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PDF - Ética nas Organizações

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Ética
Organizações
nas
Ética
Organizações
nas
Rosiane Follador Rocha Egg
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Rosiane Follador Rocha Egg
Ética nas Organizações
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
Edição revisada
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© 2007 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor 
dos direitos autorais.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ 
__________________________________________________________________________________
E28e
Egg, Rosiane Follador Rocha
Ética nas organizações / Rosiane Follador Rocha Egg. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 
2012.
64 p.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-0495-9
1. Ética empresarial. 2. Comportamento organizacional. 3. Ambiente de trabalho. 4. Ética 
profissional. 5. Ética - História. 6. Administração - Aspectos morais e éticos. I. Título.
09-4106 CDD: 174.4
CDU: 174.4
__________________________________________________________________________________
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: Jupiter Images / DPI Images
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
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Sumário
História da ética | 5
Apresentação | 5
Fundamentos da ética | 5
Ética ao longo da história | 8
Relação da ética com outras ciências | 10
Moral e princípios éticos | 15
Ética e moral | 15
Virtudes segundo Aristóteles | 18
Princípios éticos | 19
Éticas e normas | 23
Evolução das normas | 23
Normas como regras de convívio | 28
Lições sobre organizações | 33
Conceito e modelos de organizações | 33
Relações humanas e relações sociais | 37
Mudanças e transformações | 37
Oscips e ONGs – Terceiro Setor | 38
Ética empresarial | 43
História da ética empresarial | 43
Ética nas relações de trabalho | 45
Gestão de pessoas e trabalho em equipe | 47
Código de ética nas empresas | 47
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Ética profissional | 51
Princípios éticos na conduta profissional | 51
Dilemas éticos | 53
Responsabilidade civil do profissional | 55
Código de ética nas profissões | 57
Referências | 61
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* Mestranda em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Especializanda em Direito Aplicado pela Escola da Magistratura do Paraná 
(EMAP). Graduada em Direito pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA).
1 A cidade-Estado ou pólis foi o modelo das antigas cidades gregas no período datado desde a Antiguidade até o helenista. 
História da ética
Rosiane Follador Rocha Egg*
Apresentação
Falar sobre ética é lembrar os antigos ensinamentos de uma época em que o homem começou a 
conviver em sociedade e, a partir dessa experiência, passou a estabelecer normas de comportamento 
e convívio. Dessa convivência dos grupos societários surgiu a ética, cujos valores até hoje permanecem 
e vão se modificando, sendo questionados e até mesmo banalizados ou esquecidos. 
Segundo o dicionário de Língua Portuguesa, ética é “o estudo dos juízos de apreciação que se 
referem à conduta humana susceptível de qualificação, do ponto de vista do bem e do mal, seja relati-
vamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto” (HOLANDA, 1999, p. 848). 
Para entender o que a ética representa nos tempos atuais, vamos começar, mesmo que sucinta-
mente, com os ensinamentos dos primeiros filósofos.
Fundamentos da ética
O significado da palavra ética vem do Grego ethos, referente ao modo de ser do indivíduo, ou ao 
caráter do ser humano. Na Grécia Antiga, período que coincide com o século IV a.C., os filósofos gregos 
foram os primeiros a pensar o conceito de ética, associando a tal palavra a ideia de moral e cidadania. 
Precisavam de honestidade, fidelidade e harmonia entre seus cidadãos, porque suas cidades-Estado1 
estavam em desenvolvimento.
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Sócrates
Sócrates, Platão e Aristóteles são os pensadores gregos mais estudados e citados no campo da ética. 
De um modo geral, afirmavam que a conduta do ser humano deveria ser pautada no equilíbrio, a fim de 
evitar a falta de ética. Pregavam a virtude, a estreiteza moral e outras atitudes voltadas para a ética.
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 a.C., e tornou-se um dos principais 
pensadores da Grécia Antiga. Aprendeu música e literatura, mas se dedicou à meditação e ao ensino 
filosófico. Desde jovem, Sócrates ficou conhecido pela sua coragem e pelo seu intelecto. Serviu no exér-
cito, desempenhou alguns cargos políticos e foi sempre modelo irrepreensível de bom cidadão. Desde 
a juventude, Sócrates tinha o hábito de debater e dialogar com as pessoas de sua região. Não fundou 
uma escola de pensamento, pois preferiu realizar seu trabalho em locais públicos, principalmente nas 
praças e ginásios. Costumava agir de forma descontraída e descompromissada, dialogando com todas 
as pessoas, o que fascinava jovens, mulheres e políticos de sua época.
Vázquez (1997, p. 231) esclarece com propriedade:
Resumindo, para Sócrates, bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam estreitamente. O homem age retamente 
quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se 
dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz. 
Para Sócrates, virtude é sabedoria (sofia) e conhecimento. Já o vício é o resultado da ignorância. 
O saber fundamental é o saber a respeito do homem. Sobre essa ideia, o pensador teria dito suas frases 
mais conhecidas como: “Conhece-te a ti mesmo” e “Sei que nada sei”.
Sócrates, devido à sua liberdade de expressão e às fortes críticas que fazia à política da Grécia, foi 
acusado de corromper os jovens da época e foi condenado a beber cicuta2. Morreu em 399 a.C.
Platão
Platão nasceu em Atenas, em 427 a.C. e morreu em 347 da mesma Era. Pertencia a uma família 
rica, da mais alta aristocracia grega.
Foi discípulo e admirador de Sócrates. Platão retratou seu mestre em muitas de suas obras, segun-
do Natrielli (2003), em A República: 
Platão descreve o diálogo no qual Sócrates pesquisa a natureza da justiça e da injustiça. Para isso, transferindo a análise 
do individual ao coletivo, procura a justiça “em letras grandes”, imaginando a constituição de uma cidade ideal. À medi-
da que essa cidade vai sendo construída, desde sua forma mais primitiva até se tornar mais complexa, há a necessidade 
de uma especialização de tarefas cada vez maior. Essa cidade terá então uma classe de guardiões para defendê-la e 
estes deverão receber uma boa educação para que sejam, segundo Sócrates, “brandos para os compatriotas embora 
acerbos para os inimigos; caso contrário não terão de esperar que outros a destruam, mas eles mesmos se anteciparão 
a fazê-lo” (p. 375). Sendo assim, uma grande parte do diálogo se dedica a decidir qual seria a educação mais adequada 
para se formar homens “com uma certa natureza filosófica” que terão a função de proteger e governar essa cidade 
imaginada como perfeita e justa. 
A descoberta da metafísica3 é atribuída à Platão, cujas reflexões filosóficas culminam para o mundo 
das ideias. Segundo a Teoria das Ideias de Platão, existem dois mundos; o primeiro mundo é composto 
2 Suco que se extrai de umaplanta rica em conicina, um dos venenos mais letais que existem. Era comumente usado na Grécia Antiga para 
executar condenados (HOUAISS, 2007).
3 Ciência ou o conjunto das ciências que estudam a essência das coisas, os primeiros princípios e causas do que existe (HOUAISS, 2007).
6 | História da ética
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por ideias imutáveis, eternas, invisíveis e diferentes das coisas concretas; o segundo, o mundo real, é 
constituído por réplicas das ideias (coisas sensíveis), cópias imperfeitas e mutáveis. Ao contrário do que 
se pode pensar, o mundo das Ideias, de Platão, é o lugar das coisas verdadeiras enquanto o mundo real 
é o lugar onde reinam as aparências e as sombras. Segundo esta premissa, o homem não se pode deixar 
levar pelos sentidos, que sempre lhe passam uma percepção distorcida das coisas que o rodeiam. 
A verdadeira realidade só pode ser atingida e verdadeiramente compreendida por intermédio da 
razão. Vale destacar que Platão também afirma que o bem é um molde sobre o qual deveria se processar 
toda a ação humana. Ele entendia que o elemento da vontade do homem deveria estar sempre voltado 
para o bem. 
Platão também encaminhou seus estudos para as áreas da política e da reforma social, em decor-
rência do seu envolvimento com a difícil situação de Atenas, após a Guerra do Peloponeso4. 
Ele ainda entendia que a pólis5 é o próprio terreno da vida moral e que a ética necessariamente 
desemboca na política. 
Platão reconhecia como “classes superiores” as dos governantes e guerreiros, pelas suas ati-
vidades de contemplação, guerra e política. As “classes inferiores” eram as dos artesãos – devido ao 
desprezo do pensador pelo trabalho físico – e dos escravos – considerados pela sua sociedade como 
desprovidos de virtudes morais e de direitos cívicos. A ética de Platão dava-se de acordo com as ideias 
dominantes, a partir da realidade social e política daquela época. 
Seguindo suas ideias reformistas, Platão fundou a sua escola em Atenas, que denominou Aca-
demia, um estabelecimento destinado à educação de adultos, com aulas ministradas por vários pro-
fessores. Nesse estabelecimento, as mulheres eram aceitas com os mesmos direitos à educação que 
os homens, um fato curioso que não condizia com a cultura daquele contexto, em que elas eram 
consideradas inferiores física e intelectualmente. No entanto, para as mulheres frequentarem as salas 
de aula deveriam trajar-se tal qual os homens. A Academia foi fechada após nove séculos de atividade 
pelo imperador Justiniano, por ser considerada um reduto de “paganismo” do povo grego.
