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Tendências em Educação Matemática Resolução de Problemas Benedito Rodrigues do Amaral Elieze Pantoja Caldas Rosinaldo Duarte Rodrigues Valdete da Silva Dias Professor: Fernando Junior Lima da Silva Centro universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI Licenciatura em Matemática (MAD0365) – Seminário Interdisciplinar V 01/06/2019 RESUMO Repensar as práticas pedagógicas presente nos contextos escolares, bem com seus fundamentos teórico-metodológicos, é um dos desafios na atualidade e na perspectiva da ressignificação do processo ensino-aprendizagem. O assunto pesquisado, é o resultado de uma sistematização reflexiva, mediante a revisão da tendência matemática Resolução de Problemas, relacionada à educação matemática, objetiva, além de apresentar elementos que permitem identificar concepções que fundamentam e orientam fazeres pedagógicos de educadores, contribui para a construção de proposta metodológica na educação matemática, associando-se às expressivas discussões e produções teóricas relacionadas à temática. O texto identifica, contextualiza e analisa a Tendência Resolução de Problemas na educação matemática, considerando o processo ensino-aprendizagem. Palavras–Chave: Educação Matemática; Tendências Pedagógicas; Formação de professores. 2 1 INTRODUÇÃO Para tratar das tendências da educação matemática, podemos partir do significado da palavra “tendência”. No novo Dicionário Aurélio – Século XXI o vocábulo “tendência” significa: Inclinação, propensão. Vocação, pendor. Intenção, disposição. Portanto, quando falamos em Tendências da Educação Matemática, estamos tratando de formas de trabalho que sinalizam mudanças no contexto da Educação Matemática. Para que possamos entender melhor as tendências matemáticas, faz-se necessário contextualizá-las, pois toda proposta surge de situações, de exigências e necessidades que envolve determinado contexto histórico. Neste sentido, quando se mostra o ensino da matemática, ou das outras áreas do conhecimento, é preciso refletir sobre os princípios epistemológicos e as ideologias contidas ao saber e ao método de ensino. É importante destacar que, até as décadas de 60 e 70, o ensino da matemática, em diferentes países, receberam influências de movimentos conhecidos como “matemática moderna”, cujo o foco central era o ensino voltado para o desenvolvimento da abstração, enfatizando muito mais a teoria do que a prática. Mas, no decorrer do ensino-aprendizagem da matemática, foi percebida a inadequação de alguns princípios dessa matemática moderna; ocorreram, então, novas discussões curriculares, que promoveram reformas a nível mundial. Como essas reformas, evidenciam-se a ênfase na resolução de problemas, a exploração da matemática a partir dos problemas vividos no cotidiano, a compreensão da importância do uso da tecnologia, o direcionamento para a aquisição de competências básicas ao cidadão e a ação do aluno no processo de construção do conhecimento. Como se mostram eficientes em sala de aula e ao serem utilizadas por professores, estas formas de trabalho passam a ser alternativas interessantes na busca da inovação em sala de aula. Assim, estamos falando de inovações na área da Educação Matemática! Nesta área da Educação tem-se se feito várias pesquisas para inovar o ensino aprendizagem da matemática em sala de aula e desenvolver uma prática docente adequada às necessidades dos alunos do século XXI. Neste contexto, surgem tendências na Educação Matemática, que envolvem diferentes abordagens consideradas importantes quando aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem. A matemática nos mostra diferentes abordagens quando se trata das tendências da Educação Matemática. Para entender a evolução histórica, precisamos conhecer algumas tendências apresentadas 3 por Fiorentini, quando o mesmo apresenta uma categorização a partir da análise histórica do ensino da Matemática ao longo dos tempos e também definiu aspectos para diferenciar estas tendências como, por exemplo, a concepção de ensino, aprendizagem e de Matemática, as finalidades e os valores atribuídos ao ensino de Matemática e a relação professor-aluno. Nessa perspectiva, apresentamos a seguir reflexões e contribuições, utilizamos como questão norteadora desde trabalho: Quais as preocupações, abordagem, propostas pedagógicas e as tendências da Educação Matemática? Portanto, temos o objetivo e a ênfase dada às tendências da educação da matemática. O presente trabalho tem como base a utilização de uma das tendências em educação matemática, a Resolução de Problemas. 