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2 AGU 2016

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DIREITO TRIBUTÁRIO (AGU 2016) 
 
*Imunidade Tributária recíproca. 
 
**Matéria relacionada= constitucional. 
 
 
DOUTRINA LEGISLAÇÃO JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE 
_____ x x 
 
_____ Art. 150, VI, 
“a”, da CF. 
ACO 1.460 STF. 
 
 
Questão 02 
 
. 
Determinada sociedade de economia mista, prestadora de serviços de tratamento 
de esgoto e abastecimento de água a um estado da Federação, ajuizou ação contra 
a União, visando a obtenção do reconhecimento da imunidade tributária sobre os 
serviços públicos por ela prestados. 
 
A partir dessa situação hipotética, redija um texto dissertativo a respeito da 
possibilidade, conforme o entendimento do STF, da extensão da imunidade 
tributária recíproca prevista na Constituição Federal de 1988 à referida sociedade 
de economia mista [valor: 3,50 pontos]. Em seu texto, aponte os três parâmetros 
utilizados pelo STF ao pacificar seu entendimento sobre a matéria [valor: 2,00 
pontos para cada parâmetro]. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA CESPE: 
 
O candidato deve desenvolver em sua resposta os seguintes aspectos. 
 
 A imunidade tributária recíproca é prevista no art. 150, VI, a, da CF, 
segundo o qual, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos 
municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços 
uns dos outros. Como o texto constitucional se refere apenas aos entes da 
Federação, algumas empresas públicas e sociedades de economia mista 
integrantes da administração pública indireta e prestadoras de serviços 
públicos postularam também o direito à referida imunidade. 
 
O STF, ao pacificar o tema, considerou que as sociedades de economia 
mista prestadoras de serviços públicos podem ser alcançadas pela 
imunidade tributária recíproca, prevista no mencionado art. 150, VI, a, da 
 
 
 
 
CF. Porém, o entendimento não se aplica a toda e qualquer entidade dessa 
natureza que presta serviço público. Alguns parâmetros devem ser 
observados para que seja legítima a extensão da imunidade. 
 
O primeiro deles diz respeito ao fato de que a referida imunidade “se aplica 
apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos 
institucionais inerentes ao ente federado, cuja tributação poderia colocar 
em risco a respectiva autonomia política”. 
 
O segundo se refere ao fato de que não podem ser objeto de imunidade 
tributária recíproca “as atividades de exploração econômica, destinadas 
primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares”, 
por se apresentarem como “manifestações de riqueza e deixarem a salvo a 
autonomia política”. 
 
 O terceiro parâmetro refere-se ao fato de que a “desoneração não deve ter 
como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre-
concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita”. 
Isso porque, segundo o STF, “o sucesso ou a desventura empresarial devem 
pautar-se por virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, 
sem que a intervenção do Estado seja fator preponderante”. 
 
Portanto, o STF reconhece ser possível a extensão da imunidade tributária 
recíproca, desde que presentes tais premissas. 
 
A título de exemplo, destaca-se a decisão proferida pelo STF no 
julgamento da ação cível ordinária 1460 (Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgamento 7/10/2015): 
 
“(...) Imunidade tributária recíproca. Art. 150, inciso VI, a, da 
Constituição Federal. Sociedade de economia mista. 
Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN). 
Não preenchimento dos parâmetros traçados por esta Corte 
para a extensão da imunidade tributária recíproca. Precedente. 
Agravo não provido. 1. Não há error in procedendo ou 
violação da ampla defesa por alegada afronta ao Regimento 
Interno do STF, em seus arts. 250 (que prevê julgamento 
colegiado para as ações cíveis originárias) e 251 (que dispõe 
sobre a concessão de palavra às partes e ao PGR na sessão de 
julgamento), uma vez que esta Corte admite a possibilidade de 
o relator decidir, monocraticamente, pretensão sobre a qual a 
jurisprudência da Corte já tenha se posicionado, nos termos do 
art. 21, § 1.º, do RISTF. Precedentes. 2. A Corte já firmou o 
 
 
 
 
entendimento de que é possível a extensão da imunidade 
tributária recíproca às sociedades de economia mista 
prestadoras de serviço público, observados os seguintes 
parâmetros: a) a imunidade tributária recíproca se aplica 
apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação 
dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; b) 
atividades de exploração econômica, destinadas 
primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de 
particulares, devem ser submetidas à tributação, por 
apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a 
salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter 
como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da 
livre-concorrência e do livre exercício de atividade 
profissional ou econômica lícita”. Precedentes: RE n.º 
253.472/SP, Tribunal Pleno. Relator para o acórdão: Min. 
Joaquim Barbosa, DJe de 1.º/2/11 e ACO 2243/DF, decisão 
monocrática, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 25/10/13. 
 
 
COMPLEMENTAÇÃO 
 
*Dispositivo citado pelo espelho: 
 
**Art. 150 da CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
 
VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 
1993) 
 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
 
 
 
 
 
*Dispositivos pertinentes: 
 
**Art. 5º - XXXIV, da CF - são a todos assegurados, independentemente 
do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art2%C2%A72
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art2%C2%A72
 
 
 
 
 
**Art. 146 da CF. Cabe à lei complementar: 
 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas 
e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou 
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições 
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 
239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também 
poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e 
contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
 
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas 
por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela 
de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, 
vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluídopela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas 
pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
 
 
 
 
contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
 
** Art. 146-A da CF. Lei complementar poderá estabelecer critérios 
especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da 
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer 
normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, 
de 19.12.2003) 
 
** Art. 149 da CF. Compete exclusivamente à União instituir 
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse 
das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua 
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, 
I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo. 
 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de 
que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
33, de 2001) 
 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de 
exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
 
 
 
**Art. 150 da CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
 
VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 
1993) 
 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo 
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art146iiid
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art146iiid
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art2%C2%A72
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art2%C2%A72
 
 
 
 
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda 
Constitucional nº 75, de 15.10.2013) 
 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
 
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou 
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de 
pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem 
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as 
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. 
 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão 
de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou 
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima 
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do 
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
 
**Art. 151 da CF. É vedado à União: 
 
 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios. 
 
**Art. 184 da CF. Compete à União desapropriar por interesse social, para 
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função 
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, 
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte 
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida 
em lei. 
 
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações 
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. 
(LEIA-SE IMUNE...o Poder Constituinte Originário tinha dificuldades 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc75.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc75.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
 
 
 
 
em tributário). 
 
**Art. 195 da CF. A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas 
em lei. (LEIA-SE IMUNE...o Poder Constituinte Originário tinha 
dificuldades em tributário). 
 
 **Art. 9º do CTN. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
 
 
IV - cobrar imposto sobre: 
 
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
 c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os 
requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 104, de 2001) 
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e 
livros. 
 
§ 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades 
nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba 
reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, 
assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros. 
 
§ 2º O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, exclusivamente, aos 
serviços próprios das pessoas jurídicas de direito público a que se refere 
este artigo, e inerentes aos seus objetivos. 
 
 **Art. 12 do CTN. O dispostona alínea a do inciso IV do artigo 9º, 
observado o disposto nos seus §§ 1º e 2º, é extensivo às autarquias criadas 
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, tão-
somente no que se refere ao patrimônio, à renda ou aos serviços vinculados 
às suas finalidades essenciais, ou delas decorrentes. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
 
 
 
 
 
 
. 
. 
**COMPLEMENTANDO: 
 
Padrão de Resposta da Prova Cespe TCE-PR 2016 (pergunta sobre 
imunidade): 
. 
Os fatos que não possuem aptidão para gerar tributos integram a seara da 
não incidência. Entre esses fatos, há aqueles que não foram incluídos entre 
as situações tributáveis, embora a sua inclusão fosse possível. A não 
inclusão pode decorrer da ausência de competência para fazê-lo, ou da 
vontade discricionária do legislador. 
 
