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PROCESSOS GRUPAIS P R O F E S S O R A PA U L A P R ATA Todos nós temos alguma experiência de participação grupal. Para uns mais intensa que para outros, mas de qualquer forma muito importante para a estruturação de nossas convicções e para o desenvolvimento de nossas capacidades. Estas vivências grupais, no nosso cotidiano, nos deixam marcas mais ou menos profundas dependendo da forma como se dá a nossa inserção e as relações que aí se desenvolvem. Parte-se do princípio de que estamos constantemente nos relacionando com outras pessoas, com os mais diversos objetivos. Relações mais intensas e duradouras, ou menos intensas e passageiras. Todas nos marcam, de uma forma gratificante e/ou traumática. É com toda esta carga das experiências anteriormente vividas que nos jogamos em novas experiências de relacionamentos grupais. De uma forma gratificante e/ou traumática: todas as re lações nos marcam A NOSSA INSERÇÃO GRUPAL PODE SER REALIZADA DE UMA FORMA CONSCIENTE OU NÃO Temos consciência de que participamos de alguns grupos, comumente aqueles que aderimos por uma opção pessoal. A participação nos demais é feita, geralmente, de maneira rotineira e sem nos darmos conta. Muitas vezes, somos carregados pelo grupo. Até aqu i e s t ávamos nos r e f e r i ndo ao s chamados g rupos “ e spon t âneos ” ou “ na tu ra i s ” Podemos pensar em todo o leque dos grupos de anônimos (AAS, NAS, DQAS, AL-ANONS, ALATEENS, CCAS), em grupos l igados às igrejas, em grupos que atuam nas comunidades, nos partidos políticos, nos sindicatos, nas escolas, nas fábricas, nas praças. São formas de organização da sociedade que refletem e participam dos embates que acontecem no seu seio. Grupos que tanto podem estar a serviço da transformação social quanto da sua manutenção. Estamos, portanto, rodeados de grupos e participando ou negando participar deles em todos os momentos de nossa vida. Precisamos também considerar os grupos organizados com finalidades específicas. Organizados e coordenados pelos próprios participantes, ou por profissionais das mais variadas formações. A FONTE DAS MULHERES (FRANCÊS, 2012) SINOPSE E DETALHES • Em um pequeno vilarejo, situado entre o Norte da África e o Oriente Médio, as tradições islâmicas são seguidas a risca. Entre elas, a existência da mulher como procriadora é regra básica, mas existe uma que faz com que elas sejam as responsáveis por buscar água em um local distante e de difícil acesso, restando para os homens a tarefa de matar o tempo bebendo e falando da vida. Certo dia, Leila (Leila Bekthi), uma das mais jovens e alfabetizadas do grupo, resolve que a melhor maneira de mudar esse cenário, fazendo com que os homens assumam esta tarefa, é cortar o que eles mais gostam: o sexo. A polêmica decisão do grupo acaba interferindo nas relações entre os habitantes e provocando provocar uma verdadeira revolução cultural no povoado e mudando para sempre as suas vidas. Fonte: AdoroCinema.com R E C O R D A N D O U M P O U C O D E N O S S A H I S T Ó R I A . . . 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social 1687 - Revolução científica: tem impacto muito grande na Europa. Se contrapõe as ideias religiosas do período feudal. Assim, as ideias religiosas sofrem um abalo com a crítica dessa ciência que está surgindo. A ciência moderna pode se transformar em tecnologia a medida que se tem o conhecimento das leis da natureza. É possível usar essas leis para desenvolver máquinas e motor a vapor. Isso gerou uma grade transformação no mundo do trabalho da Europa daquele período 1760 – Revolução Econômica: em torno de 1760 começaram a surgir varias invenções fruto do conhecimento científico Ex.: Tear automático, colhedeira automática. Essas invenções fazem uma grande transformação no modo de produzir, ou seja, uma grande revolução econômica por substituir o modelo feudal que existia na Europa há mais de 1.000 anos, baseado em uma economia agrícola por uma nova forma econômica, o capitalismo Capitalismo: baseado nas máquinas Inicialmente: na manufatura / Segundo momento: Indústria Já ouvimos falar disso sob o nome de “Revolução Industrial” 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social A “Revolução Industrial” está claramente relacionada com a Revolução Econômica do Capitalismo, pois com a indústria se desenvolve uma capacidade de produção muito superior à da força humana e animal ➢ O tear automático, por exemplo, produz muito mais tecido, o que barateia o custo das roupas 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social Mudança econômica Mudança política Fatos assim, provocam uma mudança econômica importante, que por sua vez, estará ligada a uma mudança política 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social 1789 – Revolução Política – A data de 1789 representa essa grande mudança política. Por que? Em 1789 teve início a Revolução Francesa O que foi a Revolução Francesa? Grande revolução popular, uma rebelião contra o modelo da monarquia (modelo feudal) Mas por que esse movimento na Europa contra a monarquia? Por uma interligação de todas as revoluções até esse momento 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social Com a Revolução Científica é possível construir máquinas, tecnologias Com essas novas máquinas, com a indústria é possível modificar a economia, colocar no mercado mais produtos, ou seja, a revolução do capitalismo Por sua vez, a classe que produz na indústria, os proprietários da indústria, não são os mesmos proprietários de terra (senhores feudais) passam a formar uma nova classe: a burguesia A burguesia passa a ter o predomínio econômico e posteriormente o político. 