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Noções Gerais: Depois de cumprir as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas, o magistrado fará o julgamento conforme o estado do processo, que pode assumir diversas feições: A) Extingue o processo sem resolução de mérito (art. 485 c/c art. 354, CPC): Se nesse momento de proferir julgamento conforme o estado do processo, o magistrado verificar a existência de vícios insanáveis (vícios que necessariamente vão conduzir a extinção do processo sem resolução de mérito pela impossibilidade de ser sanado ou porque o juiz deu a chance de se corrigir o vício e não foi feito dentro do prazo determinado) será proferida a decisão de extinção do processo sem a resolução do mérito, visto que devido à presença desse vício o processo não pode se desenvolver de forma válida e regular. Nesse caso, estaremos diante de uma sentença terminativa, que é aquela sentença onde não há a apreciação do mérito, e contra ela cabe o recurso de apelação. B) Extingue o processo com resolução do mérito, em razão da autocomposição (art. 487, III, c/c art. 354, CPC): A autocomposição ocorre quando as partes entram em um acordo, através de transações recíprocas chegam a um consenso para pôr fim ao litígio, também se houver renúncia ao direito em que se funda a ação ou também quando o réu reconhece a procedência do pedido do autor. Então, se assim se resolver, o juiz irá proferir uma sentença onde homologa a autocomposição, pondo fim não apenas ao litígio, mas também ao processo, se observado o art. 487, III vemos que a autocomposição é hipóteses de extinção do processo com resolução de mérito, em que pese não haver julgamento, visto que não é o magistrado que resolve o litígio. C) Extingue o processo com resolução do mérito pela verificação da ocorrência da decadência ou prescrição (art. 487, II, c/c art. 354, CPC): Nessa hipótese a extinção ocorre com resolução de mérito em virtude do reconhecimento, pelo magistrado, da hipóteses de decadência ou de prescrição. Se houve prescrição da pretensão formulada pelo autor ou se a parte decaiu do seu direito, verificando isso, será gerada a extinção do processo com extinção de mérito. Nessa hipótese o juiz não adentra ao mérito propriamente dito, não irá analisar o pedido, visto que estamos diante de uma prejudicial de mérito, e o pedido sequer será apreciado. Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. Se a sentença se basear no art. 485 estamos diante de uma sentença terminativa, que é a sentença que não aprecia o mérito, já nas hipóteses do art. 487, II e III os juiz irá proferir uma sentença definitiva, que é uma sentença de mérito, em ambas as sentenças o recurso cabível é a apelação. Na hipótese do caput, estamos diante do recurso de apelação, já que a sentença, seja ela definitiva ou terminativa, dará origem, via de regra geral a essa espécie de recurso. Agora, poderá ocorrer o que é descrito no parágrafo único do art. 354, e estejamos diante de uma decisão parcial, como por exemplo o caso em que as partes fizerem acordo acerca de apenas um dos pedidos formulados, e o juiz irá homologar o acordo feito apenas sobre esse pedido, nesse caso não estaremos diante de uma sentença, visto que essa decisão não tem aptidão á por fim ao processo em primeira instância e o restante do procedimento seguirá para a resolução dos outros pedidos, e essa decisão que homologou o acordo será considerada uma decisão interlocutória, onde o recurso cabível é o agravo de instrumento. A mesma situação ocorreria, por exemplo, se o juiz verificasse falta de interesse processual da parte em apenas um dos pedidos, nesse caso o juiz irá por fim ao procedimento em relação apenas a aquele pedido para o qual falta interesse processual, mas o procedimento seguirá, portanto não gerará extinção do processo sem resolução de mérito, pondo fim apenas a possibilidade de análise daquele pedido. D) Julga antecipadamente o mérito da causa (art. 355 c/c art. 487, I, CPC): Ocorrerá quando não houver necessidade de produção de provas, ou quando o réu fica revel e essa revelia produz o seu efeito material. Nessas hipóteses não haverá necessidade de se ingressar na fase instrutória, podendo o juiz julgar o mérito antecipadamente após a fase de saneamento do processo, não havendo qualquer necessidade de instruir o feito produzindo outras provas para que após isso seja proferida sentença. Aqui também há a possibilidade de julgamento parcial antecipado do mérito, nas hipóteses em que um dos pedidos ou parcela deles se mostrarem incontroversos, ou já estiverem em condições de imediato julgamento por exemplo, então o juiz irá proferir uma decisão parcial, não apta a gerar a extinção do processo com resolução de mérito. E) Profere decisão de saneamento ou organização do processo, com ou sem audiência para produzi-la em cooperação com as partes (art. 357, CPC): O CPC prevê a possibilidade de uma audiência chamada de “audiência de organização e saneamento do processo” que tem por finalidade buscar o saneamento compartilhado, ou seja, buscar o auxílio das partes para que o juiz possa sanear o processo e o regularizar, tornando possível a produção de provas