 A imunidade é um instituto que delimita a competência tributária e, 
portanto, só pode ser tratada pela Constituição Federal, a qual não 
reconhece a competência necessária ao legislador para a criação de tributo 
sobre determinado fato ou base imponível, ou seja, caso a lei venha a 
instituir um tributo sobre algum fato imune, tal lei deverá ser considerada 
inconstitucional e, portanto, nula. No caso da imunidade, os fatos que 
possuem aptidão para gerar tributos são afastados da incidência, ou seja, a 
imunidade fica restrita ao campo da não incidência tributária. Neste sentido 
é possível se afirmar que na imunidade não ocorre o fato gerador 
 
Parte da jurisprudência e da doutrina entendem que as imunidades devem 
ser interpretadas de forma extensiva. 
. 
**Julgados STF: 
 
Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM 
AGRAVO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE 
ECONOMIA MISTA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO. 
COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTO. INCIDÊNCIA DO ART. 150, § 3º, 
DA CARTA MAGNA. PRECEDENTES. 1. “É firme o entendimento desta 
Corte no sentido de que a imunidade recíproca é aplicável às sociedades de 
economia mista prestadoras de serviço de distribuição de água e saneamento, 
tendo em vista que desempenham atividade de prestação obrigatória e 
exclusiva do Estado” (ARE 763000-AgR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, 
Primeira Turma, DJe de 30/9/14). 2. Agravo interno a que se nega 
provimento. 
 
(ARE 905129 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira 
Turma, julgado em 04/04/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-072 
 
 
 
 
DIVULG 13-04-2018 PUBLIC 16-04-2018) 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. DIREITO 
TRIBUTÁRIO. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE 
TRIBUTAR. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. TRIBUTOS 
FEDERAIS. SERVIÇO PÚBLICO DE CUNHO ESSENCIAL E DE 
EXPLORAÇÃO EXCLUSIVA. SANEAMENTO. TRATAMENTO DE 
ÁGUA. COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO. 1. A 
imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou 
sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho 
essencial e exclusivo. Precedente: RE 253.472, Rel. Min. Marco Aurélio, 
Redator para o acórdão Min. Joaquim Babosa, Pleno, DJe 1º.02.2011. 2. 
Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se de 
compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos 
entes federativos, vocacionado à formação de monopólio natural, com altos 
custos operacionais. Precedente: ADI 1.842, de relatoria do ministro Luiz Fux 
e com acórdão redigido pelo Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 
16.09.2013. 3. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de 
água e tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios 
municipais. Constata-se que a participação privada no quadro societário é 
irrisória e não há intuito lucrativo. Não há risco ao equilíbrio concorrencial ou 
à livre iniciativa, pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime de 
monopólio natural e não se comprovou concorrência com outras sociedades 
empresárias no mercado relevante. Precedentes: ARE-AgR 763.000, de 
relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 30.09.2014 
(CESAN); RE-AgR 631.309, de relatoria do Ministro Ayres Britto, Segunda 
Turma, DJe 26.04.2012; e ACO-AgR-segundo 2.243, de relatoria do Ministro 
Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 27.05.2016. 4. A cobrança de tarifa, 
isoladamente considerada, não possui aptidão para descaracterizar a regra 
imunizante prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição da República. 
Precedente: RE-AgR 482.814, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, 
Segunda Turma, DJe 14.12.2011. 5. Agravo regimental a que se nega 
provimento, com majoração de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, 
§ 11, do CPC. 
 
(ACO 2730 AgR, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, 
julgado em 24/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 31-
03-2017 PUBLIC 03-04-2017) 
 
EMENTA Agravos regimentais em ação cível originária. Imunidade tributária 
recíproca. Artigo 150, VI, a, da CF/88. Possibilidade de reconhecimento a 
sociedade de economia mista, atendidos os pressupostos fixados pelo 
Supremo Tribunal Federal. Competência para apreciação da causa. Artigo 
102, I, f, da CF/88. Interpretação restritiva. Exclusão de município do polo 
passivo. Direito a repetição do indébito e ao reenquadramento do sistema de 
 
 
 
 
PIS/COFINS. Matérias de ordem infraconstitucional inaptas a abalar o pacto 
federativo. Agravos regimentais não providos. 1. Nos autos do RE nº 
253.472/SP, esta Corte firmou o entendimento de que é possível a extensão da 
imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mistas prestadoras 
de serviço público, desde que observados os seguintes parâmetros: (i) a 
imunidade tributária recíproca, quando reconhecida, se aplica apenas à 
propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos 
institucionais imanentes do ente federado; (ii) atividades de exploração 
econômica destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou 
de particulares devem ser submetidas à tributação, por se apresentarem como 
manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a 
desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos 
princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou 
econômica lícita. 2. É possível a concessão de imunidade tributária recíproca à 
Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), pois, em que pese ostentar, 
como sociedade de economia mista, natureza de ente privado: (i) executa 
serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto; e (ii) o faz 
de modo exclusivo; (iii) o percentual de participação do Estado de Alagoas no 
capital social da empresa é de 99,96%; (iv) trata-se de empresa de capital 
fechado. São, ademais, tais premissas que, juntamente com o dispositivo do 
decisum, formam a coisa julgada, não havendo, destarte, que se falar que a 
mera possibilidade de alteração no quadro societário da empresa seria 
impedimento à prolação de decisão concessiva da imunidade tributária 
recíproca a sociedade de economia mista. 3. Em face da literalidade da norma 
inscrita no art. 102, I, f, da Carta Maior, não compete a esta Corte, em sede 
originária, processar e julgar causas na qual antagonizem sociedade de 
economia mista estadual e município, ainda que se trate de demanda versante 
sobre imunidade tributária recíproca em cujo polo passivo se situe também a 
União. 4. Questões referentes à repetição do indébito tributário e à mudança 
no regime de recolhimento do PIS e COFINS não guardam feição 
constitucional e não são aptas a atrair a competência do STF, ante a ausência 
de potencial para abalar o pacto federativo. 5. Agravos regimentais não 
providos. 
 
(ACO 2243 AgR-segundo, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, 
julgado em 17/03/2016,PROCESSO ELETRÔNICO DJe-108 DIVULG 25-
05-2016 PUBLIC 27-05-2016) 
. 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE 
ECONOMIA MISTA CONTROLADA POR ENTE FEDERADO. 
CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO 
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA 
DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CODESP). 
INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150, VI, a 
DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980. 1. 
 
 
 
 
IMUNIDADE RECÍPROCA. CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto 
pelo ministro-relator, a aplicabilidade da imunidade tributária recíproca (art. 
150, VI, a da Constituição) deve passar por três estágios, sem prejuízo do 
atendimento de outras normas constitucionais e legais: 1.1. A imunidade 
tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na 
satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja 
tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia política. Em 
conseqüência, é incorreto ler a cláusula de imunização de modo a reduzi-la a 
mero instrumento destinado a dar ao ente federado condições de contratar em 
circunstâncias mais vantajosas, independentemente do contexto. 1.2. 
Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar 
o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, 
por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a 
autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral 
relevante a quebra dos princípios da livre-concorrência e do exercício de 
atividade profissional ou econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a 
desventura empresarial devem pautar-se por virtudes e vícios próprios do 
mercado e da administração, sem que a intervenção do Estado seja favor 
preponderante. 2. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EXPLORAÇÃO 
DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. CONTROLE 
ACIONÁRIO MAJORITÁRIO DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE INTUITO 
LUCRATIVO. FALTA DE RISCO AO EQUILÍBRIO CONCORRENCIAL 
E À LIVRE-INICIATIVA. Segundo se depreende dos autos, a Codesp é 
instrumentalidade estatal, pois: 2.1. Em uma série de precedentes, esta Corte 
reconheceu que a exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres 
caracteriza-se como serviço público. 2.2. O controle acionário da Codesp 
pertence em sua quase totalidade à União (99,97%). Falta da indicação de que 
a atividade da pessoa jurídica satisfaça primordialmente interesse de acúmulo 
patrimonial público ou privado. 2.3. Não há indicação de risco de quebra do 
equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, eis que ausente comprovação 
de que a Codesp concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3. 
Ressalva do ministro-relator, no sentido de que “cabe à autoridade fiscal 
indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao 
interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou 
privado”. Recurso conhecido parcialmente e ao qual se dá parcial provimento. 
 
