Buscar

Direito de Familia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 142 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 142 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 142 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO DIREITO DE FAMILIA- AULA 01 
 
 Família não é definida pelo Código Civil, todavia a extensão de sua compreensão 
difere nos diversos ramos do direito. 
 
 Alterações de conceito em relação à natureza econômica de alguns atos. 
 Ex: Lei do Inquilinato x Restrição pais e filhos 
 
 Constituição Federal – artigo 226 e seguintes. 
 
o Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
 § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada 
por qualquer dos pais e seus descendentes. 
 
2- OBJETO DO DIREITO DE FAMILIA: 
 Estudo das relações unidas pelo matrimonio e união estável. 
 Relação pais e filhos; 
 Proteção aos incapazes. 
 
3- FORÇA DO CONTEUDO MORAL E ETICO 
 Família: base das instruções morais e éticas dos cidadãos. 
 
4- IGUALDADE DOS DIREITOS FAMILIARES 
 Afastamento da idéia de supremacia de determinados membros; 
 Art. 226- § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos 
igualmente pelo homem e pela mulher. 
 Permanência do poder de supremacia do chefe familiar; 
 Restrições aos direitos das mulheres em algumas sociedades. 
 
5- ASPECTOS HISTÓRICOS 
 Hierarquia e amplitude da entidade nas civilizações antigas X restrição da entidade 
nos tempos modernos. 
 
5.1- ORIGEM DA FAMILIA – FRIEDEICH ENGELS (SEC XIX) 
 Endogamia 
 Relações coletivas 
 Caráter matriarcal 
 
5.2 - SOCIEDADES PRIMITIVAS 
 Exogamia – guerras- manifestações contra o incesto 
 Procura do homem por relações individuais – Poligamia x Monogamia 
 
5.3- O DESEMPENHO DA MONOGAMIA NO IMPULSO SOCIAL 
 Benefício da prole 
 Exercício do poder paterno- Sociedade Patriarcal 
 Fator econômico de produção- pequenas oficinas 
 Revolução Industrial 
* Caráter fraterno 
* Deixa de existir o vinculo apenas patrimonial e surgem os vínculos espirituais 
* Desenvolvimento dos valores éticos, afetivos e de reciprocidade 
 
6- FAMILIA MODERNA 
 Formada por pais e filhos, irmãos, famílias homoafetivas 
 Ausência de transferência de ofícios; 
 Educação exercida pelos pais e mães com o auxílio da escola; 
 Alteração do papel da mulher - sensíveis alterações nas famílias; 
 Aumento do número de divórcios- simbioses de proles; 
 Estruturação da família através do casamento ou uniões estáveis; 
 CF- Art 226- § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei 
facilitar sua conversão em casamento. 
 Controle da natalidade; 
 Mudanças no paradigma do Direito de Família – divórcio e reconhecimento de 
filhos havidos fora do casamento. 
 
7- NATUREZA JURIDICA DA FAMILIA: 
 Institucional: União associativa de pessoas da qual se vale a sociedade para regular 
a procriação e educação dos filhos. 
 
8- DIREITO DE FAMILIA 
 
 8.1- NATUREZA JURIDICA: 
 Ramo do Direito Privado, mas com permanência de normas de ordem pública, 
fixando os interesses do Estado no direcionamento da família como sua célula 
básica, dedicando-lhe atenção especial. (Art 226 caput, CF). 
 
8.2- OBJETO 
 A partir da Constituição Federal de 1988, visa: 
 Estabelecer igualdade completa entre os cônjuges e companheiros; 
 Igualdade jurídica de todos os filhos; 
 
8.3- CARACTERISTICAS DO DIREITO DE FAMILIA 
 Direito Extrapatrimonial- Personalíssimo 
 Irrenunciável 
 Intransferível 
 Não admite condição 
 Não pode ser exercido por procurador 
 Três ordens de vínculos conjugais estabelecidos pelo casamento: 
 conjugal: existe entre os conjuges 
 o de parentesco: reúne os integrantes em torno de um tronco comum, 
descendendo uns dos outros ou não. 
 Afinidade: estabelecidos entre os cônjuges e os parentes dos outros. 
 
8.4- PRINCIPIOS DO DIREITO DE FAMILIA 
 
 “Ratio” do matrimonio e da união estável (Art. 1513 CC): fundamento básico das 
relações matrimoniais é a afeição entre os cônjuges e a necessidade de comunhão 
de vida. 
 
 Igualdade jurídica entre os cônjuges e companheiros (Art. 226, § 5º- CF)- tanto de 
direitos como de deveres. O Código Civil de 2002 instituiu o “poder de decisão” a 
ambos os cônjuges (Arts. 1511, 1565 a 1570, 1631, 1634, 1643, 1647, 1650, 1651, 
1724- CC). 
 
 Igualdade jurídica entre os filhos: ausência de qualquer distinção entre os filhos 
havidos dentro ou fora do casamento. 
 
 Pluralismo familiar (Art. 1630 a 1638 CC): O direito protege e regula a família 
matrimonial e as entidades familiares. 
 
 Princípio da liberdade: - Poder de escolha de seus parceiros 
 - Poder de constituir uma família através do casamento ou 
união estável. (Arts. 226, §7º CF- e Arts 1513, 1565, 1634, 1639, 1642, 1643 CC). 
 
 Principio do Respeito à dignidade humana: Base da comunidade familiar através 
do afeto, desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, 
principalmente da criança e do adolescente. 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
 
1- ASPECTOS GERAIS 
 
 Até o Código Civil de 1916, o legislador brasileiro ignorava a família ilegítima 
mencionando-se ao concubinato apenas no propósito de proteger a família legitima, 
nunca reconhecendo direitos à união de fato. 
 
 Posição de caráter histórico e, baseada no costume, vez que à época da promulgação 
deste Código a sociedade brasileira não permitia o surgimento de famílias senão através 
do casamento convencional, sendo a mulher (concubina) vista de forma preconceituosa e 
pejorativa no âmbito social. 
 
 Washington de Barros Monteiro, sempre manifestou sua posição de repulsa à proteção 
legislativa do concubinato. 
 
 Constituição Federal de 1988 reconheceu a união estável como entidade familiar. 
 
 Art. 226- § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei 
facilitar sua conversão em casamento. 
 
 Leis 8971/94 e 9278/96 – outorgaram direitos de alimentos e sucessórios aos 
companheiros. 
 
 Para Maria Helena Diniz é: “o casamento é a mais importante e poderosa de todas as 
instituições do direito privado, por ser uma das bases da família que é a pedra angular da 
sociedade”. 
 
 
O CASAMENTO 
 
1- CONCEITO 
 
“Casamento é o contrato de direito de família que tem por fim promover a união do homem e da 
mulher, de conformidade com a lei, a fim de regularem suas relações sexuais, cuidarem da prole 
comum e se prestarem mutua assistência”. (Silvio Rodrigues). 
 
Obs: Nota-se que o casamento é o centro do Direito de Família. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 
 
2- NATUREZA JURIDICA 
 
2.1 – DIREITO CANONICO: Casamento é um sacramento e também um contrato natural entre 
pessoas, decorrente da natureza humana. Os direitos e deveres que dele decorrem são fixados 
pela natureza tornando-se indissolúveis. (“O que Deus uniu o homem não separa”). 
 
2.2- DIREITO CIVIL- O casamento civil é uma instituição, vez que pode ser visto como um contrato 
entre as partes, se amoldando à noção de negócio jurídico bilateral. Possui características de um 
acordo de vontades que busca efeitos jurídicos. 
 
3- PRINCIPIOS DO CASAMENTO 
 
I- Livre união dos futuros cônjuges- consentimento dos próprios nubentes (capacidade 
para expressa-las); 
II- Monogamia- Arts. 1521,VI, 1548, II do CC. 
Art. 1.521. Não podem casar: VI - as pessoas casadas; 
Art. 1.548. É nuloo casamento contraído: II - por infringência de impedimento. 
III- Comunhão indivisa de direitos e deveres (Art. 1511-CC) - criação de plena comunhão 
entre os cônjuges, que pretendem passar juntos as alegrias e dissabores da vida. 
 
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de 
direitos e deveres dos cônjuges. 
 
