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Casos Pratica Penal - cópia 6

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CASO 4
João Guedes Neto 
Matrícula: 201101537612
Jorge, com 21 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu Analisa, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e trocarem beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge.
R:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DO ESTADO DE CURITIBA/PR 
 
 
 
Processo nº ... 
 
 
 
 
JORGE, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos do 
processo-crime, que lhe move o Ministério Público Estadual com fulcro no artigo 
403, § 3º, do Código de Processo Penal, para apresentar suas 
 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
Mediante os fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I - DOS FATOS 
 
JORGE, com 21 anos de idade, conheceu ANALISA em um bar, linda jovem, 
por quem se encantou. Após um bate-papo informal, decidiram ir para um local mais reservado. Ness e local t rocaram carícias, e ANA LISA, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com JORGE. 
 JORGE trocou telefones e contatos nas redes sociais com ANALISA e ao 
acessar a página de A NALISA na rede social, no dia seguinte, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo JORGE ficado em 
choque com essa constatação, pois ANALISA não aparentava ser menor de idade. 
Sendo seu medo corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da 
denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de ANALISA, ao 
descobrir o ocorrido. 
 Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos 
termos propostos na exordial. 
 
 Contudo, esta tese não deve prevalecer. Senão, vejamos. 
II DO DIREITO 
 
a) DO ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL 
 JORGE ao conhecer ANALISA em uma balada o nde se frequenta maiores de 18 anos, e ANALISA, linda jovem com formas de mul her e não de menina, não tinha como 
saber inequivocamente sua idade, posto que ded uziu ser maior devido ao ambiente e 
comportamento da jovem, que de forma voluntária praticaram sexo oral e vaginal. 
 Nos moldes do art. 20, CP, o erro DE TIPO ES SENCIAL gera a atipicidade da conduta, o que no caso em tela gera absolvição. 
 
b) DA EXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO 
 Subsidiariamente, não sendo aceita, a tese de atipicidade da conduta do réu, deve-se considerar a existência de crime único e não concurso de crimes, posto que o art. 217-A do Código Penal tem como tipo ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. Para o STJ prevalece a tese de crime único, por ser um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo), assim sendo deverá ser afastado o concurso material de crimes para o caso em tela. 
 
c) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE DE EMBRIAGUES PRE-ORDENADA 
 Não há que se falar em embriagues pré -ordenada, posto que JORGE não estava 
embriagado ao conhecer ANALISA. As testemunhas de acusação n ão vir am o s fatos e não houve prova pericial para comprovar a embriagues de JORGE, sendo assim justa a medida de afastamento da agravante caso não seja reconhecida a atipicidade da conduta. 
 
d) DA PENA BASE NO MINIMO LEGAL 
 JORGE, réu primário
possuidor de bons antecedentes, com residência fixa, com boa conduta social, e no caso em tela n ão teve o animus necandi do tipo p enal em que é acusado, posto não agir com má intenção d e se aproveitar da suposta ingenuidade de ANALISA, fará jus a pena base no mínimo legal como medida necessária de reprovabilidade do ato. 
 
e) DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMI ABERTO 
 Ainda que o crime de estupro de vulnerável, arti go 217- A do CP, estar elencado 
como infração hedionda na lei 8.072/90, conforme artigo 1º, IV, o STF declarou a 
inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º desta l ei, sendo certo que o juiz ao fixar o regime inicial para o cumprimento de pena deve analisar a situação em concreto e não o preceito em abstrato. Sendo assim, diante da ocorrência de crime único, cuja pena no mínimo legal deverá ser fix ada em 8 (oito) anos de reclusão, sendo o réu primário e de bons antecedentes, o regime semiaberto é a melhor solução p ara o réu, pois o artigo 33, §2º, alínea “a”, do CP, impõe o regime fechado para crimes com penas superiores a 8 (oito) anos, o que não é o caso. 
 
III PEDIDO 
 
Face ao exposto requer: 
a) Absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CP P, por ausência de tipicidade; 
b) caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o afastamento 
do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único; 
c) fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez 
preordenada e a incidência da atenuante da menoridade; e 
d) fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 
33, § 2º, alínea “b”, do CP, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 
8.072/1990. 
 
 
Curitiba/PR e data. 
 
 ADVOGADO 
João Guedes Neto
 OAB/UF

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