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1 APOSTILA TERREIRO DOIS IRMÃOS UNIDOS JUNHO DE 2010 2 Apostila - Terreiro Dois Irmãos Unidos 1- Introdução 2- Conhecendo os elementos utilizados em nosso Terreiro 3- Entidades 4- Classificação e hierarquia dos médiuns 1- Introdução A conduta em nosso templo Este trabalho tem como objetivo esclarecer de forma simples a doutrina aplicada em nossa casa. Sendo assim toda duvida que ira surgir com a leitura desse texto, poderá ser esclarecida por algum médium da casa, seja ele pai ou mãe pequena. O sucesso dos trabalhos efetuados em uma sessão de umbanda depende em grande parte, da concentração e da postura dos médiuns e assistentes presentes. Os templos umbandistas são locais sagrados, especialmente preparados para atividades espirituais, e que têm sobre seus espaços uma cúpula espiritual responsável pelas diretrizes básicas de amparo, orientação e segurança daqueles que buscam ali a solução ou abrandamento de seus males, ou dos que emprestam sua estrutura física, mental e espiritual para servirem de veículos à prática da caridade. A conduta reta e positiva deve ser a tônica em um terreiro umbandista, para que os guias e protetores possam instalar no mental e no coração de cada participante as sementes de bondade, amor e proteção. A união de pensamentos é instrumento de poder do ser humano, rumo a concretização de seus desejos. Sendo fundamental que se apresentem límpidos e sinceros para os trabalhos de uma umbanda cristã. Abaixo segue os horários e os dias das giras e dos estudos no terreiro: O horário das giras de quarta e sexta feira é de 19:30 as 21:30 com o médium chegando pelo menos 15 minutos antes para se preparar para os trabalhos. Quarta-feira: Gira de caboclo e atendimento com o caboclo Sr.Rosa Branca. 3 Sexta-feira: Gira de preto-velho. 1º Segunda Feira de cada mês: Dia de estudo sobre a nossa querida umbanda 2º Segunda/Segunda Feira de cada mês: Orientações básicas para os entrantes O horário para estes dois dias é: 19:30 às 21:00 3º domingo de cada mês: gira de desenvolvimento mediúnico. (Horário: 8:00 às 10:00) Temos também um conselho que é formado por Pais e Mães pequenos que se reúne periodicamente e ou a qualquer tempo se necessário for. 2 - Conhecendo os elementos utilizados em nosso terreiro Defumação - Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça. É o ato de expulsar as energias negativas, através de aromas, ou seja, das essências (ervas: alecrim, alfazema, benjoim, incenso e outras), de acordo com a necessidade da utilização. A defumação tem sempre caráter de limpeza (purificação) dos médiuns e do ambiente.(pg.10) Velas - Iluminadas, são ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito. A vela representa a Santíssima Trindade: Cera, Pavio e Luz.(pg.12) Água - Sua utilidade é variada, serve para os banhos, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos e para o batismo. Dependendo de sua procedência ( mares, rios, chuvas e poças), terá um emprego diferente nas obrigações. Água serve também para a cura do corpo e da alma.(pg.15) Ponto Riscado - Cada ponto, seja de caboclo, do preto velho, ou qualquer outra entidade, tem o objetivo de interpretar e uma identificar cada entidade.(pg.17) Concentração – Mentalização com o objetivo de alcançar o astral superior.(pg.19) Bater Cabeça - O médium da Casa, em respeito às firmezas dos Orixás, deita-se de barriga pra baixo (prostrar-se diante de algo sagrado) em frente ao chefe da casa e na frente do Congá fim de saldar (reverenciar) ou pedir proteção, o médium bate a cabeça três(03)vezes, primeiro a testa, depois o lado direito e por fim o lado esquerdo. (pg.23) 4 Congá – Local sagrado do templo, onde ficam os símbolos e imagens que representam os sagrados, ou seja a força maior da casa. ( pg.24) Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida tem o seu segredo e não é como muitos acreditam, para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância. A fumaça dos cachimbos e cigarros servem para auxilio do trabalho das entidades como, por exemplo ajudar na limpeza astral das pessoas que estão sendo atendidas.(pg.25) Tronqueira - È a segurança da casa, local onde devemos pedir aos guardiões responsáveis que nos de a segurança necessária para os trabalhos. Lado direito da tronqueira - as Santas Almas Lado esquerdo da tronqueira - Exús Parte de baixo da tronqueira - Preto-Velho (pg.28) Prece - É uma evocação por meio da qual colocamos nossos pensamentos em relação ao ente ou a Entidade a que nos dirigimos. Pode ser pensada (mentalizada), falada ou cantada.(pg.29) Obrigação - É um dever, um compromisso com as Entidades. Uma maneira de agradar e entrar em sintonia com as mesmas.(pg.31) Atabaques - Instrumento de comunicação com os espíritos, facilitando a concentração e ajudando os médiuns a permanecerem em vibração. Até mesmo os selvagens em tempos remotos utilizavam esse instrumento para se comunicar com o astral superior.(pg.32) Guias (colar) - É um colar de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles. Utilizadas como um colar, durante um trabalho espiritual (p/ Ex. Gira de trabalho), pela entidade incorporada, tem função de servir como ponto de atração (Imã) e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante naquele trabalho, e portanto como elemento facilitador da sintonia e isolamento (contra vibrações negativas ou estranhas ao trabalho), para o médium incorporado. Quando utilizadas cruzadas ao corpo identifica que o médium esta preparado a dar passes e consultas.(pg.33) 5 Vestimenta- Roupa Branca (Roupa de Santo) - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos orixás e guias(protetores). As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (colares), não se admiti que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas, pois ficam emantadas com a energia de cada pessoa ( médium). Quando a roupa fica velha ou imprópria para o uso, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser incinerada (queimada). A roupa branca usada pelos médiuns, não dará oportunidade às pessoas que adentram ao nosso terreiro de saber qual o nível social, cultural, intelectual dos médiuns que fazem parte da gira/sessão, pois o branco significa IGUALDADE. Nas giras de quarta-feira é usada a seguinte vestimenta: calça e camisa branca para os homens, saias e blusas brancas para as mulheres, quanto ao calçado ele deverá ser branco ou pés descalços. Nas giras de sexta-feira é usada a seguinte vestimenta: calça branca e camisa quadriculada de preto com branco para os homens e para as mulheres blusa branca com saias quadriculada de preto com branco e calçado branco ou pés descalços para ambos. (Obs: pode se usar também somente o branco nas giras de sexta).(pg.35) Toalha Branca (Pano da Costa) – Simples ferramenta do médium para uso diverso. Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma, bem como de quem os administra. É um banho feito de flores, ervas ou essências, onde cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, elimina toda a influência negativa agregada a sua carga vibratória e melhora o seu astral. (pg.37) Passe - Os passes fazem parte do corpo doutrinárioda umbanda e remontam aos mais antigos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Nossa umbanda Cristã conserva 6 e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros de umbanda, na esperança de cura ou de alívio de seus sofrimentos.(39) Entidades Espirituais - São espíritos de alta, média e baixa faixa vibratória, buscando crescimento e evolução no Plano Espiritual. Guia (Protetores) - É o espírito de luz que procura guiar os homens, afastando-os do mau caminho, trabalhando sempre sobe as normas dos Orixás, podendo ser um Caboclo, um Preto Velho ou uma criança etc.(pg.42 Falanges - È o mesmo que família. São agrupamentos de espíritos que atuam no Plano Espiritual, (são espíritos que se juntam formando uma equipe com objetivo em comum) recebendo a falange, o nome de seu chefe. Por exemplo, a falange do Caboclo Coral.(pg.43) Macaia – (folhas sagradas) Lugar de retiro, em plena natureza onde os médiuns vão fazer o encerramento dos trabalhos prestados no ano, refazendo suas forças no contato direto com a natureza; é o local nativo (habitat) dos Orixás onde se faz oferenda aos Orixás e as entidades (guias) de cada médium. Na nossa casa a Macaia também é utilizada para fazer o batismo dos médiuns iniciantes.(pg.46) Pontos de abertura (segurança) - São os pontos que cantamos no início da Sessão para as almas, povo d’gua e Oxalá. Têm por finalidade, como o próprio nome já diz trazer segurança para os trabalhos daquela Sessão. Tais pontos impedem a intromissão de espíritos maléficos. Sem tais pontos, os trabalhos realizados naquela sessão ficariam vulneráveis às interferências maléficas ou perderiam forças importantes para alcançar os efeitos desejados.(pg.47) Sessão - Reunião dos médiuns na qual se discute e delibera sobre determinado assunto, com tempo previamente combinado. Por exemplo: reunião de estudo (pg.49) Gira - na Umbanda, é a reunião, o agrupamento de vários espíritos de uma determinada categoria, que se manifestam através da incorporação nos médiuns. .(pg.49) 7 Cambono - Tem por obrigação atender as entidades quando incorporadas, e se necessário interpretar sua fala para os consulentes. É um médium, designado para tal função e tem grande importância nos trabalhos das entidades no terreiro. (pg.50) Pontos Cantados – São cânticos entoados nos templos umbandistas, os pontos cantados são indispensáveis. São verdadeiras preces cantadas, que expressam a fé, a mística, as origens das Entidades e Orixás, sua história e toda a magia da ritualística de Umbanda. Os cânticos, ou pontos cantados, não são apenas de homenagem ou invocação, eles expressam, de maneira sublime, uma mensagem, uma emoção, um sentimento, uma imagem, um alerta, uma informação, uma orientação, um conhecimento. (pg52) Ogã – Trabalham usando os atabaques tendo a responsabilidade da abertura e comando dos trabalhos no terreiro, saudando todas as falanges e fazendo o encerramento dos trabalhos com pontos próprios para cada situação. (pg.54) 3- Entidades Os caboclos - São entidades, espíritos de índios brasileiros e Sul Americanos, que trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, nos ensinando a amar ao próximo e a natureza. Que tem como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se consegue. Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa áurea e proporcionam uma energia de força que irá nos auxiliar para que consigamos nossos objetivos.(pg.56) Os pretos velhos - São espíritos que trabalham na Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda a aqueles que estão em dificuldade material ou emocional, sendo que, o mesmo se desenvolve mais para o lado emocional e físico, das pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos. Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes fazem deles as entidades mais procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda. Também usam ervas em seus trabalhos e principalmente para rezar as pessoas doentes e crianças que estão com mal olhado e outras impurezas astrais, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás, saquinhos que são depositados elementos de 8 trabalho. Da mesma forma que os caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando sua fumaça sobre a pessoa que está recebendo o passe limpando a aura de impurezas e energias negativas.(pg.58) Os boiadeiros - São espíritos que em encarnaçãoes passadas trabalharam com o gado, e em fazendas pôr todo o Brasil, que também são Caboclos e curvam na Umbanda trabalhando como todos os outros.(pg.60) As crianças - Estas entidades são verdadeiras expressão da alegria, honestidade e pureza e dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros trabalhadores e conseguem atingir os seus objetivos, com uma força imensa, atuando em qualquer tipo de trabalho. É preciso lembrar a todos que estes espíritos quando curvam nos médiuns de umbanda não é para brincadeiras e sim para trabalhos que só eles sabem fazer. 4 – Classificação e hierarquia dos médiuns Dentro do nosso Terreiro de Umbanda existe organização e disciplina, além de todo um sistema que objetiva manter esta organização. Essa hierarquia deve ser respeitada por todos os médiuns. Estaremos discorrendo agora sobre cada um deles: Pai pequeno e mãe pequena: (babalorixá e ialorixá)- Em nosso terreiro temos como babalorixá chefe o Sr.Nelson, mas com sua ausência qualquer Pai ou Mãe pequena poderá assumir essa função, sendo definido antes do inicio dos trabalhos. Sua tradução é: Babá = pai, Orixá = santo. Quanto a sua função, é a maior autoridade e por tanto responsável por tudo o que acontece na casa, a quantidade de filhos-de-santo, a de pessoas e problemas a serem atendidos e ninguém faz nada sem a sua prévia autorização. Contam com a ajuda de muitas pessoas para a administração da mesma, cada uma com uma função específica na hierarquia, embora todos os auxiliares conheçam de tudo para atender a qualquer eventualidade. Médium de oriente- É o médium que se desenvolveu mediunicamente para atendimento aos consulentes, e que está apto a dar passes a praticar a caridade dentro do terreiro, ajudando a cumprir as normas e a doutrina da casa, consciente de seu dever para com a gira. Após ser analisado pela espiritualidade, o médium é informado sobre sua responsabilidade perante os amigos espirituais e com isso é convidado a fazer um 9 recolhimento no terreiro para lhe ser passado todos os compromissos com as entidades, com os médiuns, com a casa e é claro com a assistência. Médium de corrente – É o médium iniciante na pratica do desenvolvimento espiritual. A principio deve-se procurar um médium coroado de oriente, pai ou mãe pequena para ser orientado sobre os seus procedimentos, principalmente quanto ao uso de guias, das vestimentas e dos ritos praticados em nosso terreiro. Cabe ao mesmo permanecer o tempo integral da gira, contribuindo com as firmezas dos trabalhos batendo palmas, cantando os pontos e cambonando, ou seja ajudando no que for solicitado pelos médiuns coroados ou entidades que estiverem necessitando de ajuda. Cabe ao médium de corrente e a todos, auxiliar o seu irmão no momento do desenvolvimento mediúnico auxiliando na proteção quando este estiverna sua preparação (puxada), evitando por ventura a queda do médium que ainda não tem conhecimento de sua mediunidade, pois ainda não tem controle total de suas vibrações. O médium deve estar sempre concentrado na reunião, em sintonia com a espiritualidade e seus guias ou mentores, consciente de que é dando que se recebe, pois é preciso doar sem interesse de troca, só assim o médium alcançará os seus verdadeiros objetivos. Não é permitido ao médium de corrente: - fazer atendimento público. - fazer uso de tabaco (cachimbo, charuto, cigarro) e ingerir qualquer tipo de bebida. - opinar sobre as decisões