(RE 253472, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: 
Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/08/2010, DJe-
020 DIVULG 31-01-2011 PUBLIC 01-02-2011 EMENT VOL-02454-04 PP-
00803 RTJ VOL-00219-01 PP-00558) 
. 
**Trechos do AG. REG. NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.080.256 SÃO 
PAULO (2020 STF): 
 
 
 
 
. 
Cabe destacar, neste ponto, o magistério da doutrina (CARLOS SOARES 
SANT’ANNA, “Imunidade de Empresas Públicas Prestadoras de Serviços 
Públicos”, “in” “Imunidade Tributária”, obra coletiva, p. 43/54, 2005, MP 
Editora; JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, “Manual de Direito 
Administrativo”, p. 848/849, item n. 4, 12ª ed., 2005, Lumen Juris; 
ROQUE ANTONIO CARRAZZA, “A Imunidade Tributária das Empresas 
Estatais Delegatárias de Serviços Públicos”, p. 38/48, 2004, Malheiros; 
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, “Curso de Direito 
Administrativo”, p. 656/657, item n. 17, 21ª ed., 2006, Malheiros; HELY 
LOPES MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 640/641, 
item n. 3.1, 32ª ed., atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio 
Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle Filho, 2006, Malheiros), cujas 
lições acentuam – mesmo tratando-se de empresas governamentais 
prestadoras de serviços públicos – a estatalidade das atividades por elas 
exercidas em regime de delegação pertinente a serviços 
constitucionalmente monopolizados pelo Poder Público (JOSÉ AFONSO 
DA SILVA, “Curso de Direito Constitucional Positivo”, p. 803/806, item n. 
14, 34ª ed., 2011, Malheiros, v.g.), valendo referir, ante a pertinência de 
suas observações, o preciso entendimento de REGINA HELENA COSTA 
(“Imunidades Tributárias – Teoria e Análise da Jurisprudência do STF”, p. 
143/144, item n. 2.1.6, 2ª ed., 2006, Malheiros): 
 
“Inicialmente, analisemos a situação da empresa estatal – empresa pública 
ou sociedade de economia mista – que recebeu a outorga, por meio de lei, 
da prestação de serviço público cuja competência pertence à pessoa política 
que a criou. Tais pessoas detêm personalidade de Direito Privado e 
compõem a Administração Pública Indireta ou Descentralizada. Têm sua 
criação autorizada, sempre por lei (art. 37, XIX, da CF), para desempenhar 
atividade de natureza econômica, a título de intervenção do Estado no 
domínio econômico (art. 173 da CF) ou como serviço público assumido 
pelo Estado (art. 175 da CF). Recebendo tais entes o encargo de prestar 
serviço público – consoante a noção exposta –, o regime de sua atividade é 
o de Direito Público, o que inclui, dentre outras prerrogativas, o direito à 
imunidade fiscal. 
 
 O raciocínio resume-se no seguinte: se o serviço público for prestado 
diretamente pela pessoa política estará, indubitavelmente, imune à 
tributação por via de impostos. Ora, a mera delegação da execução desse 
serviço público, pela pessoa que é titular da competência para prestá-lo à 
coletividade, por meio de lei, a uma empresa por ela instituída – empresa 
pública ou sociedade de economia mista –, que se torna delegatária do 
serviço, não pode, portanto, alterar o regime jurídico – inclusive tributário 
 
 
 
 
– que incide sobre a mesma prestação. A descentralização administrativa, 
como expediente destinado a garantir maior eficiência na prestação de 
serviços públicos (art. 37, ‘caput’, da CF), não tem o condão de alterar o 
tratamento a eles dispensado, consagrador da exoneração tributária 
concernente a impostos.” 
 
Diversa não é a percepção do tema revelada, em douto magistério, por 
ROQUE ANTONIO CARRAZZA (“Curso de Direito Constitucional 
Tributário”, p. 706/709, 22ª ed., 2006, Malheiros): 
 
“Aprofundando o assunto, as empresas estatais, quando delegatárias de 
serviços públicos ou de atos de polícia – e que, portanto, não exploram 
atividades econômicas –, não se sujeitam à tributação por meio de 
impostos, justamente porque são a ‘longa manus’ das pessoas políticas que, 
por meio de lei, as criam e lhes apontam os objetivos públicos a alcançar. A 
circunstância de serem revestidas da natureza de ‘empresa pública’ ou de 
‘sociedade de economia mista’ não lhes retira a condição de ‘pessoas 
administrativas’, que agem em nome do Estado, para a consecução do bem 
comum. Valem, a respeito, as observações do mesmo mestre Geraldo 
Ataliba: ‘Há delegação (o que só cabe por decisão legislativa) quando a 
pessoa política (União, Estado ou Município) cria uma entidade sob forma 
de empresa (pública ou mista) e a incumbe de prestar um serviço público. 
Assim, a empresa estatal é delegada e (na forma da lei) exerce serviço 
público próprio da entidade política cuja lei a criou’. 
....................................................................................................... 
Muito bem, as pessoas administrativas delegatárias de serviços públicos ou 
do poder de polícia titularizam interesses públicos, que lhes dão grande 
cópia de prerrogativas, inclusive no que concerne à tributação, a elas se 
aplicando, porinteiro, a imunidade do art. 150, VI, ‘a’, da CF. Sendo mais 
específicos, tais pessoas, enquanto, no exercício de suas funções típicas, 
auferem rendimentos, são imunes ao IR e aos demais tributos que incidem 
sobre lucros, receitas, rendimentos etc.; enquanto proprietárias dos imóveis 
que lhes dão ‘base material’ para o desempenho de suas atividades típicas, 
são imunes ao IPTU; enquanto proprietárias de veículos automotores 
utilizados na prestação dos serviços públicos ou na prática de atos de 
polícia, são imunes ao IPVA; e assim avante. 
 
Remarque-se que a circunstância de estas pessoas terem personalidade de 
direito privado não impede recebam especial proteção tributária, justamente 
para possibilitar a prestação de serviços públicos ou a prática de atos de 
polícia. Reforçando estas ideias, é ponto bem averiguado que algumas 
atividades só podem ser exploradas pelo Estado, entre nós representado 
pelas pessoas políticas (a União, os Estados-membros, os Municípios e o 
 
 
 
 
Distrito Federal). É que a Constituição entendeu que elas são tão essenciais 
ou dizem tão de perto com a soberania nacional, que não convém 
naveguem ao sabor da livre concorrência. De fato, embora entre nós vigore 
o regime da livre iniciativa, aos particulares – e, por extensão, às empresas 
privadas – não é dado imiscuir-se em determinados assuntos. 
 
Quais assuntos? Basicamente os adnumerados nos arts. 21, 25, 30 e 32 da 
CF, que tratam, respectivamente, das competências administrativas da 
União, dos Estados-membros, dos Municípios e do Distrito Federal. 
....................................................................................................... 
Os particulares só ingressam no campo reservado aos serviços públicos ou 
aos atos de polícia quando contratados pelo Estado, segundo as fórmulas da 
concessão e permissão. Mas, mesmo quando isto acontece, o Estado não se 
desonera do dever e da titularidade de supervisioná-los. Afinal, os serviços 
e os atos de polícia continuam públicos. Não migram, por forca da 
concessão ou da permissão, para as hostes do direito privado. O que 
estamos querendo significar é que, do mesmo modo em que há um campo 
reservado à livre iniciativa (art. 170 da CF), há um outro reservado à 
atuação estatal (art. 175 da CF). 
....................................................................................................... Quando, 
porém, a empresa pública ou a sociedade de economia mista são 
delegatárias de serviços públicos ou de poder de polícia, elas, por não 
concorrerem com as empresas privadas, não se sujeitam aos ditames do 
precitado art. 173. 
....................................................................................................... 
 
 Podemos, pois, dizer que, neste caso, as sociedades de economia mista e as 
empresas públicas, pelas atribuições delegadas de poder público que 
exercitam, são, ‘tão-só quanto à forma’, pessoas de direito privado. 
‘Quanto ao fundo’ são instrumentos do Estado, para a prestação de serviços 
públicos ou a prática de atos de polícia. Acabam fazendo as vezes das 
autarquias, embora – damo-nos pressa em proclamar – com elas não se 
confundam. Neste sentido, enquanto atuam como se pessoas políticas 
fossem, as empresas públicas e as sociedades de economia mista não 
podem ter embaraçada ou anulada sua ação pública por meio de impostos. 
Esta é a consequência de uma interpretação sistemática do art. 150, VI, ‘a’, 
da CF. Não se deve distinguir entre a empresa estatal e a pessoa política 
que a instituiu, mas, simplesmente, se a hipótese de incidência (fato 
gerador ‘in abstracto’) do imposto provém da prestação de serviços 
públicos ou do exercício do poder de polícia, isto é, de atividades de 
competência governamental. Em caso afirmativo, são, s.m.j., alcançadas 
pelos benefícios do art. 150, VI, ‘a’, da CF.” 
 
