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Stand Up Paddle para Crianças com Síndrome de Down

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ATIVIDADES DE 
AVENTURA PARA 
CRIANÇAS COM 
SÍNDROME DE DOWN: 
STAND UP PADDLE
ADSON ALVES DA SILVA 
ALDA MARIA SANTOS DE FREITAS 
JOSÉ DOMINGOS RODRIGUEZ GUISANDE 
ROSEANA PACHECO REIS BATISTA 
SILVIA CARLA BATISTA SOARES 
VANESSA ALIXANDRE FERREIRA 
VINICIUS DA CRUZ SOUSA 
LEONARDO GASQUES TREVISAN COSTA 
2019
Programa de Pós Graduação Em Educação Física 
Universidade Federal do Vale do São Francisco
ATIVIDADES DE AVENTURA 
PARA CRIANÇAS COM 
SÍNDROME DE DOWN: 
STAND UP PADDLE
LIVRETO DIRECIONADO PARA O ENSINO DO STAND UP PADDLE PARA 
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN ELABORADO 
DURANTE A DISCIPLINA "ATIVIDADE FÍSICA APLICADA PARA PESSOAS COM 
DIFICULDADES MOTORAS".
ADSON ALVES DA SILVA 
ALDA MARIA SANTOS DE FREITAS 
JOSÉ DOMINGOS RODRIGUEZ GUISANDE 
ROSEANA PACHECO REIS BATISTA 
SILVIA CARLA BATISTA SOARES 
VANESSA ALIXANDRE FERREIRA 
VINICIUS DA CRUZ SOUSA 
LEONARDO GASQUES TREVISAN COSTA 
Programa de Pós Graduação em Educação Física 
Universidade Federal do Vale do São Francisco 
A cópia, distribuição e transmissão dessa obra são livres, sob as seguintes condições: você deve 
creditar a obra aos autores. Este trabalho está licenciado sob a Licença Atribuição- 
SemDerivações-SemDerivados 2.5 Brasil Creative Commons. Para visualizar uma cópia desta 
licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/br/ 
Apresentação
Este livreto originou-se a partir da disciplina “Atividade física 
aplicada para pessoas com dificuldades motoras” ofertada 
pelo Programa de Pós graduação em Educação da 
Universidade Federal do Vale do São Francisco. 
 
A metodologia adotada para o desenvolvimento da disciplina 
foi a Aprendizagem Baseada em Projeto, considerada uma 
metodologia ativa de ensino e aprendizagem. 
 
Incide sobre os conceitos e princípios de uma disciplina, 
envolve os estudantes em atividades de pesquisa para 
resolução de problemas e outras tarefas relevantes, permite 
aos discentes trabalhar autonomamente para construir o seu 
próprio saber, e culmina em produtos concretos. As 
características definidoras da Aprendizagem Baseada em 
Projetos incluem conteúdo, metodologia, atividades e 
resultados. 
Para conhecer mais sobre a aprendizagem baseada em projetos, visite http://www.bie.org
“A Universidade forma, pelo mundo afora, uma proporção 
demasiado grande de especialistas em disciplinas 
predeterminadas, portanto artificialmente delimitadas, enquanto 
 uma grande parte das atividades sociais, como o próprio 
desenvolvimento da ciência, exige homens capazes 
de um ângulo de visão muito mais amplo e, ao mesmo tempo, de 
 um enfoque dos problemas em profundidade, além de novos 
progressos que transgridam as fronteiras históricas das 
disciplinas.” 
Lichnerowicz
Sobre os autores
Adson Alves Silva
Alda Maria Santos de Freitas 
José Domingos Rodriguez Guisande
Mestrando em Educação Física 
Graduado em Educação Física 
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Graduada em Educação Física 
Universidade Norte do Paraná
Graduado em Educação Física 
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Roseana Pacheco Reis Batista
Mestranda em Psicologia 
Graduada em Psicologia 
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Sobre os autores
Silvia Carla Batista Soares
Vanessa Alixandre Ferreira
Vinicius da Cruz Sousa
Graduada em Educação Física 
Especialização em Atividade Física, Saúde e 
Sociedade 
Universidade do Estado da Bahia 
Graduada em Educação Física 
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Graduado em Educação Física 
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Leonardo Gasques Trevisan Costa
Doutor em Educação Física 
Universidade Estadual de Campinas 
Coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa 
em Atividade Física Adaptada 
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer aos participantes das aulas de 
Stand Up Paddle e aos familiares, por confiarem em nossa 
proposta de ensino e pela assiduidade durante as aulas. 
 