das entidades. - fazer comentários a outros médiuns sobre o que a entidade falou para o consulente (pessoas que foram atendidas pelas entidades). Não é permitido a nenhum médio - usar roupas coloridas por baixo da roupa branca. - ficar de braços cruzados. - conversar durante a gira. - grava seu nome na roupa com outra côr que nao seja verde 10 Capitulo II Neste capitulo estudaremos cada elemento utilizado em nosso terreiro com mais detalhes. A defumação na umbanda: A defumação é essencial para qualquer trabalho num terreiro de Umbanda. É também uma das coisas que mais chamam a atenção de quem vai pela primeira vez assistir a um trabalho. Em geral a defumação na Umbanda é sempre acompanhada de pontos cantados específicos para defumação. Desde os tempos imemoriais, dos homens das cavernas, que a queima de ervas e resinas é atribuída à possibilidade da modificação ambiental, através da defumação. Na Umbanda, como em outras religiões, seitas e dogmas. Também usamos desse expediente, que tem a função principal limpar e equilibrar o ambiente de trabalho de acordo com a necessidade. O Que é a Defumação? Ao queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumação todo o poder energético aglutinado em meses ou anos absorvido do solo da Terra, da energia dos raios de sol, da lua, do ar, além dos próprios elementos constitutivos das ervas. Deste modo, projeta-se uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos ambientes humanos, produto da baixa qualidade de pensamentos e desejos, como raiva, vingança, inveja, orgulho, mágoa, etc. Existem, para cada objetivo que se tem ao fazer-se uma defumação, diferentes tipos de ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois ao queimá-las, produzem reações agradáveis ou desagradáveis no mundo invisível. Há vegetais cujas auras são agressivas, repulsivas, picantes ou corrosivas, que põem em fuga alguns desencarnados de vibração inferior. Os antigos Magos, graças aos seus conhecimentos e experiência incomuns, sabiam combinar certas ervas de emanações tão poderosas, que traçavam barreiras intransponíveis aos espíritos intrusos ou que tencionavam turbar-lhes o trabalho de magia. Apesar das ervas servirem de barreiras fluídico-magnéticas pra os espíritos inferiores, seu poder é temporário, pois os irmãos do plano astral de baixa vibração são atraídos novamente por nossos pensamentos e atos turvos, que nos deixam na mesma faixa vibratória inferior (Lei de Afinidades). Portanto, vigilância quanto ao nível dos pensamentos e atos. 11 Existem dois tipos de defumação; a defumação de descarrego e defumação lustral. Defumação de descarrego (limpeza) Certas cargas pesadas se agregam ao nosso corpo astral durante nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vibração pesada, rancores, invejas, preocupações, etc. Tudo isso produz (ou atrai) certas formas-pensamento que se aderem à nossa aura e ao nosso corpo astral, bloqueando sutis comunicações e transmissões energéticas entre os ditos corpos. Além disso, os lares e os locais de trabalho podem ser alvos de espíritos atrasados, que penetram nesses ambientes e espalham fluídos negativos. Para afastar definitivamente estas entidades do nosso convívio, teremos primeiro que mudar em atos, gestos e pensamento, afastando de nossas mentes aquela corrente que nos liga a estes seres. A defumação serve para afastar seres do baixo astral, e dissipar larvas astrais que impregnam um ambiente, tornando-o pesado e de difícil convivência para as pessoas que nele habitam. Pois bem, a defumação tem o poder de desagregar estas cargas, através dos elementos que a compõe, pois interpenetra os campos astral, mental e a aura, tornando-os novamente "libertos" de tal peso para produzirem seu funcionamento normal. Defumação Lustral Além de afastar alguns resquícios que por ventura tenham ficado depois da defumação de descarrego, ela atrai para estes ambientes, correntes positivas dos Orixás, Caboclos, e Pretos Velhos, que se encarregarão de abrir seus caminhos. Acenda uma vela para o seu anjo de guarda. Levando um copo com água, comece a defumar sua casa ou o seu local de trabalho, da porta da rua para dentro. Não esqueça que a defumação lustral deverá ser feita depois do descarrego. Muitas são as ervas, abaixo segue exemplo de 7(sete) Alecrim - Defesa dos males, tira inveja e olho gordo, protege de magias. Afasta maus espíritos Abre Caminho - Abre os caminhos, atraindo bons fluidos dando força e liderança. Alfazema - Limpa o ambiente e atrai prosperidade e bons negócios, bem como pessoas amigas,acalma, purifica e traz o entendimento, equilíbrio e harmonia. Colônia - Atrai fluidos benéficos. Manjericão - Amor, purificação espiritual, proteção. Chama dinheiro. Rosa Branca - Paz e harmonia 12 Benjoim - Elimina bloqueios espirituais, atrai energias positivas e combate energias negativas. Purifica o ambiente. Harmoniza nosso raciocínio e diminui a nossa agressividade. Velas na umbanda A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os trabalhos de magia. Quando um umbandista acende uma vela, mal sabe que está abrindo para sua mente uma porta, onde sua mente consciente nem sonha com a força de seus poderes mentais. A vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica uma forte sensação de poder. Uma das várias razões da influência mística da vela na psique das pessoas é a sensação de que ela, através de sua chama, parece ter vida própria. Embora, na verdade, saibamos, através do ocultismo, que o fogo possui uma energia conhecida como espíritos do fogo ou salamandras. Muitos umbandistas acendem velas para seus Guias de forma automática, num ritual mecânico, sem nenhuma concentração. É preciso muita concentração e respeito ao acender uma vela, pois a energia emitida pela mente do médium irá englobar a energia do fogo e, juntas, irão vibrar no espaço cósmico, para atender a razão da queima dessa vela. Se uma pessoa usa suas forças mentais com a ajuda da magia das velas, no sentido de ajudar alguém, irá receber em troca uma energia positiva; mas, se inverter o fluxo das energias psíquicas, utilizando-as para prejudicar qualquer pessoa, o retorno será infalível, e as energias de retorno são sempre mais fortes, pois voltam acrescidas da energia de quem as recebeu. As pessoas que utilizam a força da magia das velas, que na realidade despertam as forças interiores de cada um com propósito maléficos, não são consideradas pessoas de fé, mas feiticeiros ou bruxos. Infeliz daquele que, na ânsia de destruir seus inimigos, acendem velas com o intuito de fazer o mal a quem quer que seja, estão assumindo um terrível compromisso cármico com os senhores do destino. Todos os nossos pensamentos, palavras e atos estão sendo gravados na memória do infinito ( nosso contas corrente débito/credito). Ninguém fica impune junto à justiça divina. Por outro lado, feliz daquele que lembra de acender uma vela com o coração cheio de amor para o anjo da guarda de seu inimigo, perdoando-o por sua insensatez, pois irá criar ao seu redor um campo vibratório de harmonia cósmica,elevando suas vibrações superiores. Ao acender velas para as almas, para o anjo da guarda, os pretos velhos, caboclos, para a firmeza de pontos, Conga, para um 13 santo de sua preferência ou como oferenda aos Orixás. É importante que o umbandista saiba que a vela é muito mais para quem acende do que para quem está sendo acesa, tendo a mesma conotação do provérbio popular que diz: “A mão de quem dá uma flor, fica mais perfumada do que a de quem a recebe.” A intenção de acender uma vela gera uma energia mental no cérebro da pessoa. Essa energia é que a entidade espiritual irá captar em seu campo vibratório. Assim, a quantidade de velas não influirá no valor do trabalho; a influencia se fará diretamente na mente da pessoa que está acendendo as velas, no sentido de aumentar ou não o grau da intenção. Desta forma, é inútil acreditar que podemos comprar favores de uma entidade negociando com uma maior ou menor de velas acesas. Os espíritos captam em primeiro lugar as vibrações de nossos sentimentos, Daí ser melhor ouvir uma das máximas de Jesus que diz: “Antes de fazer sua oferenda, procure conciliar-se com seu irmão.” Não é conveniente, ao encontrar uma vela acesa no portão do cemitério, nas encruzilhadas, embaixo de uma arvore, ao lado de uma oferenda, apaga-la por brincadeira ou por outra razão. Devemos respeitar a fé das pessoas. Quem assim o cometer, deve ter em mente, que poderá acarretar sérios problemas com esta atitude, de ordem espiritual. Precisamos respeitar o sentimento de religiosidade das pessoas, principalmente quando acender uma vela faz parte desse sentimento. Se acender uma vela a pessoa tiver um forte poder de magnetização, torna- se mais perigoso apagar a vela. Mas, se ela não estiver magnetizada, fica a critério de cada um. Vela de sete dias - Na Umbanda, alguns médiuns ficam em dúvida sobre se a vela de sete dias tem a mesma eficiência de sete velas normais. Sabemos de acordo com a psicologia, que um comportamento pode ser modificado através do reforço. No fato de se acender uma vela isoladamente não há nenhum tipo de reforço que se baseia na repetição. Assim, ao acender uma vela durante sete dias, as pessoas são reforçadas diariamente em sua fé e, repetindo os pedidos, dentro desse ritual de magia, ficam realmente com maiores probabilidades de despertar a própria mente e alcançar os seus propósitos. Na prática, constamos que dificilmente uma vela de sete dias queima durante todo esse tempo. Meditação - Para trabalhos de meditação o uso das velas é excelente pois, além da diminuição dos estímulos visuais na semi-escuridão, força a atenção para a chama da 14 vela, aumentando a capacidade de concentração. O contraste do claro-escuro contribui para lembrar as pessoas da necessidade de uma iluminação interior. Cores e quantidades - Na Umbanda, o uso da vela branca é o mais freqüente, devido à sua representação como símbolo da pureza. A cor branca na Umbanda é a cor do Orixá Oxalá. Daí a razão do uso de velas brancas na maioria dos rituais de magia, dentro da associação da pureza/Oxalá. O Orixá Ogum, tido como senhor das guerras, tem uma vibração muito forte. As velas vermelhas, quando acesas dentro de seu ritual, vibram na mesma freqüência, com resultados mais favoráveis. Considerando que a força da vela está mais na força mental da entidade, a cor irá concorrer com o sentido de favorecer sua capacidade de concentração, devido a conjugação de freqüências idênticas. Se houver uma inversão nas cores das velas, isso poderá ou não alterar o resultado dos trabalhos de magia, pois dependerá em grande parte da força mental da espiritualidade. Ficou estabelecido que a vela amarela, que deriva da vermelha, é a cor do Orixá Iansã, também pelo fato de ser uma energia de luta. As velas acesas para Iansã deverão ser da cor amarela, para continuar em sua freqüência vibratória. A variação de quantidade de velas deve ser a mesma que se acende para qualquer outro Orixá ou Entidade, de acordo com os objetivos da magia. Todavia, o umbandista deverá ter o cuidado de acender sempre em numero impar de velas, pois no ocultismo os números ímpares não se anulam, por terminarem sempre em um; daí sua força mágica, por não ser um numero divisível. Acender apenas uma vela tem o sentido de unidade, de unificação. Três velas representam na mente humana a trindade divina (Pai, Filho e Espírito Santo). Cinco velas representam em nosso inconsciente coletivo o próprio homem. Sete velas significam a junção do espiritual (3) com o material (4), ou simbolizam a união entre o microcosmo (homem) e o macrocosmo (Deus), e assim por diante. A cor azul, com sua vibração serena, vibra na mesma freqüência do Orixá Oxum, a senhora das águas doces. A vela de cor azul tanto pode ser acesa para Oxum como para Iemanjá, que aceita em seu ritual velas brancas. Por isso alguns Terreiros preferem usar as velas bicolores, nas cores azul e branca, para Iemanjá. Estabeleceu-se que a cor marrom é a cor do Orixá Xangô, levando-se em consideração a neutralidade dessa mesma cor. A energia de Xangô emana dos minerais, que possuem uma variedade muito grande de cores. A cor verde, por seu equilíbrio vibratório, obtido pela junção das cores amarela e azul, vibra 15 na freqüência do Orixá Oxossi, o senhor das matas. Assim, uma vela de cor verde, acesa numa mata, que tem a cor verde, possui uma força vibratória muito forte. A cor rosa, com sua vibração cheia de vida, vibra na freqüência da energia da falange dos espíritos das crianças, conhecidas também como Ibejis. Velas bicolores, nas cores azul e rosa, são acesas também com o mesmo resultado das velas cor-de-rosa. água na umbanda NA UMBANDA, é um dos elementos naturais mais receptivos com uma energia altamente receptora e condutora, ela é utilizada nas quartinhas, nos copos de firmeza dos Anjos de Guarda, no batismo, em muitos rituais da Umbanda e principalmente pelos Guias Espirituais nos momentos onde há a necessidade de realizar grande limpeza, purificação e energização de nosso corpo astral e de nossa casa, afinal existem cargas e energias maléficas que somente esse elemento natural é capaz de desfazer, limpar e equilibrar. Àgua de Mar - Ótima para descarrego e para energização, batida contra as rochas e as areias da praia, vibra energia, por isso nunca se apanha água do mar quando o mesmo está sem ondas. A energia salina do mar “queima” as larvas e energias astrais, principalmente sob a vibração de Yemanjá. Podemos ir molhando os chacras à medida que vamos adentrando no mar, pedindo licença. No final, podemos dar um bom mergulho de cabeça, imaginando que estamos deixando todas as impurezas espirituais e recarregando o Corpo com sutis energias. Ideal se realizado em mar com ondas. Saudemos Mamãe Yemanjá e todo o Povo do Mar. Àgua de cachoeira - Com a mesma função do banho de mar, só que executado em águas doces. A queda d’água provoca um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias, ao mesmo tempo em que limpamos toda a nossa alma, é água batida nas pedras, nas quais vibra, crepita e livra-se de todas as impurezas. Além disso, é nas águas das cachoeiras que conseguimos retirar qualquer impregnação de sangue projetada em nosso corpo etérico. Ideal se tomado em cachoeiras localizadas próximas de matas e sob o sol. Saudemos Mamãe Oxum e todo Povo d’água. Água de rio e lagoas - Tem também grande propriedade curadora e equilibradora. Se o rio tiver pouco movimento, quase parado, assim como a lagoa ou mangue, essa água tem uma energia decantadora e curadora. Saudemos Nanã Buruquê. Se o rio for bem movimentado com corredeiras, a força da água é energética, equilibradora e reparadora. Saudemos Mamãe Oxum. Água mineral - Água da pureza, do equilíbrio, da harmonização e da paz. Envolve nossos chacras desobstruindo-os e equilibrando- os. É uma água muito fácil de se encontrar, por isso aproveitemesse Axé. Saudemos Oxalá. 