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6º PBL Processo 1 (1)

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Revelia: É um ato-fato processual, consistente na não apresentação tempestiva da contestação. Há revelia quando o réu, citado, não aparece em juízo, apresentando a sua resposta, ou, comparecendo ao processo, também não apresenta a sua resposta tempestivamente. O silêncio do réu em relação aos fatos alegados pelo autor na inicial geram três consequências, conforme previsão expressa do Novo CPC. Portanto, são elas: 
Presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor: o não comparecimento do réu no processo gera a presunção de que os fatos narrados pelo autor na inicial são verdadeiros. Ele, inclusive, está dispensado de apresentar qualquer prova que confirme os fatos afirmados. Essa presunção, no entanto, está limitada às questões de fato, somente. Não é absoluta. É tão somente uma presunção material. Isso significa que as questões de direito, por outro lado, serão submetidas à análise do juiz. Assim, o fato do réu ser revel não torna o autor vencedor da causa, nem implica procedência do pedido. 
Julgamento antecipado do mérito: O silêncio do réu e a consequente presunção de veracidade dos fatos também autoriza o juiz a analisar o processo a partir das alegações proferidas pelo autor, por exemplo. Ele pode, portanto, providenciar o julgamento antecipado do mérito Tal julgamento, no entanto, irá acontecer somente se o juiz entender que os fatos alegados na inicial e os elementos constantes nos autos são suficientes para formar sua convicção e julgar o mérito da causa desde logo. 
Contagem dos prazos com início diferenciado: Além disso, os prazos processuais transcorreram de maneira diferenciada para o réu revel que não possui advogado constituído nos autos. Portanto, eles não correm a partir da intimação, como acontece nos demais casos processuais. A intimação do réu revel, pelo contrário, se torna desnecessária nos casos em que ele não é representado por patrono. Para o réu revel, a contagem do prazo inicia a partir da publicação da decisão. Essa situação muda no momento que o réu constitui advogado, por exemplo. Neste caso, ele passa a ser obrigatoriamente intimado de todos os atos processuais posteriores, por meio de seu procurador. 
Providências preliminares
São medidas que o juiz, eventualmente, deve tomar logo após a resposta do réu e que se destinam a encerrar a fase postulatória do processo e a preparar a fase saneadora. Resultam as “providências preliminares” da necessidade de manter o processo sob o domínio completo do princípio do contraditório. Assim, findo o prazo de resposta do réu, os autos são conclusos ao juiz, que, em cinco dias, conforme o caso, poderá tomar uma das as providências preliminares constantes dos artigos 348 a 353 do CPC: se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no artigo 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado; se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova; se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no artigo 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 dias, permitindo-lhe a produção de prova. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 dias. 
É, também, no estágio das providências preliminares que o juiz deve deliberar sobre a citação de litisconsortes necessários, na forma do artigo 115, parágrafo único, do CPC. Depois de solucionadas todas as questões relativas à citação de litisconsortes necessários ou à intervenção de terceiros, é que o juiz diligenciar as medidas determinadas pelos artigos 347 a 354. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo.
Julgamento Conforme o Estado do Processo
Ultrapassada a fase das providências preliminares, ainda que nenhuma delas tenha sido necessária, o processo chega a uma nova fase, em que o juiz proferirá uma decisão, que pode ser interlocutória ou sentencial.
Extinção do Processo
Sem resolução do mérito: art. 354 do CPC ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Nesse caso, se o juiz perceber a inutilidade da continuação do processo, em razão de vício formal insanável, deve determinar a extinção do processo sem a resolução do mérito
Para isto o juiz irá se fundamentar nas hipóteses do art. 485 do CPC. é possível depreender que ele se refere à sentença a ser proferida quando não houver análise de mérito. E isso se dará porque há a percepção de uma inutilidade em se dar continuação ao processo. A motivação é a presença de um vício insanável que desencadeia essa extinção sem resolução de mérito com fundamentação no referido artigo de lei. Como os aspectos verificados são naturalmente formais, não há uma resposta direta ao requerido pelo autor. A sentença produzida é apenas terminativa, pois se relaciona unicamente a admissibilidade. A coisa julgada será, portanto, formal.
Com resolução do mérito: art. 354 do CPC ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Extingue-se a demanda com resolução de mérito, na fase de julgamento conforme o estado do processo, quando houver: Prescrição ou Decadência; Homologação de reconhecimento jurídico do pedido, de transação e de renúncia. 
É natural que a previsão dessas espécies de sentença de mérito como providências a serem adotadas pelo juiz no momento procedimental do “julgamento conforme o estado do processo” não cria uma limitação temporal para a prolação de tais sentenças. Assim, uma transação ou renúncia, por exemplo, podem gerar a extinção do processo tanto antes quanto depois do julgamento conforme o estado do processo.
Julgamento Antecipado da Lide: art. 355 do CPC julga-se o mérito de maneira antecipada, no estado em que se encontra o processo, por não ser mais necessário praticar nenhum ato preparatório ao julgamento. O juiz examina o pedido e profere sentença contendo a solução para a lide, sem que se passe por audiência de instrução e julgamento. O critério que legitima essa modalidade de julgamento é, portanto, a desnecessidade de produção de outras provas para além das já introduzidas com a petição inicial e na contestação do réu. Havendo esse julgamento, a sentença é fundada em cognição exauriente e o recurso cabível é o de apelação.
Julgamento antecipado parcial do mérito
Todas essas considerações são também pertinentes ao julgamento antecipado parcial do mérito. Ele não é uma faculdade, é um dever do juiz; uma exigência para solução da lide de forma efetiva e rápida. para que se proceda ao julgamento parcial da lide determinado pelo art. 356 é necessário que a questão a ser enfrentada antecipadamente seja autônoma e destacável do destino do restante do mérito da causa. Vale dizer que a parcela destacada desafia solução que não sofrerá mudança em razão do ulterior julgamento das demais questões, qualquer que seja ele.
Saneamento: Como se percebeu, dois caminhos são apontados no julgamento conforme o estado do processo: sua extinção ou seu saneamento. Essa opção visa deixar o processo pronto para a fase instrutória. O afastamento da exclusão faz com que o processo corra em curso normal, culminando na decisão de saneamento, previsto no art. 357 do CPC. 
Quando as questões preliminares trazidas pelo réu não forem bastante para provocar o julgamento da extinção do processo, cabe ao juiz apreciá-las e rejeitá-las no saneador. Após isso ou não havendo questões preliminares, declara-se saneado o processo. É, dessa forma, decisão proferida reconhecendo que o processo está em ordem e que a fase probatória pode ser iniciada. É possível o julgamento de mérito e, para tanto, haverá necessidade de prova oral ou pericial.
Referências Bibliográficas 
https://www.migalhas.com.br/depeso/235288/a-estabilidade-do-julgamento-conforme-o-estado-do-processo
http://www.rkladvocacia.com/o-saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc/file:///C:/Users/teste/Downloads/Direito-Processual-Civil-Esquematizado-8ªEd.-Marcus-Vinicius-2017.pdf

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