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Profa. Cibele Dugaich UNIDADE I Linguagem e Comunicação Jurídica A argumentação é prova do respeito ao ponto de vista do outro. A inteligência, a arguta sensibilidade e a competência linguística se revelam meios eficientes para a conquista da adesão. O discurso do gênero discursivo jurídico se sustenta em várias teses que são elencadas pelo sujeito enunciador de modo a construir seu percurso argumentativo que, por sua vez, se estrutura na legitimidade dos diferentes sujeitos que falam nesse lugar de enunciação. O percurso argumentativo se estrutura na relação de imagens: Eu – OUTRO e Referente, segundo Pêcheux (1969). A imagem que ele tem de mim para eu lhe falar assim? A imagem que tenho dele para eu lhe fale assim? A imagem que tenho de mim para que ele me fale assim? A imagem que tenho dele para que ele me fale assim? Características do texto argumentativo no âmbito jurídico Há que se observar as relações entre sujeito, interlocutor e referente – aquele ou aquilo de que se fala. A imagem que tenho do que lhe falo? A imagem que ele tem do que me fala? Há um leitor virtual inserido no texto. Um leitor constituído no próprio ato da escrita. Trata-se de um leitor imaginário, aquele a quem o autor imagina se dirigir. Tanto pode ser um seu “cúmplice” quanto seu “adversário”. O sujeito pode servir-se de contra-argumentos à sua proposta, e, por antecipação, negociar com seu interlocutor imaginário. Características do texto argumentativo no âmbito jurídico Para fortalecer a estrutura argumentativa do discurso jurídico, trabalha-se a antecipação de contra-argumentos dos interlocutores. O sujeito pode antecipar o argumento do OUTRO para enfraquecê-lo ou refutá-lo antes que o OUTRO possa se manifestar. O sujeito pode silenciar o OUTRO antecipadamente em seu espaço discursivo. Ao antecipar contra-argumentos de seu interlocutor, por intermédio da relação de imagens: Eu – OUTRO e Referente, o sujeito procede a apagamentos e a reformulações que lhe possibilitam mesclar discursos um mesmo texto. Características do texto argumentativo no âmbito jurídico A argumentação que orienta o discurso do gênero discursivo jurídico trabalha com os valores constitutivos das formações imaginárias que não podem ser ignoradas pelo sujeito enunciador, uma vez que a imagem que o sujeito enunciador e o interlocutor têm um do outro e que ambos têm do referente exerce significativa força na escolha da tese nas quais sustentam seu discurso. Pelas formações imaginárias, antecipadamente, o sujeito poderá rebater os contra- argumentos, respondendo antecipadamente a dúvidas, deixando seu oponente esvaziado de argumentos, o que o enfraquecerá, deixando de mãos atadas. Poderá prever os possíveis argumentos que o interlocutor poderá usar para defender a tese que ele apresenta. Isso lhe permitirá destruir por antecipação o que sustenta a tese do seu oponente. Características do texto argumentativo no âmbito jurídico Trata-se de um processo de tensão. É preciso que se conquiste um cúmplice discursivo. É necessário seduzir o interlocutor e isso é um processo muito complexo, principalmente porque o oponente (a outra parte) não aceita a tese do sujeito enunciador, pois não compactua ela. Sábio é o sujeito enunciador que apresenta suas razões e, em seguida, conclui junto com seus interlocutores. Nunca se deve subestimar o oponente ou acreditar que o caso por si só já está ganho. Devemos estar sempre preparados para enfrentar um embate muito difícil. Características do texto argumentativo no âmbito jurídico Considerando a importância das formações imaginárias na construção do percurso argumentativo do discurso jurídico, assinale a alternativa correta: a) Há um leitor virtual inserido no texto, é constitutivo no próprio ato da escrita ou da fala. Tanto pode ser um “cúmplice” quanto um “adversário” do sujeito enunciador. b) O sujeito não deve se valer de argumentos que colocam que cheque o valor dos argumentos que questionam a tese primária que ele defende. Deve se fundamentar apenas nos argumentos que fortalecem a tese primária, ignorando as teses secundárias. c) O sujeito enunciador não poderá prever argumentos que sustentarão as teses que seu interlocutor lhe apresentará, derrubando-os antes mesmo de estas serem apresentadas. d) A argumentação por antecipação sempre pode causar equívocos muito prejudiciais à tese do sujeito enunciador. e) No percurso argumentativo, as relações das formações imaginárias não exercem influência no processo