 
 
 
 
Vê-se, portanto, que a resolução do presente litígio há de resultar do 
reconhecimento, na espécie, de que a pretensão impositiva do Município, 
em tema de IPTU (imposto cuja exigibilidade está sendo questionada no 
caso), sofre as limitações decorrentes da garantia da imunidade tributária 
recíproca, que traduz uma das projeções concretizadoras do postulado 
constitucional da Federação. 
 
 É importante por em destaque, neste ponto, a própria razão de ser da 
cláusula que instituiu a imunidade tributária recíproca. Sabemos que a 
Constituição do Brasil, ao institucionalizar o modelo federal de Estado, 
perfilhou, a partir das múltiplas tendências já positivadas na experiência 
constitucional comparada, o sistema do federalismo de equilíbrio, cujas 
bases repousam na necessária igualdade político-jurídica entre as unidades 
que compõem o Estado Federal. 
 
Desse vínculo isonômico, que parifica as pessoas estatais dotadas de 
capacidade política, deriva, como uma de suas consequências mais 
expressivas, a vedação – dirigida a cada um dos entes federados – de 
instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços uns dos 
outros, bem assim de suas instrumentalidades administrativas, como esta 
Suprema Corte vem decidindo a respeito de semelhante questão. A 
imunidade tributária recíproca – consagrada pelas sucessivas Constituições 
republicanas brasileiras – representa um fator indispensável à preservação 
institucional das próprias unidades integrantes do Estado Federal, 
constituindo, ainda, importante instrumento de manutenção do equilíbrio e 
da harmonia que devem prevalecer, como valores essenciais que são, no 
plano das relações político- -jurídicas fundadas no pacto da Federação. 
 
 A concepção de Estado Federal, que prevalece em nosso ordenamento 
positivo, impede – especialmente em função do papel que incumbe a cada 
unidade federada desempenhar no seio da Federação – que qualquer delas 
institua impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços tanto das demais 
pessoas políticas quanto das respectivas pessoas administrativas, quando 
criadas para executar, mediante outorga, serviços públicos 
constitucionalmente incluídos na esfera orgânica de competência das 
entidades governamentais. No processo de indagação das razões políticas 
subjacentes à previsão constitucional da imunidade tributária recíproca, 
cabe destacar, precisamente, a preocupação do legislador constituinte de 
inibir, pela repulsa à submissão fiscal de uma entidade federada a outra, 
qualquer tentativa, que, concretizada, possa, em última análise, inviabilizar 
o próprio funcionamento da Federação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
*PROVAS ORAIS: 
. 
1) PROVA ORAL (Magistratura Estadual - Concurso: TJRJ - Ano: 
2012 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Tributário - Diferença entre 
imunidade e isenção.) 
 
SEM ESPELHO. 
 
 
2) (PROVA ORAL CESPE) Ministério Público Estadual - MPE-AC - 
Ano: 2014 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Tributário - CF/88 - 
Art. 5º - XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em 
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção 
de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; Art. 184 - § 5º - São 
isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de 
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. 
Esses dispositvos se tratam de imunidade ou isenção? Diferencie 
imunidade de isenção. O que é taxa? 
 
SEM ESPELHO. 
 
 
3) (PROVA ORAL CESPE) Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2014 - 
Banca: CESPE - Disciplina: Direito Tributário - Por que razão 
axiológica a União não pode tributar os templos e os livros? Onde a 
imunidade está prevista? Onde a isenção está prevista? 
 
SEM ESPELHO. 
 
4) TJCE - Ano: 2019 - Banca: CEBRASPE - Direito Tributário - 
Apresente o conceito de imunidade tributária recíproca e, em 
seguida, responda, justificadamente,aos seguintes questionamentos. 
1 O ente imune pode ser responsável ou substituto tributário? 2 A 
imunidade recíproca abrange o imposto sobre operações financeiras 
(IOF)? 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
1 Conceito de imunidade tributária recíproca: A imunidade 
recíproca é uma limitação constitucional ao poder de tributar: ela 
impede que os entes federativos cobrem impostos uns dos outros. 
 
 
 
 
Essa imunidade é aplicável apenas aos impostos, não abrangendo 
taxas, contribuições e outras espécies tributárias. O fundamento 
legal para tal limitação consta do art. 150, inc. VI, alínea a) da 
Constituição Federal de 1988: 
 
 Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
(...) 
VI – instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
 
 Essa imunidade é aplicável igualmente às autarquias e fundações 
públicas, desde que vinculada às suas finalidades essenciais ou delas 
decorrentes, ressalvados os fatos geradores relacionados com exploração de 
atividades econômica ou a empreendimentos privados nos quais exista 
contraprestação ou pagamento pelo usuário. 
 
Confiram-se os §§ 2.º e 3.º do art. 150 da CF: 
 
Art. 150 (...) 
§ 2.º A vedação do inciso VI, ‘a’, é extensiva às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes. 
§ 3.º As vedações do inciso VI, ‘a’, e do parágrafo anterior não se 
aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com 
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis 
a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o 
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente 
ao bem imóvel. 
 
2 Possibilidade de o ente imune ser responsável ou substituto 
tributário: 
 
A imunidade recíproca não exime o ente imune das demais 
obrigações para com o fisco. Assim, não há impedimento 
constitucional para que a lei instituidora dos impostos preveja que 
esses entes figurem como responsáveis ou substitutos tributários. 
Essa questão encontra-se expressamente prevista no § 1.º, IV, art. 9.º 
do Código Tributário Nacional: 
 
 
 
 
 
Art. 9.º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
 (...) 
IV – cobrar imposto sobre: 
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; 
(...) 
§ 1.º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às 
entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos 
que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, 
previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações 
tributárias por terceiros. 
 
 Tanto na substituição tributária como na responsabilidade, não há 
deslocamento na sujeição tributária passiva. Os responsáveis e os 
substitutos tributários não passam a ser contribuintes do tributo. Logo, a 
imunidade tributária não é aplicável. 
 
3 Imunidade recíproca e o imposto sobre operações financeiras 
(IOF): 
 
 
A imunidade recíproca abrange todo e qualquer imposto, desde que as 
rendas em questão estejam vinculadas às finalidades essenciais do ente 
imune ou sejam delas decorrentes. 
Esse é o entendimento sedimentado do STF, que aponta que a 
imunidade recíproca abrange todos os impostos, incluindo-se o IOF, 
diante da ausência de ressalva constitucional em relação a esse tributo. 
 
IMPOSTO – IMUNIDADE RECÍPROCA – Imposto sobre Operações 
Financeiras. A norma da alínea ‘a’ do inciso VI do artigo 150 da 
Constituição Federal obstaculiza a incidência recíproca de impostos, 
considerada a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Descabe introduzir no preceito, à mercê de interpretação, exceção não 
contemplada, distinguindo os ganhos resultantes de operações 
financeiras. (STF, RE 197940 AgR/SC, min. Marco Aurélio, Segunda 
Turma, j. 04/03/1997) 
 
 
5) Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2014 - Banca: CESPE - 
Disciplina: Direito Tributário - Por que razão axiológica a União 
não pode tributar os templos e os livros? Onde a imunidade está 
prevista? Onde a isenção está prevista? 
 
 
 
 
 
SEM ESPELHO 
 
6) Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2014 - Banca: CESPE - 
Disciplina: Direito Tributário - Imunidade recíproca fundamenta-
se em que tipo de federalismo? 
 
SEM ESPELHO 
 
**O julgado abaixo é por minha conta: 
 
E M E N T A: AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA – JURISPRUDÊNCIA DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONSOLIDADA QUANTO À 
MATÉRIA VERSADA NA CAUSA – POSSIBILIDADE, EM TAL 
HIPÓTESE, DE O RELATOR DECIDIR, MONOCRATICAMENTE, A 
CONTROVÉRSIA JURÍDICA – COMPETÊNCIA MONOCRÁTICA QUE 
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DELEGOU, VALIDAMENTE, EM 
SEDE REGIMENTAL (RISTF, ART. 21, § 1º) – INOCORRÊNCIA DE 
TRANSGRESSÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE – PLENA 
LEGITIMIDADE JURÍDICA DESSA DELEGAÇÃO REGIMENTAL – 
ICMS – EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – 
EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO – 
RECONHECIMENTO, EM SEU FAVOR, DA PRERROGATIVA 
CONSTITUCIONAL DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (CF, 
ART. 150, VI, “a”), QUE TRADUZ UMA DAS PROJEÇÕES 
CONCRETIZADORAS DO PRINCÍPIO DA FEDERAÇÃO – 
PRECEDENTES – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. – A 
Constituição da República confere ao Supremo Tribunal Federal a posição 
eminente de Tribunal da Federação (CF, art. 102, I, “f”), atribuindo-lhe, nessa 
condição institucional, o poder de dirimir controvérsias cuja potencialidade 
ofensiva revele-se apta a vulnerar os valores que informam o princípio 
fundamental que rege, em nosso ordenamento jurídico, o pacto da Federação. 
Doutrina. Precedentes. – A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
(ECT), que é empresa pública, executa, como atividade-fim, serviço postal 
constitucionalmente outorgado, em regime de monopólio, à União Federal, 
qualificando-se, em razão de sua específica destinação institucional, como 
entidade delegatária dos serviços públicos a que se refere o art. 21, inciso X, 
da Lei Fundamental, o que exclui essa empresa governamental, em matéria de 
impostos (inclusive o ICMS), por efeito do princípio da imunidade tributária 
recíproca (CF, art. 150, VI, “a”), do poder de tributar deferido aos entes 
políticos em geral. Precedentes. – Consequente inexigibilidade, por parte do 
Distrito Federal, do ICMS referente às atividades de transporte de 
encomendas executadas pela ECT na prestação dos serviços públicos: serviço 
postal, no caso. 
 
