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QUARTOS Professora: Me. Larissa Siqueira Camargo Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Educacional Marcus Vinicius Almeida da Silva Machado Editoração Produção de materiais Ilustração Marta Kakitani, Bruno Pardinho Qualidade Textual Produção de Materiais DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CAMARGO, Larissa Siqueira. Projeto de Interiores para o Morar. Larissa Siqueira Camargo; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 31 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Projeto. 2. Interiores. 3. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-1388-7 CDD - 22 ed. 745 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| DIMENSÕES ADEQUADAS 14| LAYOUT 21| ESCOLHAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar as indicações de dimensões adequadas para o projeto de quarto. • Compreender a importância de uma boa solução de layout para o projeto de um quarto. • Apresentar informações sobre a escolha de materiais para o projeto de in- teriores de quarto. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Dimensões adequadas • Layout • Escolhas QUARTOS INTRODUÇÃO introdução Olá, futuro profissional da área de interiores. Sabemos que para muitos, o quarto é o seu refúgio, local de descanso, onde se encontra a privacidade necessá- ria para a realização de atividades pessoais, mas que também acumula o uso para outras atividades, e por isso deve dispor do necessário para tais (GURGEL, 2008). Quando é o quarto de casal, deve atender ao perfil dos dois usuários, e encontrar esse denominador comum será o maior desafio do profissional res- ponsável pelo projeto, mas, também, a melhor oportunidade de mostrar as qualidades de seu trabalho. Para quartos infantis e jovens, existe uma grande diferença entre as necessidades de uso, e, ao mesmo tempo, é preciso pensá- -lo de forma a atender durante diferentes períodos. Desta maneira, em nossos estudos, conheceremos os princípios do projeto de interiores específicos para quartos, seja qual for o futuro usuário do ambiente, um casal, um bebê, uma criança ou um jovem, compreendendo as pontualidades de cada uma das situações. Para tanto, convido você a conhecer mais a respeito das dimensões adequadas aplicadas ao ambiente, desde medidas de mercado para colchões, aos espaços a serem deixados livres para o uso adequado dos mobiliários, além das indicações de medidas para o projeto de guarda-roupa. Seguidamente, passamos ao estabelecimento da disposição de mobiliários e equipamentos no ambiente, montando assim um layout adequado, compatível com as especificações quanto às dimensões, considerando a necessidade das diferentes ocupações para um quarto, de acordo com a faixa etária. Finalizando o conteúdo relacionado ao projeto de interiores de quartos, discutiremos sobre as escolhas aplicadas no processo, desde materiais, passando pelo piso, parede e mobiliários, as cores definidas, buscando sempre o atendimento da função principal do ambiente, que é o de descanso. Desta maneira, desejo que sinta-se inserido(a) nos conhecimentos, assim, tornando-se melhor preparado(a) para a elaboração de projetos de interiores de quartos. Boa leitura! Pós-Universo 6 dimensões adequadas Pós-Universo 7 Na busca pela qualidade deste ambiente, tão importante para o descanso e aten- dimento à necessidade básica do ser humano de dormir, naturalmente precisamos de boas soluções em circulação e adequação das dimensões, já que esses princípios garantem o conforto e a funcionalidade do ambiente. Para se estabelecer o layout, logicamente é necessário que se conheça dimensões de circulação e de elementos a serem inseridos, e somente com essa base, a solução proposta será assertiva. Para Camargo (2014), a cama é o componente principal de um quarto, conside- rando sua função mais importante e, de acordo com Gurgel (2013), o tamanho da cama é variável, dependendo das dimensões do colchão, sendo que existem os de uso individual e os duplos. Tipo Largura Comprimento Berço 1 60 cm 130 cm Berço 2 70 cm 130 cm Berço 3 70 cm 150 cm