal forma que contenha a identificação do desenho (número de 
registro, título, origem etc.). Deve também estar situado no canto inferior direito, 
tanto nas folhas posicionadas horizontalmente (ver Figura 1.13) como verticalmente 
(ver Figura 1.14).
Figura 1.13 | Prancha na horizontal e carimbo Figura 1.14 | Prancha na vertical e carimbo
Fonte: ABNT (1987)
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Existem alguns casos excepcionais em que os formatos normalizados não 
darão conta da representação do projeto. Nesses casos, você poderá propor um 
formato de papel diferente, desde que ele siga algumas condições estabelecidas 
no item 3.1.3 da NBR 10068. Recomenda‑se que a escolha dos formatos especiais 
seja de tal maneira que a largura ou o comprimento corresponda ao múltiplo ou 
submúltiplo de um dos formatos normalizados.
Vale ainda chamar a atenção para o fato de que nas dimensões das folhas 
pré‑impressas, enquanto não recortadas, deve haver um excesso de 10 mm de 
papel sobrando nos quatro lados, além da linha que define o formato. A Figura 1.15 
esclarece este quesito:
Figura 1.15 | Excesso de papel nas pranchas com quadro pré-impresso, 
segundo a NBR 10068
Fonte: O autor (2015)
Uma vez finalizado o desenho, são tiradas as cópias necessárias e guarda‑se 
o original em local livre de umidade, onde possa caber sem necessidade de 
dobramento, numa mapoteca, por exemplo. As cópias, porém, serão acomodadas 
em pastas práticas de se transportar para a oficina ou a obra, sendo de fácil 
arquivamento e classificação. Para isso, devem ser dobradas até o formato A4, 
segundo certos procedimentos. Existe uma norma técnica específica para isso, 
a NBR 13142, cujos pontos principais apresentaremos a você agora. Observe as 
figuras 1.16 a 1.19, retiradas dessa norma. Você deve memorizar as distâncias e 
posições das dobras, e sempre efetuar primeiro as verticais, depois as horizontais, 
como nas pranchas A0, A1 e A2. É evidente que a prancha A3, por já ter a altura 
de 297 mm, não sofre dobra horizontal; e a prancha A4 já está no tamanho 
conveniente para arquivamento e transporte, portanto não sofre dobra alguma.
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Figura 1.16 | Esquema de dobramento da prancha A0
Fonte: ABNT (1999)
Figura 1.17 | Esquema de dobrmento da prancha A1
Fonte: ABNT (1999)
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Figura 1.18 | Esquema de dobramento da prancha A2
Fonte: ABNT (1999)
Figura 1.19 | Esquema de dobramento da prancha A3
Fonte: ABNT (1999)
Você já viu nesta seção que os desenhos técnicos são produtos gráficos altamente 
normalizados. Ao longo da próxima seção vamos mostrara você os fundamentos da 
prática com desenhos técnicos, de modo a capacitá‑lo a produzir as peças gráficas 
necessárias para o seu trabalho. Para tanto, iniciamos com o conceito de escala, 
fundamental para a produção das peças gráficas que comporão suas pranchas.
Noções Gerais de Desenho Técnico
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1. Dentre os produtos gráficos relacionados abaixo, marque 
com “P” os desenhos técnicos projetivos e com “NP” os 
desenhos técnicos não projetivos.
1. [______] — Desenho técnico, em escala, com peças 
gráficas descritivas de uma máquina, em que figuram as 
suas partes e detalhes.
2. [______] — Projeto de arquitetura de uma casa de 
máquinas, feito em escala, com planta, cortes e fachada.
3. [______] — Perspectiva cônica com aparência realista, para 
venda de unidades de um empreendimento imobiliário.
4. [______]— Fluxograma do processo de produção de 
derivados da nafta.
5. [______] — Organograma de uma empresa, esclarecendo 
relações de hierarquia, controle e interdependência dos 
cargos e funções.
2. Quanto à necessidade de normalização dos desenhos 
técnicos, é correto afirmar:
1. Desenhos técnicos normalizados devem ser 
apresentados apenas quando o contratante exige.
2. A experiência do projetista é o fator mais importante 
na elaboração do desenho técnico, deixando assim 
grande liberdade de expressão gráfica, de acordo com 
os critérios dele.
3. As normas da ABNT são totalmente abrangentes, o que 
dispensa e proíbe a criação de símbolos e legendas 
específicas.
4. As normas da ABNT cobrem uma vasta gama de situações 
de desenho técnico e, por isso, devem ser obedecidas. 
No entanto, há algumas situações de representação em 
que se admite a criação de símbolos específicos, que 
sempre deverão ser explicados em uma legenda própria.
5. As normas da ABNT são as únicas aceitáveis para elaboração 
de desenhos técnicos, dispensadas quaisquer outras.
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Ao longo desta seção, você aprendeu que as normas da 
ABNT são de cumprimento obrigatório em praticamente 
todos os campos da Engenharia. Atualmente, mesmo 
não sendo produzidas por algum ente público (União, 
estados ou municípios), e sim por uma organização não 
governamental, elas têm ganho uma importância e uma 
força que se equipara à das leis. Talvez, por isso, muitos 
não se conformam em pagar para ter acesso às normas 
técnicas, ao contrário das leis, que são públicas e de acesso 
gratuito. Mas, pense bem: não é melhor pagar pelas normas, 
para que a ABNT continue sendo uma organização não 
governamental (e, portanto, independente), do que ela 
ser um órgão estatal, sujeito a todo tipo de influência de 
políticos e de grandes interesses econômicos?
