Buscar

Julgamento conforme o estado do processo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Noções Gerais: Depois de cumprir as providências 
preliminares, ou não havendo necessidade delas, o 
magistrado fará o julgamento conforme o estado do 
processo, que pode assumir diversas feições: 
A) Extingue o processo sem resolução de mérito (art. 
485 c/c art. 354, CPC): Se nesse momento de proferir 
julgamento conforme o estado do processo, o 
magistrado verificar a existência de vícios insanáveis 
(vícios que necessariamente vão conduzir a extinção 
do processo sem resolução de mérito pela 
impossibilidade de ser sanado ou porque o juiz deu 
a chance de se corrigir o vício e não foi feito dentro 
do prazo determinado) será proferida a decisão de 
extinção do processo sem a resolução do mérito, 
visto que devido à presença desse vício o processo 
não pode se desenvolver de forma válida e regular. 
Nesse caso, estaremos diante de uma sentença 
terminativa, que é aquela sentença onde não há a 
apreciação do mérito, e contra ela cabe o recurso de 
apelação. 
 
B) Extingue o processo com resolução do mérito, em 
razão da autocomposição (art. 487, III, c/c art. 354, 
CPC): A autocomposição ocorre quando as partes 
entram em um acordo, através de transações 
recíprocas chegam a um consenso para pôr fim ao 
litígio, também se houver renúncia ao direito em que 
se funda a ação ou também quando o réu reconhece 
a procedência do pedido do autor. Então, se assim se 
resolver, o juiz irá proferir uma sentença onde 
homologa a autocomposição, pondo fim não apenas 
ao litígio, mas também ao processo, se observado o 
art. 487, III vemos que a autocomposição é hipóteses 
de extinção do processo com resolução de mérito, 
em que pese não haver julgamento, visto que não é 
o magistrado que resolve o litígio. 
 
C) Extingue o processo com resolução do mérito pela 
verificação da ocorrência da decadência ou 
prescrição (art. 487, II, c/c art. 354, CPC): Nessa 
hipótese a extinção ocorre com resolução de mérito 
em virtude do reconhecimento, pelo magistrado, da 
hipóteses de decadência ou de prescrição. Se houve 
prescrição da pretensão formulada pelo autor ou se 
a parte decaiu do seu direito, verificando isso, será 
gerada a extinção do processo com extinção de 
mérito. Nessa hipótese o juiz não adentra ao mérito 
propriamente dito, não irá analisar o pedido, visto 
que estamos diante de uma prejudicial de mérito, e 
o pedido sequer será apreciado. 
 
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos 
arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode 
dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que 
será impugnável por agravo de instrumento. 
Se a sentença se basear no art. 485 estamos diante de uma 
sentença terminativa, que é a sentença que não aprecia o 
mérito, já nas hipóteses do art. 487, II e III os juiz irá proferir 
uma sentença definitiva, que é uma sentença de mérito, em 
ambas as sentenças o recurso cabível é a apelação. 
Na hipótese do caput, estamos diante do recurso de 
apelação, já que a sentença, seja ela definitiva ou terminativa, 
dará origem, via de regra geral a essa espécie de recurso. 
Agora, poderá ocorrer o que é descrito no parágrafo único do 
art. 354, e estejamos diante de uma decisão parcial, como por 
exemplo o caso em que as partes fizerem acordo acerca de 
apenas um dos pedidos formulados, e o juiz irá homologar o 
acordo feito apenas sobre esse pedido, nesse caso não 
estaremos diante de uma sentença, visto que essa decisão 
não tem aptidão á por fim ao processo em primeira instância 
e o restante do procedimento seguirá para a resolução dos 
outros pedidos, e essa decisão que homologou o acordo será 
considerada uma decisão interlocutória, onde o recurso 
cabível é o agravo de instrumento. A mesma situação 
ocorreria, por exemplo, se o juiz verificasse falta de interesse 
processual da parte em apenas um dos pedidos, nesse caso o 
juiz irá por fim ao procedimento em relação apenas a aquele 
pedido para o qual falta interesse processual, mas o 
procedimento seguirá, portanto não gerará extinção do 
processo sem resolução de mérito, pondo fim apenas a 
possibilidade de análise daquele pedido. 
D) Julga antecipadamente o mérito da causa (art. 355 
c/c art. 487, I, CPC): Ocorrerá quando não houver 
necessidade de produção de provas, ou quando o 
réu fica revel e essa revelia produz o seu efeito 
material. Nessas hipóteses não haverá necessidade 
de se ingressar na fase instrutória, podendo o juiz 
julgar o mérito antecipadamente após a fase de 
saneamento do processo, não havendo qualquer 
necessidade de instruir o feito produzindo outras 
provas para que após isso seja proferida sentença. 
Aqui também há a possibilidade de julgamento 
parcial antecipado do mérito, nas hipóteses em que 
um dos pedidos ou parcela deles se mostrarem 
incontroversos, ou já estiverem em condições de 
imediato julgamento por exemplo, então o juiz irá 
proferir uma decisão parcial, não apta a gerar a 
extinção do processo com resolução de mérito. 
 
E) Profere decisão de saneamento ou organização do 
processo, com ou sem audiência para produzi-la em 
cooperação com as partes (art. 357, CPC): O CPC 
prevê a possibilidade de uma audiência chamada de 
“audiência de organização e saneamento do 
processo” que tem por finalidade buscar o 
saneamento compartilhado, ou seja, buscar o auxílio 
das partes para que o juiz possa sanear o processo e 
o regularizar, tornando possível a produção de 
provas e futuramente a prolação de uma sentença. 