16 Água de poço - É excelente nos casos de doenças, tanto no corpo espiritual como no corpo astral, pois tem uma grande energia transmutadora. Essa água está em contato com a terra, que é o agente mais poderoso de regeneração física absorvendo a energia ruim da área afetada colocando em seu lugar uma energia boa. A cura se processa graças a uma troca de energia devido a interação entre os componentes físico, químico e energético que a terra oferece. Água de chuva - É altamente energética e purificadora. É a água que entrou em estado de vaporização e absorve toda a energia do ar, quando novamente entra em outro estado de mudança e retorna ao estado liquido, caindo do céu sobre a terra. Por isso é utilizada justamente nos momentos em que precisamos de mudança. A água da chuva, quando cai é benéfica e pura, porém, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois atrai as vibrações negativas do local, sendo ótima também para banhos de descarrego e limpeza de ambientes, pois é ela que limpa as ruas e as encruzas carregando todas as vibrações dos trabalhos arriados nesses locais. Saudemos Yansã, Dona do tempo e das tempestades. O QUE ALGUMAS RELIGIÕES DIZEM SOBRE A ÁGUA O Cristianismo - A água está intrinsecamente ligada ao batismo, uma declaração pública de fé e um símbolo de boas-vindas à igreja Cristã. Quando batizada, uma pessoa é parcial ou totalmente imersa em água que alternativamente pode vertida ou aspergida sobre a sua cabeça. O sacramento tem as suas origens na Bíblia, onde está escrito que Jesus foi baizado por João Batista no Rio Jordão. No batismo, a água simboliza a purificação, a rejeição do pecado original. Por outro lado, no Novo Testamento, a “água viva” ou a “água da vida” representa o espírito de Deus, isto é, a vida eterna. O Judaísmo - Os Judeus usam a água para lavagens de rituais com o objetivo de restaurar ou manter um estado de pureza. O Hinduísmo - Para os Hindus, a água está imbuída de poderes de purificação espiritual, sendo a limpeza matinal com água uma obrigação diária. Todos os templos se situam perto de uma fonte de água, e os crentes têm de se banhar antes de entrarem no templo. O Espiritismo - Tem o tratamento com água fluidificada Em termo de Espiritismo, entende-se por água fluida ou fluidificada aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados na água. Em geral, são os Espíritos desencarnados que, durante as sessões de fluidoterapia, fluidificam a água. 17 PONTOS RISCADOS Para o Umbandista, o ponto riscado é um instrumento para os trabalhos magísticos efetuados pelas entidades, afinal de contas eles possuem um grande significado e valor mágico. Na verdade é o selo, o cartão de visitas, a identificação, o brasão e bandeira da entidade. É uma espécie de campo de força onde o instrumento utilizado pela entidade em seu efetivo campo de trabalho é a Pemba. E desta maneira as forças de sorte a lhe conferir afinidade com a entidade, identificando a quem ela se subordina, bem como os seus domínios ao ser usado para riscar o ponto. Pode-se afirmar que a PEMBA é uma espécie de giz em forma cônico- arredondada, de diversas cores. As mais usadas são as PEMBAS branca, azul, verde e amarela, também é usual a cor derivada do vermelho, servindo para riscar pontos e outras determinações ordenadas pelos Guias, sendo que conforme a cor da mesma, pode se identificar a Linha a que pertence a Entidade, ou a Linha que trabalhará naquele ponto, estabelecendo ritualisticamente o contato vibratório com as energias cósmicas. Os pontos riscados são verdadeiros códigos registrados e sediados ao mundo espiritual, eles identificam poderes, tipos de atividades, e os vínculos que iniciam da falange. Quando são traçados sem conhecimentos de causas, não projetam sua grafia luminosa e não passam de rabiscos. Como podemos ver, os pontos riscados é magia, então para se utilizar deles é necessário o devido conhecimentos. Riscar um ponto de traz para frente é inverter a força da magia. Então não basta ver um ponto no livro para riscá-lo sem o devido conhecimento. O mau uso do ponto riscado pode levar a conseqüências imprevisíveis, comparáveis às de um leigo em assuntos de eletricidade, entrando numa casa de forças e pondo-se a manejar as chaves ou embaralhar os fios, com o que acabara de provocar curtos circuitos, incêndios e eletrocussões em si e nos outros. 18 Na folha seguinte você visualizará os pontos riscados no piso do nosso terreiro. Ele demonstra a ligação do astral maior (Deus) com o material (terra) tendo o povo de aruanda (espíritos de grande luz) no seu intermediário, representados pelos caboclos. Caboclo Coral - Caboclo do Fogo e o Caboclo Sete estrela 19 20 CONCENTRAÇÃO ESPIRITUAL Uma das dificuldades dos integrantes das reuniões mediúnicas diz respeito à concentração. A capacidade de controlar, direcionar e manter o pensamento dentro das finalidades da reunião, é para a maioria, um esforço muito grande e que nem sempre dá bons resultados. Geralmente os pensamentos se dispersam, fixam-se em fatos do dia-a- dia e acabam por tornar alguns sonolentos, enquanto outros estão distraídos e longe dos objetivos propostos para um trabalho sério. Alguns poucos conseguem uma boa concentração e estes sustentarão os trabalhos programados, porém, como é óbvio, sem alcançar melhor produtividade devido aos bloqueios vibratórios existentes no ambiente A nossa cultura ocidental não dá ênfase à necessidade do controle mental, pois é fundamentada em uma mentalidade racional, extremamente oposta ao Oriente, cuja mentalidade se estrutura de forma intuitiva, mística e introvertida e que realça a essência espiritual do ser humano, incentivando a busca da verticalidade. A concentração que é praticada nas reuniões mediúnicas, evidentemente, tem conotações próprias e não deve ser tomada aqui como as realizadas nas práticas orientais, embora os aspectos semelhantes nas suas bases, quais sejam a disciplina mental, o controle e equilíbrio dos pensamentos. Exatamente por terem estes mesmos fundamentos é que citaremos algumas definições de autores do oriente, visto que a sabedoria oriental é multimilenar e pode beneficiar-nos através desses pontos comuns. Concentração – Concentrar, significa fazer convergir para um centro ou para um mesmo ponto. Aplicar a atenção a algum assunto. O poder de concentração consiste na habilidade para manter inabalavelmente sua percepção sobre um tema escolhido. É exatamente essa capacidade de concentrar nos objetivos da reunião mediúnica que irá favorecer a realização dos trabalhos. Conforme o seu estado psíquico, os assistentes favorecem ou embaraçam a ação dos espíritos. Na maior parte dos homens os pensamentos flutuam sem cessar. Sua mobilidade constante e sua variedade infinita, pequenos acessos oferecem às influências superiores. É preciso saber concentrar-se, por o pensamento acorde com o pensamento divino. A reunião mediúnica apresenta ainda outras conotações que são peculiares ao tipo de atividade que ali se desenvolve. Assim a dificuldade de concentrar-se nos objetivos 21 elevados, que o exercício da mediunidade requer, é resultado da pouca prática que a maioria das pessoas têm de fixarem seus pensamentos em assuntos edificantes, em ideais e idéias nobres durante o seu dia-a-dia. Estão com a mente sempre ocupada pelos problemas e questões do cotidiano por coisas supérfluas e interesses imediatos, pelo noticiário da TV, músicas, conversações banais e não conseguem esvaziá-las desses assuntos para dar campo às influências benéficas dos espíritos superiores, dos mentores que assessoram os trabalhos. As preocupações de ordem material criam correntes vibratórias horizontais, que põem obstáculo às radiações etéreas e restringem nossas percepções. Ao contrárioa meditação, a contemplação e o esforço constante para o bem e o belo formam correntes que estabelecem as relações com os planos superiores e facilitam a penetração em nós de eflúvios divinos. A concentração deve ser um estado habitual da mente em Cristo e não uma situação passageira junto ao Cristo. É necessário compreendermos que o pensamento é energia viva construindo centros magnéticos ou ondas com os quais emitimos nossa atuação ou recebemos a atuação dos espíritos. Nas tarefas mediúnicas esta sintonia apresenta peculiaridade própria. É essencial que exista uma afinização, uma sintonia entre os participantes para que se estabeleça uma sincronia de forças, a conhecida corrente vibratória. Pode-se inferir desde agora, o quanto é importante a concentração individual, visto que a qualidade dos trabalhos de intercâmbio depende da participação consciente e responsável de cada um. São favoráveis ás condições de experimentação quando o médium e os assistentes constituem um grupo harmônico, isto é, quando pensam e vibram em uníssono. No caso contrário os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam reciprocamente. Em “O livro dos médiuns”, o codificador ressalta a necessidade da concentração ao referir-se à reunião como um ser coletivo, resultante das qualidades e propriedades de seus membros. Ele afirma que o poder de associação dos pensamentos de todos é que contribuirá para a comunicação dos Espíritos, mas a fim de que todos esses pensamentos concorram para o mesmo fim, é preciso que vibrem em uníssono, que se confundam por assim dizer em um único ponto Portanto a concentração consiste em colocar o pensamento em um único ponto o tempo todo. Supomos que todos se concentrem em Cristo Jesus. Os pensamentos todos se unem e formam um triângulo que vai fazer o ponto de ligação com a espiritualidade. 22 EXERCICIO DE CONCENTRAÇÃO – O PRIMEIRO PASSO É RELAXAR! Este exercício usa a visualização e irá ajudá-lo a alcançar um estado de calma e relaxamento, concentrando-se na chama de uma vela. Ao criar uma imagem mental da chama, o fluxo de pensamentos que causam distração ficará mais lento e você poderá atingir uma sensação de bem-estar e consciência do seu corpo. Procure compreender ao máximo o texto a seguir, uma vez que isso permitirá que você atravesse todos os estágios sem ter de abrir os olhos, o que poderia fazê-lo perder os benefícios que o relaxamento completo pode trazer. Preparando o corpo para o relaxamento 1. Acomode-se num lugar calmo, onde você se sinta confortável. 2. Acenda uma vela e coloque-a a distância aproximada de um metro à sua frente. Sente-se de pernas cruzadas no chão (em cima de uma pequena almofada, se necessário) ou numa cadeira, numa posição confortável, com as costas retas contra o encosto e as pernas separadas e relaxadas. Se sentar não lhe trouxer conforto de imediato, alongue-se no chão por cinco minutos, se a ocasião permitir. Feche os olhos e tome consciência de cada uma das partes do seu corpo, de forma a relaxar uma parte de cada vez. Respire, calma e profundamente, enquanto percorre todo o seu corpo. Exercício de Relaxamento 3. Fique nessa posição, com os olhos fechados, por alguns minutos, estando consciente do seu corpo e da sua estabilidade. Conscientize-se do ritmo de sua respiração, que ficará cada vez mais calma e regular. 4. Agora foque na chama da vela. Se os seus pensamentos tentarem se mover em outras direções, traga-os de volta à chama lentamente. Relaxe os músculos faciais. 5. Feche os olhos lentamente. 23 6. Respire profundamente, prestando atenção à respiração, e sinta o abdômen subir e descer, à medida que você inspira e expira. Essa respiração abdominal estimula relaxamento. 7. Leve o tempo que for necessário inspirando e expirando vagarosamente, e se permita seguir esse ritmo como se você estivesse sendo embalado por ondas. Repita para si mesmo "eu estou calmo, eu estou relaxando", até que você se sinta completamente calmo. Se ainda sentir alguma tensão em seus músculos, use essa respiração rítmica para ajudá-lo a relaxá-los. Idealize uma sensação de calma fluindo para dentro de você. Concentre-se 8. Visualize a imagem da chama na sua mente. Permaneça focado em seus movimentos intermináveis. Isso ocupa a totalidade da sua mente. É como se você estivesse hipnotizado pela dança e cores da chama. Quando um pensamento tornar a penetrar na sua mente, deixe-o vir, e ele será consumido pela chama. 9. Aproxime um pouco mais o rosto da chama. Olhe novamente para ela e sinta seu calor. Preste atenção a essas sensações, num estado de relaxamento interior. Volte ao estado inicial 10. Assim que você se sentir cansado, ao perceber que pensamentos entram na sua mente mais uma vez, deixe que a imagem mental da chama se esmaeça. Comece a mover seus músculos e membros lentamente, um por um. Alongue-se devagar, boceje se quiser, e, finalmente, abra os olhos novamente. Esperamos que esse exercício os ajude na concentração não somente no centro, mas em todas as atividades diárias de suas vidas. Manter as idéias centradas facilita os trabalhos e nos ajuda a não esquecer as tarefas diárias. 24 O ATO DE BATER CABEÇA Pode-se, dizer que na Umbanda bater cabeça significa respeito pelos orixás, guias e entidades que estão representadas no conga, bem como uma forma de agradecimento, à Mãe-Terra (quando batemos cabeça no chão três vezes) que, através de seus mistérios, nos dá tudo o que nos sustenta e mantém. Demonstra um ato de humildade e reverencia, no qual o médium se propõe a se abdicar de sua personalidade e de se colocar na condição de mero instrumento a disposição do guia que ira trabalhar. No ritual o médium se entrega à divindade, tanto o corpo quanto a alma, ele se coloca a serviço do divino, para que o divino faça uso de seu corpo e de seu espírito da melhor forma que lhe convier. O individuo não esta lá apenas por ele, mas por toda uma comunidade que precisa dele. Deve-se, em uma rápida prece mental, pedir a licença para trabalhar e pedir auxílio a Deus, aos Orixás e aos Guias espirituais, para um melhor desempenho de suas funções mediúnicas, recebendo a energia dos Orixás donos deste Templo Sagrado. Bater a cabeça para o nosso Pai de Santo, (ato que ocorre no terceiro domingo do mês nas giras de desenvolvimento) significa respeito ao orixá do dirigente, e é o momento de pedir permissão, benção e toda proteção para que as suas entidades possam trabalhar e produzirem cada vez mais e melhores resultados. Em nosso Terreiro também batemos a cabeça toda vez que desincorporamos as entidades. Este ato pode significar estar agradecendo a toda força ali concentrada e que certamente fortaleceu e ajudou no trabalho do nosso guia. E assim renovarmos nossa intenção de continuarmos sendo aparelhos dos guias e protetores da Umbanda. Ao mesmo tempo faz com que a nossa freqüência vibratória volte ao normal. (comum ao nosso ser.) Como podemos ver, todo gesto tem uma razão, e o bater cabeça não foge a esta regra. Da próxima vez lembre-se de que batendo sua cabeça você está fazendo tudo o que colocamos aqui, concorde com isso e faça-o com respeito e dedicação e certamente tirara melhor proveito. 