Ao Rodrigo Rodrigues, proprietário da Arca Sport Kaiaqueria, 
localizada na cidade de Juazeiro - BA, que nos ofereceu 
apoio em todos os momentos desse projeto. 
 
Ao Programa de Pós Graduação em Educação Física da 
Universidade Federal do Vale do São Francisco por 
oportunizar uma formação pública, gratuita e de qualidade 
aos discentes. 
 
Ao Colegiado de Educação Física da Universidade Federal do 
Vale do São Francisco, pelos funcionários e estrutura 
oferecida para que fosse possível a realização das atividades. 
 
Nosso muito obrigado!
É mais fácil mimeografar o passado que imprimir o futuro 
(Minha casa/Zeca Baleiro)
Sumário
Introdução......................................01
Procedimento pedagógicos...........06
Sequência pedagógica...................09
Dicas e orientações.........................26
Comportamento motor...................28
Considerações finais........................35
Referências.......................................37
Introdução
 Trata-se de alterações cromossômicas 
envolvendo o par do cromossomo 21, 
configurando a presença de um 
cromossomo extra nas pessoas com a 
Síndrome de Down, o que provoca 
geneticamente alterações físicas e 
cognitivas. 
Você sabia? 
 
A Síndrome de Down 
também é conhecida 
como trissomia do 
cromossomo 21. 
 
Um dos possíveis fatores para a ocorrência dessa condição 
genética é a idade avançada da mãe e do pai, entre 35 anos e 
45 anos respectivamente e, a sua prevalência, no Brasil, ocorre 
em média entre um caso para 1000 crianças nascidas vivas.
Tabela 1. Relação entre idade materna e prevalência de nascimentos com Síndrome 
de Down e condições genéticas
fonte: www.healthhub.sg
A Síndrome de Down foi 
relatada pela primeira vez pelo 
médico inglês John Langdon 
Down no ano de 1866.
Figura 1. Jhon Langdon Down. 
fonte: langdondownmuseum.org.uk
1
1
2
01
Características das pessoas com Síndrome de Down
Deficiência intelectual 
Alterações cardíacas 
Baixa estatura 
Hipotonia muscular generalizada 
Sobrepeso e obesidade 
Hipermobilidade articular 
Alterações ortopédicas
Essas características podem ocasionar desordens motoras em 
crianças e adolescentes com Síndrome de Down, afetando 
principalmente o processo de aprendizagem motora e o 
controle postural, que, consequentemente, tendem a 
comprometer as habilidades motoras dessa população. 
Figura 2. Funcionalidade de crianças com e sem Síndrome de Down 
3-5
5
3
02
Nesse sentindo, a promoção de atividades físicas 
para crianças com Síndrome de Down é fundamental 
para acarretar benefícios ao bem estar físico e 
mental, produzindo uma melhor qualidade de vida 
para este público.
Em um estudo realizado por Apoloni 
et al., os autores investigaram a 
efetividade de um programa de 
intervenção com exercícios físicos 
em cama elástica no controle 
postural de crianças com Síndrome 
de Down. Para isso, amostra foi 
composta por 12 crianças, de 
ambos os sexos, com idade entre 
três e 10 anos. 
 
