Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1º Período do Curso de Direito Professora – Fernanda Marinho Data: 10/03/2020 LINHA DO TEMPO PARA ENTENDER A ECONOMIA POLITÍCA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 1750 – 1800 Primeira Fase o Começou na segunda metade do século XVIII (1750 /1800) e estendeu-se ao longo do século XIX, liderada pela Inglaterra. o Resultou de importantes avanços tecnológicos e da disponibilidade de capital e de recursos naturais básicos (ferro e carvão); o Características marcantes: a invenção da máquina e a utilização do vapor como força motriz. Final do século XIX e início do século XX Segunda Fase o Final do século XIX e início do século XX, liderada pelos EUA; o Característica marcante: Invenção do automóvel e do avião e a utilização de outras fontes de energia como petróleo e eletricidade; o O rádio e o telefone facilitaram a comunicação. 1939 – 1945 Terceira Fase o Começou a delinear-se a partir do término da segunda guerra mundial (1939 -1945). Liderada pelos EUA, que tem nos principais países da Europa e no Japão importante parceiros e competidores; o O desenvolvimento da informática possibilitou a informação instantânea e a conexão do mundo através da internet; o Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas sindicatos com o objetivo de melhorar; o A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo; o Aumentou também o número de desempregados. “As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão de obra humana”; o A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequência nociva para a sociedade. 1789-1799 Revolução Francesa A Revolução Francesa marcou o fim da idade moderna e foi um movimento social e político que ocorreu na França, derrubou o Antigo Regime, criando um ambiente propício para uma nova sociedade com a criação do Estado democrático. Influenciou diversos lugares no mundo, com os seus ideais de “Liberdade, Igualdade Fraternidade” (Liberté, Egalité, Fraternité). Nesta época, buscava-se afirmar a liberdade do indivíduo do capital e do comércio frente ao Estado absoluto representado pela monarquia. Difundia-se a ideia de que os governantes deveriam ser escolhidos pela população. O poder da sociedade deveria ser exercido pela classe detentora da propriedade, ou seja, a burguesia. Fisiocratas / Quesney e Turgot O ideário Fisiocrata baseia-se no governo da natureza. Foi o primeiro sistema científico em economia a substituir o empirismo dos mercantilistas. Representa o individualismo econômico, gerador do liberalismo capitalista. O pressuposto básico da teoria dos fisiocratas se respaldava na ordem natural, reguladora dos fenômenos econômicos, ou seja, a economia sempre se autoconduziria em prol de alcançar os melhores resultados, sem a necessidade da intervenção do Estado. Segundo os fisiocratas, as atividades desenvolvidas no setor agrícola são mais importantes do que as industriais, consequentemente deveriam ser priorizadas. Apenas a terra é capaz de gerar algo novo. A indústria apenas transforma e só poderá subsistir com os produtos gerados pelo primeiro setor. Riqueza das nações de Adam Smith Notável representante da escola clássica, ou liberal, afirma que a verdadeira fonte de riqueza é o trabalho. Defende a iniciativa individual como base do progresso e da evolução econômica e social. Discorda dos fisiocratas de que apenas a natureza é capaz de gerar riqueza. No entanto, concorda com as críticas contra o mercantilismo e a sua postura liberalista de não intervenção do Estado na economia. Adam Smith defende o Estado liberal, não intervencionista, ou seja, a economia se autorregularia e naturalmente encontraria o equilíbrio. É a doutrina do Laisser-Faire, que prega a existência de uma mão invisível, que seria responsável por conduzir sabiamente as atividades econômicas. Princípios de David Ricardo Ricardo, assim com Smith, era adepto da teoria do valor do trabalho, dando a sua contribuição no sentido de torná-la mais completa. Para Ricardo, o valor de uma mercadoria estaria associado ao trabalho contido, ou seja, deveriam ser contabilizados também os esforços realizados para a fabricação dos instrumentos utilizados na produção e não apenas o trabalho realizado na produção final. David Ricardo formulou ainda a Teoria dos rendimentos decrescentes. De acordo com essa teoria, o “Estado estacionário” da economia seria inevitável e aconteceria em decorrência do crescimento populacional e da necessidade do cultivo de terras cada vez menos férteis. Outra Teoria formulada por Ricardo é a Teoria das Vantagens, que constituiu a base essencial da teoria do comércio internacional. Princípios, de John S. Mill Em 1848, Jonh Stuart Mill publicou a obra Princípios de Economia Política, que passou a ser considerada o apogeu e referência da Economia Política. Mill abandonou o rigor doutrinário do laissez-faire. Afirmava que deveria haver menor dependência das forças naturais e um maior grau de intervenção governamental para a