2 TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Ao se pensar em uma metodologia para o ensino da matemática os docentes destas disciplinas encontram várias teorias por grandes autores qual os mesmos chamam: Tendências em Educação Matemática Essas tendências surgiram em movimentos que tiveram os objetivos de proporcionar um ensino de matemática mais eficiente. Sabemos que uma proposta metodológica, fundamentada nas Tendências em Educação Matemática faz muita diferença na compreensão e aplicação do conhecimento matemático, principalmente no ensino fundamental, onde se constrói a base dessa ciência. Com o valor do conhecimento teórico de cada tendência, podemos potencializar a criação de uma metodologia que venha contribuir especialmente para a melhoria do ensino da matemática, especialmente na escola pública. Ao debruçarmos sobre os livros escritos por teóricos destas tendências tem-se a possibilidade de acumular conhecimento de uma metodologia eficiente e capaz de tornar a matemática uma disciplina agradável, fácil de aprender e de ser ensinada, contextualizando historicamente, terá significado e aplicação demonstrado na Resolução de Problemas, fazendo parte do cotidiano do aluno por força de sua cultura. Nessa proposta, o aluno é conduzido à pesquisa, a investigar, os problemas matemáticos são resolvidos a partir de critérios, permitindo a identificação de cada situação. Nesse sentido, a estrutura dos conteúdos programáticos não constituiu foco central do estudo, mas, sim, conhecimentos a serem explorados, discutidos e analisados com temas e saberes do cotidiano, com o intuito de desenvolver no sujeito a habilidade para descobrir alternativas variadas para a solução 4 da situação-problema. Quer dizer, os alunos são conduzidos a constituir variados modelos e a superar a noção de precisão e certeza constituídas pela matemática moderna. A resolução de problemas exige do professor o trabalho de condução do estudo matemático, literalmente excluindo a relação transmissor – receptor no ensino da disciplina. O professor, em sua função de conduzir o processo, deverá, pela sua competência técnica, problematizar as questões norteadoras do tema e conteúdos abordados. A Educação Matemática, nesta perspectiva, assume a matemática como linguagem para o estudo de problemas e situações reais, devendo proporcionar aos sujeitos o uso da imaginação criadora e o desenvolvimento da capacidade de ler e interpretar a realidade e os saberes matemáticos. Portanto, o estudo da matemática requer a interação entre realidade e matemática, com o que se torna possível “representar uma situação ‘real’ com ‘ferramental’ matemático (modelo matemático). Depois do currículo e do ensino da matemática que exigiam a repetição e a memorização de conteúdos e exercícios, surgiu uma nova orientação para a aprendizagem dessa disciplina segundo o enfoque da aprendizagem que requeria do aluno a compreensão e o entendimento do saber- fazer; começou a emergir no campo investigativo da matemática o aprender a partir da resolução de problemas. Essa tendência, inicialmente, foi uma reação ao ensino matemático que se caracterizava pelos exercícios rotineiros de aplicação e memorização. Durante estudos e discussões que buscavam uma melhor Educação Matemática, a tendência resoluçãode problemas começou a caracterizar-se pela sua abrangência ao mundo real, ou seja, o problema matemático deixaria de ser, na matemática, um conteúdo de mera aplicação dos conceitos para tornar-se um meio de aprender e compreender os conhecimentos teóricos e práticos desta disciplina. No Brasil, a Educação Matemática começou os seus estudos sobre resolução de problemas a partir da segunda metade da década de 1980. Então, o ensino da matemática através da resolução de problemas requererá, didaticamente, um ensino-aprendizagem que ocorra a partir de uma solução-problema, passando do processo de problematização para o estudo abstrato, no qual se operacionalizam os problemas através da representação simbólica. Para tanto, a Educação Matemática possibilita ao aluno a pesquisa, a construção e a compreensão dos conceitos matemáticos, bem como a aplicação desses nas mais diversas situações-problema. Metodologicamente, é oferecida ao aluno a possibilidade de construir relações e de entender sua aplicabilidade no mundo concreto e abstrato. 