Vale notar que, depois destes nove séculos, a cultura grega foi incorporada pelo Império Ro-
mano, que se dividiu em duas partes. A parte que coube ao imperador Justiniano, conhecida como 
Império Bizantino, adotou a religião cristã ortodoxa como oficial. Justiniano, durante seu governo 
(483 a 565 d.C.), buscou unir o Oriente e o Ocidente em torno de uma só religião. Autoritário, Justi-
niano combateu e perseguiu judeus, pagãos e heréticos, ao mesmo tempo que interveio em todos 
os negócios da Igreja, a fim de mantê-la como sustentáculo e sob controle. As catedrais dos Santos 
Apóstolos e de Santa Sofia foram construídas durante seu governo, para mostrar ao povo a força da 
aliança que a Igreja tinha com o Estado. 
Para Platão, as virtudes se dividem em grupos, como consta a seguir: 
a :::: prudência ou sabedoria é a virtude da parte racional do homem, ou seja, a parte que corres-
ponde à razão; 
4 Foi um conflito armado entre Atenas (centro político do mundo Ocidental do século V a.C.) e Esparta (cidade de tradição militarista e costumes 
austeros), de 431 a 404 a.C. De acordo com Tucídides, autor que relatou esse conflito, a razão fundamental deste foi o crescimento do poder 
ateniense e o temor que o mesmo despertava entre os espartanos. 
5 Pólis: as Polei (termo no plural) constituíram-se elementos fundamentais no desenvolvimento da cultura grega e, de um modo geral, 
Ocidental, que reafirmou a ideia de que o homem é fundamentalmente político, ou seja, da pólis.
7|História da ética
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a :::: fortaleza ou valentia é a virtude do entusiasmo, ou seja, dos impulsos de vontade e ânimo;
a :::: temperança ou autodomínio, relaciona-se à parte do apetite, à vida impulsiva e instintiva, 
mas que freia os prazeres corporais e
a:::: justiça como o equilíbrio de todas as virtudes (VÁZQUEZ, 1997, p. 231).
Platão associava cada parte da alma a uma determinada classe social própria de seu contex-
to. Segundo ele, a razão era própria da classe dos governantes e filósofos, pois a prudência os guiava. 
Os guerreiros eram guiados pela valentia e entusiasmo, pois defendiam as cidades-Estado. A temperança 
era característica da camada dos artesãos e comerciantes, motivados pelo apetite e pela moderação. 
A justiça social era a responsável pela harmonia entre todas as partes da sociedade grega da época. 
As principais obras de Platão são A República e Leis. Morreu em 348 a.C.
Aristóteles
Aristóteles nasceu na Macedônia, na cidade de Estagira, no ano de 384 a.C. Seu pai chamava-se 
Nicômaco e exercia a profissão de médico do rei da Macedônia. No ano de 367 a.C., quando Aristóteles 
tinha aproximadamente 17 anos, foi enviado a Atenas para completar sua educação, devido à intensa 
vida cultural daquela cidade que lhe acenara possibilidade de estudo. Ingressou na Academia de Platão 
e estudou ali até o ano da morte do mestre, quando consolidou sua vocação para filósofo. 
Em 343 ou 342 a.C., Aristóteles foi chamado para ser mestre do jovem Alexandre, o rei da Macedônia, 
quando este ainda tinha 13 anos. Posteriormente o filósofo voltou a Atenas, em 334 a.C., e fundou sua pró-
pria escola, o Liceu, cujos alunos eram chamados de peripatéticos6 . Morreu em 322 a.C.
Aristóteles, refletindo sobre como o homem poderia viver uma boa vida, afirmava que a felicidade era 
a finalidade de todo homem e a plena realização humana era a contemplação do exercício da razão humana. 
Ele ensinava que há três formas de alcançar a felicidade: pela virtude, pela sabedoria e pelo prazer. 
Escreveu aproximadamente uma centena de obras, mas muitos de seus livros perderam-se por 
terem sido proibidos pela Igreja Católica, no final da Idade Média. 
O pensamento moral de Aristóteles está exposto em obras como Ética a Nicômaco, Ética a Eudemo 
e A Grande Ética. As suas obras foram das mais discutidas e comentadas da Antiguidade, deixando uma 
importante herança para a história da cultura e da filosofia. 
Ética ao longo da história
Ética romana e Cícero
Entre os filósofos romanos da Antiguidade, podemos citar Marco Túlio Cícero, que nasceu em 
106 a.C. e morreu em 43 a.C. Além de filósofo, foi também orador, escritor, advogado e político romano. 
6 Discípulos de Aristóteles, assim chamados porque passeavam no pátio do Liceu aristotélico enquanto aprendiam os ensinamentos do 
filósofo mestre.
8 | História da ética
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Quando Julio César desencadeou a guerra que o levaria a dominar todo o império, tratou de eliminar 
seus últimos adversários. Entre estes estava Cícero, que, na época, era senador e figura proeminente da 
política romana. Vendo-se obrigado a deixar a vida pública, Cícero recolheu-se à vida privada e retomou 
a meditação filosófica. Discutiu diferentes doutrinas gregas sem, no entanto, vincular-se inteiramente a 
nenhuma. Seu conhecimento sobre a filosofia grega fora decorrente do período em que estudou em 
Atenas. Uma de suas frases mais célebres diz que “a filosofia é o melhor remédio para a mente.”
Os filósofos romanos dessa época, de um modo geral, convergiampara a mesma preocupação 
com a conduta humana, com o caráter do indivíduo e com seus costumes. Todos esses aspectos em 
conjunto recebem o nome de moral. Esses filósofos também acreditavam que o principal objetivo das 
ações humanas está na própria virtude, pela sua retidão ou honestidade. A moral foi para os romanos 
um conjunto de deveres que a natureza impôs ao homem, seja pelo respeito a si próprio, seja pela rela-
ção com os outros homens. 
Ética cristã na Idade Média
Por volta do século III a.C., o Império Romano passou por uma enorme crise econômica e política. 
A corrupção instalada no Senado e os gastos exorbitantes com artigos de luxo escassearam os recursos 
a serem investidos no exército romano, fato que atingiu negativamente o Império. Com o enfraqueci-
mento da instituição militar romana, somado à crise política avassaladora, no ano de 395 a.C., o impe-
rador Teodósio resolveu dividir os limites de seu império. Dava-se, com isso, o fim da Antiguidade e o 
início da Idade Média.
Nessa época, a religião cristã assumiu o papel de determinar os valores morais e éticos a serem 
seguidos por boa parte do Ocidente. Ganham ênfase as revelações dos livros sagrados traduzidos pelo 
clero e, a partir deles, passam a ser determinadas as regras de conduta sociais. A figura messiânica de 
Jesus de Nazaré tornou-se o grande arauto de uma nova ética: a do amor ao próximo. A Igreja Católica 
e seus dogmas7 se mantiveram por longos anos. 
São Tomás de Aquino
Santo Tomás de Aquino (1225-1274) foi um frade dominicano8. Era responsável pela orientação e 
proteção religiosa da sociedade. Seu maior mérito foi aplicar a visão aristotélica na doutrina cristã, fato 
que colaborou com o surgimento da Escolástica9. De acordo com Aquino, era a união do corpo com a 
alma que formava a identidade e dignidade de uma pessoa. O autor também acreditava que somente 
por meio do exercício da razão humana aliado à revelação divina o homem poderia atingir a perfeição 
das virtudes. Essa vertente afirma que Deus era o legislador, e os padres, os intérpretes da lei. 
Para Tomás de Aquino, a fé e a razão estavam unidas e não poderia haver contradição entre am-
bas, pois estavam sempre dirigidas rumo a Deus. Esse pensador também afirma que toda a criação é 
boa, tudo o que existe é bom quando se está sob a orientação dos mandamentos de Deus. Ele também 
afirmou que o mal é a ausência de uma perfeição divina.
7 Um dogma, no campo filosófico, é uma crença ou doutrina imposta, que não admite contestação. No campo religioso, é uma verdade divina, 
revelada e acatada pelos fiéis.
8 Ordem religiosa, de característica mendicante, fundada no século XIII por São Domingos.
9 Uma linha dentro da filosofia medieval, surgida para responder às questões sobre a existência humana por meio da fé. Ensinada pela Igreja, 
foi considerada guardiã dos valores espirituais e morais de toda a crença católica.
9|História da ética
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Idade Moderna
A partir do século XVI, durante a transição da Idade Média para a Moderna, a Igreja Católica come-
çou a cair no descrédito da população devido ao protestantismo e a outros movimentos que eclodiram 
com a Reforma Religiosa do século XVII. 