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Seção 2
Escalas para Desenho Técnico
Introdução à seção
Esta seção vai mostrar a você o que se entende por escala e a importância 
de saber trabalhar adequadamente com elas. Verá que existem normas para a 
aplicação das escalas em desenho técnico e compreenderá a relação da escala 
com a representação dos objetos no espaço do papel. Mostraremos a você alguns 
critérios importantes para decidir o que deve ser detalhado e quando usamos o 
recurso de detalhamento.
Uma boa maneira de ganhar prática com o uso das diversas escalas 
é observar atentamente desenhos técnicos produzidos por boas 
empresas de projetos. Você verá que existe uma relação muito clara 
entre o que se pretende representar e a escala adequada. Como nem 
sempre é fácil obter desenhos das empresas, pois eles fazem parte 
do patrimônio intelectual dessas, procure estagiar em empresas de 
renome e elevada capacidade técnica, que produzem esses desenhos, 
e observe as opções de escalas que os projetistas experientes fazem no 
momento em que precisam desenhar!
2.1 CONCEITO DE ESCALA — ESCALAS MÉTRICAS NORMALIZADAS
Imagine uma folha de papel tamanho A3. Ela mede 42 cm de largura na base 
por 29,7 cm de altura. Imagine ainda que você precisa desenhar nessa folha uma 
pequena peça de uma máquina, usando para isso três peças gráficas: uma vista de 
frente, uma vista de cima e uma vista pelo lado esquerdo. E imagine também que 
essa peça, por suas medidas, poderia caber numa caixa de 17 cm de comprimento, 
por 10 cm de largura, por 5 cm de altura. A Figura 1.20 mostra um exemplo fictício 
de uma peça com essas características.
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Figura 1.20 | Exemplo de uma peça e sua caixa
Fonte: O autor (2015)
Dadas tais características e dimensões, seria possível desenhar esta peça com 
suas reais medidas na folha de papel. A prancha de desenho teria possivelmente 
este aspecto, mostrado na Figura 1.21:
Figura 1.21 | Desenhos da peça na prancha A3
Fonte: O autor (2015)
Como todas as dimensões da peça são bem menores do que a folha de papel, 
não haveria dificuldade em desenhá‑la com seu tamanho real. Mas, e se a peça 
fosse muito maior do que esta folha de nosso exemplo? Só haveria uma maneira 
de desenhar a peça: você teria de “reduzir” todas as medidas da peça, de acordo 
com uma determinada proporção. Assim, talvez você tivesse que reduzir tudo até 
a metade do tamanho, ou mesmo à quinta parte desse tamanho para os desenhos 
caberem na folha. Mas, e se o objeto a ser descrito em desenhos fosse, ao contrário, 
muito pequeno? Você teria de desenhá‑lo maior para poder mostrá‑lo com todos 
os minúsculos detalhes.
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Aquilo a que chamamos escala, em desenho técnico, é exatamente essa 
proporção determinada que usamos para reduzir ou ampliar proporcionalmente 
a representação de um objeto no desenho. A escala é sempre expressa como uma 
divisão, ou uma fração. Como expressamos, por exemplo, a metade de uma dúzia? 
Não podemos escrever “½ dúzia”? Seria o mesmo se escrevêssemos dúzia, não
é? A fração poderia também ser escrita com dois pontos, assim: “1:2”, e estaria 
correto também.
As escalas que você usará em desenho técnico expressam justamente o quanto 
você está reduzindo proporcionalmente (=dividindo) as medidas, ou o quanto 
você está ampliando proporcionalmente (=multiplicando) as medidas para tornar 
viável o desenho no papel que está usando. Segundo a NBR 8196:
A escala a ser escolhida para um desenho 
depende da complexidade do objeto ou 
elemento a ser representado e da finalidade 
da representação. Em todos os casos, a escala 
selecionada deve ser suficiente para permitir 
uma interpretação fácil e clara da informação 
representada. A escala e o tamanho do objeto 
ou elemento em questão são parâmetros para a 
escolha do formato da folha de desenho (ABNT, 
1999, p. 2, grifo nosso).
Assim sendo, compreendemos que conhecer as escalas usuais de desenho 
técnico é um requisito essencial para o projetista, pois elas se relacionam com a 
legibilidade dos desenhos e nos ajudam a definir o tamanho da folha necessária 
para o trabalho. Quanto à designação da escala do desenho na prancha, a norma 
recomenda a escrita da palavra “ESCALA”, seguida da indicação se é de ampliação 
ou redução. A norma admite também o uso da abreviatura “ESC.”, quando em 
referência à Escala. Quanto ao sinal de divisão, a norma determina o uso de dois 
pontos, e não de “ / ” (barra) ou como fração. Em resumo, você deve escrever em 
seus desenhos técnicos:
• ESCALA 1:1 para a escala natural. No caso do desenho da peça fictícia que 
mencionamos no início desta seção, a escala usada foi 1:1, pois caberia na 
prancha A3 (Figura 1.21).
• ESCALA X:1 para escalas de ampliação (X > 1).
Noções Gerais de Desenho Técnico
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• ESCALA 1:X para escalas de redução (X < 1).
Os valores de X são os da Tabela 1.3, extraída da norma técnica:
Tabela 1.3 | Escalas, segundo a NBR 8196 ABNT
Fonte: Adaptada de ABNT (1999, p. 2)
Redução Natural Ampliação
1:2
1:1
2:11:5 5:1
1:10 10:1
NOTA ‑ As escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10.