Solteiro 1 78 cm 188 cm Solteiro 2 88 cm 188 cm Viúva 128 cm 188 cm Casal 138 cm 188 cm Queen size 158 cm 198 cm King size 186 cm 198 cm Super king size 193 cm 203 cm Tabela 1 - Dimensões padronizadas de colchões Fonte: Adaptado de Grimley e Love (2016, p. 102). É bastante importante que se considere não apenas a área de ocupação da cama, mas também a necessidade de acesso à cama dos dois lados, para que, no caso de dois usuários, os mesmos possam deitar e levantar sem incomodar o parceiro. A circula- ção ao redor desse móvel também é relevante, mas nem sempre isso é considerado, sendo que “muitas vezes, o espaço necessário para sua correta utilização é ignorado até mesmo por profissionais (arquitetos e designers).” (CAMARGO, 2014, p. 52). Boueri apresenta que a área que deve ser livre para acesso à cama é de no mínimo 50 cm, mesma apresentada por Gurgel (2013), sendo o ideal, ao menos 70 cm. Pós-Universo 8 .60 .80 .90 Variável .7 0 .6 0 .5 0 A tiv id ad es : a ce ss o à ca m a .60 .80 .90 Atividades: Circulação Uso do guarda-roupa 1.90a 1.70b Figura 2 - Área ao redor da cama de casal Fonte: Boueri (2008, p. 33). No caso da cama de solteiro, ou mesmo, de uso individual, quando o ambiente tem dimensões reduzidas ou ainda, é necessário melhorar o aproveitamento dos espaços por algum motivo, a cama pode ser encostada na parede – ou outro elemento con- templado no projeto – sem que ocorram prejuízos de uso (CAMARGO, 2014). Pós-Universo 9 .60 .80 .90 1.90a 1.70b Variável .7 0 .6 0 .5 0 A tiv id ad es : a ce ss o à ca m a .60 .80 .90 Atividades: Circulação Uso do guarda-roupa Figura 3 - Área ao redor da cama de solteiro Fonte: Boueri (2008, p. 34). Além de área de dormir, ou de repouso, o quarto também é normalmente utiliza- do para o armazenamento de roupas, sapatos, acessórios, objetos pessoais e outros, e assim, as pessoas também trocam de roupa e se arrumam no ambiente, o que torna necessário a instalação de guarda roupa e/ou outros tipos de armários, como cômodas (PEDRO, 1999), sendo bastante comum o uso do guarda-roupa, e para isso: “ [...] o espaço para a colocação do guarda-roupa deve ser condizente com o seu uso, já que é preciso abrir portas e manusear objetos à sua frente, sem que outros elementos atrapalhem, para isso, entre o armário e outro objeto, é necessário que exista entre 80 e 120 cm. (CAMARGO, 2014, p. 54) Pós-Universo 10 Ao se dimensionar o tamanho do guarda-roupa, Szücs (2000) defende que se con- sidere ao menos duas portas por pessoa, e, no caso de não existir outro armário para tal, não se pode esquecer do espaço para armazenamento de roupas de cama, mesa e banho. Muito importante que se estabeleça com o cliente o padrão de roupas a serem guardados, já que uma camisa necessita de diferentes situações de armaze- namento comparado com um vestido de festa, por exemplo, e diferentes pessoas tendem a ter padrões diferentes de vestimentas. Sabendo qual o perfil de uso do casal, desenhe o guarda roupa de acordo com as peças de uso.Um projeto de interiores de um quarto completo deve contemplar também as divisórias do guarda-roupa. Você, como profissional, deve fazer as defini- ções em parceria com o cliente e o marceneiro responsável pela execução. Fonte: a autora. atenção Pós-Universo 11 Tabela 2 - Dimensões indicadas para divisões de guarda roupa DIVISÕES INTERNAS ALTURA LARGURA PROFUNDIDADE E S PA Ç O S PA R A CABIDEIROS Paletós, blusas, camise- tas e jaquetas 90 a 100 cm Variável conforme estrutura do varão 50 cm sem portas e 60 cm com portas Camisas sociais 100 a 110 cm Variável conforme estrutura do varão 50 cm sem portas e 60 cm com portas Casacos, saias e camisões 115 a 120 cm Variável conforme estrutura do varão 50 cm sem portas e 60 cm com portas Casacões e vestidos longos 140 a 160 cm Variável conforme estrutura do varão 50 cm sem portas e 60 cm com portas Calceiro 70 cm Variável conforme estrutura do varão 50 cm sem portas e 60 cm com portas PRATELEIRAS Camisas, camisetas e shorts 30 cm Múltipla de 30 cm 45 a 60 cm Uso geral 30 cm Variável 45 a 60 cm Sapatos 18 a 20 cm Múltipla de 25 cm 30 cm Malhas