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Apostila Desenvolvimento da Dentição 2018-1

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Desenvolvimento 
da Dentição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
 A primeira parte dessa apostila é composta de um apanhado resumido 
do tema “formação da dentição”, para o conhecimento geral dos fenômenos 
envolvidos nas suas diversas etapas da biogênese da oclusão. 
 
 
 O estudo dessa temática é um fator crucial para o desempenho da 
maior parte das atividades clínicas, especialmente aquelas voltadas para o 
atendimento de crianças na clínica infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DA OCLUSÃO DENTÁRIA 
 
1.CONCEITUAÇÃO: Estudo dos elementos e fenômenos mais importantes 
associados a formação da dentição humana. 
 
2.INTRODUÇÃO: O estudo da formação da dentição e o conhecimento pleno 
de todos os fenômenos envolvidos nas suas diversas etapas é um fator 
crucial para o desempenho de atividades clínicas bem sucedidas. 
O estabelecimento da dentição humana se dá em um longo período de 
tempo, por isso além do emprego de estratégias baseadas nas oportunidades 
naturais identificadas em cada etapa, é possível fazer uso de dispositivos 
interceptores criando condições muito importantes para a atenuação ou 
correção de más oclusões recorrentes que podem aparecer em todo esse 
período de tempo. 
 
 
3.FASES BÁSICAS DA BIOGÊNESE DA DENTIÇÃO HUMANA: 
 
-Período Pré-natal 
-Período Pós-natal 
 
 
3.1.PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL: 
 
-Período Embrionário, com o surgimento primeiramente dos arcos 
branquiais e órgãos dentários. 
 
-Período Fetal, em que ocorre o desenvolvimento das estruturas já 
formadas. 
 
 
3.2.PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL: 
 
-Pré-dentário( Roletes gengivais*) 
-Dentição Decídua 
-Dentição Mista 
-Dentição Permanente 
 
 
 
 
 
 
4. PERÍODO PRÉ-DENTÁRIO 
 
 
 
 
(também chamado de período de ROLETES GENGIVAIS) 
 
 
4.1.CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ARCO SUPERIOR: 
 
Os arcos podem apresentar as seguintes características: 
 
 - forma arredondada ou semielípticos (podendo variar); 
 - abóboda palatina rasa e pouco profunda; 
 - coloração da gengiva/mucosa: rosada; 
 - região anterior mais proeminente (refletindo a relação maxilo 
 mandibular em que a mandíbula está incialmente menos desenvolvida 
 que o complexo nasomaxilar). 
 
 
4.2.CARACTERÍSTICAS DO ARCO INFERIOR: 
 
 - forma em “u” (podendo variar); 
 - coloração da gengiva/mucosa: rosada; 
 - região anterior podendo ser mais pontiaguda. 
 
 
Obs. Ocasionalmente nessa etapa podem surgir dentes verdadeiros ou não: 
 
 - Natais*. 
 - Neonatais*. 
(estruturas epiteliais cornificadas) 
 
 
4.3. CARACTERÍSTICAS DAS RELAÇÕES DOS ROLETES GENGIVAIS: 
 
- Clinicamente a relação dos roletes pode ser difícil de determinar 
devido à idade. 
- O rolete gengival superior projeta-se anteriormente e vestibularmente, 
assim o rolete inferior situa-se 5-6mm a distal do superior. 
- Esta relação tende a decrescer em pouco tempo, pois tende a ocorrer 
um surto de crescimento mandibular pós natal. 
- A língua exibe protrusão durante a deglutição (o que é normal até cerca 
de 3 anos, depois dessa idade assume postura retraída ao deglutir). 
- Os movimentos mandibulares são instáveis devido à imaturidade 
Neuromuscular. 
- Pode ser visto uma pequena intensidade nos movimentos de 
lateralidade. 
 
 
 
 
 
 
4.4. ESPAÇO MESIAL ANTERIOR: 
 
 O espaço mesial anterior ocorre em cerca de 71% dos casos. 
 - Saliências e pregas no rebordo alveolar (vácuo na lactação) 
 
A postura lingual protraída ao deglutir (que é normal) e o período de 
aleitamento possivelmente sejam os fatores associados à presença do 
espaço mesial anterior nos roletes. 
 
Os movimentos mandibulares mesiais intensos e frequentes executados 
durante a amamentação oferecem um estímulo importante ao crescimento 
mandibular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.5. FASE PRÉ-DENTAL FINAL: 
 
 A boca do bebê é um órgão sensorial importante e nessa fase pode ser 
observado: 
 
- Aumento do volume do rebordo alveolar, devido ao desenvolvimento 
dos órgãos dentários. 
- Desaparecimento do “Espaço Mesial Anterior”. 
- A intensa excitação na região dos roletes leva à criança a por objetos 
na boca. 
- Os pais podem reclamar de aparecimento de febres, eventualmente 
mais intensas e também há presença de muita salivação. 
- Pontos de vermelhidão no rebordo alveolar podem surgir pouco antes 
dos dentes irromperem. 
- O irrompimento iminente dos dentes marca o final da fase pré-dental. 
 
 
Obs. 
- Dentes natais ou neonatais tendem a encurtar o aleitamento, mas não há 
estudos comprovando redução do crescimento mandibular nesses casos. 
 
 
 
 
5. PERÍODO DA DENTIÇÃO DECÍDUA 
 
Período que vai do aparecimento do primeiro dente, em geral perto 
dos 6 meses, e se estende em geral até em torno dos 5 anos.		
	
	
	
 
 
 
5.1. FATORES IMPORTANTES RELACIONADOS AOS DENTES 
DECÍCUOS : 
 
- São essenciais para uma boa nutrição, o que é fundamental 
considerando que as crianças se encontram em fase de crescimento. 
- O exercício da mastigação de alimentos sólidos oferece um estímulo 
importante relacionado ao crescimento e desenvolvimento. 
- Os dentes são estruturas importantes para a formação de fonemas, 
sendo nessa idade importante considerar que a criança está 
desenvolvendo seu aparelho vocal. 
- Os dentes decíduos contribuem no estabelecimento da guia incisal 
(anteroposterior). 
- Os molares decíduos ajudam a estruturar as guias de dimensão 
vertical. 
- Os caninos decíduos contribuem para a 
composição da guia de 
lateralidade. 
- Os dentes decíduos antecedem e guiam a 
erupção dos dentes permanentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2. CALCIFICAÇÃO INICIAL NA DENTIÇÃO DECÍDUA - SEQUÊNCIA 
MAIS FREQUENTE: 
 
- Cerca de 14 semanas: Incisivos centrais 
- Cerca de 15,5 semanas: Primeiros molares 
- Cerca de 16 semanas: Incisivos laterais 
- Cerca de 17 semanas: Caninos 
- Cerca de 18 semanas: Segundos molares 
 
 
5.3. SEQUÊNCIA DE ERUPÇÃO MAIS COMUM NA DENTIÇÃO DECÍDUA: 
 
 
 A B D C E 
 A B D C E 
 
 6 meses 1ano 2anos 3anos 
 
 
 
 
5.4. RELATOS DOS PAIS DURANTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA 
DENTIÇÃO DECÍDUA: 
 
- Muitas vezes o processo pode ser indolor. 
- Pode provocar dor, irritação e mal estar na criança. 
- O irrompimento dentário é relacionado à febre e aumento de 
desarranjos intestinais. 
- Pode ocorrer aumento significativo da salivação. 
- Pode implicar em interferência no sono da criança, perda do apetite e 
mudanças no humor da criança. 
- Nas zonas de irrompimento de molares a inflamação pode ser maior e 
demorar mais tempo. 
 
 
5.5. PADRÕES DA ERUPÇÃO DENTÁRIA NA DENTIÇÃO DECÍDUA: 
 
- Ocorre dimorfismo entre os gêneros (meninas são mais precoces). 
- Pode ser visto maior variabilidade na sequência e cronologia (em 
comparação com a fase de dentição mista.) 
- Maiores variações na forma dos dentes (quanto mais para distal do 
arco maior a probabilidade). 
- Agenesias são raras. 
- Estima-se que a erupção de dentes decíduos seja influenciada em 
cerca de 78% pela hereditariedade e 22% pelo meio ambiente 
(Moyers). 
- Podem ocorrer variações étnicas (alguns povos se distinguem de 
 outros). 
- A sequência de erupção auxilia na construção de padrões funcionais 
básicos. 
 
 
5.6. PROCESSO DE REABSORÇÃO DOS DENTES DECÍDUOS: 
 
- Influenciado pelo sucessor permanente, mas pode ocorrer sem a sua 
presença (em casos de agenesia do permanente) 
- Associado ao envelhecimento do dente (em casos de agenesia do 
permanentes tende a ocorrem conforme o avançar da idade do 
paciente) 
- O processo de reabsorção radicular tende a sofrer aceleração em 
casos de processo inflamatório e trauma dentário 
- O processo tende a sofrer retardo em casosde ausência dos 
sucessor ou imobilização (Moyers). 
 
 
 
 
5.7. DESENVOLVIMENTO DOS DENTES DECÍDUOS: Caraterísticas 
gerais 
 
- Pode se dar com a presença de diastemas que tendem a diminuir com 
o tempo. 
- A presença de Diastemas Primatas é frequente. 
- As dimensões dos arcos, do ponto de vista clínico, são relativamente 
estáveis após os 4 anos. 
- O trespasse vertical tende a diminuir dos 3 aos 5-6 anos em função do 
desenvolvimento alveolar vertical, extrusão dos dentes decíduos e 
aumento da coroa clínica. 
 
5.8. POSICIONAMENTO NORMAL DOS DENTES NA FASE DE DENTIÇÃO 
DECÍDUA COMPLETA: 
 
- Os Incisivos estarão verticalizados com presença de trespasse 
vertical e horizontal. 
- Ausência de inclinações axiais dos dentes decíduos 
 
 
- Molares decíduos formam um plano oclusal reto, ou seja, arcos sem 
 curvas de Spee ou Wilson vistas na dentição permanente. 
- O Plano terminal de 2os Molares decíduos 
mais comum é reto, podendo ser em 
degrau mesial suave (é o mais favorável ao 
ajuste da chave de primeiros molares 
permanentes). 
- Presença de diastemas generalizados, 
somente diastemas primatas ou sem 
diastemas são condições normais. 
 