de conquista de adesão. Interatividade Considerando a importância das formações imaginárias na construção do percurso argumentativo do discurso jurídico, assinale a alternativa correta: a) Há um leitor virtual inserido no texto, é constitutivo no próprio ato da escrita ou da fala. Tanto pode ser um “cúmplice” quanto um “adversário” do sujeito enunciador. b) O sujeito não deve se valer de argumentos que colocam que cheque o valor dos argumentos que questionam a tese primária que ele defende. Deve se fundamentar apenas nos argumentos que fortalecem a tese primária, ignorando as teses secundárias. c) O sujeito enunciador não poderá prever argumentos que sustentarão as teses que seu interlocutor lhe apresentará, derrubando-os antes mesmo de estas serem apresentadas. d) A argumentação por antecipação sempre pode causar equívocos muito prejudiciais à tese do sujeito enunciador. e) No percurso argumentativo, as relações das formações imaginárias não exercem influência no processo de conquista de adesão. Resposta A marca essencial do texto argumentativo jurídico é a de recorrer a uma série de estratégias para fazer cumprir seu objetivo norteador – a conquista de adesão à tese primária que o sujeito apresenta ao interlocutor. A tese primária é aquela da qual o enunciador não pode se afastar. Deve retomá-las nas mais diversas formas possíveis, fixando-a na mente do seu interlocutor. A consolidação de uma tese primária pode se dar com a ajuda de teses escolhidas para reforçá-la, as chamadas teses secundárias que mobilizam contra-argumentos para o contexto. A condição de rebater um contra-argumento no próprio espaço discursivo da tese que o sujeito enunciador combate demonstra domínio do assunto e isso significa a seu favor. Tese argumentativa: primária e secundária O texto argumentativo se constrói em três fases: introdução, desenvolvimento e conclusão. Introdução: é a parte do texto argumentativo na qual o sujeito enunciador apresenta ao interlocutor o tema que será tratado na sua tese primária. É o momento do primeiro contato entre sujeito/enunciador e interlocutores. Na introdução, podemos começar uma importante conquista em relação aos interlocutores. O contrário é verdadeiro, qualquer descuido pode gerar uma indisposição entre sujeito/enunciador e os interlocutores. A introdução pode conter uma breve menção aos valores que estão em jogo, para acentuar a responsabilidade dos interlocutores, sua importância na solução da questão que será tratada. Tese argumentativa: primária e secundária Desenvolvimento: podemos dizer que esse seja o momento mais crucial da argumentação propriamente dita. É no desenvolvimento que temos toda preparação para o enfrentamento das partes que se dá em forma de debates – tese primária versus teses secundárias. O estado de alerta é contínuo, porque também compete ao sujeito enunciador buscar contradições no discurso do outro. É nesse momento que são derrubados os contra-argumentos. Mas é também nele que se corre o risco de alimentar o oponente em função dos desdobramentos que as teses podem vir a ter. Tese argumentativa: primária e secundária Podemos dizer que a tese primária é a principal, é aquela da qual o enunciador não pode se afastar, jamais pode deixar de valorizar, deve retomá-la nas mais diversas formas possíveis, consolidandoo seu sentido, pois deve fixá-la na mente do seu interlocutor. A consolidação ou a reafirmação de uma tese primária pode se dar com a ajuda de teses escolhidas para reforçá-la, as chamadas teses secundárias. O papel da tese secundária é o de trazer contra-argumentos para o contexto para que o sujeito enunciador possa refutá-los no próprio espaço discursivo que defende a tese primária. A condição de rebater um contra-argumento (tese secundária) que é o discurso da oposição no espaço discursivo da tese primária que o sujeito defende. Isso demonstra domínio do assunto por parte do sujeito enunciador, o que significa a seu favor. Tese argumentativa: primária e secundária À medida que o sujeito enunciador se encaminha para a conclusão, deve recorrer à sua habilidade de reunir todos os argumentos relativos à tese primária e, em segundo plano, mostrar como as teses secundárias foram realmente demolidas. Conclusão: é a parte final do texto em que retomamos a tese primária e central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto. É nessa etapa que o sujeito retoma de forma breve o discurso, favorecendo aspectos que mais lhe interessa. A conclusão, no entanto, tem de demonstrar que o sujeito