resolução de problemas econômicos. No que se refere à teoria do valor, procurou demonstrar que o preço é determinado pela igualdade entre demanda e oferta. O Capital de K. Marx Reconhecido como o fundador do socialismo científico, para construir a sua crítica à economia política foi colher subsídio nas obras dos economistas clássicos, principalmente David Ricardo, considerado o maior economista clássico. A grande obra de Marx é O Capital, na qual trata de fazer uma extensa análise da sociedade capitalista. É uma obra completa, apesar de ser um livro de Economia Política, nele ele discorre sobre sociedade cultura e política. É importante destacar que O Capital é uma obra incompleta, tendo sido publicado apenas o primeiro volume com Marx vivo. Os demais volumes foram organizados por Friedrich Engels e publicados posteriormente. Princípios, de A. Marshall Alfred Marshall foi um dos mais influentes economistas de seu tempo. Em seu livro, Princípios de Economia, procurou reunir num todo coerente as teorias da oferta e da demanda, da utilidade marginal e dos custos de produção, tornando-se o manual de economia mais adotado na Inglaterra por um longo período. A economia de Marshall pode ser entendida como uma continuação do trabalho de Sturat Mill, Adam Smith e David Ricardo. O método de Marshall consistia em utilizar a Matemática aplicada como meio de investigação e análise de fenômenos econômicos, e o raciocínio lógico e as aplicações práticas. Com a introdução do elemento tempo por Marshall, conseguiu-se determinar a relevância do custo de produção e da utilidade marginal na formação do valor das mercadorias. Economia Política A Economia Política tem como objetivo o estudo das leis sociais que regulam a produção e a distribuição dos meios que permitem a satisfação das necessidades dos homens. É comum considerar que a origem da Economia Política encontra-se no pensamento dos fisiocratas, na França, e principalmente de Adam Smith, na Escócia, esse último considerado o pai da Economia. No século XIX, a Economia Política ganha destaque nas obras Say na França e de David Ricardo na Inglaterra. Em 1848, Jonh Stuart Mill publicou a obra Princípios de Economia Política, que passou a ser considerada o apogeu e referência da Economia Política. Economia marxista As gritantes injustiças sociais, agravadas com o avanço da revolução industrial e do capitalismo, levaram muitos pensadores da época a pensarem uma nova proposta de organização da sociedade e funcionamento da economia no século XIX. A proposta de uma nova concepção do modo de produção baseava-se no combate ao liberalismo e na não intervenção do governo na dinâmica das atividades econômicas. A maior contribuição para a novaproposta, que visava a socialização dos meios de produção, adveio de dois pensadores alemães, Karl Marx e seus seguidor Friedrich Engels, considerados os precursores do socialismo científico. O socialismo imaginado por Marx seria um regime que iria abolir a propriedade privada dos meios de produção e socialização da renda e da riqueza. A Mais- valia representa a principal tese de Marx, possui a missão de destacar a exploração dos trabalhadores pelo modo de produção capitalista. Essa teoria se tornou o símbolo do socialismo. Teoria marginalista Em torno de 1870, ocorre a revolução marginalista, que possui esse nome porque a ideia central que o preside é o chamado princípio marginal. Os seguidores da teoria marginalista forneceram modernos conceitos microeconômicos, utilizando ferramentas básicas como: demanda e oferta, satisfação dos consumidores e uma base matemática para a utilização dessas ferramentas. Os economistas clássicos afirmavam que os preços eram determinados pelos custos de produção. A crítica dos economistas marginalistas sobre a teoria clássica era de que os preços também dependiam da demanda, que por sua vez dependiam da satisfação dos consumidores ao produto ofertado. Conclusão Enfim, terminamos a nossa viagem no tempo. Vocês puderam perceber que a revolução francesa, com o seu lema de igualdade liberdade e fraternidade, contribuiu de forma incisiva para a ascensão do liberalismo. Adeptos do liberalismo, os fisiocratas, destacavam a importância da agricultura, e Adam Smith, do comércio e da indústria. As contradições do capitalismo e a excessiva exploração do trabalho criaram um ambiente propício para uma nova proposta de organização da sociedade, surge então o socialismo e Marx, com sua crítica à economia política, que se respaldava na socialização dos meios de produção e no combate ferrenho ao liberalismo. Por volta de 1870, surge a Teoria marginalista e, como consequência dela, a evolução da microeconomia. Referências NETTO, J.; BRAZ, M. Economia Política: uma introdução crítica. 8 ed. São Paulo: Cortez 2012. GASTALDI, J. Elementos de Economia Política. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. PINHO, D.; VASCONCELLOS, M. Manual de economia da USP. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Compartilhar