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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 40º VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA-PR
LEONARDO, já qualificado nos autos, por seu advogado devidamente constituído nos autos da ação de indenização por dano material que lhe move GUSTAVO, também já qualificado, inconformado com a r. sentença de fls…,vem, respeitosamente, à presença de vossa excelência, com fundamento nos arts. 1009 e seguintes do CPC/2015, interpor tempestivamente a presente APELAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que ficam fazendo parte integrante desta.
Destaca o recorrente o cabimento deste recurso, já que nos termos do art. 1009 do CPC/2015 da sentença cabe apelação. Outrossim, nos termos do art. 1012 do CPC, o presente recurso deve ser dotado dos efeitos devolutivo e suspensivo.
Requer ainda que, após os trâmites legais, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do estado do Paraná, esperando-se que o recurso, uma vez conhecido e processado na forma da lei, seja integralmente provido.
Informa, outrossim, que nos termos do art. 1007 do CPC, foram recolhidos o porte de remessa e retorno e o devido preparo, o que se comprova pela guia devidamente quitada que ora se junta aos autos. 
Termos em que
Pede deferimento.
Curitiba, data
ADVOGADO
OAB/UF 
RAZÕES DA APELAÇÃO
APELANTE: LEONARDO
APELADO: GUSTAVO
AÇÃO: INDENIZATÓRIA
PROCESSO Nº: XXXX
VARA DE ORIGEM: 40º VARA CÍVEL DE CURITIBA
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Nobres Julgadores
BREVE SÍNTESE DOS FATOS
O autor, vizinho do réu, ora recorrente, ajuizou demanda pleiteando dano material. Alegando ter sido atacado pelo cão pastor-alemão deste apelante, afirmou na ocasião que o animal estava desamarrado no quintal do réu e provocou-lhe corte profundo na face. Pelo ocorrido, alegou ter gasto R$ 3.000,00 (três mil reais) em atendimento hospitalar e R$ 2.000,00 (dois mil reais) em medicamentos. Os gastos hospitalares foram comprovados por notas fiscais emitidas pelo hospital em que o autor fora atendido, entretanto, este não apresentou os comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se esquecido de pegá-los na farmácia.
O réu, ora apelante, devidamente citado, apresentou contestação, alegando que o ataque ocorrera por provocação do autor, que jogava pedras no cachorro. Alegou, ainda, que, ante a falta de comprovantes, não poderia ser computado na indenização o valor gasto com medicamentos. Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas declaram que a mureta da casa do apelante media cerca de um metro e vinte centímetros e que, de fato, o apelado atirava pedras no animal antes do evento lesivo. 
Apesar dos elementos probatórios, o juiz da 40º vara cível de Curitiba proferiu sentença condenando o apelante a indenizar o apelado pelos danos materiais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sob o argumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar razoável a quantia alegada como gasta com medicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, o apelante foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Tal r. decisão, todavia, não merece prosperar, devendo ser anulada ou, caso assim não se entenda, reformada, consoante se demonstrará.
DAS RAZÕES DA IRRESIGNAÇÃO
PRELIMINARMENTE: DA NULIDADE DA DECISÃO POR VIOLAÇÃO AOS LIMITES DO PEDIDO
A r. sentença impugnada não pode prevalecer: não tendo havido pedido de dano moral, este não pode ser concedido pelo magistrado. Tal situação viola diretrizes constitucionais sobre a dedução do pedido e sua configuração em juízo, afrontando o princípio da inércia do julgador e comprometendo o devido processo legal, em claro erro in procedendo.
