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INTRODUÇÃO AO DIREITO DE FAMILIA- AULA 01 Família não é definida pelo Código Civil, todavia a extensão de sua compreensão difere nos diversos ramos do direito. Alterações de conceito em relação à natureza econômica de alguns atos. Ex: Lei do Inquilinato x Restrição pais e filhos Constituição Federal – artigo 226 e seguintes. o Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 2- OBJETO DO DIREITO DE FAMILIA: Estudo das relações unidas pelo matrimonio e união estável. Relação pais e filhos; Proteção aos incapazes. 3- FORÇA DO CONTEUDO MORAL E ETICO Família: base das instruções morais e éticas dos cidadãos. 4- IGUALDADE DOS DIREITOS FAMILIARES Afastamento da idéia de supremacia de determinados membros; Art. 226- § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Permanência do poder de supremacia do chefe familiar; Restrições aos direitos das mulheres em algumas sociedades. 5- ASPECTOS HISTÓRICOS Hierarquia e amplitude da entidade nas civilizações antigas X restrição da entidade nos tempos modernos. 5.1- ORIGEM DA FAMILIA – FRIEDEICH ENGELS (SEC XIX) Endogamia Relações coletivas Caráter matriarcal 5.2 - SOCIEDADES PRIMITIVAS Exogamia – guerras- manifestações contra o incesto Procura do homem por relações individuais – Poligamia x Monogamia 5.3- O DESEMPENHO DA MONOGAMIA NO IMPULSO SOCIAL Benefício da prole Exercício do poder paterno- Sociedade Patriarcal Fator econômico de produção- pequenas oficinas Revolução Industrial * Caráter fraterno * Deixa de existir o vinculo apenas patrimonial e surgem os vínculos espirituais * Desenvolvimento dos valores éticos, afetivos e de reciprocidade 6- FAMILIA MODERNA Formada por pais e filhos, irmãos, famílias homoafetivas Ausência de transferência de ofícios; Educação exercida pelos pais e mães com o auxílio da escola; Alteração do papel da mulher - sensíveis alterações nas famílias; Aumento do número de divórcios- simbioses de proles; Estruturação da família através do casamento ou uniões estáveis; CF- Art 226- § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Controle da natalidade; Mudanças no paradigma do Direito de Família – divórcio e reconhecimento de filhos havidos fora do casamento. 7- NATUREZA JURIDICA DA FAMILIA: Institucional: União associativa de pessoas da qual se vale a sociedade para regular a procriação e educação dos filhos. 8- DIREITO DE FAMILIA 8.1- NATUREZA JURIDICA: Ramo do Direito Privado, mas com permanência de normas de ordem pública, fixando os interesses do Estado no direcionamento da família como sua célula básica, dedicando-lhe atenção especial. (Art 226 caput, CF). 8.2- OBJETO A partir da Constituição Federal de 1988, visa: Estabelecer igualdade completa entre os cônjuges e companheiros; Igualdade jurídica de todos os filhos; 8.3- CARACTERISTICAS DO DIREITO DE FAMILIA Direito Extrapatrimonial- Personalíssimo Irrenunciável Intransferível Não admite condição Não pode ser exercido por procurador Três ordens de vínculos conjugais estabelecidos pelo casamento: conjugal: existe entre os conjuges o de parentesco: reúne os integrantes em torno de um tronco comum, descendendo uns dos outros ou não. Afinidade: estabelecidos entre os cônjuges e os parentes dos outros. 8.4- PRINCIPIOS DO DIREITO DE FAMILIA “Ratio” do matrimonio e da união estável (Art. 1513 CC): fundamento básico das relações matrimoniais é a afeição entre os cônjuges e a necessidade de comunhão de vida. Igualdade jurídica entre os cônjuges e companheiros (Art. 226, § 5º- CF)- tanto de direitos como de deveres. O Código Civil de 2002 instituiu o “poder de decisão” a ambos os cônjuges (Arts. 1511, 1565 a 1570, 1631, 1634, 1643, 1647, 1650, 1651, 1724- CC). Igualdade jurídica entre os filhos: ausência de qualquer distinção entre os filhos havidos dentro ou fora do casamento. Pluralismo familiar (Art. 1630 a 1638 CC): O direito protege e regula a família matrimonial e as entidades familiares. Princípio da liberdade: - Poder de escolha de seus parceiros - Poder de constituir uma família através do casamento ou união estável. (Arts. 226, §7º CF- e Arts 1513, 1565, 1634, 1639, 1642, 1643 CC). Principio do Respeito à dignidade humana: Base da comunidade familiar através do afeto, desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 1- ASPECTOS GERAIS Até o Código Civil de 1916, o legislador brasileiro ignorava a família ilegítima mencionando-se ao concubinato apenas no propósito de proteger a família legitima, nunca reconhecendo direitos à união de fato. Posição de caráter histórico e, baseada no costume, vez que à época da promulgação deste Código a sociedade brasileira não permitia o surgimento de famílias senão através do casamento convencional, sendo a mulher (concubina) vista de forma preconceituosa e pejorativa no âmbito social. Washington de Barros Monteiro, sempre manifestou sua posição de repulsa à proteção legislativa do concubinato. Constituição Federal de 1988 reconheceu a união estável como entidade familiar. Art. 226- § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Leis 8971/94 e 9278/96 – outorgaram direitos de alimentos e sucessórios aos companheiros. Para Maria Helena Diniz é: “o casamento é a mais importante e poderosa de todas as instituições do direito privado, por ser uma das bases da família que é a pedra angular da sociedade”. O CASAMENTO 1- CONCEITO “Casamento é o contrato de direito de família que tem por fim promover a união do homem e da mulher, de conformidade com a lei, a fim de regularem suas relações sexuais, cuidarem da prole comum e se prestarem mutua assistência”. (Silvio Rodrigues). Obs: Nota-se que o casamento é o centro do Direito de Família. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com 2- NATUREZA JURIDICA 2.1 – DIREITO CANONICO: Casamento é um sacramento e também um contrato natural entre pessoas, decorrente da natureza humana. Os direitos e deveres que dele decorrem são fixados pela natureza tornando-se indissolúveis. (“O que Deus uniu o homem não separa”). 2.2- DIREITO CIVIL- O casamento civil é uma instituição, vez que pode ser visto como um contrato entre as partes, se amoldando à noção de negócio jurídico bilateral. Possui características de um acordo de vontades que busca efeitos jurídicos. 3- PRINCIPIOS DO CASAMENTO I- Livre união dos futuros cônjuges- consentimento dos próprios nubentes (capacidade para expressa-las); II- Monogamia- Arts. 1521,VI, 1548, II do CC. Art. 1.521. Não podem casar: VI - as pessoas casadas; Art. 1.548. É nuloo casamento contraído: II - por infringência de impedimento. III- Comunhão indivisa de direitos e deveres (Art. 1511-CC) - criação de plena comunhão entre os cônjuges, que pretendem passar juntos as alegrias e dissabores da vida. Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 4- CARACTERISTICAS DO CASAMENTO Solenidade- ao lado do testamento é o ato mais solene do Direito Civil. Imperatividade das normas de Direito Publico; Pessoalidade- só cabe aos nubentes manifestarem sua vontade. ** Casamento por procuração. Liberdade de escolha do nubente, sob pena de vício de consentimento o que gera a nulidade do ato. União permanente: Não é celebrado por tempo determinado; União exclusiva- A fidelidade conjugal é exigida por lei – Art. 1566, I do CC. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; Negócio puro e simples. Não se admite termo ou condição. Para o Direito Brasileiro é negocio eminentemente civil. Possibilidade de casamento homoafetivo. 