Porém essa decisão de saneamento e organização 
pode também ser prolatada fora dessa audiência. 
 
Questões pertinentes: 
• O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais 
dos pedidos formulados, ou parcela deles, mostrar-se 
incontroverso. 
• Situação fática → Considere determinada ação cujo objeto 
é a análise da legalidade de cláusulas contratuais e o autor 
cumula o pedido com indenização por danos materiais em 
razão dos prejuízos decorrentes da abusividade das cláusulas 
a que se viu submetido. O autor teve gastos que 
necessariamente dependem de perícia. O réu é citado e, por 
sua vez, na contestação tempestivamente apresentada, 
declara que realmente a tese da abusividade alegada pelo 
autor procede, mas afirma não haver qualquer dano material 
a ser indenizado, protestando por provas orais. Diante dessa 
situação, sabendo que a réplica já foi apresentada pelo autor, 
e que este protestou por provas orais e periciais, o juiz: 
poderá julgar de forma parcial o mérito referente à 
abusividade das cláusulas, tendo em vista a confissão do réu, 
prosseguindo a ação em relação aos danos materiais. 
• Incompetência territorial não se declara de ofício em razão 
do instituto da prorrogação da competência relativa. 
• Situação fática → A propôs ação de cobrança cumulada com 
indenização por danos materiais contra B. Alegou que as 
partes celebraram um negócio jurídico e o réu deveria pagar 
a importância de R$ 90.000,00 no prazo de 90 (noventa) dias, 
mas ele deixou de adimplir a obrigação. Acrescentou ter 
deixado de auferir lucro no valor de R$ 5.000,00, porque, 
diante do inadimplemento, perdeu um bom negócio que 
estava em vias de concretizar com C. Citado, o réu, no prazo 
legal, ofereceu contestação e somente negou a existência do 
lucro cessante alegado, porque não seria verídico estar o 
autor em negociação com C. Requereu produção de prova 
oral. As partes, expressamente e em oportunidade 
pertinente, informaram que não desejavam a audiência de 
conciliação ou mediação. Acerca desse caso hipotético, o Juiz 
deverá → Nesta hipótese, o Juiz deveria julgar 
antecipadamente e parcialmente o mérito com relação ao 
pedido de pagamento de R$ 90.000,00 referente ao não 
cumprimento da obrigação por parte de B. Isso porque, trata-
se de pedido incontroverso, sendo certo que, ao contestar, 
não impugnou o referido pedido, limitando-sea impugnar o 
pedido de lucros cessantes de R$ 5.000,00. Desta forma, 
tratando-se de pedido incontroverso, o juiz deverá julgar de 
forma antecipada e parcial o mérito da ação, nos termos 
do artigo 356, I, do NCPC (Art. 356. O juiz decidirá 
parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos 
formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso;) 
prosseguindo a instrução do processo com relação ao pedido 
de lucros cessantes. 
• Situação fática → Após ser citado em uma ação de 
indenização, o réu declarou e comprovou que a dívida já 
estava prescrita. Intimado o autor para se manifestar sobre 
essa tese de defesa, resolveu desconstituir o seu patrono. O 
juiz suspendeu o processo e intimou o autor pessoalmente 
para que, em 10 dias, sanasse o vício de sua representação 
processual. Passado o prazo sem qualquer manifestação do 
autor, poderá o juiz: decidir o mérito a favor do réu, 
rejeitando o pedido, não pronunciando a nulidade de falta 
de representação. 
• Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher 
pedido de sua revogação caberá agravo de 
instrumento, exceto quando a questão for resolvida na 
sentença, contra a qual caberá apelação. 
•Após encerrar a instrução de determinado processo, a juíza 
do caso foi removida para outra vara. O juiz substituto que 
assumiu a vara apreciou o referido processo, já instruído, e 
proferiu julgamento antecipado parcial do mérito de um dos 
pedidos da inicial, por ser incontroverso. Com relação a essa 
situação hipotética, assinale a opção correta → A decisão do 
juiz substituto não poderá ser considerada nula com base no 
princípio da identidade física do juiz. 
• Se o réu, ao contestar a demanda, alegar a sua ilegitimidade 
passiva, o juiz: Oportunizará ao autor o redirecionamento da 
demanda. 
• O juiz resolverá o mérito quando homologar a transação. 
• Acerca do julgamento conforme o estado do processo, 
assinale a opção correta → A decisão parcial de mérito que se 
torna definitiva produz coisa julgada e pode ser objeto de 
ação rescisória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O julgamento antecipado é uma decisão de mérito, proferida 
após a fase de saneamento do processo, em que o juiz 
reconhece que não há necessidade de produção de mais 
provas (provas orais, perícia e inspeção judicial), proferindo 
decisão com base na prova documental produzida pelas 
partes. 
Regra geral as fases do procedimento em primeira instância 
são: postulatória, que se finda com o fim do prazo para 
contestação e pode se alongar nas hipóteses em que o réu 
oferece reconvenção, denunciação da lide, chamamento ao 
processo, saneatória para que se organize o feito, instrutória 
que tem por objetivo a produção de provas, e a fase decisória 
onde o juiz irá proferir a sua sentença. 