Quando a norma diz que as escalas podem ser reduzidas ou ampliadas à razão 
de 10, expressa com isso a ideia de que a escala de máxima redução seria 1:100 
(lê‑se: “um para cem”), e a de máxima ampliação seria de 100:1 (lê‑se: “cem para 
um”). Escalas intermediárias de redução seriam, nesse caso, 1:20 (“um para vinte”) 
e 1:50 (“um para cinquenta”); e as de ampliação seriam 20:1 (“vinte para um”) e 
50:1 (“cinquenta para um”). Portanto, podemos resumir esse conhecimento numa 
tabela, onde agrupamos as escalas, de acordo com o que acabamos de concluir. 
Veja a Tabela 1.4:
Tabela 1.4 | Escalas de desenho admitidas pela NBR 8196
Redução Ampliação
1:2 2:1
1:5 5:1
1:10 10:1
1:20 20:1
1:50 50:1
1:100 100:1
Fonte: O autor (2015)
O instrumento de desenho que você vai usar para marcar ou ler os tamanhos 
em escala no papel é o escalímetro. Existem de vários tipos, com diferentes 
conjuntos de escalas, para diferentes tipos de desenhos. O escalímetro mais usual 
Noções Gerais de Desenho Técnico
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é uma régua de perfil triangular, com seis escalas métricas diferentes, como os 
mostrados na Figura 1.22:
Figura 1.22 | Escalímetros triangulares de 15 e 30 cm de comprimento
Fonte: Disponível em: <http://www.trident.com.br/produto_conteudo.php?prod=130>. Acesso em : 17 abr. 2015.
Os escalímetros que usaremos em nossos exercícios de desenho técnico 
trazem as escalas 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Reparou que a NBR 8196 
não admite as escalas 1:25, 1:75 e 1:125? No entanto, essas são escalas bastante 
utilizadas em projetos arquitetônicos. Essa é uma das diferenças entre os vários 
tipos de desenhos técnicos que foram se consolidando ao longo do tempo, 
motivadas por especificidades de cada área, como vimos na Seção 1. Reparou 
também que o escalímetro não traz as escalas 1:2, 1:5 e 1:10? Porém, essas escalas 
podem ser obtidas facilmente, a partir das escalas 1:20, 1:50 e 1:100, bastando para 
isso “andar com a vírgula” uma casa decimal para a esquerda.
Para que fique mais claro, primeiro vamos mostrar a você como efetuar leituras 
no escalímetro. Veja a Figura 1.23. Neste exemplo, o escalímetro está na posição de 
uso da escala 1:50. Nessa escala, a distância entre o 0 (zero) e o 1 (um) representa 
1,00 m (um metro).
Figura 1.23 - Leitura de 1,00 m na escala 1:50
Fonte: O autor (2015)
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Observe agora as subdivisões de 1,00 m (um metro) nessa escala. Note que o 
espaço entre o “0” e o “1” mostra subdivisões feitas com traços verticais de quatro 
comprimentos diferentes: os maiores indicam as unidades (números inteiros), e 
tem abaixo deles os numerais “1”, “2”, “3” e assim por diante. O segundo mais longo, 
sem numeral abaixo, está posicionado bem no centro do espaço entre o “0” e o 
“1”, e indica 0,50 m (meio metro). Em seguida, temos os traços de comprimento 
um pouco menor, que formam dez intervalos entre o “0” e o “1”, cada um desses 
intervalos valendo do metro, ou seja, 0,10 m. Finalmente, você pode observar 
traços bem curtos, no meio dos intervalos definidos pelos anteriores. Essas 
subdivisões valem do metro, ou 0,05 m. Então, veja a Figura 1.24, a seguir, e 
confira em seu próprio escalímetro essas medidas.
Figura 1.24 | Subdivisões da escala 1:50
Fonte: O autor (2015)
Vamos retomar, então, o que dissemos sobre as escalas 1:2, 1:5 e 1:10: Para 
efetuar leituras nessas escalas, é só “andar com a vírgula” uma casa decimal para a 
esquerda, e imaginar que existe um “0,” (zero vírgula) antes do numeral que indica 
a leitura. Veja a Figura 1.25 e as indicações que fizemos.
Figura 1.25 | Leitura de 0,1 m na escala 1:5, baseada na escala 1:50
Fonte: O autor (2015)
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Seguindo, então, este raciocínio, e imaginando os zeros e vírgulas, veja na 
Figura 1.26 como ficaria a leitura das subdivisões entre unidades na escala 1:5:
Figura 1.26 | Leitura das subdivisões entre unidades na escala 1:5
Fonte: O autor (2015)
Tomemos como exemplo uma marcação de 1,25 m na escala 1:50, e vejamos 
o quanto a mesma distância significa na escala 1:5. Observe a Figura 1.27:
Figura 1.27 | Marcação de 1,25 m na escala 1:50
Fonte: O autor (2015)
Agora, veja quanto essa mesma distância significa na escala 1:5. A Figura 1.28 
mostra os zeros e vírgulas imaginários, acrescentados por nossa mente, quando se 
“anda com a vírgula” uma casa decimal para a esquerda:
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Figura 1.28 | Significado da mesma distância, quando lida na esc. 1:5
Fonte: O autor (2015)
Penso que já está ficando mais clara para você a questão das escalas de 
representação. Para ampliar e reforçar seu aprendizado, vamos agora conhecer as 
escalas 1:20 e 1:100, bem como suas subdivisões. Veja as Figuras 1.29 e 1.31 e tire 
você mesmo suas conclusões.