- Espaços fisiológicos da dentição decídua: 
Diastemas primatas no arco localizados entre os incisivos laterais e os 
caninos decíduos. 
 
 
 
 
 5.9. PECULIARIDADES DOS DENTIÇÃO DECÍDUA: 
 
- Composição: 20 dentes. 
- Cor branco leitosa. 
- Câmara pulpar maior e espessura mais fina de esmalte, em 
comparação com os permanentes. 
- Menor nível de mineralização, portanto menor resistência ao uso e 
maior desgaste. 
 
 
5.10. CLASSIFICAÇÃO DE BAUME (quanto aos diastemas) 
 Quanto a presença de diastemas a dentição decídua completa pode ser 
classificada em Arcos tipo I ou tipo II de Baume. 
 
- Arcos tipo I: Com diastemas generalizados, ocorre em cerca de 70% 
dos casos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Arcos tipo II: Sem diastemas generalizados (podendo ou não 
apresentar somente os diastemas primatas), ocorre em cerca de 30% 
dos casos. 
 
 
 
 
 
 
 
5.11. QUESTÕES DE ESPAÇAMENTOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA: 
 
- Diastemas são normais e a somatória total dos espaços por 
 arcos pode ser maior do que 6 mm. 
- Raramente ocorrem irregularidades (apinhamento) na dentição 
decídua, mas se ocorrer pode ser um sinal claro da futura falta de 
espaço na dentição permanente. 
 
 
 
5.12. RELAÇÃO TERMINAL DOS SEGUNDOS MOLARES DECÍDUOS: 
 
A Relação terminal dos segundos molares decíduos pode ocorrer: 
 
- Plano vertical/reto - 76% 
 
- Degrau mesial - 14% 
 
- Degrau distal - 10% 
 
 
 
 
 
 
	 	 
 
Acima imagens mostrando plano terminal reto, com degrau mesial e 
com degrau distal. Essa relação pode expressar tendências 
relacionadas com o desenvolvimento esquelético da face, as quais 
podem estar refletidas na oclusão, ainda que por vezes de modo 
incipiente ou muito sutil. A observação e avaliação dessa relação no 
exame clínico pode oferecer substrato para detecção do futuro 
desenvolvimento oclusal e facial da criança. 
 
 
6. PERÍODO DA DENTIÇÃO MISTA 
 
O Período da Dentição Mista compreende as idades de cerca de 6 
anos até ao redor de 12 ou 13 anos, podendo variar bastante de criança 
para criança, conforme o padrão individual (hereditário) na determinação da 
época de erupção dentária. Esse período é marcado pela erupção do 
primeiro dente permanente em boca, quase sempre sendo os primeiros 
molares permanentes. O começo e o encerramento da dentição mista podem 
variar de indivíduo para indivíduo, segundo o gênero e segundo o padrão 
individual. Em geral as meninas tendem a ser mais precoces em todas as 
etapas que os meninos, mas variações e exceções no padrão de substituição 
dos dentes decíduos em ambos os gêneros não são raras. O estudo dos 
padrões e fenômenos esperados para ocorrer na dentição mista, devem ser 
vistos como norteadores para o diagnóstico clínico, entretanto, sem esquecer 
que são como marcadores flexíveis, lembrando sempre que alguns desvios 
podem, ainda que atípicos, estar dentro limites relativamente aceitáveis como 
normal e que variações podem ser muito comuns. 
 
 
 
6.1.DENTIÇÃO MISTA: FASES DE VAN DER LINDEN 
 
 
A dentição mista foi dividida por Van der Linden em três períodos: 1º 
Período Transitório, Período inter transitório e 2º Período Transitório, 
conforme o padrão de erupção dos dentes permanentes na dentição mista. 
Algumas crianças não seguem um padrão regular como visto na maioria, 
não sendo possível nesses casos caracterizar o período inter transitório 
devido ao fato de não apresentarem um período de silêncio clínico em termos 
de erupção dos dentes permanentes. Mesmo assim, essa divisão em 
períodos da dentição mista é muito utilizada por clínicos, por ser uma 
ferramenta eficiente e prática de situar e caracterizar a dentição do paciente 
que está sendo avaliado. Em alguns casos atípicos de sequência de 
substituição dos dentes decíduos pelos permanentes pode não ser possível 
adotar a proposição de Van der Linden, sem que isso caracterize por si só 
um problema clínico, ou seja, nesse caso não significa que o paciente possua 
uma anomalia. 
 
 
 
- 1º. Período Transitório. 
- Período inter transitório. 
- 2º. Período Transitório. 
 
 
 
 
 
 
- 1º. Período Transitório: Caracterizado pela erupção de primeiros 
molares e incisivos permanentes em ambos os arcos. 
 
 6 21 12 6 
 6 21 12 6 
 
 
- Período inter transitório: período de relativo silêncio clínico em 
termos de erupção de dentes permanentes, mas como dito 
anteriormente pode nem sempre ocorrer de forma característica em 
alguns casos. 
 
• Silêncio clínico (sem substituições dentárias) 
• Ocorrência de desenvolvimento intraósseo. 
• Ocorrência de aumento nas dimensões verticais alveolares. 
 
 
 
- 2º. Período Transitório: Caracterizado pela erupção de pré-molares 
molares e caninos permanentes em ambos os arcos. 
 
 
 543 345 
 
 543 345 
 
 
6.2. CALCIFICAÇÃO DOS DENTES PERMANENTES 
 
- Meninas exibem tendência precoce. 
- Variabilidade pode ser alta. 
- Diferenças étnicas foram relatadas. 
- Correlação positiva com altura, peso e adiposidade (Moyers) 
 
 
 
 
 
6.3. ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO DE NOLLA 
 
 
 
 
 
Estágios de maturação de Nolla mais significativos do ponto de vista 
clinico em Ortodontia: 
 
- Estágio 2 - início da calcificação da coroa 
- Estágio 6 - Coroa completa 
- Estágio 8 – 2/3 raízes calcificadas 
 
O impacto na erupção dos dentes permanentes, considerando a 
relação dos estágios de maturação dentária de Nolla e o momento da perda 
antecipada de dentes decíduos: 
 
- Se a perda do dente decíduo ocorrer antes do estágio 6 de Nolla 
existe a possibilidade de haver atraso na erupção do dente sucessor 
permanente. 
- Se a perda do dente decíduo ocorrer depois do estágio 6 de Nolla 
pode ocorrer aceleração na erupção do dente sucessor permanente. 
 
 Obs. Outros fatores individuais, incluindo hereditários, podem 
influenciar essas tendências, sendo portanto necessário toma-las como 
orientação geral e não como regra. 
 
 
 
 
 
 
 
6.4. ERUPÇÃO E IRROMPIMENTO DOS DENTES PERMANENTES: 
 
- As raízes dos dentes decíduos sofrem influência da presença e 
desenvolvimento dos sucessores permanentes, mas podem sofrer 
reabsorção mesmo sem a presença dos dentes permanentes (casos 
de agenesia). 
 
- O dente permanente desenvolve sua raiz, entretanto a velocidade 
 de erupção deste podediferir da velocidade de rizogênese. 
 
 
- O primeiro 1/3 de coroa tende a irromper mais rapidamente que 
os terços restantes. 
 
 
 
 
6.5. SEQUÊNCIAS MAIS COMUNS DE ERUPÇÃO DOS DENTES 
PERMANTENTES: 
 
 
6.5.1.Em cerca de 50% dos casos: 
 
 6 1 2 4 5 3 7 
 6/1 2 3/4 5 7 
 
 6 a 7a 8a 9a 10a 11a 12a 13a 
 
 
 
 
6.5.2.Em cerca de 35% dos casos 
 
 6 1 2 4 5 3 7 
 6/1 2 3/4 5 7 
 
 6 a 7a 8a 9a 10a 11a 12a 13a 
 
 
6.5.3. Em cerca de 15% a sequencias podem se dar de modo atípico: 
 
 Podem ocorrer diversas variações atípicas na cronologia de erupção, 
sem impacto clínico significativo. As assimetrias na cronologia podem ser 
mais importantes que variações na sequência, pois podem estar mais 
frequentemente relacionadas a anomalias. 
 
 
 
 
 
6.6. DENTIÇÃO MISTA: FASE DO PATINHO FEIO DE BROADBENT: 
 
A fase chamada do patinho feio de Broadbent, inicia-se por volta dos 8 
anos de idade e desaparece por volta dos 12 anos, quando os caninos 
permanentes irrompem. Caracteriza-se pela inclinação distal das coroas de 
incisivos centrais e laterais superiores (divergência de coroas) durante os 
períodos que antecedem a erupção dos caninos superiores permanentes. 
Isso ocorre porque durante a irrupção dos incisivos permanentes, o ápice de 
suas raízes tendem a convergir para a linha média. Pode ocorrer a presença 
de diastemas e comprometimento estético transitório. Não significa 
ocorrência de má oclusão, nem necessidade de tratamento ortodôntico, pelo 
contrário, intervenções para promover fechamento dos diastemas podem 
implicar em sérios riscos de reabsorção radicular, devido a proximidade das 
raízes de incisivos e coroas de caninos não irrompidos. Com a erupção dos 
caninos permanentes superiores os diastemas e as divergências de coroas 
tendem a ser reduzidos ou desaparecer. 
Fase termina com o irrompimento do canino permanente 
reposicionando os incisivos: diastemas se fecham e há correção da 
inclinação exagerada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Fase do patinho feio de Broadbent” 
 
 
 
 
Os espaços nem sempre são regulares e simétricos: 
 
 
	 
 
 
 
 
 
 
6.7.ESPAÇO LIVRE DE NANCE: 
 
 Conceito: Espaço (“sobra de espaço”) relativo a diferença no sentido 
mesio/distal entre o tamanho das somas das coroas de caninos e molares 
decíduos em relação a soma das coroas dos dentes sucessores, caninos e 
pré-molares permanentes. No arco inferior pode ser de cerca de 1,7mm ou 
mais, em cada hemiarco. 
 