 
4- CARACTERISTICAS DO CASAMENTO 
 
 Solenidade- ao lado do testamento é o ato mais solene do Direito Civil. 
 Imperatividade das normas de Direito Publico; 
 Pessoalidade- só cabe aos nubentes manifestarem sua vontade. 
** Casamento por procuração. 
 Liberdade de escolha do nubente, sob pena de vício de consentimento o que gera a 
nulidade do ato. 
 União permanente: Não é celebrado por tempo determinado; 
 União exclusiva- A fidelidade conjugal é exigida por lei – Art. 1566, I do CC. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; 
 Negócio puro e simples. 
 Não se admite termo ou condição. 
 Para o Direito Brasileiro é negocio eminentemente civil. 
 Possibilidade de casamento homoafetivo. 
 
 
5- FINALIDADES DO CASAMENTO: 
 
I- Instituição da família matrimonial; 
II- Procriação dos filhos- é uma conseqüência lógico-natural e NÃO essencial do 
matrimonio vez que a lei permite a união de pessoas que não podem ou não querem 
ter filhos; 
III- A legalização das relações sexuais entre os cônjuges- satisfação dos desejos sexuais. 
A aproximação dos sexos e o convívio natural entre marido e mulher desenvolvem 
sentimentos afetivos recíprocos; 
IV- A prestação do auxilio mútuo 
V- O estabelecimento de deveres – patrimoniais ou não - que seriam de fidelidade, 
respeito e consideração mútuos (Art. 1566, I e V do CC)- entre os cônjuges, como 
conseqüência necessária do auxílio mútuo e recíproco. 
VI- Educação da prole- dever de criar e educar os filhos, impondo aos pais o dever de 
lhes prestar assistência. (Art 1634 CC e Art 22 da Lei 8069/90); 
VII- A atribuição do nome do cônjuge e aos filhos- Possibilidade de um cônjuge passar a 
assinar o sobrenome do outro (Art 1565, § 1º CC) 
 
6- ESPONSAIS – PROMESSAS DE CASAMENTO 
 
 Entendido como noivado. 
 O negócio jurídico do casamento somente é concluído com sua celebração, antes há 
apenas expectativa de direito. 
 Não é regulado claramente pelo Direito de Família – Possibilidade de Reparação de Danos 
Morais. 
 Necessidade de comprovação do dano bem como do nexo causal. 
 
7- CASAMENTO CIVIL E RELIGIOSO. 
 
 Possibilidade de casamentos entre pessoas de religiões diversas. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Ruptura entre o Estado e a Igreja- Instituição do casamento civil. Decreto 181 de 24-01-
1890 (Período de Império no Brasil). 
 Dificuldade de assimilação por parte do clero e da sociedade, o que gerou o costume do 
casamento religioso e civil. 
 Atualmente o casamento religioso tem efeitos civis, desde que os cônjuges tenham 
promovido o devido processo de habilitação perante o oficial de registro civil. 
 Possibilidade de habilitação posterior ao casamento religioso- Prazo 90 dias a partir da 
celebração. 
 Casamento religioso com efeitos civis tem eficácia a partir de sua celebração. 
 
 
8- CORRETAGEM MATRIMONIAL- AGÊNCIAS DE CASAMENTO 
 
 Assemelha-se à corretagem normal, de aproximação útil entre as partes. 
 Não é regulada pelo Direito de Família, mas possui relações com o Direito das Obrigações. 
 Apesar de não regulada, também não é proibida pelo Direito Brasileiro. 
 Divergências doutrinárias: 
1) Desfavorável: atividade é imoral 
2) Favorável: utilidade social por favorecer o casamento, desde que o corretor se limite a 
transferir as informações e promover o contato entre os interessados. 
 
 
UNIÃO DE FATO OU UNIÃO ESTÁVEL 
 
1- ASPECTOS GERAIS 
 
 Trata-se de união livre entre os cônjuges que também geram efeitos jurídicos 
 Posição sintetizada na Sumula 380 do STF: “Comprovada a existência da sociedade de fato 
entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio 
adquirido pelo esforço comum”. 
 
2- PRIMEIROS DIREITOS DOS COMPANHEIROS: 
 Indenizações pelo falecimento do companheiro em acidente de trabalho; 
 Direitos previdenciários; 
 Alimentos- Lei 9871/94 
 Planos de saúde; 
 Adoção do nome do companheiro, após cinco anos de vida em comum ou na existência de 
prole (Lei 6015/73, art 57, §§ 2º e 3º com redação dada pela Lei nº 6216/75); 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Permissão de continuidade de contrato de locação (na condição de locatário), após o 
falecimento do companheiro (Lei 8245/91- Lei do Inquilinato). 
 
 
3- NATUREZA JURIDICA DA UNIÃO ESTÁVEL 
 
 Fato social ou fato jurídico, vez que se trata de fato humano que gera efeitos no 
ordenamento jurídico. 
o OBS: Ao contrário do casamento a união estável é vista como fato jurídico, e não 
como um negócio jurídico. 
 
4- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA UNIÃO ESTÁVEL 
 
* Art. 1º da Lei 9278/96- “É reconhecida como entidade familiar à convivência duradoura, pública 
e contínua, de um homem e de uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de 
família”. 
 
 Estabilidade: Os relacionamentos fulgazes e transitórios não podem ser considerados 
como união estável e nem tampouco protegidas pelo Ordenamento Jurídico. 
 União duradoura: O decurso de tempo é extremamente importante vez que a 
Constituição Federal não estipula lapsos temporais para configuração da união estável. A 
questão tempo não é absoluta, mas os conviventes devem unir-se com o animus de 
constituir vida em comum bem como família. 
 Continuidade da relação: Trata-se de complemento da estabilidade. A união deve ser 
continua, todavia, tal preceito não é absoluto vez que nem sempre a interrupção no 
relacionamento afastará o conceito de união estável. 
 Heterossexuais ou Homossexuais: Posicionamento STF. 
 Publicidade da relação: A relação de fato que ganhará proteção é aquela em que o casal 
se apresenta socialmente como marido e mulher e são vistos no âmbito social desta 
mesma forma. 
*** OBS: As relações clandestinas, ainda que públicas, não são consideradas uniões 
estáveis, não merecendo proteção jurídica. 
 Objetivo de constituição da família: Não há necessidade de prole em comum, mas a 
presença do animus de constituição de uma comunhão de vida e de interesses. 
*** OBS: A ausência de interesse na constituição da família, a entidade poderá ser apenas 
um relacionamento afetivo entre as partes, gerando, no máximo, sociedade de fato em 
relação aos bens adquiridos por esforço efetivo de ambos, mas não direitos em relação a 
indenizações ou previdenciários. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Ausência de necessidade de coabitação sobre o mesmo teto: É admitida a união estável 
de pessoasque não residem sobre o mesmo teto, desde que comprovada sua solidez, 
durabilidade e notoriedade. 
*** Súmula 382 do STF: “a vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é 
indispensável à caracterização do concumbinato”. 
 Unicidade de companheiro ou companheira: a pluralidade de relações pressupõe 
imoralidade e instabilidade, o que contraria os demais elementos constitutivos da união 
estável. 
 Existência de casamento religioso: Como o Direito brasileiro só é considerado o 
casamento civil, a benção religiosa define a relação com moralidade e respeito que auxilia 
a tipificação da união estável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
DIREITO COMPARADO- A EVOLUÇÃO DAS NORMAS ACERCA DA UNIÃO ESTÁVEL: 
 
LEI No 8.971, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994. 
 
