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Samara R. Duarte Patologia Bucal – Odontologia 27/03/2020 1 Patologia Pulpar e Periápical ° PULPITE: É uma inflamação dolorosa da polpa dentária, onde se localizam os vasos sanguíneos e os nervos responsáveis pela vitalidade do dente. A polpa possui, vasos sanguíneos, linfáticos, veias e células nervosas. Fatores interferem na intensidade da resposta pulpar diante de um agente agressor. Esses fatores são divididos em dois: Fatores locais: número e virulência dos microrganismos presentes no tecido cariado. Mais rápida a resposta, maior intensidade de dor. Fatores sistêmicos: é representado pela resposta imune do paciente. Quando os agentes etiológicos excedem o limiar de tolerância pulpar, instalam-se as patologias pulpares. Traumas mecânicos também podem causar pulpites. ° PATOLOGIA PULPAR: A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo, encontrado no interior da cavidade pulpar (câmara pulpar e canal radicular). Boa capacidade de reparo; Contém grande nímero de vãos sanguíneos, vasos linfáticos, fibras nervosas e células; Entre estas, estão os odontoblastos, os quais diferenciam o tecido pulpar dos demais tecidos conjuntivos presentes em outras regiões do corpo. No ápice do dente, temos uma artéria que leva O2 aos tecidos conjuntivos, nervos e neurônios. E há uma veia que retira o sangue com CO2. ° FATORES ETIOLÓGICOS: Físicos: trauma, alterações térmicas (galvanismo – temperatura da turbina), abrasão, bruxismo, etc; Químicos: materiais restauradores (proteção dentinho-pulpar); Biológico: bacterianos Samara R. Duarte Patologia Bucal – Odontologia 27/03/2020 2 Obs: Na cárie dentária os sinais e sintomas podem variar bastante: dependendo da localização e dimensão da cárie (principalmente em profundidade), e da própria sensibilidade à dor de cada individuo. De acordo com a intensidade do agente agressor e a resposta imune do paciente, alterações inflamatórias poderão acometer o tecido pulpar. Resposta inicial da polpa à agressão não difere das observadas nos outros tecidos. A resposta final difere quando o estimulo externo atinge um nível nocivo. Rigidez das paredes dentinárias; Liberação dos mediadores inflamatórios: bradicina, histamina, prostaglandina, etc.; Causa vasodilatação; Aumento do fluxo sanguíneo; Edema; Diminuição do fluco de nutrientes; Dano celular, inflamação pulpar e necrose tecidual. ° AGENTE AGRESSOR NÃO FOI RETIRADO – ALTERAÇÕES PULPARES: Pode ser divididas em inflamatórias e degenerativas. Se os agentes agressores não forem removidos por intermédio da remoção da causa a polpa caminhará para: Envelhecimento pulpar e calcificação do canal radicular; Pulpites e necrose pulpar. ° ALTERAÇÕES PULPARES DEGENERATIVAS: Formação de dentina reacional: no mesmo local acometido pela cárie, mas na superfície interna, podem ser observadas deposição da dentina reacional (dentina terceária) e, por consefuinte, redução do volume da polpa coronária e alteração da câmara pulpar. A dentina reacional é depositada à medida que a cárie invade o tecido dentinário. Escolerose dentinária: é representado pela diminuição de diâmetro dos túbulos dentinários em decorrência da deposição de dentina peritubular. A diminuição da luz dos túbulos, faz com que a proteção gerada pelo fluido dentinário seja diminuída, pois há pouco espaço para o movimento do fluido. Samara R. Duarte Patologia Bucal – Odontologia 27/03/2020 3 Tratos mortos da dentina: ocorrem quando o prolongamento dos odontoblastos se retraem, deixando os túbulos dentinários vazios e sem proteção, favorecendo a invasão de bactérias da cárie e a agressão ao tecido pulpar. Envelhecimento pulpar: redução da capacidade de defesa do tecido pulpar pela diminuição do número de células, vasos e nevos. Formação de áreas de hialinização: sobre elas poderá ocorrer deposição de tecido mineralizado, dando origem aos NÓDULOS PULPARES. ° ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS: Agudos (Sintomatologia dolorosa e de diferentes intensidades): Pulpite reversível Pulpite irreversível Crônicos (Assintomaticas): Pulpite crônica hiperplásica Pulpite crônica ulcerada ° ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS AGUDAS: # PULPITE REVERSIVÉL: Denota um grau de inflamação pulpar, no qual o tecido é capaz de retornar ao estado normal de saúde, se os estímulos nocivos forem removidos. Toda vez que o estimulo for removido, a polpa volta ao estado normal, e desaparece a sensibilidade; Fator de piora: água gelada, alimentos ricos em sacarose e ácidos etc; Fator de melhora: remover o estimulo – fator etiológico; Geralmente o paciente não relata o uso de medicamentos para analgesia. A dor vai depender do tipo, da frequência e da intensidade do agente irritante, assim como da resposta imune do paciente; Ocorre uma hiperemia branda paciente responde a essa sensibilidade com a presença de estímulos Exemplo: Considerando um dente cariado, e que está cárie ainda não atingiu a polpa. Atingiu o esmalte e foi próximo a dentina. O paciente começa a sentir um desconforto quando toma agua gelado ou quando come doce. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Dor de leve a moderada, provocada por estiimulos externos, localizada (consegue localizar o dente), curta duração, intermitente; Desencadear dor: calor, frio, alimentos doces ou ácidos. Percussão/palpação/mobilid ade: negativas. