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Trabalho Psicologia do desenvolvimento e teorias da aprendizagem UNIP 2º SEM

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Universidade Paulista – UNIP 
Campus Araraquara 
Psicologia – Diurno 
2º Semestre 
 
 
 
Amanda Cristina Januário dos Santos (N47817-9) 
Fernanda Cristina Laroca (T85964-6) 
Flávio Ponte de Gouveia Vieira (T86123-3) 
Nathalia Ribeiro Marques (N517220) 
 Patrícia Cristina de Gouvêa (N5358E6) 
 
 
 
 
Resenha critica “A escola que sempre sonhei 
Sem imaginar que pudesse existir” 
 
 
 
 
 
Araraquara/SP 
2019 
2 
 
Sumário 
 
QUERO UMA ESCOLA RETRÓGRADA... ........................................................................ 3 
A ESCOLA DA PONTE (1) .................................................................................................. 5 
A ESCOLA DA PONTE (2) .................................................................................................. 7 
A ESCOLA DA PONTE (3) .................................................................................................. 9 
ESCOLA DOS SONHOS EXISTE HÁ 25 ANOS EM PORTUGAL ................................. 10 
Referências ........................................................................................................................... 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
QUERO UMA ESCOLA RETRÓGRADA... 
 
A crônica Quero um escola retrógrada de Rubem Alves publicada no jornal Correio 
Popular de Campinas traz uma aproximação entre a educação nas escolas e o modelo de 
produção capitalista. A fim de mostrar, por intermédio da correspondência educação e 
produção, que o modelo educacional da modernidade desemboca numa padronização e 
obstrução de pensamento crítico, o autor utiliza-se da teoria materialista do filósofo Karl 
Marx. 
As escolas não passam de linhas de montagem coordenadas espacialmente, nas salas 
de aula, e temporalmente, no que se refere a graduação dos estudantes em anos e series. 
Uniformizar um âmbito educacional em unidades de espaço e tempo significa levar a todos 
campos o processo do pós-revolução industrial, marcado pela forma administrativa técnica e 
linear, cujo fim último é padronização da produção. Isso significa dizer que estudantes 
passam de seres potencialmente reflexivos dentro da sociedade à produtos mercadológicos 
cuja diligencia processual constitutiva é realizada por acréscimos sucessivos. 
Quando se diz em acréscimos sucessivos, não se entende um processo gradual e 
totalmente incorporado na reflexão crítica do ser, mas sim a soma gradual dos conteúdos 
definidos como importantes segundo opinião de governantes e leis. É esse acréscimo 
sucessivo de conhecimento e habilidades que vão resultar no produto final. Este, assim como 
numa esteira de produção, em nada se identifica com o produto – ou melhor, com o ser – 
original, a criança. Se de um lado, nas fabricas, o trabalhador em nada se reconhece no 
produto final, de outro, nas escolas, o sujeito formado em nada se identifica com a criança 
anterior à instituição escola. 
Como forma de expor o ponto em que se quer chegar, é importante antes que se 
exponha a visão vygotskyana que vai contra a abordagem tradicional que se pode apreender 
na crônica: visto, então, que o contexto social influencia o indivíduo, Vygotsky, influído por 
Marx, trabalha a teoria que o indivíduo em relação com a sociedade adquiri suas 
características. Ele precisa estar em constante relação social para se desenvolver, assim, 
criança nasce apenas com funções básicas e com os processos de interação, ela adquiriu as 
funções psicológicas superiores. Nota-se, então, que o psiquismo é desenvolvido ao longo do 
processo de mediação, onde são determinados e atribuídos significados reais as ralações 
4 
 