 
 
O espaço livre de Nance pode estar relacionado a: 
 
- Ajuste tardio (se necessário) da relação dos 1ºs molares permanentes. 
- Facilitação da erupção dos 2ºs molares permanentes (pois permite a 
mesialização dos primeiros molares permanentes e acréscimo de 
espaço). 
 
Obs.: Essa diferença pode ser estrategicamente usada pelo profissional em 
tratamentos ortodônticos a fim de resolver pequenas faltas de espaço nos 
arcos. Se esse espaço não for preservado pelo ortodontista, ocorrerá 
naturalmente um pequeno encurtamento dos arcos com a mesialização dos 
primeiros molares permanentes. 
 
 
 
6.8. ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS NOS ARCOS A LONGO PRAZO: 
 
Uma importante base para o conhecimento das alterações 
dimensionais nos arcos dentários, considerando o longo prazo, foram os 
estudos clássicos de Moorrees no fim da década de cinquenta e início dos 
anos 60. Nesse estudo o autor acompanhou alterações nos arcos em 
crianças desde os 5 anos de idade até cerca dos 18 anos. Os dados 
apresentados a seguir estão baseados nas suas publicações. 
 
6.8.1.ALTERAÇÕES EM LARGURA DOS ARCOS: 
 
- Largura inter caninos : aumenta ligeiramente na mandíbula, 
 cerca de 1,12mm dos 5 aos 18 anos. 
 
 aumenta mais na maxila, 
 cerca de 1,76mm dos 5 aos 18 anos. 
 
 
- Largura inter pré-molares: aumenta menos de 2 mm dos 5 aos 18 
anos. 
 
 - Largura inter Molares: mandibulares aumenta pouco ou nada. 
 maxilares: aumenta um pouco mais que 
 seus antagonistas. 
 
6.8.2.ALTERAÇÕES NO PERÍMETRO DOS ARCOS: 
 
 Dados apresentados igualmente baseados nos estudos clássicos de 
Moorrees 1959, considerando dos 5 a cerca de 18 anos de idade. 
 
 
 Arco Dentário inferior: o perímetro apresenta cerca de 5mm de 
diminuição final. 
 
 Fatores que explicam essa diminuição: 
 
- Deslocamento mesial tardio dos 1ºs molares (absorção do 
espaço livre de Nance). 
- Tendência de deslocamento mesial dos dentes. 
- Pequenos desgastes proximais. 
- Posicionamento ligeiramente lingual dos incisivos (efeito dos processos 
ligados ao crescimento facial). 
 
 
Arco Dentário Superior: registra ligeiro aumento no perímetro. 
 
 Fatores que explicam esse aumento: 
- Inclinação dos incisivos permanentes mais acentuada para vestibular 
em relação aos antecessores decíduos. 
 
7 .REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS: 
 
 
LINDEN, Frans.P.G.M.van der. Ortodontia desenvolvimento da dentição . 1ª 
ed. São Paulo: Quintessence Editora,1986. 
 
MOYERS, R.E. Ortodontia. 4ª.ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. 
 
VELLINI-FERREIRA, F. Ortodontia – diagnóstico e planejamento clínico. 
7ª.ed, São Paulo: Santos, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DA DENTIÇÃO SEGUNDO VAN DER LINDEN. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DA DENTIÇÃO DO NASCIMENTO AO COMPLETO 
ESTABELECIMENTO DA DENTIÇAO DECIDUA (Van der Linden) 
 
 
 No nascimento, a maxila e a mandíbula são pequenas em comparação 
com as outras estruturas da cabeça. Além disso a mandíbula está 
posicionada mais dorsalmente em relação a maxila do que estará quando os 
dentes decíduos estiverem completamente irrompidos. 
 
 As regiões dos maxilares que contém os germes dentários crescem 
consideravelmente durante os primeiros seis a oito meses de vida pós-natal. 
Ademais, ocorre um desenvolvimento ventral significante durante o primeiro 
ano de vida, levando a uma relação ântero-posterior entre os arcos dentários 
similar a que se estabelecerá quando do completo desenvolvimento da 
dentição decídua. 
 
 O extenso crescimento transverso precoce dos maxilares pode ser 
atribuído principalmente à presença da sutura palatina mediana na maxila e 
da sincrondrose sinfisiana na mandíbula. Essas estruturas são capazes de 
crescer rapidamente. À medida que a sincrondose se mineraliza na 
mandíbula por volta dos seis meses de idade, o potencial de rápido 
crescimento transversal na mesma se dissipa. Uma vez estabelecida uma 
união óssea entre as duas hemi-mandíbulas se extingue o potencial de 
crescimento intersticial - uma característica típica da cartilagem e não do 
tecido ósseo. Ao contrário da mandíbula, a maxila mantém este potencial de 
crescimento transverso rápido. A sutura intermaxilar permanece até que o 
desenvolvimento da dentição esteja completo. Apenas pós o estabelecimento 
da oclusão na região posterior é que o desenvolvimento transverso dos arcos 
dentários torna-se coordenado. Portanto, o desenvolvimento transverso da 
maxila será determinado principalmente pelas limitações acima indicadas na 
mandíbula. Em consequência, o potencial de crescimento da sutura 
intermaxilar é utilizado parcialmente, após a mineralização da sincondrose 
mandibular. 
 
 O aumento em tamanho de ambos os maxilares geralmente é 
suficiente para proporcionar o espaço necessário para uma disposição 
harmoniosa dos dentes decíduosnos arcos dentários na época da sua 
erupção. O apinhamento inicialmente presente nos dentes anteriores ao 
nascimento já desapareceu quando se da a erupção e é raramente 
encontrado nos arcos dentários decíduos. De modo contrário, geralmente se 
encontra excesso de espaço nos arcos dentários decíduos que apresentam 
diastemas entre todos os dentes. Algumas vezes uma pequena rotação é 
observada em um incisivo, apesar de existir espaço suficiente disponível para 
o seu alinhamento adequado. 
O desenvolvimento da dentição a partir do nascimento até o completo 
estabelecimento da dentição decídua está apresentado na figura 2-1. 
 
 
(Figura 2-1) 
 
 
 
 O principal suporte vertical associado com a intercuspidação - o 
intertravamento dos dentes posteriores superiores e inferiores* - ocorre 
quando os primeiros molares decíduos entram em contato (Fig.2-2). Via de 
regra, estes dentes não estão centralizados entre si numa posição que não 
permita haver translação no sentido transversal ou sagital para alcançar a 
intercuspidação correta. Na maioria dos casos, a cúspide mesio-palatina do 
primeiro molar superior decíduo oclui sua ponta na fossa ocluso-central do 
primeiro molar decíduo inferior. A fossa funciona como um funil para qual 
ambos os dentes são direcionados entre si para a posição adequada. Um 
movimento necessário dos dentes envolvidos derivará mais de um 
deslocamento do molar superior do que do inferior, visto que a mandíbula 
favorece menos este movimento do que maxila. A oclusão na região posterior 
é estabelecida quando os primeiros molares já se ajustaram. Portanto, a 
relação entre os dois arcos dentários se estabilizará nos sentidos transverso 
e sagital. 
 
 *Neste trabalho os incisivos são referidos como dentes anteriores; 
todos os demais dentes como dentes posteriores. 	
Para maior referência sobre o posicionamento dos dentes decíduos no 
período pré-eruptivo, a respeito da sua relação com os dentes permanentes 
em formação e, sobre a localização e formação dos dentes permanentes, leia 
Van der Linden e Duterloo. 
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DENTIÇÃO DECIDUA 
 
 A dentição decídua está completa após os segundos molares 
atingirem a oclusão, geralmente, por volta dos 2,5 anos de idade. Os arcos 
dentários apresentam uma forma semi- -circular, com alguns diastemas entre 
todos os dentes e em particular na região anterior. Os espaços disponíveis 
são mais do que suficiente para o alinhamento harmonioso dos dentes 
decíduos em ambos os arcos dentários (Fig. 1-3). Nas regiões anterior e 
posterior os dentes estão orientados quase perpendiculares ao plano oclusal 
(uma linha imaginária tangenciando as bordas incisais dos incisivos centrais 
e as cúspides distais dos últimos molares). Esta mesma orientação ocorre no 
sentido mesio-distal e vestíbulo-lingual. Os dentes inferiores ocluem 
suavemente para lingual em relação aos superiores. Os primeiros e os 
segundos molares decíduos têm uma ampla área de contato e funcionam 
como as unidades triturantes durante a mastigação. Em oclusão, a superfície 
mesial do primeiro molar inferior decíduo posiciona-se mais para frente em 
relação à face mesial do primeiro molar superior; comportamento similar 
ocorre com os segundos molares decíduos oponentes. 
 
 A variação na dimensão coronária mesio-distal dos segundos molares 
decíduos é considerável. Normalmente há um degrau mesial nas superfícies 
distais dos segundos molares oponentes (plano terminal), como está ilustrado 
na Fig. 3-1D. Nos casos onde o segundo molar decíduo inferior apresenta 
uma dimensão coronária mesio-distal relativamente ampla, o plano terminal 
da dentição decídua será reto. 
 
 Ocorrem poucas alterações na dentição decídua dos 2,5 aos 5 anos 
de idade. Isto se aplica às posições dentárias individuais bem como às 
relações sagital e transversa entre os dois arcos dentários. A aparente 
estabilidade da dentição decídua pode ser considerada como um sinal de 
interferência em todo o processo de desenvolvimento da dentição. Acima de 
cada dente e por lingual, na maxila, se processa a formação dos seus 
sucessores. Situação comparável ocorre na mandíbula. Além disso, os 
molares permanentes se formam posteriormente aos dentes decíduos. A 
formação dos dentes permanentes é um processo continuo que leva muitos 
anos. Os incisivos permanentes estão localizados por lingual ás raízes dos 
seus predecessores, em ambos os maxilares, e o espaço disponível no arco 
é insuficiente para proporcionar o posicionamento normal. Situação 
comparável ocorre com os dentes decíduos antes do nascimento. A 
ilustração sobre a localização dos dentes permanentes antes de irromperem 
e sua relação com os dentes decíduos está na Fig.3-1 e na legenda, porém 
está longe de ser completa. Para informação complementar, particularmente 
nos aspectos tri-dimensionais, leia o atlas de van der Linden e Duterloo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DENTIÇÃO DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES E A 
TRANSIÇÃO DOS INCISIVOS – PRIMEIRO PERÍODO TRANSITÓRIO 
 
 
 O primeiro dente da dentição permanente a irromper geralmente é o 
primeiro molar inferior, que aparece na boca por volta dos seis anos de idade. 
*O prévio crescimento contínuo em tamanho das regiões dos maxilares 
situados posteriormente aos molares decíduos é o que proporciona o espaço 
necessário para os primeiros molares permanentes no arcos dentários. Em 
ambos os maxilares, os primeiros molares permanentes erupcionam em uma 
orientação mais ou menos perpendicular ao plano oclusal. Essa orientação 
perpendicular existe no sentbido mesio-distal bem como na direção buco-
lingual e está de acordo com a posição dos primeiros molares permanentes 
no interior dos maxilares antes que irrompam. Frequentemente a face mesial 
do primeiro molar permanente e a face distal do segundo molar decíduo 
adjacente não estão em íntimo contato. A presença de um diastema entre os 
dois dentes após a completa erupção do primeiro molar pode permanecer por 
alguns anos. 
 