de lã 30 a 40 cm Múltipla de 30 cm 45 a 60 cm Cosméticos, higiene etc. 10 a 25 cm Variável 12 a 20 cm Livros 22 a 32 cm Variável 20 a 35 cm Papéis, pastas e arquivos 35 cm Variável 30 cm Som Variável Variável Mínimo 45 cm GAVETEIROS Malhas de lã 37 a 45 cm 45 cm 45 a 60 cm Uso geral 15 a 20 cm 45 cm 45 a 60 cm Lingerie, meias e jóias 10 a 15 cm 45 cm 45 a 60 cm Camisas 8 a 10 cm 45 cm 45 a 60 cm Sapatos 20 cm Múltiplas de 25 cm 30 a 60 cm PORTAS Variável 40 a 100 cm MALEIROS 60 cm Variável Variável Fonte: Adaptado de Gurgel (2013, p. 153). Pós-Universo 12 Figura 4 - Modelo de divisão de guarda roupa Pós-Universo 13 Outros mobiliários podem e costumam ser utilizados em um quarto, como, por exemplo, o criado mudo, que deve ser alocado ao lado da cama para ser utilizado de apoio, principalmente durante a noite. Essa peça pode ter diferentes formas, ser de variados materiais, e até, ser estabelecida a partir de um outro objeto que assume o papel de criado. Para algumas pessoas, é importante que tenha gavetas para ar- mazenamento de pequenas coisas, enquanto outros clientes não fazem questão das gavetas. Assim, o criado pode ser uma uma peça composta por base e tampo, ou mesmo, ser uma mesa. Suas dimensões podem variar, de acordo com a área dispo- nível, porém sua altura deve ser compatível com a cama, evitando alturas menores, o que torna o uso desconfortável, e também alturas muito superiores, o que pode causar acidentes. Para dimensionar as portas do guarda-roupa, Gurgel (2013) apresenta as se- guintes orientações: • De abrir: devem ter entre 40 e 60 cm de largura, o que permite um vão entre 80 e 120 cm, e se o ambiente permitir, as portas podem ser maiores, desde que ao serem abertas, não atrapa- lhem a circulação. • Sanfonadas ou camarão: podem ou não utilizar trilhos, sendo que possibilitam uma abertura maior, indicadas para armários com profundidades não adequadas para portas de correr. • Correr: boa solução para espaços reduzidos, pois não ocupa espaço ao ser aberta, porém, a profundidade é maior do que a de um guarda roupa com porta de abrir, já que os trilhos ocupam espaço. • Sem porta: indicado para closets ou ambientes mais despojados, pode também ser fechado com uma cortina. Fonte: Adaptado de Gurgel (2013, p. 157). saiba mais Pós-Universo 14 layout Pós-Universo 15 Além de basicamente dormir, é comum que outras atividades sejam realizadas no quarto, ler, relaxar, assistir à televisão, ouvir música, estudar, além de armazenar dife- rentes coisas, e assim, além de basicamente cama, outros mobiliários e equipamentos são necessários no ambiente. Converse com seu cliente e estabeleça suas neces- sidades para o ambiente a fim de decidir o que será necessário ser instalado, pois somente com esse dados é possível pensar e estabelecer o layout. Ao ser contratado(a) para a elaboração do projeto de um quarto em uma edifi- cação, conheça bem as instalações disponíveis, onde estão interruptores e tomadas, além de portas e janelas, para que a cama possa ser localizada na melhor posição, considerando a indicação de que próximo a ela exista um interruptor de controle da iluminação, oferecendo assim a possibilidade de acender e apagar a luz sem que seja necessário levantar da cama (GURGEL, 2013). Mesmo a cama sendo o componente principal de um quarto, caso não exista o closet separado, será necessário a instalação de um guarda-roupa no ambiente. Dessa forma, analisar a melhor parede ou localização para tal garante a possibilida- de de um móvel maior e com mais qualidade de uso, sem interferências de outros elementos. É comum que o guarda-roupa seja pensado na parede de maior dimen- são, o que nem sempre é a melhor solução, por isso simule possibilidades. Considerando que a indicação é que exista circulação livre ao redor da cama, a configuração mais comum de dormitório é a de posicionamento da cama no centro do ambiente, com sua cabeceira encostada em uma das paredes, o que deixa as outras paredes livres, e, dependendo da área, o guarda-roupa pode ser instalado na lateral ou nos pés da cama (GRIMLEY & LOVE, 2016). Apesar deste