e futuramente a prolação de uma sentença. Porém essa decisão de saneamento e organização pode também ser prolatada fora dessa audiência. Questões pertinentes: • O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. • Situação fática → Considere determinada ação cujo objeto é a análise da legalidade de cláusulas contratuais e o autor cumula o pedido com indenização por danos materiais em razão dos prejuízos decorrentes da abusividade das cláusulas a que se viu submetido. O autor teve gastos que necessariamente dependem de perícia. O réu é citado e, por sua vez, na contestação tempestivamente apresentada, declara que realmente a tese da abusividade alegada pelo autor procede, mas afirma não haver qualquer dano material a ser indenizado, protestando por provas orais. Diante dessa situação, sabendo que a réplica já foi apresentada pelo autor, e que este protestou por provas orais e periciais, o juiz: poderá julgar de forma parcial o mérito referente à abusividade das cláusulas, tendo em vista a confissão do réu, prosseguindo a ação em relação aos danos materiais. • Incompetência territorial não se declara de ofício em razão do instituto da prorrogação da competência relativa. • Situação fática → A propôs ação de cobrança cumulada com indenização por danos materiais contra B. Alegou que as partes celebraram um negócio jurídico e o réu deveria pagar a importância de R$ 90.000,00 no prazo de 90 (noventa) dias, mas ele deixou de adimplir a obrigação. Acrescentou ter deixado de auferir lucro no valor de R$ 5.000,00, porque, diante do inadimplemento, perdeu um bom negócio que estava em vias de concretizar com C. Citado, o réu, no prazo legal, ofereceu contestação e somente negou a existência do lucro cessante alegado, porque não seria verídico estar o autor em negociação com C. Requereu produção de prova oral. As partes, expressamente e em oportunidade pertinente, informaram que não desejavam a audiência de conciliação ou mediação. Acerca desse caso hipotético, o Juiz deverá → Nesta hipótese, o Juiz deveria julgar antecipadamente e parcialmente o mérito com relação ao pedido de pagamento de R$ 90.000,00 referente ao não cumprimento da obrigação por parte de B. Isso porque, trata- se de pedido incontroverso, sendo certo que, ao contestar, não impugnou o referido pedido, limitando-sea impugnar o pedido de lucros cessantes de R$ 5.000,00. Desta forma, tratando-se de pedido incontroverso, o juiz deverá julgar de forma antecipada e parcial o mérito da ação, nos termos do artigo 356, I, do NCPC (Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso;) prosseguindo a instrução do processo com relação ao pedido de lucros cessantes. • Situação fática → Após ser citado em uma ação de indenização, o réu declarou e comprovou que a dívida já estava prescrita. Intimado o autor para se manifestar sobre essa tese de defesa, resolveu desconstituir o seu patrono. O juiz suspendeu o processo e intimou o autor pessoalmente para que, em 10 dias, sanasse o vício de sua representação processual. Passado o prazo sem qualquer manifestação do autor, poderá o juiz: decidir o mérito a favor do réu, rejeitando o pedido, não pronunciando a nulidade de falta de representação. • Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação. •Após encerrar a instrução de determinado processo, a juíza do caso foi removida para outra vara. O juiz substituto que assumiu a vara apreciou o referido processo, já instruído, e proferiu julgamento antecipado parcial do mérito de um dos pedidos da inicial, por ser incontroverso. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta → A decisão do juiz substituto não poderá ser considerada nula com base no princípio da identidade física do juiz. • Se o réu, ao contestar a demanda, alegar a sua ilegitimidade passiva, o juiz: Oportunizará ao autor o redirecionamento da demanda. • O juiz resolverá o mérito quando homologar a transação. • Acerca do julgamento conforme o estado do processo, assinale a opção correta → A decisão parcial de mérito que se torna definitiva produz coisa julgada e pode ser objeto de ação rescisória. O julgamento antecipado é uma decisão de mérito, proferida após a fase de saneamento do processo, em que o juiz reconhece que não há necessidade de produção de mais provas (provas orais, perícia e inspeção judicial), proferindo decisão com base na prova documental produzida pelas partes. Regra geral as fases do procedimento em primeira instância são: postulatória, que se finda com o fim do prazo para contestação e pode se alongar nas hipóteses em que o réu oferece reconvenção, denunciação da lide, chamamento ao processo, saneatória para que se organize o feito, instrutória que tem por objetivo a produção de provas, e a fase decisória onde o juiz irá proferir a sua sentença. Seguindo o curso comum o juiz profere sentença na fase decisória, após a instrução com a produção de provas, mas quando falamos em julgamento antecipado do mérito, o julgamento desse caso não irá ocorrer nessa fase decisória, mas sim, será antecipado para o fim da fase de saneamento do processo, ou seja, após o processo ter sido saneado, ao invés do juiz dar início à fase instrutória, para depois proferir