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Aula 2 - Degenerações

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Degenerações
 
Introdução 
• Degeneração: é a lesão reversível 
secundária a alterações bioquímicas que 
resultam em acúmulo de substâncias no 
interior da célula. 
↪ Lesão reversível: possuem 
possibilidade de retorno à normalidade – 
espontâneo ou condicionado ao 
tratamento. 
• Alterações no metabolismo celular →
acúmulo de substâncias no tecido. 
• São classificadas de acordo com a 
natureza da substância principal 
acumulada. 
1. Água e eletrólitos → 
degeneração hidrópica; 
2. Proteínas → degeneração 
hialina; 
3. Lipídeos → esteatoses e 
lipidoses; 
4. Mucopolissacarídeos → 
mucopolissacaridoses; 
5. Carboidratos → 
glicogenoses. 
 
Degeneração hidrópica 
• Caracterizada por acúmulo de água e 
eletrólitos no citoplasma (volumoso e 
pálido); 
• Núcleo normalmente posicionado (água 
não desloca o núcleo para periferia); 
• Sinônimos: tumefação pálida, edema 
turvo, degeneração vacuolar, 
degeneração balonizante e edema 
celular; 
• Tipo de lesão não letal mais comum; 
• Mais frequente em órgãos 
parenquimatosos: rins, fígado e coração; 
• Pode ocorrer na presença de qualquer 
fator capaz de interferir na produção de 
ATP; 
• Macroscopia: 
↪ Varia de acordo com a intensidade 
da lesão. 
↪ Aumento de volume/peso (acúmulo 
de água); 
↪ Palidez (tumefação celular – 
compressão de capilares); 
↪ Perda do brilho (turvo). 
 
 
 
• Microscopia de luz: 
↪ Aumento de volume celular; 
↪ Citoplasma: 
o Claro (dispersão de organelas); 
o Granuloso (dilatação das 
mitocôndrias); 
o Microvacuolado (dilatação do 
RE). 
 
• Microscópio eletrônico (Ultraestrutura): 
↪ Dilatação das cisternas do RE 
(preenchidas por água) – corresponde 
ao aspecto microvacuolado (MO); 
PATOLOGIA I 
↪ Mitocôndrias tumefadas com perda de 
cristas – corresponde ao aspecto 
granuloso (MO); 
↪ Perda de especializações de 
membrana, como microvilosidades; 
↪ Eliminação de porções do citoplasma 
da célula na forma de vesículas; 
↪ Dilatação das mitocôndrias. 
 
• Equilíbrio hidroeletrolítico é dependente 
do funcionamento de bombas 
eletrolíticas. 
↪ Gasto de ATP: ex. bomba de Na+/K+ 
(ATPase); 
↪ Sem gasto de ATP: dependem da 
estrutura da membrana e integridade de 
proteínas que formam o complexo 
enzimático da bomba. 
• Patogenia: 
↪ Alteração de funcionamento da 
bomba Na+/K+ (ATPase): 
o Na+ deixa de ser bombeado 
para fora da célula; 
o Na+: osmoticamente ativo; 
o Retenção de Na+ e redução de 
K+ → aumento da entrada e do 
acúmulo de água (tumefação 
celular). 
• Etiopatogenia (fatores causais): 
↪ Diminuição de ATP dependente de 
fosforilação oxidativa: 
o Carência de O2 (hipóxia/anóxia) 
→principal causa. 
▪ Ex: trombose vascular, 
choque hipovolêmico. 
o Desacopladores de fosforilação 
mitocondrial. 
▪ Ex: tiroxina. 
o Inibidores da cadeira respiratória. 
o Agentes tóxicos que lesam a 
membrana mitocondrial. 
▪ Ex: agentes infecciosos 
(vírus, bactérias). 
o Falta de substratos (glicose). 
▪ Ex: desnutrição grave. 
o Lise de enzimas oxidativas. 
▪ Ex: toxinas bacterianas 
com atividade de 
fosfolipases e agressões 
geradoras de radicais 
livres. 
o Substâncias inibidoras da ATPase 
NA+/K+ dependente: 
▪ Ex: ouabaína (utilizada 
no tratamento de 
insuficiência cardíaca). 
↪ Aumento do consumo de ATP: 
o Hipertermia exógena ou 
endógena (febre). 
 
Degeneração hialina 
• Caracterizada por acúmulo de proteínas 
no citoplasma das células. 
• Aspecto macroscópico semelhante a 
vidro (g. hyalos: vidro). 
• Microscopia: 
↪ Hialino = coloração rósea homogênea. 
• Diferentes doenças, causas e patogenias. 
Nada específico e patognomônico. 
↪ A morfologia é o único aspecto em 
comum. 
 
• Classificação: 
 
 
 
Degeneraçõ
es hialinas 
epiteliais ou 
celulares 
(interior das 
células) 
Ex: alteração hialina de Mallory, 
nos hepatócitos, no alcoolismo 
crônico. 
 