aprendeu com sua reflexão e que busca novos desafios. Deve significar-se vitorioso. Tese argumentativa: primária e secundária Quanto às teses primárias e secundárias e o modo como o sujeito enunciador deve trabalhar a conquista de adesão à sua tese primária ou central, podemos dizer que: a) A consolidação ou a reafirmação de uma tese primária se confirma com a ajuda de teses secundárias, escolhidas estrategicamente para reforçar a tese primária da qual o sujeito enunciador jamais poderá se afastar. As teses secundárias devem ser refutadas pelo sujeito enunciador em seu próprio espaço discursivo. b) No desenvolvimento, temos o enfrentamento das teses primárias, em um embate entre elas, sendo que a mais forte vencerá, fortalecendo a tese central que o sujeito enunciador que a defende. Interatividade c) Na introdução, não cabe a conquista em relação aos interlocutores. Pode-se fazer menção aos valores e às limitações dos interlocutores para solução da questão que será tratada, mas nada além disso. Afinal, a conquista pessoal do interlocutor não é relevante para a conquista de adesão à tese primária ou central que o sujeito enunciador defende. d) Na conclusão, deve-se retomar a tese primária e central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto. Deve ser demonstrado o que se aprendeu a respeito dos lados frágeis da tese primária. e) Na conclusão, basta que o sujeito enunciador feche o percurso argumentativo sem que retome a tese primária, sem que se atenha a qualquer tese secundária. Interatividade Quanto às teses primárias e secundárias e o modo como o sujeito enunciador deve trabalhar a conquista de adesão à sua tese primária ou central, podemos dizer que: a) A consolidação ou a reafirmação de uma tese primária se confirma com a ajuda de teses secundárias, escolhidas estrategicamente para reforçar a tese primária da qual o sujeito enunciador jamais poderá se afastar. As teses secundárias devem ser refutadas pelo sujeito enunciador em seu próprio espaço discursivo. b) No desenvolvimento, temos o enfrentamento das teses primárias, em um embate entre elas, sendo que a mais forte vencerá, fortalecendo a tese central que o sujeito enunciador que a defende. Resposta c) Na introdução, não cabe a conquista em relação aos interlocutores. Pode-se fazer menção aos valores e às limitações dos interlocutores para solução da questão que será tratada, mas nada além disso. Afinal, a conquista pessoal do interlocutor não é relevante para a conquista de adesão à tese primária ou central que o sujeito enunciador defende. d) Na conclusão, deve-se retomar a tese primária e central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto. Deve ser demonstrado o que se aprendeu a respeito dos lados frágeis da tese primária. e) Na conclusão, basta que o sujeito enunciador feche o percurso argumentativo sem que retome a tese primária, sem que se atenha a qualquer tese secundária. Resposta Transformar um argumento em uma “demonstração completa” depende de análise criteriosa do perfil da audiência. Para Aristóteles, a argumentação não se limita à dedução de consequências a partir de determinadas premissas. A argumentação tem o objetivo de aumentar a adesão da audiência às teses que são submetidas à sua apreciação. A audiência deixa de ter papel passivo quando o objetivo é a adesão. A audiência passa a assumir uma posição ativa quando a persuasão não pode deixar de ser contemplada. “Negligenciar a reação da audiência significa incorrer em falhas graves”. Audiência universal e particular O “ato de convencer” implica uma adesão intelectual. Assim, é dirigido a uma audiência universal que, por sua vez, demanda uma argumentação calcada em premissas mais universais (PERELMAN, 1982). Defendemos que o ato de convencer está voltado para um interlocutor que ainda não se posicionou frente à proposta que lhe é apresentada pelo sujeito, mas que deverá validá-la a partir de seus critérios; cabendo, assim, ao sujeito a tarefa de torná-la factível e necessária para seu interlocutor. Assim, o ato de convencer se dá a partir do momento em que o interlocutor reconhece a validade das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias, dirige-se a uma audiência universal. Audiência universal e particular Para Perelman (1982), a persuasão é dirigida a uma “audiência específica”, constituída de “leigos”, uma característica que mobiliza apelo emocional. Entendemos que determinados interlocutores têm um perfil que os distinguem dos demais, devido às suas particularidades, o modo