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02-Princípios básicos das radiações ionizantes

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Princípios Básicos das Radiações 
Ionizantes 
DSc. Lidia Vasconcellos de Sá 2019 
I Simpósio sobre Exposição Ocupacional a Radiações Ionizantes no Brasil 
2 
A RADIAÇÃO FAZ PARTE DA NOSSA VIDA 
80% da exposição à radiação é proveniente de 
fontes naturais e apenas 20% de fontes artificiais 
feitas pelo ser humano, principalmente de 
aplicações da radiação na medicina 
História 
Wilhelm 
Conrad 
Roentgen 
(1845-1923) 
descobre o 
raios X em 
1895 
Dr. Edwin Frost (1866-1935) primeiro 
diagnóstico com raios X em 1896 
Marie Curie 
(1867–1934) 
radioatividade 
de elementos 
naturais 
Henri 
Becquerel 
(1852–1908) 
experimentos 
com filmes 
fotográficos 
Primeira radiografia em 1986 
da mão da esposa de Roentgen 
Mihran Kassabian (1870-1910) meticulosamente fez 
anotações e fotografou suas mãos durante progressiva 
necroses e uma series de amputações, esperando 
coletar dados que fossem uteis após sua morte 
História 
Radium Girls 
1917: Com a 1ª guerra declarada, centenas de norte-
americanas da classe trabalhadora correram para as 
fábricas onde pintariam relógios e mostradores militares 
com o elemento químico rádio, descoberto por Marie Curie 
em 1989 
 
1922: Primeira morte 
 
1927: reconhecimento do efeito nas trabalhadoras 
6 
Em 1898, Pierre e Marie Curie anunciavam, a 
partir de compostos de urânio, a descoberta de 
um material altamente radioativo, que 
chamaram de RADIUM. Era constituído de três 
tipos de raios; um deles foi chamado de RAIOS 
GAMA, com menor energia, porém maior 
capacidade de penetração 
Nas duas décadas seguintes, vários eventos aconteceram: 
 
 produção de fontes poderosas de RX e Raios Gama; 
 gramas de Rádio forma isoladas; 
 E. O. Lawrence e colaboradores iniciaram o desenvolvimento do acelerador 
linear, que levou à invenção de Cíclotrons; 
 os riscos do uso da radiação foram reconhecidos e regras forma 
estabelecidas e a ICRP (International Commission on Radiological 
Protection) publicou seu primeiro relatório em 1928; 
Necessidade de realizar estudos 
dos efeitos das radiações ionizantes 
Efeitos 
biológicos 
causados pela 
radiação 
Definir 
grandezas 
para 
quantificar 
causas e 
efeitos 
Classificação 
dos tipos de 
radiação 
Mecanismos de 
Proteção contra 
efeitos não 
desejados 
8 
Radiação é energia que viaja sob a forma de partículas de alta velocidade 
(radiação de partículas) ou ondas (radiação eletromagnética) 
 
A radiação de partículas ocorre quando um átomo instável (ou radioativo) se 
desintegra. 
 
A radiação eletromagnética (EM), por outro lado, não tem massa e viaja pelas 
ondas. A radiação EM pode variar de energia muito baixa para energia muito alta, 
e chamamos esse espaço de espectro eletromagnético. 
 
Dentro do espectro EM, existem dois tipos de radiação 
 
- ionizantes 
- não ionizantes 
CLASSIFICAÇÃO 
9 
UNEP BOOK 
CLASSIFICAÇÃO 
10 
RADIAÇÃO IONIZANTE é a radiação que possui energia suficiente para ionizar 
átomos e moléculas, ou seja é capaz de arrancar um elétron de um átomo ou 
molécula. 
 
O termo radiação ionizante refere-se a partículas capazes de produzir 
ionização em um meio. 
 
Pode ser 
 
 diretamente ionizante: partículas carregadas como elétrons, 
pósitrons, prótons, alfas 
 indiretamente ionizante: aquela sem carga, como fótons (raios X e gama) 
e nêutrons 
 
A energia mínima típica da radiação ionizante é cerca de 10 eV. 
 