 
 
 
 
 
Degeneraçã
o hialina 
propriament
e dita 
Origem 
em 
estrutur
as 
Ex: 
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ão dos 
Degeneraçõ
es hialinas 
conjuntivas 
(fora das 
células) 
conjunti
vas 
glomérul
os renais 
Origem 
a partir 
do 
sangue 
Ex: 
hialinose 
arteriolar 
e 
substânci
a 
fibrinóide. 
Degeneração amiloide 
 
↪ Degenerações hialinas epiteliais ou 
celulares: ocorrem no interior das células. 
o Ex: Alteração hialina de Mallory, 
nos hepatócitos, no alcoolismo 
crônico. 
↪ Degenerações hialinas conjuntivas: 
ocorrem fora das células. Mais 
importantes. 
o Degeneração hialina 
propriamente dita: 
▪ Tipo mais comum. 
▪ Afeta: 
 Tecido fibro-conjuntivo 
(cicatrizes antigas). 
 Parede de vasos 
(arteríolas e capilares 
glomerulares): 
hipertensão arterial, 
diabetes mellitus, 
envelhecimento. 
▪ Pode ocorrer em 
qualquer órgão (no baço 
é mais precoce, mas 
sem importância clínica). 
▪ Origem em estruturas 
conjuntivas → 
hialinização dos 
glomérulos renais. 
▪ Origem a partir do 
sangue → hialinose 
arteriolar; 
→substância fibrinóide. 
 
Obs: Degeneração hialina PPD na hipertensão 
arterial: 
↪ Espessamento hialino (hialinose) da arteríola 
aferente (arterioloesclerose) + espessamento 
fibrointimal das artérias (arteriosclerose); 
↪ Consequências: 
o Oclusão vascular = isquemia, 
atrofia e hialinização glomerular; 
o Superfície finamente granular 
(nefrosclerose arteriolar); 
o Depressões discretas na 
superfície do rim → Superfície 
assume aspecto finamente 
granuloso. 
o Quase nunca leva a insuficiência 
renal. 
↪ Patogênese: 
o Endotélio sintetizaria e secretaria 
colágeno IV e V (MB), 
proteoglicano e fibronectina. 
o Passagem gradual e 
aprisionamento de proteínas 
plasmáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Degeneração amiloide 
(amiloidose). 
▪ Depósito de substâncias 
homogênea, pálida e 
lardácea em baço e 
fígado. 
▪ Diferentes processos 
patológicos: acúmulo 
intersticial e vascular → 
atrofia do tecido 
adjacente por 
compressão e isquemia. 
▪ Características: 
 Possuir estrutura molecular β; 
 Corar-se em rosa-
avermelhado pelo 
vermelho congo com 
birrefringência verde 
quando vista no 
microscópio com luz 
polarizada; 
 Ser composto de fibrilas não 
ramificadas de 
comprimento não 
definido e diâmetro de 
7,5 a 10 nm; 
 Ser pouco solúvel. 
▪ Tipos: segundo sua 
composição química e 
sequência de aminoácidos: 
 Fibrila AL: cadeias leves das 
Ig; neoplasias 
plasmáticas 
(mieoloma múltiplo); 
 Fibrila AA: derivados de 
proteína plasmáticas 
sintetizada no fígado 
– proteína SAA; 
doenças inflamatórias 
crônicas: hanseníase, 
tuberculose, 
osteomielites, 
bronquiectasias, 
artrite reumatoide, 
sarcoidose, colite 
ulcerativa, psoríase e 
doença de Crohn) e 
neoplasias 
(carcinoma de células 
tubulares dos rins e 
doença de Hodgkin). 
 Fibrila AE: doenças 
endócrinas 
(carcinoma de células 
C da tireóide – 
calcitonina e insulina). 
 Fibrila AF: amioloidose familial 
e pacientes com 
hemodiálise de longa 
duração. 
 Fibrila AS: amiloidose senil. 
 Proteína A4: associado à 
doença de Alzheimer. 
▪ Patogenia: 
 Existem sempre uma 
proteína precursora solúvel 
(localizada no sangue); 
 Aumento na quantidade 
dessa proteína (aumento na 
produção ou diminuição na 
excreção); 
 Algum fenômeno de 
processamento ou 
degradação dessas proteínas 
ocorre e elas tornam-se 
insolúveis, passando a 
acumula-se em tecidos alvos. 
 Associação frequente com 
distúrbios imunológicos. 
Esteatoses 
• Caracterizada por acúmulo de lipídeos no 
citoplasma das células. 
• Principal órgão: fígado (órgão central 
para metabolismo de lipídeos). 
↪ Pode ser encontrada também: epitélio 
tubular renal e miocárdio. 
↪ Menos comum, mas também 
existente: músculos esqueléticos e 
pâncreas. 
• Sinônimo: degeneração gordurosa. 
• Macroscopia: 
↪ Aumento de volume e peso (fígado 
pode chegar a 3kg); 
↪ Coloração amarelada; 
↪ Consistência amolecida. 
 