partido, Gurgel (2013, p. 147) defende que “uma mesma área permite distintas variações de projeto”, sendo que no mesmo espaço existe a possibilidade de diferentes distribuições de mobiliários, e de acordo com a autora é indispensá- vel que se explore o maior número de cenários até se encontrar a melhor proposta para a aquele cliente em específico. Pós-Universo 16 Título:Um mesmo dormitório com diferentes possibilidades de configurações Fonte: Gurgel (2013, p. 148). Pós-Universo 17 No caso de quartos para bebês, para o atendimento às necessidades de uso mais comuns, é necessário especificações adequadas, considerando as particularida- des do “dono” do ambiente, o bebê. Vejamos que, para dormir, o mais comum é a escolha pelo berço, que pode ter diferentes dimensões, conforme vimos no tópico anterior, mas, em geral, tem em torno de 70 X 150 cm (os maiores). Além do berço, muitos clientes desejam que seja instalada também uma cama, que sirva de apoio para os pais, ou mesmo, possa ser utilizada posteriormente pela criança, assim, as duas peças são localizadas para que o restante do layout seja estabelecido. Sempre que possível, se as dimensões e o formato do cômodo permitirem, o indicado é que o berço tenha apenas a cabeceira encostada na parede, e assim, suas laterais e pés ficam livres para a aproximação. Já a cama, pode ter uma de suas laterais encostada na parede, sem prejuízo de uso. Além de dormir, trocar e armazenar também apresentam especificidades. As roupas dos bebês têm dimensões diferentes e necessitam de diferentes cuidados. O uso de cômodas é comum, pois permite que as peças sejam guardadas adequa- damente, com fácil acesso quando necessário, além da superfície do móvel poder ser utilizada como trocador, oferecendo altura conveniente para um adulto execu- tar a tarefa em pé. Importante que seja proposto próximo à peça o armazenamento de fraldas e outros utensílios necessários para a realização da tarefa (GURGEL, 2013). Figura 5 - Quarto de bebê Pós-Universo 18 A consultora Marina Xandó apresenta algumas indicações quanto a poltro- na de amamentação: • A poltrona deve ter um bom suporte à região lombar; • Faça um teste na própria loja: sente-se na poltrona, apoie os co- tovelos e verifique se você se sente confortável; • Escolha um tecido de fácil limpeza para não ter problemas futuros; • O encosto traseiro deve apoiar suas costas completamente e deve ficar na altura da cabeça; • Quando sentar, certifique-se de que os joelhos fiquem encosta- dos no limite do assento. Se os seus pés não alcançarem o chão, escolha um pufe confortável paraapoiá-los; • Lembre-se de que o bebê pode regurgitar e sujar a cadeira, então pense bem antes de escolher o tecido: couro pode ser uma boa opção; • Você vai se sentar nessa cadeira várias vezes por dia! Então uma boa dica é escolher poltronas que possuem almofadas soltas no assento, já que são as mais confortáveis; • Não se esqueça da decoração e leve em consideração o tamanho do quarto. Não adianta investir em uma poltrona muito grande que depois você não consiga mudá-la de lugar ou utilizá-la no res- tante da casa (sim, isso é possível basta trocar o tecido e pronto); • Existem inúmeros modelos de poltronas: giratórias, com e sem balanço, clássicas, modernas, com almofadas, bolsos laterais, re- vestimentos de couro etc. A melhor forma de escolher é sempre privilegiar o conforto e optar por aquela que pode ser usada futuramente. Fonte: <http://www.askmi.com.br/dicas-sobre-cadeira-de-amamentacao/>. saiba mais Pós-Universo 19 A poltrona de amamentação também é um mobiliário comum para quartos de bebê, e oferece conforto às mamães em um ato muito importante para o bebê, mas é preciso que sua escolha seja adequada, suas dimensões e posições atendam à ne- cessidade desse uso. O mercado hoje disponibiliza diferentes modelos, específicos ou não, que auxilia o momento. Para o quarto de crianças e adolescentes, devemos pensar que diferentes faixas etárias carecem de distintas instalações. A partir dos 4 anos, no máximo, o berço já não tem mais função de uso, e a cama passa a ser utilizada. Os brinquedos