(ACO 2654 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, 
 
 
 
 
julgado em 03/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-053 DIVULG 21-
03-2016 PUBLIC 22-03-2016) 
. 
**Trechos do voto acima: 
. 
É importante pôr em destaque, neste ponto, a própria razão de ser da 
cláusula que instituiu a imunidade tributária recíproca. 
 
 Sabemos que a Constituição do Brasil, ao institucionalizar o modelo 
federal de Estado, perfilhou, a partir das múltiplas tendências já positivadas 
na experiência constitucional comparada, o sistema do federalismo de 
equilíbrio, cujas bases repousam na necessária igualdade político-jurídica 
entre as unidades que compõem o Estado Federal. 
 
Desse vínculo isonômico que parifica as pessoas estatais dotadas de 
capacidade política deriva, como uma de suas consequências mais 
expressivas, a vedação – dirigida a cada um dos entes federados – de 
instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços uns dos 
outros, bem assim de suas instrumentalidades administrativas, como esta 
Suprema Corte vem decidindo a respeito de semelhante questão. A 
imunidade tributária recíproca – consagrada pelas sucessivas Constituições 
republicanas brasileiras – representa um fator indispensável à preservação 
institucional das próprias unidades integrantes do Estado Federal,constituindo, ainda, importante instrumento de manutenção do equilíbrio e 
da harmonia que devem prevalecer, como valores essenciais que são, no 
plano das relações político-jurídicas fundadas no pacto da Federação. 
 
A concepção de Estado Federal que prevalece em nosso ordenamento 
positivo impede – especialmente em função do papel que incumbe a cada 
unidade federada desempenhar no seio da Federação – que qualquer delas 
institua impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços tanto das demais 
pessoas políticas quanto das respectivas pessoas administrativas, quando 
criadas para executar, mediante outorga, serviços públicos 
constitucionalmente incluídos na esfera orgânica de competência das 
entidades governamentais. 
 
 No processo de indagação das razões políticas subjacentes à previsão 
constitucional da imunidade tributária recíproca, cabe destacar, 
precisamente, a preocupação do legislador constituinte de inibir, pela 
repulsa à submissão fiscal de uma entidade federada a outra, qualquer 
tentativa que, concretizada, possa, em última análise, inviabilizar o próprio 
funcionamento da Federação. 
 
 
 
 
 
7) Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2014 - Banca: CESPE - 
Disciplina: Direito Tributário - Lei Complementar pode criar novas 
limitações ao poder de tributar? 
 
SEM ESPELHO 
 
**Trecho do livro DIREITO TRIBUTÁRIO (Ricardo Alexandre 
Ed. GEN 2016, pg. 101): 
 
A Carta Magna estatui as principais limitações ao exercício da competência 
tributária, mas não necessariamente todas. Isto é percebido pela simples 
leitura do art. 150 da CF. 
 
 O dispositivo inaugura a Seção denominada “Das limitações do poder de 
tributar”, deixando claro que as garantias que estatui existem “sem prejuízo 
de outras (…) asseguradas ao contribuinte”. 
 
Assim, é lídimo afirmar que as garantias ali estatuídas formam um rol não 
exaustivo, pois existem outras estipuladas em dispositivos diversos da 
Constituição Federal (art. 5.º, inciso, XXXIV, por exemplo), além daquelas 
que decorrem do regime e dos princípios adotados pela própria Carta ou 
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte (CF, art. 5.º, § 2.º). 
 
 Nessa linha, no concurso para Advogado da União, realizado em 2002, o 
CESPE propôs a seguinte afirmativa (correta): 
 “O poder de o Estado criar e cobrar tributos não é ilimitado no Estado 
democrático de direito; no caso brasileiro, esse poder sofre diversas 
limitações: boa parte delas, mas nem todas, está no capítulo que regula o 
Sistema Tributário Nacional”. 
 
**Trecho interessante: 
. 
1. DAS IMUNIDADES CONSTITUCIONAIS 
A Imunidade é um obstáculo à tributação expressa na própria 
Constituição. Assim sendo, o que é imune, conforme hipóteses definidas 
pelo poder constituinte originário, jamais poderá ser tributado. 
Portanto, trata-se de uma limitação à competência tributária das 
pessoas políticas. Assim, a Constituição Federal determina uma série de 
imunidades. Então, em que pese haver o tributo sido instituído por lei etc., 
se configurado algum caso de imunidade constitucional, não haverá 
incidência. Sua natureza é dúplice, portanto. É ao mesmo tempo um óbice 
 
 
 
 
constitucional à tributação e um direito subjetivo de certas pessoas 
beneficiárias do instituto. 
Leciona nesse sentido Regina Helena Costa, que com a costumeira 
precisão, define a imunidade tributária como: a exoneração, fixada 
constitucionalmente, traduzida em norma expressa impeditiva da atribuição 
de competência tributária ou extraível, necessariamente, de um ou mais 
princípios constitucionais, que confere direito público subjetivo a certas 
pessoas, nos termos por ela delimitados, de não se sujeitarem à tributação. 
É claro que imunidade difere da isenção. Isto porque, imunidade é a 
não tributação constitucionalmente qualificada, isto é, prevista na própria 
Constituição. Contudo, a isenção é uma vedação da tributação, mas 
legalmente qualificada, ou seja, prevista em lei, que evidentemente é norma 
de hierarquia inferior à Constituição. Desta forma, a isenção pode ser 
extinta, desde que por lei de mesma hierarquia daquela que a criou, o que 
não ocorre relativamente à imunidade. 
1. DAS IMUNIDADES CONSTITUCIONAIS 
A Imunidade é um obstáculo à tributação expressa na própria 
Constituição. Assim sendo, o que é imune, conforme hipóteses definidas 
pelo poder constituinte originário, jamais poderá ser tributado. 
Portanto, trata-se de uma limitação à competência tributária das 
pessoas políticas. Assim, a Constituição Federal determina uma série de 
imunidades. Então, em que pese haver o tributo sido instituído por lei etc., 
se configurado algum caso de imunidade constitucional, não haverá 
incidência. Sua natureza é dúplice, portanto. É ao mesmo tempo um óbice 
constitucional à tributação e um direito subjetivo de certas pessoas 
beneficiárias do instituto. 
Leciona nesse sentido Regina Helena Costa, que com a costumeira 
precisão, define a imunidade tributária como: a exoneração, fixada 
constitucionalmente, traduzida em norma expressa impeditiva da atribuição 
de competência tributária ou extraível, necessariamente, de um ou mais 
princípios constitucionais, que confere direito público subjetivo a certas 
pessoas, nos termos por ela delimitados, de não se sujeitarem à tributação. 
É claro que imunidade difere da isenção. Isto porque, imunidade é a 
não tributação constitucionalmente qualificada, isto é, prevista na própria 
Constituição. Contudo, a isenção é uma vedação da tributação, mas 
legalmente qualificada, ou seja, prevista em lei, que evidentemente é norma 
de hierarquia inferior à Constituição. Desta forma, a isenção pode ser 
 
 
 
 
extinta, desde que por lei de mesma hierarquia daquela que a criou, o que 
não ocorre relativamente à imunidade. 
Fonte: https://jus.com.br/artigos/80984/limitacoes-constitucionais-
ao-poder-de-tributar-na-jurisprudencia-dos-tribunais 
 
8) Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2014 - Banca: CESPE - 
Disciplina: Direito Tributário - EC pode desfazer imunidade? 
Tratado pode ser revogado por Lei Tributária? 
 