5- FINALIDADES DO CASAMENTO: I- Instituição da família matrimonial; II- Procriação dos filhos- é uma conseqüência lógico-natural e NÃO essencial do matrimonio vez que a lei permite a união de pessoas que não podem ou não querem ter filhos; III- A legalização das relações sexuais entre os cônjuges- satisfação dos desejos sexuais. A aproximação dos sexos e o convívio natural entre marido e mulher desenvolvem sentimentos afetivos recíprocos; IV- A prestação do auxilio mútuo V- O estabelecimento de deveres – patrimoniais ou não - que seriam de fidelidade, respeito e consideração mútuos (Art. 1566, I e V do CC)- entre os cônjuges, como conseqüência necessária do auxílio mútuo e recíproco. VI- Educação da prole- dever de criar e educar os filhos, impondo aos pais o dever de lhes prestar assistência. (Art 1634 CC e Art 22 da Lei 8069/90); VII- A atribuição do nome do cônjuge e aos filhos- Possibilidade de um cônjuge passar a assinar o sobrenome do outro (Art 1565, § 1º CC) 6- ESPONSAIS – PROMESSAS DE CASAMENTO Entendido como noivado. O negócio jurídico do casamento somente é concluído com sua celebração, antes há apenas expectativa de direito. Não é regulado claramente pelo Direito de Família – Possibilidade de Reparação de Danos Morais. Necessidade de comprovação do dano bem como do nexo causal. 7- CASAMENTO CIVIL E RELIGIOSO. Possibilidade de casamentos entre pessoas de religiões diversas. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Ruptura entre o Estado e a Igreja- Instituição do casamento civil. Decreto 181 de 24-01- 1890 (Período de Império no Brasil). Dificuldade de assimilação por parte do clero e da sociedade, o que gerou o costume do casamento religioso e civil. Atualmente o casamento religioso tem efeitos civis, desde que os cônjuges tenham promovido o devido processo de habilitação perante o oficial de registro civil. Possibilidade de habilitação posterior ao casamento religioso- Prazo 90 dias a partir da celebração. Casamento religioso com efeitos civis tem eficácia a partir de sua celebração. 8- CORRETAGEM MATRIMONIAL- AGÊNCIAS DE CASAMENTO Assemelha-se à corretagem normal, de aproximação útil entre as partes. Não é regulada pelo Direito de Família, mas possui relações com o Direito das Obrigações. Apesar de não regulada, também não é proibida pelo Direito Brasileiro. Divergências doutrinárias: 1) Desfavorável: atividade é imoral 2) Favorável: utilidade social por favorecer o casamento, desde que o corretor se limite a transferir as informações e promover o contato entre os interessados. UNIÃO DE FATO OU UNIÃO ESTÁVEL 1- ASPECTOS GERAIS Trata-se de união livre entre os cônjuges que também geram efeitos jurídicos Posição sintetizada na Sumula 380 do STF: “Comprovada a existência da sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum”. 2- PRIMEIROS DIREITOS DOS COMPANHEIROS: Indenizações pelo falecimento do companheiro em acidente de trabalho; Direitos previdenciários; Alimentos- Lei 9871/94 Planos de saúde; Adoção do nome do companheiro, após cinco anos de vida em comum ou na existência de prole (Lei 6015/73, art 57, §§ 2º e 3º com redação dada pela Lei nº 6216/75); UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Permissão de continuidade de contrato de locação (na condição de locatário), após o falecimento do companheiro (Lei 8245/91- Lei do Inquilinato). 3- NATUREZA JURIDICA DA UNIÃO ESTÁVEL Fato social ou fato jurídico, vez que se trata de fato humano que gera efeitos no ordenamento jurídico. o OBS: Ao contrário do casamento a união estável é vista como fato jurídico, e não como um negócio jurídico. 4- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA UNIÃO ESTÁVEL * Art. 1º da Lei 9278/96- “É reconhecida como entidade familiar à convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e de uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Estabilidade: Os relacionamentos fulgazes e transitórios não podem ser considerados como união estável e nem tampouco protegidas pelo Ordenamento Jurídico. União duradoura: O decurso de tempo é extremamente importante vez que a Constituição Federal não estipula lapsos temporais para configuração da união estável. A questão tempo não é absoluta, mas os conviventes devem unir-se com o animus de constituir vida em comum bem como família. Continuidade da relação: Trata-se de complemento da estabilidade. A união deve ser continua, todavia, tal preceito não é absoluto vez que nem sempre a interrupção no relacionamento afastará o conceito de união estável. Heterossexuais ou Homossexuais: Posicionamento STF. Publicidade da relação: A relação de fato que ganhará proteção é aquela em que o casal se apresenta socialmente como marido e mulher e são vistos no âmbito social desta mesma forma. *** OBS: As relações clandestinas, ainda que públicas, não são consideradas uniões estáveis, não merecendo proteção jurídica. Objetivo de constituição da família: Não há necessidade de prole em comum, mas a presença do animus de constituição de uma comunhão de vida e de interesses. *** OBS: A ausência de interesse na constituição da família, a entidade poderá ser apenas um relacionamento afetivo entre as partes, gerando, no máximo, sociedade de fato em relação aos bens adquiridos por esforço efetivo de ambos, mas não direitos em relação a indenizações ou previdenciários. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Ausência de necessidade de coabitação sobre o mesmo teto: É admitida a união estável de pessoasque não residem sobre o mesmo teto, desde que comprovada sua solidez, durabilidade e notoriedade. *** Súmula 382 do STF: “a vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do concumbinato”. Unicidade de companheiro ou companheira: a pluralidade de relações pressupõe imoralidade e instabilidade, o que contraria os demais elementos constitutivos da união estável. Existência de casamento religioso: Como o Direito brasileiro só é considerado o casamento civil, a benção religiosa define a relação com moralidade e respeito que auxilia a tipificação da união estável. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com DIREITO COMPARADO- A EVOLUÇÃO DAS NORMAS ACERCA DA UNIÃO ESTÁVEL: LEI No 8.971, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994. Regula o direito dos companheiros a alimentos e à sucessão. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, que com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que prove a necessidade. Parágrafo único. Igual direito e nas mesmas condições é reconhecido ao companheiro de mulher solteira, separada judicialmente, divorciada ou viúva. Art. 2º As pessoas referidas no artigo anterior participarão da sucessão do(a) companheiro(a) nas seguintes condições: I - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito enquanto não constituir nova união, ao usufruto de quarta parte dos bens do de cujos, se houver filhos ou comuns; II - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito, enquanto não constituir nova união, ao usufruto da metade dos bens do de cujos, se não houver filhos, embora sobrevivam ascendentes; III - na falta de descendentes e de ascendentes, o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito à totalidade da herança. Art. 3º Quando os bens deixados pelo(a) autor(a) da herança resultarem de atividade em que haja colaboração do(a) companheiro, terá o sobrevivente direito à metade dos bens. Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 29 de dezembro de 1994; 173º da Independência e 106º da República. ITAMAR FRANCO Alexandre de Paula Dupeyrat Martins Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.12.1994 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.971-1994?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5478.