Destaca-se dentro desse contexto a figura de Martinho Lutero, monge que viveu entre os anos de 
1483 a 1546 e lutou pela reforma da Igreja Católica. Questionou a falta de ética na venda das indulgências10 
e de relíquias sagradas, como pedaços do manto de Jesus Cristo e de minúsculos fragmentos da sua cruz. 
Lutero foi a Roma e lá presenciou o comportamento antiético de alguns membros da Igreja. Percebeu 
que a venda de indulgências poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, 
deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Além dessa questão, Lutero criticava o fato 
de a Bíblia ser pouco acessível à população geral, pois poucos conheciam o idioma em que estava escrita 
(Latim), e os poucos exemplares do livro sagrado que existiam encontravam-se fechados nos conventos e 
igrejas. Ao contrário de uma elite eclesiástica, a grande maioria da população não conhecia a Bíblia. 
Lutero, no seu movimento reformista, promoveu a educação para todos, inclusive para cam-
poneses e mulheres. Traduziu a Bíblia do Latim para o Alemão, dando a oportunidade para que 
todos a conhecessem. O aperfeiçoamento da imprensa por Gutenberg11 também ajudou a divulgar 
a sagrada escritura dos cristãos.
Na Idade Moderna, foram consideráveis as transformações de ordem social, econômica e política, 
como as viagens às Índias e às Américas e a Revolução Científica, proporcionada por Nicolau Copérnico, 
Galileu Galilei, Newton, entre outros. 
A partir desse contexto, alguns filósofos modernos resgataram aspectos do pensamento filosófi-
co greco-romano no tocante à necessidade de toda a humanidade alcançar a sabedoria e a felicidade, 
principalmente pautando-se no equilíbrio e na razão. 
Immanuel Kant (1724-1804) foi um filósofo prussiano, considerado o último grande filósofo dos 
princípios da Era Moderna. Kant teve um grande impacto no Romantismo alemão e nas filosofias idea-
listas do século XIX. Para Kant, a ética é autônoma, ou seja, corresponde à lei ditada pela própria cons-
ciência moral. Esse filósofo deu prosseguimento à construção da própria ideia moral, afirmando que 
aquilo que o homem procura está dentro dele mesmo. Muitos foram os filósofos que seguiram Kant. 
Relação da ética com outras ciências
Ética e política
Estão relacionadas pela natureza do poder. Se pensarmos em democracia12, como nos ensina 
Zajdsznajder (1994, p. 96), a grande preocupação das pessoas que elegem o político refere-se ao uso 
10 Uma indulgência, na teologia católica, é o perdão ao cristão das penas temporais devidas a Deus, pelos pecados cometidos na vida 
terrena.
11 João Gutenberg ou Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg (1390-1468) foi um inventor alemão que se tornou famoso pela sua 
contribuição para a tecnologia da impressão e tipografia.
12 Regime de governo por meio do qual o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, 
por meio de eleitos representantes. Numa frase famosa, democracia é o “governo do povo, pelo povo e para o povo”.
10 | História da ética
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indevido do poder, quando o eleito coloca seus interesses particulares acima dos interesses do povo, 
desviando os recursos em benefício próprio ou para pagar promessas feitas durante a campanha eleitoral. 
É uma das questões éticas mais relevantes no campo da política. 
Bioética
Bioética enfoca as questões referentes à vida humana e às melhorias na qualidade de vida do 
homem. É composta por estudos multidisciplinares na área da Biologia, da Medicina e da Filosofia. Com 
o notável avanço da Medicina, em especial na pesquisa genética, surgiram grandes preocupações no 
campo da ética. A clonagem humana e a fecundação artificial são novas práticas genéticas que vêm 
alterar conceitos e realidades da sociedade de hoje. Por exemplo, com as descobertas da biociência, 
passou-se a questionar muitos pilares sobre os quais a família moderna está baseada. 
Tem-se por família o resultado da união de uma mulher e um homem. No entanto, notícias como 
as veiculadas no jornal O Globo de 12/01/2003 (Caderno da Família, p. 2), tratam exatamente de um 
novo conceito familiar. Vejamos: 
Uma clínica na Austrália mantém dois embriões congelados de um casal de milionários morto num acidente de carro 
em 1983. Ao saber da fortuna em jogo, numerosas mulheres ofereceram-se para gerar os bebês. Mas a justiça da Aus-
trália decidiu manter os embriões congelados.
Ética e Sociologia
Estão estreitamente ligadas, pois a Sociologiatrata das leis que regem o desenvolvimento e a 
estrutura das sociedades humanas. Além disso, estuda o indivíduo inserido no meio social, de quem 
se espera um comportamento ético para o bem coletivo. As transformações sofridas nos tempos mo-
dernos atingem o homem em sociedade. A evolução das máquinas no campo e na indústria causam o 
alto índice de desemprego, a evasão rural e a superpopulação nas cidades. A Sociologia, por sua vez, 
está cada vez mais próxima da ética para encontrar soluções para esses problemas presentes na vida do 
indivíduo contemporâneo.
Ética e Direito
A relação entre essas áreas refere-se ao próprio fato de que o homem está sujeito às normas 
que regulamentam as condutas sociais. Os homens necessitam das leis e de sanções para manterem 
a ordem na sociedade. A exemplo disso, tem-se o Código de Trânsito Brasileiro. A sociedade também 
precisa de estatutos para determinar regras de convívio, deveres e direitos, como o que está disposto 
nos estatutos da Criança e do Adolescente e do Idoso, todos da década de 1990. 
11|História da ética
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Ampliando conhecimentos
Assistir ao filme :::: Gladiador, de Ridley Scott, pois é uma produção que chama a atenção justa-
mente pelos conceitos de moral e ética de Roma. Seu império apoiava-se no poderio militar, 
cujos líderes colocavam seus caprichos particulares acima dos interesses reais do Estado, com 
poderes absolutos. O filme se passa num período de decadência de valores, quando a cor-
rupção já se apossava do Senado romano e da maioria de seus representantes. Vale a pena 
refletir e comparar aos dias atuais. 
 Assistir ao filme :::: Cruzada, também de Ridley Scott, que relata a história de dois guerreiros me-
dievais com culturas, crenças e visões diferentes. No entanto, esses rapazes, acima de tudo, 
têm condutas éticas e acreditam que é possível a convivência entre os povos e o respeito à 
individualidade. O filme traz alguns aspectos da vida religiosa próprios da Idade Média, pois 
trata das guerras religiosas e da ocupação dos muçulmanos na Terra Santa (séculos VII a XII, 
aproximadamente).
Ler o livro :::: O Mundo de Sofia: romance da história da filosofia, de autoria de Jostein Gaarder, 
editado pela Cia das Letras. Essa obra é um verdadeiro “passeio” por diferentes correntes filo-
sóficas contadas a partir de uma narrativa sobre a protagonista principal, Sofia. 
Para os internautas, a dica é consultar o site :::: Filosofia e Ideias no <www.geocities.com/
Athens/4539/>.
Atividades
1. Qual foi o motivo de indignação que levou Martinho Lutero a criar o movimento pela reforma da 
Igreja Católica? Que relação essa causa tem a ver com a ética? 
2. Cite quais as preocupações da bioética. 
12 | História da ética
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Gabarito
1. Lutero indignou-se com a Igreja Católica devido à prática de venda de indulgências. Essa é uma 
atitude considerada antiética, tendo em vista que não se pode vender algo cuja existência não se 
pode comprovar. 
2. A principal preocupação da bioética, no estágio de desenvolvimento em que se encontra, refere-
-se às condições da vida humana. Essa área desenvolve atualmente estudos sobre clonagem 
humana e fecundação artificial. 
13|História da ética
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14 | História da ética
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Moral e princípios éticos 
Ética e moral
 Relembrando a origem das palavras, ética vem do Grego ethos, que significa “modo de ser”. Moral, 
por sua vez, vem do Latim mores e significa “costumes”. 
Entre os filósofos contemporâneos que discutem o tema, encontram-se aqueles que acreditam 
ser a distinção entre moral e ética algo de elevada importância; já outros sequer distinguem os dois 
conceitos, ou ainda, fazem uma mistura completa, entrelaçando-os e interligando-os constantemente, 
como se um conceito não pudesse existir sem o outro. 
Na religião, por exemplo, pode-se dizer que tanto católicos como protestantes discutem regras 
de conduta e valores sociais. Contudo, para os protestantes, esses aspectos estão bastante relacionados 
à ética. Já os católicos, que discutem o mesmo conteúdo, definem-no no campo da moral. Para que 
haja uma compreensão simplificada sobre o assunto, é interessante alinhavar algumas diferenças, e, em 
outro momento, mostrar a igualdade de conceitos.
Diferenças de conceitos
Para diferenciar ética de moral, é razoável lembrar que a primeira procura as causas do compor-
tamento humano, as atitudes do indivíduo inserido em uma determinada sociedade. Pensar sobre ética 
induz a uma reflexão sobre o significado do bem, das virtudes e de nossa relação com o próximo. A 
moral, por sua vez, trata do juízo de valor concebido pelo indivíduo que agirá conforme sua consciência 
determina. Corresponde a um conjunto de regras de conduta social que contribuem para a harmonia 
da ordem de uma sociedade específica. Tais regras assumem as características próprias do contexto 
sócio-histórico vivenciado pelo indivíduo.