Seguindo o curso comum o juiz profere sentença na fase 
decisória, após a instrução com a produção de provas, mas 
quando falamos em julgamento antecipado do mérito, o 
julgamento desse caso não irá ocorrer nessa fase decisória, 
mas sim, será antecipado para o fim da fase de saneamento 
do processo, ou seja, após o processo ter sido saneado, ao 
invés do juiz dar início à fase instrutória, para depois proferir 
sentença na fase decisória, o juiz julga o mérito, logo após o 
saneamento. Isso apenas poderá ocorrer se o juiz verificar 
que não há necessidade de produção de outras provas, que 
as provas documentais anexadas pelo autor na petição inicial, 
pelo réu na contestação e reconvenção e se for o caso na 
réplica ou contraprova do autor foram suficientes para a 
formação do convencimento do juiz, para que o juiz possa 
abrir mão da fase instrutória e proferir o julgamento 
antecipado do mérito. 
Veja que no julgamento antecipado do mérito, assim como 
ocorre na improcedência liminar do pedido e no julgamento 
após a audiência de instrução e julgamento, o juiz profere 
decisão judicial com base no art. 487, I, ou seja, aqui o 
magistrado resolve o mérito acolhendo ou rejeitando o 
pedido formulado pelo autor, isso significa que, no 
julgamento antecipado do mérito temos heterocomposição. 
Importante lembrar que o art. 487, I também se aplica se o 
processo seguir para a fase instrutória, pois da mesma forma 
a decisão irá partir do juiz, o mesmo ocorrerá nas decisões de 
improcedência liminar do pedido. 
Hipóteses de julgamento antecipado do mérito: 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, 
proferindo sentença com resolução de mérito, quando: 
A primeira coisa que se deve ressaltar é que no julgamento 
antecipado do mérito o juiz aprecia o mérito, ou seja, ele 
analisa aquilo que foi pedido pela parte, então, se o pedido 
for apreciado, o juiz irá proferir uma sentença de mérito, 
também chamada de sentença definitiva, sentença essa apta 
ao recurso de apelação. 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
O momento de produção de prova documental é na petição 
inicial para o autor e na contestação para o réu, depois disso 
será possível a produção de prova documental desde que 
para provar fato superveniente ou para produzir contraprova. 
As demais provas serão produzidas na fase instrutória. Então, 
a primeira hipótese de julgamento antecipado do mérito 
ocorre quando os documentos anexados aos autos se 
mostram suficientes para o julgamento da demanda. 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e 
não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. 
A segunda hipótese de julgamento antecipado do mérito 
ocorre quando réu for revel, pela ausência de contestação ou 
contestação intempestiva. Porém não é a simples revelia que 
gera a possibilidade de julgamento antecipado do mérito, que 
ocorrerá apenas se, havendo revelia, se concretizar o efeito 
previsto no art. 344, que é o efeito material ou substancial da 
revelia, ou seja, serão considerados verdadeiros os fatos 
alegados pelo autor na petição inicial, a chamada confissão 
ficta. Em todos os casos previstos em lei em que a revelia não 
produz seu efeito material a parte deverá produzir provas e 
não poderá haver o julgamento antecipado do mérito. O 
inciso ainda é complementado que também não deve ter 
havido requerimento de prova na forma do art. 349, que 
permite que o réu, ingressando no processo em tempo hábil 
produza as provas que entender necessárias para demonstrar 
que o autor está equivocado, ou seja, se o réu entrar no 
processo em tempo hábil ele poderá produzir contraprova. 
Algumas observações: 
a) O princípio da cooperação impõe que o juiz 
comunique as partes sua decisão de proferir 
julgamento antecipado do mérito. Normalmente 
isso é feito no momento em que as partes vem 
especificar as provas, onde apontam que não veem 
necessidade de produção de mais provas e 
requerem o julgamento antecipado do mérito. Mas, 
ainda que haja requerimento do autor e do réu para 
que o mérito seja julgado antecipadamente, deverá 
o juiz intimar as partes para que dê ciência de que o 
mérito foi julgado antecipadamente. 
 
b) Não se permite que o juiz, no julgamento antecipado 
do mérito, conclua pela improcedência do pedido, 
sob o fundamento de que o autor não provou o 
alegado, já que ele entendeu que não havia 
necessidade de outras provas. Proibi-se o venire 
contra factum proprium (comportamento 
contraditório do juiz), visto que, se o magistrado 
decidiu pelo julgamento antecipado do mérito, ele 
próprio verificou que não havia necessidade de 
produção de outras provas, ou por que as provas 
documentais carreadas aos autos já eram suficientes 
para demonstrar a verdade das alegações ou diante 
do efeito material da revelia ele considerará 
verdadeiros os fatos alegados pelo autor na inicial 
sem que haja necessidade de produção de provas, 
ele já deve ter considerado que as provas já 
anexadas ao processo são suficientes para julgar o 
mérito. 
 
c) Quando for o caso, o julgamento antecipado domérito não é faculdade, mas dever que a lei impõe 
ao juiz, em razão dos princípios da duração razoável 
do processo e da eficiência. Então, não é uma 
escolha do juiz proferir o julgamento antecipado do 
mérito, se ele verificar que as hipóteses do art. 355 
do CPC estão presentes, terá o dever de proferir o 
julgamento antecipado do mérito. Não é uma 
faculdade pois é dever do juiz buscar pela duração 
razoável do processo, que é um princípio 
constitucional (art. 78, V). 