sentença na fase decisória, o juiz julga o mérito, logo após o saneamento. Isso apenas poderá ocorrer se o juiz verificar que não há necessidade de produção de outras provas, que as provas documentais anexadas pelo autor na petição inicial, pelo réu na contestação e reconvenção e se for o caso na réplica ou contraprova do autor foram suficientes para a formação do convencimento do juiz, para que o juiz possa abrir mão da fase instrutória e proferir o julgamento antecipado do mérito. Veja que no julgamento antecipado do mérito, assim como ocorre na improcedência liminar do pedido e no julgamento após a audiência de instrução e julgamento, o juiz profere decisão judicial com base no art. 487, I, ou seja, aqui o magistrado resolve o mérito acolhendo ou rejeitando o pedido formulado pelo autor, isso significa que, no julgamento antecipado do mérito temos heterocomposição. Importante lembrar que o art. 487, I também se aplica se o processo seguir para a fase instrutória, pois da mesma forma a decisão irá partir do juiz, o mesmo ocorrerá nas decisões de improcedência liminar do pedido. Hipóteses de julgamento antecipado do mérito: Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: A primeira coisa que se deve ressaltar é que no julgamento antecipado do mérito o juiz aprecia o mérito, ou seja, ele analisa aquilo que foi pedido pela parte, então, se o pedido for apreciado, o juiz irá proferir uma sentença de mérito, também chamada de sentença definitiva, sentença essa apta ao recurso de apelação. I - não houver necessidade de produção de outras provas; O momento de produção de prova documental é na petição inicial para o autor e na contestação para o réu, depois disso será possível a produção de prova documental desde que para provar fato superveniente ou para produzir contraprova. As demais provas serão produzidas na fase instrutória. Então, a primeira hipótese de julgamento antecipado do mérito ocorre quando os documentos anexados aos autos se mostram suficientes para o julgamento da demanda. II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. A segunda hipótese de julgamento antecipado do mérito ocorre quando réu for revel, pela ausência de contestação ou contestação intempestiva. Porém não é a simples revelia que gera a possibilidade de julgamento antecipado do mérito, que ocorrerá apenas se, havendo revelia, se concretizar o efeito previsto no art. 344, que é o efeito material ou substancial da revelia, ou seja, serão considerados verdadeiros os fatos alegados pelo autor na petição inicial, a chamada confissão ficta. Em todos os casos previstos em lei em que a revelia não produz seu efeito material a parte deverá produzir provas e não poderá haver o julgamento antecipado do mérito. O inciso ainda é complementado que também não deve ter havido requerimento de prova na forma do art. 349, que permite que o réu, ingressando no processo em tempo hábil produza as provas que entender necessárias para demonstrar que o autor está equivocado, ou seja, se o réu entrar no processo em tempo hábil ele poderá produzir contraprova. Algumas observações: a) O princípio da cooperação impõe que o juiz comunique as partes sua decisão de proferir julgamento antecipado do mérito. Normalmente isso é feito no momento em que as partes vem especificar as provas, onde apontam que não veem necessidade de produção de mais provas e requerem o julgamento antecipado do mérito. Mas, ainda que haja requerimento do autor e do réu para que o mérito seja julgado antecipadamente, deverá o juiz intimar as partes para que dê ciência de que o mérito foi julgado antecipadamente. b) Não se permite que o juiz, no julgamento antecipado do mérito, conclua pela improcedência do pedido, sob o fundamento de que o autor não provou o alegado, já que ele entendeu que não havia necessidade de outras provas. Proibi-se o venire contra factum proprium (comportamento contraditório do juiz), visto que, se o magistrado decidiu pelo julgamento antecipado do mérito, ele próprio verificou que não havia necessidade de produção de outras provas, ou por que as provas documentais carreadas aos autos já eram suficientes para demonstrar a verdade das alegações ou diante do efeito material da revelia ele considerará verdadeiros os fatos alegados pelo autor na inicial sem que haja necessidade de produção de provas, ele já deve ter considerado que as provas já anexadas ao processo são suficientes para julgar o mérito. c) Quando for o caso, o julgamento antecipado domérito não é faculdade, mas dever que a lei impõe ao juiz, em razão dos princípios da duração razoável do processo e da eficiência. Então, não é uma escolha do juiz proferir o julgamento antecipado do mérito, se ele verificar que as hipóteses do art. 355 do CPC estão presentes, terá o dever de proferir o julgamento antecipado do mérito. Não é uma faculdade pois é dever do juiz buscar pela duração razoável do processo, que é um princípio constitucional (art. 78, V). Admite-se ainda o julgamento antecipado parcial do mérito: Se falamos em julgamento antecipado parcial do mérito significa que apenas parte do mérito, ou algum dos pedidos será julgado antecipadamente. Como não estamos diante de uma sentença, o recurso cabível nesse caso não será a sentença, mas sim o agravo de instrumento. Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; Então, como não recaem dúvidas sobre ele, porém o restante do processo que se mostrar controverso seguirá para julgamento. É um exemplo a autocomposição que recaia apenas sobre um dos pedidos, onde o réu reconhece o direito do autor ou as partes chagam a um acordo sobre esse pedido, onde o juiz irá proferir uma decisão homologatória dessa decisão. II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. O art. 355 fala das hipóteses de julgamento antecipado do mérito, e nessas hipóteses o julgamento antecipado também poderá ser parcial. Retomando as hipóteses, teremos julgamento antecipado do mérito de um dos pedidos ou parcela de um pedido não necessitar produção de outras provas, e na segunda hipótese, se um dos pedidos ou parcela de algum deles se mostrar verdadeiro devido ao efeito material da revelia. § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. Essa decisão parcial de mérito, proferida pelo magistrado após o saneamento do processo pode ser liquida, quando disser qual é o valor ou o objeto da condenação, já a ilíquida é aquela que, apesar de determinar o cumprimento de uma prestação pelo réu, não diz qual é o valor ou qual é o objeto dessa prestação. Quando estamos diante de uma decisão ilíquida, antes de ser cumprida, ela deverá passar pela liquidação de sentença. Já se for liquida pode ser de imediato executada. Então, a decisão parcial de mérito pode ser liquidada, executada e também pode transitar em julgado e assim ser alvo de ação rescisória nos termos do art. 966 do CPC, pois apesar de estarmos diante de uma decisão parcial, ela resolve o mérito, ou por autocomposição ou heterocomposição. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. Regra geral a execução provisória requere caução para que o credor possa praticar atos de disposição dos bens do devedor, a execução provisória se dá quando há execução de uma decisão judicial na pendência de recurso não dotado de efeito suspensivo, então a decisão, mesmo que ainda caiba recuso, é eficaz. Então, se o juiz proferiu uma decisão parcial de mérito e essa decisão não foi dotada de efeito suspensivo e caiba recurso, ela poderá ser executada desde já não necessitando que seja prestada caução (regra geral a lei exige que essa caução seja prestada por quem está executando a dívida, visto que a decisão pode ser reformada pelo recurso, e a parte poderá de ter que devolver o que executou). § 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. A decisão parcial de mérito pode ser objeto de recurso, que é o agravo de instrumento. Esse recurso, uma vez julgado dará o trânsito em julgado da decisão (ou também se a parte deixar transcorrer o prazo do recurso) e teremos uma execução definitiva. § 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. Para que se evitem confusões no processo principal, a liquidação ou o cumprimento da sentença poderão correr em autos apartado, podendos as partes requererem isso ou o próprio juiz optar por essa opção. § 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. Lido combinado com o art. 1.015, II do CPC, temos que o recurso cabível para essa decisão interlocutória que julga antecipadamente o mérito de forma parcial, é o agravo de instrumento. Questões pertinentes: • Quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso ou, ainda, quando estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355, o juiz decidirá parcialmente o mérito. • O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles estiver em condição de imediato julgamento, nas hipóteses legais previstas para o julgamento antecipado do mérito. • O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso. • Geraldo ajuizou ação cumulando os pedidos de indenização por danos materiais e morais contra prestador de um serviço, alegando que houve desconformidade da prestação em relação ao pactuado. Após analisar a contestação apresentada pelo réu, o magistrado entendeu que a irregularidade do serviço e a existência dos danos morais eram incontroversas, mas o reconhecimento dos danos materiais alegados dependeria de produção de provas. Assim, o juiz julgou parcialmente o mérito para julgar procedente o pedido de indenização por danos morais, determinando, no mesmo ato, a intimação das partes para que especificassem as provas que pretendiam produzir. Esse ato judicial consiste em julgamento antecipado parcial do mérito, sujeito a agravo de instrumento; caso não haja recurso tempestivo, formar-se- á coisa julgada material. • O cidadão José Herculano ingressou, no ano de 2014, com ação de indenização em face de uma seguradora requerendo a condenação da ré ao pagamento de danos emergentes e lucros cessantes. A empresa requerida apresentou contestação e pediu a realização de perícia para aferir se realmente houve lucros cessantes e qual seria o valor exato. Na ocasião, não foi pedida a realização de instrução probatória no que tange aos danos emergentes. O magistrado, no ano de 2017, entendendo que era hipótese de prolação de sentença parcial de mérito, cindiu o feito e, em julgamento