 
RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE como, por exemplo, ondas de rádio, luz visível, 
ou radiação ultravioleta, não tem energia suficiente para arrancar os elétrons 
CLASSIFICAÇÃO 
TIPOS DE RADIAÇÃO IONIZANTE 
 
 
• ALFA: NÚCLEO DE HÉLIO = 2 PROTONS + 2 NEUTRONS
 CARGA POSITIVA, ALTA IONIZAÇÃO ESPECÍFICA 
 
• BETA: ELÉTRON COM CARGA NEGATIVA OU POSITIVO 
 MASSA 1/7000 DA PARTÍCULA ALFA 
 MENOR IONIZAÇÃO ESPECÍFICA 
 
 
CORPUSCULARES 
 
• RAIOS X 
 
• GAMA 
 ELETROMAGNÉTICA 
SEM MASSA E SEM CARGA 
ALTO PODER DE PENETRAÇÃO NA MATÉRIA 
12 
APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO IONIZANTE 
INDÚSTRIA 
PESQUISA MEDICINA 
COMÉRCIO 
SEGURANÇA 
SERVIÇOS 
 Instalações de irradiação 
 Reatores nucleares 
 Instalações de produção de radioisótopos 
 Teste de materiais (fontes seladas) 
 Teste de materiais (dispositivos de raios X) 
 Aparelhos radiológicos e de radioterapia (medicina, pesquisa) 
 Radionuclídeos não selados (medicina, pesquisa) 
 Transporte 
 ....... 
 
13 
APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO IONIZANTE 
 Radiografia industrial 
 Radiografia Beta 
 Fluorescência de raios X 
 Captura de elétrons 
 Análise de captura de nêutrons 
 e ativação 
 Medidor gama por backscatter 
 Termalização de nêutrons 
 Absorção gama seletiva 
 Medicina Nuclear 
 Diagnóstico Médico 
 Braquiterapia 
 Teleterapia 
 Irradiação para cross-linking 
Esterilização 
 Detectores de fumaça 
 Mantas de lanterna 
 RTG 
EQUIPAMENTOS EMISSORES DE RADIAÇÃO IONIZANTE 
FONTES NÃO SELADAS EMISSORAS DE RADIAÇÃO IONIZANTE 
FONTES SELADAS EMISSORAS DE RADIAÇÃO IONIZANTE 
14 
APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO IONIZANTE 
INDÚSTRIA 
PESQUISA MEDICINA 
COMÉRCIO 
SEGURANÇA 
SERVIÇOS 
15 
EXPOSIÇÃO DO OPERADOR 
EXPOSIÇÃO EXTERNA EXPOSIÇÃO INTERNA 
Contaminação 
 Irradiação ou exposição externa: exposição do corpo humano à fontes de 
radiação externas ao mesmo 
 
 Irradiação interna: resulta da entrada de material radioativo no corpo humano 
através de ingestão, inalação, ferimentos ou por absorção direta da pele 
 
16 
PENETRAÇÃO OU ALCANCE 
17 
PENETRAÇÃO OU ALCANCE 
 
LET 
 
Linear Energy Transfer 
Transferência linear de Energia 
 
Deposição de Energia no unidade de 
percurso 
 
LET = dE/dx 
E: energia 
x: distância 
 
Alto LET: Partículas alfa, beta e nêutrons 
 
Baixo LET: Raios X, Gama 
18 
EFEITO BIOLÓGICO 
RBE 
 
Relative Biological Effectiveness 
Eficácia Biológica Relativa 
 
Na radiobiologia, a eficácia biológica relativa é a razão da eficácia biológica de 
um tipo de radiação ionizante em relação a outra, dada a mesma quantidade de 
energia absorvida 
 
A RBE é um valor empírico que varia dependendo das partículas, energias 
envolvidas e quais efeitos biológicos são considerados relevantes 
 
RBE = Dx/Dr 
 
Dx: Dose absorvida para a radiação x 
Dr: Dose absorvida para a radiação r que 
causa o mesmo efeito biológico de Dx 
 