 A intervenção consistiu em 
atividades de pular, andar, brincar e 
correr na cama elástica três vezes 
por semana, por um período de 12 
semanas. 
Os autores observaram que o programa de intervenção 
motora com exercícios físicos na cama elástica foi capaz de 
promover melhoras no controle postural a partir da redução 
da oscilação corporal durante a manutenção da posição 
quase-estática de crianças com Síndrome de Down (figura 3).
7
6
03
Figura 3. Área do Centro de Pressão 
Dentre as diversas possibilidades esportivas para pessoas com 
Síndrome de Down, o Stand Up Paddle (SUP) apresenta-se 
como uma interessante ferramenta para promover a melhora nos 
aspectos motores desse público, pois, o praticante é requisitado 
a lidar com a instabilidade contínua da prancha, inicialmente, 
quando se põe de pé sobre ela e após realizar os movimentos 
de remada, proporcionando um constante desafio postural.8
9Ruess et al., avaliaram os efeitos da prática do Stando Up 
Paddle no equilíbriocorporal de 68 sujeitos sem deficiência de 
ambos os sexos e com faixa etária de 8 a 58 anos. 
Os autores verificaram que ocorreu uma melhora no equilíbrio 
corporal dos sujeito após a prática do Stand Up Paddle, 
observado por meio da redução dos movimentos médio-lateral e 
ântero-posterior. 
04
Figura 4. Comparação do centro de pressão nos momentos pré e pós teste. 
Entretanto, existe uma lacuna na literatura referente a prática 
de Stand Up Paddle para crianças e adolescentes com 
Síndrome de Down 
Nesse sentido, os objetivos desse manual foram: 
Elaborar um material pedagógico para o ensino de 
Stand Up Paddle de crianças e adolescentes com 
Síndrome de Down 
Investigar os processos de aprendizagem motora 
relacionados aos Stand Up Paddle em crianças e 
adolescentes com Síndrome de Down 
Avaliar os efeitos do treinamento de Stand Up 
Paddle na coordenação motora de crianças e 
adolescentes com Síndrome de Down 
05
Procedimentos Pedagógicos
Após a análise da literatura sobre os aspectos metodológicos 
referente aos processos de ensino e aprendizagem para 
pessoas com Síndrome de Down, destacam-se os seguintes 
aspectos:
Crianças e adolescentes com Síndrome de Down 
aprendem melhor quando são oferecidas 
informações visuais
Em um estudo realizado por Meegan et al, os autores avaliaram 
os efeitos da instrução verbal e visual na aprendizagem motora 
de 9 adolescentes com Síndrome de Down. 
 
Para tanto, os participantes tinham que realizar três tarefas 
motoras (pular, subir e descer um degrau e saltitar) sob 
orientação verbal ou visual. 
 
Os resultados 
demonstraram um melhor 
desempenho nas tarefas 
motoras quando os 
sujeitos foram instruídos 
visualmente quando 
comparados ao estímulo 
verbal.
10
06
Figura 5. Comparação do desempenho nas tarefas 
motoras de acordo com a orientação verbal ou 
visual. 
Crianças e adolescentes com Síndrome de 
Down aprendem melhor quando são orientadas 
a atenção externa
Chiviacowsky et al., investigaram os efeitos da instrução 
orientada para o implemento (externa) e para o movimento 
(interna). 
 
Para tanto, participaram 24 crianças e adolescentes com 
deficiência intelectual (10 meninos e 14 meninas) com faixa 
etária de 10 a 14 anos. 
 