SEM ESPELHO 
 
**Artigo interessante: 
 
 
Nessa seara, a rigidez constitucional celebra as chamadas cláusulas 
pétreas, por traduzir a impossibilidade do Poder Constituinte Derivado 
Reformador de alterar as disposições constitucionais que exprimam 
garantias fundamentais: 
 
“O poder constituinte originário também estabeleceu algumas vedações 
materiais, ou seja, definiu um núcleo intangível, comumente chamado 
pela doutrina de cláusulas pétreas. 
 
(i) a forma federativa de Estado; (ii) o voto direto, secreto, universal e 
periódico; (iii) a separação dos Poderes; e (iv) os direitos e garantias 
individuais.” 
 
Adriana Zawada Melo, em importante lição, assevera sobre as cláusulas 
pétreas: 
 
“[as] “cláusulas pétreas”, representam o núcleo intangível de uma 
Constituição, gravado com uma cláusula de eternidade (em 
alemão, ewigkeitsgarantien), a fim de conferir uma força especial, frente 
às eventuais reformas, aos princípios de maior importância na 
manutenção da decisão política fundamental, base de determinada 
Constituição. Essas cláusulas de garantia ou de irreversibilidade gozam, 
como diz Oscar Vilhena Vieira, de uma superconstitucionalidade (no 
sentido de possuir uma rigidez maior), o que impede que os princípios 
alçados à condição de cláusulas intangíveis, de serem suprimidos ou 
https://jus.com.br/artigos/80984/limitacoes-constitucionais-ao-poder-de-tributar-na-jurisprudencia-dos-tribunais
https://jus.com.br/artigos/80984/limitacoes-constitucionais-ao-poder-de-tributar-na-jurisprudencia-dos-tribunais
 
 
 
 
desfigurados, podendo apenas ser admitida a sua reestruturação ou 
ampliação”. 
Essa imutabilidade representa uma muralha imposta pelo legislador 
Constituinte originário para preservar a integridade formal e material da 
Constituição, inibindo modificaçõesconstitucionais que possam mutilar 
ou diminuir a eficácia dos preceitos constitucionais garantidores da 
harmonia jurídico-social: 
 
 
“O significado último das clausulas pétreas está em prevenir um 
processo de erosão da Constituição. A cláusula pétrea não existe tão-só 
para remediar situação de destruição da Carta, mas tem a missão de 
inibir a mera tentativa de abolir o seu projeto básico. Pretende-se evitar 
que a sedução e de apelos próprios de certo momento político destrua 
um projeto duradouro.” 
 
Nessa seara, Kildare Gonçalves Carvalho disserta sobre o assunto em 
foco: 
 
“Constituem o chamado cerne imodificável da Constituição, suas 
cláusulas pétreas. Expressam as opções que o constituinte originário 
elegeu, traduziu nas regras estruturadoras do edifício constitucional, 
que tratam do conteúdo, do teor do texto constitucional. (…) 
 
A primeira limitação material, na Constituição de 1988, impede a 
mudança da forma federativa. Não se pode, portanto, transformar o 
Estado brasileiro em unitário, mesmo descentralizado. 
 
Em seguida, a Constituição coloca a salvo o voto direto, secreto, 
universal e periódico, expressão do princípio democrático. 
 
Constitui ainda óbice ao poder de reforma a separação de poderes. 
Trata-se de proibir a supressão de qualquer dos poderes do Estado – 
Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como de resguardar as 
atribuições básicas de cada um deles. 
 
 
 
 
 
Finalmente, os direitos e garantias individuais são imodificáveis por via 
de emenda à Constituição. Entendemos que se acham abrangidos, pela 
cláusula de irreformabilidade, quaisquer direitos fundamentais, como, 
por exemplo, os direitos sociais, bem como outros direitos fundamentais 
além daqueles declarados no Título II da Constituição. Também os 
direitos fundamentais decorrentes de tratados internacionais de que o 
Brasil seja parte, apesar da controvérsia doutrinária e jurisprudencial, 
têm, em nosso entender, eminência constitucional.” 
 
 
As cláusulas pétreas exprimem a impossibilidade, instituída pelo 
legislador constituinte, de modificar regras estruturais ou garantias 
constitucionais. Essa impossibilidade é vislumbrada nas normas que 
emitem os efeitos jurídicos da imunidade tributária. As normas 
imunizantes possuem um antecedente normativo que contém um ou mais 
direitos fundamentais, e no seu consequente há uma garantia de não 
nascimento da obrigação principal (sem o dever de pagamento de 
tributo, mas com dever de cumprir os deveres instrumentais). Como as 
imunidades possuem um antecedente que veicula direitos fundamentais, 
há nítida relação com a rigidez constitucional, pois as normas 
imunizantes, ao exprimirem os valores consagrados pelos direitos 
fundamentais, subsumem ao conceito de cláusulas pétreas. Isto quer 
dizer que inexiste possibilidade de o legislador ordinário restringir, 
modificar (diminuir) ou mutilar (totalmente ou parcialmente) os 
preceitos fundamentais que versam sobre imunidade tributária. Este 
também é o entendimento de Roque Antônio Carrazza: 
 
“[…] temos por indisputável que desobedecer a uma regra de imnidade 
equivale a incidir em inconstitucionalidade. 
 
Nem a emenda constitucional pode anular ou restringir as situações de 
imunidade contempladas na Constituição. 
Por muito maior razão, a ação do legislador ordinário, neste campo, 
encontra limites insuperáveis na Constituição. 
Ora, se até o constituinte derivado e o legislador ordinário não podem 
ignorar as imunidades tributárias, por muito maior razão não poderá 
fazê-lo o aplicador das leis tributárias, interpretando-as, a seu talante, 
de modo a costeá-las. (…) 
 
 
 
 
Em termos mais precisos, o direito à imunidade é uma garantia 
fundamental constitucionalmente assegurada ao contribuinte, que 
nenhuma lei, poder ou autoridade pode anular.”[15] 
 
 
Nesta sintonia, José Souto Maior Borges aduz: 
 
 
“Sistematicamente, através da imunidade resguardam-se princípios, 
ideias-força ou postulados essências ao regime político. 
Consequentemente, pode-se afirmar que as imunidades representam 
muito mais um problema do direito constitucional do que um problema 
do direito tributário. Analisada sob o prisma do fim, objetivo ou escopo, 
a imunidade visa assegurar certos princípios fundamentais ao regime, a 
incolumidade de valores éticos e culturais consagrados pelo 
ordenamento constitucional positivo e que se pretende manter livre das 
interferências ou perturbações da tributação.” 
 
Ainda sobre o tema em foco, Regina Helena Costa aduz: 
 
“[…] quando a exoneração tributária é outorgada por uma Constituição, 
pretende-se seja perene. Se a Constituição é rígida, tal perenidade está 
assegurada em termos mais consistentes, diante do maior grau de 
dificuldade estabelecido para sua modificação. (…) No caso da 
Constituição Brasileira, no que tange às imunidades tributárias, a rigidez 
constitucional atinge seu grau máximo. Isto porque as normas 
imunizantes são cláusulas pétreas, autênticas limitações materiais ao 
exercício do Poder Constituinte Derivado” 
 
Entendidos os direitos fundamentais como cláusulas pétreas, os seus 
efeitos jurídicos também o serão. As imunidades tributárias são 
conseqüências jurídicas asseguradoras da eficácia de direitos 
fundamentais e também suportaram serem subsumidas ao conceito de 
cláusulas pétreas. 
Fonte: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/imunidade-
tributaria-e-as-clausulas-petreas/ 
. 
. 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/imunidade-tributaria-e-as-clausulas-petreas/#_ftn15
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/imunidade-tributaria-e-as-clausulas-petreas/
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/imunidade-tributaria-e-as-clausulas-petreas/
 
 
 
 
. 
**A seguir questões da PROVA ORAL TJ SP 184 (apostila 
montada pelos candidatos, creio eu): 
. 
IPTU: em se tratando de cemitério de administração de entidade religiosa, 
caberia a imunidade do art. 150, VI, CF? A CF fala em templos de qualquer 
culto: qual a intepretação dessa interpretação? Se restringe aos prédios 
físicos ou não? [o examinador trouxe situação de cemitério que tem gavetas 
funerárias e que as oferece para venda]: nesse caso, haveria a imunidade do 
IPTU? (07/08) 
 
O STF decidiu no RE 578562/BA que os cemitérios que constituem 
extensões de entidade religiosas estão abrangidos pela imunidade. Não 
houve uma análise aprofundada sobre a natureza jurídica do cemitério 
isoladamente considerado. Ou seja, se o cemitério, por si só, seria templo 
de qualquer culto e, dessa forma, estaria imune a impostos. Na verdade, se 
o destino da renda de venda de gavetas funerárias for revertido para a 
finalidade essencial da entidade religiosa, será imune ao IPTU. 
. 
MJ: Poder de tributar: diga o que achar que deve dizer sobre os princípios 
limitativos ao poder de tributar [o examinador mencionou que perguntou 
dessa forma porque o candidato é procurador; em seguida, o examinador 
interrompeu o candidato e disse que poderia fazer isso quando achasse 
necessário]. 22/07/2014. 
 