sociais. Em suma, no desenvolvimento, fica evidente o valor das relações sociais para a 
aprendizagem e aquisição de funções psíquicas no processo de desenvolvimento humano na 
teoria sociocultural – sem, dessa forma, desconsiderar a escola, já que apresar de o processo 
de aprendizagem dar-se antes da escolarização, na educação escolar, ela continua interagindo 
socialmente, agora com um mediador, onde os símbolos e as experiências culturais são 
transmitidos. 
No contexto brasileiro, aborda-se a com maior incidência a teoria histórico-cultural 
pela teoria freiriana, difundida pelo educador filosofo Paulo Freire, patrono da educação 
brasileira, onde a sua base pedagógica funde-se no individuo como ser social e afetivo, 
evidenciando a importância da educação para a ascensão social das minorias. O aluno deixa 
de ser um deposito de informações vindas do professor e passa a fazer parte de um grupo, 
onde juntos todos aprendem partindo das realidades do contexto social em que vivem. 
Libertadora, a pedagogia freiriana priorizando a alfabetização de adultos e das pessoas 
oprimidas socialmente. 
É a partir desse mediador escolar que a crítica de Rubem Alves está contida, uma vez 
que a partir dessa mediação o produto está em contrassenso com o inicial. E aqui, produto 
insere-se devido ao olhar tradicional perante a educação: de acordo com os ensinos 
tradicionalistas, o adulto, ou seja, o professor, é tido como um indivíduo completo, enquanto 
o aluno é considerado um “adulto em miniatura”, uma tábula rasa que precisa ser preenchida 
de conhecimento. Tal conhecimento baseia-se em informações que foram determinadas 
como úteis por autoridades e por aqueles que detêm o poder de decisão na sociedade. Logo, 
o professor transfere aos alunos o aprendizado e consequentemente, estes, no futuro, 
repassam adiante para seus filhos e assim sucessivamente. Ademais, assim como as linhas de 
montagem, há especificidade de cada professor diante do conhecimento passado, não se sabe 
mais além daquilo que de próprio posto fixo e, muito menos, o final da montagem do produto 
na esteira. 
O processo de aprendizagem é externo, ou seja, os ensinamentos são transmitidos ao 
aluno por meio das disciplinas e dos professores, cabendo ao aluno apenas absorver o 
conteúdo transmitido. Além da escola, instituições como a família e a igreja têm um papel de 
destaque no processo educacional. 
5 
 
Um fator instigante é que na abordagem tradicional não é levada em consideração a 
individualidade do aluno, sequer seus aspectos emocionais e afetivos. Ademais, o aluno não 
é estimulado a se tornar um ser reflexivo e desenvolver suas próprias convicções, 
desembocando, de forma análoga, ao que Marx chamou de alienação, sem reconhecer-se 
após sua formação. Formação essa que parece mais literal, em dado contexto. 
A cultura local tem um papel significativo nessa abordagem, assim como as teorias 
do materialismo marxista e, posteriormente, as teorias vygotskyanas, influenciadas por 
aquelas, expõem. Para Rubem Alves, é preferível que uma cultura anterior, a medieval, e 
toda sua relação social fosse base para a educação do que aquela relação estabelecida pelo 
capitalismo, isso porque cada artesão reconhece-se no seu produto final, mantendo a 
identidade inicial, mesmo que alterações fossem realizadas no entremeio, ao contrário do 
operário. Na esfera educacional, mantem-se a individualidade durante e pós sistema 
educacional, uma vez que o processo pedagógico não é exclusivamente unidirecional e 
padronizado, assim como fazia o mestre-artesão, cujo papel era somente guiar e sugestionar 
seus aprendizes e suas obras e não os qualificas diante de um padrão igualitário, como nas 
linhas de montagem, onde o que não for igual, isto é, o que apresentar alguma peculiaridade 
que o distinga do objeto ideal, é eliminado. 
O aforismo, portanto, diz muito acerca do contexto exposto: ''Numa terra de fugitivos, 
aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo" (p.24), isto é, pensar numa 
retomada nos moldes da relação mestre-artesão e aprendiz é ir de encontro à relação 
proletário e burguesia, de modo que visa manter, respectivamente, a identidade de uma lado 
e padrão, de outro. O sonho com uma escola retrógrada e artesanalé citado e deixa o campo 
do impossível quando o autor em questão conhece a escola portuguesa chamada de Escola 
da Ponte. 
 