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5478.htm UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com LEI Nº 9.278, DE 10 DE MAIO DE 1996. Mensagem de veto Regula o § 3° do art. 226 da Constituição Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. Art. 2° São direitos e deveres iguais dos conviventes: I - respeito e consideração mútuos; II - assistência moral e material recíproca; III - guarda, sustento e educação dos filhos comuns. Art. 3° (VETADO) Art. 4° (VETADO) Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito. § 1° Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial ocorrer com o produto de bens adquiridos anteriormente ao início da união. § 2° A administração do patrimônio comum dos conviventes compete a ambos, salvo estipulação contrária em contrato escrito. Art. 6° (VETADO) Art. 7° Dissolvida a união estável por rescisão, a assistência material prevista nesta Lei será prestada por um dos conviventes ao que dela necessitar, a título de alimentos. Parágrafo único. Dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o sobrevivente terá direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família. Art. 8° Os conviventes poderão, de comum acordo e a qualquer tempo, requerer a conversão da união estável em casamento, por requerimento ao Oficial do Registro Civil da Circunscrição de seu domicílio. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.278-1996?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-9278-1996.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-9278-1996.pdf UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA: 2 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Art. 9° Toda a matéria relativa à união estável é de competência do juízo da Vara de Família, assegurado o segredo de justiça. Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 10 de maio de 1996; 175º da Independência e 108º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Milton Seligman Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.5.1996 UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com DA HABILITAÇAÕ PARA O CASAMENTO 1- NOÇOES GERAIS Por ser o casamento o ato mais solene do Direito Civil, o processo de habilitação são os procedimentos que os cônjuges devem seguir com o intuito de receberem a autorização do Oficial do Cartório de Registros Públicos para contraírem as núpcias. O requerimento de habilitação deve ser realizado por ambos nubentes, de próprio punho ou através de procurador legalmente habilitado para tal ato. Realizados os requerimentos, o Oficial do Cartório de Registro Civil deverá lavrar os proclamas e os publicar na sede do juízo, de cada cônjuge, por 15 dias em local visível bem como providenciar sua publicação na imprensa. Tal providencia tem a finalidade de dar conhecimento à população acerca do pedido de habilitação do casamento, bem como dar a terceiros a possibilidade de oposição de impedimentos. Durante tal período, o MP (na condição de fiscal da lei) terá vista dos autos para apreciação e aprovação do pedido bem como da documentação apresentada e após remessa para o juiz para homologação. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Em caso de impugnação do pedido ou dos documentos, por parte do MP, os mesmos serão encaminhados para o juiz competente para apreciação e julgamento. Após os quinze dias, não havendo oposição de impedimentos por terceiros ou pelo MP, o Oficial expedirá certidão de habilitação aos nubentes para realização de casamento civil ou religioso com efeitos civis. A certidão terá o prazo decadencial de 90 dias, e não havendo a realização do matrimonio em tal período, os nubentes deverão ingressar com novo pedido de habilitação. A jurisprudência tem entendido que a existência de irregularidades no processo de habilitação, realizadas pelo oficial do cartório, NÃO gera a anulação do casamento. ALTERAÇÃO TRAZIDA PELA LEI 12.133-09 AO ARTIGO 1526; o A homologação prevista somente será necessária no caso de impugnação. 2- DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA HABILITAÇÃO DOS NUBENTES I- Certidão de nascimento ou documento equivalente: para fins de comprovação da idade dos nubentes. O CC de 2002 instituiu a necessidade de idade superior a 16 anos para ambos. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com II- Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra. Necessidade de autorização expressa de ambos os pais, quando os nubentes forem maiores de 16 anos e menores de 18 (relativamente incapazes). Caso um dos pais esteja em lugar incerto e não sabido, poderá haver a autorização unilateral do pai ou da mãe. Se houve divergência entre os pais acerca de tal autorização, o caso deverá ser levado ao conhecimento do juiz competente para apreciação e decisão. As pessoas que se encontram sob tutela ou curatela necessitam da autorização de seu tutor ou curador; A autorização pode ser revogada a qualquer momento, antes da celebração do casamento; III- Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os inibam de casar. Declaração necessária para fins de comprovar a idoneidade dos nubentes Documento de valor relativo, vez que pode ser facilmente conseguido entre os parentes. IV- Declaração do estado civil, do domicilio, e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Declaração denominada memorial, vez que faz um relato sobre as vidas dos nubentes e de seus pais. Necessidade de declaração do domicilio, vez que se os nubentes residirem em comarcas diversas, haverá a necessidade de publicação de editais em ambas. Não pode ser exigido do estrangeiro prova de situação regular no Brasil V- Certidão de óbito do cônjuge falecido, da sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença do divórcio. Estes documentos visam evitar o casamento de pessoas já casadas. É considerada idônea a certidão de divorcio proferida pela Justiça de país estrangeiro que o admita, ficando, porém, subordinada doravante à respectiva homologação por parte do STJ. 2- DO SUPRIMENTO DO CONSENTIMENTO Quando um dos representantes do incapaz nega o seu consentimento para o casamento, pode-se requerer a autorização judicial para tal ato. No caso de negativa de consentimento por ambos os pais, não é possível o suprimento judicial. Ação segue o rito ordinário, todavia, para Silvio Rodrigues deveria ter natureza cautelar vez que é anterior ao pedido de habilitação. Tal ação não permite pedido de antecipação de tutela, vez que realizado o casamento não poderá mais ser modificada. O juiz deve verificar os motivos apresentados pelos pais ou representantes para UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com negarem a autorização para a realização do casamento e analisar cada caso isolado (Ex: caso de toxicomaníacos, ébrios, vida pregressa irregular, imposição de crimes). Sentença passível de recursos para a instancias superiores; O legitimado para a ação será o nubente que teve a autorização denegada. A doutrina entende que o MP ou qualquer parente pode ingressar com tal pedido em favor do menor. Nos casos de suprimento judicial, o regime de bens será obrigatoriamente o da separação total. 3- DA DISPENSA DOS PROCLAMAS Somente em casos extremos, quando houver urgência na realização do casamento por prática de crime contra os costumes; O juiz decidirá de acordo com cada caso isolado. 4- FORMAS DE CELEBRAÇAÕ DE CASAMENTO 4.1- CASAMENTO TRADICIONAL 4.2- CASAMENTO NUNCUPATIVO É uma forma especial de celebração de casamento, em que em, ante a urgência do caso e por falta de tempo, não se cumprem todas as formalidades necessárias para habilitação do casamento. Na presença de 2 testemunhas acompanhadas do oficial do cartório (art. 1539) PRESENÇA DE 6 TESTEMUNHAS QUANDO NÃO HOUVER TEMPO PARA O COMPARECIMENTO DO OFICIAL DO CARTÓRIO- ART 1540 É possível quando um dos nubentes se encontra em eminente risco de vida e precisa casar para obter os efeitos civis do casamento. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com O oficial do registro civil, mediante despacho da autoridade competente, independentemente de edital de proclamas dará a certidão de habilitação, dispensando o processo regular. Pode ser realizado sem a presença do oficial, devendo os nubentes manifestarem em voz alta a sua intenção em se casarem na presença de seis testemunhas, que NÃO poderão ser parentes em linha reta ou colateral até 2º grau. As testemunhas deverão ser ouvidas pela autoridade judicial competente no prazo de 10 dias, quando deverão prestar suas declarações acerca do casamento que presenciaram, bem como o estado de saúde do enfermo e seu estado de juízo mental. Sentença judicial que declarar a ocorrência do casamento é passível de recurso de Apelação, todavia, após o transito em julgado da mesma o juiz determinará o seu registro no cartório de registros civis. Caso o doente convalesça de sua enfermidade, deverá comparecer ao cartório de Registros Civis para ratificar o casamento na presença da autoridade competente através de simples declaração confirmatória, na ausência de tal ratificação o casamento será tido como inexistente. 4.3- CASAMENTO PERANTE A AUTORIDADE DIPLOMÁTICA OU CONSULAR Previsto no artigo 7º da Lei de Introdução do Código Civil Realizado por pessoas da mesma nacionalidade, e que se encontram fora do Brasil. Deve ser realizado somente perante o cônsul de carreira, não sendo permitida a realização perante o cônsul honorário. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIAPROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com A certidão emitida pelo consulado deve ser registrada no Cartório de Registros Civis da comarca onde residem os cônjuges no prazo de 180 dias a contar da data do retorno de um ou de ambos ao Brasil. DOS IMPEDIMENTOS PARA SE CONTRAIR MATRIMÔNIO São taxativamente numerados pelo Direito Civil não podendo ser ampliados por via interpretativa. Consistem na falta de legitimidade para praticar aquele ato. Vincula-se apenas aquele ato e com determinada pessoa. É meramente circunstancial. É correspectiva, pois atinge o grupo de pessoas. 5.1- IMPEDIMENTOS ABSOLUTOS QUE GERAM A NULIDADE DO CASAMENTO. Art. 1521 I- Os ascendentes com os ascendentes em qualquer grau seja o parentesco natural ou civil; Parentesco natural é o decorrente das uniões estáveis. Parentesco civil é o decorrente de adoção II- Os afins em linhas retas. O vinculo de afinidade conta-se a partir do esposo ou esposa, atingindo os sogros. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com A afinidade se limita ao primeiro grau, e NUNCA SE EXTINGUE, sendo impedidos de se casarem apenas sogros e noras e sogras e genros. A afinidade se estende também às uniões estáveis. É possível o casamento entre cunhados (Ex: o viúvo com a irmã da esposa falecida). III- O adotante com o cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante. Existente a adoção (legal), prevalece o impedimento. Em relações de mera convivência de fato com a pessoa, como se filho adotivo fosse, não existe o impedimento. IV- Os irmãos unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive. Impedimento de casamento entre cunhados até perdurar a união anterior. É possível o casamento entre primos (4º grau na linha dos colaterais). V- O adotado com o filho do adotante. Por serem vistos como irmãos. VI- Pessoas casadas. Enquanto persistir válido o casamento anterior persistirá o impedimento. A separação judicial (antigo disquite) não libera o impedimento, porque não extingue o vinculo conjugal, mas apenas a sociedade conjugal. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com VII- O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio, ou tentativa de homicídio, contra o seu consorte. É exigida a condenação criminal, não sendo suficiente a mera alegação no processo; Atinge tanto o autor material como o intelectual do delito. Impedimento estendido à união estável. 6- IMPEDIMENTOS RELATIVOS QUE GERAM A ANULAÇÃO DO CASAMENTO. Falta de aptidão para realização dos atos da vida civil. Tem caráter geral e não se vincula apenas àquele ato. É isolada pois atinge apenas o agente. Art. 1550 do CC. I- de quem não completou a idade mínima para casar. O CC 2002 instituiu a idade mínima de 16 anos para ambos os sexos. Não há idade máxima imposta para o casamento. Não há impedimento relativo à diferença de idade entre os cônjuges Por ser apenas anulável, continua gerando seus efeitos após a maioridade dos cônjuges, devendo, os mesmos fazerem sua ratificação perante o oficial do Cartório de Registros Civis. A anulação do ato só pode ser requerida pelos cônjuges, seus ascendentes ou seus representantes legais. Não será anulado se tiver sido resultado de gravidez indesejada. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com II- Do menor em idade núbil não autorizado pelo seu representante legal. São os casos das pessoas que se encontram sob tutela ou curatela. Os menores emancipados não necessitam de autorização. A ação de anulação tem prazo decadencial de 180 dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo de seus representantes legais ou seus herdeiros necessários. O silêncio do representante do menor presente no ato do casamento gerará, em principio, salvo prova em contrário a aprovação do ato. III- Por vicio de vontade. Quando os cônjuges não manifestam livremente as suas vontades, vez que o casamento é pressuposto intrínseco do casamento. IV- do incapaz de consentir ou manifestar de modo inequívoco, o consentimento. Será anulável o casamento das pessoas que no momento de manifestar seu consentimento, não tinha o devido discernimento, estando, por exemplo, sob efeitos de drogas ou inconscientes. O prazo para anulação é decadencial de 180 dias contados a partir da celebração. V- Realizado por mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges. Hipóteses de casamento por procuração. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com A revogação do mandato retira a legitimidade do mandatário e deve ser comunicada ao mesmo, bem como ao outro nubente. Caso tenha havido a coabitação entre os cônjuges, NÃO é possível a anulação do ato. VI- Por incompetência da autoridade celebrante. Será anulado o casamento quando realizado por juiz que não está em exercício de suas funções, ou que o celebra fora dos limites do seu distrito (principio da territorialidade). Se o casamento, apesar de realizado por autoridade incompetente, tiver sido registrado no cartório competente, é necessário a propositura de Ação anulatória. Se os cônjuges estiverem de boa-fé no momento da celebração e tudo leva a crer a existência do casamento, o mesmo será válido. 7- DAS CAUSAS SUSPENSIVAS. Não dirimem ou inquinam o casamento. Visam apenas impedir a sua realização. Extinta a causa suspensiva, o casamento pode ser normalmente realizado. Ocorrendo o casamento sem observância das causas suspensivas, o regime de bens será obrigatoriamente o da separação de bens. Visam proteger, principalmente, o patrimônio do casal. Art 1523- Não devem casar: I- O viúvo ou a viúva que tiver filhos do cônjuge falecido, enquanto não fizer o inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Visa evitar a confusão de patrimônio. Provando os nubentes a inexistência de prejuízo para os herdeiros, os nubentes podem requerer ao juiz que não seja aplicada tal causa suspensiva. II- A viúva ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depoisdo começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. Visa impedir a confusão de sangue. Pode ser dispensada a causa impeditiva se a nubente provar o nascimento do filho, ou a inexistência de gravidez durante este período de 10 meses. III- O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha do casal. Visa impedir a confusão patrimonial Pode ser requerida a sua dispensa, provando os nubentes a ausência de prejuízo ao ex-cônjuge. IV- O tutor ou curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados, sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Visa a impossibilidade de isentar o administrador da prestação de contas da administração dos bens, em razão do matrimonio. 8- OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA III- DA HABILITAÇÃO, IMPEDIMENTOS E SUSPENSÃO DO CASAMENTO _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Caso seja realizado casamento desrespeitando as causas impeditivas, é possível a interposição de Ação de nulidade ou anulação. Os impedimentos absolutos (art 1521) podem ser argüido até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. O juiz ou o oficial que tiverem conhecimento dos impedimentos são obrigados a declará-los, sob pena de responderem civil, administrativa e criminalmente. Todos os impedimentos e causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com a prova do fato alegado, ou a indicação do lugar onde podem ser encontradas. O oficial comunicará os nubentes acerca da oposição e lhes dará a oportunidade de fazer prova em contrário. Qualquer que seja a oposição a mesma suspenderá a celebração, que só poderá ser realizada após decisão do mesmo. O procedimento é sumário, devendo haver obrigatoriamente a manifestação do Ministério Publico. A decisão será de índole correcional, com procedimento sumário, não fazendo coisa julgada. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com 1- PROVAS DO CASAMENTO: O casamento se prova através de: I- Se realizado no Brasil: Certidão do Cartório de Registro Civil. II- Se realizado no exterior: de acordo com a lei do País estrangeiro, em aplicação ao principio de direito internacional privado. Para que o documento estrangeiro possa produzir efeitos no Brasil, deverá ser autenticado segundo as leis consulares, ou seja, deve ser legalizado pelo cônsul brasileiro do lugar, que deverá ter sua firma reconhecida pelo Ministério das Relações Exteriores ou nas repartições fiscais da União. Caso o Brasil não tenha representantes consulares no País onde se realizou o matrimonio, tais providências são dispensadas se o casamento se acha corroborado de vários elementos comprobatórios. O casamento de brasileiros no exterior deverá ser registrado em cartório de registro civil do domicilio dos cônjuges, para que tenha efeitos na lei brasileira. 2- CASAMENTO INEXISTENTE 2.1- CARACTERISTICAS Relatividade: o casamento inexistente é relativo vez que caso tenha gerado efeitos materiais, há necessidade de interposição de Ação de Nulidade para extinção daquele ato. Inexistência: o casamento inexistente é considerado um nada jurídico. Imprescritibilidade: o prazo para sua argüição é imprescritível. Pode ser declarado de oficio pelo juiz. Qualquer pessoa pode argüi-lo. Tem-se por inexistente o casamento: UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com I- Quando houver ausência de consentimento. II- Quando celebrado por autoridade incapaz Neste caso os casamentos são realizados perante outras autoridades que não exerçam são investidos na autoridade de juiz de paz, como promotores de justiça, delegados, juizes de direito ou qualquer pessoa do povo, que naquele momento se investiu na qualidade de juiz de paz para realização daquele ato. 3- CASAMENTO NULO 3.1- ASPECTOS GERAIS. Existente porem viciado: ao contrario do casamento inexistente, o casamento nulo apresenta-se como existente apesar de eivado de inúmeros vícios. As nulidades são apenas as constantes no Código Civil, não podendo ser estendidas por analogia. Não pode ser declarado de oficio, havendo a necessidade de interposição de Ação de Nulidade pelos próprios cônjuges ou por seus representantes legais, qualquer pessoa interessada (apenas pessoas que tenham vínculos diretos ou indiretos com o casal e não qualquer pessoa do povo), ou Ministério Público. Após a edição da Lei do divórcio as Ações de nulidade de casamento diminuíram consideravelmente já que a Ação de divórcio tem procedimento mais simples que a de Nulidade de casamento e gera os mesmos efeitos. Como a nulidade do casamento irá acarretar a dissolução da família, vigora no direito os princípios “favor matrimonii” e “in dubio pro mantrimonio”, ou seja, deve-se favorecer mais o matrimonio do que a lei em si. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Analisando a natureza dos impedimentos que tornam nulo o casamento, tem-se como causas: o incesto (incisos I a V), bigamia (inciso VI) e homicídio (inciso VII). A nulidade do casamento só produz efeitos após o transito em julgado da sentença que o declarar. A nulidade do casamento é questão de interesse público. 3.2- LEGITIMIDADE PARA ARGUIR A NULIDADE. Art. 1549 CC: I - Os cônjuges ou seus representantes legais; II- Pessoas interessadas, desde que tenham vínculos diretos ou indiretos com os cônjuges; III- Ministério Publico OBS: O Ministério Público pode argüir a nulidade do casamento em qualquer situação, mesmo que um dos cônjuges já tenha falecido. 3.3- CASOS DE NULIDADE São nulos os casamentos: Contraídos por doentes mentais sem discernimento; Os casos elencados no artigo 1.521 CC 4- CASAMENTO ANULÁVEL Trata de questões de interesse particular da pessoa que contraiu o matrimonio passível de anulação. A anulação do casamento NÃO pode ser requerida por terceiros interessados e nem pelo Ministério Público, por se tratar de questão de interesse privado. São anuláveis os casamentos contraídos em desconformidade com as disposições do artigo 1550, CC. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com 4.1- A COAÇÃO. O artigo 1558 dispõe que o casamento sob coação pode ser anulado pelo cônjuge que a sofreu. A anulação só pode ser requerida pelo próprio cônjuge. Tendo havido a coabitação entre oscônjuges extingue-se a possibilidade de anulação do casamento. O Ministério Publico participará da ação apenas como fiscal da lei. Prazo para interposição da ação de anulação quando o vicio for de coação é de 4 anos contados a partir da data da celebração. (art 1560,IV). Quando se tratar de casamento de menor em idade núbil, sem o consentimento dos responsáveis legais, a Ação de Anulação pode ser proposta pelo próprio cônjuge, seus representantes legais ou herdeiros necessários. OBS 1- Quando a Ação de Anulação for proposta pelo próprio menor o prazo para anulação do casamento é de 180 dias contados a partir da data que cessar menoridade. OBS 2: Neste mesmo caso, quando a ação for proposta pelos representantes legais o prazo para anulação iniciará da data da realização do casamento, e quando proposta por herdeiros necessários o prazo iniciará a partir da data do falecimento. (art 1555,§ 1º) Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com § 1 o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz. § 2 o Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação. Se os representantes dos incapazes assistirem a cerimônia, a anulação se torna impossível. Se o tutor ou curador de alguma forma manifestou sua concordância ao casamento, também não poderá ser argüida a anulação. (art 1555, §2º). Destaque para o posicionamento de Paulo Lins e Silva: “é infantil crermos que um menor entre 16 e 18 anos possa de forma simples e fácil providenciar a habilitação para o seu casamento frente a autoridade do registro civil”. O casamento pode ser ratificado pelos cônjuges quando atingirem a maioridade, sendo que os seus efeitos retroagirão desde a data da celebração. O casamento não será anulado por motivo de idade se dele resultou gravidez. 