Os resultados 
demonstraram um melhor 
desempenho na tarefa de 
arremesso no grupo da 
atenção externa quando 
 comparados ao grupo da 
atenção interna.
Os participantes foram orientados a 
atingir um alvo com saquinhos de 
feijão. 
No grupo da atenção externa, os 
sujeitos foram orientados a manter a 
atenção no movimento do saquinho 
de feijão. Já no grupo da atenção 
interna, os participantes foram 
orientados a manter a atenção no 
movimento das mãos. 
11 
11 
Figura 6. Demonstração da tarefa motora 
fonte: Chiviacowsky et al.
07
Figura 7. Comparação do desempenho na tarefa 
motora de acordo com a atenção interna ou externa. 
Nesse sentido, toda a sequência pedagógica utilizada durante 
o ensino do Stand Up Paddle adotou o seguinte 
direcionamento:
Crianças e adolescentes com Síndrome de 
Down apresentam dificuldade de atenção.
Instruções orientadas para atenção externa
Instruções realizadas de maneira visual
Atividades lúdicas, com o intuito de manter a atenção dos 
participantes
Oferta de recompensas. 
Durante as aulas de SUP, a recompensa para os praticantes 
era a oportunidade de nadar após concluir as atividades.
12 
Crianças e adolescentes com Síndrome de Down 
possuem maior chance de sucesso nas 
atividades quando são oferecidas recompensas.13 
08
Sequência Pedagógica
Adaptação ao material
2. Conhecendo a prancha e o remo
Em ambiente terrestre, colocar a prancha de Stand Up 
Paddle no solo e orientar o participante a subir no material e 
permanecer em posição ortostática.
Orientar o aluno a realizar o 
movimento com o remo, 
simulando uma remada em 
ambiente aquático. 
 
Sugere-se a utilização de 
algum material (ex: bolas), 
orientando o aluno a realizar o 
movimento da remada 
deslocando a bola para trás. 
 
Esse procedimento pode 
auxilar na manutenção da 
atenção do aluno e facilitar 
com que ele compreenda a 
amplitude do movimento. 
 
 
10
Sequência Pedagógica
Adaptação ao material
1. Conhecendo a prancha
Em ambiente terrestre, colocar a prancha de Stand Up 
Paddle no solo e orientar o participante a subir no material, 
caminhar, engatinhar, rolar, deitar, entre outros.
Caso o participante tenha 
realizado as tarefas sem cair 
da prancha, o professor 
poderá envolver outras 
atividades, como por exemplo, 
receber e lançar uma bola.
Recomenda-se retirar as 
quilhas da prancha durante a 
realização dessa atividade, 
para não danificá-las. 
 
 
 
Dependendo do material da 
prancha, sugere-se a 
utilização de colchonetes ou 
tapetes de EVA para proteger 
o material do contato direto 
com o solo.
09
Sequência Pedagógica
Adaptação ao material
3. Conhecendo o remo
Em ambiente terrestre, orientar o participante a se posicionar 
em pé e próximo ao meio líquido.
Instruir o participante a 
realizar a remada na água. 
 
Nesse momento, o propósito 
da atividade não é aprender a 
técnica da remada, mas sim, 
compreender como o remo 
interage com o próprio corpo 
e com o meio líquido, o peso 
e a resistência produzidos, 
entre outros.
Para tornar a ação mais atrativa, sugere-se a utilização de 
bolas, orientando o participante a realizar o deslocamento 
da bola para trás com a pá do remo. 
11
Sequência Pedagógica
Adaptação ao material
4. Deslocando a prancha
Em ambiente aquático, orientar o participante a ficar em 
posição ortostática, tocando o solo com a região plantar dos 
pés.
Instruir o participante a 
arremessar a prancha para 
o professor ou colega. 
 
Nesse momento, o 
propósito da atividade é 
fazer com que o aluno 
aprenda aspectos 
referentes ao peso da 
prancha no meio líquido e 
as interações que o 
material realiza com o meio 
líquido (velocidade, arrasto, 
entre outros)
Sugere-se começar com uma distância curta de arremesso. 
A partir do sucesso na atividade, o professor pode aumentar 
a distância gradativamente.
12
Sequência Pedagógica
Adaptação ao material
5. Equilíbrio na prancha
Em ambiente aquático, orientar o participante a ficar em posição 
ortostática na prancha.
Instruir o participante a não cair da prancha. Podem ser 
oferecidos diferentes estímulos ao aluno (agachar, erguer os 
braços, saltitar, caminhar pela prancha, etc). 
 