A ESCOLA DA PONTE (1) 
O ensino na Escola da Ponte é um ensino que quebra o paradigma da educação 
unidirecional, mas com participação de todos os agentes da escola e como figura principal as 
próprias crianças, dando espaço às suas particularidades, diferentemente da abordagem 
tradicional normalmente conhecida e vivenciada por todos. Trata-se de uma abordagem 
6 
 
humanista, na qual o professor é apenas um facilitador no processo de aprendizagem e o 
aluno é o centro do processo educacional, método não-diretivo de ensino. 
 
Aprendemos assim: formamos pequenos grupos com interesse comum por 
assunto, reunimo-nos com uma professora e ela, conosco, estabelece um 
programa de trabalho de 15 dias dando-nos orientação sobre o que devemos 
pesquisar e os locais onde pesquisar. Usamos muito os recursos da Internet. 
Ao final dos 15 dias nos reunimos de novo e avaliamos o que aprendemos. 
Se o que aprendemos foi adequado, aquele grupo se dissolve, forma-se um 
outro para estudar outro assunto. (p. 29) 
 
 Os aspectos emocionais do indivíduo são de suma importância e seu desenvolvimento 
ocorre de forma individual e em grupo. Assim como é de grande valia a individualização 
dos alunos, vistos com personalidades únicas e respeitando suas inclinações individuais. A 
abordagem humanista tem um papel singular no processo educacional, que é transmitir ao 
indivíduo sua capacidade de potencialização. Os alunos são incentivados a almejarem a 
autoconfiança e autorrealização, tendo como resultado e objetivo principal em suas vidas, a 
felicidade. O material aprendido pelo aluno é baseado em suas vivências, sendo o professor 
aquele que insere as circunstâncias dessas vivências no processo de aprendizagem. 
 Rubem Alves ao contar sobre sua passagem pela escola da ponte diz “Notei, entre as 
crianças, algumas com síndrome de Down que também trabalhavam. ” (p. 29-30). Constata-
se, aqui que a inclusão de crianças com deficiência dentro do ambiente escolar tem grande 
influência vigotskyana, pois ao interagir com as demais crianças, aquela que tem algum tipo 
de deficiência acompanha as demais no seu processo de aprendizagem, fazendo com a 
interação possa influenciar positivamente em seu processo de inclusão e acompanhamento 
escolar. Portanto, crianças com algum tipo de deficiência, se assistidas, podem ter 
acompanhamento escolar normal, rompendo os limites criados pelo preconceito. 
A partir disso, destaca-se também as relações sociais como formadoras do psiquismo, 
influenciadas pelos seus ambientes culturais e sociais, pois o desenvolvimento dos indivíduos 
não é independente das relações estabelecidas socialmente. Então, quando a criança adquiri 
algum conhecimento, acontecem estruturas superiores, estruturando suas aquisições do 
intelecto e linguagem, assim não sendo necessário reestruturar conhecimentos adquiridos 
anteriormente. 
7 
 
Além, disso, o ensino comunitário na Escola da Ponte é a aplicação prática dos 
ensinamentos de Goleman quanto à inteligência emocional na competência social. Observa-
se que da solidariedade entre os infantes alunos brota valores éticos e formas eficazes de 
aprendizado, inclusive, potencializando as inteligências múltiplas, como no exemplo citado 
no texto onde uma das alunas escreve um texto para os “miúdos”, situação clara de incentivo 
da escola à consolidação da inteligência linguística. 
 