25 CONGÁ OS FUNDAMENTOS DO CONGÁ O congá é o mais potente aglutinador de forças dentro do terreiro: é atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos de energias e magnetismo. Existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, como núcleo centralizador de todo o trabalho na umbanda. Cada vez que um consulente chega à sua frente e vibra em fé, amor, gratidão e confiança, renovam-se naturalmente os planos espiritual e físico, numa junção que sustenta toda a consagração dos orixás na Terra,na área física do templo. Vamos descrever as funções do congá: atrator: atrai os pensamentos que estão à sua volta num amplo magnetismo de recepção das ondas mentais emitidas. Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem harmoniosos com o orixá regente do terreiro, mais é intensa essa atração. Congá com excessos de objetos dispersa suas forças. CONDENSADOR: condensa as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas etc. ESCOADOR: se o consulente ainda tiver formas-pensamentos negativas, ao chegar na frente do congá, elas serão descarregadas para a terra, passando por ele (o congá) em potente influxo, como se fosse um pára-raios. EXPANSOR: expande as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de fluxo e refluxo constante. TRANSFORMADOR: funciona como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a terra; alimentador: é o sustentador vibratório de todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam. Todo o trabalho na umbanda gira em torno do Congá. A manutenção da disciplina, do silêncio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores (dirigentes). Nada adianta um Congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada; é como tocar um violão com as cordas arrebentadas. Caridade sem disciplina é perda de tempo. Por isso, para a manutenção da força e do axé de um Congá, devemos sempre ter em mente que ninguém é tão forte como todos juntos. TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO: Umbanda Pé No Chão – Noberto Peixoto – Pelo Espírito de Ramatis 26 A FUMAÇA DOS CHARUTOS E DOS CACHIMBOS Assim, à primeira vista, pode parecer incoerente uma entidade de luz “Fumar” um cachimbo ou charuto. E seria se realmente fumassem. Mas eles não fumam. Quando simplesmente acendemos um cigarro, charuto ou cachimbo pelo simples prazer de fumar, estamos entrando no lado profano destes elementos ou seja, estamos alimentando um vicio que nos faz bem e dentre muitos casos já constatados não somente na umbanda, muitos seres "vampirizadores" se utilizam destes elementos para ainda fora do corpo alimentarem os seus vícios que contraíram quando ainda encarnados, temos uma sugestão de leitura nos livros de ANDRÉ LUIZ psicografado por CHICO XAVIER e do LIVRO DOS ESPÍRITOS codificado por ALLAN KARDEC que nos esclarecem bem e com muitos detalhes este assunto. Na umbanda quando um guia pede por exemplo um charuto, antes de acende-lo ele o "consagra" ou seja, lhe da um endereço energético despertando no mesmo 03 fatores importantes: A ERVA, O FOGO E O ASSOPRO. A ERVA: Quando despertada em seu lado sagrado todos os elementos vegetais que compõem o fumo tem seu lado purificador e curador ativados, sendo bloqueado pelo guia que esta se utilizando do fumo os elemento nocivos que prejudicam o organismo. O FOGO: A cinza do fumo se torna nas mãos do guia um excelente elemento consumidor de miasmas negativos que limpam o campo aurico de quem esta sendo atendido pelo mesmo, incluindo chacras e corpo físico. O ASSOPRO: Guia não fuma, ele "pita" ou seja, a fumaça não chega a garganta do médium, fica somente dentro de sua boca para que através do ectoplasma do médium ele possa formar o campo que vai retirar do local onde assopra as cargas negativas. Toda esta prática é simples de se compreender quando o médium volta e não sente se quer o gosto do fumo em sua boca e não vicia ou seja, não sente após o trabalho de atendimento a vontade de fumar charutos, cigarros ou cachimbos. O que fazem é se utilizarem dos elementos das ervas, juntamente com elemento ígneo (fogo) e aéreo (ar), para desestruturar larvas, miasmas e bactérias astrais que 27 muitas vezes estão presentes na aura dos consulentes. É como se fosse uma defumação dirigida. Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra. Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados. O uso deste material ainda é imprescindível na maioria dos terreiros, pois, como sabemos as pessoas vão aos terreiros de Umbanda com todo tipo de necessidade, muitas com problemas espirituais graves e que emanam correntes mentais intoxicadas, pensamentos pesados, agressivos, enfim, com desmandos causados pela invigilância e descaso para com sua própria conduta. E é para combater essa classe, que os sábios pretos velhos e caboclos utilizam tais elementos, a fim de livrarem seus filhos de doenças e outros males. É, caro irmão de fé, nosso Planeta ainda é um grande hospital e, para cada doente, um tipo de remédio. Dentro dos Templos de Umbanda, é comum nas giras, os caboclos, fumarem seus charutos, e os pretos velhos pitarem seus cachimbos. Costumam ainda baforarem as pessoas na hora dos passes, ato de retirar das pessoas as energias negativas. Essas fumaças, ao contrário do que pensam muitas pessoas, não são somente fumaça. Eles a utilizam como uma espécie de defumador. Elas têm o poder de purificar tanto nossa matéria como o local onde estão sendo realizados os trabalhos. Dentro dos rituais, tudo é sagrado, até mesmo as fumaças. Quando as entidades nos baforam as fumaças, ou mesmo quando ela é expelida para cima, possui um poder incomensurável. Se pudéssemos ver através da janela que separa nosso mundo do mundo espiritual, veríamos muitos espíritos atrasados, e obsessores sendo retirados através dela. Por que? Muito simples: Tudo no cosmo é energia viva! E não poderia ser diferente com nossas entidades nem mesmo com tudo que utilizam em seus rituais. Se um espírito nos incensa com seu charuto ou com seu cachimbo, ele na verdade, expulsa através da fumaça todos os nossos inimigos invisíveis que teimam em permanecerem ao 28 nosso lado, nos compelindo muitas vezes, a praticarmos atos contrários ao nosso desenvolvimento. Hoje em dia, as pessoas já não prestam mais tanta atenção nos rituais que as entidades praticam quando incorporadas em seus médiuns. Pensam apenas nas coisas que ali foram buscar e deixam de se atentarem para os rituais mágicos que os mentores estão praticando. Dentro desses rituais, se formos observar, os caboclos, por exemplo, praticam a PAJELANÇA, ritual muito comum entre os silvícolas (quem vive nas florestas) ainda nos dias de hoje, costumam nos defumarem com seus charutos, rodam, dançam, cantam e usam todos os recursos que possuem para nos ajudar. Temos que aprender a valorizar nossas entidades, como os mais antigos faziam. Tinham esses por hábito, elevarem seus pensamentos em tudo que desejavam, quando as fumaças eram expelidas, fossem dos cachimbos ou dos charutos. Nesse momento, mentalizavam suas casas, seus problemas, sua saúde e de sua família, pediam mentalmente que fossem descarregados das energias ruins que atrapalhavam suas vidas. Não se atreviam a desviar seus pensamentos de seus ideais, e com isso conseguiam alcançar graças maravilhosas. E é assim até hoje. Se você fizer desta forma E com toda Fé, verá que as graças serão alcançadas. Valorizemos, pois, os rituais de nossas entidades e veremos quantas maravilhas podem operar em nossas vidas.29 TRONQUEIRA São aquelas casinhas, normalmente encontradas na entrada de um terreiro de umbanda, que tem como finalidade o assentamento das forças dos mentores e protetores da casa. Tronqueira é o ponto de firmeza e de segurança de um templo de Umbanda. Junto com os assentamentos é firmada a tronqueira, um ponto onde todas as negatividades são descarregadas. Esse "setor" dos terreiros é de responsabilidade dos senhores Exus (os guardiões), que cuidam para que nenhum invasor espiritual perturbe os trabalhos, interferindo na gira, atacando os médiuns, etc. Uma tronqueira bem firmada é garantia de trabalhos bem sucedidos nos terreiros. Este recurso é no templo, um ponto de força onde está firmado (ativado) o poder dos guardiões que militam em dimensões à nossa esquerda. O ponto de força funciona como pára-raios, é um portal que impede as forças hostis se servirem do ambiente religioso de forma deturpada. É importante que os médiuns e os assistidos saibam da importância de uma tronqueira e que todos saibam que este ponto de força está sobre as ordens da LeiMaior. Devemos saudá-los, de forma respeitosa quando adentramos nos templos. Qualquer um pode se servir do poder destes guardiões, acenda uma vela e peça proteção e auxílio e receberá. Eles estão a serviço do Bem, da Lei Maior. Eles (Exus) estão a serviço de Deus (Zambi). Devemos lembrar que a Casa das Almas é o segundo lugar mais importante de um terreiro de umbanda, e o primeiro é o Congá. 30 PRECES “Quando estiverdes orando, perdoai.” Jesus (Marcos, 11:25) ”A verdadeira prece não se consubstancia na reza, mero ato repetitivo de palavras, nem na oração discursiva, preocupada com a forma e vazia de conteúdo. A prece autêntica é um contato indefinível da criatura com o Criador, puro sentimento em palpitação de humildade amorosa, e se a pouca ciência despreza-lhe o inestimável valor, a muita ciência, nos domínios da Psicologia, identifica-lhe imensa utilidade, sobretudo na equação de um dos maiores problemas do ser humano, o da angústia existencial.” As preces e orações são realizadas naqueles momentos em que estamos em comunhão com o nosso "Pai Criador" ou nossos Mentores Espirituais, visando a louvação, pedido ou agradecimento de graças alcançadas. A melhor e mais eficaz prece é aquela que falamos ou dizemos através de nossos pensamentos, sentimentos e por conseqüência de nossas ações. Se uma imagem representa mil palavras, uma boa ação em relação ao nosso ambiente, envolvendo pessoas e coisas, representarão mil preces. As preces devem ser ditas com aquilo que pensamos e sentimos num determinado momento, evitando alguns modelos que podem não representar efetivamente o que pensamos. Mas, alguns têm, por algum motivo, dificuldade de expressar o seu pensamento e sentimento, precisando num momento inicial, de uma estrutura formatada de prece para conduzir o seu "Eu espiritual" ao "Cosmos". Não é demérito a utilização daquilo que está disponível, pois o que será mais levado em conta é o sentimento, ou melhor, a emoção colocada naquilo que está sendo verbalizado. Coloque a sua emoção naquilo que está sendo dito e a Espiritualidade, de acordo com o eu merecimento, estará ouvindo e conduzindo para a melhor conclusão. Na questão 658 do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se a prece é agradável a Deus, e os espíritos superiores esclarecem que sempre que a prece for feita do coração será agradável a Deus, porque Deus reconhece a intenção de quem faz. A prece lida é feita mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é um ato de adoração e veículo de ligação com Deus. Nela podem-se propor três coisas: Louvar, Pedir e Agradecer. Também existe o lado da prece como instrumento do progresso moral do homem, pois o torna mais forte contra as tentações. 31 O essencial não é orar muito, mas orar bem. O fato de orar não oculta as nossas faltas, nem obtemos o perdão por intermédio da prece, mas com ela Deus nos envia os bons espíritos, que nos incentiva e nos dão forças para nos modificarmos, e nos abrem os caminhos para a prática das boas ações, sendo esta a melhor das orações, pois os atos valem mais que as palavras. Texto de Reflexão: O Pássaro e a Oração Você já viu um passarinho dormindo num galho ou num fio, sem cair? Como é que ele consegue isso? Se nós tentássemos dormir assim, iríamos cair e quebrar o pescoço! O segredo está nos tendões das pernas do passarinho. Eles são construídos de forma que, quando o joelho está dobrado, o pezinho segura firmemente qualquer coisa. Os pés não irão soltar o galho até que ele desdobre o joelho para voar. O joelho dobrado é o que dá ao passarinho a força para segurar qualquer coisa. É uma maravilha, não é? Que desenho incrível que o Criador fez para segurar o passarinho! Mas, não é tão diferente em nós. Quando nosso "galho" na vida fica precário, quando tudo está ameaçado de cair, a maior segurança, a maior estabilidade nos vem de um joelho dobrado, dobrado em oração. Se você algumas vezes, se vê num emaranhado de problemas que o fazem perder a fé, desanimar de caminhar; não caminhe mais sozinho, Jesus quer fortalecê-lo e caminhar consigo por toda sua vida! É Ele quem renova suas forças e sua fé, e se cuida de um passarinho, imagina o que não fará por você Seu filho amado, basta você CRER! Também para Reflexão: Que é mais importante, freqüentar a igreja, o centro espírita, fazer novenas e orações, ou tornar-se uma pessoa melhor? De que adianta adentrarmos os templos da nossa fé, se trazemos a mente carregada de maus pensamentos; se o coração não perdoa e as emoções ficam girando em torno dos interesses materiais e das paixões inferiores? Jesus foi muito claro ao dizer: “Antes de entrares no templo para fazeres tua oferenda, vai e reconcilia-te com teu inimigo”. Isto significa que para entrarmos em contato com as forças mais altas devemos primeiro limpar o coração de todos os ódios, das mágoas, vaidade e das sujeiras que ali desenvolvemos com nossas atitudes egoístas e antifraternas. 32 OBRIGAÇÃO Entendemos como obrigação a oferenda que um guia (preto velho, caboclo ou criança) passa para o médium fazer, quando esse (guia) vê a importância de promover uma melhor comunicação entre o médium e seus mentores. Em nossa casa é comum os guias passarem para os iniciantes, uma obrigação muito simples como por exemplo: acender uma vela para seu anjo da guarda sempre que for à gira. Obrigação é a união de um ponto de atração e ligação entre um ser encarnado e uma Força Superior (um Orixá). Na Umbanda essas ditas Obrigações, são preparadas com elementos naturais, fazendo desta forma uma alquimia tal que, determina a Freqüência do Orixá desejado. Com o passar do tempo e a evolução mediúnica de cada médium, outras obrigações (oferendas) poderão e deverão ser passadas, principalmente no encerramento do ano ou seja na macaia que é uma grande oportunidade de se fazer um agrado aos bondosos Orixás, pois estamos em contato direto com a natureza, que é o habitat natural deles. Outro momento especial que é passado obrigações é na coroação de médium de oriente onde o guia chefe da casa determina algum tipo de obrigação especifica para cada médium, que tem sua coroa e pai de cabeça individual, sendo ele o guia chefe que tem essa função. Estas oferendas são compostas normalmente de: frutas, velas e outros, e é ideal que o médium indague porque e pra quem ele ira entregar essas obrigações. Pôs é de grande importância o conhecimento do que esta fazendo. Sabendo, estará pensando e assim estará vibrando que é o elemento principal em qualquer oferenda. Lembrem-se que cada Orixá tem sua cor representa através das velas e das fitas, cada um tem sua bebida,como também cada um tem sua fruta etc. Obs. Umbanda não faz obrigação (oferenda) com sacrifício de animais. 