antecipado, julgou procedente o pedido para condenar a ré a pagar o valor dos danos emergentes. A seguradora apresentou recurso de apelação contra a decisão, afirmando que o Juiz, ao prolatar sentença parcial de mérito, violou o sistema processual, sustentando a declaração de nulidade da decisão, com o consequente retorno dos autos à origem para o regular processamento do feito. Com base nesse contexto fático, assinale a alternativa correta: O magistrado agiu corretamente, pois a nova sistemática processual admite decisão, com natureza de decisão interlocutória, que julga parcialmente o mérito, aplicando-se ao caso o princípio do "tempus regit actum " possibilitando- se a aplicação imediata das disposições previstas no novo CPC aos processos pendentes. • No que diz respeito ao julgamento antecipado parcial de mérito, é correto afirmar que o respectivo pronunciamento judicial pode ser executado, independentemente de caução, ainda que esteja pendente de julgamento recurso contra ele interposto. •No que diz respeito ao julgamento antecipado parcial do mérito, assinale a alternativa correta → O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles se mostrar incontroverso e nãohouver necessidade de produção de outras provas. •Em razão de uma colisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo para reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do outro veículo envolvido no acidente. No entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo não realizou esse ato processual. Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o item seguinte: O juiz poderá julgar antecipadamente o pedido, de modo a proferir a sentença com resolução de mérito, declarando Eduardo como revel, desde que inexista requerimento das partes para produção de provas → Errado, se um dos réu oferece contestação não se aplicará o efeito material da revelia aos outros. • Em relação ao julgamento antecipado parcial do mérito, é CORRETO afirmar que a liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. • Considere determinada ação cujo objeto é a análise da legalidade de cláusulas contratuais e o autor cumula o pedido com indenização por danos materiais em razão dos prejuízos decorrentes da abusividade das cláusulas a que se viu submetido. O autor teve gastos que necessariamente dependem de perícia. O réu é citado e, por sua vez, na contestação tempestivamente apresentada, declara que realmente a tese da abusividade alegada pelo autor procede, mas afirma não haver qualquer dano material a ser indenizado, protestando por provas orais. Diante dessa situação, sabendo que a réplica já foi apresentada pelo autor, e que este protestou por provas orais e periciais, o juiz: poderá julgar de forma parcial o mérito referente à abusividade das cláusulas, tendo em vista a confissão do réu, prosseguindo a ação em relação aos danos materiais. • Tendo em vista o princípio constitucional da duração razoável do processo, a legislação processual no Capítulo X trouxe hipóteses de julgamento antecipado, conforme o estado do processo. É uma das hipóteses de aplicação deste instituto: desnecessidade de dilação probatória. •João propôs uma demanda indenizatória em face de José, cumulando os pedidos de ressarcimento de dano material de dez mil reais e de reparação de dano moral de cinquenta mil reais. Após a audiência de conciliação infrutífera, José reconheceu a procedência do pedido de ressarcimento de dano material, pois realmente causou o prejuízo afirmado por João. Todavia, entendeu que não assistia direito a qualquer reparação de dano moral. Nesse sentido, protestou pela produção de prova oral para provar suas alegações. O juiz, em julgamento antecipado parcial do mérito, julgou procedente o referido pedido de dano material, uma vez que este se mostrou incontroverso, e determinou a produção de prova oral em relação ao pedido de reparação de dano moral alegado. Nesse cenário, é correto afirmar que: a cumulação de pedidos no caso é sucessiva, uma vez que é lícita e não há vínculo prejudicial entre os pedidos; • Após as providências preliminares de saneamento, o juiz decidiu parte do mérito da causa antecipadamente, por considerar que alguns pedidos formulados eram incontroversos. Nessa situação, o juiz exerceu cognição exauriente: o recurso cabível será o agravo de instrumento, independentemente de a decisão ter sido líquida ou ilíquida. • A desnecessidade de produção de prova autoriza o juiz a julgar antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito. • Em determinado processo, o réu não foi citado nem apresentou contestação. O magistrado, além de não declarar o processo nulo, julgou-o, no mérito, favoravelmente ao réu. Nessa situação hipotética, a conduta do magistrado foi correta porque: ele julgou favoravelmente o mérito da causa para a parte que seria beneficiada caso a nulidade fosse decretada. • O pedido de julgamento antecipado da lide pelo assistido impede o assistente simples de requerer perícia. • Ao tratar das hipóteses de julgamento conforme o estado do processo, o CPC determina que o julgamento antecipado do mérito pode ser realizado de modo parcial, por meio de decisão interlocutória impugnável por