Regula o direito dos companheiros a 
alimentos e à sucessão. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
lei: 
 Art. 1º A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou 
viúvo, que com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 
5.478, de 25 de julho de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que prove a necessidade. 
 Parágrafo único. Igual direito e nas mesmas condições é reconhecido ao companheiro de mulher 
solteira, separada judicialmente, divorciada ou viúva. 
 Art. 2º As pessoas referidas no artigo anterior participarão da sucessão do(a) companheiro(a) nas 
seguintes condições: 
 I - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito enquanto não constituir nova união, ao usufruto de 
quarta parte dos bens do de cujos, se houver filhos ou comuns; 
 II - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito, enquanto não constituir nova união, ao usufruto da 
metade dos bens do de cujos, se não houver filhos, embora sobrevivam ascendentes; 
 III - na falta de descendentes e de ascendentes, o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito à 
totalidade da herança. 
 Art. 3º Quando os bens deixados pelo(a) autor(a) da herança resultarem de atividade em que haja 
colaboração do(a) companheiro, terá o sobrevivente direito à metade dos bens. 
 Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. 
 Brasília, 29 de dezembro de 1994; 173º da Independência e 106º da República. 
ITAMAR FRANCO 
Alexandre de Paula Dupeyrat Martins 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.12.1994 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.971-1994?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5478.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5478.htm
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 
LEI Nº 9.278, DE 10 DE MAIO DE 1996. 
Mensagem de veto Regula o § 3° do art. 226 da Constituição Federal. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei: 
Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um 
homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. 
Art. 2° São direitos e deveres iguais dos conviventes: 
I - respeito e consideração mútuos; 
II - assistência moral e material recíproca; 
III - guarda, sustento e educação dos filhos comuns. 
 Art. 3° (VETADO) 
Art. 4° (VETADO) 
Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da 
união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a 
pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito. 
§ 1° Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial ocorrer com o produto de bens 
adquiridos anteriormente ao início da união. 
§ 2° A administração do patrimônio comum dos conviventes compete a ambos, salvo estipulação 
contrária em contrato escrito. 
Art. 6° (VETADO) 
Art. 7° Dissolvida a união estável por rescisão, a assistência material prevista nesta Lei será prestada 
por um dos conviventes ao que dela necessitar, a título de alimentos. 
Parágrafo único. Dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o sobrevivente terá 
direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento, relativamente ao 
imóvel destinado à residência da família. 
Art. 8° Os conviventes poderão, de comum acordo e a qualquer tempo, requerer a conversão da união 
estável em casamento, por requerimento ao Oficial do Registro Civil da Circunscrição de seu domicílio. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.278-1996?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-9278-1996.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-9278-1996.pdf
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
Art. 9° Toda a matéria relativa à união estável é de competência do juízo da Vara de Família, 
assegurado o segredo de justiça. 
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 10 de maio de 1996; 175º da Independência e 108º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Milton Seligman 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.5.1996 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 
DA HABILITAÇAÕ PARA O CASAMENTO 
 
1- NOÇOES GERAIS 
 
 Por ser o casamento o ato mais solene do Direito Civil, o processo de 
habilitação são os procedimentos que os cônjuges devem seguir 
com o intuito de receberem a autorização do Oficial do Cartório de 
Registros Públicos para contraírem as núpcias. 
 
 O requerimento de habilitação deve ser realizado por ambos 
nubentes, de próprio punho ou através de procurador legalmente 
habilitado para tal ato. 
 
 Realizados os requerimentos, o Oficial do Cartório de Registro Civil 
deverá lavrar os proclamas e os publicar na sede do juízo, de cada 
cônjuge, por 15 dias em local visível bem como providenciar sua 
publicação na imprensa. Tal providencia tem a finalidade de dar 
conhecimento à população acerca do pedido de habilitação do 
casamento, bem como dar a terceiros a possibilidade de oposição 
de impedimentos. 
 
 Durante tal período, o MP (na condição de fiscal da lei) terá vista 
dos autos para apreciação e aprovação do pedido bem como da 
documentação apresentada e após remessa para o juiz para 
homologação. 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
______________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Em caso de impugnação do pedido ou dos documentos, por parte 
do MP, os mesmos serão encaminhados para o juiz competente 
para apreciação e julgamento. 
 
 Após os quinze dias, não havendo oposição de impedimentos por 
terceiros ou pelo MP, o Oficial expedirá certidão de habilitação aos 
nubentes para realização de casamento civil ou religioso com 
efeitos civis. 
 
 A certidão terá o prazo decadencial de 90 dias, e não havendo a 
realização do matrimonio em tal período, os nubentes deverão 
ingressar com novo pedido de habilitação. 
 
 A jurisprudência tem entendido que a existência de irregularidades 
no processo de habilitação, realizadas pelo oficial do cartório, NÃO 
gera a anulação do casamento. 
 
 ALTERAÇÃO TRAZIDA PELA LEI 12.133-09 AO ARTIGO 1526; 
 
o A homologação prevista somente será necessária no caso de 
impugnação. 
 
2- DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA HABILITAÇÃO DOS NUBENTES 
I- Certidão de nascimento ou documento equivalente: para fins de 
comprovação da idade dos nubentes. 
 
 O CC de 2002 instituiu a necessidade de idade superior a 16 anos 
para ambos. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 
II- Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal 
estiverem, ou ato judicial que a supra. 
 
 Necessidade de autorização expressa de ambos os pais, quando os 
nubentes forem maiores de 16 anos e menores de 18 (relativamente 
incapazes). 
 Caso um dos pais esteja em lugar incerto e não sabido, poderá 
haver a autorização unilateral do pai ou da mãe. 
 Se houve divergência entre os pais acerca de tal autorização, o 
caso deverá ser levado ao conhecimento do juiz competente para 
apreciação e decisão. 
 As pessoas que se encontram sob tutela ou curatela necessitam da 
autorização de seu tutor ou curador; 
 A autorização pode ser revogada a qualquer momento, antes da 
celebração do casamento; 
 
III- Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que 
atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os 
inibam de casar. 
 Declaração necessária para fins de comprovar a idoneidade dos 
nubentes 
 Documento de valor relativo, vez que pode ser facilmente 
conseguido entre os parentes. 
 
IV- Declaração do estado civil, do domicilio, e da residência atual 
dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Declaração denominada memorial, vez que faz um relato sobre as 
vidas dos nubentes e de seus pais. 
 Necessidade de declaração do domicilio, vez que se os nubentes 
residirem em comarcas diversas, haverá a necessidade de 
publicação de editais em ambas. 
 Não pode ser exigido do estrangeiro prova de situação regular no 
Brasil 
 
V- Certidão de óbito do cônjuge falecido, da sentença declaratória 
de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em 
julgado, ou do registro da sentença do divórcio. 
 Estes documentos visam evitar o casamento de pessoas já casadas. 
 É considerada idônea a certidão de divorcio proferida pela Justiça 
de país estrangeiro que o admita, ficando, porém, subordinada 
doravante à respectiva homologação por parte do STJ. 
 
2- DO SUPRIMENTO DO CONSENTIMENTO 
 
 Quando um dos representantes do incapaz nega o seu 
consentimento para o casamento, pode-se requerer a autorização 
judicial para tal ato. 
 No caso de negativa de consentimento por ambos os pais, não é 
possível o suprimento judicial. 
 Ação segue o rito ordinário, todavia, para Silvio Rodrigues deveria ter 
natureza cautelar vez que é anterior ao pedido de habilitação. Tal 
ação não permite pedido de antecipação de tutela, vez que 
realizado o casamento não poderá mais ser modificada. O juiz deve 
verificar os motivos apresentados pelos pais ou representantes para 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
negarem a autorização para a realização do casamento e analisar 
cada caso isolado (Ex: caso de toxicomaníacos, ébrios, vida 
pregressa irregular, imposição de crimes). 
 Sentença passível de recursos para a instancias superiores; 
 O legitimado para a ação será o nubente que teve a autorização 
denegada. A doutrina entende que o MP ou qualquer parente pode 
ingressar com tal pedido em favor do menor. 
 Nos casos de suprimento judicial, o regime de bens será 
obrigatoriamente o da separação total. 
 