O propósito da atividade não é fazer com que o aluno aprenda o 
posicionamento considerado correto para a prática, mas sim, 
proporcionar com que compreenda aspectos referentes a 
instabilidade do material no meio aquático, a influência do seu 
posicionamento na estabilidade da prancha, entre outros. 
Sugere-se iniciar individualmente, após o sucesso, com o intuito de deixar 
a atividade mais prazerosa e desafiadora, realizar a atividade em grupo.
13
Sequência Pedagógica
Adaptação ao material
6. Equilíbrio na prancha 
Após o aluno ter conseguido realizar a atividade anterior com 
sucesso, sugere-se que o professor realize algumas 
variações, como por exemplo: 
É sempre importante, ao realizar as atividades, lembrar que o 
objetivo da brincadeira é não cair da prancha. 
 
Inclusive, o professor pode utilizar o "pulo na água", "mergulho" 
ou "nadar" como recompensa após concluírem a atividade com 
sucesso.
Morto vivo na prancha Estátua na prancha
Quando o professor disser: 
‘Morto!’, o aluno deverá 
agachar na prancha. 
Quando o professor disser: 
‘Vivo’, o aluno terá que dar um 
salto e/ou ficar em pé na 
prancha.
O professor deverá colocar 
uma música, enquanto ela 
tocar, o aluno deverá se 
deslocar livremente pela 
prancha. Quando o professor 
pausar a música, o aluno 
deverá ficar "estátua".
14
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
7. Remando com as mãos
O professor deverá instruir o aluno a realizar o movimento da 
remada com as mãos, realizando o deslocamento da prancha 
no meio aquático. 
 
 
Emambiente aquático, orientar o participante a ficar na prancha, 
em posição decúbito ventral. 
O objetivo dessa atividade é o aluno compreender como a 
prancha responde aos comandos da remada (deslocamento 
para frente, para trás, lateralmente, etc) 
 
 
15
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
8. Remando em posição sentada e/ou ajoelhada
O professor deverá instruir o aluno a realizar o movimento da 
remada com remo, realizando o deslocamento da prancha no 
meio aquático. 
 
 
Em ambiente aquático, orientar o participante a ficar na prancha, 
em posição sentada e/ou ajoelhada. 
O objetivo dessa atividade 
é o aluno compreender 
como a prancha responde 
aos comandos do remo, a 
amplitude da remada, a 
forma como captar água 
com a pá do remo, etc. 
 
Se for realizada em 
piscina, o professor poderá 
utilizar a borda para 
auxiliar no controle da 
prancha, considerando que 
os participantes estão nos 
processos iniciais de 
aprendizagem.
16
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
9. Remando em posição ortostática
O professor deverá instruir o aluno a realizar o movimento da 
remada com remo, realizando o deslocamento da prancha no 
meio aquático. 
 
 
Em ambiente aquático, orientar o participante a ficar na 
prancha, em posição ortostática. 
O objetivo dessa atividade é o aluno compreender como a 
prancha responde aos comandos do remo, a amplitude da 
remada, a forma como captar água com a pá do remo, etc. 
17
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
10. Desenvolvendo a lateralidade 
O professor deverá instruir o aluno a realizar o movimento da 
remada com remo do lado direito e esquerdo. 
 
 
Em ambiente terrestre, orientar o participante a ficar na 
prancha, em posição ortostática. 
O objetivo dessa atividade é o 
aluno compreender como 
realizar a remada em ambos 
os lados (direito e esquerdo). 
 
Para auxiliar na compreensão, 
sugere-se utilizar pistas 
visuais, como por exemplo, 
adesivos coloridos, figuras, 
etc. 
 