Tendo em vista que os códigos de moral mudam de país para país, de comunidade para comuni-
dade e até mesmo de família para família, deve-se ter muito cuidado ao se julgar esses códigos como 
“inadequados” ou “ignorantes”. Por exemplo, um ocidental, que possui uma moral muito diferente de 
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qualquer povo oriental, não pode querer impor seus princípios. Não há um código mais correto que 
outro, tendo em vista a diversidade cultural que se estende ao redor do mundo.
A moral, na explicação do filósofo Vázquez (1997, p. 24) é “um conjunto de normas e regras 
destinadas a regular as relações dos indivíduos numa comunidade social”. 
Pode-se citar um exemplo para a melhor compreensão dessa questão. Uma pessoa que sai para 
passear completamente nua numa rua movimentada da cidade seria imediatamente considerada imo-
ral, mas sua atitude dificilmente seria considerada uma falta de ética, pois não está praticando mal 
algum ao próximo. Mas se essa nudez é para um fim específico, representando uma forma de perversão 
ou prostituição, daí sim estaria infringindo as leis éticas de nossa sociedade. 
A ética está diretamente relacionada à Filosofia, tendo em vista que busca refletir sobre a existên-
cia humana e, assim, estabelecer o ideal de comportamento do homem em sociedade. 
A reflexão sobre o ethos leva-nos à prática do respeito ao próximo, do bem social, do exercício 
da cidadania. A partir da ética, fala-se sobre autonomia da vontade em praticar o bem. Vale lembrar, no 
entanto, que o comportamento ético não se refere apenas à prática do bem, mas a exteriorizar aquilo 
que se aprendeu a respeito. É exercitar a tolerância diante das faltas alheias, a paciência em muitos mo-
mentos da vida, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o silêncio ante uma ofensa recebida. 
Diferenças entre ética e moral.
Ética é permanente, moral é temporal. ::::
Ética é universal, moral é cultural.::::
 Ética é regra, moral é conduta da regra. ::::
 Ética é teoria, moral é prática. ::::
A ética é permanente, imutável e constante, posto que é a determinação do que é o bem, o justo, 
o correto. A moral se modifica conforme a passagem do tempo e se adapta à cultura de um grupo ou 
de um povo. É a regulamentação dos valores e dos comportamentos considerados legítimos por uma 
determinada religião, sociedade, povo, tribo, ordem política, tradição cultural, e, dessa forma, não é 
universal. 
Por fim, a ética está nos conceitos teóricos do bem e do mal, do certoe do errado, do justo e do 
injusto. A moral, por sua vez, está no campo da prática, da consciência do homem, regulando seus atos 
no exercício do bem e da justiça. 
Igualdade de conceitos
Em nossos dias, enfrentamos problemas de ordem moral e ética. Estamos sempre perguntando 
à nossa consciência se devemos fazer isto ou aquilo, sempre preocupados em não prejudicar o próxi-
mo. O entendimento da diferença entre esses dois conceitos na nossa realidade confunde-se e muitos 
16 | Moral e princípios éticos
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estudiosos ainda encontram dificuldades em diferenciar ambos. Seus significados se misturam na for-
ma cotidiana de viver e pensar de cada indivíduo. Assim, algumas considerações podem ser feitas para 
demonstrar que as duas denominações buscam fins idênticos e benéficos para as sociedades e suas 
organizações e, por isso, igualam-se. Vamos analisar a situação hipotética a seguir:
Ao saber que um prefeito, sem constrangimento e amparado pela legislação, aumentou seu 
salário em 100%, a população daquela cidade, indignada, afirmou que ele foi imoral e faltou com a 
devida ética.
Talvez, o que favoreça a confusão entre ética e moral seja o fato de que, originalmente, os roma-
nos traduziram a palavra ética, do Grego ethos, literalmente para a palavra mores, moral, no tocante aos 
hábitos, costumes, usos e regras. Por isso, pode-se dizer que ocorre a fusão de ambos os conceitos, na 
medida em que não existe a prática de ato moral sem o prévio conhecimento de conceitos éticos.
Moral como objeto da ética
Pode-se relacionar os dois conceitos, afirmando que a moral é o objeto de estudo da própria ética. 
Tal asserção torna-se coerente se pensarmos que fazem parte da ética os bons costumes, valores como o 
amor, solidariedade, paz, bondade e tolerância, ou seja, aspectos de natureza eminentemente moral. 
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ética não é 
moral. Ética é a reflexão crítica do ato moral, do que está certo ou errado, do que é justo ou injusto. 
Como lembra Nalini (2001, p. 57), ao praticar um ato seguindo sua moral o indivíduo estará sujei-
to a sofrer consequências negativas. Muitas vezes, o que para uns parece correto, para outros pode ser 
“imoral”. Alguns povos têm hábitos culturais que consideram corretos, mas que podem ser incorretos 
para outro grupo social. Ou seja, tais hábitos podem ser imorais1 ou amorais2. 
Em uma família, pai, mãe e filhos têm o costume de tomar banho todos juntos. É um hábito decor-
rente de uma cultura específica que foi nela introduzido por costumes de familiares antepassados. Nessa 
cultura, considera-se a exposição do corpo nu sem quaisquer conotações de sexualidade ou de promis-
cuidade. No entanto, tal hábito, caso seja relatado a outras pessoas, não pertencentes à cultura da família 
citada, certamente não terá uma boa aceitação, considerando-o imoral.
Diante de uma diversidade de culturas, é necessário que se regulamentem as condutas social-
mente aceitas. Para isso, tem-se o Código de Ética, uma ampla gama de estatutos e regulamentos que 
normalizam o que pode ou não pode ser considerado moral numa organização, numa sociedade, ou 
seja, no âmbito comum. Dentro do campo da ética, está sendo estipulada o que se considera aceitável 
sobre a conduta individual, para manter o equilíbrio, a igualdade de condições, o respeito mútuo, enfim, 
a maneira correta de se comportar adequadamente em sociedade. 
1 Imoral: contrário à moral, contrário às regras de conduta vigentes em dada época ou sociedade ou ainda contrário àquelas regras que um 
indivíduo estabelece para si próprio; sem moralidade, indecoroso, vergonhoso.
2 Amoral: moralmente neutro (nem moral nem imoral, isto é, nem contra, nem a favor da moral); que não leva em consideração preceitos 
morais, indiferente a eles; que não tem senso de moral.
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Virtudes segundo Aristóteles
Ao falarmos sobre ética e moral, é oportuno lembrar que Aristóteles questionou-se bastante 
sobre a ideia do bem e do mal. Esse filósofo grego, por meio da observação do comportamento hu-
mano, notou que o homem parece necessitar de riqueza e prosperidade, mas para ser feliz também 
precisa das virtudes. A felicidade é uma atividade virtuosa da alma. O filósofo ensina que há duas es-
pécies de virtudes: as intelectuais e as morais. As virtudes intelectuais resultam do ensinamento. As vir-
tudes morais resultam do hábito, adquiridas pelo exercício desses costumes. O homem torna-se justo 
praticando atos justos. Os homens tornam-se arquitetos construindo edifícios. Mas Aristóteles alerta 
que, da mesma forma que se gera virtudes, pode-se destruí-las. O homem torna-se completamente 
bom ou completamente mal, não havendo meio-termo. Como já afirmou Chauí (1994, p. 310), “(...) e 
assim, a felicidade não é obra de um só dia, nem de pouco tempo, mas de uma vida inteira”. 
Para tanto, o pensador grego explica que a Doutrina do Meio-Termo garante a prática de ações que 
possibilitam a formação de um caráter excelente, do homem feliz. A virtude ética é a perfeita medida da 
razão para o comportamento do homem, o qual, muitas vezes, tende a cometer excesso em suas atitu-
des. São alguns exemplos de virtudes aristotélicas, de seus respectivos excessos e deficiências:
cora:::: gem – é o meio-termo em relação ao sentimento de medo e de confiança. A covardia é a 
deficiência dessa virtude e a temeridade é o excesso. 
temperança:::: – é o meio-termo em relação aos prazeres. Assim, por exemplo, a moderação é a 
temperança no comer e a sobriedade no beber. A gula é o outro extremo dessa virtude. 
seriedade:::: – é o meio-termo entre a complacência e a soberba.
justa indignação:::: – é o meio-termo entre a inveja e o despeito. 
calma:::: – é o meio-termo em relação à cólera e à pacatez. 
magnificência:::: – é o meio-termo entre a suntuosidade e a mesquinharia. 
veracidade:::: – é o meio-termo no tocante à verdade. Já o exagero é a jactância, e a carência 
dessa virtude gera a falsa modéstia.
amabilidade:::: – é o meio-termo na disposição de agradar a todos de maneira devida e amável; 
o excesso é o obsequioso, se não tiver propósito; e lisonjeiro, se visa a um interesse próprio; a 
deficiência é a pessoa mal-humorada (mau-humor).
modéstia:::: – seu exagero gera o envergonhado (vergonha); enquanto aquele que mostra defi-
ciência é o despudorado, que não se envergonha de coisa alguma (despudor).
justiça:::: – é o meio-termo entre o ganho e a perda. A justiça é a disposição de caráter que torna 
as pessoas propensas a fazer o que é justo e a desejar o que é justo. Dessa forma, a justiça é 
uma virtude completa, por isso, é considerada, muitas vezes, a maior das virtudes. 