 A relação ântero-posterior entre os dois primeiros molares 
permanentes oponentes após a irrupção depende de suas posições 
previamente ocupadas no interior dos arcos, da relação sagital entre a 
mandíbula e a maxila e das proporções coronárias mesio-distais dos molares 
decíduos superiores e inferiores. A respeito deste último, existe uma variação 
distinta entre os indivíduos, particularmente relativa ao segundo molar 
decíduo. Se as dimensões coronárias mesio-distais dos segundos molares 
decíduos inferiores e superiores forem aproximadamente as mesmas, a 
relação sagital entre as faces mesial e distal correspondentes será similar. 
Um ombro mesial se fará presente, anteriormente, nas faces mesiais e, 
posteriormente, nas faces distais dos dentes. O plano terminal terá um 
degrau mesial (Fig.4-1A). Se o segundo molar decíduo inferior for de 
dimensão coronária mesio-distal consideravelmente maior do que a superior 
– e este geralmente é o caso – então as faces distais dos dois segundos 
molares antagônicos ficarão mais ou menos em um plano. Sob estas 
condições oclusais, um plano terminal reto se fará presente (Fig. 4-1C). As 
consequências da variação nas formas do plano terminal para o contato 
inicial dos primeiros molares permanentes e a oclusão resultante estão 
indicadas na Figura 4-1. 
 
*Por erupção entende-se o movimento de um dente em direção oclusal; por 
irrupção, a perfuração do tecido gengival e o aparecimento do dente na 
cavidade oral. 
 
 Todavia, quando os molares decíduos são perdidos prematuramente 
ou as dimensões mésio-distais de suas coroas são reduzidas por cárie, se 
aplicam outras regras (Capítulo 15). A transição dos incisivos inferiores e 
superiores está explicada na Figura 4-2.Nesta ilustração, os dentes foram 
traçados em um mesmo plano. Esta representação tem uma desvantagem 
pela dificuldade de se obter uma melhor ideia das relações espaciais. 
A inclinação dos dentes emerupção e a relação entre os dentes 
permanentes em formação, com seus antecessores são coisas difíceis de 
compreender. A relação entre as dimensões dentárias e o tamanho da região 
associada em ambos os arcos não é perceptível, e as diferenças em 
tamanho e forma da mandíbula e maxila não se fazem evidentes. Para a 
indispensável compreensão tridimensional da transição dos incisivos 
inferiores e superiores, recomenda-se o Atlas de de Van Der Linden e 
Duterloo. 
 
 
 
 
 
 A localização dos incisivos e caninos permanentes em formação no 
interior dos maxilares é determinada, em parte, pelo tamanho das regiões 
dos maxilares que estes dentes estão ocupando e em parte, pelas dimensões 
das suas coroas. A formação inicial dos diferentes dentes inicia em níveis 
variados de altura. A altura desses níveis é mantida durante a continuidade 
da formação até que o movimento ativo do dente em direção ao plano oclusal 
inicie. A variação em altura dos níveis dos dentes em formação se reflete no 
seu comprimento individual final. Os caninos são os dentes mais longos na 
dentição permanente e são os elementos dentários que se formam mais 
distantes do plano oclusal. Inicialmente os caninos permanentes inferiores 
estão localizados próximos a parede cortical da borda inferior da mandíbula; 
os caninos superiores estão próximos a abertura piriforme. Como tal, os 
caninos superiores em formação estão numa distância maior do plano oclusal 
que os incisivos centrais, que se formam inferiormente a eles, em íntima 
proximidade com o soalho nasal. Os incisivos laterais superiores se formam 
num plano mais inferior, e atingem comprimento final menor do que os 
incisivos centrais superiores. 
 
 Uma noção adequada da variação nos níveis de altura que a formação 
dos diferentes dentes tenham começado, pode ser conseguida, com exceção 
dos terceiros molares, observando os níveis de altura nos quais as bordas 
incisivas e a ponta dos caninos estiveram situadas antes do início de seus 
movimentos ativos em direção do plano oclusal (Fig. 4-2A). Além disso, 
presume-se que uma comparação dos comprimentos dos dentes 
permanentes completamente formados pode prover informação num 
retrospecto a cerca da variação existente nos níveis de altura de formação 
(ver Fig. 8-5). Nesta, deve--se ter em mente que nem os dentes permanentes 
são formados ao mesmo tempo e que a duração de suas formações varia. O 
incisivo central permanente superior precede o lateral vizinho no início da 
mineralização, ainda que este último se localize mais próximo ao plano 
oclusal. O canino superior permanente se forma mais tarde do que o incisivo 
lateral; entretanto, situa-se consideravelmente mais acima. 
 
 A substituição dos dentes decíduos pelos permanentes acontece em 
duas fases distintas. No primeiro período transitório os incisivos são trocados. 
No segundo período transitório os caninos e os molares são substituídos 
pelos seus sucessores. Entre eles está o período intertransitório , o qual dura 
cerca de 1,5 ano. 
 
 Há uma marcante diferença entre os dois períodos transitórios, 
originada principalmente por diferenças nas condições morfológicas nas 
regiões anterior e posterior. Alguns aspectos dessas diferenças serão 
discorridos aqui. As coroas dos incisivos permanentes são substancialmente 
mais largas do que as coroas de seus correspondentes dentes decíduos. 
Além disso, os incisivos permanentes estão situados lingualmente aos seus 
antecessores. As partes em formação estão situadas na região onde as 
raízes dos dentes completamente erupcionados se localizarão. Esta região é 
menor que aquela formada mais tarde pelas coroas dos incisivos quando 
alcançarem o plano oclusal. O segmento formado pelas coroas dos incisivos 
e caninos permanentes totalmente erupcionados é mais largo do que o 
segmento formado pelos ápices daqueles dentes. Esta diferença é mais 
marcante na maxila do que na mandíbula, em parte, devido as coroas dos 
incisivos e caninos superiores permanentes serem mais largas do que os da 
mandíbula e em parte, porque quem contém os ápices na maxila está 
localizado mais dorsalmente do que na mandíbula. 
A situação na região posterior é diferente. Os pré-molares em formação 
localizam-se entre e abaixo das raízes de seus antecessores. Além do mais, 
pré-molares apresentam dimensões menores que seus antecessores. 
Ademais, a área onde os ápices dos pré-molares inferiores estarão 
localizados após a completa erupção e estabelecimento da oclusão está 
situada quase perpendicularmente abaixo da área onde as coroas se 
localizarão. Na maxila existe uma situação comparável, mas menos 
favorável, quando os pré-molares alcançam finalmente uma suave inclinação 
bucal. Entretanto, a diferença na inclinação entre os pré-molares e os 
incisivos é ainda maior na maxila do que na mandíbula, uma vez que os 
incisivos superiores estão consideravelmente mais inclinados para vestibular 
que os mandibulares oponentes (ver Fig. 7-2). 
A inclinação dos incisivos permanentes em ambos os maxilares diferem 
acentuadamente da inclinação de seus antecessores, os quais, como 
explicado, estavam orientados perpendicularmente ao plano oclusal. O 
espaço que contém os ápices dos incisivos e caninos decíduos no estágio da 
dentição decídua completa é apenas ligeiramente menor do que aquele que 
alojará mais tarde os ápices de seus sucessores totalmente irrompidos. 
Como os incisivos permanentes estão inicialmente localizados por lingual às 
raízes de seus predecessores, estes devem estar numa posição mais ou 
menos perpendicular às raízes do que inclinadas para vestibular. 
A transição dos incisivos é um processo complexo. Muitas variações 
encontradas não serão discutidas aqui. Para informação, consulte a literatura. 
A transição normal dos incisivos é apresentada na Figura 4-2. As mudanças 
ocorridas nos incisivos centrais direitos, inferiores e superiores, observadas 
no plano sagital e na relação desses dentes com os lábios são mostradas na 
Figura 4-3, juntamente com as mudanças no posicionamento dos primeiros 
molares permanentes direitos, inferiores e superiores e sua relação mútua. 
A perda de um dente decíduo é causada pela reabsorção de sua raíz e, em 
menor extensão, pela redução do osso que circunda, cervicalmente, a raíz 
decídua. Aos 4 anos de idade, parte das raízes dos incisivos centrais 
decíduos inferiores e superiores já foram reabsorvidos e partes das raízes 
não mais estão cobertas por osso 
Quando um dente decíduo esfoliado, parte do processo alveolar que 
circundava sua raiz desaparece. Durante a erupção dos sucessores, o 
processo alveolar que envolverá suas raízes é gradualmente reposto. Um 
dente permanente em erupção cria parcialmente seu próprio processo 
alveolar por meio de atividade osteogênica da membrana periodontal e do 
periósteo nas superfícies bucal e lingual adjacentes. 
Via de regra, em ambos os maxilares, várias semanas a alguns meses 
passarão antes que a esfoliação do incisivo decíduo seja seguida pelo 
aparecimento de seu sucessor. Este intervalo está relacionado, em parte, 
com a reconstrução do processo alveolar indicado acima e em parte, com a 
cicatrização do defeito gengival que está presente após um dente ter sido 
perdido. Além disso, geralmente há algum atraso devido ao fato que o 
sucessor tem de perfurar o tecido gengival adjacente. 
 