agravo de instrumento. • O juiz julgará antecipadamente o mérito do pedido, quando não houver necessidade de produção de outras provas ou quando o réu for revel e presumir-se verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor e, ainda, o réu não houver formulado requerimento de provas contrapostas às alegações do autor, o que deve fazer por representação nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. • Em julgamento antecipado parcial de mérito, o magistrado pode reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida, e, em qualquer dessas hipóteses, a interposição de recurso contra a decisão do juiz não obsta a liquidação ou execução da decisão interlocutória de mérito, independentemente do oferecimento de caução pelo autor. • Se o réu for revel e ocorrer os efeitos da revelia, não havendo requerimento para produção de outras provas, o juiz poderá proceder ao julgamento antecipado do mérito do processo. • É permitido ao Juiz decidir parcialmente o mérito em julgamento antecipado quando um ou mais pedidos ou parcela deles se mostrarem incontroversos ou em condições de imediato julgamento, podendo a parte liquidar ou executar, desde logo, a obrigação parcialmente reconhecida, ainda que existente recurso interposto. • O Novo CPC admite expressamente a extinção parcial do processo sem resolução do mérito, sendo que essa decisão será impugnável por meio do recurso de agravo de instrumento. • Insuficiência de provas não se confunde com falta de necessidade de produção de provas. Nessa hipótese, o magistrado terá que preparar o processo para a atividade instrutória, pois ainda não tem condições de resolver o objeto litigioso. Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; Se existirem questões processuais pendentes ou se vierem a surgir novas questões processuais pendentes. Esta é uma das providencia preliminares cabíveis que o juiz deverá tomar antes de proferir julgamento conforme o estado do processo. Esse é o momento em que o juiz vai verificar a existência de qualquer erro ou de qualquer vício constante no processo e que possa impedir o desenvolvimento válido e regular do procedimento, já que saneado o processo, o feito segue para a produção de provas e assim deve estar livre de quaisquer vícios processuais que possam impedir o seu desenvolvimento válido e regular. II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; Nas providências preliminares, tanto autor como réu devem apresentar quais provam desejam produzir e justificar a necessidade de cada uma delas. Isso para que o juiz, ao proferir a decisão de saneamento verifique quais foram as provas requeridas pelas partes, qual foi a justificativa para a necessidade de cada uma delas e analise se irá deferir ou indeferir as provas requeridas e especificadas pelas partes. Também pode o juiz, de ofício, determinar a produção de provas. Só será determinada a produção de provas acerca dos fatos controvertidos, fatos incontroversos dispensam a produção de provas. III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; O CPC de 2015 traz a possibilidade da redistribuiçãodo ônus da prova (distribuição dinâmica). A regra se encontra no art. 373 (quem alega, prova), então esse inciso cobra que o juiz observe isto para fixar o ônus da prova, porém como o CPC consagra o princípio da distribuição dinâmica do ônus da prova, o juiz poderá redistribuí-lo com base na parte em que tiver mais facilidade para produzir essa prova. IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; Além do juiz sanar vícios existentes, delimitar os fatos controvertidos e as provas a serem produzidas, ele ainda deverá delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito, ou seja, verificar o direito controvertido, quais são os aspectos jurídicos que são relevantes para o julgamento do mérito, e essa decisão do magistrado vincula não apenas as partes, mas também ele mesmo, pois ao proferir sentença, esta deverá ter como base esses direitos estabelecidos, que ele reputou relevantes no momento de proferir decisão de saneamento e organização do processo. V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. A AIJ tem por objetivo a produção de provas orais, o debate das questões relevantes e, se possível, a prolação de decisão por parte do magistrado. Então, se o juiz verificar a necessidade da produção de prova oral, tomado o depoimento pessoal do autor, do réu, oitiva de testemunhas, esclarecimento de peritos e assistente técnicos, haverá a necessidade de se realizar a AIJ, então, diante dessa necessidade o juiz designará a sua data na decisão de saneamento e organização. § 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. O juiz, ao proferir decisão de saneamento e organização do processo (aqui falando dessa decisão ser proferida fora de audiência de saneamento compartilhada), intimará as partes para que, em um prazo comum de 5 dias, peçam esclarecimentos ou ajustes necessários na decisão de saneamento e organização do processo. Encerrado esse prazo, a decisão se torna estável, e uma vez estabilizado o processo, essa decisão vincula as partes e o juiz. Os ajustes e esclarecimentos podem ser feitos pelas partes através de simples