A radiação 
atinge o núcleo 
da célula 
Sem Alteração 
Mutação no DNA 
Exposição da Célula 
O QUE A RADIAÇÃO PODE FAZER AO CORPO HUMANO 
Mutação no DNA 
Célula 
sobrevive com 
mutação 
Câncer? 
Morte celular 
Mutação 
reparada 
Célula não viável 
Célula viável 
APÓS EXPOSIÇÃO DA CÉLULA 
O QUE A RADIAÇÃO PODE FAZER AO CORPO HUMANO 
MORTE CELULAR 
Radiosensibilidade 
 RS = Probabilidade de uma célula, 
tecido ou órgão sofrer um efeito por 
unidade de dose 
 
 Bergonie e Tribondeau (1906): “LEI RS”: 
RS será maior se a célula: 
 é altamente mitótica 
 é não diferenciada 
RADIOSENSIBILIDADE (RS) 
ALTA RS MÉDIA RS BAIXA RS 
Medula 
óssea 
Baço 
Glândula 
Vascular 
Linfonodos 
Gônadas 
Cristalino 
Linfócitos 
Pele 
Mesoderma 
Órgãos 
(fígado, 
coração, 
pulmão…) 
Músculo 
Ossos 
Sistema 
nervoso 
MORTE 
CELULAR 
DANO NO 
ÓRGÃO 
MORTE DO 
ORGANISMO 
CÉLULA 
MODIFICADA 
CÉLULA 
SOMÁTICA 
LEUCEMIA 
CÂNCER 
CÉLULA 
GERMINATIVA 
FEITOS 
HEREDITÁRIOS 
EFEITO 
DIRETO INDIRETO 
DANO 
PRIMÁRIO 
REPARO 
EFEITOS 
ESTOCÁSTICOS 
EFEITOS 
DETERMINÍSTICOS 
Resumindo 
os efeitos... 
EFEITOS DETERMINÍSTICOS 
Dose (mSv) 
100% 
Probabilidade de morte 
celular 
EFEITOS ESTOCÁSTICOS 
São aqueles em que a probabilidade de ocorrência é proporcional à dose de 
radiação recebida, sem a existência de limiar 
 
Há várias controvérsias sobre o tema de efeitos em exposições a baixas 
doses e baixas taxas de dose, mesmo abaixo dos limites estabelecidosem 
normas e recomendações de radioproteção. Entre os efeitos mais estudados 
destaca-se o câncer 
 
As controvérsias se baseiam principalmente no fato de que não há marcação 
para se diferenciar uma doença que tenha sido radioinduzida de sua 
incidência normal na população em estudo 
 
Se definem probabilidades de ocorrência e fatores de risco para estimativas 
populacionais 
 
O conceito de detrimento utilizado em radioproteção envolve a combinação 
da probabilidade de ocorrência, severidade (gravidade) e tempo para a 
manifestação de um determinado dano 
 A radiação ionizante representa um risco 
 
 É necessário limitar e restringir as doses individuais 
 
 Isso requer a implantação de um sistema de proteção que 
assegure que as doses recebidas sejam baixas 
 
 Quantidades e unidades específicas são necessárias de 
forma a expressar o risco da exposição à radiação, 
estabelecer limites e conduzir as atividades de proteção 
em cada prática 
 
CONSIDERAÇÕES 
28 
COMO QUANTIFICAR O RISCO? 
GRANDEZAS DOSIMÉTRICAS 
Se dividem em: 
 
 físicas 
 de proteção 
 operacionais 
ATIVIDADE 
(Bq) 
DOSE 
ABSORVIDA 
(Gy) 
DOSE EFETIVA 
(Sv) 
DOSE 
EQUIVALENTE 
(Sv) 
EXPOSIÇÃO 
(mR/h) 
(Radio)atividade (física) 
 
Medida da taxa de desintegração 
nuclear (decaimento) de um 
determinado radioisótopo A = DN/DT 
 
A unidade no SI é o Bequerel (Bq) ou 
uma desintegração por segundo (s-1) 
 
Unidade tradicionalmente 
denominada Curie, onde 
1 Ci ou 3,7.1010 Bq 
30 
QUANTIDADES 
Fonte dentro 
ou fora do 
corpo 
Emissão 
Fator 
de 
peso 
do tecido 
wT 
Dose 
Equivalente 
Órgão ou 
Tecido 
Órgão ou 
 Tecido 
Dose 
Absorvida 
média 
 