No plano infraconstitucional, a decisão viola os arts. 141 e 492 do CPC, segundo esse último dispositivo, “é vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”. Doutrina e jurisprudência são uníssonas ao concluir pena nulidade da decisão nessas hipóteses, vejamos:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSUAL CIVIL.NULIDADEDASENTENÇA. APRECIAÇÃO DE CAUSA DE PEDIR DIVERSA DAQUELA FORMULADA NA INICIAL. INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA DEMANDA. DECISÃO EXTRA PETITA. É extra petita a sentença que aprecia pedido e causa de pedir diversos do formulado na inicial e com fundamento a respeito de parte sequer indicada pela parte autora. A ação deve ser examinada com estrita observância aos limites em que foi apresentada, sua causa de pedir e pedidos, considerando, ainda, o sujeito passivo indicado. Situação dos autos em que a sentença extinguiu o processo por ilegitimidade passiva com fundamento a respeito de parte e causa de pedir sequer indicados na inicial. A sentença extra petita, decorrente de evidente error in procedendo, resta cominada de nulidade absoluta, devendo ser devolvida ao juízo a quo para o devido julgamento da controvérsia. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. APELO PREJUDICADO.(Apelação Cível, Nº 70083095430, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em: 18-12-2019) 
Não havendo pedido de dano moral, o juiz viola o princípio dispositivo (art. 2º do CPC) e eiva de invalidade a sentença. Assim, faz-se de rigor o reconhecimento da nulidade da sentença, devendo esta ser anulada, com a remessa dos autos ao primeiro grau para nova decisão, ou então, que esse E. Tribunal simplesmente afaste aquilo que exorbita do pedido.
NO MÉRITO: DA NECESSÁRIA REFORMA DA SENTENÇA CONDENATÓRIA
Ademais, ainda que a r. decisão seja considerada formalmente em ordem, o que se admite somente para argumentar, cumpre ressaltar que o MM. juiz de primeiro grau não aplicou de forma correta o direito material ao reconhecer a responsabilidade do apelante. Em sentido diametralmente oposto ao que consta na sentença, afirma o art. 936 do Código Civil que o dono do animal não será responsabilizado se provar culpa da vítima. Foi exatamente o que ficou demonstrado nos autos: as testemunhas foram bem claras ao afirmar que o apelado provocou o animal do apelante no momento do fato lesivo.
Quanto a aplicação de determinado dispositivo legal, houve claro erro in judicando do magistrado devendo este Egrégio Tribunal reformar a decisão para adequá-la ao ordenamento jurídico vigente. Como demonstrativos da melhor interpretação em situações semelhantes, merecem transcrição excertos doutrinário e decisórios, vejamos:
Ementa: Direito Civil. Responsabilidade civil. Ataque de animal. Responsabilidade objetiva, por força do art. 936 do Código Civil. Alegação de violação do dever de cuidado por parte da dona do animal. Fato e dano incontroversos. Alegação de culpa exclusiva da vítima por ter invadido residência. Depoimentos que comprovam a invasão por parte do apelante. Obrigação de indenizar afastada devido à culpa exclusiva da vítima. Recurso a que se nega provimento. APELAÇÃO 1ª Ementa Des(a). ALEXANDRE ANTÔNIO FRANCO FREITAS CÂMARA - Julgamento: 05/02/2014 - SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Tribunal de Justiça do RJ.
Ainda que assim não entenda o magistrado, há outro equívoco na sentença. Ante a falta de prova do autor quanto as despesas com medicamentos, não pode fazer jus ao seu recebimento por não se ter desincumbido do ônus de provar previsto no artigo 373, I do CPC. Assim, quanto a esta verba, houve mais um excesso do magistrado. Caso se decida pela procedência, portanto, esta deverá ser parcial, cotejando apenas o valor efetivamente provado nos autos, referentes ao atendimento hospitalar.
DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, para:
Preliminarmente: diante da existência de decisão extra petita, seja anulada a r. sentença ora combatida, por violação aos limites do pedido, remetendo-se os autos ao primeiro grau de jurisdição para que a presente demanda possa ser novamente julgada ou, então, seja afastada a parcela que vai além do pedido;
Caso não haja a devolução dos autos à origem, requer queseja reformada a r. sentença, julgando totalmente improcedente o pedido indenizatório formulado ou, pelo menos, parcialmente procedente, excluindo da condenação os gastos com medicamentos, porquanto não provados.
Requer, outrossim, a inversão do ônus da sucumbência e a fixação de honorários em favor do apelante.
Termos em que
Pede deferimento.
Curitiba, Data
ADVOGADO/OAB

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