4.2- ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA Art 1557- Considera-se erro essencial sobre a pessoa. I – O que diz respeito a sua identidade, sua honra, sua boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. II- Ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com III- A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; IV- Ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. Prazo para ingresso da Ação de Anulação: Decadencial de 3 anos a contar da data da celebração do casamento. 4.3- ERRO QUANTO A IDENTIDADE, HONRA E BOA FAMA. Tanto quanto a identidade civil – forma como a pessoa é conhecida na sociedade-, quanto a natural- honestidade, caráter, vícios em jogos de azar. Trata-se de questão subjetiva que deverá ser analisada pelo juiz caso a caso. Deverá haver comprovação de que o conhecimento do fato torna a vida em comum insuportável. Possibilidade de ingressar com pedido de danos morais em alguns casos. 4.3.1- SITUAÇÕES DE ERRO ESSENCIAL NOS JULGADOS: Recusa da esposa ao debito conjugal; Esposa que não compareceu à cerimônia religiosa do casamento Casamento não consumado, tendo o marido deixado o lar conjugal poucos dias após a celebração Recusa de ato sexual pela esposa, hipótese de coitofobia Homossexualidade do réu, fato não conhecido antes do casamento. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Nubente estelionatário, ausência de vontade de contrair núpcias, simples artifício para se apossar dos bens da esposa com posterior desaparecimento. Induzimento ao casamento pela afirmação da paternidade, frente à gravidez da mulher; paternidade afastada por prova pericial; erro essencial reconhecido. Atividade de meretriz da esposa antes do casamento e que era desconhecida pelo marido. 4.3.2- SITUAÇÕES QUE AFASTAM O ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA DE ACORDO COM ALGUNS JULGADOS. Varão que estando no exterior, casa por procuração, com mulher que conheceu há pouco menos de 30 dias; alegação de desconhecimento de filhos dela; fato que, se devera desconhecido, não terá importância na decisão do casamento. Varão que se precipitou em casar com mulher que mal conhecia, sem dar ouvidos a informações que desabonasse a sua conduta. Crença religiosa não constitui qualidade essencial da pessoa quando não atentatória à moral da sociedade dominante, não constitui defeito da honra e boa fama. Prazo para interposição da Ação de Anulação: Decadencial de 3 anos a contar da data da cerimônia. 4.5- IGNORANCIA DE CRIME Nestes casos há pressupostos OBJETIVOS a serem aferidos: I- A pratica de crime previsto na lei penal; II- Sua ocorrência antes do casamento (O CC 2002 não fala em julgamento definitivo por sentença condenatória- a sentença pode ser posterior ao casamento). III- Que o fato seja ignorado pelo outro cônjuge ao casar-se. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com A lei não se refere a contravenções penais. Se o crime ocorreu quando a pessoa era menor de 18 anos, e, portanto, inimputável criminalmente, não se aperfeiçoa essa hipótese legal- neste caso a anulação pode ser baseada no erro quanto à honra e a boa fama. 4.6- DEFEITO FÍSICO IRREMEDIÁVEL O defeito físico irremediável é o que impede a consumação do casamento através do ato sexual- casos de impotência sexual. A impotência que gera a anulação é aquela em relação ao cônjuge, não necessitando que seja absoluta. É NECESSÁRIO que seja um estado permanente e não uma eventualidade. A esterilidade não é causa de anulação do casamento. Na ação de anulação são admitidas todas as formas de prova previstas em direito, desde que não impliquem coação ou violência contra a pessoa, todavia a principal será a perícia medica. (Ao contrário dos Tribunais da Idade Media, em que uma simples denuncia, as vezes sem fundamento, levaria ao homem à situação de imposição de provas de potencia perante otribunal, na presença dos juizes). 4.7 - MOLESTIA GRAVE OU DOENÇA MENTAL A moléstia deve colocar em risco a vida do cônjuge bem como dos descendentes (Ex: AIDS, sífilis, esquizofrenia, psicose, etc). Necessário que seja preexistente ao casamento, e desconhecida do outro cônjuge. Há necessidade de prova pericial. 4.8- DEFLORAMENTO DA MULHER UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Extinto do atual Código Civil, em razão da evolução da sociedade e modificação dos padrões de comportamento em todo o mundo ocidental. Questão protegida pelo principio constitucional da igualdade entre homens e mulheres. 5- AÇÕES DE NULIDADE E ANULAÇÃO DO CASAMENTO As sentenças só produzirão efeitos depois de transitadas em julgado. Sentenças produzem efeitos EX TUNC- retroagem à data da celebração do casamento. A sentença de nulidade ou anulação do casamento não prejudicará a aquisição de direitos, a titulo oneroso, por terceiros de boa fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado. Os atos de disposição do patrimônio a titulo gratuito, voltando os mesmos ao estado anterior ao casamento declarado nulo – Há de se analisar a boa ou má fé do terceiro em relação ao trato com o casal, devendo o juiz analisar caso por caso. Nos casos de nulidade são legítimos para interporem a Ação: I- O cônjuge, ou seus representantes legais. II- Terceiros interessados. III- Ministério Publico. Nos casos de anulação apenas o cônjuge interessado tem legitimidade para interpor a Ação A ação de nulidade é imprescritível, podendo ser argüida a qualquer momento. Os prazos para interposição da Ação de Anulação do casamento são decadenciais, contados a partir da data da celebração do casamento: I – 180 dias no caso do incapaz de consentir ou manifestar sua vontade; UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO. * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com II – 2 anos no caso de incompetência da autoridade celebrante; III- 3 anos nas hipóteses de erro essência contra a pessoa ou do cônjuge; IV- 4 anos no caso de coação. *** Obs: Nos casos de anulação por idade, o prazo de 180 dias começará a contar da data da realização do casamento quando proposta pelos representantes legais do cônjuge, e da data do falecimento quando proposta por seus herdeiros necessários. Em todos os casos há necessidade de intervenção do Ministério Publico como fiscal da lei. 6- DOLO Não é causa de anulação do casamento, uma vez que traria insegurança jurídica ao mesmo; Pode ser configurado pelas desilusões e dissabores do dia a dia. Em alguns países como Argentina, Alemanha e Suíça o admitem como causa de anulação do casamento em algumas situações, o que não se estende à lei brasileira. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com 1- CASAMENTO PUTATIVO. 1.1- CONCEITO: “ É aquele que se reporta verdadeiro mas não o é”. “É o casamento nulo, ou anulável, contraído de boa-fé por ambos ou pelo menos, um dos esposos, tem, em razão desta boa-fé, efeitos civis reconhecidos por lei”. * Exemplo: Quando dois irmãos se casam sem saber do vinculo de parentesco. 1.2- CARACTERISTICAS Boa-fé do cônjuge: Se um dos cônjuges contraiu matrimonio de boa fé, os efeitos civis, só a ele e aos filhos se estenderão. Má-fé de ambos os cônjuges: Se ambos os cônjuges estavam de ma fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos se estenderão. Em relação aos filhos: Todo casamento considerado nulo ou anulado é considerado putativo em relação aos filhos. 1.3- CONDIÇÕES O casamento deve ser nulo ou anulável, não se estendendo aos casamentos inexistentes. 