petição, não havendo necessidade de embargos de declaração. Não havendo impugnação, a decisão transita em julgado e vinculará a atividade jurisdicional a partir daí. Art. 357, § 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. Se houver necessidade de produção de prova oral, o juiz irá conferir as partes um prazo comum, mas não superior a 15 dias, para que as partes lhe apresentem cada qual o seu rol de testemunhas. § 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. Cada parte poderá arrolar no máximo 10 testemunhas, sendo que, no máximo, 3 testemunhas para prestar prova de cada fato. § 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. Se o juiz verificar que, por exemplo, 3 testemunhas para determinado fato é um número excessivo, verificando que pela complexidade da causa não há necessidade de se realizar oitiva de tantas testemunhas, o juiz poderá limitar o número de testemunhas a serem ouvidas. Esse parágrafo fala apenas em limitação de testemunhas, porém o enunciado abaixo amplia essa possibilidade ↓ Enunciado 300 do Fórum Permanente dos Processualistas Civis: “O juiz poderá ampliar ou restringir o número de testemunhas a depender da complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. ” § 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. O art. 465 nos diz que se o juiz determinar a produção de prova pericial na decisão de saneamento e organização do processo, na sequência deverá nomear perito e conferir a este perito um prazo para que este apresente o seu laudo pericial, estabelecendo assim um calendário para a produção desta prova. § 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. O novo CPC de 2015 instalou essa regra no processo, para que assim as partes não tenham que dispensar muito tempo aguardando o término da audiência de instrução e julgamento que antecedeu a sua. Enunciado 295 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “As regras sobre intervalo mínimo entre as audiências do CPC só se aplicam aos processos em que o ato for designado após a sua vigência. ” Audiência de saneamento e organização do processo em cooperação com as partes: Art. 357, § 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. (...) Essa é uma hipótese trazida para facilitar a decisão de saneamento e organização do processo, pois como dito na lei, deve ser designada em casos que apresentarem complexidade em matéria de fato ou de direito, buscando a cooperação das partes para tal, para que estas auxiliem o magistrado a compreender os pontos da causa. § 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. Ao contrário de quando essa decisão for proferida fora de audiência (onde as partes terão um prazo não superior a 15 dias para apresentar o rol de testemunhas) nesse caso, as partes deverão levar seu rol de testemunhas e apresentá-lo já na audiência. Enunciado 298 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “A audiência de saneamento e organização do processo em cooperação com as partes poderá ocorrer independentemente de a causa ser complexa”. → Essa é uma posição predominante na doutrina, em que o magistrado poderá se valer dessa audiência para causas em que não se apresente essa complexidade, porém ele julgar necessário, visto que o saneamento em cooperação com as partes pode trazer grandes vantagens úteis para o processo. A delimitação mais precisa quanto possível da controvérsia evita provas inúteis, aumenta a chance de autocomposição, visto que haverá mais uma chance para o magistrado propô- la, e diminui a possibilidade de interposição de recurso, já que se as partes fazem os ajustes necessários juntamente com o magistrado, a possibilidade de as partes recorrerem daquela decisão diminui. O saneamento compartilhado é um negócio jurídico processual plurilateral. É um negócio jurídico visto que vai ser fruto de um consenso entre as partes e o magistrado, por isso sendo plurilateral. O prazo para que as partes se manifestem requerendo possíveis ajustes ou esclarecimentos acerca da decisão de saneamento não será aplicado aqui, visto que isso deve ser feito dentro da própria audiência, sob pena de preclusão. Acordo de organização do processo: Art. 357, § 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. (O inciso II fala sobre quais são os fatos controvertidos e as provas a serem produzidas, já o IV sobre a delimitação das questões de direito que são relevantes para a causa.) Aqui há um negócio jurídico processual bilateral (autor e réu, juiz não participa, apenas homologa, se concordar, ou não), em que as partes concordam que controvertem sobre tais ou quais pontos, quais são as provas a serem produzidas e quais são as questõesde direito relevantes para o julgamento da demanda. A homologação estabiliza o processo tendo em vista as circunstâncias que até então existiam, vinculando as partes e o juiz (por isso o juiz não é obrigado a homologar o acordo, visto que também estará vinculado a ele). Nada impede, contudo, a alegação de fatos supervenientes, pois a estabilização se aplica apenas ás circunstâncias até então existentes. O calendário processual: Sobretudo na audiência de saneamento e organização do processo em cooperação com as partes, pode-se celebrar um negócio jurídico plurilateral típico (pois conta com a cooperação das partes e também com a cooperação do magistrado), qual seja, o calendário processual. Esse é o momento mais comum em que ele é fixado. Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. Aqui já temos a determinação de que é um negócio jurídico típico (pois tem previsão em lei) e plurilateral (pois engloba as partes e o juiz). § 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. O calendário processual vincula não apenas as partes, mas também o próprio magistrado, então, se o juiz não concordar com o calendário processual estabelecido pelas partes, não deverá homologá-lo, por isso o ideal é que este seja definido em conjunto entre partes e juiz. Esse próprio parágrafo apresenta situações em que se não se respeita o calendário processual, em casos excepcionais devidamente justificados, poderia então haver o desrespeito aos prazos estabelecidos em calendário processual, porém são exceções onde as partes ou o magistrado deverão motivar a razão pela qual o prazo previsto no calendário será descumprido, o juiz irá dizer se a motivação das partes é legitima e se a decisão de atraso vier do juiz as partes serão intimadas a se manifestar, podendo inclusive recorrer da decisão do magistrado se se sentirem prejudicadas pelo desrespeito do magistrado ao que foi previamente determinado. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário. Essa regra garante o princípio da eficiência e também o da duração razoável do processo, pois, a partir do momento em que foi estabelecido entre as partes e o magistrado, estes devem respeito a este calendário, e todos já estão previamente cientes das datas em que os atos irão ser praticados, em virtude disso, dispensa-se a intimação das partes. Pode ter por objeto atos instrutórios, postulatórios, decisórios e executórios. Em um primeiro momento, o prazo para a prática da prova pericial não está estabelecido no calendário, visto que deverá ser o juiz que estabelece o prazo para a realização da perícia e apresentação do laudo pericial, porém nada impede que as partes juntamente com o magistrado convencionem as datas para tal. Uma questão importante: Seria possível previr uma data no calendário para a prolação de sentença em desrespeito à ordem cronológica, visto que o magistrado deve seguir determinada ordem para sentenciar os processos que entram em seu gabinete? Como uma convenção processual não pode prejudicar terceiros, ou se designa uma audiência para a prolação da sentença (art. 12, §2º, I, CPC), já que para sentenças prolatadas em audiência não se necessita observar a ordem cronológica, ou a prolação da sentença não pode ser inserida no calendário. Enunciado 299 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “O juiz pode designar audiência também (ou só) com objetivo de ajustar com as partes a fixação de calendário para fase de instrução e decisão”. Ainda que o juiz designe uma audiência apenas para fixar o calendário processual, isso não afeta a celeridade processual, visto que as partes não mais serão intimadas para todos os atos do processo, visto que já tem ciência destes, e também nada impede que nessa audiência o magistrado busque obter a autocomposição. Não se admite calendário por imposição oficial. Ele sempre se dará por acordo entre autor, réu e juiz. Como é um negócio jurídico típico processual, temos a autonomia das partes se manifestando, de forma que o juiz não poderá, de ofício, impor as partes um calendário processual, que necessariamente deve ser fruto do acordo entre juiz e partes. As partes precisam ser capazes para a celebração do calendário. Questões Pertinentes: • Deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo, conforme disposição expressa e literal do Código de Processo Civil, definir a distribuição do ônus da prova, invertendo tal ônus se o caso, delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos, designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento, delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito, resolver as questões processuais pendentes, se houver. • Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. • Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo COMUM não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. • Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. • O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. • Se na audiência de saneamento o juiz deferir a produção de prova pericial e testemunhal requerida pelas partes, elas terão prazo sucessivo de 15 (quinze) dias, para apresentar os quesitos, indicar o assistente técnico, arguir a suspeição ou o impedimento do perito e apresentar rol de testemunhas. • O saneamento do processo é proferido pelo magistrado, porém, as partes podem colaborar, pedindo esclarecimentos ou ajustes: no prazo comum de cinco dias, findo o qual a decisão se torna estável. • A decisão de saneamento e de organização do processo estabiliza-se caso não seja objeto de impugnação pelas partes no prazo de cinco dias, vinculando a atividade jurisdicional a partir desse momento processual.
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