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social Na Revolução Francesa se constituiu o modelo atual de Estado, baseado em uma Constituição que é feita por membros eleitos pelo povo. O estado passa a ter um poder Executivo, Legislativo e Judiciário se autocontrolando: ideia da democracia (um dos grandes marcos da sociedade moderna) A ascensão da burguesia e o modelo industrial não significaram a resolução dos problemas que existiam na sociedade Ela representou, também, a criação de novos problemas 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social Na Revolução Francesa se constituiu o modelo atual de Estado, baseado em uma Constituição que é feita por membros eleitos pelo povo. O estado passa a ter um poder Executivo, Legislativo e Judiciário se autocontrolando: ideia da democracia (um dos grandes marcos da sociedade moderna) 1848 – Revolução Social -> Publicação de um livro de grande importância e que serviu de inspiração para uma série de revoluções no século XX: Manifesto Comunista de Karl Max e Friedrich Engels 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social Karl Max e Friedrich Engels: Esses dois autores colocam a questão da classe operária Friedrich Engels Karl Max Segundo eles, a classe operária no capitalismo está sujeita a uma exploração. Enquanto a burguesia enriquece, os trabalhadores empobrecem Max e Engels propõem uma revolução: um conflito de classes Por isso nesse período na Europa acontece uma série de insurreições, greves, formação de sindicatos e dos partidos comunistas Podemos imaginar o que a Europa estava vivendo nesse período? Uma grande transformação! 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revoluçãoeconômica Revolução política Revolução social Aquela sociedade feudal, monárquica, que acreditava no poder da igreja, no poder do Papa e que por 1.000 anos viveu assim, e agora, em um período de poucos séculos é “sacudida” por essas transformações É importante considerar também que essas transformações estão ligadas ao próprio processo de expansão colonial europeu que começa com as grandes navegações. Nós, brasileiros, fazemos parte disso com a chegada dos portugueses em nossas terras Todo o fluxo de riqueza que passa a ir do mundo para a Europa está influenciando essas transformações na Europa Chega um momento em que, na Europa, alguns pensadores começam a se questionar sobre: • O que estava acontecendo? • O que estava mudando? • Como se pode explicar essas transformações sociais? • Será que essas transformações são naturais? • Será que essas explicações precisam ser científicas? SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS • As ciências (física, química, biologia) explicaram muitas coisas. Mas, será que existe uma ciência que pode explicar a mudança da sociedade? • É nesse momento que vão surgir as ciências sociais: Antropologia, Sociologia e a Ciência Social Política A PREOCUPAÇÃO COM O GRUPO Historicamente, sabe-se que o vocábulo groppo ou “grupo” surgiu no século XVII. Referia-se ao ato de retratar, artisticamente, um conjunto de pessoas. Regina Duarte Benevides de Barros (1994) diz que foi somente no século XVIII que o termo passou a significar “reunião de pessoas”. A mesma autora afirma que o termo pode estar ligado tanto a ideia de “laço, coesão” quanto a de “círculo” (p. 83). Tanto a sociologia quanto a psicologia têm demonstrado interesse no estudo dos pequenos grupos sociais, pensando o “grupo” como uma intermediação entre o “indivíduo” e a “massa”. 1687 1760 1789 1848 Revolução científica Revolução econômica Revolução política Revolução social Os estudos dos pequenos grupos sociais, embora sejam realizados por várias áreas de conhecimentos humano- sociais, são em geral associados com a sociologia e a psicologia. Na psicologia, o estudo sistemático dos pequenos grupos sociais, buscando compreender a dinâmica dos mesmos, tem início na década de 1930 e 1940, com Jacob Levy Moreno (romeno criado na Áustria, 1889-1974) e com Kurt Lewin (alemão, 1890-1947). • Moreno inicia com o teatro da espontaneidade que vai levar ao psicodrama. • Na área de pesquisa cria a sociometria para o estudo de relações de aproximação e afastamento entre as redes de preferência e rejeição, tanto nos grupos quanto na comunidade como um todo. • Lewin cria o termo “dinâmica de grupo”, que foi utilizado pela primeira vez em 1944. É importante lembrar que a preocupação com grupos, tanto de Moreno quanto de Lewin, aparece em seguida às inovações tayloristas e fordistas* que levam à elevação dos lucros, mas também à deterioração das relações tanto dos operários entre si quanto em relação a chefias e patrões (apud BARROS, 1994). Nota: No início do século XX duas formas de organização de produção industrial provocaram mudanças significativas no ambiente fabril: o taylorismo e o fordismo. Esses dois sistemas visavam à racionalização extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro. Há uma tradição, no estudo e na intervenção com pequenos grupos, que está ligada ao trabalho junto a escolas e a fábricas, que privilegia o treinamento em busca da produtividade. Os especialistas em grupos se atêm à aplicação de técnicas grupais que desenvolvem a cooperação entre os participantes e não levam o grupo a se autocriticar e buscar o seu caminho para o funcionamento, pois uma das possibilidades é não se constituir enquanto grupo. Neste caso, a constituição do grupo está a serviço da instituição e é utilizada como um dos instrumentos de controle que a mesma exerce sobre o indivíduo.
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