e livros começam a fazer parte mais assiduamente da rotina, necessitando assim de uma área para serem alocados, por isso, a necessidade de armários e prateleiras aumenta. Muitas vezes ainda são instalados outros equipamento, como TV, som e computador, entre outros (GURGEL, 2013). A partir dos 7 anos, de acordo com Gurgel (2013), a criança passa a levar para casa atividades escolares, necessitando assim de uma bancada de estudos, além de espaço para armazenamento dos materiais escolares. Outro fator destacado pela autora é do recebimento de amigos para brincar, estudar, ou mesmo, dormir em casa, assim, passa a ser interessante a instalação de mais uma cama ou uma cama auxiliar. Acima de 11 anos, ainda de acordo com Gurgel (2013), a criança passa a ter mais persona- lidade, influenciando mais ativamente nas escolhas sobre seu quarto, ambiente que assume o papel de refúgio. Num quarto de bebê, podemos dizer que a maior “bagunça” ocorre na área destinada à troca de fraldas e roupas. Para isso, é indispensável prever espaço suficiente, bem acessível e seguro para o bebê, e para acomodar tudo o que estiver envolvido nessa tarefa, ou seja, local para roupa suja, fraldas, algodão, cremes, cestos de lixo etc. Fonte: Gurgel, 2008, p. 58. atenção Pós-Universo 20 Para quartos de adultos solteiro, o layout também é estabelecido a partir da cama, que pode ser uma de solteiro, viúva, ou mesmo de casal, caso seja esse o desejo do usuário e as dimensões permitirem. Além de cama, guarda-roupa e uma bancada de estudos, por exemplo, são outros elementos que podem ser inseridos, de acordo com o briefing estabelecido. No caso de o ambiente ser compartilhado por mais de uma pessoa, sendo necessários a instalação de mais camas, existem alternativas para que o ambiente seja melhor aproveitado em suas dimensões. A beliche é uma boa opção, sendo que existem diferentes possibilidades de projeto desse tipo de cama, que não precisa obrigatoriamente ser uma suspensa acima da outra; cabe a você profissional analisar o ambiente e levantar alternativas. Faça um bom estudo de cor- relatos e converse com um marceneiro de confiança sobre a viabilidade. Para as crianças, o quarto representa bem mais do que um espaço para dormir. É refúgio, brincadeira, é onde se recebem os amigos. Fonte: Gurgel, 2008, p. 149. reflita Pós-Universo 21 escolhas Pós-Universo 22 Figura 6 - Quarto com beliche personalizada Reafirmando a função de uso principal do quarto, que é a de dormir, as especifica- ções para o ambiente devem ser pautadas neste princípio. “Considerando-se que as pessoas passam, em média, de seis a oito horas por dia no dormitório, o espaço deve gerar uma sensação tanto de relaxamento como de segurança.” (GRIMLEY & LOVE, 2016, p. 102). Assim, justamente na busca dessas sensações são estabelecidos os princípios do projeto. Pós-Universo 23 Para Gurgel (2013), as melhores opções para pisos de quartos, que oferecem maior aconchego, são os pisos em madeira, laminados ou vinílicos, já que são mais convenientes quanto à temperatura ao serem tocados. Se a opção for pelo piso frio, como o de cerâmica, a autora indica que sejam previstos tapetes próximos à cama. Ainda para a autora, o carpete pode ser interessante, ajudando na acústica e sensa- ção de conforto, mas devem ser evitados em dormitórios de alérgicos. Quando o ambiente for muito alto, optar por um piso mais escuro é uma alternativa para me- lhorar a sensação de aconchego. Para as paredes, a tinta é a opção mais comum, sendo indicada a opção a base dágua, que emite menos odor e seca mais rapidamente após sua aplicação. A látex, feita com um polivinílico sintético, solúvel em água, oferece facilidade na limpeza de seus pingos pós-pintura e são também mais elásticas do que as de base à óleo, e assim, estão menos sujeitas à fissuras. Para esse ambiente, acabamentos foscos, semifoscos ou acetinados são os indicados, podendo se utilizar do acabamento brilhante para a proposta de algum efeito diferenciado (GRIMLEY & LOVE, 2016). Outra opção bastante usável para o revestimento de paredes de quartos é o papel de