 
Admite-se ainda o julgamento antecipado parcial do mérito: 
Se falamos em julgamento antecipado parcial do mérito 
significa que apenas parte do mérito, ou algum dos pedidos 
será julgado antecipadamente. Como não estamos diante de 
uma sentença, o recurso cabível nesse caso não será a 
sentença, mas sim o agravo de instrumento. 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando 
um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
Então, como não recaem dúvidas sobre ele, porém o restante 
do processo que se mostrar controverso seguirá para 
julgamento. É um exemplo a autocomposição que recaia 
apenas sobre um dos pedidos, onde o réu reconhece o direito 
do autor ou as partes chagam a um acordo sobre esse pedido, 
onde o juiz irá proferir uma decisão homologatória dessa 
decisão. 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos 
termos do art. 355. 
O art. 355 fala das hipóteses de julgamento antecipado do 
mérito, e nessas hipóteses o julgamento antecipado também 
poderá ser parcial. Retomando as hipóteses, teremos 
julgamento antecipado do mérito de um dos pedidos ou 
parcela de um pedido não necessitar produção de outras 
provas, e na segunda hipótese, se um dos pedidos ou parcela 
de algum deles se mostrar verdadeiro devido ao efeito 
material da revelia. 
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá 
reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. 
Essa decisão parcial de mérito, proferida pelo magistrado 
após o saneamento do processo pode ser liquida, quando 
disser qual é o valor ou o objeto da condenação, já a ilíquida 
é aquela que, apesar de determinar o cumprimento de uma 
prestação pelo réu, não diz qual é o valor ou qual é o objeto 
dessa prestação. Quando estamos diante de uma decisão 
ilíquida, antes de ser cumprida, ela deverá passar pela 
liquidação de sentença. Já se for liquida pode ser de imediato 
executada. Então, a decisão parcial de mérito pode ser 
liquidada, executada e também pode transitar em julgado e 
assim ser alvo de ação rescisória nos termos do art. 966 do 
CPC, pois apesar de estarmos diante de uma decisão parcial, 
ela resolve o mérito, ou por autocomposição ou 
heterocomposição. 
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a 
obrigação reconhecida na decisão que julgar 
parcialmente o mérito, independentemente de caução, 
ainda que haja recurso contra essa interposto. 
Regra geral a execução provisória requere caução para que o 
credor possa praticar atos de disposição dos bens do devedor, 
a execução provisória se dá quando há execução de uma 
decisão judicial na pendência de recurso não dotado de efeito 
suspensivo, então a decisão, mesmo que ainda caiba recuso, 
é eficaz. Então, se o juiz proferiu uma decisão parcial de 
mérito e essa decisão não foi dotada de efeito suspensivo e 
caiba recurso, ela poderá ser executada desde já não 
necessitando que seja prestada caução (regra geral a lei exige 
que essa caução seja prestada por quem está executando a 
dívida, visto que a decisão pode ser reformada pelo recurso, 
e a parte poderá de ter que devolver o que executou). 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado 
da decisão, a execução será definitiva. 
A decisão parcial de mérito pode ser objeto de recurso, que é 
o agravo de instrumento. Esse recurso, uma vez julgado dará 
o trânsito em julgado da decisão (ou também se a parte deixar 
transcorrer o prazo do recurso) e teremos uma execução 
definitiva. 
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar 
parcialmente o mérito poderão ser processados em 
autos suplementares, a requerimento da parte ou a 
critério do juiz. 
Para que se evitem confusões no processo principal, a 
liquidação ou o cumprimento da sentença poderão correr em 
autos apartado, podendos as partes requererem isso ou o 
próprio juiz optar por essa opção. 
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é 
impugnável por agravo de instrumento. 
Lido combinado com o art. 1.015, II do CPC, temos que o 
recurso cabível para essa decisão interlocutória que julga 
antecipadamente o mérito de forma parcial, é o agravo de 
instrumento. 
Questões pertinentes: 
• Quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela 
deles mostrar-se incontroverso ou, ainda, quando estiver em 
condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355, o 
juiz decidirá parcialmente o mérito. 
• O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais 
dos pedidos formulados ou parcela deles estiver em condição 
de imediato julgamento, nas hipóteses legais previstas para o 
julgamento antecipado do mérito. 
• O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais 
dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se 
incontroverso. 
• Geraldo ajuizou ação cumulando os pedidos de indenização 
por danos materiais e morais contra prestador de um serviço, 
alegando que houve desconformidade da prestação em 
relação ao pactuado. Após analisar a contestação 
apresentada pelo réu, o magistrado entendeu que a 
irregularidade do serviço e a existência dos danos morais 
eram incontroversas, mas o reconhecimento dos danos 
materiais alegados dependeria de produção de provas. Assim, 
o juiz julgou parcialmente o mérito para julgar procedente o 
pedido de indenização por danos morais, determinando, no 
mesmo ato, a intimação das partes para que especificassem 
as provas que pretendiam produzir. Esse ato judicial consiste 
em julgamento antecipado parcial do mérito, sujeito a agravo 
de instrumento; caso não haja recurso tempestivo, formar-se-
á coisa julgada material. 
• O cidadão José Herculano ingressou, no ano de 2014, com 
ação de indenização em face de uma seguradora requerendo 
a condenação da ré ao pagamento de danos emergentes e 
lucros cessantes. A empresa requerida apresentou 
contestação e pediu a realização de perícia para aferir se 
realmente houve lucros cessantes e qual seria o valor exato. 