5 Nesse sentido, a Educação Matemática brasileira orientada por esta proposta, de resolução de problemas, exige do professor a desconstrução do modelo de aplicação e exercício de “coleções” de problemas matemáticos, pois, nessa abordagem, o ensino-aprendizagem fundamenta-se na construção do conhecimento, sendo enfatizado o pensar, o indagar, o relacionar, o comparar e a aplicação de recursos em uso no meio. A ação recíproca do sujeito e do objeto de conhecimento constitui a aprendizagem. Por isso, “o aluno tanto aprende matemática resolvendo problemas como aprende matemática para resolver problemas. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 O QUE É UM PROBLEMA MATEMÁTICO? Estudar Matemática é resolver problemas, ou seja, encontrar a solução de um problema constitui em uma descoberta, no entanto para resolver um problema tem que ser levado em consideração estratégias que facilitem a compreensão dos problemas matemáticos. Nesse processo, o professor deve ser capaz de estabelecer um espaço de discussão oral, facilitando assim a comunicação entre professor-aluno, com esta comunicação os alunos se sentem estimulados a fazer perguntas ao professor e entre eles mesmos, uma vez que se estuda matemática para resolver problemas e isto é um dos grandes desafios de ensinar matemática. Quando o aluno resolve um problema, o mesmo começar mobilizar conhecimentos e desenvolver a capacidade para gerenciar as informações que estão ao seu alcance. Assim, o aluno terá oportunidade de ampliar seus conhecimentos acerca de conceitos e procedimentos matemáticos bem como expandir a visão que têm dos problemas da Matemática e, assim desenvolver sua autoconfiança, pois, o ato de resolver problemas estar presente diariamente na nossa vida. Portanto, a incumbência dos professores de Matemática, em todos os níveis, é ensinar a arte de resolver problemas. 3.2 COMO SE CLASSIFICAM OS PROBLEMAS? Segundo Dante (1989), a classificação dos problemas matemáticos pode ser representada por: exercícios de reconhecimento; exercícios de algoritmos; problemas-padrão; problemas-processo ou heurísticos; problemas de aplicação e problemas 6 de quebra-cabeça. Já para a equipe do CENPEC (1998), essa classificação é representada por: problemas-convencionais; problemas não-convencionais e problemas de lógica. 3.3 PROBLEMAS DE APLICAÇÃO São aqueles que retratam situações reais do dia a dia e que exigem o uso da Matemática para serem resolvidos. São também chamados de situações-problema. Através de conceitos, técnicas e procedimentos matemáticos procura-se associar um modelo matemático a uma situação real, organizando os dados em tabelas, traçando gráficos, fazendo operações, etc. Em geral, são problemas em forma de projetos a serem desenvolvidos usando conhecimentos e princípios de outras áreas além da Matemática, como por exemplo, relatório de uma pesquisa, construção de uma casa, de um brinquedo. A resposta deve ser relacionada a algo que desperte interesse. 3.4 PROBLEMAS DE QUEBRA-CABEÇA São problemas que envolvem e desafiam grande parte dos alunos. Geralmente constituem a chamada Matemática recreativa e sua solução depende, quase sempre, de um golpe de sorte ou da facilidade em perceber algum truque, que é a chave da solução. 3.5 PROBLEMAS CONVENCIONAIS São problemas que podem ser resolvidos pela aplicação direta de um ou mais algoritmos, como os problemas tradicionais contidos nos livros didáticos. 3.6 PROBLEMAS NÃO CONVENCIONAIS São os que têm estrutura diferente daqueles que geralmente aparecem nos livros didáticos, envolvendo a busca de uma solução que não se resume à aplicação direta de uma ou mais técnicas operatórias, nem à utilização imediata de uma equação. 