Na figura ao lado, foram 
utilizadas fitas adesivas: 
vermelho = lado direito 
azul = lado esquerdo 
18
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
10. Desenvolvendo a lateralidade no meio líquido 
O professor deverá instruir o aluno a realizar o movimento da 
remada com remo do lado direito e esquerdo. 
 
 
Em ambiente terrestre, orientar o participante a ficar posicionado 
próximo ao pier e/ou borda da piscina. 
O objetivo dessa atividade é o aluno compreender como realizar 
a remada em ambos os lados (direito e esquerdo). 
 
 
19
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
10. Deslocamento 
O professor deverá instruir o aluno a realizar o deslocamento 
pela piscina, utilizando o remo para produzir o movimento. 
 
 
Em ambiente líquido, orientar o participante a manter a posição 
ortostática. 
Com o intuito de promover a motivação e manutenção da 
atenção do aluno, sugere-se utilizar pistas visuais, 
como por exemplo: Boias aquáticas. 
Na figura abaixo, foi utilizado uma boia em formato de golfinho. 
O aluno era orientado a ir buscar o golfinho. 
 
 
20
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
10. Boliche 
O professor deverá instruir o aluno a realizar o arremesso de 
bolas em direção ao alvo, que pode ser garrafas PET's, halteres 
de hidroginástica, pinos, entre outros. 
 
Sugere-se utilizar bolas de diferentes tamanhos e pesos, para 
oportunizar níveis de dificuldades variadas. 
 
 
Em ambiente líquido, orientar o participante a manter a posição 
ortostática e/ou sentada na prancha. 
21
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
10. Bola de equilíbrio 
O professor deverá instruir o aluno a realizar a empunhadura da 
remada, utilizando um cabo de vassoura e/ou outro material 
alternativo que simule o remo (Ex.: cano PVC). 
 
 
 
 
Em ambiente terrestre, manter a posição sentada sobre a bola 
suíça com os pés apoiados no chão. 
Orientar o aluno a realizar 
os movimentos que 
simulem a remada, 
fazendo com que o 
mesmo execute a tarefa 
de ambos os lados. 
 
 
Nessa atividade, o 
professor pode oferecer 
como recompensa o 
desafio de ficar em pé na 
bola suíça. 
22
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
 11. Arremesso e recepção na bola de equilíbrio 
O professor deverá instruir o aluno a recepcionar e lançar 
diferentes tipos de bola (Ex.: bolas de vôlei, polo aquático, 
handebol, infantil, etc.) 
 
O objetivo dessa atividade é desenvolver o equilíbrio corporal 
visto que é uma das exigências da modalidade SUP. 
 
 
Em ambiente terrestre, manter a posição sentada sobre a bola 
suíça com os pés apoiados no chão. 
23
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
12. Cama elástica 
O professor deverá instruir o aluno a realizar a empunhadura no 
remo, utilizando um cabo de vassoura e/ou outro material 
alternativo que simule o remo (Ex.: cano PVC). 
 
Orientar o aluno a realizar os movimentos que simulem a 
remada, fazendo com que o mesmo execute a tarefa de ambos 
os lados. 
 
Com o intuito de tornar a 
atividade mais prazerosa, e 
manter a atenção do aluno em 
uma atividade que desenvolva 
força e equilíbrio, exigidos pela 
modalidade, o professor poderá 
estimular o aluno a saltar 
unilateralmente e/ou com os 
dois pés. 
 
Em ambiente terrestre, manter a posição ortostática sobre a 
cama elástica. 
24
Sequência Pedagógica
Habilidades motoras
13. Pega-pega 
O professor deverá instruir o aluno a pegar e/ou fugir do 
professor ou colega, realizando o deslocamento por meio da 
remada. 
 