Na ocasião, não foi pedida a realização de instrução 
probatória no que tange aos danos emergentes. O 
magistrado, no ano de 2017, entendendo que era hipótese de 
prolação de sentença parcial de mérito, cindiu o feito e, em 
julgamento antecipado, julgou procedente o pedido para 
condenar a ré a pagar o valor dos danos emergentes. A 
seguradora apresentou recurso de apelação contra a decisão, 
afirmando que o Juiz, ao prolatar sentença parcial de mérito, 
violou o sistema processual, sustentando a declaração de 
nulidade da decisão, com o consequente retorno dos autos à 
origem para o regular processamento do feito. Com base 
nesse contexto fático, assinale a alternativa correta: O 
magistrado agiu corretamente, pois a nova sistemática 
processual admite decisão, com natureza de decisão 
interlocutória, que julga parcialmente o mérito, aplicando-se 
ao caso o princípio do "tempus regit actum " possibilitando-
se a aplicação imediata das disposições previstas no novo CPC 
aos processos pendentes. 
• No que diz respeito ao julgamento antecipado parcial de 
mérito, é correto afirmar que o respectivo pronunciamento 
judicial pode ser executado, independentemente de caução, 
ainda que esteja pendente de julgamento recurso contra ele 
interposto. 
•No que diz respeito ao julgamento antecipado parcial do 
mérito, assinale a alternativa correta → O juiz decidirá 
parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos 
formulados ou parcela deles se mostrar incontroverso e nãohouver necessidade de produção de outras provas. 
•Em razão de uma colisão de veículos, Roberta, motorista e 
proprietária de um dos veículos, firmou acordo para 
reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, 
motorista e proprietário do outro veículo envolvido no 
acidente. No entanto, por ter sido descumprido o referido 
pacto, Roberta ajuizou ação em desfavor deles. Hugo 
apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo não 
realizou esse ato processual. Considerando essa situação 
hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue 
o item seguinte: O juiz poderá julgar antecipadamente o 
pedido, de modo a proferir a sentença com resolução de 
mérito, declarando Eduardo como revel, desde que inexista 
requerimento das partes para produção de provas → Errado, 
se um dos réu oferece contestação não se aplicará o efeito 
material da revelia aos outros. 
• Em relação ao julgamento antecipado parcial do mérito, é 
CORRETO afirmar que a liquidação e o cumprimento da 
decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser 
processados em autos suplementares, a requerimento da 
parte ou a critério do juiz. 
• Considere determinada ação cujo objeto é a análise da 
legalidade de cláusulas contratuais e o autor cumula o pedido 
com indenização por danos materiais em razão dos prejuízos 
decorrentes da abusividade das cláusulas a que se viu 
submetido. O autor teve gastos que necessariamente 
dependem de perícia. O réu é citado e, por sua vez, na 
contestação tempestivamente apresentada, declara que 
realmente a tese da abusividade alegada pelo autor procede, 
mas afirma não haver qualquer dano material a ser 
indenizado, protestando por provas orais. Diante dessa 
situação, sabendo que a réplica já foi apresentada pelo autor, 
e que este protestou por provas orais e periciais, o juiz: 
poderá julgar de forma parcial o mérito referente à 
abusividade das cláusulas, tendo em vista a confissão do réu, 
prosseguindo a ação em relação aos danos materiais. 
• Tendo em vista o princípio constitucional da duração 
razoável do processo, a legislação processual no Capítulo X 
trouxe hipóteses de julgamento antecipado, conforme o 
estado do processo. É uma das hipóteses de aplicação deste 
instituto: desnecessidade de dilação probatória. 
•João propôs uma demanda indenizatória em face de José, 
cumulando os pedidos de ressarcimento de dano material de 
dez mil reais e de reparação de dano moral de cinquenta mil 
reais. Após a audiência de conciliação infrutífera, José 
reconheceu a procedência do pedido de ressarcimento de 
dano material, pois realmente causou o prejuízo afirmado por 
João. Todavia, entendeu que não assistia direito a qualquer 
reparação de dano moral. Nesse sentido, protestou pela 
produção de prova oral para provar suas alegações. O juiz, em 
julgamento antecipado parcial do mérito, julgou procedente 
o referido pedido de dano material, uma vez que este se 
mostrou incontroverso, e determinou a produção de prova 
oral em relação ao pedido de reparação de dano moral 
alegado. Nesse cenário, é correto afirmar que: a cumulação 
de pedidos no caso é sucessiva, uma vez que é lícita e não há 
vínculo prejudicial entre os pedidos; 
• Após as providências preliminares de saneamento, o juiz 
decidiu parte do mérito da causa antecipadamente, por 
considerar que alguns pedidos formulados eram 
incontroversos. Nessa situação, o juiz exerceu cognição 
exauriente: o recurso cabível será o agravo de instrumento, 
independentemente de a decisão ter sido líquida ou ilíquida. 
• A desnecessidade de produção de prova autoriza o juiz a 
julgar antecipadamente o pedido, proferindo sentença com 
resolução de mérito. 
• Em determinado processo, o réu não foi citado nem 
apresentou contestação. O magistrado, além de não declarar 
o processo nulo, julgou-o, no mérito, favoravelmente ao réu. 
Nessa situação hipotética, a conduta do magistrado foi 
correta porque: ele julgou favoravelmente o mérito da causa 
para a parte que seria beneficiada caso a nulidade fosse 
decretada. 
• O pedido de julgamento antecipado da lide pelo assistido 
impede o assistente simples de requerer perícia. 
• Ao tratar das hipóteses de julgamento conforme o estado 
do processo, o CPC determina que o julgamento antecipado 
do mérito pode ser realizado de modo parcial, por meio de 
decisão interlocutória impugnável por agravo de 
instrumento. 