1.4- EFEITOS: I- Civis: Os casamentos putativos geram todos os efeitos civis até a data da sentença que o declarará nulo ou anulado. II- Sentença: Nos casamentos putativos, e somente nestes, as sentenças terão efeitos ex nunc. III- Em caso de argüição de nulidade do casamento antes da morte de um dos cônjuges: Caso a nulidade seja argüida antes da morte de um dos cônjuges, ainda que a sentença procedente seja posterior à data do óbito, o cônjuge supérstite perderá a sua condição de herdeiro. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com IV- Em caso de argüição de nulidade do casamento após a morte de um dos cônjuges: Caso a nulidade seja argüida após a morte de um dos cônjuges, a sentença, ainda que procedente, não surtirá efeitos concretos vez que o cônjuge supérstite se manterá na condição de herdeiro do ‘de cujus’. V- Falecimento do cônjuge bígamo: No caso de falecimento de cônjuge bígamo: declarada a sua putatividade, o mesmo terá dois cônjuges como herdeiros (o legitimo e o putativo), devendo a herança ser dividida entre os sobreviventes em partes iguais. VI- Vantagens econômicas em relação ao cônjuge bígamo: O cônjuge de má-fé perde o direito às vantagens econômicas advindas do casamento (Não pode pretender meação do outro cônjuge e não poderá ser considerado herdeiro). VII- Meação: O cônjuge inocente terá direito à meação do patrimônio trazido pelo culpado. VIII- Doações: As doações feitas por terceiros em contemplação ao casamento futuro se perdem em relação ao culpado e se mantém em relação ao inocente. IX- Pensões alimentícias: as porventura impostas serão devidas até a data da sentença, sem direito à repetição. ** há correntes doutrinárias que entendem que a pensão é devida ao cônjuge inocente mesmo após a declaração de nulidade ou anulação. X- Dívidas: as dividas contraídas pelos cônjuges computam-se como se o casamento tivesse sido válido até a data da sentença de anulação. 1.5- DECLARAÇÃO DE PUTATIVIDADE. I- Necessidade de anulação ou nulidade do casamento. II- Forma de declaração: Pode ser declarada nos próprios autos da ação de nulidade ou anulação, ou em processo autônomo, neste caso pelo cônjuge, pelos filhos, ou terceiros interessados. III- Omissão da sentença de nulidade ou anulação em relação ao casamento putativo:Caso a sentença da Ação anulatória ou de nulidade sejam omissas quanto ao fato, o mesmo pode ser dirimido por embargos declaratórios, todavia, havendo o transito em julgado da sentença, somente através de ação própria. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com 2- DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES Art. 226, § 5º da Constituição Federal: “Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal serão exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. 2.1-DA EXTENSÃO DOS DIREITOS DAS OBRIGAÇÕES I- Casamento; II- União Estável; III- Entidade familiar formada por apenas um dos pais. Não há mais o que se falar em ‘obrigação do marido’ ou ‘obrigação da mulher’, mas sim em obrigação do casal. O planejamento familiar tem proteção constitucional, sendo direito individual e exclusivo do casal, não admitindo interferência de quem quer que seja. 2.2. PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO PATRIMONIAL ENTRE OS CONJUGES I- Possibilidade de alteração de regime: - ART. 1639,§2º O CC de 2002 possibilitou aos cônjuges a alteração do regime de casamento, mesmo após a sua realização. Já tendo julgados neste sentido, alterando o regime da comunhão universal para o da comunhão parcial a fim de evitar o obstáculo criado pelo art 977, que proíbe o contrato de sociedade de pessoas casadas sob o regime da comunhão universal. Regime de bens consiste no regulamento dos interesses patrimoniais dos esposos durante o casamento. A doutrina entende que é possível a alteração do regime tanto nos casamentos realizados após 2002, como aos anteriores. Os pedidos de alteração podem ser fundamentados em qualquer motivo, desde que as partes justifiquem a mudança do regime. Todos os regimes de bens permitem alteração para todos os regimes. (Não houve controle do legislador em relação tal questão). UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com O regime de bens pode ser escolhido pelo casal através de pacto antenupcial, firmado por escritura publica. O regime de bens entre os cônjuges tem inicio desde a data do casamento. 2.3- DOS ATOS QUE NÃO PODERÃO SER PRATICADOS PELOS CONJUGES, SEM O CONSENTIMENTO DO OUTRO, QUANDO O REGIME NÃO FOR O DA SEPARAÇÃO UNIVERSAL. Art. 1647 CC. Quando o regime de casamento não for o da separação absoluta de bens, nenhum dos cônjuges pode praticar sem autorização do outro os seguintes atos: Art. 1647. I- alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II- pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III- prestar fiança ou aval; IV- fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou que possam integrar a futura meação (é o caso dos aquestos). Parágrafo único: São validas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada. * No caso do parágrafo único, não há necessidade de consentimento do outro cônjuge. ** As doações só poderão recair sobre bens móveis. A legitimação conjugal é necessária para atribuir legitimação para tais atos. É ineficaz qualquer dispositivo em contrário que seja aposto em pacto antenupcial. A autorização para estes atos deve ser escrita, expressa, cabal, específica, e inserida em instrumento idôneo. A ação anulatória dos atos praticados sem outorga conjugal, porem, é privativa do outro cônjuge, ou de seus herdeiros, pois são interesses privados. Prazos para ação anulatória: UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com * Durante a vigência do casamento: não há prazo prescricional. ** Após o encerramento da vida conjugal: até dois anos. *** Para os herdeiros o prazo é de dois anos contados da data do falecimento do cônjuge que praticou o ato. A recusa injustificada do cônjuge para a pratica de tais atos, bem como a impossibilidade de fazê-lo pode ser suprida judicialmente. Quando os bens forem de empresa, pode o cônjuge aliená-los ou gravá-los em ônus real, sem a autorização ou outro. 2.4- DOS ATOS QUE PODEM SER PRATICADOS SEM O CONSENTIMENTO DO CONJUGE. Art. 1642 CC Independentemente do regime de bens tanto o homem como a mulher poderão praticar os seguintes atos: I- praticar todos os atos de disposição e administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecidas no inciso I do art 1647; II- administrar os próprios bens; III- desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados, sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial; IV- demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizadas pelo outro cônjuge, com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1647; V- reivindicar os bens comuns, moveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos; VI- praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.” 3- DEVERES RECIPROCOS DOS CONJUGES: O desrespeito a qualquer destes deveres constitui causa para a separação judicial. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Art. 1566 do CC. I- fidelidade recíproca; basta a prova de uma só transgressão para gerar o direito à separação, não sendo necessário que o adultero mantenha concubina fixa. II- vida em comum no domicilio conjugal; Não deve ser encarada de forma absoluta, justifica-se quando houver a necessidade de ausência do lar por motivos de trabalho ou de doença. O que caracteriza o abandono do lar, é o animus, ou seja, a vontade de não mais regressar. A ausência do lar por mais de um ano continuo, quando não for pelos motivos acima descritos caracteriza o abandono voluntário do lar. Cessa o dever de vida em comum: a) se um consorte não trata o outro com o devido respeito e consideração. b) Quando um dos cônjuges deseja que o outro o acompanhe em vida errante. III- mutua assistência Se algum dos cônjuges faltar ao dever de assistência, pode ser compelido compulsoriamente à obrigação de alimentar. O dever de assistência se estende mesmo após a separação judicial do casal. IV- sustento, guarda e educação dos filhos; A separação e o divorcio em nada alteram as obrigações dos pais com os filhos. V- respeito e considerações mútuos. 