parede, podendo ser à base de celulose, em papel, ou do tipo vinílico, quando possuem uma base plástica, o que o torna mais duradouro e fácil de limpar, conforme apresenta Grimley e Love (2016). O papel pode ser aplicado em uma única parede, especialmente quando for estampado, ou em todas as paredes, quando apresentar apenas texturas, ou mesmo, estampas em tom sobre tom. A escolha das cores merece bastante cuidado, considerando todo o efeito que essas podem causar e as necessidades do ambiente. Para Gurgel (2013, p. 144): “ [...] Paredes em tons pastel, ligeiramente quentes, ajudam a criar uma atmos- fera aconchegante, necessária neste ambiente. Evite tons e cores muito fortes e vibrantes, que agitam a mente, dificultando o processo de relaxamento. Tons de azul são refrescantes e ajudam a relaxar. Ao especificar um tapete para o quarto, faça o teste do tato, toque o tapete com as mãos e, se possível, também com os pés. Escolha um modelo de fácil manutenção, que possa ser lavado em casa. Fonte: adaptado de Gurgel (2008). saiba mais Interessante compreender que a cor não precisa ser inserida na parede ou nos mobiliários, que podem ser em uma base neutra, e sim em elementos que compõem o ambiente, dessa forma evita-se o excesso, não causando grandes impactos ou o enjoo com o tempo de uso. Figura 7 - Quarto com detalhes em azul Fonte: Shutterstock Atenção especial à escolha de cores em quartos infantis. É comum a pro- posta de quartos temáticos, cheio de personagens e cores, porém, essa aplicações costumam ser bastante estimulantes e nem sempre isso é inte- ressante para uma criança, especialmente hiperativas e com histórico de dificuldade de concentração. Fonte: A autora. atenção atividades de estudo 1. Sendo a cama o elemento mais importante no projeto de um quarto, é muito im- portante para um profissional conhecer as dimensões de mercado desse móvel. Sobre as dimensões de cama, escolha a alternativa que complete as lacunas abaixo, respectivamente. Cama de casal: ____ cm X _____ cm Cama de solteiro menor: ______ cm X _____ cm Cama king size: _____ cm X _____ cm a) 130 - 188; 88 - 188; 196 - 198. b) 180 - 188; 70 - 180; 198 - 198. c) 138 - 188; 78 - 188; 186 - 198. d) 70 - 188; 186 - 198; 130- 188. e) 198 - 198; 130 - 188; 70 - 188. 2. Diferentes etapas da vida apresentam diferentes necessidades para o quarto, assim, analise as informações abaixo e analise. I) O quarto de criança entre 4 e 11 anos tem como função praticamente única a de dormir. II) Mesmo em quarto duplo, a beliche não deve ser uma opção para as camas, já que não é um móvel de uso adequado. III) A partir dos 4 anos, no máximo, o berço já não tem mais função de uso. IV) As roupas dos bebês têm dimensões diferentes, e necessitam de diferentes cuidados. Está correto o apresentado em: a) I, II e III apenas. b) I, III e IV apenas. c) II e III apenas. d) II, III e IV apenas. e) III e IV apenas. atividades de estudo 3. A especificação de materiais e cores para o quarto deve considerar a principal função do ambiente: dormir. Assim, sobre isso, leia as afirmativas abaixo. I) Os pisos em madeira, laminados ou vinílicos oferecem maior qualidade térmica ao quarto. II) A tinta à base d’água é a melhor opção, pois tem menos cheiro e seca mais rápido. III) Apesar de comum, o uso de papel de parede no quarto não é indicado. IV) As cores frias não devem ser utilizadas, já que não deixam o quarto aconchegante. É correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) I, II e III apenas. c) I, III e IV apenas. d) II e III apenas. e) III e IV apenas. resumo Ter um quarto bonito, mas acima de tudo confortável e agradável, incentivando o descanso, é a vontade da maioria das pessoas, e certamente, de seus clientes. Ao ser contratado para a elabora- ção do projeto de interiores de um quarto, é indispensável que um bom briefing seja elaborado, relacionando as necessidades e os desejos de quem utilizará o ambiente após pronto, porém, alguns princípios são básicos, e podem – e devem – ser aplicados a qualquer situação. As dimensões adequadas podem ser o partido do projeto, já que para que o