Figura 1.29 | Escala 1:20 e suas subdivisões
Fonte: O autor (2015)
Vejamos então como se apresenta a medida de 1,25 m na escala 1:20. Repare 
que a leitura da extremidade direita da distância não é feita sobre um traço, e sim 
apenas aproximada, sendo lida entre dois traços de distâncias 1,24 m e 1,26 m. 
Veja a Figura 1.30 e confira em seu próprio escalímetro.
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Figura 1.30 | Leitura de 1,25 m na escala 1:20
Fonte: O autor (2015)
Antes de finalizar esta subseção, vamos conhecer a escala 1:100 e suas 
subdivisões. Vamos, também, um pouco mais adiante, ver uma comparação entre 
as escalas gráficas e uma régua comum em centímetros. Veja a Figura 1.31:
Figura 1.31 | Escala 1:100 e suas subdivisões
Fonte: O autor (2015)
Você pode aprender um pouco mais sobre a relação entre as escalas gráficas 
comparando a distância equivalente a uma unidade numa dada escala e o 
comprimento no papel, medido com uma régua comum graduada em centímetros 
(cm). Observe as figuras 1.32, 1.33 e 1.34, nas quais comparamos o comprimento 
de 1,00 m nas escalas 1:20, 1:50 e 1:100 com a régua comum.
Noções Gerais de Desenho Técnico
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Figura 1.32 | Comparação entre 1,00 m na escala 1:20 e o comprimento 
em cm numa régua comum
Fonte: O autor (2015)
Veja que uma distância de 1,00 m lida na escala 1:20 corresponde a um 
comprimento de 5 cm no papel. Nada mais lógico, não? Afinal a expressão 1:20 pode 
ser escrita 1/20, como vimos, como se fosse uma fração, ou seja: . Ora, quanto 
vale, em cm, de 1,00 m? Lembre‑se de que 1,00 m = 100 cm, portanto = 5 cm! 
Então, sabendo disso, você pode considerar que, para cada metro representado na 
escala 1:20, você vai precisar de 5 cm de comprimento real no papel.
Vejamos como fica a correspondência entre 1,00 m na escala 1:50 e o 
comprimento medido no papel. A Figura 1.33 esclarece:
Figura 1.33 | Comparação entre 1,00 m na escala 1:50 e o comprimento 
em cm numa régua comum
Fonte: O autor (2015)
A mesma lógica matemática do exemplo anterior pode ser usada no exemplo 
acima. Em um desenho na escala 1:50 os comprimentos que você vai marcar 
Noções Gerais de Desenho Técnico
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no papel valem do tamanho no objeto projetado (imaginado na realidade, 
ou mesmo medido, se existente). Assim sendo, quanto vale de 1,00 m (=100 
cm), medido em cm no papel? Vale 2 cm, exatamente o comprimento lido no 
escalímetro. Então, para finalizar esta subseção, vejamos quanto vale 1,00 m na 
escala 1:100, e o que podemos fazer com esse conhecimento. A Figura 1.34 
nos mostra claramente a semelhança entre a escala 1:100 e uma régua comum 
graduada em centímetros.
Figura 1.34 | Comparação entre leituras na escala 1:50 e o comprimento 
em cm numa régua comum
Fonte: O autor (2015)
Pelo mesmo raciocínio dos exemplos anteriores, ficamos sabendo que 1,00 
m na escala1:100 é marcado ou lido nos desenhos como um comprimento de 
1 cm no papel. Então, constatamos que existe uma correspondência perfeita de 
proporções entre a escala 1:100 e os tamanhos reais medidos em centímetros 
ou milímetros, caso se use também as subdivisões dessa escala. Portanto, caro 
estudante, quando precisar desenhar algum objeto na escala 1:1, ou seja, com 
suas dimensões reais (diz‑se: desenho em “escala natural”, ou “tamanho real”, ou 
“verdadeira grandeza” e outras expressões sinônimas), esta é a escala que usará.
A partir do que explicamos a você nesta subseção, tente marcar distâncias 
também nas escalas 1:10 e 1:2. Use aquele artifício de imaginar que você está 
“andando com a vírgula” uma casa decimal à esquerda, para que as unidades 
medidas em seu projeto, nas escalas 1:2, 1:5 e 1:10 (derivadas de 1:20, 1:50 e 1:100) 
correspondam precisamente ao que deseja desenhar.
2.2 RELAÇÃO DA ESCALA COM A REPRESENTAÇÃO
Nesta subseção, você aprenderá que existe uma importante relação entre as 
Noções Gerais de Desenho Técnico
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escalas usadas em desenho técnico e o modo de representação dos objetos. Este 
tópico, embora bastante breve e objetivo, acrescenta ao seu aprendizado as noções 
necessárias para saber escolher qual escala usar para representar os componentes 
de seu projeto. Estude‑a com atenção, pois voltaremos a falar do assunto com 
mais profundidade e enfoque prático na subseção 3 da próxima unidade.
A NBR 8196, vista na subseção anterior desta unidade, esclarece que a escolha 
da escala a ser usada para um desenho depende da complexidade do objeto ou 
elemento a ser representado e da finalidade da representação. A escala selecionada 
deve ser suficiente para permitir uma interpretação fácil e clara da informação 
representada. A escolha da escala vai influenciar diretamente o tamanho da 
representação no papel, por isso a escala e o tamanho do objeto ou elemento em 
questão servem de parâmetros para escolher o formato normalizado necessário.