Fator 
de peso 
 da 
radiação 
wR 
Dose 
Efetiva 
DT(Gy) HT(Sv) E(Sv) 
Exposição Ocupacional - Todas as exposições de trabalhadores derivadas 
de seu trabalho 
Exposição Médica - Exposição de pacientes como parte de seu próprio 
tratamento ou diagnóstico médico ou odontológico; por pessoas, outras que 
não as ocupacionalmente expostas, enquanto voluntárias na ajuda e suporte 
a pacientes; por voluntários em um programa de pesquisa biomédica 
envolvendo sua exposição 
Exposição do público - Exposição de membros do público proveniente de 
fontes de radiação, excluindo qualquer exposição médica ou ocupacional e a 
radiação natural do local, mas incluindo exposições de práticas e fontes 
autorizadas e de situações de intervenção 
Exposição potencial - Exposição cuja ocorrência não pode ser prevista com 
certeza, mas que pode resultar de um acidente envolvendo diretamente uma 
fonte de radiação ou em consequência de um evento ou de uma série de 
eventos de natureza probabilística 
TIPOS DE EXPOSIÇÃO 
32 
33 
RISCO 
ICRP 
Efeito População 
Período de 
Exposição 
Probabilidade 
Efeitos 
hereditários 
População Tempo de vida 1 %/Sv (todas as 
gerações) 
Câncer fatal População 
 
Tempo de vida 5 %/Sv 
Câncer fatal População Idade 18-65 4 %/Sv 
Detrimento População Tempo de vida 7,3 %/Sv 
Detrimento População Idade 18-65 5,6 %/Sv 
Por que necessitamos da 
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ? 
O que a radiação pode causar? 
 Morte 
 Queimaduras na pele 
 Catarata 
 Infertilidade 
 Câncer 
Quem deve ser protegido? 
 Trabalhadores 
 Pacientes 
 Membros de suas famílias 
 Público em geral 
 Meio ambiente 
Como proteger? 
PROTEÇÃO 
RADIOLÓGICA 
JUSTIFICAÇÃO 
LIMITAÇÃO 
DE DOSE 
OTIMIZAÇÃO 
 Evitar o surgimento dos efeitos determinísticos mantendo as 
doses abaixo dos limites aplicáveis e assegurando que se 
tomem todas as medidas possíveis para reduzir a indução de 
efeitos estocásticos 
 Proporcionar um nível adequado de proteção para as pessoas, 
sem limitar indevidamente práticas benéficas 
 Ajustar a realização de uma prática com o fim de maximizar o 
benefício líquido para o indivíduo ou para sociedade 
RADIOPROTEÇÃO 
FINALIDADE 
 Justificação 
Qualquer atividade envolvendo radiação ou exposição deve ser 
justificada em relação a outras alternativas e produzir um benefício 
líquido positivo para a sociedade 
 
 Otimização 
O projeto, o planejamento do uso e a operação de instalação e de fontes 
de radiação devem ser feitos de modo a garantir que as exposições 
sejam tão reduzidas quanto razoavelmente exequível, levando-se em 
consideração fatores sociais e econômicos (ALARA) 
 
 Limitação da Dose Individual 
As doses individuais de trabalhadores e de indivíduos do público não 
devem exceder os limites anuais de dose equivalente e de dose efetiva 
estabelecidos em Norma 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RADIOPROTEÇÃO 
JUSTIFICAÇÃO 
 O uso de radiação não é justificada se não há benefício 
 
 Todas as aplicações devem ser justificadas 
 
 Isso implica: todas, mesmo as menores exposições são 
potencialmente danosas e o risco deve ser menor do que o 
benefício 
OTIMIZAÇÃO 
 Quando a radiação é usada, a exposição deve ser otimizada para 
minimizar qualquer possibilidade de detrimento 
 
 Otimização é “fazer o melhor que se pode sob condições 
eficientes” 
 
 Necessário estar familiarizado com as técnicas de otimização e 
aplicações da radiação ionizante 
42 
Corpo inteiro Extremidades Pele Cristalino 
Trabalhadores 
18+ 
(anual) 
50* 500 500 50* 
Trabalhadores 
18+ média 
100 mSv em 
5 anos 
- - 
100 mSv em 
5 anos 
Aprendiz 16/17 6 150 150 20 
Público 1 50 50 15 
Limites de dose 
*Otimização deve assegurar que a maioria dos trabalhadores recebam dose 
abaixo de 20 mSv por ano. Circunstâncias que levem trabalhadores a 
receber doses acima de 20 mSv por ano devem ser notificadas ao regulador 
 
Regulador pode decidir que uma média de cinco anos não é necessária e 
estabelecer o limite de dose anual em 20 mSv. 
 