33 ATABAQUES Atabaque (ou Tabaque) é um instrumento musical de percussão. O nome é de origem árabe: at-tabaq (prato). Tem a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar – se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora. Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chacras superiores, coronário, frontal e laríngeo, ativando - os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como nos chacras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação. As ondas energéticas – sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão dissolvendo formas – pensamento negativos, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba tranforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás. Os pontos cantados transformam – se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda. A Curimba também é de suma importância para a manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de “chamada das linhas”, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Entendam bem, os guias não são chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos já encontram – se no espaço físico - espiritual do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. Portanto a curimba não funciona como um “telefone”, mas sim como uma sustentadora da manifestação dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Ao cantarmos com amor expressamos esse sentimentos, é assim que é a verdadeira invocação de Umbanda 34 Falando agora da função de atabaqueiro e curimbeiro, ou simplesmente da função de “ogã” como popularmente as pessoas chamam na Umbanda, enfatizamos a importância deles serem bem preparados para exercerem tal função em um terreiro. Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o ogã é “qualquer um que não incorpore” persiste. Mas afirmamos um ogã preparado de fato. é peça fundamental dentro do ritual de umbanda, ele (preparado) é um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “sector” da curimba. Por isso faz-se necessário que seja escolhido uma pessoa séria, estudada, conhecedora dos fundamentos da religião. Quando os Guias, incorporados fazem sua saudação à frente dos atabaques, estão saudando as pessoas que tocam, estão pedindo para que as forças movimentadas pela curimba sejam benéficas a todos, mas estão principalmente, saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores “anônimos” do astral. Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos sentidos em uma “simples” e humilde gira de Umbanda? GUIA (COLAR) Conhecidas também como "Cordão de Santo", "Colar de Santo" ou "Guias", são ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam. São compostas de certo número de elementos (contas de cristal ou louça, búzios, Lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc.), distribuídos em um fio (de Aço, Náilon ou fibra vegetal), obedecendo a uma numerologia e uma cromologia adequada; ou ainda, de acordo com as determinações de uma entidade em particular. Então, que fique claro aos umbandistas que o uso de colares ou "guias de proteção" não é uma coisa só da Umbanda ou dos cultos afros aqui estabelecidos. Inclusive, os índios americanos também usavam e ainda usam colares, braceletes, pulseiras e talismãs, tal como fazia e faz o resto da humanidade. Os padres da Igreja Católica usam rosários, crucifixos pendurados no pescoço (um colar, certo?), escapulários, etc., assim como todos os sacerdotes da maioria das religiões atuais o fazem com seus colares consagrados. Enfim, não há nada de excepcional, incomum ou fetichista no fato de os médiuns umbandistas usarem colares de proteção ou de trabalhos espirituais quando incorporados pelos seus guias 35 Para que servem: Têm poder de elevação mental. Se utilizadas durante um trabalho espiritual, tem função de servir como ponto de atração e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante naquele trabalho, servindo assim como elemento facilitador da sintonia para o médium incorporado. Elas nos auxiliam em nossas incorporações, pois estas atraem a "energia" particular de cada entidade, captando e emitindo bons fluidos, formando assim, um círculo de vibrações benéficas ao redor do médium que as usa. Servem como pára-raios. Se há uma carga grande, ao invés desta carga chegar diretamente no médium, ela é descarregada nas guias, e se estas não agüentarem, arrebentam. Podem ser utilizadas pelo médium, para "puxar" uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição. Que Fios (guia) e Conta Utilizar: Quando o médium inicia os trabalhos em nossa casa ele deverá adiquirir a sua primeira guia que é a guia das Almas, logo no primeiro dia . Como também a guia de Oxalá, o ideal é que os médiuns tenham pelo menos uma guia para participar dos trabalhos que a guia das Almas. A seguir, conforme o desenvolvimento do médium, as entidades que auxiliam os médiuns em seu desenvolvimento poderão pedir que se confeccionem outras guias(colares) de trabalho. Os guias espirituais sabem como consagrá-los (guias/colares) espiritualmente, imantando-as de tal forma que, após cruzá-las, estão prontas para ser usadas pelos médiuns como filtros protetores ou pelos seus guias como instrumentos mágicos, ainda que só uma minoria dos guias as utilize efetivamente com essa finalidade e a maioria as prefira como pára-raios protetores ou descarregadores das cargas energéticas negativas trazidas para dentro dos locais de trabalhos espirituais pelos seus consulentes. Não e indicado que o médium escolha suas guias por conta própria. As guias devem ser tratadas pelos médiuns com todo carinho e o máximo de respeito, pois após elas serem cruzadas pelas entidades, passam a ser elementos sagrados representando os Orixás. 36 Toda guia antes de ser usada pela primeira vez, deverá ser cruzada (sagrada) por uma entidade de um médiun coroado, pai ou mãe pequeno ou se possível pelo pela entidade chefe da casa. Ter uma guia no pescoço, sem estar consagrada e imantada não representa nada, energeticamente falando, seria apenas mais um colar. VESTUÁRIO Por Que Usamos O Branco ? Dentre os princípios da Umbanda, um dos elementos de grande significância e fundamento, é o uso da vestimenta branca. Em 16 de novembro de 1908, data da anunciação da Umbanda no plano físico e também ocasião em que foi fundado o primeiro templo de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, o espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade anunciadora da nova religião, ao fixar as bases e diretrizes do segmento religioso, expôs, dentre outras coisas, que todos os sacerdotes (médiuns) utilizariam roupas brancas. Mas, por quê?. Teria sido uma orientação aleatória, ou o reflexo de um profundo conhecimento mítico, místico, científico e religiosoda cor branca? No decorrer de toda a história da Humanidade, a cor branca aparece como um dos maiores símbolos de humildade e fraternidade já utilizados. Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados porque utilizavam a magia para fins positivos, e também porque suas vestes sacerdotais eram constituídas de túnicas e capuzes brancos. O próprio Cristo Jesus, ao tempo de sua missão terrena, utilizava túnicas de tecido branco nas peregrinações e pregações que fazia. Porque a roupa branca transmite a sensação de assepsia, calma, paz espiritual, serenidade e outros valores de elevada estirpe. Se não bastasse tudo o que foi dito até agora, vamos encontrar a razão científica do uso da cor branca na Umbanda através das pesquisas de Isaac Newton. Este grande cientista do século XVII provou que a cor branca contém dentro de si todas as demais cores existentes. Portanto, a cor branca tem sua razão de ser na Umbanda, pois temos que lembrar que a religião que abraçamos é capitaneada por Orixás, sendo que Oxalá, que tem a cor 37 branca como representação, supervisiona os Orixás restantes. Assim como a cor branca contém dentro de si todas as demais cores, a Irradiação de Oxalá contém dentro de sua estrutura cósmico-astral todas as demais irradiações (Oxossi, Ogum, Xangô, etc.). A implantação desta cor em nossa religião, não foi fruto de opção aleatória, mas sim pautada em seguro e inequívoco conhecimento de quem teve a missão de anunciar a Umbanda. Salve o Caboclo das Sete Encruzilhadas!!!!! Vestuário Uniforme, Uma Necessidade Uma das bases trazidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da anunciação da Umbanda no plano físico, evento histórico ocorrido em 15/16 de novembro de 1908, em Neves, Niterói - RJ, é a que diz respeito a igualdade. Sabemos que na atual sociedade, com valores deturpados ou invertidos, é comum as pessoas avaliarem umas as outras, não pelo grau de espiritualidade, moral, caráter e boas ações, mas sim pelo que se apresenta a nível de posses materias. Dentro deste contexto, é corriqueiro, embora extremamente falho, valorizar ou conceituar os habitantes deste planeta tendo como base a apresentação pessoal externa do indivíduo, ao invés de se atentar para qualificativos internos. Prioriza-se bens materiais em detrimento das virtudes (da valores). E é justamente por tudo isto que a Umbanda adotou o vestuário uniforme, para que alguns assistentes ainda enraizados em equivocados conceitos não tenham como dar vazão a seus distorcidos juízos de valor. Assim, quem adentra por um terreiro na esperança de cura ou melhora de seus problemas, jamais terá a possibilidade de identificar no corpo mediúnico, todos com trajes iguais, eventuais ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais. Não terá a oportunidade de saber se por trás daquela roupa sacerdotal encontra-se um rico empresário, um camelô, ou uma empregada doméstica. Porque há quem vincule a eficácia de um socorro espiritual tomando por parâmetro o próprio médium através do qual a entidade se manifesta. Se o medianeiro atuasse nas sessões de caridade com trajes civis (comuns), algumas pessoas, que pensam da forma citada, passariam a tentar analisar o grau de intelectualidade, de situação financeira, social etc., pela qualidade do vestuário apresentado pelos médiuns. Então, sacerdotes calçando sapatos de fino couro, camisas e calças de marcas famosas, seriam facilmente identificados e preferencialmente procurados. Outros tantos, humildes na sua apresentação, seriam colocados em segundo plano. 38 TOALHA BRANCA ( PANO DE COSTA) E mais uma ferramenta do Médium que pode servir para bater cabeça ou até mesmo para limpeza de seu suor durante os trabalhos. Em nosso terreiro não exigimos o pano de costa como parte do vestuário do médium, mas em sendo todo branco e medindo aproximadamente 50cm. X 76cm. Será permitido. BANHOS Nos banhos ritualísticos de uma maneira geral (são rituais) utilizamos determinados elementos da natureza, de maneira ordenada e com conhecimento de causa, com o intuito de troca energética entre o indivíduo e a natureza, a fim de fornecer-lhe e proporciona equilíbrio energético e mental. Estes banhos prestam-se para limpar as energias negativas, livrar as pessoas de influências negativas, reequilibrar a pessoa, aumentar a capacidade receptiva do aparelho mediúnico, já que os chacras serão desobstruídos, em fim, tem grande importância na manutenção dos corpos. Embora o banho utiliza-se de elementos materiais, que serão jogados sobre o corpo físico, a contraparte etérica será depositada sobre os chacras, corpo astral e aura que receberão diretamente o Prana ou éter vital, bem como a parte astral dos elementos densos. Qual a sua função: - Retirar as energias negativas que estão impregnadas no paciente e revitalizar ou seja imantar o paciente de energias positivas. Os banhos devem ser utilizados como remédio, Sempre tomados com as devidas precauções. Segundo as palavras do preto-velho: "Não adianta só o banho, temos que ter força para transmutar toda a negatividade em positividade". Sabemos como é difícil viver em um ambiente onde ainda prevalecem as energias da sensualidade, do egoísmo e da falta de amor ao próximo, por isso os banhos servem para auxiliar aqueles que se sentem pesados, doentes e procuram um meio de ficar "mais leves", limpando e vitalizando os seus veículos mais sutis. 39 Uma questão importante foi levantada pelo nosso amigo preto-velho: nada pode substituir o amor, o perdão e a paz interior. O banho é uma ferramenta auxiliar, uma bengala e jamais poderá substituir o esforço e a coragem dos que buscam vibrar na freqüência do Cristo. Use os banhos para se fortalecer, mas não faça deles o apoio para a sua caminhada espiritual. Um banho de limpeza retira as energias que estão "pesando" e o banho de vitalização ou elevação imanta a pessoa de energias positivas. Para o objetivo ser alcançado é necessário que o paciente se esforce para manter esse padrão vibratório de otimismo e confiança. Se retroceder ao padrão de pensamento e emoções descontroladas que tinha antes, tudo volta a ser como era. O amigo preto-velho deu um exemplo perfeito: "É como aquele que toma banho de sabão e se esfrega no chão". O padrão vibracional tem que ser melhorado e o mais importante: deve ser MANTIDO!!!! Como diria o Divino Mestre, "Orai e Vigiai!" A conhecida fé é muito importante quando se faz um tratamento visando alcançar a matéria que vibra outros planos da vida. Acreditar no tratamento atrai energias importantes, criando um ambiente propício para a ajuda dos amigos espirituais que doam energias e atuam inspirando "idéias" renovadoras. Podemos pensar no banho como um "momento" onde o médium se dedica a si, buscando a melhora ao se tornar receptivo para a ajuda externa. Se o médium não mantém um ambiente interior adequado, fica difícil aos espíritos atuarem na limpeza do ambiente externo (locais freqüentados) e interno (pensamentos e emoções). Quem deve tomar os banhos : Qualquer um pode tomar os banhos que serão mostrados neste artigo. Seja espírita, umbandista, católico, não importa o crédo, a natureza é sempre por todos!! Banho de Descarrego: Serve para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas. Estamos o tempo todo em contato com diversas pessoas e ambientes onde o mal e as energias negativas são abundantes. Por mais que nos vigiemos ora ou outra baixamos nosso nível vibratório e imediatamente estamos entrando nessa egrégora (campo) de energia negativa. Se não nos cuidarmos vamos adquirindo doenças, distúrbios e podemos até ser obssediado, por isso o banho de descarrego é fundamental. 