É importante saber que é o caráter voluntário ou involuntário que determina o justo. O homem 
só é justo quando age de maneira voluntária e tem consciência de seus atos. Caso contrário, não pode 
ser considerado justo ou injusto.
Temos nesses ensinamentos o quanto é importante saber a respeito das deficiências e excessos das 
virtudes para se buscar o meio-termo e, com isso, tornar-se digno e virtuoso. É fundamental aprender, 
por exemplo, o quanto é prejudicial ser excessivamente polido numa determinada situação, quando 
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se poderia ser amável e conquistar a todos. Igualmente, se algumas pessoas fossem menos ostensivas, 
certamente se tornariam mais autênticas. A justa medida dos sentimentos traz ao homem mais sucesso 
em todas as instâncias de sua vida. 
Princípios éticos
Vale lembrar que são muitos os problemasa serem enfrentados pelo homem contemporâneo 
quanto à sua conduta moral. Dentre eles, destaca-se a dificuldade de discernimento entre o bem e o 
mal. É comum, ao longo de sua vida diária, os indivíduos se perguntarem: 
O que é o bem?::::
Quais são os fundamentos das condutas morais e éticas?::::
Colocando tais questões, entraremos no campo dos princípios éticos, refletindo sobre experiên-
cias dos bons costumes, das obrigações e dos deveres.
Ao longo desta aula, será destacada a importância dos princípios éticos para a vida em socieda-
de. Tais princípios devem ser retomados e renovados. Devem ainda instigarem a reflexão no tempo e 
no espaço em que vive o homem. Falar, por exemplo, em dignidade humana, liberdade e igualdade é 
buscar nortear e esclarecer as pessoas para que não incorram em desvios de valores e desconsiderem o 
corrente código ético e moral. O homem a serviço ou não da sociedade onde vive, julga e é julgado por 
ela, com base em princípios éticos comuns. Por isso, os indivíduos têm por obrigação conhecer esses 
princípios sociais, para neles pautar sua conduta moral. 
Atitudes como a de ser íntegro, preservar com sabedoria a liberdade de escolha, praticar o ab-
soluto respeito à vida humana em todas as suas formas e manifestações, ser honesto com o próximo e 
consigo mesmo, falar sempre a verdade, agir com responsabilidade sobre suas atitudes, além de ter boa 
conduta pessoal, são exemplos considerados éticos para boa parte das sociedades contemporâneas.
Vázquez (1997) afirma que é possível falar em comportamento moral somente quando o indiví-
duo opta conscientemente por ele. Isso envolve o pressuposto de que o homem pode fazer o que quer, 
ou seja, escolher entre duas ou mais alternativas, agindo de acordo com sua decisão. Por isso, pode-se 
afirmar que a liberdade torna os indivíduos totalmente responsáveis pelas suas escolhas. 
Valores no mundo atual
Moisés repassou 10 mandamentos ou regras ao seu povo que, segundo o profeta, teriam vin-
do diretamente de Deus. Passados milhares de anos, as pessoas ainda relembram esses ensinamentos 
como a verdadeira forma de conduta moral e ética. Contudo, essas mesmas pessoas parecem estar 
numa encruzilhada, sem saber o que é certo ou errado, principalmente quando se trata de sua sobrevi-
vência financeira no mundo dos negócios e na ascensão profissional.
Então, como manter intacto o respeito aos valores, às questões e princípios éticos elaborados e 
desenvolvidos ao longo da história? Como se manter ético na “guerra dos negócios”? 
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A ética e a moral determinam a perfeição do ser. Mas, as pessoas, sofrendo com as pressões da 
vida moderna, confundem os meios com os fins, e não conseguem visualizar claramente o fim último 
da existência humana. O amor ao próximo, o respeito à vida, à igualdade, à solidariedade são valores 
que não caem de moda, são perenes. A ambição nasce de uma vontade a ser realizada e pode ser consi-
derada um sentimento virtuoso, digno, correto. Mas, o que vemos nos dias atuais?
Vemos homens e mulheres esquecendo-se dos princípios éticos, fundamentais para o sucesso no 
campo dos negócios. Para realizar seu projeto de vida, não é necessário que a prática de ações golpeie 
os valores morais. E o mesmo serve para as ações individuais no cumprimento dos deveres, que devem 
respeitar a liberdade do indivíduo e, principalmente, a do próximo. 
Nas relações sociais, os princípios éticos têm extrema importância. Nenhum indivíduo será res-
peitado se não dispensar o mesmo tratamento ao próximo. Ele só será considerado ético se estiver 
vivendo e agindo de acordo com as normas e convenções sociais. 
A população, não só brasileira, mas mundial, tem assistido a ondas de organizações criminosas, 
que têm como código moral não praticar seus crimes nas comunidades onde residem. Além disso, os 
componentes das organizações do narcotráfico obedecem ao código moral imposto pelos traficantes. 
E na política do nosso país? Atualmente há uma reestruturação nos partidos políticos. Todos os 
dias, eleitos pelo povo passam de um grupo para outro, motivados por falsos princípios morais, por 
armações e atitudes individuais vergonhosas com relação ao erário3. Mesmo assim, acabam sendo re-
eleitos, recolocados nas câmaras, assembleias e no Senado Federal. Como bem lembra Zajdsznajder 
(1994, p. 96):
Os políticos dispõem mais que o poder de elaborar e votar leis: podem estabelecer programas e dotações que irão be-
neficiar comunidades, cidades, regiões, setores econômicos. É certo que também faz parte do jogo democrático que os 
interessados busquem, tanto no Congresso quanto nas agências governamentais, a realização de seus interesses. Essas 
atividades, denominadas lobby, contêm um elemento legítimo, que é o de apresentar o caso, mostrando a validade dos 
interesses. O lado ilegítimo apresenta-se quando se parte para adquirir a boa vontade por meio de presentes e facilidades 
– como viagens e hospedagens gratuitas, informações sobre possibilidade de negócios ou mesmo dinheiro.
Todo esse processo ilegítimo já é conhecido há décadas. A cada momento histórico, assiste-se a 
mais uma história de vergonha política. Como se não bastasse, surgem cada vez mais as ondas de vio-
lência, motivadas pelos novos valores do incorreto e do injusto. 
Como alternativa a esse quadro, muitas reflexões devem ser feitas. Os conceitos também deve-
rão ser analisados com base nas nossas aspirações, naquilo que a humanidade quer para os seus dias 
futuros. Certamente queremos o resgate dos valores éticos, queremos a vida de condutas corretas e um 
mundo de respeito e cidadania.
É interessante refletir acerca do comportamento humano, quando muitos apontam criminosos 
do campo da política, do meio ambiente, da área econômica. Culpa-se o outro pela conduta vergo-
nhosa, quando se sabe que pouco se faz para erradicar o crime. A covardia para a realização de soluções 
eficazes também pode ser considerada uma vergonha. 
O problema é global. A infância e a juventude, cada qual ao modo mais adequado, devem ser 
conscientizadas da forma mais ampla possível, acerca dos conceitos de moral, ética, princípios e valores. 
3 Erário: o tesouro público, ou seja, o conjunto de bens ou valores pertencentes ao Estado.
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A compreensão deve ser tal, que possa refletir imediatamente na nossa realidade, no momento atual, 
para que haja tempo de corrigir e reconsiderar. Não se pode esquecer também que somente ensinar a 
moral e a ética nas escolas não é suficiente, pois os mais jovens aprendem através da experiência e do 
exemplo dos mais velhos. Assim, devemos exercer a sabedoria, a felicidade, a coragem, a temperança e 
a justiça em nosso dia a dia; lembrando que se agirmos com respeito para com os outros, temos o direi-
to de também sermos respeitados.
Ampliando conhecimentos
Leitura do livro de Aristóteles :::: Ética a Nicômaco. É de fácil leitura e uma boa iniciação para es-
tudar Filosofia. 
Leitura do livro :::: Ética, de Adolfo Sánchez Vázquez.
Atividades
1. Qual é a diferença entre ética e moral?
2. Cite no mínimo três virtudes, apontando seus excessos e suas deficiências, respectivamente.
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3. Defina estes três principios éticos: responsabilidade, dignidade e solidariedade.
Gabarito
1. Entre ética e moral, vale a pena relembrar os ensinamentos dessa aula: “Ética é permanente, moral 
é temporal; ética é universal, moral é cultural; ética é regra, moral é conduta da regra; ética é 
teoria, moral é prática”. 