3- DA DISPENSA DOS PROCLAMAS 
 Somente em casos extremos, quando houver urgência na realização 
do casamento por prática de crime contra os costumes; 
 O juiz decidirá de acordo com cada caso isolado. 
4- FORMAS DE CELEBRAÇAÕ DE CASAMENTO 
 4.1- CASAMENTO TRADICIONAL 
 
4.2- CASAMENTO NUNCUPATIVO 
 É uma forma especial de celebração de casamento, em que em, 
ante a urgência do caso e por falta de tempo, não se cumprem 
todas as formalidades necessárias para habilitação do casamento. 
 Na presença de 2 testemunhas acompanhadas do oficial do 
cartório (art. 1539) 
 PRESENÇA DE 6 TESTEMUNHAS QUANDO NÃO HOUVER TEMPO PARA 
O COMPARECIMENTO DO OFICIAL DO CARTÓRIO- ART 1540 
 É possível quando um dos nubentes se encontra em eminente risco 
de vida e precisa casar para obter os efeitos civis do casamento. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 O oficial do registro civil, mediante despacho da autoridade 
competente, independentemente de edital de proclamas dará a 
certidão de habilitação, dispensando o processo regular. 
 Pode ser realizado sem a presença do oficial, devendo os nubentes 
manifestarem em voz alta a sua intenção em se casarem na 
presença de seis testemunhas, que NÃO poderão ser parentes em 
linha reta ou colateral até 2º grau. 
 As testemunhas deverão ser ouvidas pela autoridade judicial 
competente no prazo de 10 dias, quando deverão prestar suas 
declarações acerca do casamento que presenciaram, bem como o 
estado de saúde do enfermo e seu estado de juízo mental. 
 Sentença judicial que declarar a ocorrência do casamento é 
passível de recurso de Apelação, todavia, após o transito em 
julgado da mesma o juiz determinará o seu registro no cartório de 
registros civis. 
 Caso o doente convalesça de sua enfermidade, deverá 
comparecer ao cartório de Registros Civis para ratificar o casamento 
na presença da autoridade competente através de simples 
declaração confirmatória, na ausência de tal ratificação o 
casamento será tido como inexistente. 
 
4.3- CASAMENTO PERANTE A AUTORIDADE DIPLOMÁTICA OU CONSULAR 
 
 Previsto no artigo 7º da Lei de Introdução do Código Civil 
 Realizado por pessoas da mesma nacionalidade, e que se 
encontram fora do Brasil. 
 Deve ser realizado somente perante o cônsul de carreira, não sendo 
permitida a realização perante o cônsul honorário. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIAPROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 A certidão emitida pelo consulado deve ser registrada no Cartório 
de Registros Civis da comarca onde residem os cônjuges no prazo 
de 180 dias a contar da data do retorno de um ou de ambos ao 
Brasil. 
 
 
DOS IMPEDIMENTOS PARA SE CONTRAIR MATRIMÔNIO 
 
 São taxativamente numerados pelo Direito Civil não podendo ser 
ampliados por via interpretativa. 
 Consistem na falta de legitimidade para praticar aquele ato. 
 Vincula-se apenas aquele ato e com determinada pessoa. 
 É meramente circunstancial. 
 É correspectiva, pois atinge o grupo de pessoas. 
 
5.1- IMPEDIMENTOS ABSOLUTOS QUE GERAM A NULIDADE DO 
CASAMENTO. 
 
 Art. 1521 
I- Os ascendentes com os ascendentes em qualquer grau seja o 
parentesco natural ou civil; 
 
 Parentesco natural é o decorrente das uniões estáveis. 
 Parentesco civil é o decorrente de adoção 
 
II- Os afins em linhas retas. 
 O vinculo de afinidade conta-se a partir do esposo ou esposa, 
atingindo os sogros. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 A afinidade se limita ao primeiro grau, e NUNCA SE EXTINGUE, sendo 
impedidos de se casarem apenas sogros e noras e sogras e genros. 
 A afinidade se estende também às uniões estáveis. 
 É possível o casamento entre cunhados (Ex: o viúvo com a irmã da 
esposa falecida). 
 
III- O adotante com o cônjuge do adotado e o adotado com quem 
o foi do adotante. 
 Existente a adoção (legal), prevalece o impedimento. 
 Em relações de mera convivência de fato com a pessoa, como se 
filho adotivo fosse, não existe o impedimento. 
 
IV- Os irmãos unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o 
terceiro grau inclusive. 
 Impedimento de casamento entre cunhados até perdurar a união 
anterior. 
 É possível o casamento entre primos (4º grau na linha dos colaterais). 
 
V- O adotado com o filho do adotante. 
 Por serem vistos como irmãos. 
 
VI- Pessoas casadas. 
 Enquanto persistir válido o casamento anterior persistirá o 
impedimento. 
 A separação judicial (antigo disquite) não libera o impedimento, 
porque não extingue o vinculo conjugal, mas apenas a sociedade 
conjugal. 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
VII- O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio, ou 
tentativa de homicídio, contra o seu consorte. 
 É exigida a condenação criminal, não sendo suficiente a mera 
alegação no processo; 
 Atinge tanto o autor material como o intelectual do delito. 
 Impedimento estendido à união estável. 
 
6- IMPEDIMENTOS RELATIVOS QUE GERAM A ANULAÇÃO DO CASAMENTO. 
 
 Falta de aptidão para realização dos atos da vida civil. 
 Tem caráter geral e não se vincula apenas àquele ato. 
 É isolada pois atinge apenas o agente. 
 
Art. 1550 do CC. 
 
I- de quem não completou a idade mínima para casar. 
 O CC 2002 instituiu a idade mínima de 16 anos para ambos os sexos. 
 Não há idade máxima imposta para o casamento. 
 Não há impedimento relativo à diferença de idade entre os 
cônjuges 
 Por ser apenas anulável, continua gerando seus efeitos após a 
maioridade dos cônjuges, devendo, os mesmos fazerem sua 
ratificação perante o oficial do Cartório de Registros Civis. 
 A anulação do ato só pode ser requerida pelos cônjuges, seus 
ascendentes ou seus representantes legais. 
 Não será anulado se tiver sido resultado de gravidez indesejada. 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
II- Do menor em idade núbil não autorizado pelo seu representante 
legal. 
 São os casos das pessoas que se encontram sob tutela ou curatela. 
 Os menores emancipados não necessitam de autorização. 
 A ação de anulação tem prazo decadencial de 180 dias, por 
iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo de seus representantes 
legais ou seus herdeiros necessários. 
 O silêncio do representante do menor presente no ato do 
casamento gerará, em principio, salvo prova em contrário a 
aprovação do ato. 
 
III- Por vicio de vontade. 
 Quando os cônjuges não manifestam livremente as suas vontades, 
vez que o casamento é pressuposto intrínseco do casamento. 
 
IV- do incapaz de consentir ou manifestar de modo inequívoco, o 
consentimento. 
 Será anulável o casamento das pessoas que no momento de 
manifestar seu consentimento, não tinha o devido discernimento, 
estando, por exemplo, sob efeitos de drogas ou inconscientes. 
 O prazo para anulação é decadencial de 180 dias contados a 
partir da celebração. 
 
V- Realizado por mandatário, sem que ele ou o outro contraente 
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo 
coabitação entre os cônjuges. 
 Hipóteses de casamento por procuração. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 A revogação do mandato retira a legitimidade do mandatário e 
deve ser comunicada ao mesmo, bem como ao outro nubente. 
 Caso tenha havido a coabitação entre os cônjuges, NÃO é possível 
a anulação do ato. 
 
VI- Por incompetência da autoridade celebrante. 
 Será anulado o casamento quando realizado por juiz que não está 
em exercício de suas funções, ou que o celebra fora dos limites do 
seu distrito (principio da territorialidade). 
 Se o casamento, apesar de realizado por autoridade incompetente, 
tiver sido registrado no cartório competente, é necessário a 
propositura de Ação anulatória. 
 Se os cônjuges estiverem de boa-fé no momento da celebração e 
tudo leva a crer a existência do casamento, o mesmo será válido. 
 
7- DAS CAUSAS SUSPENSIVAS. 
 Não dirimem ou inquinam o casamento. 
 Visam apenas impedir a sua realização. 
 Extinta a causa suspensiva, o casamento pode ser normalmente 
realizado. 
 Ocorrendo o casamento sem observância das causas suspensivas, o 
regime de bens será obrigatoriamente o da separação de bens. 
 Visam proteger, principalmente, o patrimônio do casal. 
 
Art 1523- Não devem casar: 
I- O viúvo ou a viúva que tiver filhos do cônjuge falecido, enquanto 
não fizer o inventário dos bens do casal e der partilha aos 
herdeiros. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Visa evitar a confusão de patrimônio. 
 Provando os nubentes a inexistência de prejuízo para os herdeiros, os 
nubentes podem requerer ao juiz que não seja aplicada tal causa 
suspensiva. 
 
II- A viúva ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter 
sido anulado, até dez meses depoisdo começo da viuvez, ou da 
dissolução da sociedade conjugal. 
 Visa impedir a confusão de sangue. 
 Pode ser dispensada a causa impeditiva se a nubente provar o 
nascimento do filho, ou a inexistência de gravidez durante este 
período de 10 meses. 
 