como interpretam as propostas que lhe são submetidas e das condições de produção constitutivas do discurso do sujeito; podemos, assim, dizer que toda audiência é “específica”. A especificidade da audiência advém, principalmente, do fato de ser ela constituída de “leigos”, o que viabilizaria a persuasão por meio do “apelo emocional”. Audiência universal e particular O ato de persuadir requer uma mudança de posicionamento por parte do interlocutor, em relação a um posicionamento tomado anteriormente. O que exige uma sustentação em argumentos que gozem de credibilidade por implicar uma mudança de posicionamento. O ato de dissuadir requer uma argumentação muito sólida, muito bem estruturada porque a mudança de posição é muito complexa, porque toca em valores pessoais que possam ter pesado na decisão anterior do interlocutor. Logo, uma mudança de posição poderá implicar um relativo conflito para o interlocutor. Os atos de convencer, de persuadir e de dissuadir mobilizam valores constitutivos das formações ideológicas dos interlocutores. Entre esses três atos, persuadir e dissuadir requerem mudança de posicionamento por parte dos interlocutores. Audiência universal e particular Como podemos entender o processo de convencer, persuadir e dissuadir em relação à audiência particular e universal? a) O ato de convencer está voltado para um interlocutor que ainda não se posicionou frente à proposta que lhe é apresentada pelo sujeito, mas que deverá validá-la a partir de seus critérios; cabendo, assim, ao sujeito a tarefa de torná-la factível e necessária para seu interlocutor. b) O ato de persuadir, no tocante aos interlocutores, permite-nos compreender que toda audiência é específica, porque certos interlocutores têm um perfil que os distinguem do demais, em função de suas diferentes particularidades que, por sua vez, assumem perante o sujeito, das propostas a eles submetidas e das condições de produção constitutivas do discurso do sujeito. Interatividade c) O ato dedissuadir se realiza a partir dos valores constitutivos da formação ideológica e das formações discursivas nas quais se inscrevem determinados interlocutores. Trata-se de um ato que tem como objetivo orientador buscar a adesão dos interlocutores, com vistas a impedir o bloqueio pré-julgamentos. d) Os atos de convencer, de persuadir e de dissuadir caracterizam-se por atuar na direção dos valores constitutivos das formações ideológicas e discursivas dos interlocutores endereçados. Entre esses três atos, são os atos de persuadir e de dissuadir que requerem mudança de posicionamento por parte dos interlocutores, apontando, portanto, outra direção em relação à anteriormente tomada. e) O ato de persuadir se realiza a partir dos valores constitutivos da formação ideológica dos interlocutores. Trata-se de um ato que tem como objetivo orientador buscar a adesão dos interlocutores, a despeito do conflito ideológico que poderá sofrer. Interatividade Como podemos entender o processo de convencer, persuadir e dissuadir em relação à audiência particular e universal? a) O ato de convencer está voltado para um interlocutor que ainda não se posicionou frente à proposta que lhe é apresentada pelo sujeito, mas que deverá validá-la a partir de seus critérios; cabendo, assim, ao sujeito a tarefa de torná-la factível e necessária para seu interlocutor. b) O ato de persuadir, no tocante aos interlocutores, permite-nos compreender que toda audiência é específica, porque certos interlocutores têm um perfil que os distinguem do demais, em função de suas diferentes particularidades que, por sua vez, assumem perante o sujeito, das propostas a eles submetidas e das condições de produção constitutivas do discurso do sujeito. Resposta c) O ato de dissuadir se realiza a partir dos valores constitutivos da formação ideológica e das formações discursivas nas quais se inscrevem determinados interlocutores. Trata-se de um ato que tem como objetivo orientador buscar a adesão dos interlocutores, com vistas a impedir o bloqueio pré-julgamentos. d) Os atos de convencer, de persuadir e de dissuadir caracterizam-se por atuar na direção dos valores constitutivos das formações ideológicas e discursivas dos interlocutores endereçados. Entre esses três atos, são os atos de persuadir e de dissuadir que requerem mudança de posicionamento por parte dos interlocutores, apontando, portanto, outra direção em relação à anteriormente tomada. e) O ato de persuadir se realiza a partir dos valores constitutivos da formação ideológica dos