3.7 O QUE SIGNIFICA RESOLVER UM PROBLEMA MATEMÁTICO? Mesmo sabendo que na humanidade a matemática foi organizando pouco a pouco suas formas de resolução de problemas, resolve-los significa usar métodos de conhecimento adquiridos no dia a dia levando sempre em consideração tudo o que aprendemos em sala de aula, para que possamos sentir a importância do mesmo em relação ao desenvolvimento da nossa capacidade de raciocinar, o que pra nós é muito importante na vida prática, levando em conta também o domínio que precisamos ter para resolver tal cálculo de um problema matemático que por sinal é um elemento constante em nossa vida. Por isso a organização é um fator basicamente único na matemática moderna onde ela facilita a solução de qualquer um problema abrindo assim caminhos para resolver outros talvez mais difíceis. No entanto aprender a resolver um problema, saber o que ele significa na teoria e nas fórmulas, precisamos 7 saber que é a organização do nosso pensamento que visa facilitar a solução das dificuldades que enfrentamos na vida todos os dias. Finalizamos, concluindo que o sentido encontrado para aprender matemática através da resolução de problema traz a expectativa e a motivação para resolver problemas de diversas naturezas relacionando-os a seus diferentes contextos, dando sentido aos propósitos de aprender matemática. 8 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se concluir que a utilização da metodologia da Resolução de Problemas, uma das Tendências em Educação Matemática, que provocaram nos alunos motivação, servindo de apoio para o processo de ensino-aprendizagem. A Resolução de problema; é muito pertinente ao aprendizado da Matemática, pois é um dos motivos pelo qual se deve aprendê-la é para o desenvolvimento do raciocínio lógico, o qual depende de organização do pensamento. Onde também pôde-se conhecer mais sobre esse conteúdo matemático, além do que já foi destacado, vê-se a importância que os educandos dão à disciplina de Matemática, sendo que, para muitos deles, o conhecimento matemático é e será necessário em suas vidas, quer seja nos aspectos pessoal, estudantil ou profissional. A Resolução de Problemas pode ser analisada como uma "perspectiva metodológica", no caso de perspectiva, significa "uma forma de ver"/"um ponto de vista", ou seja, para se revolver problemas não devemos verificar somente a metodologia, e sim, ao ler a questão, se fazer questionamentos, verificando os vários métodos na qual a mesma pode ser resolvida a partir da própria análise do discente. Não devemos considerar somente o algoritmo, que são os dados que já vêm explícitos na questão, mas também, a heurística, que são as possibilidades de se resolver a questão. Um dos objetivos de resolução de problemas é não gerar somente situações didáticas - quando surge uma situação, e sim, criar uma situação à didática - o problema surge a partir dos questionamentos do aluno, não parte do professor. Em oposição ao ensino da memorização e expositivo, a presente metodologia de ensino visa o desenvolvimento de habilidades cognitivas, favorecendoa todo o momento a reflexão e o questionamento. O aluno aprende a pensar por si mesmo, levantando hipóteses, testando-as, tirando conclusões e até discutindo-as com os colegas. 9 REFERÊNCIAS DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas de Matemática: 1ª a 5ª séries. São Paulo: Ática, 1989. Acesso em 23 de março de 2019. DIENES, Z. P. Aprendizado moderno da Matemática. 2. ed. Trad. Jorge Enéas Fortes. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974. Acesso em 05 de abril de 2019. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Uma nova política de formação continuada e valorização dos professores da educação básica da rede pública estadual: Documento-síntese. Curitiba: SEED, 2007. Acesso em 05 de abril de 2019. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Uma nova política de formação continuada e valorização dos professores da educação básica da rede pública estadual: Documento-síntese. Curitiba: SEED, 2007. Acesso em 05 de abril de 2019. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2006. PEREIRA, W. C. de A. Resolução de Problemas Criativos - Ativação da Capacidade de Pensar. Brasília, EMBRAPA-DID, 1980. Acesso em 15 de abril de 2019. POLYA, G. A arte de resolver problemas: um novo aspecto do método matemático. Tradução e adaptação: Heitor Lisboa de Araújo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. Acesso em 05 de abril de 2019. SMOLE, Kátia C. Stocco e DINIZ, Maria Ignez V., Ensinar e Aprender: Matemática - Impulso Inicial. São Paulo, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC), 1998. Acesso em 10 de abril de 2019. THOM, R. Matemática moderna: um erro educacional ou filosófico? In: PAVANELLO, R.M. O que ensinar de matemática hoje? Revista Temas e Debates, SBEM, 1989, ano II, n.2. Acesso em 23 de março de 2019.
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