III- O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou 
decidida a partilha do casal. 
 Visa impedir a confusão patrimonial 
 Pode ser requerida a sua dispensa, provando os nubentes a 
ausência de prejuízo ao ex-cônjuge. 
 
IV- O tutor ou curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, 
cunhados, sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, 
enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem 
saldadas as respectivas contas. 
 Visa a impossibilidade de isentar o administrador da prestação de 
contas da administração dos bens, em razão do matrimonio. 
 
8- OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Caso seja realizado casamento desrespeitando as causas 
impeditivas, é possível a interposição de Ação de nulidade ou 
anulação. 
 Os impedimentos absolutos (art 1521) podem ser argüido até o 
momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa 
capaz. 
 O juiz ou o oficial que tiverem conhecimento dos impedimentos são 
obrigados a declará-los, sob pena de responderem civil, 
administrativa e criminalmente. 
 Todos os impedimentos e causas suspensivas serão opostos em 
declaração escrita e assinada, instruída com a prova do fato 
alegado, ou a indicação do lugar onde podem ser encontradas. O 
oficial comunicará os nubentes acerca da oposição e lhes dará a 
oportunidade de fazer prova em contrário. Qualquer que seja a 
oposição a mesma suspenderá a celebração, que só poderá ser 
realizada após decisão do mesmo. 
 O procedimento é sumário, devendo haver obrigatoriamente a 
manifestação do Ministério Publico. 
 A decisão será de índole correcional, com procedimento sumário, 
não fazendo coisa julgada. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
1- PROVAS DO CASAMENTO: 
O casamento se prova através de: 
I- Se realizado no Brasil: Certidão do Cartório de Registro Civil. 
II- Se realizado no exterior: de acordo com a lei do País 
estrangeiro, em aplicação ao principio de direito 
internacional privado. 
 Para que o documento estrangeiro possa produzir efeitos 
no Brasil, deverá ser autenticado segundo as leis 
consulares, ou seja, deve ser legalizado pelo cônsul 
brasileiro do lugar, que deverá ter sua firma reconhecida 
pelo Ministério das Relações Exteriores ou nas repartições 
fiscais da União. 
 Caso o Brasil não tenha representantes consulares no País 
onde se realizou o matrimonio, tais providências são 
dispensadas se o casamento se acha corroborado de 
vários elementos comprobatórios. 
 O casamento de brasileiros no exterior deverá ser 
registrado em cartório de registro civil do domicilio dos 
cônjuges, para que tenha efeitos na lei brasileira. 
 
2- CASAMENTO INEXISTENTE 
 
2.1- CARACTERISTICAS 
 Relatividade: o casamento inexistente é relativo vez que caso 
tenha gerado efeitos materiais, há necessidade de interposição 
de Ação de Nulidade para extinção daquele ato. 
 Inexistência: o casamento inexistente é considerado um nada 
jurídico. 
 Imprescritibilidade: o prazo para sua argüição é imprescritível. 
 Pode ser declarado de oficio pelo juiz. 
 Qualquer pessoa pode argüi-lo. 
 
Tem-se por inexistente o casamento: 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
I- Quando houver ausência de consentimento. 
II- Quando celebrado por autoridade incapaz 
 Neste caso os casamentos são realizados perante outras 
autoridades que não exerçam são investidos na autoridade de 
juiz de paz, como promotores de justiça, delegados, juizes de 
direito ou qualquer pessoa do povo, que naquele momento se 
investiu na qualidade de juiz de paz para realização daquele 
ato. 
 
 
3- CASAMENTO NULO 
 
3.1- ASPECTOS GERAIS. 
 Existente porem viciado: ao contrario do casamento 
inexistente, o casamento nulo apresenta-se como existente 
apesar de eivado de inúmeros vícios. 
 As nulidades são apenas as constantes no Código Civil, não 
podendo ser estendidas por analogia. 
 Não pode ser declarado de oficio, havendo a necessidade de 
interposição de Ação de Nulidade pelos próprios cônjuges ou 
por seus representantes legais, qualquer pessoa interessada 
(apenas pessoas que tenham vínculos diretos ou indiretos com 
o casal e não qualquer pessoa do povo), ou Ministério Público. 
 Após a edição da Lei do divórcio as Ações de nulidade de 
casamento diminuíram consideravelmente já que a Ação de 
divórcio tem procedimento mais simples que a de Nulidade de 
casamento e gera os mesmos efeitos. 
 Como a nulidade do casamento irá acarretar a dissolução da 
família, vigora no direito os princípios “favor matrimonii” e “in 
dubio pro mantrimonio”, ou seja, deve-se favorecer mais o 
matrimonio do que a lei em si. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Analisando a natureza dos impedimentos que tornam nulo o 
casamento, tem-se como causas: o incesto (incisos I a V), 
bigamia (inciso VI) e homicídio (inciso VII). 
 A nulidade do casamento só produz efeitos após o transito em 
julgado da sentença que o declarar. 
 A nulidade do casamento é questão de interesse público. 
 
3.2- LEGITIMIDADE PARA ARGUIR A NULIDADE. 
 
Art. 1549 CC: 
I - Os cônjuges ou seus representantes legais; 
II- Pessoas interessadas, desde que tenham vínculos diretos ou 
indiretos com os cônjuges; 
III- Ministério Publico 
 
OBS: O Ministério Público pode argüir a nulidade do casamento em 
qualquer situação, mesmo que um dos cônjuges já tenha falecido. 
 
3.3- CASOS DE NULIDADE 
São nulos os casamentos: 
 Contraídos por doentes mentais sem discernimento; 
 Os casos elencados no artigo 1.521 CC 
 
4- CASAMENTO ANULÁVEL 
 
 Trata de questões de interesse particular da pessoa que 
contraiu o matrimonio passível de anulação. 
 A anulação do casamento NÃO pode ser requerida por 
terceiros interessados e nem pelo Ministério Público, por se 
tratar de questão de interesse privado. 
 São anuláveis os casamentos contraídos em desconformidade 
com as disposições do artigo 1550, CC. 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
4.1- A COAÇÃO. 
 
 O artigo 1558 dispõe que o casamento sob coação pode ser 
anulado pelo cônjuge que a sofreu. 
 A anulação só pode ser requerida pelo próprio cônjuge. 
 Tendo havido a coabitação entre oscônjuges extingue-se a 
possibilidade de anulação do casamento. 
 O Ministério Publico participará da ação apenas como fiscal 
da lei. 
 Prazo para interposição da ação de anulação quando o vicio 
for de coação é de 4 anos contados a partir da data da 
celebração. (art 1560,IV). 
 Quando se tratar de casamento de menor em idade núbil, sem 
o consentimento dos responsáveis legais, a Ação de Anulação 
pode ser proposta pelo próprio cônjuge, seus representantes 
legais ou herdeiros necessários. 
 
OBS 1- Quando a Ação de Anulação for proposta pelo próprio 
menor o prazo para anulação do casamento é de 180 dias 
contados a partir da data que cessar menoridade. 
 
OBS 2: Neste mesmo caso, quando a ação for proposta pelos 
representantes legais o prazo para anulação iniciará da data da 
realização do casamento, e quando proposta por herdeiros 
necessários o prazo iniciará a partir da data do falecimento. (art 
1555,§ 1º) 
 
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não 
autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a 
ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, 
ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus 
herdeiros necessários. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
§ 1 o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que 
cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no 
segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz. 
§ 2 o Não se anulará o casamento quando à sua celebração 
houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, 
por qualquer modo, manifestado sua aprovação. 
 
 
 Se os representantes dos incapazes assistirem a cerimônia, a 
anulação se torna impossível. 
 Se o tutor ou curador de alguma forma manifestou sua 
concordância ao casamento, também não poderá ser argüida 
a anulação. (art 1555, §2º). 
 Destaque para o posicionamento de Paulo Lins e Silva: “é 
infantil crermos que um menor entre 16 e 18 anos possa de 
forma simples e fácil providenciar a habilitação para o seu 
casamento frente a autoridade do registro civil”. 
 O casamento pode ser ratificado pelos cônjuges quando 
atingirem a maioridade, sendo que os seus efeitos retroagirão 
desde a data da celebração. 
 O casamento não será anulado por motivo de idade se dele 
resultou gravidez. 
 