2. Você pode organizarsua resposta conforme a sugestão a seguir:
Virtude Excesso Deficiência
Coragem Muita confiança Covardia
Seriedade Soberba Complacência
Modéstia Vergonha Despudor
3. Caro aluno, para conseguir mais definições sobre tais palavras, o ideal é que se faça uma pesquisa 
em dicionários de diferentes autores e que depois você discuta com seus colegas sobre os dados 
pesquisados. Seguem algumas definições, retiradas do Dicionário Houaiss (2007): 
responsabilidade:::: – “obrigação de responder pelas ações próprias ou dos outros”;
dignidade :::: – “qualidade moral que infunde respeito”; “consciência do próprio valor”; “honra, 
autoridade, nobreza”;
solidariedade:::: – “sentimento de simpatia, ternura ou piedade pelos pobres, pelos desprotegi-
dos, pelos que sofrem, pelos injustiçados etc.”; “manifestação desse sentimento, com o intuito 
de confortar, consolar, oferecer ajuda etc.”. 
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Éticas e normas
É evidente que o homem, como um ser social e político, não vive sozinho. Ao estabelecer sua vida 
em grupo, por necessidade de segurança e por estímulos de sobrevivência, busca garantir o bem-estar 
individual e coletivo.
Como um ser social, o homem está sempre aprendendo a melhor maneira de conviver com seus 
semelhantes e isso significa considerar seu próximo como ele é, com todas suas qualidades, defeitos e 
outras características pessoais. No contato com os outros, o homem deve buscar sempre compartilhar 
experiências, exercitar a confiança e a tolerância. 
Como um ser político, o homem é, segundo as palavras de Aristóteles, “um animal político”, isto 
é, destinado a viver na pólis (cidade), onde se realiza como cidadão. Por isso, os aspectos referentes à 
vida em sociedade são considerados políticos. Nela, o homem e seus pares organizam-se em forma de 
comunidades e desenvolvem a noção de governo, de poder, de liberdade e de igualdade. 
Para o estabelecimento de uma vida coletiva harmoniosa, o homem passou a constituir normas, 
padrões de condutas, regras e leis com a finalidade de regular a vida coletiva. Afinal, para que a harmo-
nia seja instaurada em uma dada comunidade, seus membros devem respeitar uns aos outros, guiados 
por limites preestabelecidos que, como uma linha imaginária, têm a função de orientar os impulsos, 
dominar os instintos e, assim, tornar harmoniosa a convivência coletiva. 
Evolução das normas
O costume de escrever as normas vem de milênios, data dos tempos anteriores à Era Cristã. As 
normas, como visto, passaram a existir como forma efetiva de garantir o equilíbrio entre as relações 
humanas, nas sociedades organizadas. Geralmente, os sistemas dessas normas são voltados à proteção 
do homem e à disciplina do seu comportamento. 
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Antiguidade
Nesta época, as pessoas viviam em um ambiente em que todos os fenômenos maléficos eram 
vistos como resultantes das forças divinas. Para conter aquilo que acreditavam ser a “ira dos deuses”, 
criaram várias proibições que, quando não obedecidas, resultavam em castigo. Das desobediências, sur-
giram os crimes e as penas. Muitas vezes os castigos eram cumpridos com oferendas aos deuses ou com 
o sacrifício da própria vida. O castigo não era algo feito para ofender ou humilhar o castigado. Acima de 
tudo, a prática do castigo tinha um caráter moralizador e corretivo. 
Pode-se afirmar que os homens na Antiguidade limitavam-se a proteger a vida, a integridade 
física, a honra e a propriedade. São algumas das leis escritas dessa época:
Código de Hammurabi (séc. XVII a.C.) 
Hammurabi (1728-1686 a.C.) foi considerado o maior rei da Mesopotâmia Antiga, o verdadeiro 
consolidador do Império Babilônico, que era composto por uma grande heterogeneidade de povos. Ele 
foi também um exímio administrador público. Uma de suas primeiras preocupações foi a implantação 
do direito e da ordem na sociedade da época, fundamento da unidade interna do seu reino. O código 
proposto instituiu 282 parágrafos com matéria processual, penal, patrimonial, obrigacional e contratual, 
família, sucessão, regulamenta profissões, preços e remuneração de serviços. Eis alguns exemplos: 
Se um inquilino paga ao dono da casa a inteira soma do seu aluguel por um ano e o proprietário, antes de decorrido 
o termo do aluguel, ordena ao inquilino mudar-se de sua casa antes de passado o prazo, deverá restituir uma quota 
proporcional à soma que o inquilino lhe deu. (EDUCATERRA, 2007)
As penas adotadas pelo legislador Hammurabi eram severas, principalmente para os crimes de 
lesão corporal e homicídios. Suas leis embasavam-se no princípio de Talião1, cuja premissa era a do 
“olho por olho, dente por dente”. Esse código chegava ao extremo de determinar que, caso um homem 
matasse o filho de outro, a pena seria paga com a vida do filho do homicida. 
Segundo Costa (1992, p. 23), sobre esse código: 
O autor de roubo por arrombamento deveria ser morto e enterrado em frente ao local do fato. (...) As penas eram cruéis: 
jogar no fogo (roubo em um incêndio), cravar em uma estaca (homicídio praticado contra o cônjuge), mutilações cor-
porais, cortar a língua, cortar o seio, cortar a orelha, cortar as mãos, arrancar os olhos e tirar os dentes.
Lei Mosaica (séc. XIII a.C.) 
Sua autoria é atribuída ao profeta Moisés e é encontrada nos primeiros livros da Bíblia cujo con-
junto leva o título de Pentateuco. O judeus os chamam também de Torá. É considerado um dos códigos 
mais importantes da Antiguidade e se divide nos seguintes livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e 
Deuteronômio. Tem como fundamento as leis divinas. Apesar de também considerar o princípio 
de Talião, essa lei possui um caráter mais humanitário, ou seja, concebe o indivíduo com maior digni-
dade, visto que lhe reserva um dia de descanso e, com isso, poupa-lhe do trabalho escravo. Além disso, 
trata a relação social de forma mais igualitária.
1 O termo Talião vem do Latim talis, que significa igual ou semelhante. A lei tem esse nome justamente porque determina que o criminoso 
sofra tal qual fez sua vítima sofrer.
24 | Éticas e normas
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O Código de Manu (séc. II a.C.) 
Este conjunto de leis da Índia Antiga é composto de 12 livros. Protege em especial a posse 
individual de bens, a propriedade privada, a honra pessoal, a vida, a integridade física e o clã, já que 
exigia do homem do casal comportamento digno com relação à mulher e à família. Punia o adultério 
e admitia a separação de casais. Entre suas mais altas penas estava a de morte, o exílio e o confisco 
de bens.
Esse código não teve a mesma projeção do de Hammurabi, no entanto seus escritos se expandi-
ram pelas regiões da Assíria, Judeia e Grécia. Essas leis são consideradas uma obra-prima de organiza-
ção geral da sociedade, com fortes motivações políticas e religiosas.
Nesse código, há uma série de ideias sobre valores, tais como verdade, justiça e respeito. Versa 
sobre a credibilidade dos testemunhos, atribui diferente validade à palavra dos homens, conforme a 
casta que pertencem. 
Lei das XII Tábuas (452 a.C.) 
A repercussão desta lei foi maior que qualquer outro código antigo, pois serviu de alicerce para a 
legislação romana.
É um dos maiores monumentos jurídicos de todos os tempos e é considerado fonte do direito 
universal. Decorridos mais de 2 000 anos, suas palavras estão em legislações de muitos povos, ainda que 
transformadas pelo tempo e adaptadas às novas condições sociais.
Alcorão (Corão) 
Datado do início do século VII d. C., é o livro religioso e jurídico dos muçulmanos. Os seus segui-
dores acreditam que foi ditado por Alá (Deus) através do arcanjoGabriel e, portanto, não foi redigido 
por Maomé, que não sabia escrever. Por meio de recursos sociológicos e lógicos, muitas complemen-
tações foram feitas ao longo do tempo até os dias atuais, mas sem perder a força dos ditames de Alá 
ao profeta Maomé.
Ainda em vigor em alguns Estados, como Arábia Saudita e Irã, o Alcorão estabelece severas pena-
lidades em relação ao jogo, bebida e roubo, além de considerar a mulher inferior ao homem.
Idade Média
A Idade Média caracterizou-se por ser uma época de batalhas sangrentas, intolerância religiosa, 
perseguições e torturas. Além da frequência com que era aplicada a pena de morte, era executada com 
requintes de crueldade (fogueira, afogamento, soterramento, enforcamento), como forma de intimida-
ção e atemorização e com o objetivo de dar exemplo. As sanções penais eram desiguais, dependendo 
da condição social e política do réu, sendo comum o confisco, a mutilação, os açoites, a tortura e as pe-
nas infamantes. As leis medievais puniam o suicida com o confisco de bens quando consumado o crime, 
que acabava punindo injustamente os filhos pelo “erro” do pai.