 
 
 
 
A DENTIÇÃO NO PERIODO INTERTRANSITÓRIO 
 
 No período intertransitório tanto o arco dentário maxilar quanto 
mandibular consistem de dentes decíduos e permanentes. Entre os quatro 
incisivos e os primeiros molares permanentes, estão localizados os caninos, 
os primeiros e os segundos molares decíduos em cada lado dos arcos 
dentários. Os incisivos superiores estão inclinados labialmente e um 
diastema central se faz presente. Frequentemente não existe contato entre 
os incisivos centrais e os laterais. Além disso, muitas vezes um diastema está 
presente no arco dentário superior na mesial do canino decíduo. Na 
mandíbula, os incisivos estãomenos inclinados para labial do que na maxila. 
Raramente existe um diastema entre os incisivos centrais inferiores. Todas 
as coroas dos incisivos geralmente estão em contato entre si e as coroas dos 
laterais contactam com as coroas dos caninos decíduos. 
 
 A posição dos incisivos, no período intertransitório, desvia-se da 
situação normal na dentição adulta, quando todos os incisivos estarão bem 
alinhados e em contato entre si. Todavia, a nítida aparência desarmônica, 
característica do primeiro período transitório, já desapareceu na sua maior 
parte. A assimetria de irrupção e as diferenças associadas aos níveis de 
altura e comprimentos das coroas clínicas dos dentes esquerdos e direitos 
correspondentes foram evidentes. Sob a influência da língua, os incisivos 
laterais inferiores atingem suas posições apropriadas no arco dentário, 
eliminando o posicionamento para lingual previamente existente. Pequenas 
rotações resultantes das giro-versões dos germes dentários muitas vezes 
encontradas na mandíbula são corrigidas pela pressão exercida pela língua e 
lábios se as condições de espaço no arco dentário permitirem este 
alinhamento final. Os contatos incisais entre os incisivos superiores e 
inferiores também podem favorecer esta melhora. 
 
 Os dentes decíduos ainda presentes estão geralmente muito 
desgastados neste estágio desenvolvimento. As pontas de cúspides 
aguçadas dos caninos e molares decíduos inicialmente presente têm 
desaparecido pela atrição e a morfologia oclusal aproxima-se de um plano. 
Na ausência de uma nítida intercuspidação, a relação ântero-posterior entre 
os dois maxilares não é estabilizada pela oclusão. O desenvolvimento 
anterior da mandíbula excedendo ligeiramente ao da maxila, encontra pouca 
ou nenhuma interferência de contatos oclusais e assim os dentes inferiores 
atingem uma posição suavemente mais mesial em relação aos superiores. 
 
 
 
 
 
 Não apenas as superficies oclusais, mas também as interproximais se 
desgastam com o uso normal, pela atrição das superfícies adjacentes 
durante a função. Os contatos proximais, tornam-se um plano e a dimensão 
mésio-distal da coroa reduz-se. Estas alterações causadas pela atrição são 
limitadas nas sociedades ocidentais modernas. Entretanto, num estilo de vida 
que requer uma maior atividade e uma função mais vigorosa da dentição, 
expondo os dentes a materiais com maior poder abrasivo, como grãos de 
areia, a atrição é consideravelmente maior. Presume-se que os molares 
decíduos necessitam do seu excesso, dimensões mésio-distais da coroa em 
relação aos seus sucessores, a fim de manter o espaço necessário aos pré-
molares mesmo depois de considerável desgaste proximal. 
 
 A angulação mésio-distal dos incisivos permanentes inferiores e 
superiores é determinada, em parte, pela posição das coroas dos caninos 
permanentes que ainda não irromperam. Estes estão em intima proximidade 
com as raízes dos incisivos laterais que geralmente convergem para apical. 
Antes que os caninos permanentes tenham irrompido e erupcionado, nenhum 
espaço torna-se disponível dentro dos maxilares para o movimento distal dos 
ápices dos incisivos laterais. A convergência apical inicia das raízes dos 
incisivos laterais e as alterações na angulação, seguinte a irrupção dos 
caninos permanentes, são mais evidentes na maxila do que na mandíbula. 
A formação radicular dos incisivos e molares já irrompidos, continuam 
durante o período intertransitório. Isto também se aplica aos dentes ainda 
não irrompidos. As raízes dos caninos permanentes, pré-molares e segundos 
molares permanentes gradualmente aumentam em comprimento. O espaço 
necessário a este propósito é provido pelo concomitantemente aumento em 
altura do processo alveolar de ambos os maxilares. 
 
 As raízes dos molares decíduos são reabsorvidas simultaneamente ao 
movimento dos pré-molares em direção oclusal. Parte do osso, cervical ao 
redor das raízes dos molares decíduos, também gradualmente desaparece. 
Um processo comparável ocorre ao redor das raízes dos caninos decíduos. 
O padrão de reabsorção dos caninos decíduos combina mais com a dos 
incisivos decíduos, embora estes, reabsorvem-se mais horizontalmente do 
que do lado lingual em virtude dos caninos permanentes estarem localizados 
mais apical em relação aos seus antecessores, do que os incisivos. 
O período intertransitório apresenta-se no crescimento de uma criança como 
uma fase bastante estável, com poucas alterações na dentição. Pelo menos 
esta é a impressão que se tem quando apenas o quadro intra-bucal é 
considerado.Entretanto, dentro dos maxilares, os processos descritos acima - 
reabsorção das raízes dos decíduos e redução circunjacente - ocorrem. O 
segundo período transitório é preparado por estes processos. Isto também 
assegura a continuidade da formação do dente permanente até a irrupção. 
Suas raízes aumentam em tamanho e as coroas dos terceiros molares 
quando presentes começam a mineralizar-se. Esta mineralização dos 
terceiros molares ocorre aproximadamente ao mesmo tempo em que 
bifurcação do segundo molar permanente adjancente está formada. Todos os 
dentes permanentes inferiores precedem os superiores na sua erupção. O 
mesmo ocorre com os terceiros molares inferiores que iniciam a 
mineralização antes de seus superiores. A situação da dentição no período 
intertransitório está ilustrado na Figura 5-1; uma secção sagital é mostrada na 
Figrura 4-3E. Para conseguir uma perspectiva melhor dos aspectos tri-
dimensionais na localização dos dentes no interior dos maxilares e sua 
relação mútua, consulte o Atlas de Van Der Linden e Duterloo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A TRANSIÇÃO DOS DENTES POSTERIORES E A ERUPÇÃO DOS 
SEGUNDOS MOLARES PERMANENTES - SEGUNDO PERIODO 
TRANSITÓRIO 
 
 Aproximadamente aos 10 anos de idade é esfoliado o primeiro dente 
decíduo na região posterior - geralmente o canino inferior. Isto ocorre após 
um ano e meio a irrupção do incisivo lateral superior, o segundo dos incisivos 
a irromper, que cerca de um ano após atinge o plano oclusal. Ao contrário da 
situação dos incisivos, há uma nítida variação na sequência de esfoliação 
dos dentes posteriores e na sequência de erupção dos seus sucessores. 
Geralmente não ocorre desvio na sequência de erupção na região anterior de 
ambos os arcos, uma vez que a localização dos incisivos permanentes antes 
do início da erupção e as condições de espaço no interior dos maxilares 
impede este fato. Um impedimento comparável não existe na região posterior 
da mandíbula e da maxila visto que os dentes permanentes estão mais 
separados antes de irromperem e não existe apinhamento intra-ósseo. Uma 
exceção a este respeito é a relação entre o primeiro pré-molar e o canino 
permanente na maxila. Durante a formação, estes dentes estão em íntima 
proximidade entre si, havendo um três passe vertical. O ângulo distal do 
canino permanente já mineralizado situa-se imediatamente vizinho à região 
cervical em formação do primeiro pré-molar. De modo correpondente, o 
primeiro pré-molar superior apresenta uma concavidade sobre a superfície 
mesial na junção (fossa canina). Uma concavidade mesial comparável está 
ausente, ou presente em forma reduzida, no segundo pré-molar superior cuja 
morfologia coronária assemelha-se muito à do primeiro pré-molar da maxila. 
De conformidade com a relação mútua existente entre o canino permanente e 
o primeiro pré-molar descrita acima, o pré-molar irrompe antes. Via de regra, 
apenas quando a condição de espaço é muito ampla, a ponto de ser 
comparável à situação da mandíbula, é que os caninos superiores irrompem 
antes dos primeiros pré-molares. Sob essas condições o pré-molar superior 
não atua como um obstáculo à erupção do canino permanente. 
 
 A sequência de erupção mais frequente dos elementos dentários 
posteriores permanentes na mandíbula é (1) canino, (2) primeiro pré-molar, e 
(3) segundo pré-molar. Na maxila é (1) primeiro pré-molar, (2) segundo pré-
molar e (3) canino. Estas sequênciassão apresentadas na Figura 6-1, que 
demonstra a transição nas regiões posteriores e a irrupção segundos molares 
permanentes. Os dois dentes relacionados acima como sendo os dois 
primeiros a irromperem em cada um dos arcos podem tornarem-se visíveis 
simultaneamente ou logo em seguida um do outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 Na mandíbula toda, o tipo de variação pode ocorrer na sequência de 
erupção dos caninos permanentes e pré-molares. O mesmo é válido para a 
maxila com a restrição, indicada acima, de que via de regra a erupção do 
primeiro pré-molar precede o canino permanente. Referente a frequências 
das diferentes sequências de erupção bem como às variações nas épocas de 
erupção e outras informações numéricas relevantes, dirija-se ao capítulo 17. 
Na maioria dos casos os segundos molares permanentes irrompem depois 
que todos os dentes decíduos tenham sido esfoliados e substituídos. 
Contudo, em muitos casos o segundo molar permanente irrompe quando o 
segundo molar decíduo ainda está presente (Fig. 6-2). 
 
 Em cada um dos maxilares as épocas de transição dos dentes 
homônimos esquerdos e direitos podem variar consideravelmente. A 
sequência de erupção também pode ser diferente nos dois lados dos 
maxilares. Além disso, a transição no arco inferior geralmente precede o arco 
superior. 
 