• O juiz julgará antecipadamente o mérito do pedido, quando 
não houver necessidade de produção de outras provas ou 
quando o réu for revel e presumir-se verdadeiras as alegações 
de fato formuladas pelo autor e, ainda, o réu não houver 
formulado requerimento de provas contrapostas às 
alegações do autor, o que deve fazer por representação nos 
autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis 
a essa produção. 
• Em julgamento antecipado parcial de mérito, o magistrado 
pode reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida, 
e, em qualquer dessas hipóteses, a interposição de recurso 
contra a decisão do juiz não obsta a liquidação ou execução 
da decisão interlocutória de mérito, independentemente do 
oferecimento de caução pelo autor. 
• Se o réu for revel e ocorrer os efeitos da revelia, não 
havendo requerimento para produção de outras provas, o juiz 
poderá proceder ao julgamento antecipado do mérito do 
processo. 
• É permitido ao Juiz decidir parcialmente o mérito em 
julgamento antecipado quando um ou mais pedidos ou 
parcela deles se mostrarem incontroversos ou em condições 
de imediato julgamento, podendo a parte liquidar ou 
executar, desde logo, a obrigação parcialmente reconhecida, 
ainda que existente recurso interposto. 
• O Novo CPC admite expressamente a extinção parcial do 
processo sem resolução do mérito, sendo que essa decisão 
será impugnável por meio do recurso de agravo de 
instrumento. 
• Insuficiência de provas não se confunde com falta de 
necessidade de produção de provas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nessa hipótese, o magistrado terá que preparar o processo 
para a atividade instrutória, pois ainda não tem condições de 
resolver o objeto litigioso. 
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste 
Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de 
organização do processo: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
Se existirem questões processuais pendentes ou se vierem a 
surgir novas questões processuais pendentes. Esta é uma das 
providencia preliminares cabíveis que o juiz deverá tomar 
antes de proferir julgamento conforme o estado do processo. 
Esse é o momento em que o juiz vai verificar a existência de 
qualquer erro ou de qualquer vício constante no processo e 
que possa impedir o desenvolvimento válido e regular do 
procedimento, já que saneado o processo, o feito segue para 
a produção de provas e assim deve estar livre de quaisquer 
vícios processuais que possam impedir o seu 
desenvolvimento válido e regular. 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a 
atividade probatória, especificando os meios de prova 
admitidos; 
Nas providências preliminares, tanto autor como réu devem 
apresentar quais provam desejam produzir e justificar a 
necessidade de cada uma delas. Isso para que o juiz, ao 
proferir a decisão de saneamento verifique quais foram as 
provas requeridas pelas partes, qual foi a justificativa para a 
necessidade de cada uma delas e analise se irá deferir ou 
indeferir as provas requeridas e especificadas pelas partes. 
Também pode o juiz, de ofício, determinar a produção de 
provas. Só será determinada a produção de provas acerca dos 
fatos controvertidos, fatos incontroversos dispensam a 
produção de provas. 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o 
art. 373; 
O CPC de 2015 traz a possibilidade da redistribuiçãodo ônus 
da prova (distribuição dinâmica). A regra se encontra no art. 
373 (quem alega, prova), então esse inciso cobra que o juiz 
observe isto para fixar o ônus da prova, porém como o CPC 
consagra o princípio da distribuição dinâmica do ônus da 
prova, o juiz poderá redistribuí-lo com base na parte em que 
tiver mais facilidade para produzir essa prova. 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a 
decisão do mérito; 
Além do juiz sanar vícios existentes, delimitar os fatos 
controvertidos e as provas a serem produzidas, ele ainda 
deverá delimitar as questões de direito relevantes para a 
decisão do mérito, ou seja, verificar o direito controvertido, 
quais são os aspectos jurídicos que são relevantes para o 
julgamento do mérito, e essa decisão do magistrado vincula 
não apenas as partes, mas também ele mesmo, pois ao 
proferir sentença, esta deverá ter como base esses direitos 
estabelecidos, que ele reputou relevantes no momento de 
proferir decisão de saneamento e organização do processo. 
V - designar, se necessário, audiência de instrução e 
julgamento. 
A AIJ tem por objetivo a produção de provas orais, o debate 
das questões relevantes e, se possível, a prolação de decisão 
por parte do magistrado. Então, se o juiz verificar a 
necessidade da produção de prova oral, tomado o 
depoimento pessoal do autor, do réu, oitiva de testemunhas, 
esclarecimento de peritos e assistente técnicos, haverá a 
necessidade de se realizar a AIJ, então, diante dessa 
necessidade o juiz designará a sua data na decisão de 
saneamento e organização. 
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de 
pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo 
comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna 
estável. 
O juiz, ao proferir decisão de saneamento e organização do 
processo (aqui falando dessa decisão ser proferida fora de 
audiência de saneamento compartilhada), intimará as partes 
para que, em um prazo comum de 5 dias, peçam 
esclarecimentos ou ajustes necessários na decisão de 
saneamento e organização do processo. Encerrado esse 
prazo, a decisão se torna estável, e uma vez estabilizado o 
processo, essa decisão vincula as partes e o juiz. 
Os ajustes e esclarecimentos podem ser feitos pelas partes 
através de simples petição, não havendo necessidade de 
embargos de declaração. Não havendo impugnação, a 
decisão transita em julgado e vinculará a atividade 
jurisdicional a partir daí. 