 
 
Em meio líquido, orientar o aluno a manter a posição ortostática 
sobre a prancha. 
Com o propósito de manter a atenção dos alunos na 
realização da atividade, sugere-se algumas variações: 
- O "pegador" se deslocará no meio líquido remando na 
prancha; 
- O "pegador" se deslocará no meio líquido nadando.
25
Recomenda-se que os professores ofereçam 
demonstrações quantas vezes forem necessárias; 
 
Sugere-se que o professor realize a atividade junto com o 
aluno, fornecendo um modelo e feedback imediato; 
 
Evitar palavras abstratas, preferir palavras objetivas e 
concretas; 
 
Evitar feedbacks negativos, independente da performance 
realizada pelo aluno; 
 
Recomenda-se utilização do colete salva-vidas em todas as 
atividades, mesmo que o aluno saiba nadar; 
 
Antes de transmitir as orientações para os alunos, 
certifique-se de que ele está com atenção direcionada para 
você; 
 
Verificar as condições de uso dos materiais (prancha e 
colete salva-vidas) antes de iniciar as atividades; 
 
 
Dicas e Orientações 
26
Dicas e Orientações 
O SUP é uma atividade de aventura e traz riscos de vida a 
seus participantes, por isso é recomendável uma 
supervisão próxima dos professores e treinamento dos 
procedimentos de segurança, como por exemplo, ensinar a 
nadar usando o colete salva-vidas, retornar para a prancha 
após queda, entre outros; 
 
No planejamento das aulas, ter sempre uma alternativa 
para substituir alguma atividade que não se desenvolva da 
maneira esperada; 
 
Organizar atividades de curta duração para auxiliar na 
manutenção da atenção e motivação dos alunos; 
 
Considerando que as pessoas com Síndrome de Down 
apresentam diversas patologias associadas, recomenda-se 
conhecer o histórico médico do aluno (Ex.: epilepsia, 
instabilidade atlanto-axial, etc.); 
 
Para as atividades realizadas na posição ortostática na 
prancha, próximas de locais com pouca profundidade ou 
de bordas de piscinas, pier, pedras, entre outros, deve-se 
ter atenção para evitar lesões ocasionadas por quedas. 
27
Comportamento motor
Metodologia adotada 
Para investigar o comportamento motor das crianças e 
adolescentes com Síndrome de Down e analisar os efeitos da 
prática do SUP, foram utilizados os seguintes procedimentos:
Inicialmente, os participantes foram submetidos a avaliações 
de equilíbrio corporal, funcionalidade e performance motora. 
 
Posteriormente, foram ofertadas aulas de SUP na piscina 
semiolímpica do complexo esportivo da UNIVASF, Petrolina - 
PE,durante 6 semanas, com duração de 50 minutos cada aula 
e frequência de 1 vez por semana. 
 
Por fim, após o período de intervenção, os participantes foram 
avaliados novamente.
Pré 
teste
Aulas
Pós  
teste
Cronograma das atividades desenvolvidas
28
Comportamento motor
Metodologia adotada 
Equilíbrio Coporal
Para mensurar o equilíbrio corporal, foi utilizado o seguinte 
protocolo:
Consistiu na realização de uma 
tarefa de equilíbrio para 
atravessar um obstáculo o mais 
rápido possível. Sendo oferecidas 
duas tentativas válidas para cada 
sujeito e registrando-se o melhor 
tempo. Para aplicação do teste, 
foram necessárias 04 varas de 90 
cm de comprimento com base 
plana, colocadas em formato de 
cruz e os quadrados enumerados 
de 01 a 04. 
 
 A criança foi orientada para 
avançar do quadrado 01 até o 04, 
em sentido horário e os dois pés 
deveriam fazer contato com o 
solo em cada área. Logo após, os 
sujeitos foram orientados a 
refazer o teste em sentido anti- 
horário.
Figura 8. Demonstração do Four Square Step 
Test 
fonte: Verma et al.
Four Square Step Test
14
29
Comportamento motor
Metodologia adotada 
Capacidade funcional
 A Pediatric Balance Scale foi 
desenvolvida a partir de uma 
modificação da Escala de 
Equilíbrio de Berg, visando 
obter uma escala de equilíbrio 
mais apropriada para a 
população infantil. 
 