A ESCOLA DA PONTE (2) 
 
Nesta sessão, abordar-se-á o tema intercaladamente com passagens da própria crônica 
para maior amplificação e exemplificação do tratado. A competência social é enfatizada pela 
assembleia da escola, onde os ditames democráticos são tranquilamente atendidos, fato que 
demonstra uma aproximação com a escola de Summerhill, cuja teoria pedagógica de Neill 
prega que a passagem pela escola prepara a criança para a vida e ao realizá-la ela está 
almejando sua felicidade, assim como o ajustamento natural da criança, o que seria refletido 
por sua felicidade, superação dos medos, senso de comunidade e tolerância, gerando 
autoconhecimento e desenvolvimento de suas capacidades. Quem objetiva suas perspectivas 
de vida é a própria criança. 
Aí fomos para o refeitório. Havia um grupo de alunos e professoras, 
reunido à volta de uma mesa, "Estão a preparar a assembleia ele hoje. 
Temos uma assembleia que se reúne semanalmente para tratar dos 
problemas da escola e para sugerir soluções. Aquele é o presidente", ela 
me disse, apontando para um menino. (p.32) 
 
 
As ideias democráticas, trabalhadas essencialmente no século XVIII e após o início 
da Primeira Guerra Mundial, realizaram transformações na sociedade do século XX e 
refletiram também no âmbito educacional, levando para dentro das escolas questões 
relacionadas a cultura e sociedade, antes não abordadas. A escola nova veio para reformular 
os princípios da escola tradicional. É a chamada “revolução copernicana da educação do 
século XX''. (GIORGI, 1992). 
8 
 
E a qualquer um que tente questionar o modo de aprendizagem da Escola da Ponte, é 
imprescindível que se abra a compreensão de que o modo linha de montagem de ensino, não 
é o único nem melhor, muito menos aquele que atende às necessidades das crianças. 
 
(...) qual é a coisa mais difícil de ser ensinada, mais difícil de ser aprendida, 
quem ensina não sabe o que está ensinando, quem aprende não sabe o que 
está aprendendo e, ao final, a aprendizagem acontece sempre? É a linguagem. 
Não existe nada, absolutamente nada, que se compare à linguagem em 
complexidade. (p.34) 
 
 Nota-se, diante de toda a crônica de Rubem Alves até aqui, grande impacto do 
pensamento de Piaget sobre importância da linguagem, ressaltando as mudanças de suas 
características do desenvolvimento e não apenas pela eliminação de suas falhas. Além disso, 
fica claro também como os estágios de desenvolvimento teorizados por Piaget podem ser 
observados e reflexivamente introduzidos diante dessa experiência do autor brasileiro: no 
sensório-motor, a criança entende as informações através dos seus sentidos e começa a criar 
o sistema de assimilação, que serão base para a construção das novas fases; no pré-operatório, 
surge a função simbólica, determinada pelos pesquisadores como demonstração de símbolos, 
onde a criança começa representar aquilo que enxerga do mundo onde ela vive, como por 
exemplo, o surgimento da linguagem; no período operatório concreto, o intuitivo passa a ser 
operacional, ou seja, iniciando a adquire a capacidade de diferenciar através da classificação, 
ordenação e correspondência. Com a fase da inteligência operatório forma, o adolescente 
alcança a independência, entendendo dentro de seu ambiente o que é real, chegando ao 
estágio das operações formais. 
 
Imaginem que o ensino da linguagem se desse em escolas, segundo os 
moldes de linha de montagem que conhecemos: aulas de substantivos, 
aulas de adjetivos, aulas de verbos, aulas de sintaxe, aulas de pronúncia, 
O que aconteceria? As crianças não aprenderiam a falar. Por que a 
aprendizagem da linguagem é tão perfeita, sendo tão informal em tão sem 
ordem certa? Porque ela vai acontecendo seguindo a experiência vital da 
criança: o falar vai colado à experiência que está acontecendo no presente. 
(p. 34) 
 
 
 O material aprendido pelo aluno é baseado em suas vivências, sendo o professor 
aquele que insere as circunstâncias dessas vivências no processo de aprendizagem. 
 