Art. 357, § 4º Caso tenha sido determinada a produção 
de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não 
superior a 15 (quinze) dias para que as partes 
apresentem rol de testemunhas. 
 
Se houver necessidade de produção de prova oral, o juiz irá 
conferir as partes um prazo comum, mas não superior a 15 
dias, para que as partes lhe apresentem cada qual o seu rol 
de testemunhas. 
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser 
superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a 
prova de cada fato. 
Cada parte poderá arrolar no máximo 10 testemunhas, sendo 
que, no máximo, 3 testemunhas para prestar prova de cada 
fato. 
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas 
levando em conta a complexidade da causa e dos fatos 
individualmente considerados. 
Se o juiz verificar que, por exemplo, 3 testemunhas para 
determinado fato é um número excessivo, verificando que 
pela complexidade da causa não há necessidade de se realizar 
oitiva de tantas testemunhas, o juiz poderá limitar o número 
de testemunhas a serem ouvidas. 
Esse parágrafo fala apenas em limitação de testemunhas, 
porém o enunciado abaixo amplia essa possibilidade ↓ 
Enunciado 300 do Fórum Permanente dos Processualistas 
Civis: “O juiz poderá ampliar ou restringir o número de 
testemunhas a depender da complexidade da causa e dos 
fatos individualmente considerados. ” 
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova 
pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se 
possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua 
realização. 
O art. 465 nos diz que se o juiz determinar a produção de 
prova pericial na decisão de saneamento e organização do 
processo, na sequência deverá nomear perito e conferir a 
este perito um prazo para que este apresente o seu laudo 
pericial, estabelecendo assim um calendário para a produção 
desta prova. 
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo 
mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. 
O novo CPC de 2015 instalou essa regra no processo, para que 
assim as partes não tenham que dispensar muito tempo 
aguardando o término da audiência de instrução e 
julgamento que antecedeu a sua. 
Enunciado 295 do Fórum Permanente de Processualistas 
Civis: “As regras sobre intervalo mínimo entre as audiências 
do CPC só se aplicam aos processos em que o ato for 
designado após a sua vigência. ” 
Audiência de saneamento e organização do 
processo em cooperação com as partes: 
Art. 357, § 3º Se a causa apresentar complexidade em 
matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar 
audiência para que o saneamento seja feito em 
cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, 
se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer 
suas alegações. 
(...) 
Essa é uma hipótese trazida para facilitar a decisão de 
saneamento e organização do processo, pois como dito na lei, 
deve ser designada em casos que apresentarem 
complexidade em matéria de fato ou de direito, buscando a 
cooperação das partes para tal, para que estas auxiliem o 
magistrado a compreender os pontos da causa. 
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a 
audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. 
Ao contrário de quando essa decisão for proferida fora de 
audiência (onde as partes terão um prazo não superior a 15 
dias para apresentar o rol de testemunhas) nesse caso, as 
partes deverão levar seu rol de testemunhas e apresentá-lo 
já na audiência. 
Enunciado 298 do Fórum Permanente de Processualistas 
Civis: “A audiência de saneamento e organização do processo 
em cooperação com as partes poderá ocorrer 
independentemente de a causa ser complexa”. → Essa é uma 
posição predominante na doutrina, em que o magistrado 
poderá se valer dessa audiência para causas em que não se 
apresente essa complexidade, porém ele julgar necessário, 
visto que o saneamento em cooperação com as partes pode 
trazer grandes vantagens úteis para o processo. 
A delimitação mais precisa quanto possível da controvérsia 
evita provas inúteis, aumenta a chance de autocomposição, 
visto que haverá mais uma chance para o magistrado propô-
la, e diminui a possibilidade de interposição de recurso, já 
que se as partes fazem os ajustes necessários juntamente 
com o magistrado, a possibilidade de as partes recorrerem 
daquela decisão diminui. 
O saneamento compartilhado é um negócio jurídico 
processual plurilateral. É um negócio jurídico visto que vai ser 
fruto de um consenso entre as partes e o magistrado, por isso 
sendo plurilateral. 
O prazo para que as partes se manifestem requerendo 
possíveis ajustes ou esclarecimentos acerca da decisão de 
saneamento não será aplicado aqui, visto que isso deve ser 
feito dentro da própria audiência, sob pena de preclusão. 
Acordo de organização do processo: 
Art. 357, § 2º As partes podem apresentar ao juiz, para 
homologação, delimitação consensual das questões de 
fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, 
se homologada, vincula as partes e o juiz. 
(O inciso II fala sobre quais são os fatos controvertidos e as 
provas a serem produzidas, já o IV sobre a delimitação das 
questões de direito que são relevantes para a causa.) 
Aqui há um negócio jurídico processual bilateral (autor e réu, 
juiz não participa, apenas homologa, se concordar, ou não), 
em que as partes concordam que controvertem sobre tais ou 
quais pontos, quais são as provas a serem produzidas e quais 
são as questõesde direito relevantes para o julgamento da 
demanda. 
A homologação estabiliza o processo tendo em vista as 
circunstâncias que até então existiam, vinculando as partes e 
o juiz (por isso o juiz não é obrigado a homologar o acordo, 
visto que também estará vinculado a ele). Nada impede, 
contudo, a alegação de fatos supervenientes, pois a 
estabilização se aplica apenas ás circunstâncias até então 
existentes. 
O calendário processual: 
Sobretudo na audiência de saneamento e organização do 
processo em cooperação com as partes, pode-se celebrar um 
negócio jurídico plurilateral típico (pois conta com a 
cooperação das partes e também com a cooperação do 
magistrado), qual seja, o calendário processual. Esse é o 
momento mais comum em que ele é fixado. 