 4.2- ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA 
 
Art 1557- Considera-se erro essencial sobre a pessoa. 
 
I – O que diz respeito a sua identidade, sua honra, sua boa fama, 
sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne 
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. 
II- Ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua 
natureza, torne insuportável a vida conjugal. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
III- A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico 
irremediável ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio 
ou herança, capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge ou 
de sua descendência; 
IV- Ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave 
que por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao 
cônjuge enganado. 
 
 Prazo para ingresso da Ação de Anulação: Decadencial de 3 
anos a contar da data da celebração do casamento. 
 
4.3- ERRO QUANTO A IDENTIDADE, HONRA E BOA FAMA. 
 
 Tanto quanto a identidade civil – forma como a pessoa é 
conhecida na sociedade-, quanto a natural- honestidade, 
caráter, vícios em jogos de azar. 
 Trata-se de questão subjetiva que deverá ser analisada pelo juiz 
caso a caso. 
 Deverá haver comprovação de que o conhecimento do fato 
torna a vida em comum insuportável. 
 Possibilidade de ingressar com pedido de danos morais em 
alguns casos. 
 
4.3.1- SITUAÇÕES DE ERRO ESSENCIAL NOS JULGADOS: 
 Recusa da esposa ao debito conjugal; 
 Esposa que não compareceu à cerimônia religiosa do 
casamento 
 Casamento não consumado, tendo o marido deixado o lar 
conjugal poucos dias após a celebração 
 Recusa de ato sexual pela esposa, hipótese de coitofobia 
 Homossexualidade do réu, fato não conhecido antes do 
casamento. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Nubente estelionatário, ausência de vontade de contrair 
núpcias, simples artifício para se apossar dos bens da esposa 
com posterior desaparecimento. 
 Induzimento ao casamento pela afirmação da paternidade, 
frente à gravidez da mulher; paternidade afastada por prova 
pericial; erro essencial reconhecido. 
 Atividade de meretriz da esposa antes do casamento e que 
era desconhecida pelo marido. 
 
4.3.2- SITUAÇÕES QUE AFASTAM O ERRO ESSENCIAL SOBRE A 
PESSOA DE ACORDO COM ALGUNS JULGADOS. 
 Varão que estando no exterior, casa por procuração, com 
mulher que conheceu há pouco menos de 30 dias; alegação 
de desconhecimento de filhos dela; fato que, se devera 
desconhecido, não terá importância na decisão do 
casamento. 
 Varão que se precipitou em casar com mulher que mal 
conhecia, sem dar ouvidos a informações que desabonasse a 
sua conduta. 
 Crença religiosa não constitui qualidade essencial da pessoa 
quando não atentatória à moral da sociedade dominante, 
não constitui defeito da honra e boa fama. 
 
 Prazo para interposição da Ação de Anulação: Decadencial 
de 3 anos a contar da data da cerimônia. 
 
 4.5- IGNORANCIA DE CRIME 
 Nestes casos há pressupostos OBJETIVOS a serem aferidos: 
I- A pratica de crime previsto na lei penal; 
II- Sua ocorrência antes do casamento (O CC 2002 não fala 
em julgamento definitivo por sentença condenatória- a 
sentença pode ser posterior ao casamento). 
III- Que o fato seja ignorado pelo outro cônjuge ao casar-se. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 
 A lei não se refere a contravenções penais. 
 Se o crime ocorreu quando a pessoa era menor de 18 anos, e, 
portanto, inimputável criminalmente, não se aperfeiçoa essa 
hipótese legal- neste caso a anulação pode ser baseada no 
erro quanto à honra e a boa fama. 
 
 4.6- DEFEITO FÍSICO IRREMEDIÁVEL 
 O defeito físico irremediável é o que impede a consumação do 
casamento através do ato sexual- casos de impotência sexual. 
 A impotência que gera a anulação é aquela em relação ao 
cônjuge, não necessitando que seja absoluta. 
 É NECESSÁRIO que seja um estado permanente e não uma 
eventualidade. 
 A esterilidade não é causa de anulação do casamento. 
 Na ação de anulação são admitidas todas as formas de prova 
previstas em direito, desde que não impliquem coação ou 
violência contra a pessoa, todavia a principal será a perícia 
medica. (Ao contrário dos Tribunais da Idade Media, em que 
uma simples denuncia, as vezes sem fundamento, levaria ao 
homem à situação de imposição de provas de potencia 
perante otribunal, na presença dos juizes). 
 
 4.7 - MOLESTIA GRAVE OU DOENÇA MENTAL 
 A moléstia deve colocar em risco a vida do cônjuge bem 
como dos descendentes (Ex: AIDS, sífilis, esquizofrenia, psicose, 
etc). 
 Necessário que seja preexistente ao casamento, e 
desconhecida do outro cônjuge. 
 Há necessidade de prova pericial. 
 
 4.8- DEFLORAMENTO DA MULHER 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Extinto do atual Código Civil, em razão da evolução da 
sociedade e modificação dos padrões de comportamento em 
todo o mundo ocidental. 
 Questão protegida pelo principio constitucional da igualdade 
entre homens e mulheres. 
 
5- AÇÕES DE NULIDADE E ANULAÇÃO DO CASAMENTO 
 As sentenças só produzirão efeitos depois de transitadas em 
julgado. 
 Sentenças produzem efeitos EX TUNC- retroagem à data da 
celebração do casamento. 
 A sentença de nulidade ou anulação do casamento não 
prejudicará a aquisição de direitos, a titulo oneroso, por 
terceiros de boa fé, nem a resultante de sentença transitada 
em julgado. 
 Os atos de disposição do patrimônio a titulo gratuito, voltando 
os mesmos ao estado anterior ao casamento declarado nulo – 
Há de se analisar a boa ou má fé do terceiro em relação ao 
trato com o casal, devendo o juiz analisar caso por caso. 
 Nos casos de nulidade são legítimos para interporem a Ação: 
I- O cônjuge, ou seus representantes legais. 
II- Terceiros interessados. 
III- Ministério Publico. 
 
 Nos casos de anulação apenas o cônjuge interessado tem 
legitimidade para interpor a Ação 
 A ação de nulidade é imprescritível, podendo ser argüida a 
qualquer momento. 
 Os prazos para interposição da Ação de Anulação do 
casamento são decadenciais, contados a partir da data da 
celebração do casamento: 
I – 180 dias no caso do incapaz de consentir ou manifestar sua 
vontade; 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. 
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
II – 2 anos no caso de incompetência da autoridade celebrante; 
III- 3 anos nas hipóteses de erro essência contra a pessoa ou do 
cônjuge; 
IV- 4 anos no caso de coação. 
 
*** Obs: Nos casos de anulação por idade, o prazo de 180 dias 
começará a contar da data da realização do casamento quando 
proposta pelos representantes legais do cônjuge, e da data do 
falecimento quando proposta por seus herdeiros necessários. 
 
 Em todos os casos há necessidade de intervenção do Ministério 
Publico como fiscal da lei. 
 
6- DOLO 
 
 Não é causa de anulação do casamento, uma vez que traria 
insegurança jurídica ao mesmo; 
 Pode ser configurado pelas desilusões e dissabores do dia a 
dia. 
 Em alguns países como Argentina, Alemanha e Suíça o 
admitem como causa de anulação do casamento em 
algumas situações, o que não se estende à lei brasileira. 
 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
1- CASAMENTO PUTATIVO. 
 
1.1- CONCEITO: 
 
“ É aquele que se reporta verdadeiro mas não o é”. 
“É o casamento nulo, ou anulável, contraído de boa-fé por ambos ou pelo 
menos, um dos esposos, tem, em razão desta boa-fé, efeitos civis 
reconhecidos por lei”. 
 
* Exemplo: Quando dois irmãos se casam sem saber do vinculo de 
parentesco. 
 
1.2- CARACTERISTICAS 
 
Boa-fé do cônjuge: Se um dos cônjuges contraiu matrimonio de boa fé, os 
efeitos civis, só a ele e aos filhos se estenderão. 
Má-fé de ambos os cônjuges: Se ambos os cônjuges estavam de ma fé ao 
celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos se estenderão. 
Em relação aos filhos: Todo casamento considerado nulo ou anulado é 
considerado putativo em relação aos filhos. 
 