4- OS BENS RESERVADOS DA MULHER UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA V- DO CASAMENTO PUTATIVO E DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com * Referia-se aos bens da mulher advindos de seu esforço próprio, sem qualquer auxilio do marido. Tal instituto foi criado a partir do Estatuto da Mulher Casada, tendo sido abolido pela Constituição Federal em razão da igualdade entre os cônjuge, e conseqüentemente extinto do UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO 1- DIREITOS E DEVERES DOS CONJUGES NA ORDEM PATRIMONIAL 1.1- CONCEITO DE REGIME MATRIMONIAL DE BENS “Éo conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses economicos resultantes do casamento” “Normas que regem as relações patrimoniais entre marido e mulher durante o matrimônio”. Trata-se do estatuto patrimonial dos consortes, que começa a vigorar desde a data do casamento. Nenhum regime matrimonial pode ter inicio em data anterior ou posterior à do casamento. 1.2- PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DO REGIME DE BENS ENTRE MARIDO E MULHER I- Principio da variedade de regime de bens. O Direito brasileiro oferece quatro tipos de regime bens: o da comunhão universal; o da comunhão parcial; o da separação; o da participação final dos aqüestos (regime que substitui o regime dotal). II- Liberdade dos pactos antenupiciais: Permite aos nubentes a livre escolha do regime que lhes convier Para Silvio Rodrigues é um contrato solene, realizado antes do casamento, por meio do qual as partes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre elas desde a data do matrimonio (CC. Art 1639, §1º) Ato personalíssimo: só pode ser praticado pelos nubentes, desde que considerados aptos a praticá-lo. UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Necessidade de aprovação dos representantes legais, no caso de um dos nubentes ser menor, salvo nos casos em que será obrigatório o regime da separação de bens; A intervenção do representante legal do menor se limita apenas à aprovação do pacto, não podendo fazer qualquer exigência ou condição. Instrumento público: será nulo o pacto antenupcial que não se fizer por escritura publica. Necessidade de registro no Cartório de Registro de Imóveis do domicilio dos cônjuges para que tenha validade perante terceiros. Necessidade de averbação do pacto nos Cartórios de Registros Públicos de Empresas Mercantis, no caso de um dos nubentes ser empresário. A ausência de registro do pacto nos Cartórios de Registros de Imóveis e de Empresas Mercantis, não invalida o ato, o qual passará a ter validade apenas entre os cônjuges e seus herdeiros mas não perante terceiros, vez que terá efeito erga omnes somente com a aludida averbação. Em caso de nulidade do pacto, vigorará o regime legal, ou seja, o da comunhão parcial de bens. Casamento como causa suspensiva do ato: a eficácia do pacto subordina-se à ocorrência das núpcias; É termo acessório vez que necessita da celebração do casamento para ter validade. Uma vez que se não houver o casamento, o pacto torna-se sem qualquer efeito. Devem se ater somente às questões patrimoniais. Serão nulas as clausulas que nele contidas que contravenham disposição legal absoluta, prejudiciais aos direitos conjugais, materno ou paterno; Não pode ser visto como um contrato idêntico aos elencados nos direitos das obrigações, vez que após à celebração do casamento se tornam imutáveis. Tem natureza institucional vez que os cônjuges não podem alterá-lo ao seu bel prazer, salvo se houver UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com autorização judicial, com pedido motivado e plausível e assinado por ambos os cônjuges, III- Principio da mutabilidade justificada do regime adotado No curso do casamento, e mediante autorização judicial. Só é possível em casos devidamente motivados. Deve ser requerido por ambos os cônjuges. A alteração do regime de bens deve ser averbada no Cartório de Registro de Imóveis e nos Cartórios de Registros de Atividades Mercantis (se um dos cônjuges for empresário) a fim de ter efeitos erga omnes bem como assegurar direitos de terceiros. Casamentos realizados sob a vigência do Código Civil de 1916 ** Divergência doutrinária: A- Para uma corrente doutrinária, tal beneficio não se estende aos casamentos realizados antes da vigência do atual Código Civil vez que a lei que rege o Direito de Família é irretroativa, afim de assegurar os direitos de terceiros. B- Há outra corrente doutrinária que entende que por se tratar apenas de questões patrimoniais dos cônjuges, ou seja, direitos disponíveis, o beneficio pode retroagir aos casamentos realizados sob a vigência do código anterior, todavia a alteração do regime produzirá efeitos ex nunc em relação a terceiros. IV- Principio da imediata vigência do regime de bens. O regime de bens entre os cônjuges terá vigência a partir da data do casamento, não se admitindo qualquer disposição em contrario. 2- DAS DOAÇÕES ANTENUPCIAIS (Arts. 546 e 1668, IV CC). Podem ser: I- recíprocas; UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com II- de um nubente ao outro; III- por terceiros Podem ser realizadas através dos pactos antenupiciais, mediante escritura publica, desde que não excedam a metade dos bens do doador. São nulas as doações entre os cônjuges, se casados sob o regime de separação de bens; A eficácia das doações subordina-se à realização do casamento, funcionando, este, como causa suspensiva. São negócios jurídicos negociais e solenes. A lei não obriga que sejam realizadas nos pactos antenupiciais, podendo ser realizadas sob escritura publica nos casos dos bens imóveis, por instrumento particular ou até mesmo verbalmente, nos casos dos bens moveis (desde que sejam de pequeno valor) seguindo- lhes a tradição. Não precisam valer-se de aceitação expressa do donatário, já que a própria realização do matrimonio implica aceitação. Não se revogam por ingratidão vez que se realizam propter nuptias Caso o casamento venha a ser declarado nulo ou anulado, os efeitos civis das doações se manterão até o transito em julgado da sentença declaratória. Proferida sentença anulatória de um casamento, por culpa de um dos cônjuges, responderá o vencido pelas promessas feitas ao outro no contrato antenupcial. Podem ser realizadas pelos cônjuges, durante a vigência do casamento, entendo-se neste caso antecipação de herança, salvo se o regime for o da separação obrigatória ou da comunhão universal, ou se prejudicar a legitima do herdeiro necessário. 3- DA INSTITUIÇÃO DO BEM DE FAMILIA 3.1- Formas UNIP- GOIANIA DIREITO CIVIL IX DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: ALINE MENDES AULA VI- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO – DA INSTITUIÇÃO DO BEM DE FAMILIA – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ alinefmendes@hotmail.com Voluntária ou convencional legal: Lei 8009-90 o o bem de família não responde por nenhum tipo de divida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou trabalhista (§ 1º) o exceções: § 3º- créditos dos trabalhadores domésticos, financiamento para sua construção, IPTU, hipoteca e fiança concedida em contrato de locação, execução alimentar, e quando o bem é produto de crime.
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