Público inclui os embriões e fetos, ou crianças em amamentação 
LIMITES E RESTRIÇÃO DE DOSE 
 Limite de Dose é um dos três princípios de proteção 
introduzidos pelo ICRP e pelo GSR. São fixados limites de dose 
pela ICRP, recomendados pela IAEA e reforçados pelas leis e 
normas locais (CNEN e ANVISA) 
 
 Restrição de Dose é usada em um processo de otimização e 
planejamento. As restrições podem ser alteradas de forma a se 
buscar a solução ótima a um problema. Estabelecida pelo 
responsável pela prática (fonte) durante o processo de 
licenciamento 
PRÁTICAS 
Importante 
Aquelas atividades humanas 
que adicionam exposição 
aos níveis de radiação de 
fundo que ocorre 
normalmente, ou que 
aumentam a probabilidade 
dessa exposição 
Nível 
Existente 
Prática 
D
O
S
E
 
Doses médias de Radiação de Fundo (BG) 
DOSES MÉDIAS MUNDIAIS 
 
 
Fonte Dose efetiva Intervalo 
 (mSv por ano) (mSv por ano) 
 
Exposição externa 
Raios cósmicos 0,4 0,3-1,0 
Radiação gama terrestre 0,5 0,3-0,6 
 
Exposição Interna 
Inalação 1,2 0,2-10 
Ingestão 0,3 0,2-0,8 
 
Total 2,4 1–10 
 
46 
RISCO AO FETO 
 Existem riscos associados a gestação, mas são relacionados 
ao estágio da mesma e a dose absorvida 
 
 Os riscos são maiores durante a organogênese e no início da 
gestação, diminuindo no segundo semestre e mais ainda no 
terceiro trimestre 
Menor 
risco 
Maior 
risco Menor 
risco 
De onde vêm as recomendações de 
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ? 
BASE CIENTÍFICA 
ICRP 
IAEA UNSCEAR 
Não - governamental 
Governamental 
Princípios 
Recomendações 
Fontes e Efeitos Standards 
Analisa os avanços na compreensão científica dos mecanismos pelos quais os efeitos na 
saúde induzidos pela radiação podem ocorrer, Essas avaliações forneceram base científica 
utilizada pela ICRP no desenvolvimento de recomendações sobre proteção contra radiações 
e para agências relevantesno sistema da ONU (IAEA) na formulação de padrões 
internacionais de proteção 
United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation 
International Commission on Radiological Protection 
International Atomic Energy Agency 
RECOMENDAÇÕES ICRP IAEA NORMAS BÁSICAS 
1958 – Publication 1 1962 
1966 – Publication 9 1967 
1977 – Publication 26 1982 
1990 – Publication 60 1996 
2007 – Publication 103 2011 
Relação ICRP x IAEA 
Denominado “novo BSS” 
 
Introduz as recomendações 
da ICRP 103 de 2007 
49 
50 
IAEA Safety Standards Series - General Safety 
Requirements Part 3 - GSR Part 3 - 2014 
Radiation Protection and Safety of Radiation 
Sources: International Basic Safety Standards 
 
Estabelece os novos requisitos em conformidade 
com ICRP 103 de 2007, inclusive limites de dose 
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGIA 
Safety Series 
International Basic Safety Standards for 
Protection against ionizing Radiation and for 
Safety of Radiation Sources – BSS 115 - 1996 
 