 O efeito da diferença nas dimensões mésio-distais coronárias dos 
segundos molares decíduos oponentes sobre a oclusão dos primeiros 
molares permanentes na região é explicado no capítulo 4. A sequência de 
erupção combinada dos dentes posteriores superiores e inferiores determina 
quando um plano terminal reto poderá ser eliminado. Estas alterações 
geralmente não ocorrem antes que o segundo molar decíduo inferior seja 
esfoliado e subsequentemente a oclusão dos primeiros molares permanentes 
seja melhorada. Em casos que apresentem um plano terminal com um nítido 
degrau mesial, geralmente evidenciam uma firme intercuspidação dos 
primeiros molares permanentes antes da transição dos dentes posteriores. 
Sob estas condições, não é necessária uma migração mesial do primeiro 
molar permanente inferior em relação ao superior e se ocorrer é apenas 
suave. 
 
 As dimensões coronárias mésio-distais dos pré-molares são menores 
do que as dos seus antecessores. Isto é verdadeiro particularmente para o 
segundo pré-molar inferior; em menor extensão para o segundo pré-molar 
superior e apenas suavemente para os primeiros pré-molares inferiores e 
superiores. A situação é inversa em relação aos caninos. 
 
 A coroa do canino superior permanente é consideravelmente maior do 
que a do seu antecessor decíduo. Na mandíbula a diferença é menos 
acentuada. Em ambos os arco dentários, o espaço extra necessário para as 
coroas dos permanentes que são mais longos geralmente está presente 
como diastema antes da perda dos seus antecessores. Além disso, parte do 
espaço extra remanescente após a troca dos molares decíduos pelos pré-
molares pode ser utilizado para melhorar a posição do canino, se necessário. 
Quanto à erupção dos caninos, o excesso de espaço é maior na mandíbula 
do que na maxila. As condições para um bom alinhamento são portanto mais 
favoráveis para o canino inferior do que para o superior. 
 
 Antes da transição, o canino permanente e os pré-molares se 
aproximam das coroas dos antecessores cuja raízes são reabsorvidas 
concomitantemente. A redução do osso alveolar também continua no limite 
cervical dos dentes que vão ser esfoliados. 
 
 As raízes dos molares decíduos reabsorvem-se quase completamente. 
Um pré-molar em erupção atinge a coroa de seu antecessor e finalmente 
penetra-o. A coroa do molar decíduo pode assemelhar-se a um chapéu sobre 
a coroa do pré-molar. Com frequência a face bucal da coroa de um pré-molar 
é visível antes da perda da coroa do molar decíduo. Após este ser esfoliado o 
pré-molar fica exposto. Não há intervalo entre a esfoliação de um molar e a 
irrupção do pré-molar sucessor, como observa-se na transição dos incisivos. 
Ao contrário, em geral um pré-molar não emerge após e sim antes da perda 
do seu antecessor. Outra diferença provavelmente associada com a situação 
nos incisivos é que o canal gubernacular dos pré-molares não termina na 
superfície bucal do osso alveolar por lingual aos antecessores, mas 
lingualmente no seu alvéolo. A este respeito, a situação nos caninos é 
comparável a dos incisivos; o canal gubernacular termina por lingual às 
coroas dos caninos decíduos na superfície oral do osso alveolar. Antes e 
durante a erupção a ponta da cúspide do canino permanente em ambos os 
maxilares está posicionado por lingual às raízes dos seus antecessores. 
 
 A face vestibular da coroa do canino permanente está mais 
posicionada para vestibular do que a coroa e a raiz do canino decíduo 
correspondente. Portanto, as coroas dos caninos permanentes são 
visivelmente observáveis e palpáveis em ambos os maxilares antes de 
irromperem. Este fenómeno está relacionado com a maior espessura 
vestivulo lingual da coroa do canino permanente (particularmente na maxila) 
e com a inclinação deste dente no interior dos maxilares, com a parte da raiz 
em formação, posicionada apenas suavemente para lingual à coroa 
(particularmente na mandíbula). 
 
 A posição prévia à irrupção dos pré-molares e caninos permanentes 
no interior dos maxilares já foi tratada nos Capítulos 4 e 5. Quanto mais 
próximos estes dentes do plano oclusal, mais eles afetam a morfologia oral 
das estruturas ósseas que os recobrem. Não apenas os caninos 
permanentes, mas também os pré-molares, particularmente os inferiores, 
tornam se palpáveis . 
 
 No mesmo arco dentário, a cronologia de erupção do primeiro e do 
segundo molar permanente está mais intimamente correlacionada com a dos 
dentes decíduos do que com a dos permanentes que têm antecessores (veja 
o Capítulo 17). Neste aspecto os dentes decíduos formam uma espécie de 
unidade com os molares permanentes, como também em relação à 
morfogênese, embora em geral, uma erupção precoce dos dentes decíduos 
esteja associada a uma transição precoce e vice-versa. Todavia, a correlação 
entre a erupção dos dentes decíduos e seus sucessores é menor do que a 
correlação indicada acima entre a erupção do primeiro e do segundo molar 
permanentes e a dos dentes decíduos. Esta diferença nas correlações está 
expressa na variação na sequência de erupção dos segundos molares 
permanentes e a dos pré-molares. Outro fator importante neste aspecto é o 
espaço disponível para a erupção dos segundos molares permanentes. Uma 
erupção relativamente tardia daquele dente pode ser causada por falta de 
espaço. Ligeiramente antes da erupção, os segundos molares permanentes 
não estão orientados quase perpendicularmente ao plano oclusal como 
ocorre com os primeiros molares. O prévio aumento dorsal das estruturas de 
suporte dentário em ambos os maxilares proporcionou amplo espaço para a 
erupção dos primeiros molares permanentes. Com a diminuição da 
velocidade de crescimento dos maxilares o espaço disponível para os 
segundos molares permanentes antes e durante a erupção é mais limitado. 
 
 Antes da irrupção, o segundo molar permanente inferior está 
orientado numa direção mesial e lingual, de acordo com sua orientação inicial 
durante a formação. A área da mandíbula onde inicialmente a coroa do 
segundo permanente e futuramente suas raízes são formadas, está situada 
relativamente mais para o lado vestibular e dorsal do que a posição que as 
coroas ocuparão após a oclusão ter sido alcançada. Na maxila, a situação é 
inversa. A coroa do segundo permanente em formação e posteriormente 
suas raízes, estão localizadas bem para palatino em íntima proximidade às 
raízes do primeiro molar permanente. A face oclusal está orientada nas 
direções bucal e distal. Após a irrupção, os segundos molares oponentes são 
levados em oclusão pelo mecanismo cone-funil (Fig. 2-2). Os dentes não 
começam a verticalizar e gradualmente estabelecerem uma boa inclinação 
vestíbulo-lingual antesque o contato oclusal seja alcançado. 
 
 A situação antes e depois da irrupção dos segundos molares 
permanentes superiores e mais tarde também a dos terceiros molares, de 
certa maneira assemelham-se à situação correspondente dos incisivos 
superiores. Antes da irrupção, as amplas coroas se acomodam numa área 
que futuramente tem que abrigar apenas as raízes relativamente mais 
estreitas. Após a irrupção e completa erupção de todos os dentes 
permanentes, as raízes dos incisivos tem um aumento apenas suave após a 
irrupção do primeiro molar permanente. Na região molar, a extensão posterior 
continua e não para até bem próximo do término do crescimento facial. A 
formação dos molares permanentes progride de modo correspondente como 
foi explicado antes. Além disso, o intervalo na cronologia de erupção entre os 
molares permanentes que irrompem subsequentemente é de seis anos, e 
não um ano, como ocorre nos incisivos permanentes adjacentes em um dos 
lados do maxilar. 
 
 A transição dos dentes posteriores e a erupção dos segundos molares 
são assuntos complexos e envolvem muitas características tridimensionais. 
Para maiores detalhes e melhor compreensão, consulte a literatura e o Atlas 
de Van der Linden e Duterloo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DENTIÇÃO PERMANENTE 
 
 
 A permanente é aqui discutida apenas no que se refere ao estágio 
final de desenvolvimento da dentição. É dada ênfase àqueles aspectos da 
dentição permanente possíveis de esclarecer o desenvolvimento prévio. Para 
informação referente a oclusão dos dentes individualmente, sua função e a 
fisiologia do sistema mastigatório consulte livros apropriados. 
 
 Na Figura 7-1 são apresentadas a posição dos dentes individual, a 
relação entre os arcos dentários, a oclusão e em parte, a distribuição de 
espaços. 
 
 Aproximadamente aos 13 anos de idade todos os dentes permanentes 
- com exceção dos terceiros molares eventualmente em formação - têm sua 
erupção completada. Subequentemente, suas raízes tornam-se mais ou 
menos igualmente distribuídas sobre o espaço disponível no interior dos 
maxilares. Esse deslocamento das raízes é de natureza gradual, leva anos 
para se completar e está limitado a região de incisivos superiores e inferiores. 
Os ápices dos incisivos laterais superiores deslocam-se para distal. Na região 
posterior da maxila, os espaços entre as raízes também tornam-se 
igualmente distribuídos sobre a área disponível. Este processo não pode 
terminar antes que os terceiros molares estejam completamente 
erupcionados. No caso de agenesia dos terceiros molares, o processo pode 
iniciar mais cedo e estar completo numa idade mais precoce. 
 
 Os ápices dos segundos e dos primeiros molares superiores podem se 
mover distalmente resultando numa mudança na orientação destes dentes. 
Esta mudança na orientação é evidenciada clinicamente pelo 
desenvolvimento da angulação mesial dos primeiros e segundos molares 
permanentes superiores. A crista marginal distal do primeiro molar superior 
se posiciona mais inferiormente do que a crista marginal mesial do segundo 
molar. Os outros dentes na maxila com exceção do segundo pré-molar 
também apresentam uma angulação mesial. Na mandíbula ambos os pré-
molares estão perpendicularmente orientados, o incisivo lateral e o canino 
estão angulados paramesial, similar aos os molares. 
 
 Os molares inferiores estão inclinados para lingual e os incisivos 
suavemente inclinados para labial. Os dentes posteriores da maxila estão um 
pouco inclinados para vestibular e os incisivos nitidamente inclinados para 
labial (Fig. 7-2). 
 