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar 
calendário para a prática dos atos processuais, quando 
for o caso. 
Aqui já temos a determinação de que é um negócio jurídico 
típico (pois tem previsão em lei) e plurilateral (pois engloba 
as partes e o juiz). 
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos 
nele previstos somente serão modificados em casos 
excepcionais, devidamente justificados. 
O calendário processual vincula não apenas as partes, mas 
também o próprio magistrado, então, se o juiz não concordar 
com o calendário processual estabelecido pelas partes, não 
deverá homologá-lo, por isso o ideal é que este seja definido 
em conjunto entre partes e juiz. Esse próprio parágrafo 
apresenta situações em que se não se respeita o calendário 
processual, em casos excepcionais devidamente justificados, 
poderia então haver o desrespeito aos prazos estabelecidos 
em calendário processual, porém são exceções onde as 
partes ou o magistrado deverão motivar a razão pela qual o 
prazo previsto no calendário será descumprido, o juiz irá dizer 
se a motivação das partes é legitima e se a decisão de atraso 
vier do juiz as partes serão intimadas a se manifestar, 
podendo inclusive recorrer da decisão do magistrado se se 
sentirem prejudicadas pelo desrespeito do magistrado ao que 
foi previamente determinado. 
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática 
de ato processual ou a realização de audiência cujas 
datas tiverem sido designadas no calendário. 
Essa regra garante o princípio da eficiência e também o da 
duração razoável do processo, pois, a partir do momento em 
que foi estabelecido entre as partes e o magistrado, estes 
devem respeito a este calendário, e todos já estão 
previamente cientes das datas em que os atos irão ser 
praticados, em virtude disso, dispensa-se a intimação das 
partes. 
Pode ter por objeto atos instrutórios, postulatórios, 
decisórios e executórios. Em um primeiro momento, o prazo 
para a prática da prova pericial não está estabelecido no 
calendário, visto que deverá ser o juiz que estabelece o prazo 
para a realização da perícia e apresentação do laudo pericial, 
porém nada impede que as partes juntamente com o 
magistrado convencionem as datas para tal. 
Uma questão importante: Seria possível previr uma data no 
calendário para a prolação de sentença em desrespeito à 
ordem cronológica, visto que o magistrado deve seguir 
determinada ordem para sentenciar os processos que entram 
em seu gabinete? 
Como uma convenção processual não pode prejudicar 
terceiros, ou se designa uma audiência para a prolação da 
sentença (art. 12, §2º, I, CPC), já que para sentenças 
prolatadas em audiência não se necessita observar a ordem 
cronológica, ou a prolação da sentença não pode ser inserida 
no calendário. 
Enunciado 299 do Fórum Permanente de Processualistas 
Civis: “O juiz pode designar audiência também (ou só) com 
objetivo de ajustar com as partes a fixação de calendário para 
fase de instrução e decisão”. Ainda que o juiz designe uma 
audiência apenas para fixar o calendário processual, isso não 
afeta a celeridade processual, visto que as partes não mais 
serão intimadas para todos os atos do processo, visto que já 
tem ciência destes, e também nada impede que nessa 
audiência o magistrado busque obter a autocomposição. 
Não se admite calendário por imposição oficial. Ele sempre 
se dará por acordo entre autor, réu e juiz. Como é um negócio 
jurídico típico processual, temos a autonomia das partes se 
manifestando, de forma que o juiz não poderá, de ofício, 
impor as partes um calendário processual, que 
necessariamente deve ser fruto do acordo entre juiz e partes. 
As partes precisam ser capazes para a celebração do 
calendário. 
Questões Pertinentes: 
• Deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização 
do processo, conforme disposição expressa e literal do Código 
de Processo Civil, definir a distribuição do ônus da prova, 
invertendo tal ônus se o caso, delimitar as questões 
de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, 
especificando os meios de prova admitidos, designar, se 
necessário, audiência de instrução e julgamento, delimitar as 
questões de direito relevantes para a decisão do mérito, 
resolver as questões processuais pendentes, se houver. 
• Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir 
esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 
(cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. 
• Caso tenha sido determinada a produção de prova 
testemunhal, o juiz fixará prazo COMUM não superior a 15 
(quinze) dias para que as partes apresentem rol de 
testemunhas. 
• Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou 
de direito, deverá o juiz designar audiência para que o 
saneamento seja feito em cooperação com as partes, 
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes 
a integrar ou esclarecer suas alegações. 
• O número de testemunhas arroladas não pode ser superior 
a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada 
fato. O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando 
em conta a complexidade da causa e dos fatos 
individualmente considerados. 
• Se na audiência de saneamento o juiz deferir a produção de 
prova pericial e testemunhal requerida pelas partes, elas 
terão prazo sucessivo de 15 (quinze) dias, para apresentar os 
quesitos, indicar o assistente técnico, arguir a suspeição ou o 
impedimento do perito e apresentar rol de testemunhas. 
• O saneamento do processo é proferido pelo magistrado, 
porém, as partes podem colaborar, pedindo esclarecimentos 
ou ajustes: no prazo comum de cinco dias, findo o qual a 
decisão se torna estável. 
• A decisão de saneamento e de organização do processo 
estabiliza-se caso não seja objeto de impugnação pelas partes 
no prazo de cinco dias, vinculando a atividade jurisdicional a 
partir desse momento processual.

Continue navegando