Na subseção anterior, vimos também como a escala influencia o tamanho da 
peça gráfica. No exemplo da escala 1:20, você pôde verificar que para cada metro 
desenhado na escala seriam necessários 5 cm de papel. Mas um desenho técnico 
não tem apenas as peças gráficas, ou seja, a prancha não contém apenas desenhos. 
Vimos isso quando falamos dos dez elementos comuns a toda prancha (Figura 
1.8). Vamos agora mostrar a você como usar esse conhecimento para definir a 
escala de representação dos componentes do projeto. Os critérios constantes no 
Quadro 1.1 lhe ajudarão nessa tarefa.
Quadro 1.1 | Escalas e usos recomendados
Fonte: O autor (2015)
Escala Recomendação de uso
100:1 Escalas de ampliação para desenho descritivo e de detalhamento de 
peças mecânicas muito reduzidas e desenho de componentes em 
microeletrônica com alto grau de detalhe.
50:1
20:1
10:1 Escalas de ampliação usuais, para desenho descritivo e de detalhamento 
de pequenas peças mecânicas ou elétricas, com elevado grau de 
detalhe.
5:1
2:1
1:1
Escala frequentemente usada em desenho técnico geral, para peças 
com dimensões tais que sua representação em escala natural caiba nos 
formatos da série A, do A0 ao A4.
1:2
Escalas de redução de uso geral e muito frequente para desenho 
mecânico, detalhamento de mobiliário e equipamentos em geral.1:5
1:10
1:20 Desenho técnico de conjuntos mecânicos maiores, maquinário de 
porte grande, desenhos para construção civil e arquitetura, plantas 
industriais, locação de equipamentos em linhas de produção, desenhos 
abrangentes e de conjunto.
1:50
1:100
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As recomendações dadas neste quadro não são rígidas. Podem servir a você 
como uma primeira referência. Elas admitem, claro, variações. Existe uma infinidade 
de projetos diferentes, contextos de projeto diversos. E existe a inovação, as ideias 
inéditas, que às vezes vão requerer do projetista imaginação e um forte conhecimento 
das normas técnicas, para dar conta de situações especiais de representação.
Para finalizar o estudo desta subseção e da Unidade 1, mostraremos agora a 
você alguns exemplos de objetos reais, analisando‑os segundo os critérios do 
Quadro 1.1. Veja as figuras e leia os comentários. Fazendo isso, você terá uma 
ideia bastante aproximada de como deverá escolher as escalas em função das 
características dos objetos (em processo de projeto ou existentes).
Figura 1.35 | Disco de embreagem de automóvel
Fonte: Disponível em: <http://www.widmen.com.br/dicasautomotivas/a/admin/>. Acesso 
em: 17 abr. 2015.
Esta é uma peça que por suas pequenas dimensões e certo grau de detalhes, 
poderia ser desenhada em escala 1:1, isto é, na escala natural. Veja na foto a 
relação do tamanho da peça com a mão humana e terá uma noção aproximada 
das proporções.
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Figura 1.36 | Bloco de motor de um caminhão
Fonte: Disponível em: <http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2013/ /principio-e-
funcionamento-do-motor-de-um-carro/>. Acesso em: 17 abr. 2015.
Neste outro exemplo, as dimensões da peça são grandes, e o desenho poderia 
ser com a metade do tamanho, ou seja: na escala 1:2.
Figura 1.37 | Conjunto gerador a diesel em uma indústria
Fonte: Disponível em: <http://www.aecweb.com.br/tematico/img_figu/img-1-
508$$3629.jpg>. Acesso em: 17 abr. 2015.
O conjunto gerador mostrado na Figura 1.37 é um artefato que gera uma grande 
quantidade de desenhos, em várias escalas. Um desenho capaz de abranger o 
conjunto inteiro, no entanto, poderia ser desenhado em escala 1:10, por exemplo, 
ou mesmo 1:20, a depender da finalidade do desenho.
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Figura 1.38 | Pendrive e seus elementos internos
Fonte: Disponível em: <http://whiteangel89.altervista.org/immagi.html>. Acesso em: 17 
abr. 2015.
Um dispositivo de armazenamento de dados, como o pendrive da Figura 1.38, 
para ser desenhado, vai requerer uma escala de ampliação, de 5:1 ou 10:1.
Caro estudante, esperamos que esta unidade de estudo tenha contribuído para lhe 
dar uma boa noção desse campo de conhecimentos que é o desenho técnico. Procure, 
em seu dia a dia, ser observador, buscando nas formas e estruturas dos artefatos que nos 
rodeiam, suas geometrias ocultas, seu aspecto construtivo e de funcionamento.
Na próxima unidade, você vai aprofundar seus conhecimentos e aprenderá 
mais sobre o desenho técnico, porém com um foco mais voltado à produção das 
pranchas. Vamos explorar o desenho técnico projetivo e mais uma vez abordar as 
normas técnicas. Bom estudo!
1. A NBR 8196 ABNT trata das escalas admitidas em desenho 
técnico, bem como da possibilidade de elas poderem ser 
reduzidas ou ampliadas à razão de 10 vezes. Dentre as 
alternativas a seguir, qual apresenta apenas escalas admitidas 
por essa norma?
1. 1:10; 1: 100 e 1:125.
2. 1:50; 1:5 e 10:1.
3. 2:1; 5:1 e 1:500.
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4. 1:1; 2:1; 1:125
5. 1:10; 1:20; 1:75
2. Uma reta de comprimento igual a 2,0 cm no papel representa 
quantos metros na escala de 1:50?