9 
 
 
Somente aquilo que é vital é aprendido. Por que é que, a despeito de toda 
pedagogia, as crianças têm dificuldades em aprender nas escolas? Porque nas 
escolas o ensinado não vai colado à vida. Isso explica o desinteresse dos 
alunos pela escola. (p.34) 
 
 
A relação exposta pelo escritor entre escola voltada à vida e mero cumprimento de 
programa, sendo que este últimogera desinteresse e “preguiça” do estudante, é um exemplo 
claro de posição que o professor deve tomar a partir da inteligência emocional, tendo como 
norte a automotivação do aluno. Tal motivação vem do interesse e necessidade natural da 
evolução em paralelo com o esquematizado pelo mestre. 
 
A ESCOLA DA PONTE (3) 
 
 O escritor reforça a necessidade de compatibilizar a aprendizagem com as 
necessidades do corpo e da vida, a fim de se estabelecer uma relação harmônica e proveitosa 
ao aluno. Há novamente aqui a utilização da inteligência emocional com fins de competência 
social. 
 Nesta sessão, o autor reforça a necessidade de desconstrução de uma visão linear e 
pautada no tradicionalismo, as coisas não precisam ser como ditaram-se que ela tem que ser, 
existem outros vieses que tronam um objetivo muito mais eficaz e humano. O saber não é 
rígido como abordam nas escolas tradicionais, devido a isso as crianças não entendem por 
que têm de aprender o que lhes está sendo ensinado. Em contrapartida, nunca questionam a 
aprendizagem da linguagem. 
 O corpo aprende os saberes que o ajudam a resolver os problemas com se depara, o 
sofrimento acorda a inteligência e faz com que ela trabalhe novamente, pois é essencialmente 
prática a serviço da vida. Já os programas são uma violência que se faz com o jeito que o 
corpo tem de aprender, o que resolva as crianças. A aprendizagem da linguagem se dá de 
forma tão eficaz porque a linguagem torna a criança um membro do grupo: ela participa da 
conversa, fala e os outros ouvem, ri das coisas engraçadas que se dizem, é, dessa forma, 
prazerosa para a criança. 
10 
 
Nesse sentido, estudo da psicanálise aproxima-se desse viés educativo, ressalta-se o 
estudo e análise das teorias estudadas por autores da psicanálise como a psique humana, a 
relação de transferência entre educador e educando, o prazer (desejo) em aprender, a 
terapêutica educacional e a linguagem. Na teoria de Freud, a educação aparece entre uma das 
tarefas impossíveis, ou seja, isso não evidencia que ela não pode acontecer, mas ressalta a 
sua importância e o quanto ele se preocupava com a relação estabelecida no processo de 
ensino aprendizagem: 
 
Entre 1909 e 1912, Freud construiu uma imagem da Educação como “fator 
de vocação virtual ou realmente patogênica”, uma vez que se relaciona ao 
recalcamento social das pulsões, sendo esse considerado um dos fatores da 
neurose. Em contrapartida, a Educação é reconhecida em sua participação 
positiva na ajuda ao controle do princípio do prazer por meio de uma 
adaptação à realidade e à sublimação (Kupfer, 2005). 
 
ESCOLA DOS SONHOS EXISTE HÁ 25 ANOS EM PORTUGAL 
 
A diversificação de aprendizagens e com ela o desenvolvimento de inteligências 
múltiplas ocorre desde a definição da matriz axiológica de um projeto, até a diversidade de 
meios que o aluno dispõe para sanar suas dúvidas antes de se socorrer do professor, como 
exemplo, livros e internet. 
Observa-se também a inteligência interpessoal quando da formação dos grupos de 
alunos pelo critério afetivo e não etário, bem como quando do funcionamento da “Comissão 
da ajuda”, onde não há penalidades, mas compreensão e ajuda ao aluno em dificuldades. 
Contextualizando, o autor expressa sua curiosidade sobre a implantação de uma 
escola dita como “inovadora” e quer maiores informações sobre a sua fundação. Então viu-
se que no ano de 1976 o método escolar era meramente baseado em professores utilizando 
princípios de ensino já programados. O contato com os alunos era meramente profissional e 
apenas dentro de sua turma, não havendo interações sociais entre os membros da mesma 
“equipe”. Também aconteciam julgamentos quanto a alunos novos e de outras classes sociais 
ou culturas, pois eles não poderiam transferir para escola suas afetividades e evidencias 
socias. A escola também aconselhava que as famílias punissem os alunos indisciplinados. As 
condições estruturas da escola também eram insuficientes. 
11 
 