Brasil ainda adota o BSS, mas atualizou os 
limites de dose 
51 
Situações de 
exposições 
planejadas 
Situações de 
exposições de 
emergência 
Situações de 
exposições existentes 
 Atividades e 
operações planejadas 
 As medidas de 
segurança podem ser 
planejadas 
antecipadamente 
 Podem ser restritas 
desde o início 
 Essencialmente o 
mesmo que 
"práticas" 
 De acidentes, atos 
maliciosos ou outro 
evento inesperado 
 Requer ação imediata 
 Se pode tomar 
medidas de 
prevenção e 
mitigação prévias 
 Ações para restringir 
as exposições 
tomadas depois de 
um acidente 
 Estão presentes 
quando se requerem 
decisões sobre a 
necessidade de 
controle 
 Exposição a radiação 
de fundo natural 
 Radioatividade 
residual de práticas 
passadas não 
controladas, ou 
depois de uma 
situação de 
exposição de 
emergência 
Exposições ocupacionais podem ocorrer em qualquer situação de 
exposição 
IAEA GSR Part 3 
52 
Situações de 
exposições planejadas 
Situações de 
exposições de 
emergência 
Situações de 
exposições 
existentes 
JUSTIFICAÇÃO 
 As práticas (fontes) devem 
estar justificadas 
 
 Ações de proteção 
justificadas 
 
 Ações de proteção 
justificadas 
OTIMIZAÇÃO 
 Doses individuais e 
coletivas, e a probabilidade 
de exposições potenciais 
para ALARA 
 Uso de restrições de dose 
 
 Medidas de proteção a 
serem otimizadas 
 Uso de níveis de referencia 
de dose 
 
 Medidas de proteção 
a serem otimizadas 
 Uso de níveis de 
referencia de dose 
LIMITAÇÃO DE DOSE 
 Dose dos trabalhadores 
sujeitas a limites de doses 
individuais 
 
 Limites de dose para 
trabalhadores de 
emergência 
 Valores guias de dose 
(acima dos limites) para 
tarefas específicas, p.ex., 
salvar vidas 
 
 Sem limites de dose 
IAEA GSR Part 3 
53 
COMO NOS PROTEGEMOS? 
 Minimizar o tempo em 
um campo de radiação 
 
 
 
 Maximizar a distância 
da fonte de radiação 
 
 
 
 Usar blindagem 
sempre que possível 
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
Tempo de exposição 
 
Métodos para minimizar o tempo: 
 Planejar e discutir a tarefa a ser realizada com antes de entrar 
na área 
 Usar apenas o número de trabalhadores necessários para a 
tarefa 
 Disponibilizar todos os itens, acessórios e objetos que irá 
utilizar antes de entra na área 
 Realizar ensaios e exercícios (simulado) 
 Nunca passar muito tempo em uma área controlada 
 Trabalhar eficientemente, mas rapidamente 
 Faça o trabalho certo na primeira vez 
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
Tempo de exposição 
 
A sinalização impõe restrições de acesso e de permanência 
 
 
 Áreas Controladas – cuidados necessários para: 
• Controlar exposições planejadas em operação normal 
• Prevenir disseminação de contaminação 
• Restringir exposições potenciais 
• Monitoramento individual 
 
 Áreas Supervisionadas – onde é necessário manter as 
condições sob revisão: 
• Monitoramento individual deve ser avaliado 
• Revisão de exposições para reclassificação, caso 
necessário 
CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS 
Area 
Supervisionada 
Area 
Controlada 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/1/10/New_radiation_symbol_ISO_21482.svg
Um símbolo... 
Em qualquer parte do 
mundo... 
a mesma 
mensagem... 
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
Distância 
 
 Métodos para manter a distância da fonte de radiação: 
 
 O trabalhador deve estar tão longe quanto possível da fonte 
de radiação 
 Para fontes pontuais, a taxa de dose é proporcional ao 
inverso do quadrado da distância. Se você dobrar a distância, 
a taxa de dose reduz a 1/4. Se você triplicar a distância, a taxa 
de dose reduz a 1/9 
 Familiarize-se com as condições radiológicas da área 
 Durante trabalhos prolongados, mova-se para áreas com 
menores taxas de dose 
 Use acessórios de manuseio remotos quando possível 
(pinças) 
 
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
Blindagem 
 
Uso apropriado 
 A blindagem reduz a quantidade de dose de radiação ao 
trabalhador. Diferentes materiais protegem o trabalhador de 
diferentes tipos de radiação 
 Utilize compartimentos blindados (glove box) quando 
possível 
 Utilize óculos de proteção para proteger os olhos da 
radiação beta, quando aplicável 
 Deve ser lembrado que a colocação/localização da 
blindagem pode na verdade aumentar a dose total (homem-
hora envolvido na colocação, Bremsstrahlung etc) 
 