1. 2 m
2. 5 m
3. 2,5 m
4. 1 m
5. 25 m
Nesta unidade você ficou sabendo que:
1. O desenho técnico é uma linguagem, e, como tal, pressupõe: 
um emissor (o projetista), um receptor (quem lerá o desenho), 
um meio (sinais gráficos bidimensionais em papel ou na tela do 
computador), além de um código estabelecido (convenções 
gráficas e normas técnicas) e compartilhado (conhecido por 
todos que o utilizarão).
2. Foram vários os fatores históricos que levaram à 
consolidação da forma de expressão gráfica que resultou no 
que hoje se chama desenho técnico, todos eles relacionados 
à urbanização e ao desenvolvimento da tecnologia. A própria 
existência da Organização Internacional para a Padronização 
(ISO) foi um desdobramento desseprocesso.
3. Existe uma variedade de normas técnicas que regulamentam 
a elaboração de desenhos técnicos, uma para cada pormenor 
a ser representado. Essa representação deve seguir uma lógica 
clara, no sentido da legibilidade dos projetos.
4. Escala é uma razão entre o tamanho do objeto real e o tamanho 
de sua representação em desenhos. Esta representação poderá 
ser uma ampliação ou uma redução das reais medidas do 
objeto, dependendo das dimensões reais dele.
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5. Os desenhos de um objeto em escalas diferentes apresentarão 
tamanhos diferentes no papel, mas haverá sempre, em cada 
representação (i.e., desenho), a igualdade de proporções das 
partes do objeto entre si e delas com o todo representado.
6. Tamanhos diferentes de objetos obrigarão a determinadas 
escalas, porque os desenhos deverão caber nos formatos de 
papel normalizados.
7. Antes de iniciar a elaboração do desenho técnico, você 
deverá decidir a escala a ser usada, pois ela influencia a escolha 
do tamanho de prancha. Você pode usar o Quadro 1.1 como 
uma referência inicial, mas isso não exclui sua obrigação de 
analisar o caso específico com que vai trabalhar e decidir a 
melhor opção para ele.
Nesta unidade você aprendeu que o desenho técnico é uma 
linguagem, com todos os elementos de um idioma, apenas 
não é constituída prioritariamente por palavras e sim por sinais 
gráficos que seguem convenções — as normas técnicas.
Conheceu um pouco da história do desenvolvimento dessa 
técnica e compreendeu a importância da normalização de todas 
as suas fases e detalhes.
Ficou sabendo da importância da escala para a representação e 
aprendeu a decidir qual melhor usar.
Procure estudar com afinco as normas técnicas da ABNT e 
também se informar de outras normas pertinentes ao trabalho 
de desenho técnico que pretende desenvolver.
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1. Antes da criação do método mongeano das projeções, base 
do ramo da matemática que ficou conhecido como Geometria 
Descritiva, havia uma dificuldade em desenhar os projetos, devido 
à ausência de precisão da representação. No entanto, já havia, 
desde o Renascimento (entre os séculos 13 e 16), dois recursos 
de desenho que produziam representações bastante úteis de 
objetos tridimensionais e espaços. Quais eram esses recursos?
1. Plantas baixas e perspectivas cônicas.
2. Desenho técnico projetivo e desenho de observação.
3. Escalas e perspectivas cônicas.
4. Planos e projeções oblíquos.
5. Escalímetro e normas técnicas.
2. A norma técnica regulamentadora NBR 10068 ABNT 
estabelece os tamanhos normalizados para as pranchas de 
desenhos técnicos, a partir das medidas de uma folha de 
papel retangular com 1,0 m² de área e relação entre seus 
lados igual a (≈1,4142). Já a NBR 8196 ABNT define que as 
escalas a serem usadas em desenho técnico são parâmetros 
para a escolha do formato da folha de desenho. Com base 
no estabelecido por essas duas normas, qual das alternativas 
abaixo seria um tamanho de papel conveniente para desenhar, 
em escala 1:20, o armário para medidores mostrado na figura 
1, sendo três peças gráficas: uma vista de frente, uma vista de 
lado e uma vista de cima? Considere uma distância mínima de 
50 mm e máxima de 80 mm entre um desenho e outro, bem 
como entre os desenhos e o quadro. Use a figura 2 para calcular 
os tamanhos dos desenhos, considerar os espaçamentos e 
definir a prancha.
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Figura 1 – Perspectiva com medidas
Fonte: O autor (2015)
1. Formato A4 (210 mm alt. x 297 mm larg.)
2. Formato A3 (420 mm larg. x 297 mm alt.)
3. Formato A2 (594 mm larg. x 420 mm alt.)
Figura 2 – Rascunho da prancha e posição dos desenhos
Fonte: O autor (2015)
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Figura 1 | Plano de arranjo geral de um iate
Fonte: O autor. Adaptado de <http://www.charterworld.com/news/wp-content/uploads/2010/11/
Galeon-78m-Yacht-General-Arrangement-Image-courtesy-of-Tony-Castro.jpg>. Acesso em: 13 
jun. 2015.