interlocutores. Trata-se de um ato que tem como objetivo orientador buscar a adesão dos interlocutores, a despeito do conflito ideológico que poderá sofrer. Resposta Em um processo persuasivo, a maneira como o auditório hierarquiza os seus valores chega a ser, às vezes, até mais importante do que os próprios valores em si. O que caracteriza um auditório não são os valores que ele admite, mas como ele os hierarquiza. As hierarquias de valores variam de pessoa para pessoa, em função da cultura, das ideologias e da própria história pessoal. Lugares da argumentação. São premissas de ordem geral utilizadas para reforçar a adesão a determinados valores. Lugar da quantidade: Uma coisa vale mais que outra em função de razões quantitativas. Um bem que serve a um número muito grande de pessoas tem mais valor do que um bem que serve apenas a um pequeno grupo. Um bem mais durável é superior a um bem menos durável e assim por diante. Lugares da argumentação: ordem, pessoa, existente, quantidade, qualidade e essência Lugar de essência: Valoriza indivíduos como representantes bem caracterizados de uma essência. Eles são os representantes da essência daquilo que seria um homem capaz de conquistar todas as mulheres e daquilo que seria uma mulher capaz de conquistar todos os homens. Os objetos de marcas famosas são verdadeiros ícones da sociedade de consumo. Quando alguém pensa em um bom automóvel, o lugar de essência traz à sua mente marcas como Mercedes, BMW, Ferrari, Jaguar. Quando alguém pensa em um bom relógio, o lugar de essência sugere marcas como Rolex. Lugares da argumentação: ordem, pessoa, existente, quantidade, qualidade e essência Lugar da pessoa: Afirma a superioridade daquilo que está ligado às pessoas. Primeiro as pessoas, depois as coisas! é o slogan que materializa esse lugar. O lugar da pessoa exerce importante função no percurso argumentativo. Quando um candidato a governador diz, por exemplo, que, se for eleito, construirá trinta escolas, seu opositor dirá, utilizando o lugar de pessoa, que não construirá escolas. Procurará, isso sim, dar condições mais humanas ao trabalho do professor, melhores salários, programas de reciclagem etc. Dará preferência ao homem, não aos tijolos. Lugares da argumentação: ordem, pessoa, existente, quantidade, qualidade e essência Lugar do existente: Dá-se preferência àquilo que já existe, em detrimento daquilo que não existe. O namorado de uma garota diz que no ano seguinte arrumará um novo emprego e que, então, financiará um excelente apartamento. A garota diz: “Não me interessa o que você terá condições de fazer se conseguir um novo emprego! – Quero saber que tipo de apartamento você é capaz de alugar agora, com o que você tem, para podermos nos casar em seis meses”. O emprego que já existe é hierarquizado acima do emprego que ainda não existe. Argumentar é, em primeiro lugar, vencer junto com o outro, caminhando ao seu lado, utilizando, com ética, as técnicas argumentativas, para remover os obstáculos que impedem o consenso. Lugar da pessoa É preciso adaptar as condições intelectuais e sociais dos sujeitos enunciadores aos interlocutores, e não o contrário. Há que se ter um especial cuidado para não usar termos de informática para quem não é da área de informática, ou de engenharia para quem não é da área de engenharia... e assim por diante. Deve-se argumentar com o outro, de forma honesta e transparente. Caso contrário, argumentação fica sendo sinônimo de manipulação. Logo, é preciso escolher com consciência as fontes, ou o argumento ético, para que sua pesquisa tenha credibilidade. Escrever a tese para um público que entende que o texto acadêmico é uma fonte ética de consulta, pois se sustenta em argumentos lógicos e patéticos. Hierarquia de valores Lugares da argumentação: ordem, pessoa, existente, quantidade, qualidade e essência Considere as assertivas e assinale a alternativa que contenha apenas as assertivas corretas. I. Somos nós que temos de nos adaptar às condições intelectuais e sociais daqueles que nos ouvem, e não o contrário. II. São aqueles que nos ouvem que têm de se adaptar às nossas condições intelectuais. III. Ao proferir um discurso, devemos nos atentar ao repertório do público que nos ouve. Interatividade a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) Apenas a I. e) Apenas a III. Interatividade a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) Apenas a I. e) Apenas a III. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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