40 Há dois tipos de banho de descarrego: o banho de sal grosso, que lava toda a aura desmagnetizando a pessoa(Este banho é muito eficiente para descarrego, porém não deve ser jogado na cabeça e após este banho deve se tomar imediatamente um banho de ervas para equilibrar as energias, uma vez que ele realmente é capaz de tirar toda a energia da aura, e o banho de ervas de descarrego, que tem efeito mais duradouro e consequências maiores que o banho de sal grosso pôs algumas ervas são naturalmente descarregadoras e sacodem energeticamente a aura de uma pessoa eliminando grande parte das larvas astrais e miasmas. Para preparar este tipo de banho devemos utilizar ervas quentes como arruda, guiné, aroeira, folhas de fumo, entre outras. Conclusão: Todos os banhos que vimos trazem benefícios, por isso devemos conhecer as erva de descarrego e quais as ervas de elevação espiritual que devemos utilizar. Agora com um pouco mais de conhecimento, Acredite na sua intuição na hora de adquirir a erva adequada e abra seu coração para esse maravilhoso arsenal de energias doadas pela mãe natureza e seja feliz. PASSE No espiritismo codificado por Allan Kardec, a palavra “passe” traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação: “Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens...” “Pode-se dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros...” “ pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes..”. O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos 41 variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia (entidade/mentor), possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como conseqüência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual. Com a finalidade de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que não fuja da doutrina da nossa casa, e que esteja dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas entidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e simbologia, considerada “Magia Popular”. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos e etc. Nos vários métodos também observamos, rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico-religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros. Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado. Durante o “Passe Umbandista” algumas vezes podemos observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório 42 desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos variados de acordo com o que esteja associado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o que é inesgotável. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Caboclo (a), Preto Velho são nossos Mestres. 43 ENTIDADES E GUIAS ESPIRITUAIS Entidade é o nome dado a todos os espíritos que estão em uma faixa de vibração astral, boa para o trabalho na Umbanda. Conforme seu grau de evolução espiritual, esses espíritos são levados a fazer parte de uma falange (agrupamento de espíritos), a fim de atuarem, aprenderem e evoluírem espiritualmente. Lá eles permanecem até a possível volta para uma reencarnação ou a evolução para um plano espiritual superior. As entidades que curvam nos terreiros de umbanda, tem como função promover a comunicação do encarnado (ser) com o Astral Superior que é a vontade e a força dos Orixás, e assim de Deus, e são os espíritos que chamamos de guias e protetores. Isto quer dizer que estes espíritos deverão possuir uma vestimenta, uma roupagem fluídica para que possam se manifestar nos terreiros de umbanda. Por ser uma religião espiritualista e mediúnica, seus ritos são sempre conduzidos diretamente ou indiretamente por espíritos desencarnados. Mas na Umbanda os espíritos mentores, chamados de guias, sempre deverão pertencer a uma falange, ou seja a um agrupamento de entidades que escolhem uma determinada forma para se apresentarem.Dizemos que a Umbanda é fundamentada em um tripé essencial, que são as formas de apresentação (essenciais), sem as quais não se pode falar em Umbanda, e isso é unânime. Pretos-Velhos, Caboclos e Crianças formam o essencial da Umbanda. Significando o desenvolvimento da vida, ou seja o início da vida, a pureza e a simplicidade, a descoberta (infância = crianças), o amadurecimento a virilidade o destemor, a vontade e o arrojo, a força (adulto = caboclo) e o amadurecimento, a sabedoria da vivência, a humildade de quem já viveu muito, a experiência e o conhecer das outras fases (velhice = pretos-velhos). 44 FALANGES Falanges: são agrupamentos de espíritos afins que possuem a mesma vibração. São elas: pretos velhos, caboclos, crianças, boiadeiros, orientais e mestres que trabalham na cura. Acreditamos que para conhecermos minimamente nossa religião precisamos saber como ela é estruturada no plano superior, como ela é estruturada espiritualmente e como ela responde as questões sobre a morte, ou seja, a Vida após a vida. Portanto, precisamos saber como ‘é’ e como ‘acontece’ tudo isso na Umbanda. Em primeiro lugar, na Umbanda não existe umbral ou colônias, como conhecemos na doutrina kardecista ou céu e inferno, como prega a religião católica. Na Umbanda o astral se divide em FAIXAS VIBRATÓRIAS POSITIVAS que acolhem os espíritos em processo de ascensão espiritual, que são os espíritos virtuosos. E FAIXAS VIBRATÓRIAS NEGATIVAS que acolhem os espíritos em queda, que são os espíritos viciados e desequilibrados emocionalmente. Na Umbanda nós não incorporamos Orixás e sim os falangeiros dos Orixás que são entidades evoluídas espiritualmente que vêem trabalhar nas giras de Umbanda. Essas entidades constituem o que denominamos falanges de Umbanda e podem penetrar em todas as vibrações de Orixás e na vibração do Oriente Assim, a Falange do Caboclo Coral, por exemplo, é composta de inúmeras entidades que se apresentam nos terreiros com esse nome. Isso explica porque podemos encontrar entidades de mesmo nome atuando em locais diferentes à mesma hora, ou até mesmo no mesmo local. As entidades trabalham em multiplicidade, cada uma conservando o nome e as características do Chefe da Falange que compõem. 45 Texto para Reflexão Leia a entrevista com Chico Xavier sobre a nossa religião! Sua opnião sobre a mediunidade no Brasil, sua devoção além do espirítismo, mas também ao movimento Umbandista e +!!! Pergunta: A Umbanda e o Espiritismo caminharão juntos na evolução do Brasil? Resposta de Chico Xavier: Acreditamos que todos nós os cristãos estamos caminhando para a vitória do Cristianismo no Brasil. Pergunta: Por que a mediunidade no Brasil é mais do que no resto do mundo? Estará esse fenômeno incluído na evolução do povo brasileiro? Resposta de Chico Xavier: Os espíritos amigos sempre nos informaram que estes fenômenos se devem a características de povo cristão que marca a comunidade brasileira. O espírito do Cristo é profundamente assimilado pela maioria daqueles que nasceram na terra abençoada do Brasil. E por isso mesmo a revelação tem aqui dimensões talvez maiores que em outras partes do mundo até que o espírito de Cristo consiga também ser assimilado no Brasil e até outros países. Pergunta: A seu ver como sente a Umbanda atual? Resposta de Chico Xavier: Eu sempre compreendi a Umbanda como uma comunidade de corações profundamente veiculados a caridade com a benção de Jesus Cristo e nesta base eu sempre devotei ao movimento umbandista no Brasil o máximo de respeito e a maior admiração. Pergunta: Chico, cada religião, traz ou deve trazer algo de verdadeiro que possa contribuir para a salvação de seus profientes (o Hinduísmo trouxe o dharma para os Hindus, o Hermetismo a ciência e o poder das forças ocultas, o Orfismo é a religião da beleza para os gregos, o Cristianismo o amor e assim por diante) o que traz de positivo a Umbanda? 46 Resposta de Chico Xavier: A meu ver o movimento de Umbanda no Brasil está igualmente ligado ao espírito de amor do cristianismo. Sem conhecimento de alicerces umbandísticos para formar uma opinião específica eu prefiro acreditar que todos os umbandistas são também grandes cristãos construindo a grandeza da solidariedade cristã no Brasil para a felicidade do mundo. Pergunta:O que você acha do mediunismo na Umbanda através de “caboclos” e “pretos-velhos?”. Resposta de Chico Xavier:: Acredito que o mediunismo no movimento de Umbanda é tão respeitável quanto a mediunidade das instituições kardecistas com uma única diferença que eu faria se tivesse um estudo mais completo de Umbanda; é que seria extremamente importante se a mediunidade recebesse a doutrinação do espírita do evangelho com as explicações de Alan Kardec fosse onde até mesmo noutras faixas religiosas que não fosse a Umbanda. Porque a mediunidade esclarecida pela responsabilidade decorrente dos princípios cristãos é sempre um caminho de interpretação com Jesus de qualquer fenômeno mediúnico. Pra Pensar: Existem registros de que no dia 19 de abril de 1976, Chico Xavier, atendeu cerca de 2000 pessoas na Comunhão Espírita Cristã de Uberaba, totalizando mais de 18 horas de trabalhos ininterruptos. Isso significa dizer, meus irmãos, que por mais que se faça há sempre algo por fazer. Assim, podemos dizer que é sempre necessário que nos doemos cada vez mais. 47 MACAIA Definimos Macaia como Local das matas onde os médiuns se reúnem em uma linda gira de encerramento em contato mais intimo com todos os orixás, ou seja, próximo da natureza. Nela fazemos o batismo na água corrente, dos irmãos que estão iniciando na casa. È também o momento apropriado para fazer as oferendas às entidades, que estiveram presentes conosco em todas as giras do ano, como agradecimento por todos os benefícios concedidos durante o ano, fazendo assim o fechamento dos trabalhos. Cada médium devera buscar junto do chefe da casa ou dos pais ou mães pequeno(a) s, a oferenda ideal para entregar (arriar) aos Orixas ou a seus guias e protetores, no dia da macaia. TEXTO: Quando a Macaia Silencia “Vocês costumam dizer, quando visitam a macaia, que lá há uma paz enorme, um silêncio maravilhoso, uma tranqüilidade espetacular. Mas a verdade é que a macaia, quando em paz não é nada silenciosa. Ouve-se constantemente o farfalhar das folhas das árvores ao vento, o canto dos pássaros e os sons naturais dos animais. Quando a macaia silencia é sinal de Deus de que vem tempestade ou de que, de alguma maneira, o seu equilíbrio está ameaçado, invariavelmente pela ação do homem, através de queimadas, corte irregular de madeira ou até mesmo um simples “despacho”. Após a ação natural (tempestade) a harmonia se restabelece naturalmente. Já pela ação do homem... A cada dia que passa essas ações estão agredindo mais e mais as matas. As aves estão tendo que mudar até seu curso migratório. Os animais estão invadindo territórios alheios em busca de alimento. Em muitos lugares os rios estão contaminados e as chuvas ácidas, não servindo para germinar a terra. São constatações, simples constatações. Em dada hora, a macaia silenciará em definitivo. Os pássaros não terão mais árvores para fazerem ninhos, a terra estará estéril e o silêncio tomará conta de tudo, e esse silêncio não será maravilhoso. As representações e os focos das energias dos Orixás criadas por Deus estão sendo comprometidos aqui na terra. A caminhar assim o silêncio na Macaia não significará mais aviso ou alerta, mas morte.” Caboclo Pery 48 PONTOS DE ABERTURA (SEGURANÇA) Podemos observar que encontramos nos cânticos, na música, a forma mais simples e sublime de louvação ao amor de Oxalá, para manter a ligação com o astral superior. Os pontos de abertura tem a função de desenvolveros trabalhos da corrente mediúnica e do trabalho espiritual. É necessária a participação e a concentração de todos os médiuns e assistência para a sintonia vibratória, para que as entidades possam encontrar um ambiente propicio ao trabalho a ser realizado durante a gira. Juntamente com os demais componentes da ritualística da umbanda, trazem força aos trabalhadores encarnados (médiuns e assistência) e desencarnados (entidades de luz) dessa grande religião. Podemos afirmar sem sombra de dúvidas, que os pontos de segurança, através de todos que na gira estão, formam uma faixa vibratória de re-ligação com as forças emanadas dos espíritos (Divindades), nos harmonizando em uma faixa vibratória compatível para o sucesso da firmeza de pensamentos e ações desencadeadas dentro da seara do trabalho mediúnico. Para que essa faixa vibratória se faça realmente presente, os cânticos devem ser entoados de forma que se expresse do interior do espírito humano, que chamamos a voz interior que vem do coração. O entendimento do que se está cantando é o que move as energias vibratórias da alma e assim se alcança a beleza da imagem projetada no astral. Não importa se você usa instrumentos ou apenas as palmas como ritmo para entoar os cânticos, mas a fé e a concentração como linha de vibração para tirar o máximo de proveito das energias dela provenientes. Alguns pontos de abertura: Almas: “quem caminha com as almas, caminha devagarzinho (2x), é devagar, é devagarzinho, quem caminha com as almas nunca se esquece do caminho.” Povo d'água: “abrindo a nossa gira, eu quero ver a sua imagem, malei-me nossa Senhora, ó Virgem da Conceição” Oxalá: “eu vou pedir a zambi eu vou pedir a oxalá (2x), eu vou fazer minha prece pra oxalá me ajudar(2x)” 49 SESSÃO Sessão é o espaço de tempo em que uma atividade ocorre, como por exemplo: a sessão de 1ª e 2ª segunda feira de cada mês, onde os médiuns se reúnem para estudo de determinado assunto, sessão de um filme, de um teatro e etc. Sessão é uma reunião durante um determinado período. Ou seja, quando você vai no cinema você vai numa sessão. A sessão pode ser deliberativa ou uma atividade específica como um espetáculo de música, de cinema, uma sessão de fotos, uma sessão de terapia e etc. Sessão significa o intervalo de tempo durante o qual se realiza uma reunião. A palavra está relacionada com o ato de sentar-se (por exemplo, para assistir a uma sessão de cinema ou para uma reunião) e tem origem etimológica do latim sessio, que significa “assento”, “cadeira”. GIRA- (no idioma quimbundo nijra, caminho), na Umbanda, é a reunião, o agrupamento de vários espíritos, que se manifestam através da incorporação nos médiuns. A gira pode ser festiva, de trabalho. Gira no seu sentido mais comum é o termo utilizado para denominar as sessões de umbanda, onde o chefe de terreiro (pai de santo ou pai pequeno), é considerado sacerdote na lei de umbanda, conduz os trabalhos junto aos seus guias que trabalham incorporados no mesmo. Antes do início do trabalho, deve-se fazer uma prece, passar o defumador e saudar linhas. Em nossa casa o comum é saudar as Almas, o povo d’agua, Oxalá e a todos os Orixas, através de canticos, para que faça a segurança da casa e de todos os presentes. E assim começam os trabalhos, que podem ser de passe, de cura ou de orientação espiritual (caridade espiritual), através dos médiuns coroados e incorporados de seus guias (caboclo, preto velho e crianças). Após o trabalho agradecemos a presença e o auxílio de todos os Caboclos, Pretos Velhos e a toda corrente do Caboclo Coral, que é a entidade chefe da casa, e assim, encerra-se a Gira. O termo (Gira) também é usado para as sessões de desenvolvimento dos médiuns iniciantes, quando as entidades preparadas para esse fim o fazem "girar", facilitando assim a incorporação de seus guias nas primeiras vezes. 