Pode-se reconhecer que as escolas até esse momento eram de abordagem tradicional, 
onde o meio controlava os atos tanto de alunos quanto professores, onde ambos estavam 
naquele ambiente apenas para transmitir ou apreender conteúdos, seguindo padrões pré-
determinados. 
Idealiza-se então uma escola inovadora, que respeite as particularidades de cada 
aluno, seu histórico sociocultural, promovendo a autonomia para seus membros. A chamada 
“Escola da Ponte” não existem séries e faixas etárias separadas por idades, portanto poucos 
vestígios sobraram daquelas escolas tradicionais. Considera-se o afetivo e por isso todas, de 
diversas idades, interagem no mesmo ambiente educativo, incluindo a inclusão de crianças 
com algum tipo de deficiência. 
Os professores aparecem como mediadores, dispostos a interagir e facilitar o processo 
educativo, onde os alunos são o centro, seus próprios incentivadores e produtores no processo 
educativo. É um meio educativo social, que se assemelha a contribuição sociocultural, onde 
o indivíduo e suas particularidades são respeitadas para atender as propostas pedagógicas de 
uma educação “liberta” de padrões, processos avaliativos que incentivam os alunos a 
estudarem apenas para obter notas em provas, mas sim desenvolver seu senso crítico e a 
espontaneidade pela busca por conhecimento. 
Contudo, pode-se analisar que a educação tradicionalista, mesmo sendo superada por 
teorias humanizadoras como a sociocultural e a própria escola da ponte, ainda predomina 
essencialmente no âmbito educacional nacional. O sistema ainda exige que o aluno com mais 
conhecimento teórico, poucas vezes aprendidos e sim decorados, ainda se sobressaem e faz 
com que a aprendizagem se torne apenas uma busca incessante por números que te rotulem 
capaz ou incapaz de ir para a próxima etapa. Portanto, critica-se o método educativo 
tradicionalista, a fim de mostrar a importância de uma escola abrangente e humanizadora, 
que utilize a mediação do professor para despertar em seus alunos o prazer em apreender os 
conhecimentos e utiliza-los como referência para a sua pós-formação e não apenas 
decorando-os para que obtenha notas e após esse processo inutiliza-los, buscando apena um 
papel intitulado “diploma”. 
 
 
12 
 
Referências 
 
ALVES, Rubem. A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. Campinas-SP, 
Papirus, 2001. 
 
COELHO, Luana; PISONI, Silene. Vygotsky: sua teoria e a influência na educação. 
Revista e-Ped – FACOS/CNEC Osório – Vol. 2 – N. 1. Agosto de 2012. 
FERRACIOLI, Laércio. Aspectos da construção do conhecimento e da aprendizagem na 
obra de Piaget. Departamento de Física – UFES. Cad. Cat. Ens. Fís., v. 16, n. 2: p. 180-194. 
Agosto de 1999. 
 
MISU, Lucas Fernandes. Liberdade em questão: Os principais fundamentos da educação 
em Summerhill. Universidade estadual Paulista – Unesp – Campus de Franca. Artigo 
apresentado como requisito parcial para a obtenção do título Bacharel, pelo curso de História. 
2014. 
 
Mizukami, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. 12ª edição. São 
Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda., 2001. 
 
RIBEIRO, Márden de Pádua. Contribuição da Psicanálise para a educação: A 
transferência na relação professor/aluno. Pontifícia Universidade Católica de Minas 
Gerais. Psic. da Ed., São Paulo, 39, 2º sem. de 2014, pp. 23-30.

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