Uma engenheira de produção, trabalhando em um estaleiro 
que constrói iates e veleiros, com comprimento entre 60 
e 70 pés (1 pé = 0,3048 m) e boca (largura) entre 16 e 25 
pés percebeu que no departamento de projetos havia uma 
despesa excessiva com cópias de desenhos. Ao observar como 
os projetistas trabalhavam, constatou que as pranchas com 
desenhos de planos de arranjo geral, todas em escala 1:20, 
eram feitas em formatos de papel A0 (1188 x 840 mm), o que 
gerava um desperdício de papel em branco, uma vez que esse 
4. Formato A1 (840 mm larg. x 594 mm alt.)
5. Formato A0 (1188 mm larg. x 840 mm alt.)
3. As cópias de desenhos feitos em pranchas normalizadas 
devem ser dobradas, a fim de poderem ser acomodadas em 
pastas comuns e transportadas com facilidade. Qual o formato 
a que devem ser dobradas para esse fim?
1. Devem ser dobradas até o formato A3.
2. Devem ser dobradas até o formato A4.
3. Devem ser dobradas ao meio sucessivamente, até 
caberem numa pasta comum.
4. Devem ser dobradas até o formato ofício (215 x 315 mm).
5. Devem ser dobradas até o formato carta (216 x 279 mm).
4. No ramo da Engenharia Naval, o desenho técnico que 
representa a disposição dos espaços internos de uma 
embarcação é chamado de “plano de arranjo geral”. A figura 1, 
abaixo, é um exemplo desse tipo de desenho.
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Figura 2 | Croqui sem escala. Prancha típica encontrada pela 
engenheira
Fonte: O Autor. Adaptado de <http://www.dixonyachtdesign.com/designs/
superyachts-sail/performanceyachts/125images/ga.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2015.
tipo de desenho costuma ser muito mais longo do que alto. A 
figura 2 ilustra o que a engenheira encontrou tipicamente no 
departamento de projetos:
A engenheira, então, buscando o formato de papel mínimo 
possível para esses desenhos, lembrou-se do item 3.1.3. da 
NBR 10068 ABNT – Folha de Desenho – Leiaute e Dimensões, 
no qual está escrito:
3.1.3 Formato especial - Sendo 
necessário formato fora dos padrões 
estabelecidos em 3.1.2, recomenda-se 
a escolha dos formatos de tal maneira 
que a largura ou o comprimento 
corresponda ao múltiplo ou submúltiplo 
do formato padrão. (ABNT, 1987, p. 2).
Assim, determinou ao departamento de projetos que 
estabelecesse um padrão para as pranchas de planos de arranjo 
geral, baseado neste item da NBR 10068, sendo que deveria 
sobrar sempre um espaço igual ou maior que 50 mm entre o 
desenho e as linhas superior, esquerda e direita do quadro. A 
figura 3 ilustra a proposta da engenheira aos projetistas:
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Figura 3 | Croqui sem escala. Proposta da engenheira aos projetistas
Fonte: O Autor. Adaptado de <http://www.dixonyachtdesign.com/designs/
superyachts-sail/performanceyachts/125images/ga.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2015.
Diante da situação exposta, qual das opções abaixo apresenta 
um formato de prancha que atende às condições da NBR 
10068 ABNT para problemas como este, e ao mesmo tempo 
cumpre o determinado pela engenheira aos projetistas?
1. 2 vezes o formato A2, na horizontal.
2. 2 vezes o formato A1, na horizontal.
3. 1 formato A2 na horizontal + 1 formato 
A3 na vertical.
4. 1 formato A1 na horizontal + 1 formato 
A2 na vertical.
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5. 3 formatos A1 na vertical.
5. Ao representar os projetos é necessário escolher uma escala 
adequada. Associe os projetos da coluna da esquerda com as 
escalas de representação na coluna da direita, que sejam as mais 
adequadas para o desenho técnico desses projetos. Assinale a 
alternativa que apresenta a sequência correta de associações.
1. Desenho técnico mecânico, para peças com 
dimensões usuais, cujos desenhos em tamanho natural 
caibam nos formatosda série A.
Escala 1:5
2. Detalhamento de mobiliário e equipamentos em geral. Escala 1:20
3. Grandes conjuntos mecânicos, maquinário de porte 
grande.
Escala 10:1
4. Desenho de placas de circuitos em microeletrônica, 
com alto grau de detalhe.
Escala 1:1
5. Desenhos comuns de arquitetura e construção civil. Escala1:50
1. A   1 B   2 C   4 D   3 E   5
2. A   4 B   1 C   5 D   2 E   3
3. A   4 B   1 C   2 D   3 E   5
4. A   3 B   4 C   1 D   2 E   5
5. A   2 B   3 C   5 D   4 E   1
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Referências
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de representação em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1989.
______. NBR 10068 – Folha de desenho ‑ Leiaute e dimensões. Rio de Janeiro, 1987.
______. NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1987.
______. NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro, 
1988.
______. NBR 10647 – Desenho técnico ‑ Terminologia. Rio de Janeiro, 1989.
______. NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de hachuras em 
desenho técnico. Rio de Janeiro, 1995.
______. NBR 13142 – Desenho técnico ‑ Dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 
1999.
______. NBR 13273 – Desenho técnico – Referência a itens. Rio de Janeiro, 1999.
______. NBR 13532 – Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura. Rio de 
Janeiro, 1995.
______. NBR 6158 – Sistema de tolerâncias e ajustes. Rio de Janeiro, 1995.
______. NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1995.
______. NBR 8196 – Desenho técnico – Emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999.
______. NBR 8402 – Execução de caractere para escrita em desenho técnico. Rio 
de Janeiro, 1994.
______. NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras 
das linhas. Rio de Janeiro, 1984.
______. NBR 8993 – Representação convencional de partes roscadas em desenho 
técnico. Rio de Janeiro, 1985.