Caixa de luvas com exaustão Vidro plumblífero 
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
Monitoração Individual 
 
 Todos os trabalhadores de áreas controladas devem portar 
dosímetros individuais (Norma CNEN-NN-3.01) 
 Todos os trabalhadores que manipulam fontes não seladas 
devem portar dosímetros individuais (BSS/GSR) 
 O laboratório prestador do serviço de dosimetria deve ser 
autorizado pela CNEN 
 Os resultados devem ser entregues 1 mês após a troca 
 do dosímetro 
 Controle das doses de investigação, de limite anual e 
acumulada em 5 anos 
 
64 
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL 
Novo limite de dose equivalente anual para o cristalino! 
Brasil não possui dosimetria de cristalino instituída formalmente 
Externa 
65 
Contador de corpo inteiro 
Sistema de detecção NaI(Tl) 3”x3” 
Interna 
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL 
66 
 
 Sistema de Detecção HPGe da Camberra (GX 3018) do Laboratório de 
Bioanálise do IRD (in vitro) 
Bioanálise in vitro 
Interna 
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL 
67 
< 
LABORATÓRIOS DE DOSIMETRIA INDIVIDUAL CERTIFICADOS PELO CASEC/IRD/CNEN UF
CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear / CNEN - Serviço das 
Radiações Aplicadas à Saúde - SERAS
MG
ELETRONUCLEAR - Eletrobrás Termonuclear S.A.-Serviço de Monitoração Individual 
Externa
RJ
IFUSP - Instituto de Física da Universidade de São Paulo-Laboratório de Dosimetria SP
IPDR - Instituto Paulista de Dosimetria das Radiações Ltda SP
IRD - Instituto de Radioproteção e Dosimetria / CNEN-Serviço de Monitoração Individual 
Externa-Laboratório de Dosimetria de Fótons
RJ
Laboratório de Proteção Radiológica - DEN / UFPE PE
METROBRAS - METROLOGIA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES LTDA-Laboratório de 
Dosimetria Pessoal.
SP
PRO-RAD Consultores em Radioproteção SS Ltda RS
SAPRA LANDAUER - Serviços de Assessoria e Proteção Radiológica SP
TEC-RAD Tecnologia em Radioproteção Ltda SP
Laboratórios Certificados pelo CASEC/IRD/CNEN 
http://www.ird.gov.br/index.php/casec 
68 
MONITORAÇÃO DE ÁREA 
De área: Sonda Geiger Muller 
Externa ou interna 
 
 
De contaminação: Sonda Pancake 
Identificador de radionuclídeos 
Monitoração periódica 
http://search.mywebsearch.com/mywebsearch/redirect.jhtml?searchfor=Bicron&cb=HJ&qid=4cd5b684d8f94ccf8685b280e3dfc693&n=77ee4165&ptb=34BE11EE-3357-44E7-9D66-9DB4E084DD6F&ct=PI&si=pconverter&id=HJxdm022YYbr&pg=AJimage&action=pick&ptnrS=HJxdm022YYbr&pn=1&ss=sub&st=bar&tpr=jrel2&redirect=mPWsrdz9heamc8iHEhldEWAUA4nNWfw6pKpDfQpQBV%2Fo0%2BCpfw8TI0ongyWftbW1HyVb1exa4d0dumLD2ozj5A%3D%3D&ord=13&CULTURA DE SEGURANÇA 
A maioria dos documentos de proteção radiológica tratam 
especificamente de cultura de segurança ou de sistemas de garantia 
da qualidade. Algumas citações dizem que: 
 
 ...”deve-se fomentar uma atitude baseada na segurança entre todos 
os envolvidos em uma prática”... 
 