 
 
 
 A inclinação e a angulação ideal* dos dentes permanentes comumente 
descritas nos livros de odontologia não correspondem a situação geralmente 
encontrada naturalmente. A localização final dos ápices dos dentes 
permanentes é determinada principalmente pela morfologia de ambos os 
maxilares e pela condição de espaço neles existentes. A localização das 
coroas e a inclinação vestíbulo-lingual dos dentes são determinados 
predominantemente pela língua e pela musculatura peri-bucal (os lábios e as 
bochechas). A este respeito não apenas o tamanho e o volume das 
estruturas de tecido mole são importantes, mas também a posição ocupada 
quando em repouso são essenciais. Além disso, a maneira como funcionam 
estas estruturas é importante bem como outros aspectos funcionais normais 
e anormais da face. Deve ser enfatizado que a forma e o tamanho das coroas 
dentárias, os tecidos de suporte circunjacentes, as forças desenvolvidas e a 
maneira como o sistema mastigatório funciona, todos são fatores importantes 
na determinação das posições dentárias individuais. 
* Neste trabalho o termo "inclinação" aplica-se a orientação axial de um dente 
no sentido lábio-lingual ou buco-lingual; o termo "angulação" se refere a 
orientação de um dente no sentido mésio-distal. 
 
 
 Finalmente, se estabelece que a relação oclusal existente entre os 
dentes antagonistas na região posterior é mantida pelo contato estabelecido 
entre ambos os arcos dentários cada vez que os dentes entram em oclusão. 
Normalmente, se verifica este contato durante todos os atos de deglutição. 
Um indivíduo deglute entre 500 a 2000 vezes num período de 24 horas. 
Assim, a relação existente entre os dentes posteriores antagonistas é 
confirmada quando a oclusão habitual é estabelecida. Na manutenção da 
posição dos incisivos superior e inferior, a língua e os lábios desempenham 
uma função especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALGUNS ASPECTOS GERAIS DO DESENVOLVIMENTO NORMAL DA 
DENTIÇÃO 
 
 Nos capítulos anteriores, o desenvolvimento da dentição tem sido 
apresentado em fases separadas. Alguns aspectos relacionados ao 
desenvolvimento como um todo serão tratados aqui. Primeiro, as mudanças 
ocorridas nos dois arcos dentários e as alterações em suas relações entre o 
nascimento e a dentição adulta serão tratadas. Segundo, alguns aspectos da 
erupção serão discutidos. Finalmente, algumas observações gerais a respeito 
do desenvolvimento da dentição serão feitas. O conteúdo deste capítulo 
exige a repetição de algumas características discutidas anteriormente. 
 
 As regiões dos maxilares contendo os dentes, antes e após a irrupção, 
não aumentam gradativamente em tamanho. Além do mais, o aumento em 
tamanho das diferentes regiões varia distintamente em quantidade e em 
época. As secções de ambos os maxilares alojando os dentes decíduos, 
desde os incisivos centrais até os primeiros molares decíduos, cresce 
consideravelmente do nascimento aos 6-8 meses de idade. Daí em diante, o 
aumento é limitado. A largura dos arcos dentários aumenta apenas 
suavemente como é expresso pelo limitado aumento da distância 
intercaninos. Entre os primeiros molares decíduos o aumento é ainda menor 
(veja também o Capítulo 17). Um aumento limitado comparável ocorre na 
profundidade do arco dentário, medido como a distância da face labial dos 
incisivos centrais ao centro de uma linha tangente às faces distais dos 
primeiros molares decíduos. O limitado aumento nas dimensões das secções 
dos arcos dentários discutidas aqui não restringe-se ao período do 
desenvolvimento da dentição decídua. Também aplica-se ao subsequente 
desenvolvimento até a idade adulta. 
 
 As alterações transversais e em profundidade ocorridas após o 
estabelecimento da dentição decídua, estão associadas principalmente aos 
processos que acompanham as transições. Em ambos os arcos dentários o 
aumento na distância intercaninos decíduos ocorre principalmente durante o 
processo de substituição dos incisivos. O segundo surto no aumento da 
distância intercaninos está associado à transição dos caninos. Os caninos 
permanentes alcançam uma posição ligeiramente mais vestibular no arco 
dentário do que seus antecessores. A diferença a esse respeito é mais nítida 
no arco dentário maxilar que no mandibular. Geralmente, ocorre um aumento 
gradual, contínuo e limitado nas dimensões transversas correspondentes, 
intermolares decíduos/pré-molarese molares permanentes direito e esquerdo 
desde o estágio da dentição decídua completa até o estágio adulto. Esses 
aumentos dimensionais na largura do arco dentário são maiores na região 
anterior do que região posterior e são menores na mandíbula do que na 
maxila. Esta diferença no aumento das dimensões transversais do arco 
dentário está relacionada com o maior deslocamento ventral do arco dentário 
mandibular do que o do arco maxilar, durante o desenvolvimento normal da 
relação transversal adequada entre os dentes posteriores antagonistas é 
mantida. 
 
 Os aumentos descontínuos nas dimensões transversas do arco 
dentário na região canina, relacionados com as transições, são superpostos 
àqueles de natureza mais contínua e correspondem a aumentos comparáveis 
ocorridos nas dimensões transversais mais posteriores do arco dentário. As 
alterações nos arcos dentários estão ilustradas na Difura 8-1 até 8-4. Os 
desenhos dos lados esquerdos e direitos nessas figuras são essencialmente 
os mesmos. A única diferença é a espessura e a continuidade das linhas e a 
presença dos padrões oclusais. Nos desenhos A e B em cada figura, o 
estágio mais precoce está acentuado; nos desenhos C e D, o estágio é 
tardio. O arco dentário da dentição decídua completa, em ambos os 
maxilares descreve um plano oclusal aproximadamente horizontal. Uma 
sobremordida (trespasse vertical dos incisivos superiores e inferiores) 
raramente se faz presente. Após a transição, os incisivos permanentes 
superiores e inferiores irrompem além dos seus antecessores. O resultado é 
uma sobremordida. Uma sobreposição de um terço da altura da coroa 
clínica* do incisivo centra inferior, medida perpendicularmente ao plano 
oclusal, é considerada normal. Durante período intertransitório esta 
sobreposição é geralmente um pouco maior. Isto também é verdadeiro para a 
sobressaliência associada. Por sobressaliência (trespasse sagital) se 
entende a distância entre a face labial da borda incisal do incisivo central 
superior e a superfície labial do incisivo central inferior, medido paralelo ao 
plano oclusal. Do segundo período transitório em diante, os incisivos 
superiores e inferiores começam a verticalizar. Suas inclinações labiais 
diminuem. A sobremordida e a sobressaliência tornam-se menores. 
 
 A dentição permanente não tem um plano oclusal horizontal e sim um 
plano indicado pelo termo "curva de Spee." Por este termo se entende a 
curva imaginária que pode ser construída através das cúspides bucais e das 
bordas incisais dos dentes no arco dentário. Observando-se lateralmente, 
esta curva é côncava na mandíbula. Os molares e incisivos inferiores estão 
posicionados mais superiormente do que os dentes que se situam entre eles. 
Na maxila a situação é reversa. A curva de Spee não se faz presente na 
dentição decídua; ela desenvolve-se durante o primeiro período transitório e 
estabiliza-se na dentição adulta. 
 
 A posição relativamente dorsal da mandíbula em relação a maxila, 
presente inicialmente ao nascimento, será reduzida em grande parte durante 
o primeiro ano vida pós-natal. Neste ano a mandíbula demonstra um 
desenvolvimento ventral maior que a maxila. Este processo continua, embora 
suavemente, nos anos seguintes até que o crescimento facial seja 
completado. Devido a esta ligeira diferença no desenvolvimento ventral entre 
os dois maxilares, a relação sagital entre os dois arcos dentários é alterada. 
Os dentes inferiores gradualmente alcançam uma posição mais ventral em 
relação aos dentes superiores. Este fenômeno é, em parte, responsável por 
alterações na oclusão de topo-a-topo (plano terminal reto dos segundos 
molares decíduos), para uma intercuspidação normal e sólida. Uma boa 
oclusão do primeiro molar permanente envolve uma posição mais anterior da 
face mesial do primeiro molar inferior em relação ao primeiro molar superior e 
de metade da largura mésio-distal da coroa do pré-molar. Na maioria dos 
casos, a passagem da relação de topo-a-topo dos primeiros molares 
permanentes para a relação normal é efetuada em grande parte através da 
maior migração mesial do primeiro molar permanente inferior do que a do 
superior. A possibilidade desta migração mesial desigual existir é devida a 
diferença nas dimensões coronárias mésio-distais entre os molares decíduos 
e os pré-molares ser maior na mandibula do que na maxila. Em particular, os 
segundos molares decíduos inferiores são frequentemente mais largos nos 
casos de um plano terminal reto (veja capítulo 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Um terceiro fator de importância na obtenção da oclusão molar é 
formado pelo fechamento na direção mesial dos diastemas na mandíbula. Em 
particular, um grande diastema entre os primeiros molares decíduos e 
caninos (no qual os caninos decíduos superiores ocluem) pode contribuir 
para um melhoramento da relação do primeiro molar permanente. 
 
 O processo de erupção dos dentes decíduos difere daquele dos 
dentes permanentes, que são precedidos pelos dentes decíduos. No recém-
nascido, os dentes em formação não estão cobertos por osso oclusalmente. 
A irrupção se faz, em parte, pela reabsorção de camadas ósseas promovida 
pelo elemento dentário e em parte, por um aumento na velocidade de 
erupção. Diferente dos molares decíduos, os molares permanentes estão 
inicialmente envoltos por osso oclusalmente e apresentam uma fase pré-
eruptiva. Subsequentemente, eles irrompem por um processo comparável ao 
descrito acima para os molares decíduos. Àquele respeito, os molares 
permanentes correspondem mais aos dentes decíduos do que os dentes 
permanentes correspondem aos seus antecessores. 
 