ambiente realmen- te seja funcional e confortável, é indispensável que os mobiliários, equipamentos e circulação sejam dimensionados corretamente. Você, como profissional, não pode propor uma solução que não atenda aos quesitos ergonômicos. Conhecendo e sistematizando as medidas, as mesmas devem ser aplicadas para o estabeleci- mento do layout do cômodo, propondo a melhor solução, com o uso dos mobiliários necessários, considerando as necessidades, e nesse caso, a faixa etária do dono do quarto, já que, diferentes idades necessitam de mobiliários e equipamentos adequados às suas atividades. Um quarto de bebê precisa ser adequado para os pais cuidarem do filho. Um quarto de criança é também um refúgio para o brincar, e o de um jovem adulto precisa armazenar seus objetos. Entre outras par- ticularidades que conhecemos em nossa leitura. As escolhas de materiais, que visam ao atendimento do objetivo principal do quarto, deve ser baseada em fatores técnicos, já que você é um profissional e sua contratação se justifica justamen- te por isso. Propor as melhores soluções deve ser o seu objetivo profissional, e assim, conhecer e compreender as possibilidades é indispensável. Dentro deste contexto, insere-se a escolha das cores a serem aplicadas, considerando todo o impacto que isso pode causar. Desejo muitos projetos e muito sucesso! material complementar A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão Autor: Eva Heller Editora: G G Sinopse: Este livro busca abordar a relação das cores com os sentimen- tos e mostrar como as duas coisas não se combinam por acaso, já que as relações entre ambas não são apenas questões de gosto, mas sim experiências universais profundamente enraizadas na linguagem e no pensamento. Organizada em treze capítulos, correspondentes a treze cores diferentes, a obra oferece um painel de informações sobre as cores; de ditados e saberes populares até sua utilização na área de design de produto, os diversos testes baseados em cores, as terapias cromáticas, a manipulação de pessoas, os nomes e sobrenomes relaciona- dos com as cores, entre outros dados. A História dos quartos Autor: Michelle Perrot Editora: Paz e Terra Sinopse: Da Antiguidade até os dias de hoje, Michelle Perrot faz uma genealogia desse espaço, real ou imaginário, e explora algumas de suas formas ao longo dos séculos: o quarto do rei, o quarto de hotel, o quarto conjugal, o quarto da criança, o quarto dos empregados, dos enfermos e dos moribundos, o quarto dos reclusos de toda sorte e o dos solitários, como o artista e o estudante. A história do quarto de dormir e seu emaranhado de segredos da vida privada passa por relações de poder e amorosas, remete a devaneios, desejos, noites mal dormidas, trabalhos de parto e à angústia do último suspiro. referências Askmi. on-line. Disponível em http://www.askmi.com.br/dicas-sobre-cadeira-de-amamentacao/. Acesso em: 18 out. 2017. BOUERI FILHO, José Jorge. Projeto e dimensionamento dos espaços da habitação: espaço de atividade. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008. CAMARGO, Larissa Siqueira. Qualidade Funcional de Quitinetes do Jardim Universitário em Maringá - PR. Dissertação de mestrado. Maringá: UEM, 2014. Disponível em: http://www.peu.uem.br/LarissaSiqueira.pdf. Acesso em 24 de set. 2017. GRIMLEY, Chris; LOVE, Mimi. Cor, Espaço e Estilo. São Paulo: Gustavi Gili, 2016. GURGEL, Miriam. Organizando Espaços: Guia de decoração e reforma de residências. São Paulo: SENAC, 2008. ______. Projetando Espaços: Guia de arquitetura de interiores para áreas residenciais. São Paulo: SENAC, 2013. PEDRO, João Branco. Programa Habitacional: Espaços e Compartimentos. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, LNEC, 1999. SZÜCS, C. Habitação de Interesse Social – HIS: Tabela de Requisitos. NUTAU 2000 – Tecnologia e Desenvolvimento. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Departamento de Tecnologia da Arquitetura. 2000. resolução de exercícios 1. c. 138 - 188; 78 - 188; 186 - 198. 2. e. III e IV apenas. 3. a. I e II apenas.
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