 “Pacote de manteiga” 
• Microscopia: 
↪ Microgotículas;↪ Macrogotículas → Empurram o 
núcleo para a periferia; 
↪ Detecção: 
o Evitar solventes comuns do 
processamento histológico.; 
o Colorações especiais (em tecido 
congelado): Sudan Black, Oil Red 
O. 
 
 
• Patogenia: 
↪ Aumento na oferta de ácidos graxos 
circulantes para o fígado: 
o Dietas 
hipercalóricas/hiperlipídicas; 
o Aumento da lipólise periférica: 
jejum, diabetes descompensado; 
o Diminuição na utilização de 
ácidos graxos e triglicerídeos na 
formação de lipídeos complexos, 
por carência de fatores 
nitrogenados (ex: desnutrição 
proteica) e de ATP. 
 
 
Deficiência de fatores 
lipotrópicos para formação de 
fosfolipídeos e apoproteínas e 
mobilização de lipídeos do tecido 
adiposo e consequente aumento 
do aporte de ácidos graxos para 
o fígado. 
↪ Diminuição na síntese de lipoproteínas 
(fígado não consegue “exportar” 
gorduras para a circulação sanguínea na 
forma de lipoproteínas): 
o Substâncias tóxicas: tetracloreto 
de carbono (CCl4), álcool; 
o Lesão de organelas importantes 
para a produção de proteínas 
(RE, mitocôndria). 
↪ Distúrbios no deslocamento de 
vesículas de lipoproteínas por alterações 
funcionais no citoesqueleto. 
↪ Redução na oxidação de ácidos 
graxos (consumo de AG e liberação de 
energia): 
o Déficit de O2: anemias 
prolongadas e estados hipóxicos, 
como choque e insuficiência 
cardíaca – redução na síntese 
de ATP e aumento na síntese 
de AG a partir do acetil-CoA 
acumulado pela falta de oxidação 
no Ciclo de Krebs; 
o Lesão de organelas diretamente 
envolvidas nesse processo; 
 
Acúmulo de AG no hepatócito e 
esterificação de AG em TG, 
acumulando-se também nos 
hepatócitos. 
• Ingestão abusiva de etanol e distúrbios no 
metabolismo lipídico relacionados à 
obesidade são as causas mais comuns de 
esteatose hepática. 
↪ Desnutrição proteico-energética e 
substâncias hepatotóxicas também 
podem produzi-la. 
Obs: Mecanismos patogenéticos da esteatose 
hepática no alcoolismo: 
 
• Radicais livres causam lesão mitocondrial, 
reduzindo a β-oxidação de gorduras; 
• Radicais livres e acetaldeído interferem 
no transporte de lipoproteínas no citosol, 
por afetarem microtúbulos e 
microfilamentos.; 
• O excesso de acetil-CoA induz a síntese 
de ácidos graxos, que se acumulam na 
célula. 
• NAD é necessário para a oxidação de 
lipídeos; na sua carência, ocorre acúmulo 
de lipídeos. 
• Se há desnutrição concomitante ao 
alcoolismo, a menor disponibilidade de 
proteínas diminui a formação de 
lipoproteínas, prejudicando a eliminação 
de gorduras dos hepatócitos. 
 
Mucopolissacaridoses 
• Caracteriza-se pelo acúmulo de 
poliglicanos e/ou proteoglicanos; 
• Doenças genéticas (erros inatos do 
metabolismo); 
• Deficiências enzimáticas – atividade e 
estabilidade das enzimas; 
• Alteração na degradação dessas 
substâncias (dermatan e heparan sulfato); 
• Deposição no sistema monocítico – 
macrofágico, células musculares 
vasculares e no coração. (Síndromes de 
Hurler e Hunter); 
• Acumulam-se em três tipos celulares 
principais: 
↪ Macrófagos; 
↪ Células musculares lisas vasculares; 
↪ Coração. 
Glicogenoses 
• Caracterizam-se pelo acúmulo de 
carboidratos; 
• Doenças raras com alterações no 
metabolismo no glicogênio; 
↪ Acúmulo de glicogênio no fígado, nos 
rins e no coração – dependendo do tipo 
específico de síndrome; 
• São doenças da infância, geralmente de 
herança autossômica recessiva; 
• Doença de von Gierke: 
↪ Glicogenose tipo I (mais conhecida, 
mais frequente); 
↪ Herança autossômica recessiva; 
↪ Deficiência da enzima glicose-6-
fosfatase, responsável pela degradação 
do glicogênio para glicose; 
↪ Glicogênio acumula-se no fígado e nos 
rins. 
↪ 50% mortalidade; 
↪ Quadro clínico: 
o Criança (< 2anos) tem grande 
hepatomegalia/nefromegalia, 
retardo de crescimento e 
hipoglicemia; 
o Ausência de esplenomegalia e 
retardo mental; 
• Morfologia: 
↪ Células carregadas de glicogênio são 
grandes, claras, de contornos nítidos, 
simulando uma célula vegetal.

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