 Através de treinamento e do reconhecimento que a segurança é uma 
responsabilidade de todos. Procedimentos, instruções e demais 
requisitos administrativos não são suficientes para atingir um bom 
nível de radioproteção. Todos devem considerar a segurança como 
uma função cotidiana que deve ser cumprida 
 
CULTURA DE SEGURANÇA 
 
EXPOSIÇÕES POTENCIAIS 
 Todas as exposições à radiação ocorrem de forma planejada. 
Porém podem ocorrer falhas de equipamentos, falhas humanas ou 
outros imprevistos que resultem em exposições maiores do que 
aquelas planejadas. A esses eventos não planejados denominamos de 
exposições potenciais 
 
 As exposições potenciais devem ser consideradas como parte do 
sistema de proteção radiológica, com o objetivo de prevenir. Isso 
significa reduzir a probabilidade de ocorrências de sequência de 
eventos que podem provocar um aumento da exposição à radiação. 
Isto implica em manter a confiabilidade de sistemas, equipamentos e 
procedimentos de trabalho 
 
CULTURA DE SEGURANÇA 
EXPOSIÇÕES POTENCIAIS 
 Sistemas de segurança devem ser projetados para evitar uma 
situação de exposição potencial à radiação. Para isso eles 
devem satisfazer requisitos básicos que são: 
 
1) Redundância: dois ou mais dispositivos devem falhar para que 
o sistema seja afetado (alarmes, indicadores visuais, Inter 
travamentos etc.) 
 
2) Diversidade: os dispositivos de segurança devem ser de 
princípios físicos diferentes, ou de fabricantes diferentes 
 
3) Independência: a probabilidade de falha de um não implique na 
falha do outro 
 
SEGURANÇA DE FONTES 
TECDOC-1344 
 Análise de segurança - categorização 
 Detalhes construtivos 
 Prevenção de acidentes / minimizar consequências 
 Responsabilidades operacionais 
 
Baseado no potencial de causar dano à saúde por efeitos 
determinísticos 
 
É determinada pela razão de atividade A/D, onde: 
 
A = atividade da fonte em uma prática específica 
 
D = porção de atividade dessa fonte que irá produzir consequências 
com efeitos determinísticos 
 
 Inclui exposição interna e externa 
CATEGORIZAÇÃO DE FONTES 
 
CATEGORIA 
 
A/D 
1 
 
A/D ≥ 1000 
 
2 
 
1000 > A/D ≥ 10 
 
3 
 
10> A/D ≥ 1 
 
4 
 
1 > A/D ≥ 0,01 
 
5 
 
A/D < 0,01 
 
CATEGORIZAÇÃO DE FONTES 
Relacionado com as diferentes práticas 
75 
BRASIL CNEN 
 NUCLEAR 
 MINERAÇÃO E CICLO DO COMBUSTÍVEL 
 INSTALAÇÕES RADIOATIVAS: sistema definido por práticas 
 ÁREA MÉDICA: RT, MN, RAIOS X DIAGNÓSTICO é competência 
da ANVISA 
 ÁREA DE INDÚSTRIA: GAMAGRAFIA, MEDIDORES NUCLEARES, 
ACELERADORES INDUSTRIAIS 
 PESQUISA 
 Brasil ainda não revisou a norma CNEN-NN-3.01 para introdução 
dos novos conceitos da ICRP 103 e GSR Part 3, apenas introduziu 
os novos limite de dose 
76 
INSTALAÇÕES POR ÁREA 
TRABALHADORES 
CNEN-NN-3.01 – DIRETRIZES BÁSICAS DE RADIOPROTEÇÃO 
 Princípios Básicos 
  Justificação 
  Otimização 
  Limitação da Dose 
 Obrigações 
  Titular 
  Supervisor de Radioproteção 
  Trabalhadores (IOE) 
 Plano de Radioproteção 
 Controles Básicos 
 * Áreas 
 * Trabalhadores 
 Emergências e Intervenções 
 Inspeções e Auditorias 
http://www.unscear.org/unscear/en/publications/booklet.htm 
Livreto UNEP para informação ao público em língua portuguesa - agosto/2017 
Baseado nos principais relatórios científicos do Comitê Científico das Nações Unidas sobre 
os Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR) publicados nos últimos 25 anos. Pretende 
expandir o conhecimento público sobre os níveis de exposição a radiações ionizantes e 
possíveis efeitos associados. Fornece informações sobre ciências básicas relacionadas à 
radiação (origem, quantidades e unidades), sobre os efeitos de radiação (nos seres 
humanos e no meio ambiente) e as fontes de radiação (naturais e artificiais). Acidentes 
também são abordados, inclusive o de Goiânia, 
79 
< 
lidia@ird.gov.br

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