Nessa época, a Igreja Católica deixou uma considerável quantidade de informações sobre o que 
era certo e justo na visão da Lei Divina. Também normatizou o comportamento, o socialmente aceitável, 
25|Éticas e normas
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como os bons costumes e os cultos religiosos ministrados em Latim, de forma a estabelecer o compor-
tamento padrão para essa época. 
No cenário medieval, o que prevalecia era a lei fundada naquilo que se acreditava ser a vontade 
de Deus. Outros exemplos do processo de desenvolvimento das leis nessa mesma época encontram-se 
nos seguintes documentos: 
a Carta Magna:::: (1215-1225) – firmada pelo rei inglês João Sem-terra [sic], feita para proteger 
os privilégios dos barões e os direitos dos homens livres. É considerado o documento básico 
das liberdades inglesas.
as Leis de Leão de Castela:::: (1256) – denominadas “as Sete Partidas”, que visavam proteger a 
inviolabilidade da vida, da honra, do domicílio e da propriedade, assegurando aos acusados 
um processo legal que evitasse a punição injusta. A primeira das sete regras dispunha: “os juí-
zes devem garantir a liberdade”.
a:::: Carta das Liberdades (1253) – de Teobaldo II, de Navarra.
o:::: Código de Magnus Erikson (Suécia, 1350) – segundo o qual o rei devia jurar lealdade e jus-
tiça ao povo, comprometendo-se a não privar nem o pobre nem o rico, de sua vida ou de sua 
integridade corporal sem processo judicial em devida forma.
Idade Moderna
Vale lembrar que, na transição da Idade Média para a Idade Moderna (séculos XV e XVI), muitas 
transformações sociais, científicas, econômicas e culturais aconteceram na Europa, como a expansão 
do comércio marítimo, o descobrimento de novas terras pelos povos ibéricos, a formação da burguesia 
mercantil, o advento da imprensa, as descobertas científicas, a Reforma da Igreja Católica e o movimen-
to Protestante. Tudo isso resultou em novas atitudes filosóficas e científicas que situaram o homem no 
centro dos estudos e dos acontecimentos. 
Na Inglaterra, foram produzidos documentos de grande expressão no século XVII , acerca da pro-
teção dos direitos individuais. Vejamos alguns deles: 
Petition of Rights:::: (1628) – requerimento que impunha condições como a de que nenhum ho-
mem livre pudesse ser detido ou aprisionado, nem despojado de seu feudo, suas liberdades e 
franquias, nem posto fora da lei, nem exilado, nem molestado de qualquer outro modo, senão 
em virtude de sentença legal de seus pares ou de disposição das leis do país, respeitando prin-
cípios legais (PINHEIRO, 2001). Esse documento redigido pelos parlamentares foi dirigido ao 
monarca como forma de reconhecimento de diversos direitos e liberdades para os súditos;
Habeas Corpus Amendment Act:::: (1679) – foi um documento que ficou conhecido pela sua 
conquista com relação à liberdade individual, diante da prepotência dos detentores do poder 
público da época; 
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Bill of Rights:::: (1688) – declarou ilegais os atos da autoridade real inglesa que, sem permissão 
do parlamento, suspendia as leis ou sua execução e mandava arrecadar dinheiro em nome 
da Coroa inglesa, além da quantia permitida pelo Parlamento. Esse documento também pro-
clamou a liberdade de discussão e proibiu a imposição de penas cruéis e sem fundamento. 
Ainda no século XVIII foram editados três documentos, igualmente expressivos no que diz respei-
to à preocupação com o indivíduo: 
a Declaração de Direitos do Bom Povo:::: da Virgínia (1776) – considerada a primeira decla-
ração de direitos fundamentais, no sentido moderno: consagrava o princípio da isonomia2; da 
imparcilidade do juiz, da liberdade de imprensa e de religião;
a Declaração da Independência dos Estados Unidos:::: (Thomas Jefferson, 1776) – confirma os 
direitos inalienáveis do ser humano e proclama que os poderes dos governantes derivam do 
consentimento do povo governado;
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789):::: – é uma das conquistas mais im-
portantes das liberdades individuais no Ocidente moderno. Surgiu no contexto da Revolução 
Francesa e representa a síntese do pensamento político, moral e social do século XVIII até os 
dias atuais. É o documento marcante do Estado liberal e proclama os seguintes princípios: iso-
nomia, liberdade, propriedade, legalidade, presunção de inocência, liberdade religiosa, livre 
manifestação do pensamento (PINHEIRO, 2001). 
Idade Contemporânea
Muitos historiadores afirmam que esta fase teve seu início a partir da Revolução Francesa (1789). 
Com o evento das duas grandes guerras mundiais, o ceticismo imperou no mundo juntamente com a 
crença de que a humanidade toda, até mesmo as nações consideradas mais avançadas para a época, 
era capaz de cometer atrocidades dignas de bárbaros. A Primeira Grande Guerra3 resultou na criação da 
Sociedade das Nações (1919) e a segunda, na criação da ONU4 (1945). 
A partir desses eventos, a necessidade de normatizar e determinar sistematicamente o que eram 
direitos humanos, em âmbito universal, tornou-se mais evidente. A exemplo desta preocupação surgiu 
a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Aprovado pela ONU, em meados do século XX, 
esse documento visou estabelecer direitos para todos os seres humanos, independentemente de suas 
características, tais como idade, cor, raça, religião, sexo etc. Traz em seu cerne os princípios iluministas 
de liberdade, igualdade e fraternidade. Baseando-se nestes, essa declaração prevê, ainda, a garantia 
contra qualquer tipo de escravidão humana, tortura, prisão, penas arbitrárias e discriminações (PINHEI-
RO, 2001). Possui 30 artigos no total. 
2 Igualdade conforme a lei.
3 “Primeira” ou “Segunda” Grande Guerra são nomes, mais propriamente conceitos históricos, aceitos academicamente e aqui adotados 
pela autora.
4 A Organização das Nações Unidas (ONU) é a organização internacional que tem como objetivo: manter a paz e a segurança internacionais; 
estabelecer relações cordiais entre as nações do mundo, obedecendo aos princípios da igualdade de direitos e da autodeterminação dos 
povos; e incentivar a cooperação internacional na resolução de problemas econômicos, sociais, culturais e humanitários.
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Normas como regras de convívio
Direitos humanos na Constituição Federal do Brasil (1988) 
Encontramos a relação da Constituição Federal com os direitos humanos, pois, já no primeiro 
artigo, aponta a cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores sociaisdo trabalho como princí-
pios fundamentais. Também determina os objetivos fundamentais para a construção de uma sociedade 
livre, justa e solidária, em que seja possível erradicar a pobreza, a marginalização, reduzir as desigualda-
des sociais e promover o bem de todos sem qualquer forma de discriminação. 
A Constituição de 1988, também conhecida como nossa Carta Magna, garante a igualdade de 
todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Garante ainda aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade. São incisos do artigo 5.º:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. 
A Constituição Federal do Brasil trata ainda dos direitos sociais, no que diz respeito à educação, 
à saúde, ao trabalho, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade, à infância e 
à assistência aos desamparados.
Estatuto do Idoso
Representado pela Lei 10.741/2003, veio para convocar toda a sociedade para zelar pelos idosos, 
estabelecendo regras a fim de esclarecer como devem ser amparados. 
Esse estatuto esclarece que o idoso goza dos mesmos direitos que o indivíduo comum e assegu-
ra-lhe, por lei, todas as oportunidades e facilidades com o fim de preservar-lhe a saúde físico-mental, 
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, sempre em condição de dignidade e liberdade.
Esse código de normas veio esclarecer, no seu artigo 3.º, que é obrigação não só dos familiares 
do idoso, como também da comunidade e do Poder Público, assegurar-lhe com absoluta prioridade a 
efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao traba-
lho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária, bem como 
determinar que é dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. 
Antigamente, desrespeitar um indivíduo idoso significava uma atitude antiética. Atualmente, 
aquele que assim proceder, tratando o indivíduo com mais de 60 anos com negligência, discrimina-
ção, violência, crueldade ou opressão será punido na forma da lei. 
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Estatuto da Criança e do Adolescente
A Lei 8.069/1990 defende a proteção integral à criança e ao adolescente, considerando criança, a 
pessoa até 12 anos de idade incompletos e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.
Determina em seu artigo 3.º:
Art. 3.º. A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo 
da proteção integral de que trata essa Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e 
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade 
e de dignidade.
Essa lei veio responder a questões como a da responsabilidade dos pais ou pessoas físicas e jurí-
dicas que, por algum motivo, tornaram-se responsáveis pela manutenção do menor, aplicando medidas 
que vão desde a advertência até a suspensão ou destituição do poder familiar.
Igualmente ao que está estipulado em favor do idoso, o artigo 4.º do Estatuto da Criança e do 
Adolescente dispõe que, além do dever da família em assegurar com absoluta prioridade a efetivação 
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionali-
zação, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, também 
incumbe as mesmas obrigações à comunidade, à sociedade em geral e ao Poder Público. 