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Samara R. Duarte Patologia Bucal – Odontologia 27/03/2020 4 NDN – restaurações, infiltrações etc. TRATAMENTO: Retirada da causa (estimulo). #PULPITE IRREVERSÍVEL: Denota um grau de inflamação pulpar, no qual o tecido NÃO é capaz de retornar ao estado normal de saúde, se os estímulos nocivos forem removidos. Fator de melhora: o frio alivia a dor. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Dor espontânea, prolongada, difusa e continua; Desencadear dor: calor, alimentos doces ou ácidos; Estágios finais: o paciente não dorme à noite ( aumenta a dor ao deitar por conta da pressão na cavidade pulpar); Percussão/palpação: discreta a sensibilidade; Mobilidade: discreta. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: NDN; Ligeiro aumento no espaço pericementário. TRATAMENTO: Endodontia ° ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS: Formas abertas de pulpite; Sinais e sintomas atenuados - Não possui dor espontânea (provocada pelo frio ou calor); Não sente dor no período da noite. #PULPITE CRÔNICA ULCERADA: Há exposição pulpar Não há sintomatologia de dor constante, apenas quando mastiga, pois o alimento pressiona a área afetada; No exame de rotina, é comum encontrar um dente cariado com exposição pulpar. A depender da destruição coronária, o dentista pode optar por uma exodontia ou endodontia. #PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA: Pólipo pulpar Apresentam grandes exposições da polpa, nos quais já se perdeu toda a dentina do teto da câmara pulpar. A irritação mecânica e a invasão bacteriana resultam em um grau de inflamação que produz um tecido de granulação que se projeta da câmera pulpar. Samara R. Duarte Patologia Bucal – Odontologia 27/03/2020 5 Comum: molares decíduos e permanentes; Sensação de pressão (função mastigatória). Assintomático – paciente não relata dor. Relata desconforto durante a mastigação. A depender da situação do dente exodontia ou endodontia. ° DIAGNÓSTICO DE PULPITE: Exame clínico Anamnese: o paciente já vai relatar o tipo de dor, caracteristicamente de uma pulpite.A sintomatologia indica o diagnóstico. Quando dói? Como é a dor? Dói apenas quando come algo? Ao deitar sente mais dor? A dor é pulsátil/constante? Exame físico: Inspeção; Palpação; Percussão. Exame complementares: Radiográfico; Testes térmicos etc. ° PATOLOGIA PERIAPICAL: Quando uma alteração pulpar está presente e não é tratada, poderá evoluir para a necrose pulpar; Cessação dos processos metabólicos do tecido pulpar e, se não for removida, os produtos tóxicos bacterianos e da decomposição tecidual vão agredir os tecidos periapicais, dando inicio às alterações periapicais. ° PERICEMENTITE APICAL AGUDA: Processo inflamatório tem seu foco ativo principal circunscrito no periápice. CARACTERISTICAS CLÍNICAS: Dor espontânea, prolongada, difusa e continua; Exacerbação pela mastigação e percussão; Mobilidade: discreta. ° CARACTÉRISTICAS RADIOGRÁFICAS: Aumento do espaço pericementário. ° ABCESSO DENTO-ALVEOLAR AGUDO: # 1ª FASE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Samara R. Duarte Patologia Bucal – Odontologia 27/03/2020 6 Dor espontânea, prolongada, difusa e pulsátil; Palpação/percussão: sensibilidade; Mobilidade: discreta. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Aumento do espaço pericementário; Área radiolúcida difusa. # 2 FASE CARACTÉRISTICAS CLÍNICAS: Dor espontânea, prolongada, dfusa e pulsátil; Inspeção: edema difuso, endurecido, liso e brilhante; Palpação/percussão: sensibilidade; Mobilidade: discreta; Febre, linfadenite e mal-estar geral. # 3 FASE CARACTÉRISTICAS CLÍNICAS: Dor em declínio, espontânea, difusa, pulsátil e prolongada; Inspeção: edema localizado, amolecido com flutuação; Palpação: sensibilidade; Mobilidade: quase sempre flutuação- secreção purulenta está mais próxima da mucosa # FASE FINAL CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Geralmente ausência de dor; Inspeção: presença de fístula. ° ABCESSO DENTO-AVEOLAR CRÔNICO: CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Geralmente ausência de dor; Inspeção: presença de fístula; Mobilidade: às vezes. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Área radiolúcida difusa. TRATAMENTO: Endodonticamente o dente e a fístula desaparece. Samara R. Duarte Patologia Bucal – Odontologia 27/03/2020 7 ° GANULOMA PERIAPICAL: É a massa de tecido inflamatório encontrada no ápice de um dente desvitalizado, em resposta à presença de bactérias ou seus produtos tóxicos no canal radicular e/ou tecidos apicais. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Geralmente ausência de dor; Percussão/mobilidade: negativos. CATACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Área radiolúcidas circunscrita. TRATAMENTO: Endodôntico. ° CISTO PERIAPICAL: Cavidade patológica revestida por epitélio contendo em seu interior material liquido ou semi-sólido. Origem: restos epiteliais de Malassez; Lesão comum; Sinoníma: - Cisto periodontal apical - Cisto radicular TRATAMENTO: Endodôntico CARATCTERÍSTICAS CLÍNICAS: Assintomático (dificulta o diagnostico); Tumefação/sensibilidade; Percussão/térmicos: negativos CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Área radiolúcida circunscrita Obs: -O tamanho da tumefação vai depender do tamanho do cisto; -Não é purulento.
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