______. NBR8404 – Indicação do estado de superfície em desenhos técnicos. Rio 
U1
60 Noções Gerais de Desenho Técnico
de Janeiro, 1984.
ATHAYDE, Marcelo. Conversa com o Mestre – Exemplo 4. Boa Engenharia: 
Engenharia Civil Fácil e Inteligente! S.l.: Blog na Internet. Postagem de 22 fev. 
2012. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/‑zAZCChjehpk/T0UyV3X4rZI/
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BEIGHTON, Henry. The ENGINE for Raising Water (with a power made) by 
Fire. Gravura em papel, emoldurada em madeira, com vidro. Retrata a máquina 
a vapor de Thomas Newcomen. Col. Science Museum, Londres, objeto nº. 1730‑
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BRUNELLESCHI, Filippo. [Sem título]. Desenho em perspectiva do interior da igreja 
Santo Spirito, em Florença (Ca. 1428). Imagem de domínio público. Disponível 
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BURNS, Jabez. Coffee Roaster. Fotolitografia de N. Peters. Washington‑DC: 1881. 
Imagem disponível em: <http://blog.invention.smithsonian.org/wp‑content/
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DABOV, T. et al. Handheld computing device. 2011‑1‑11 2011. Disponível em: 
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DÜRER, Albrecht. [Sem título]. Desenho de estudo de proporções do pé. In: _____. 
Hierinn sind begriffen vier Bucher… Nuremberg(?): Hieronymus Andreae, 1528, 
p. 52, il. Imagem licenciada como domínio público via Wikimedia Commons. 
<http://commons .wikimedia.org/wiki>. Disponível em: <http://archive.org/stream/
hierinnsindbegri00dure #page/52/mode/1up>. Acesso em: 13 mar. 2015.
Nesta seção, você conhecerá os princípios básicos da Geometria 
Descritiva, como a representação em épura, os planos convencionais de 
projeção que compõem os diedros sobre os quais se farão as projeções 
dos objetos. Verá o sistema mongeano de projeções ortogonais como 
recurso para manutenção da proporção entre os elementos do desenho. 
Aprenderá como manusear os instrumentos tradicionais de desenho 
técnico, cuja prática constitui a base para o traçado de qualquer desenho 
em CAD. Saberá como traçar retas, ângulos, círculos e tangências, bem 
como os diversos tipos de linhas, segundo seus significados.
Seção 1 | Geometria Descritiva Básica
Objetivos de aprendizagem: Esta unidade pretende capacitar você 
a utilizar as noções elementares da Geometria Descritiva, base de toda 
representação em desenho técnico projetivo. Vai conhecer e utilizar 
também as convenções gráficas para o desenho de cortes, seções, hachuras 
e encurtamentos. Você vai conhecer os instrumentos de desenho técnico e 
como utilizá‑los. Aprenderá a anotar e cotar seus desenhos, de acordo com 
as normas técnicas pertinentes, e conhecerá os tipos de representação de 
objetos em perspectivas axonométricas. A unidade está dividida em três 
seções, focalizando a parte prática da elaboração de desenhos técnicos.
Ananias de Assis Godoy Filho
Unidade 2
DESENHO PROJETIVO
Desenho Projetivo
U2
62
A segunda seção desta unidade completa o estudo das projeções 
ortogonais e vai falar também sobre como descrever completamente um 
objeto, através de desenhos em corte, com uso de hachuras, seções e 
encurtamentos. Você aprenderá sobre um dos mais importantes assuntos 
em desenho técnico: o dimensionamento ou cotagem. A Seção 2 termina 
mostrando a você os recursos mais usados para a produção de desenhos 
em perspectivas axonométricas, isto é, desenhos com aparência de 
possuírem volume, com elevado poder descritivo e de comunicação.
Seção 2 | Representação Gráfica em Desenho Técnico
Esta seção mostrará a você como se planeja o trabalho de desenho 
técnico, desde a análise do objeto a ser representado, passando pela 
escolha das peças gráficas essenciais, opcionais e legendas, até a 
definição da escala adequada e tamanho da prancha para a representação. 
Você também vai conhecer alguns critérios e princípios para uma boa 
diagramação da prancha. Ao final desta unidade, mostraremos a você 
algumas boas práticas que farão com que desenvolva seu trabalho de 
desenho de modo inteligente e produtivo, dentre estas a revisão final 
antes da entrega, de acordo com uma lista de verificação previamente 
elaborada (checklist).
Seção 3 | Planejando a prancha de desenho técnico
Desenho Projetivo
U2
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Introdução à unidade
Quando Gaspard Monge terminou de formular os procedimentos da 
Geometria Descritiva e publicou seu livro, em fins do século XVIII, estabeleceu 
o mais original, genial, rigoroso e abrangente sistema de representação gráfica 
de objetos, que é usado até hoje em todos os tipos de indústrias. Os princípios 
deste ramo da Matemática são tão exatos, simples e robustos que se tornaram a 
base da representação gráfica usada por todos os softwares de desenho técnico 
que utilizamos no presente, seja para o desenho em duas dimensões ou para a 
modelagem tridimensional. A Geometria Descritiva, ou método mongeano das 
projeções, consolidou‑se como a base matemática para o desenho técnico 
projetivo — assunto desta unidade de ensino que você passa a estudar agora.
Nesta unidade, você vai conhecer os procedimentos elementares da Geometria 
Descritiva, na justa medida em que poderão ser úteis para o seu trabalho com 
desenhos técnicos. A Geometria Descritiva, no entanto, é bem mais vasta, e 
belíssima em seus

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