E mais, o estatuto impõe que “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qual-
quer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
A grande preocupação do legislador é o bem comum individual e da coletividade, considerando 
a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Num País como o 
nosso, sem dúvida alguma, as crianças devem ter prioridade na prevenção e tratamento de saúde, uma 
farta alimentação e educação, para que se possa mudar o cenário nacional. Infelizmente, a realidade 
ainda está a demonstrar que as crianças brasileiras são alvos da exploração do trabalho sem remunera-
ção (pois o que ganham entregam aos pais ou a outro adulto) e da delinquência (são usadas de mulas 
no tráfico de drogas), com grande representação no alto índice de criminalidade (são usadas por maio-
res de idade5 como álibi para a impunidade de seus atos).
Código do Consumidor
Este conjunto de normas surgiu em resposta ao anseio da sociedade brasileira, cansada de sofrer 
abusos decorrentes da falta de ética de fornecedores de produtos e serviços, fatos estes que, em menor 
índice de ocorrência, ainda estão presentes no cotidiano. 
O Código do Consumidor, formalizado pela Lei 8.078/1990, estabelece normas de proteção e de-
fesa do consumidor e está em conformidade com os termos dos artigos 5.º, inciso XXXII, artigo 170, 
inciso V, da Constituição Federal e artigo 48 de suas Disposições Transitórias.
De acordo com esse código, considera-se consumidor “toda pessoa física ou jurídica que adquire 
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. 
5 “Adultos” não corresponde a um termo adequado para assuntos referentes à Constituição, que entende como “maior” o indivíduo com mais 
de 18 anos.
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Considera fornecedor “toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, 
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços”.
Estabelece no seu artigo 4.º:
Art. 4.º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consu-
midores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua 
qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo.
Nesse código, fica expressamente estabelecida a Política Nacional das Relações de Consumo, que 
é composta por regras que visam proteger o consumidor brasileiro, principalmente no que se refere à 
sua dignidade financeira, saúde e segurança (SIQUEIRA NETO, 2007). 
A grande importância na leitura desse código é o respeito dos direitos básicos do consumidor, 
reconhecidos, principalmente: 
a proteçã:::: o da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no forneci-
mento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, assegura-::::
das a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação ::::
correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os 
riscos que apresentem;
a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou ::::
desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de 
produtos e serviços;
a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou ::::
sua revisão em razão de fatos supervenientesque as tornem excessivamente onerosas;
a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e ::::
difusos;
o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de ::::
danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurí-
dica, administrativa e técnica aos necessitados;
a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu ::::
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for 
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
Muito embora não estejamos ainda diante do melhor entrosamento entre consumidor e for-
necedor, com essas normas regulamentadoras temos um campo aberto para muitas negociações, 
conciliações e adaptações que vão alinhavando a melhor conduta a ser praticada nas relações de 
consumo. A exemplo disso, muitas empresas passaram a melhor redigir seus contratos, a esclarecer 
melhor os manuais de instrução dos seus produtos e a qualificar melhor seus funcionários em bene-
fício da coletividade. 
30 | Éticas e normas
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Ampliando conhecimentos
Assistir ao filme :::: O Escorpião Rei, do diretor Chuck Russell. A história se passa na época de 
Hammurabi, fundador do Império Babilônico. Durante seu governo, cerca a capital com mura-
lhas, impulsiona a agricultura, restaura os templos mais importantes e institui impostos e tri-
butos em benefício das obras públicas. É autor do famoso código penal que leva seu nome. 
Ler o :::: Guia dos Direitos da Consumidora, do autor Sérgio Tannuri. Saiba como se defender e valorizar 
seu dinheiro. Esse guia aborda temas como consultas médicas (cirurgias plásticas e de obesi-
dade), casamento (contrato da festa/ lista de presentes/ lua de mel), diversão (consumação/
golpe do couvert/ perda da comanda) e viagens (como driblar os problemas). 
Atividades
1. Quais foram as primeiras leis da humanidade na Antiguidade? Explique brevemente aquela que 
achou mais interessante.
2. Como você define a importância do Estatuto do Idoso para a sociedade brasileira?
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3. Qual é a importância do Código do Consumidor para as relações de consumo?
Gabarito
1. Código de Hammurabi (séc. XVII a.C.); a Lei Mosaica (séc. XIII a.C.); o Código de Manu (séc. II a.C.); 
a Lei das XII Tábuas (452 a.C.), o Alcorão. 
2. Esse estatuto regulamenta como os idosos devem ser amparados pela família, pelo Estado e pela 
comunidade em que vivem. Assegura ao indivíduo com mais de 60 anos os mesmos direitos do 
indivíduo comum. Também reserva a esse cidadão algumas oportunidades e facilidades com o fim 
de lhe preservar a saúde físico-mental, o aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, 
sempre em condição de dignidade e liberdade. Uma das principais inovações deste conjunto de 
leis é a de vetar o desrespeito ao idoso, tornando este ato ilegal. Portanto, aquele que proceder 
com negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão para com os indivíduos de faixa 
etária avançada será punido na forma da lei. 
3. Esse código deixa predefinida a noção de consumidor e de fornecedor. Além disso, assegura ao 
primeiro uma série de direitos ao consumir, garantindo-lhe, por exemplo, proteção e segurança 
contra riscos provocados por produtos mal fabricados ou danosos à saúde; explicações de como 
bem consumir os produtos e fazer melhor uso destes; proteção contra publicidade enganosa, 
dentre outros benefícios. 
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Lições sobre organizações
Conceito e modelos de organizações
O que são organizações?
Para definir organizações, Srour (1998, p.107) ensina que esse estudo resulta de esforços interdis-
ciplinares, pois áreas como Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Administração, Economia Política, 
Direito e Psicologia Social contribuem para o conhecimento desse tipo particular de coletividade. 
O referido autor ensina que “as organizações podem ser definidas como coletividades especializadas na 
produção de um determinado bem ou serviço” (idem, p.107). As organizações são planejadas de forma 
delineada para realizar um determinado objetivo e formam unidades sociais portadoras de necessida-
des e interesses próprios.
No entanto, a ideia de organização acaba se confundindo com outros conceitos (por exemplo, 
instituição ou empresa) quando se quer falar de estabelecimentos como igrejas, hospitais e escolas. 
O importante é salientar que as organizações, embora coordenadas por indivíduos, dependem 
das relações sociais para a sua sobrevivência. Seja qual for a forma de constituição adotada por uma 
dada organização, esta contém em si um microcosmo social. Constituem exemplos de organização a 
família, a nação, uma dada associação sem fins lucrativos, um órgão público, entre outros. 
Importante para esse entendimento é lembrar que as organizações se distinguem pelas suas es-
truturas. A melhor classificação de tipos de organizações é a seguinte (SROUR, 1998, p. 121): 
econômicas:::: – são produtoras de bens ou serviços econômicos. Por exemplo: indústrias, institui-
ções financeiras, lojas comerciais, atividade agrícola, empresas de transporte, limpeza e manuten-
ção, operadoras de telefonia e de televisão a cabo. 
políticas:::: – produtoras de bens ou serviços políticos. Por exemplo: corporações militares, refor-
matórios, penitenciárias e repartições públicas.
simbólicas:::: – produtoras de bens ou serviços simbólicos, que se utilizam ou dependem dos 
padrões culturais de uma dada sociedade. Por exemplo: igrejas, conventos, ordens religiosas, 
museus, teatros, universidades, escolas, centros de pesquisa e hospitais. 
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Assim, podemos verificar que as organizações são criadas devido a uma infinidade de objetivos, 
visando lucro ou não, em forma de associação de pessoas, associação de empresas, empresas públicas 
e empresas multinacionais. 
Pessoas jurídicas de direito público
As pessoas jurídicas de direito público apresentam-se na forma de autarquias, fundações públicas 
e empresas públicas. Todas essas organizações são criadas por lei e mantidas pelo Poder Público para 
prestar serviços em comum. São empresas que estão ao serviço da coletividade, sem as quais não seria 
possível o desenvolvimento da sociedade. Vejamos a caracterização de cada tipo. 
Autarquia
A autarquia é uma organização que tem receita e patrimônio próprios, mas está vinculada a uma 
entidade pública que pode controlar e fiscalizar a primeira, de acordo com as condições preestabeleci-
das pela lei. No texto da lei, é determinado qual serviço foi ou está sendo transferido à entidade criada. 
Esse tipo de organização tem isenção de impostos, mas, por outro lado, não possui fins lucrativos.
A criação desse tipo de organização é decorrente da precariedade do Estado brasileiro em prestar 
serviços fundamentais à população, com relação à saúde, educação e assistência social, tendo em vista 
a falta de recursos da União. Encontrou-se uma saída para esse problema com a criação de um ente 
público, com personalidade própria, autonomia financeira, administrativa, o qual possui vínculo direto 
com o Estado. São exemplos de autarquia o Banco Central do Brasil e o Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS).
Principais características da autarquia:
possui receita e patrimônio próprios;::::
é vinculada a uma entidade pública;::::
não possui fins lucrativos.::::
Empresa pública
Uma empresa pública

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