1.3- CONDIÇÕES 
O casamento deve ser nulo ou anulável, não se estendendo aos 
casamentos inexistentes. 
 
1.4- EFEITOS: 
 
I- Civis: Os casamentos putativos geram todos os efeitos civis até a data da 
sentença que o declarará nulo ou anulado. 
II- Sentença: Nos casamentos putativos, e somente nestes, as sentenças 
terão efeitos ex nunc. 
III- Em caso de argüição de nulidade do casamento antes da morte de um 
dos cônjuges: Caso a nulidade seja argüida antes da morte de um dos 
cônjuges, ainda que a sentença procedente seja posterior à data do 
óbito, o cônjuge supérstite perderá a sua condição de herdeiro. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
IV- Em caso de argüição de nulidade do casamento após a morte de um 
dos cônjuges: Caso a nulidade seja argüida após a morte de um dos 
cônjuges, a sentença, ainda que procedente, não surtirá efeitos concretos 
vez que o cônjuge supérstite se manterá na condição de herdeiro do ‘de 
cujus’. 
V- Falecimento do cônjuge bígamo: No caso de falecimento de cônjuge 
bígamo: declarada a sua putatividade, o mesmo terá dois cônjuges como 
herdeiros (o legitimo e o putativo), devendo a herança ser dividida entre 
os sobreviventes em partes iguais. 
VI- Vantagens econômicas em relação ao cônjuge bígamo: O cônjuge de 
má-fé perde o direito às vantagens econômicas advindas do casamento 
(Não pode pretender meação do outro cônjuge e não poderá ser 
considerado herdeiro). 
VII- Meação: O cônjuge inocente terá direito à meação do patrimônio 
trazido pelo culpado. 
VIII- Doações: As doações feitas por terceiros em contemplação ao 
casamento futuro se perdem em relação ao culpado e se mantém em 
relação ao inocente. 
IX- Pensões alimentícias: as porventura impostas serão devidas até a data 
da sentença, sem direito à repetição. 
** há correntes doutrinárias que entendem que a pensão é devida ao 
cônjuge inocente mesmo após a declaração de nulidade ou anulação. 
X- Dívidas: as dividas contraídas pelos cônjuges computam-se como se o 
casamento tivesse sido válido até a data da sentença de anulação. 
 
1.5- DECLARAÇÃO DE PUTATIVIDADE. 
 
I- Necessidade de anulação ou nulidade do casamento. 
II- Forma de declaração: Pode ser declarada nos próprios autos da ação 
de nulidade ou anulação, ou em processo autônomo, neste caso pelo 
cônjuge, pelos filhos, ou terceiros interessados. 
III- Omissão da sentença de nulidade ou anulação em relação ao 
casamento putativo:Caso a sentença da Ação anulatória ou de nulidade 
sejam omissas quanto ao fato, o mesmo pode ser dirimido por embargos 
declaratórios, todavia, havendo o transito em julgado da sentença, 
somente através de ação própria. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 
2- DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
 
Art. 226, § 5º da Constituição Federal: “Os direitos e deveres referentes à 
sociedade conjugal serão exercidos igualmente pelo homem e pela 
mulher”. 
 
2.1-DA EXTENSÃO DOS DIREITOS DAS OBRIGAÇÕES 
I- Casamento; 
II- União Estável; 
III- Entidade familiar formada por apenas um dos pais. 
 
Não há mais o que se falar em ‘obrigação do marido’ ou ‘obrigação da 
mulher’, mas sim em obrigação do casal. 
O planejamento familiar tem proteção constitucional, sendo direito 
individual e exclusivo do casal, não admitindo interferência de quem quer 
que seja. 
 
2.2. PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO PATRIMONIAL ENTRE OS CONJUGES 
 
I- Possibilidade de alteração de regime: - ART. 1639,§2º O CC de 2002 
possibilitou aos cônjuges a alteração do regime de casamento, mesmo 
após a sua realização. Já tendo julgados neste sentido, alterando o 
regime da comunhão universal para o da comunhão parcial a fim de 
evitar o obstáculo criado pelo art 977, que proíbe o contrato de 
sociedade de pessoas casadas sob o regime da comunhão universal. 
 
 Regime de bens consiste no regulamento dos interesses patrimoniais 
dos esposos durante o casamento. 
 A doutrina entende que é possível a alteração do regime tanto nos 
casamentos realizados após 2002, como aos anteriores. 
 Os pedidos de alteração podem ser fundamentados em qualquer 
motivo, desde que as partes justifiquem a mudança do regime. 
 Todos os regimes de bens permitem alteração para todos os regimes. 
(Não houve controle do legislador em relação tal questão). 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 O regime de bens pode ser escolhido pelo casal através de pacto 
antenupcial, firmado por escritura publica. 
 O regime de bens entre os cônjuges tem inicio desde a data do 
casamento. 
 
2.3- DOS ATOS QUE NÃO PODERÃO SER PRATICADOS PELOS CONJUGES, 
SEM O CONSENTIMENTO DO OUTRO, QUANDO O REGIME NÃO FOR O DA 
SEPARAÇÃO UNIVERSAL. 
 
Art. 1647 CC. 
 Quando o regime de casamento não for o da separação absoluta de 
bens, nenhum dos cônjuges pode praticar sem autorização do outro os 
seguintes atos: 
 
Art. 1647. 
I- alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II- pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III- prestar fiança ou aval; 
IV- fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou que 
possam integrar a futura meação (é o caso dos aquestos). 
Parágrafo único: São validas as doações nupciais feitas aos filhos 
quando casarem ou estabelecerem economia separada. 
* No caso do parágrafo único, não há necessidade de consentimento 
do outro cônjuge. 
** As doações só poderão recair sobre bens móveis. 
 
 A legitimação conjugal é necessária para atribuir legitimação para 
tais atos. 
 É ineficaz qualquer dispositivo em contrário que seja aposto em 
pacto antenupcial. 
 A autorização para estes atos deve ser escrita, expressa, cabal, 
específica, e inserida em instrumento idôneo. 
 A ação anulatória dos atos praticados sem outorga conjugal, 
porem, é privativa do outro cônjuge, ou de seus herdeiros, pois são 
interesses privados. 
 Prazos para ação anulatória: 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
* Durante a vigência do casamento: não há prazo prescricional. 
** Após o encerramento da vida conjugal: até dois anos. 
*** Para os herdeiros o prazo é de dois anos contados da data do 
falecimento do cônjuge que praticou o ato. 
 A recusa injustificada do cônjuge para a pratica de tais atos, bem 
como a impossibilidade de fazê-lo pode ser suprida judicialmente. 
 Quando os bens forem de empresa, pode o cônjuge aliená-los ou 
gravá-los em ônus real, sem a autorização ou outro. 
 
2.4- DOS ATOS QUE PODEM SER PRATICADOS SEM O CONSENTIMENTO DO 
CONJUGE. 
 
Art. 1642 CC 
Independentemente do regime de bens tanto o homem como a mulher 
poderão praticar os seguintes atos: 
 
I- praticar todos os atos de disposição e administração necessários 
ao desempenho de sua profissão, com as limitações 
estabelecidas no inciso I do art 1647; 
II- administrar os próprios bens; 
III- desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou 
alienados, sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial; 
IV- demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a 
invalidação do aval, realizadas pelo outro cônjuge, com infração 
do disposto nos incisos III e IV do art. 1647; 
V- reivindicar os bens comuns, moveis ou imóveis, doados ou 
transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que 
provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum 
destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco 
anos; 
VI- praticar todos os atos que não lhes forem vedados 
expressamente.” 
 
3- DEVERES RECIPROCOS DOS CONJUGES: 
 O desrespeito a qualquer destes deveres constitui causa para a 
separação judicial. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 
Art. 1566 do CC. 
 
I- fidelidade recíproca; 
 basta a prova de uma só transgressão para gerar o direito à 
separação, não sendo necessário que o adultero mantenha 
concubina fixa. 
 