A escala possui 14 itens que 
avaliam atividades 
funcionais (ex: alcançar, 
girar,transferir-se, permanecer 
em pé e levantar-se) que uma 
criança pode desempenhar em 
casa, na 
escola ou na comunidade. 
Figura 9. Escala de avaliação da Pediatric 
Balance Scale. 
fonte: Rieis et al. 
Pediatric Balance Scale
Para mensurar a funcionalidade, foi utilizado o seguinte 
protocolo:
15
30
Comportamento motor
Metodologia adotada 
Performance motora
 Para analisar a perfomance motora dos participantes na 
execução dos movimentos necessários ao Stand Up Paddle, foi 
utilizado o seguinte procedimento: 
Teste de velocidade
No início de cada aula, os participantes deveriam completar um 
percurso no menor tempo possível.
O percurso delimitado foi o 
comprimento da piscina (25m) e 
os participantes tinham duas 
tentativas válidas, sendo 
registrado o menor tempo. 
 
Com o intuito de manter a 
atenção e motivação dos 
participantes, era oferecido 
estímulo visual (boia inflável de 
golfinho) e o aluno era orientado 
a ir o mais rápido possível até o 
golfinho posicionado ao final da 
piscina (25m).
31
Comportamento Motor 
Resultados 
Equilíbrio Coporal
Na figura abaixo, são demonstrados os valores obtidos no Four 
Square Step Test no momento anterior e posterior às aulas de 
SUP. 
É possível observar que todos os participantes apresentaram 
melhora no desempenho do teste de equilíbrio corporal 
dinâmico após a realização das aulas de SUP. 
Ou seja, conseguiram completar o percurso em menor tempo. 
32
Figura 10. Comparação dos valores obtidos no Four Square Step Test nos momentos pré e pós teste. 
Comportamento Motor 
Resultados 
Capacidade funcional 
Na figura abaixo, são demonstrados os valores obtidos na 
Pediatric Balance Scale no momento anterior e posterior às 
aulas de SUP. 
Observa-se que todos os participantes apresentaram melhora 
no desempenho do teste de capacidade funcional após a 
realização das aulas de SUP. 
33
Figura 11. Comparação dos valores obtidos na Pediatric Balance Scale nos momentos pré e pós teste. 
Comportamento Motor 
Resultados 
Performance motora 
Na figura abaixo, são demonstrados os valores obtidos no 
teste de perfomance motora no momento anterior e posterior 
às aulas de SUP. 
É possível observar que todos os participantes apresentaram 
melhora no desempenho do teste de performance motora após 
a realização das aulas de SUP. 
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Figura 12. Comparação dos valores obtidos na perfomance motora nos momentos pré e pós teste. 
Considerações finais 
Por meio dos resultados apresentados, conclui-se que: 
 
 
6 semanas de aulas de Stand Up Paddle foram suficientes 
para promover melhora nos aspectos de equilíbrio corporal 
dinâmico, capacidade funcional e performance motora em 
crianças com Síndrome de Down. 
A metodologia de ensino adotada foi satisfatória para promover 
melhora nos aspectos motores dos participantes. 
Dessa forma, sugere-se que o Stand Up Paddle possa ser 
utilizado como uma ferramenta esportiva em seus diversos 
contextos (educacional, terapêutico, recreacional e 
competitivo) para crianças com Síndrome de Down. 
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Considerações finais 
Após o período de intervenção realizado na piscina 
semiolímpica do complexo esportivo da UNIVASF - Petrolina, 
PE, foi realizado o encerramento das atividades no Rio São 
Francisco. 
 
Nesse momento, os participantes puderam colocar em prática 
todo o aprendizado realizado na piscina e transferir para o 
meio natural (rio). 
 
Além disso, foi realizado um momento de confraternização por 
meio de um piquenique entre professores, colaboradores, 
familiares e alunos. 
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