A CF, no intuito de resguardar os valores que dela emanam, consagra 02 
grandes limitações constitucionais ao poder de tributar, titularizado pela 
União, Estados, Municípios e DF, alcançando tanto o Poder Legislativo, 
quanto o Poder Executivo, quais sejam: 
 
1. PRINCÍPIOS + 
2. IMUNIDADES 
 
Cumpre alertar para o entendimento firmado pelo STF que, 
examinando o princípio da anterioridade tributária, afirmou que os 
princípios tributários são cláusulas pétreas. (Percebi que o edital segue 
essencialmente o livro do Paulo de Barros Carvalho - PBC, que é a 
fonte de onde extraí os princípios abaixo – rol exemplificativo) 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS GERAIS: 
 
1. Da justiça: diretriz suprema, subjetividade, sobreprincípio 
fundamental. 
 
 
 
 
2. Da certeza do direito: tambémsobreprincípio, implícito, certeza 
jurídica, previsibilidade. 
 3. Da segurança jurídica: decorre de fatores sistêmicos, planejamento 
de ações futuras e garantia do passado (irretroatividade) 
4. Da igualdade (5, caput) 
5. Da legalidade (5, II) 
 6. Da irretroatividade das leis (5, XXXVI) 
7. Da universalidade da jurisdição (5, XXXV) 
8. Ampla defesa e devido processo legal 
 9. Isonomia das pessoas constitucionais 
10. Direito de propriedade 
 11. Liberdade de trabalho (5, XIII) 
12. Direito de petição 
13. Supremacia do interesse público 
14. Indisponibilidade dos interesses públicos 
 
 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
 
1. Estrita legalidade (150, I – maior severidade no direito tributário) • 
Lei deve descrever o fato e impor os deveres >>tipicidade tributária 
2. Anterioridade 
3. Anterioridade nonagesimal (noventena) 
 4. Irretroatividade da lei tributária 
 5. Tipologia tributária: tipo tributário = hipótese de incidência + BC 
 6. Proibição de tributo com efeito de confisco 
7. Vinculabilidade da tributação: os expedientes da maior importância 
são pautados por estrita vinculabilidade (atos vinculados). Mas, na 
fiscalização, há atos discricionários. 
8. Uniformidade geográfica (151, I) 
9. Não discriminação tributária, em razão da procedência ou destino 
dos bens (152) 
10. Territorialidade da tributação (limites geográficos da pessoa política 
que a editou) 
 11. Indelegabilidade da competência tributária 
12. Não cumulatividade (concretiza justiça da tributação, capacidade 
contributiva). 
. 
Fale sofre os princípios limitadores do poder de tributar. 
 
 Pergunta já respondida (dia 22/07) 
. 
Tributário. O que é incidência, não incidência e a diferença entre 
imunidade e isenções? (14/08) 
 
 
 
 
. 
Fale dos princípios constitucionais do direito tributários? (Pergunta 
parcialmente feita no dia 22.07 e no dia 25.07) 
. 
**A seguir questões de provas de TRF respondidas pelos 
candidatos habilitados à PROVA ORAL do TRF 1 2012 
(apostila): 
. 
 
 
 
. 
. 
23) Imunidade sobre livros, as fitas de vídeo, de conteúdo didático fazem 
jus à esta imunidade? 
 
 Resposta: 
CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - 
PRODUTO COMPOSTO DE LIVRO, CDs E FITAS DE VÍDEO - 
APLICABILIDADE DA IMUNIDADE AOS LIVROS. I - A imunidade 
tributária sobre livros, jornais e periódicos é objetiva. Seu fundamento é 
político e cultural; II - A liberdade de expressão do pensamento e a 
disseminação da cultura inspiraram o legislador constituinte a erigir in casu 
o livro à condição de material imune à tributação; III - O fato dos livros 
fazerem parte de coleção e virem embalados em conjunto a CDs e fitas de 
videocassetes não impedem a incidência da imunidade objetiva conferida 
pela Constituição Federal no art. 150, inc. VI, letra ''d''; IV - Ainda que 
agregadas a outras mercadorias, o livro não perde a característica que o 
identifica; V - A despeito de a autoridade coatora afirmar que os CDs e as 
fitas de videocassetes determinam a essencialidade do produto final, é 
facilmente verificável através dos documentos trazidos à colação pela 
impetrante que o valor unitário dos fascículos superam em muito o das 
demais mercadorias integrantes do respectivo conjunto; VI - Apelação 
parcialmente provida para que seja concedida a segurança, determinando 
sejam excluídos da base de cálculo dos impostos exigidos pela autoridade 
aduaneira os valores relativos a livros. (AMS 9902112633, Desembargador 
Federal NEY FONSECA, TRF2 - PRIMEIRA TURMA, DJU - 
Data::20/11/2001.) 
. 
25) Imunidade de templos, renda de imóveis locados, há imunidade 
constitucional? 
 
Resposta: 
 
 
 
 
 
Não impede o alcance do benéfico a circunstância de o imóvel encontrar-se 
locado, vez que a renda auferida está voltada às suas finalidades essenciais 
(RE-AgR 357824, EROS GRAU, STF) Inteligência da Súmula 724: 
"Ainda quando alugado a terceiros permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da 
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades 
essenciais de tais entidades". 
. 
06) Princípio da imunidade. 
 
 Resposta: 
 
 A imunidade tributária constitui norma negativa de competência tributária, 
de estatura constitucional, e que demarca a base econômica passível de 
tributação pelo legislador. Destina-se basicamente a conferir efetividade a 
determinados direitos e garantias fundamentais reconhecidos e assegurados 
às pessoas e instituições, a exemplo do pacto federativo, da liberdade 
sindical, da liberdade de culto, da liberdade de organização partidária, da 
liberdade de expressão intelectual, entre outros. Trata-se, pois, em alguma 
instância, de uma garantia que tem por escopo impedir que o legislador 
impeça ou dificulte pela via da tributação algum direito fundamental ou 
preceito institucional considerado fundamental à ordem política e social 
brasileira. 
. 
07) Discorra sobre a imunidade recíproca e se ela abrange empresas 
públicas e sociedade de economia mista. 
 
 Resposta: 
 
 Em regra, as regras de imunidade tributária recíproca não se aplicam às 
empresas públicas e sociedades de economia mista, por se tratarem de 
pessoas jurídicas de direito privado, excluídas, portanto, da regra do art. 
150, §2°, da Constituição. Outro motivo decorre do disposto no art. 173 da 
Constituição, que veda a essas entidades o gozo de privilégio fiscal não 
extensível ao direito privado, como uma forma, sobretudo, de evitar 
possíveis desequilíbrios concorrenciais. 
 
A despeito disso, a jurisprudência tem reconhecido a extensão da 
imunidade tributária a algumas empresas públicas ou sociedades de 
economia mista, desde que prestem serviços públicos, que não tenham fins 
lucrativos, e que a extensão não implique em prejuízo à concorrência (ex. 
monopólio, privilégio, etc.). Foi como o STF decidiu com relação, por 
 
 
 
 
exemplo, aos CORREIOS e à INFRAERO. 
. 
**Diversos (não achei fonte): 
. 
 
Questão 8: Em que consiste o instituto da imunidade tributária? 
Diferencie de isenção, de não incidência e de alíquota zero. O art. 195, 
parágrafo 7º, CF, fala em isenção de contribuições previdenciárias; do 
ponto de vista técnico, isso está correto? A que espécie legislativa o 
dispositivo se refere? 
. 
Imunidade é a hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada, 
ao passo que a isenção é hipótese de exclusão do crédito tributário, sempre 
prevista em legislação infraconstitucional. 
 