 Os pré-molares erupcionam seguindo o trajeto de reabsorção radicular 
dos molares decíduos e do osso inter-radicular. Não há mais osso a ser 
removido para a passagem das coroas dos pré-molares, como ocorre nos 
incisivos e caninos permanentes. Os incisivos e os caninos permanentes não 
irrompem no mesmo lugar que seus antecessores, mas ligeiramente mais 
para lingual; além disso eles têm as coroas maiores que seus antecessores. 
Uma passagem especial e ampla deve ser preparada para a irrupção das 
coroas dos incisivos e caninos permanentes. As diferenças aqui indicadas 
acerca dos processos relacionados com a irrupção dos pré-molares, incisivos 
e caninos permanentes estão correlacionados com as diferenças entre os 
dois grupos na época decorrida entre a perda dos dentes decíduos e o 
aparecimento de seus sucessores. Este lapso de tempo é geralmente menor 
para os caninos do que para os incisivos. O intervalo é negativo para os 
molares decíduos e pré-molares, uma vez que estes geralmente já têm 
irrompidos antes da esfoliação dos molares decíduos. 
 
 Finalmente, observa-se que um dente decíduo até o final de sua 
presença na cavidade oral não está mais sustentado pelas fibras que o 
conectam ao osso alveolar. Apenas as fibras que partem do remanescente 
radicular à gengiva mantém o dente inserido. Esta limitada fixação prestes à 
esfoliação, permite evidente mobilidade do elemento dentário, além de 
permitir ao dente decíduo atingir uma posição final que desvia-se 
significativamente do local previamente ocupado no arco dentário. 
 
 Os dentes permanentes geralmente começam a erupcionar quando 
essas raízes atingem cerca de um quarto do seu comprimento final. Dois ou 
três anos decorrem antes deles subsequentemente irromperem a camada 
óssea que os recobrem. Naquele estágio dois terços da raiz estão formados. 
Após aproximadamente meio ano o tecido gengival é perfurado. Uma vez 
irrompido segue-se de uma erupção inicialmente rápida e metade da coroa 
anatômica é visivel em torno de 4 meses. Oito meses após a irrupção, cerca 
de quatro quintos da altura da coroa estão evidentes. 
 
 Após um dente irrompido alcançar seu antagonista, a relação com este 
último determinará o tipo de contato oclusal que será estabelecido. 
Usualmente o estabelecimento do contato oclusal estará relacionado com 
mudanças na localização, inclinação e angulação.As raízes ainda não estão 
formadas completamente. Em geral, a parte em formação de um dente 
permanece mais ou menos no mesmo lugar. Um deslocamento de um dente 
relacionado com o estabelecimento do contato oclusal afetará a relação entre 
a parte da raiz já formada e a parte do dente em formação. Pode resultar em 
desvios nos ápices radiculares. Esses desvios apicais podem tornar-se 
menores anos depois pela deposição secundária de cemento. Muitos 
adolescentes e adultos jovens têm desvios apicais que podem causar 
complicações clínicas durante as extrações dentárias. 
 
 As alturas dos níveis de formação dentária inicial (e também tardia) 
estão localizadas em relação ao plano oclusal e provavelmente 
correlacionadas com o comprimento em relação ao plano oclusal e 
provavelmente correlacionada dentário final a ser atingido (Fig. 8-5). 
Apresenta-se a hipótese de que as diferenças nos comprimentos finais dos 
dentes permanentes – com a exceção dos terceiros molares – estejam 
relacionadas com as diferenças na altura dos níveis da formação dos dentes 
individualmente. De acordo com esta hipótese está a observação que os 
caninos permanentes, que resultarão nos dentes mais longos, são formados 
mais distantes do plano oclusal. Além do mais, apesar de bem mais curtos, 
os incisivos laterais superiores são formados mais próximos ao plano oclusal 
do que os incisivos centrais, que alcançarão um comprimento dentário maior. 
A situação ilustrada na Figura 8-5 é a mais comum. Entretanto, uma certa 
variação existe a respeito. 
 
 A época de início da mineralização dos dentes individualmente no 
interior dos maxilares difere de modo marcante. O segundo molar 
permanente começa sua mineralização visivelmente mais tarde que o 
primeiro molar; o mesmo se aplica ao terceiro molar em relação ao segundo. 
Além disso, o segundo molar irrompe aproximadamente seis anos mais tarde 
do que o primeiro molar. O terceiro também segue o segundo após seis anos 
aproximadamente. Contudo, os níveis á que as raízes dos primeiros e 
segundos são formadas estão quase na mesma altura em cada um dos 
maxilares. Os ápices radiculares de um primeiro molar permanente quase 
completamente formados estão diretamente adjacentes à parte em formação 
da bifurcação do segundo molar em desenvolvimento (compare a Fig. 5-1). O 
terceiro molar inicialmente se forma no ramo ascendente da mandíbula, 
localizado mais superiormente. A mineralização das suas pontas de cúspides 
começam próximo ao nível do plano oclusal. 
 
 Subsequentemente o terceiro molar inferior gradualmente alcança uma 
posição mais inferior a medida que os outros dentes continuam seu 
deslocamento vertical. Na maxila o terceiro molar forma-se mais cranialmente 
na região da tuberosidade maxilar do que o segundo molar permanente. 
 Os dentes decíduos estão orientados aproximadamente perpendicular em 
relação ao plano oclusal. Isto se aplica a inclinação buco-lingual bem como à 
angulação mésio-distal. Em algum sentido esta orientação perpendicular é 
considerada em parte para a localização dos incisivos e caninos 
permanentes por lingual às raízes antecessores. Os pré-molares em 
formação estão situados entre as raízes de seus antecessores. Os molares 
decíduos tem raízes acentuadamente divergentes e uma bifurcação em 
íntima proximidade à coroa dos pré-molares. 
 
 Típico de regiões dos molares decíduos e dos primeiros molares 
permanente é a ausência de apinhamento no desenvolvimento normal da 
dentição. O contrário se observa quanto ao segundo e terceiro molares 
permanentes superiores. A região da maxila na qual esses dentes formados 
estão não alcança seu tamanho definitivo na época em que as coroas 
tenham se formado. Neste sentido, a formação dos dentes antecede o 
crescimento maxila na região da tuberosidade. O segundo e terceiro molares 
permanentes superiores em formação estão orientados no sentido disto-
bucal. A medida em que estes dentes se formam e descem mudam a sua 
orientação. Entretanto, ao irromper a angulação distal e inclinação bucal 
ainda estão presentes, embora de forma reduzida. Só depois que todos os 
dentes permanentes na região molar da maxila tenham erupcionado 
totalmente e tenham alcançado a oclusão é que os terceiros molares podem 
começar a mudar a orientação para uma angulação e inclinação normais. 
 
 No entanto, crescimento adicional na região da tuberosidade contribui 
levemente para o espaço que de início era tão pouco para alojar as coroas 
dos segundo e terceiros molares permanentes superiores harmonicamente. 
Além do mais, raízes dos segundo e terceiro molares superiores são 
menores em diâmetro do que suas coroas. 
 
 Consequentemente, diante da completa erupção as raízes têm amplo 
espaço e os dentes podem alcançar uma correta angulação e inclinação. 
A situação na mandíbula é diferente. Os molares inferiores permanentes são 
inicialmente formados na região de encontro do ramo ascendente. Durante 
seu desenvolvimento, os molares permanentes estão posicionados mais 
posteriormente na mandíbula do que suas coroas estarão localizadas após a 
oclusão ter sido estabelecida mais tarde. Na direção transversa, as coroas 
são inicialmente formadas numa área onde mais tarde as raízes posicionar-
se-ão. Esta área está localizada mais para vestibular em relação ao futuro 
posicionamento da superfície oclusal após a oclusão ter sido estabelecida. 
Não existe apinhamento como ocorre na área da maxila. Problemas na 
região inferior não surgem a menos que o crescimento do corpo da 
mandíbula seja insuficiente. Assim, o último molar pode alcançar uma 
posição mais vertical e irromper sem problemas. 
 
 Na parte anterior de ambos os maxilares, os incisivos e caninos 
decíduos, bem com permanentes, são formados numa situação de 
apinhamento como explicado antes. Precedendo a irrupção dos dentes 
decíduos, o crescimento de ambos os arcos é tão grande que os dentes 
podem alinhar-se e alcançarem uma posição harmoniosa antes de 
aparecerem na cavidade bucal. Este não é o caso para os incisivos e caninos 
permanentes porque o crescimento dos arcos requerido para este propósito 
não se concretiza. Além disso, se um extensivo crescimento ocorresse 
ambos os arcos iam se tornar tão grandes que diastemas se desenvolveriam 
e poderiam permanecer. Os incisivos permanentes não se inclinariam 
labialmente, mas ficariam posicionados mais ou menos perpendicular aos 
maxilares, como eram os incisivos decíduos. 
 
 A ausência de uma correção espontânea das posições apinhadas dos 
incisivos permanentes inferiores e superiores antes da erupção está 
relacionada ao fenômeno que estes desenvolvem numa região insuficiente 
para o alojamento temporário das coroas, mas designada a acomodar 
somente as pequenas raízes mais tarde. Consequentemente a transição dos 
incisivos inferiores e particularmente, dos incisivos superiores, está associada 
com o posicionamento temporário dos dentes permanentes, que parecem 
desarmoniosos quando comparados com uma situação adulta ideal. Por 
conseguinte, esta situação deve ser considerada normal e típica para um 
desenvolvimento harmonioso da dentição. Uma interferência neste processo 
normal é indesejável. 
 
 O desenvolvimento da dentição desvia-se marcadamente do 
desenvolvimento de muitas outras partes e estruturas do corpo. As coroas 
dos dentes são formadas diretamente nos seus tamanhos definitivos e são 
alojadas no interior dos maxilares por anos antes delas poderem erupcionar. 
Além do mais, os maxilares têm que conter não somente as raízes dos 
dentes decíduos, mas também as partes em formação e relativamente largas 
dos dentes permanentes, simultaneamente. Em algumas regiões, tal como na 
região dos incisivos superiores, este aglomerado de dentes decíduos e 
permanentes está acondicionado num espaço que mais tarde terá de conter 
apenas as raízes dos dentes permanentes com diâmetro relativamente 
menores. 
 
 Estudando o desenvolvimento da dentição, tem-se a impressão da 
complexidade dos diferentes processos

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