II- vida em comum no domicilio conjugal; 
 Não deve ser encarada de forma absoluta, justifica-se quando 
houver a necessidade de ausência do lar por motivos de trabalho ou 
de doença. 
 O que caracteriza o abandono do lar, é o animus, ou seja, a 
vontade de não mais regressar. 
 A ausência do lar por mais de um ano continuo, quando não for 
pelos motivos acima descritos caracteriza o abandono voluntário do 
lar. 
 Cessa o dever de vida em comum: 
a) se um consorte não trata o outro com o devido respeito e 
consideração. 
b) Quando um dos cônjuges deseja que o outro o acompanhe 
em vida errante. 
 
III- mutua assistência 
 Se algum dos cônjuges faltar ao dever de assistência, pode ser 
compelido compulsoriamente à obrigação de alimentar. 
 O dever de assistência se estende mesmo após a separação judicial 
do casal. 
 
IV- sustento, guarda e educação dos filhos; 
 A separação e o divorcio em nada alteram as obrigações dos pais 
com os filhos. 
 
V- respeito e considerações mútuos. 
 
4- OS BENS RESERVADOS DA MULHER 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
* Referia-se aos bens da mulher advindos de seu esforço próprio, sem 
qualquer auxilio do marido. Tal instituto foi criado a partir do Estatuto da 
Mulher Casada, tendo sido abolido pela Constituição Federal em razão 
da igualdade entre os cônjuge, e conseqüentemente extinto do 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO 
BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO 
 
1- DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES NA ORDEM PATRIMONIAL 
 
1.1- CONCEITO DE REGIME MATRIMONIAL DE BENS 
 
“Éo conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses 
economicos resultantes do casamento” 
 
“Normas que regem as relações patrimoniais entre marido e mulher 
durante o matrimônio”. 
 
 Trata-se do estatuto patrimonial dos consortes, que 
começa a vigorar desde a data do casamento. 
 Nenhum regime matrimonial pode ter inicio em data 
anterior ou posterior à do casamento. 
 
1.2- PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DO REGIME DE BENS ENTRE MARIDO 
E MULHER 
 
I- Principio da variedade de regime de bens. 
 O Direito brasileiro oferece quatro tipos de regime bens: o 
da comunhão universal; o da comunhão parcial; o da 
separação; o da participação final dos aqüestos (regime 
que substitui o regime dotal). 
 
II- Liberdade dos pactos antenupiciais: 
 Permite aos nubentes a livre escolha do regime que lhes 
convier 
 Para Silvio Rodrigues é um contrato solene, realizado 
antes do casamento, por meio do qual as partes dispõem 
sobre o regime de bens que vigorará entre elas desde a 
data do matrimonio (CC. Art 1639, §1º) 
 Ato personalíssimo: só pode ser praticado pelos nubentes, 
desde que considerados aptos a praticá-lo. 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO 
BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Necessidade de aprovação dos representantes legais, no 
caso de um dos nubentes ser menor, salvo nos casos em 
que será obrigatório o regime da separação de bens; 
 A intervenção do representante legal do menor se limita 
apenas à aprovação do pacto, não podendo fazer 
qualquer exigência ou condição. 
 Instrumento público: será nulo o pacto antenupcial que 
não se fizer por escritura publica. 
 Necessidade de registro no Cartório de Registro de 
Imóveis do domicilio dos cônjuges para que tenha 
validade perante terceiros. 
 Necessidade de averbação do pacto nos Cartórios de 
Registros Públicos de Empresas Mercantis, no caso de um 
dos nubentes ser empresário. 
 A ausência de registro do pacto nos Cartórios de Registros 
de Imóveis e de Empresas Mercantis, não invalida o ato, o 
qual passará a ter validade apenas entre os cônjuges e 
seus herdeiros mas não perante terceiros, vez que terá 
efeito erga omnes somente com a aludida averbação. 
 Em caso de nulidade do pacto, vigorará o regime legal, 
ou seja, o da comunhão parcial de bens. 
 Casamento como causa suspensiva do ato: a eficácia do 
pacto subordina-se à ocorrência das núpcias; 
 É termo acessório vez que necessita da celebração do 
casamento para ter validade. Uma vez que se não 
houver o casamento, o pacto torna-se sem qualquer 
efeito. 
 Devem se ater somente às questões patrimoniais. 
 Serão nulas as clausulas que nele contidas que 
contravenham disposição legal absoluta, prejudiciais aos 
direitos conjugais, materno ou paterno; 
 Não pode ser visto como um contrato idêntico aos 
elencados nos direitos das obrigações, vez que após à 
celebração do casamento se tornam imutáveis. 
 Tem natureza institucional vez que os cônjuges não 
podem alterá-lo ao seu bel prazer, salvo se houver 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO 
BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
autorização judicial, com pedido motivado e plausível e 
assinado por ambos os cônjuges, 
 
III- Principio da mutabilidade justificada do regime adotado 
 No curso do casamento, e mediante autorização judicial. 
 Só é possível em casos devidamente motivados. 
 Deve ser requerido por ambos os cônjuges. 
 A alteração do regime de bens deve ser averbada no 
Cartório de Registro de Imóveis e nos Cartórios de 
Registros de Atividades Mercantis (se um dos cônjuges for 
empresário) a fim de ter efeitos erga omnes bem como 
assegurar direitos de terceiros. 
 Casamentos realizados sob a vigência do Código Civil de 
1916 
** Divergência doutrinária: 
 
A- Para uma corrente doutrinária, tal beneficio não se 
estende aos casamentos realizados antes da vigência do 
atual Código Civil vez que a lei que rege o Direito de Família 
é irretroativa, afim de assegurar os direitos de terceiros. 
 
B- Há outra corrente doutrinária que entende que por se 
tratar apenas de questões patrimoniais dos cônjuges, ou 
seja, direitos disponíveis, o beneficio pode retroagir aos 
casamentos realizados sob a vigência do código anterior, 
todavia a alteração do regime produzirá efeitos ex nunc em 
relação a terceiros. 
 
IV- Principio da imediata vigência do regime de bens. 
 O regime de bens entre os cônjuges terá vigência a partir 
da data do casamento, não se admitindo qualquer 
disposição em contrario. 
 
 
2- DAS DOAÇÕES ANTENUPCIAIS (Arts. 546 e 1668, IV CC). 
 Podem ser: 
I- recíprocas; 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO 
BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
II- de um nubente ao outro; 
III- por terceiros 
 
 Podem ser realizadas através dos pactos antenupiciais, 
mediante escritura publica, desde que não excedam a 
metade dos bens do doador. 
 São nulas as doações entre os cônjuges, se casados sob o 
regime de separação de bens; 
 A eficácia das doações subordina-se à realização do 
casamento, funcionando, este, como causa suspensiva. 
 São negócios jurídicos negociais e solenes. 
 A lei não obriga que sejam realizadas nos pactos 
antenupiciais, podendo ser realizadas sob escritura 
publica nos casos dos bens imóveis, por instrumento 
particular ou até mesmo verbalmente, nos casos dos bens 
moveis (desde que sejam de pequeno valor) seguindo-
lhes a tradição. 
 Não precisam valer-se de aceitação expressa do 
donatário, já que a própria realização do matrimonio 
implica aceitação. 
 Não se revogam por ingratidão vez que se realizam 
propter nuptias 
 Caso o casamento venha a ser declarado nulo ou 
anulado, os efeitos civis das doações se manterão até o 
transito em julgado da sentença declaratória. 
 Proferida sentença anulatória de um casamento, por 
culpa de um dos cônjuges, responderá o vencido pelas 
promessas feitas ao outro no contrato antenupcial. 
 Podem ser realizadas pelos cônjuges, durante a vigência 
do casamento, entendo-se neste caso antecipação de 
herança, salvo se o regime for o da separação 
obrigatória ou da comunhão universal, ou se prejudicar a 
legitima do herdeiro necessário. 
 
3- DA INSTITUIÇÃO DO BEM DE FAMILIA 
 
3.1- Formas 
UNIP- GOIANIA 
DIREITO CIVIL IX 
DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSORA: ALINE MENDES 
AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO 
BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
alinefmendes@hotmail.com 
 Voluntária ou convencional 
 legal: Lei 8009-90 
o o bem de família não responde por nenhum tipo de 
divida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou trabalhista 
(§ 1º) 
o exceções: § 3º- créditos dos trabalhadores domésticos, 
financiamento para sua construção, IPTU, hipoteca e 
fiança concedida em contrato de locação, execução 
alimentar, e quando o bem é produto de crime.

Outros materiais