50 CAMBONO É o médium que participa das giras, como auxiliar dos Guias em terra,(incorporados) podendo ser designado na hora dos trabalhos ou previamente, dependendo da necessidade de cada entidade. O cambono tem grande importância durante os trabalhos, sua energia é fundamental na sustentação vibracional. Apesar de muitas vezes passarem despercebidos pelos consulentes e assistência, eles são os responsáveis pelo bom andamento dos trabalhos. O cambono geral de nossa casa é o Sr.Ailton, antes de qualquer coisa, é pessoa de extrema confiança do chefe da casa, assim como os cambonos das entidades é para o médium coroado. portanto, caso perceba qualquer coisa estranha, qualquer coisa que não faça parte dos procedimentos normais de nossa casa, devera informar ao Guia-chefe ou Pai ou Mãe Pequena que esta no comando dos trabalhos, na mesma hora. É por isso que é tão importante, e necessário, que o cambono saiba todos os procedimentos de trabalho e todas as normas e conduta que entidades e médiuns devem ter dentro do Templo. Enfim, o Cambono é o grande ajudante do Centro. É ele quem tem todas as obrigações modestas do Centro e é um grande trabalhador anônimo. Lembrando que o Cambono, nem sempre tem condições de responder a todas as dúvidas e necessidades da assistência, ele é um mero mensageiro, um interlocutor, que facilita o bom andamento dos trabalhos. Ele tem como responsabilidade cuidar dos apetrechos do Guia, buscando garantir a organização dos objetos a conservação e limpeza do ambiente (uso de cinzeiros, copos, etc) bem como guardando nos lugares corretos os objetos de trabalho como por ex. (banco, prancheta, etc). Outra responsabilidade é a anotação, bem legível, e correta das orientações do Guia, bem como do material que for solicitado. REQUISITOS IMPORTANTES PARA SER UM BOM CAMBONO Responsabilidade - O cambono precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade. Firmeza mental e emocional - É responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho. O cambono deve ter grande firmeza de pensamento e 51 sentimento a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam pôr a perder a segurança do trabalho. Equilíbrio vibratório - Como trabalha principalmente com energias que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos o cambono, deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo quando necessário. Ausência de preconceito - O cambono não pode ter qualquer tipo de preconceito. Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus. Discrição - O cambono nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa. Cambonos não são empregados de nenhum médium ou entidade, e nem pode virar empregado particular de ninguém. Todos que tem essa função e por algum momento não estão cambonando, deverão ajudar a todas as entidades, e não escolhendo por afinidades. Gostar mais ou menos de uma entidade ou de um médium é normal, mas se estão a trabalho faça o com Amor independente de que entidade for. Obs. Amor e Caridade são as ferramentas Certas! 52 PONTOS CANTADOS Um dos fundamentos de vital importância para a harmonização e eficácia dos trabalhos dentro de um templo umbandista é, sem dúvida, o que diz respeito aos Pontos Cantados (as curímbas). Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um terreiro pela primeira vez. E também um dos aspectos mais importantes para se efetuar uma boa gira. Em tempos remotos, uma das formas encontradas para a reaproximação com o Divino foi a música, onde se exprimiam o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior.Desta forma, os cânticos tornaram-se um atributo socio-religioso, comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior. Em realidade os Pontos Cantados são verdadeiros mantras, preces, rogativas, que dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências Espirituais que nos regem. Existe toda uma magia e ciência por trás das curimbas que, se entoadas com conhecimento, amor, fé e racionalidade, provocam, através das ondas sonoras, a atração, coesão, harmonização e dinamização de forças astrais sempre presentes em nossas vidas. A Umbanda é capitaneada (comandada) por sete Forças Cósmicas Inteligentes, que são as principais e que, por influência dos Pretos-Velhos, receberam os nomes de Orixás, sendo que a irradiação ou linha de Oxalá (Jesus Cristo), precede todas as demais, razão pela qual as comanda. Todas estas irradiações têm seus pontos cantados próprios, com palavras-chave específicas e a justaposição de termos magísticos, de forma que o responsável pela curimba deve ter conhecimento do fundamento esotérico (oculto) da canção. Temos visto em algumas ocasiões determinadas pessoas até com boas intenções, mas sem conhecimento, "puxarem" pontos em horas não apropriadas e sem nenhuma afinidade com o trabalho ora realizado. Tal fato pode causar transtornos à eficácia do que está sendo feito, uma vez que podem atrair forças não afetas àquele labor, ou ainda despertar energias contrárias ao trabalho. 53 Quanto à origem, os pontos cantados dividem-se em Pontos de Raiz (enviados pela espiritualidade), e Pontos terrenos (elaborado por pessoas) Os Pontos de Raiz ou espirituais jamais podem ser modificados, pois constituem-se em termos organizados, ou seja, com palavras colocadas em correlação exata, que fazem abrir determinados canais de interação físico-astral, direcionando forças para os mais diversos fins. No que concerne aos Pontos cantados terrenos, a Espiritualidade os aceita, desde que pautados na razão, bom senso, fé e amor de quem os compõe. Quanto à finalidade, os Pontos Cantados podem ser: Pontos de chegada e partida; de vibração; de defumação; de descarrego; de fluidificação; contra demandas; de abertura e fechamento de trabalhos; de firmeza; de doutrinação; de segurança ou proteção (são cantados antes dos de firmeza); de consagração do Congá e outros mais. Vimos pelo acima exposto que as curimbas, por serem de grande importância e fundamento, devem ser alvo de todo o cuidado, respeito e atenção por parte daqueles que as utilizam, sendo ferramenta poderosa de auxílio aos Pretos-Velhos, Caboclos, Exus e demais espíritos que atuam dentro da Corrente Astral de Umbanda. O que ocorre no “lado de Lá” enquanto cantamos os pontos? Segundo o espírito de Ângelo Inácio: “Os cânticos, além de identificarem cada Espírito Que se manifesta, serve igualmente como condensadores de energia, uma espécie de Mantra, que são palavras consagradas por seu alto potencial de captação energética. É a Força Mágica da Umbanda. Observei o ambiente Espiritual da Tenda. À medida que o povo cantava em ritmo próprio, parecia que imensa quantidade de Energia Luminosa ia se formando por cima da Assistência, segundo o “Ponto” cantado. De cores variadas, as energias iam se aglutinando na psicosfera ambiente e depois eram absorvidas pelas Auras de todos que ali estavam, além de agregarem em torno do Congá. O fenômeno era maravilhoso de se ver. Em meio ao redemoinho de energias, Espíritos que se manifestavam na forma de Crianças canalizavam esses recursos para os Assistentes, que estremeciam ao receber o choque energético. Eram os fluidos que os atingiam e desestruturavam as criações mentais inferiores, e os demais parasitas que se encontravam nas Auras dos participantes.” 54 OGÃ Ogan: Palavra de origem Bantu que significa: Chefe. Tanto na Umbanda, quanto no Candomblé, este cargo é muito respeitado, porém como este tópico é destinado a Umbanda, falaremos das suas atribuições na mesma. Dentro de um terreiro de Umbanda o Ogã é tal qual como o nome significa o chefe, aquele que vêm logo após a Mãe ou Pai pequeno. O ideal é que os Ogãs não tenham incorporação (estado de transe), e assim sendo em todas as vezes que a Mãe ou Pai pequeno estiverem na função de comando dos trabalhos e incorporados, os demais médiuns devem respeitá-los, tal como respeitam o pai ou mãe pequeno. O Ogã são os olhos da quele que esta no comando. É a pessoa que observa e coordenar toda a parte ritualística do terreiro, para que tudo corra bem. Quando uma entidade é nova ou se faz presente pela primeira vez, é para o Ogã que ela se apresenta isto é na ausência da Mãe ou Pai Pequeno. Além desta importante função o Ogã têm outra função, que é a de cantar e tocar os atabaques para que as entidade possam trabalhar. Para tanto o mesmo é conhecedor de todos os Pontos. Como é feita a escolha de um Ogã: Dentro da Umbanda, a escolha do Ogã deve ser feita pelo Dirigente (babalorixá) A partir deste momento ele passa por um período de aprendizado e logo após este período ele é Coroado. Um bom Ogã consegue perceber quando determinada entidade está por vir, se é realmente um espírito doutrinado ou não. No Terreiro Dois Irmãos Unidos, tem doutrina e hierarquia e o Ogã conhecendo essa doutrina, pode até mesmo solicitar que determinada entidade vá embora por não se comportar dentro da doutrina da casa. O Ogã coroado é a pessoa de elevada confiança do dirigente, se por ventura o ogã tomar uma decisão ou der uma ordem que o dirigente não goste, o mesmo chama o ogã no quarto de santo, e junto com o pai e ou a mãe pequena os três conversam separadamente sem que os médiuns tomem conhecimento. OGÃ E SUA FUNÇÃO O Ogã anuncia a linha e “puxa” a vibração das entidades na gira, pois o mentor espiritual dos ogãs é o responsável por criar as condições adequadas que atraem as linhas que irão se comunicar. Assim, vê-se a importância dos ogãs saberem os pontos e o que cada ponto significa, a energia que cada ponto traz. A vibração espiritual do médium que está girando está associada com a vibração do canto e da voz dos ogãs, e todos os médiuns, principalmente os ogãs têm a função de concentrar e canalizar as 55 energias durante o trabalho. Assim, o ogã precisa aprender não só a cantar com a voz, mas também, com a alma, com o coração. Como o pai ou mãe pequeno que está no comando dos trabalhos, precisa estar incorporado durante a gira, os ogãs não devem contar com eles para saber que pontos devem cantar. Com o passar do tempo, o ogã conquista uma grande sintonia com os médiuns e com os guias de cada médium. Por isso, a preparação mediúnica antes dos trabalhos é particularmente importante para o bom desempenho de suas funções. Com a incorporação da entidade e a boa sintonia entre o ogã e a Entidade que esta no comando, os trabalhos são fortalecido. O som e as palavras têm uma força normalmente subestimada por nós. Se soubéssemos da repercussão da música e das palavras na mente das pessoas, seríamos muito mais cautelosos e atenciosos no falar e no cantar. Uma palavra, uma vez emitida, não se perde nunca e entra no mundo mental daquele que a ouviu. O som, o canto, o mantra, possui o mesmo valor, daí o dito popular que “quem canta, reza duas vezes”. Dependendo da intenção com que o som, ou o mantra, é emitido, ele eleva a vibração do ambiente, se irradia, atrai, despacha, limpa ou fortifica. Por isso, todas as religiões têm seus mantras, seus cânticos, seus pontos. A energia que atua no ogã é uma energia de força e segurança, pois é nesse sentido que a mediunidade dele é usada durante a gira. Como exercem a função de segurança e de doação, os Ogãs normalmente não incorporam, para que a energia da coroa seja mantida em constante equilíbriocom o trabalho. 56 CABOCLOS A palavra caboclo vem do tupi kareuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. Espírito que se apresenta de forma forte, com voz vibrante e traz as forças da natureza e a sabedoria para o uso das ervas. Os caboclos são espíritos de índios ou mestiços. Essas entidades caracterizam-se pelo seu altruísmo e decisão. Em geral, dominam a arte das ervas, receitando banhos e defumações para limpezas de seus filhos de fé e de suas casas. Quando incorporados as vezes se utilizam de charutos, que possuem função de limpeza astral dos consulentes. Essas entidades curvam nos terreiros de umbanda para trabalharem em beneficio daqueles que os procuram e promovem excelentes resultados, mas gostam mais de trabalhar nas matas, junto a natureza onde é seu habitat natural. Os Caboclos são espíritos que se apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta. Sabemos que existem os caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos. Saibam que o ritual da umbanda sagrada congrega em seus colégios existentes no astral, espíritos oriundos de todas as religiões, inclusive muitas já cumpriram suas missões no plano material, (não encarnam mais) mas continuam ativas do lado espiritual da vida (a vida eterna), onde tem planos espirituais só seus. E destinados a acolher seus afins que reencarnam nas mais diversas formações teológicas e mesmo culturais, tem se integrado as linhas de caboclos para realizar todo um trabalho de caridade, doutrinação e espiritualização junto aos seus afins encarnados. Muitas vezes observamos que vários médiuns incorporam entidades com o mesmo nome. Isso ocorre porque muitas delas costumam adotar o nome do chefe da falange. Por exemplo, as varias entidades que se apresentam com o nome de caboclo 57 pena branca, na realidade, não tem esse nome, utilizam do nome do chefe de sua falange que nesse caso é Caboclo Pena Branca. É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (arvore), sem ordem de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas). Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar seus pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é velo incorporado atendendo quem precisa. “Sua saudação:“Okê caboclo” CURIOSIDADE - O ESTALAR DE DEDOS Por que as entidades estalam os dedos, quando incorporadas ? Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima. Nossa mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo. O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus (parte gordinha da mão) e dentre as funções conhecidas pelas entidades, está a retomada de rotação e freqüência do corpo astral e a descarga de energias negativas. O estalar dos dedos é um impulso no corpo Astral do médium para direcioná-lo corretamente, a fim de liberá-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc. Cada entidade emite um som de acordo com seu trabalho, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes ou nos médiuns. 58 PRETOS VELHOS Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: Calma, Sabedoria, Humildade e Caridade. Mas não podemos esquecer que esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias e trocados por outras mercadorias como: espelhos, facas e bebidas etc. e que somente na África com tráfico negreiro em quatro séculos foram assassinados e escravizados cerca de 75 milhões de pessoas (negros). O trabalho era tão árduo que um negro escravo no Brasil não chegava a durar 10anos, trabalhavam em troca de trapos para se vestir e pão para comer. Então restavam a eles somente a sua fé, e era em seus cultos que eles resistiam, com um ritual de liberdade, protesto e reação contra a opressão dos brancos. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão. Mais tinham aqueles que se adaptavam mais facilmente a situação; com isso foram envelhecendo e constituindo seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referência para os mais jovens, ensinando-lhes os costumes e crenças; preservando assim sua cultura e religião. Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São ponto de referência para aqueles que os procuram. Curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz no seu caminho a trilhar; ele representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Não podemos afirmar quantas encarnações foram necessárias para alcançarem tal grau de elevação, mas por certo, uma, foi na condição de negro (escravo). Todos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas materiais anteriores: médicos, generais de exército, empresários, filósofos, ricos ou pobres, e para cumprir sua missão espiritual e ajudar os necessitados, escolheram incorporar na forma (roupagem) de pretos velhos. Todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura. A forma é apenas uma consequência da missão que vem cumprir na terra. Sendo assim eles poderão se apresentar em locais e formas diferentes como médicos, Caboclos ou até Exú, dependendo do trabalho que será realizado. Em alguns casos, se tiverem autorização e julgarem necessário, eles mesmos nos dizem quem são e a que vieram. 59 Principais características: conselheiro, caridoso, paciente, e para alguns são verdadeiros psicólogos, amigo e confidente. Para as pessoas, que são escravas do próprio egoísmo, só pensa em bens materiais, usam os trabalhos espirituais em benefício próprio, e esquecem de ajudar ao próximo; esses maravilhosos Espíritos de Luz (Pretos Velhos) deixam através de seus atendimentos importantes lições. Assim, com o passar do tempo essas mesmas pessoas entenderão suas verdadeiras missões, vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada umde nós. Os Pretos Velhos levam a força de Zambi (Deus) a todos que buscam aprender e a encontrar a fé, sem julgar ou colocar pecado em alguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e em si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando seus sofrimentos cármicos e elevando seu espírito. Apresentação da entidade : O termo Velho, Vovô ou Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com conhecimentos para nos passar e histórias para nos contar, sempre que permitimos. Como já vimos anteriormente a característica da entidade Preto Velho é sempre o conselho. Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas de concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar vela, bengala, cachimbo, lenços, toalhas e/ou cigarro de palha. Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um peso nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Normalmente andam apenas para as saudações ao atabaque, conga e ou babalorixá. Atendem na maioria das vezes sentados, praticando sua caridade e socorrendo a todos que com fé buscam o socorro espiritual. Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples, mas com grande humildade e sabedoria A figura de um Preto Velho representa a paciência, a calma e a perseverança que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente. 60 LINHA DE BOIADEIROS São espíritos hiperativos que atuam como refreadores do baixo astral, e são aguerridos, demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos. O símbolo dos boiadeiros é o laço e o chicote que, em verdade, são suas armas espirituais, verdadeiros mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo astral. Da mesma maneira que os pretos-velhos representam a humildade, os boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e sua necessidade de conviver com a natureza e com os animais, sempre de forma simples, mas com uma força e fé muito grande. São habilidosos e valentes. São regidos por Iansã - Oyá e Ogum, tendo recebido das mesmas, autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduzia sua boiada, onde levam cada boi (espíritos) para o seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, kiumbas e etc) de volta ao caminho do resto da boiada (caminho do bem). Suas maiores funções não são as consultas como as dos pretos-velhos, nem os passes e as receitas de como os caboclos, e sim o “dispersar de energias” aderida aos corpos, paredes e objetos. É de extrema importância esta função, pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, os boiadeiros “sempre” estarão atentos à qualquer alteração de energia do local (entrada de espíritos negativos). Portanto quando bradam em tom de ordem como se estivessem laçando seu gado, estão na verdade ordenando os espíritos que entraram no local a se retirarem, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que as presenças desses espíritos muitas vezes interferem nas consultas de médiuns conscientes. Esses espíritos atendem os boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhe passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Eles nos ensinam a força que o trabalho tem e que o principal elemento de sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta. 61 É uma linha poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e esses caboclos atuam nas sete linhas de Umbanda, e são descritos como Caboclos da Lei. Boiadeiros e Atabaques : Dentro da ritualistica de Umbanda existe um elemento de grande importância que é a Curimba formada por médiuns que se dedicam ao estudo dos cânticos ritualísticos. Há uma grande influência dos boiadeiros no trabalho da curimba, pois eles regem suas forças e fundamentos. Os atabaques são formados basicamente por três elementos da natureza: Animal (couro), Vegetal (madeira) Mineral (ferragens). Estes elementos por sua vez encontram-se no ambiente (reino) natural destas entidades e a força da curimba no terreiro está justamente em conseguir dissipar as energias negativas, inibir a ação de obsessores e desagregar miasmas e larvas astrais que estejam impregnados no ambiente de trabalho conseguindo com isso um êxito maior. Ervas de Boiadeiro: Alecrim do Campo, Capim-Manteiga, Cravo da Índia, Folha de Manga, Gravata e Chapéu de Couro. Saudação: Getuá Seu Boiadeiro! Crianças - ( IBEJI OU IBEIJADA ) São a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza. São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces. Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos. É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. A Criança na Umbanda é apenas uma manifestação de um espírito cujo desencarne normalmente se deu em idades infanto-juvenis. São muito barulhentos, embora alguns são bem mais tranqüilos e comportados. As Crianças da Umbanda tem os nomes relacionados normalmente a nomes comums, normalmente brasileiros. Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc… 62 As crianças de Umbanda comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas, Com Criança tudo pode acontecer. Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida. Os “meninos” são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as “meninas” são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc… Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência. Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a “brincadeira” (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão “engraçada” assim. Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis. A exteriorizaçãoda mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam. Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maior características de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados. A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do pais. Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erguida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe. Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessão. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos. MAGIA DA CRIANÇA O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são… todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez. A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue dominar essa magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar 63 da imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas, refrigerantes e trata a todos como tio e vô. Os erês são, via de regra, responsáveis pela limpeza espiritual do terreiro. Ervas de Beijada: Camomila, Erva doce, Abre caminho etc... OS ORIXÁS E OS CHAKRAS – Vovó Maria Conga Iniciemos por Oxalá, que vibra mais no chakra coronário e tem seu "receptor" no corpo físico na glândula pineal. Atuam basicamente pela irradiação intuitiva, pela inspiração e clarividência. Na magia, atuam coordenando o equilíbrio planetário. São os mestres que orientam o movimento de Umbanda, e em geral são os mentores de pontos de doutrina. Alguns nomes de entidades: caboclos Urubatã da Guia, Guaracy, Guarani, Aimoré, Tupy, Ubiratan e Ubirajara. Yemanjá tem maior receptividade vibratória no chakra frontal e na glândula pituitária. Manifestam-se serenamente, com beleza e suavidade. Dão um pequeno balanço geral e levantam os braços no sentido horizontal, tremulam as mãos e balançam a cabeça. É muito rara a incorporação, pois atuam na irradiação intuitiva e no corpo mental do médium. Não dão comunicação ou consultas, e, assim como a linha de Oxalá, são valiosos colaboradores, e algo silenciosos. Na magia atuam nas limpezas astrais pela movimentação do elemento água e dos espíritos da natureza, ondinas e sereias, ligados a esta vibratória. As vibrações desse orixá mantêm as forças das marés pelo magnetismo lunar, importantíssimo para a vida no planeta. É comum chamarem-se de caboclas Yara, Estrela do Mar, Indayá, Inhançã, Nana-Burucum, Oxum. Ibejis (ibeijada) vibra no chakra laríngeo, sendo a glândula tireóide sua receptora. Agem diretamente na fonação. Em geral gostam de falar. Suas incorporações vitalizam o complexo físico, etérico e astral dos médiuns e do ambiente. Emitem seus fluidos inicialmente pelo chacra frontal, "pegando" harmonicamente o aparelho, movimentando bastante os braços e pernas. Na magia neutralizam quaisquer fluidos enfermiços por suas vibrações puras, inocentes e de grande sabedoria. Em geral, se manifestam para "fechamento" dos trabalhos das demais falanges, deixando equilíbrio e paz para os consulentes e médiuns. Alguns nomes dessa vibratória, que se apresentam como crianças: Tupanzinho, Mariazinha, Chiquinho, Damião, Doum, Cosme, Jureminha. Os justiceiros de Xangô vibram com mais intensidade no chakra cardíaco: glândula timo. Na mecânica de incorporação, "ligam-se" ao chacra cardíaco pelo corpo etérico do médium, alterando a fisionomia e a voz, e o ritmo de batimentos do coração. As incorporações são fortes e marcantes, mas isso não quer dizer exibição ou agressividade, que ficam por conta do animismo dos médiuns. Na magia, trabalham retendo as entidades sofredoras e magos negros, levando-os para os tribunais divinos, onde se 64 restabelecerá o equilíbrio cármico. Corrigem erros e desacertos. Alguns caboclos dessa linha: Ventania, Rompe-fogo, Sete Montanhas, Pedra-branca, Sumaré, Sete Pedreiras. Os "guerreiros" de Ogum vibram mais no chakra gástrico ou solar: glândulas supra- renais. Representam aproximadamente 70 por cento das entidades manifestantes pela mecânica de incorporação. Na magia, atuam pronunciando sons cósmicos com os quais comandam os espíritos da natureza, preservando o médium e higienizando o ambiente. São os "guerreiros" vencedores de demanda, que combatem com heroísmo e valentia a escória do Astral Inferior, retendo-os e entregando-os para o encaminhamento das falanges de justiça do orixá Xangô. Alguns nomes desta vibração: caboclos Ogum Delê, Rompe-mato, Beira-mar, Megê, Yara, Humaitá, Sete Espadas. No chakra esplênico (baço) temos a posição mais vibrada de Oxóssi. São entidades suaves, que falam calmamente, sendo seus passes e consultas realizados em harmonia e calma. Na magia, são exímios manipuladores das energias expansíveis da natureza, tendo no elemento ar a sua representação. Atuam como xamãs curadores, extraindo do médium o ectoplasma necessário aos trabalhos de cura. Seguem alguns nomes de entidades dessa vibratória: caboclos Arranca-toco, Cobra-coral, Tupy-nambá, Jurema, Pena-branca, Arruda, Araribóia. O orixá Yorimá (as almas), ou pretos velhos, vibra mais intensamente no chakra básico, também conhecido por genésico. Atuam na mecânica de incorporação produzindo alterações na fisionomia, mas sem que os aparelhos percam a suavidade do conjunto. Geralmente os filhos curvam a cintura pelo desfalecimento das pernas, já que atuam fortemente no chacra básico. É oportuno salientar que muitos pretos velhos atuam pela irradiação intuitiva, mais diretamente nos chacras coronário e frontal, e que não precisam estar "incorporados" para as consultas e curas. Atuam com maestria em desmanchos de feitiçarias, de trabalhos de magia negra, dissipando fluidos pesados e deletérios. Utilizam os espíritos ligados à natureza, gnomos, duendes, silfos e salamandras, fiéis executores de seus comandos mentais para o bem e cura. Alguns pais e vovós desse orixá: Pai Guiné, Pai Benedito, Pai Joaquim, Pai Tomé, Vovó Catarina, Vovó Cambinda, Vovó Angola. 65 66Atributos dos Orixás Na Umbanda Tradicional teríamos algo mais ou menos assim: Por que é importante conhecer sobre esses domínios? Pois assim você, independente da vertente praticada, consegue compreender a ação das forças dos Orixás e porque devemos chamar (evocar) alguns e não outros para determinados assuntos. Além de poder compreender as influências energéticas que são aplicadas nas cores, velas, ervas, fitas, incensos e etc. O porque a vibração de Oxalá é mais intensa no branco e não no preto, entre tantas outras coisas. Independente de religião, muitas pessoas usam o branco, pois além de uma cor marcante que representa entre outras a paz, elas acreditam que o mesmo afasta as energias negativas e energiza quem o usa. Branco O branco repele as energias negativas e eleva as vibrações. Estimula a memória e gerencia o equilíbrio interior. Preto O preto transmite introspecção, favorece a autoanálise e sugere o silêncio, por isso é usado por pessoas que acabaram de perder um ente querido como sinal de luto. Umbanda, um verdadeiro e lindo caminho para chegarmos a Deus Salve Oxalá. Oxalá Fé, Crença, Religiosidade, Pureza, Amor Divino Ogum Lei, Ordem, Proteção, Abertura de Caminhos Oxóssi Conhecimento, Cura, Abundância, Prosperidade Xangô Justiça, Equilíbrio, Razão, Firmeza e Acabar com Inimizades Iansã Movimento, Direção, Encaminhamento, Resgate de Eguns Iemanjá Limpeza, Regeneração, Geração, Criação, Vida e Concepção Omulu Cura, Doença, Evolução, Transformação, Progressão, Destruição, Decantação e Paralisação Oxum Amor, União, Prosperidade, Sensualidade e Feminilidade Nanã Burukê Sabedoria, Maturidade, Decantação e Aconselhamento Ibejis Inícios, Começos, Inocência, Alegria, Cura