O dispositivo constitucional supramencionado incorreu em atecnia. Se 
houve a exclusão da incidência tributária por meio de norma constitucional, 
estamos diante de imunidade, e não de isenção. 
 
A imunidade, por configurar limitação constitucional ao poder, deve ser 
regulamentada por lei complementar, nos termos do art. 146, II, da 
Constituição. 
 
Não incidência se refere às situações em que um fato não é alcançado pela 
regra de tributação e pode se dar por 3 formas: 
 
(i) ente tributante, podendo fazê-lo, deixa de definir determinada 
situação como hipótese de incidência tributária; 
(ii) ente tributante não dispõe de competência para defini determinada 
situação como hipótese de incidência do tributo. Exemplo: IPVA 
sobre bicicleta; 
(iii) própria CF/1988 delimita a competência. Exemplo: imunidades. 
 
Como visto acima, imunidade é uma hipótese de não incidência 
constitucionalmente qualificada. Isenção é uma dispensa legal do 
pagamento do tributo. 
 
 Natureza jurídica de causa de exclusão do crédito tributário. 
 
Impede a constituição do crédito tributário, mas não impede o nascimento 
da obrigação tributária com o fato gerador. A isenção é a dispensa legal do 
pagamento do tributo, por limitação de um dos critérios da hipótese de 
incidência, demonstrando as nuances doutrinárias quanto à sua definição e 
 
 
 
 
o que está estabelecidolegalmente. Neste último aspecto, interessante 
observar que o inciso I do art. 111 do CTN prevê interpretação literal para 
as causas de exclusão do crédito tributário, a saber, a isenção e a anistia e 
que, posteriormente, o mesmo diploma normativo enumera a isenção ao 
lado da anistia, como formas de exclusão do crédito tributário (art. 175) e 
que, salvo disposição legal em contrário, a isenção genérica não se aplica 
às taxas e contribuições de melhoria, que têm caráter contraprestacional, e 
aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão (art. 177 do CTN). 
Isenção necessita de lei específica (peculiaridades do ICMS – CONFAZ). 
 
A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade 
tributante, em função de condições a ela peculiares (art. 151, I da CF, que 
permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o 
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões 
do País). 
 
 A isenção pode ser concedida em caráter geral (objetivo) ou em caráter 
individual (subjetivo ou pessoal). STJ – Resp 196.473. 
 
São aplicáveis à isenção concedida em caráter individual as regras 
constantes do art. 155 do CTN. 
 
Revogação de isenção e anterioridade: segundo o art. 104, III do CTN, 
lei que extinga ou reduza isenção relativa a imposto sobre o patrimônio ou 
a renda entra em vigor apenas no exercício seguinte. 
 
 O STF, no entanto, tem precedentes no sentido de que a revogação de 
isenção não se submete à anterioridade tributária. 
 
Na questão das isenções heterônomas há que ser diferenciada a posição da 
União, ora como integrante da federação, ora como representante dessa 
mesma federação nas relações internacionais. 
 
A CF/1988 traz outras 2 exceções à vedação de isenções heterônomas: a) o 
art. 155, § 2º, XII, “e”, autoriza o Poder Legislativo da União, por Lei 
complementar, a excluir da incidência do ICMS serviços e outros produtos 
exportados para o exterior; b) o art. 156, § 3º, II, autoriza a União a editar 
lei complementar que exclua da incidência do ISS as exportações de 
serviços para o exterior (implementada pela LC 116/03). 
 
 Na alíquota zero, não há tributo a ser pago em razão de uma operação 
matemática. 
. 
 
 
 
 
Questão 9: Fale sobre a imunidade constitucional recíproca e os seus 
limites de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
É vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios 
instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros 
(independentemente da finalidade). 
 
 Esta imunidade não alcança taxas e contribuições – STF, RE-AgR 
378.144/PR e RE 364.202/RS. 
 
A regra é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público (§ 2º do art. 150 – a denominada imunidade tributária 
recíproca extensiva), no que se refere ao patrimônio, renda ou serviços 
vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. 
 
Trata-se de cláusula pétrea, fundada no pacto federativo. 
 
Com relação às empresas públicas e sociedade de economia mista: quando 
prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do 
Estado, são abrangidas pela imunidade recíproca. Entendimento 
jurisprudencial sedimentado pelo STF no RE 407.099/RS (ECT) e na AC 
1.550-2 (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia). 
 
 Importante lembrar que serviço notarial e de registro é uma atividade 
estatal delegada, mas, por ser exercido em caráter privado, com intuito 
lucrativo, não é imune ao ISS (STF, ADI 3.089; STJ passou a seguir). 
 
SÚMULA Nº 583 do STF: O promitente comprador de imóvel residencial 
transcrito em nome de autarquia é contribuinte do Imposto Predial 
Territorial Urbano. 
 
O entendimento da Corte Excelsa somente abrange as entidades quando a 
mesma se encontra na posição de contribuinte de direito, e não 
contribuinte de fato. Com base nesse entendimento, o STF negou o pedido 
de um município que invocava direito a imunidade quanto ao ICMS 
incidente no fornecimento de energia elétrica para iluminação pública, por 
estar o município na posição de contribuinte de fato, logo a imunidade 
recíproca não beneficia o contribuinte de fato (AI-AgR 671.412/SP, 2ª 
Turma, 1º/04/2008) 
 
STF entende que o Estado está amparado pela imunidade recíproca quando 
faz aplicações no mercado financeiro. STF – Pleno 2003 (interpretação 
 
 
 
 
FORMAL): a imunidade recíproca em relação aos impostos indiretos 
aplica-se às operações de VENDAS de mercadorias, desde que o lucro 
obtido seja vertido na consecução da finalidade precípua da entidade. 
Assim, quando contribuinte de fato (ente público COMPRANDO), o ente 
público não é imune. 
 
 A ECT, atuando como empresa pública prestadora de serviço público, está 
albergada pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, ‘a’, do texto 
constitucional, nos termos da ACO 2.654/DF). No entanto, atente-se que 
esta imunidade não afasta a responsabilidade tributária por sucessão, como 
já decidido no RE 599.176. 
. 
Questão 22: Quando a entidade imune é contribuinte de direito, permanece 
a imunidade? 
 
A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição 
de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, 
sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito 
constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido. STF. 
Plenário. RE 608872/MG, Rel. Minº Dias Toffoli, julgado em 22 e 
23/2/2017 (repercussão geral) (Info 855). 
 
Questão 23: Cabe imunidade recíproca em relação às autarquias e 
empresas públicas? E sociedade de economia mista? 
 
 
De acordo com o artigo 150, § 2º, da CF, a vedação à instituição de 
tributos sobre patrimônio, rendas e serviços uns dos outros (imunidade 
recíproca), “é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes”. 
 
Com relação às empresas públicas e sociedades de economia mista, 
necessária a distinção entre aqueles que prestam serviço público e as que 
exercem atividade econômica em regime de concorrência, nos termos do 
art. 150, § 3º, da CF, segundo o qual a imunidade recíproca “não se aplica 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou 
tarifas pelo usuário”. 
 
 Segundo o STF, o exercício simultâneo de atividades em regime de 
exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. 
 
 
 
 
 
 Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da 
imunidade prevista no art. 150, VI, a, da CF. Sobre a sociedade de 
economia mista: “A jurisprudência do STF entende que a sociedade de 
economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto é abrangida 
pela imunidade tributária recíproca, nos termos da alínea a do inciso VI do 
art. 150 da CF.” (RE 631.309-AgR). 
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Questão 3: Imóvel de entidade imune mas cedido à pessoa jurídica de 
direito privado pode sofrer a incidência de IPTU? 
 
Cediço que, nos termos do art. 34 do CTN, pode ser sujeito passivo do 
IPTU o proprietário, o titular de seu domínio útil ou possuidor a qualquer 
título. No plano prático, de acordo com a redação da Súmula nº 399 do 
Superior Tribunal de Justiça, “cabe à legislação municipal estabelecer o 
sujeito passivo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)”. Pois bem, 
no que tange à pergunta formulada, em 19/04/2017, o STF, por força do 
julgamento do Recurso Extraordinário 601720, fixou a seguinte tese: 
“incide o IPTU considerado o imóvel de pessoa jurídica de direito público 
cedido a pessoa jurídica de direito privado devedora do tributo”. 
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**A seguir questões de provas respondidas

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