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Roteiros Propedêutica e Processos de Cuidar da Saúde da Mulher Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO 1 - MAMAS Componentes externos: – Corpo mamário: revestimento cutâneo. – Aréola: zona central hiperpigmentada. – Mamilo (papila): saliência mediana. – Glândulas areolares (Tubérculos de Montgomery): glândulas de secreção externa. Componentes internos: – Tecido gorduroso. – Parênquima mamário Alvéolos (dilatações saciformes) Ductos menores (saem dos alvéolos). – Ductos maiores (formado pelos ductos menores). – Seios lactíferos (pequena dilatação ampolar). – Estroma conjuntivo. – Lobo mamário (dividido por tecido conjuntivo). – 15 e 20 lobos (conjunto de alvéolos, ductos menores e maiores). – Ducto excretório (abre no mamilo). Serviço Social Fonte: Tortora; Derrickson, 2010 Fonte: http://amamentar.medicineone.net/Portals/0/anatomia/mama2.jpg Manual de Estágio ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS – VULVA: Denominação genérica dos órgãos genitais externos. – MONTE PUBIANO: Forma triangular invertida, composta de tecido adiposo e pelos a partir da puberdade. – LÁBIOS MAIORES: Pregas de tecido adiposo que circunscrevem a vulva, protegendo-a. – LÁBIOS MENORES: Duas pregas situadas no interior dos grandes lábios, separadas pelo sulco interlabial. – CLITÓRIS: Pequena e sensível como pênis, composta por tecido erétil, nervos e vasos sanguíneos. Para excitação sexual feminina. – VESTÍBULO VAGINAL: Ou fúrcula, contida pelos pequenos lábios. Contém: orifí- cio vaginal, orifício externo da uretra, glândulas parauretrais e glândulas vestibula- res maiores. – INTROITO/ÓSTIO VAGINAL: Porta de entrada da vaginal. – HÍMEN: membrana situada no óstio da vagina. Carúnculas himenais. – MEATO/ÓSTIO URINÁRIO: orifício externo da uretra. – GLÂNDULAS PARAURETRAIS (SKENE OU VESTIBULARES MENORES): abrem-se de cada lado do meato urinário. – GLÂNDULAS VESTIBULARES MAIORES (BARTHOLIN): localizam-se de cada lado da vagina e secretam muco amarelado que lubrifica a vagina, principalmente du- rante excitação sexual. – PERÍNEO: região entre a vulva e o ânus. Importante papel no parto. – ASSOALHO PÉLVICO (DIAFRAGMA PÉLVICO): composto pelos músculos eleva- dores do ânus e coccígeos. Sustenta os órgãos abdominais e pélvicos. Serviço Social Fonte: https://static.mundoeducacao.bol.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo_ legenda/ce677e103f22fa2a1d0fc59966a34407.jpg Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAeueEAL-34.jpg Manual de Estágio ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS – Vagina. – Útero. – Tubas uterinas (trompas de falópio). – Ovários. VAGINA – Formam os FÓRNICES da vagina: Fórnice anterior (mais raso). – Fórnices laterais (onde se pode palpar regiões anexiais) Fórnice posterior ou fundo de saco de Douglas. – Paredes vaginais: � Rugosa: mulheres jovens. � Quanto maior idade menos rugoso. Fonte: https://i.pinimg.com/originals/2d/a5/ff/2da5ff12304de3babc32dda798d7ffa2.jpg Serviço Social 2 - ÚTERO Fonte: OMS, 2016 2.1 COLO DO ÚTERO (CÉRVICE) – Óstio � Nulíparas – Circular. � Multíparas – Transversa. – Ectocérvice � Superfície externa revestida por epitélio estratificado sem glândulas. � Formado por fibras musculares lisas. � Estende-se do óstio uterino até istmo uterino. � Revestido por epitélio cilíndrico-glandular. Manual de Estágio 2.2 CORPO DO ÚTERO – Perimétrio: revestimento de túnica serosa. – Miométrio: abaixo do perimétrio. Camada muscular composta por fibras lisas e distribuição espiralada. – Endométrio: revestimento interno do útero. – Camadas do endométrio: � Basal Glândulas, vasos e nervos (contato com miométrio). � Funcional Eliminada durante a menstruação. Refaz-se periódica e progressivamente. Serviço Social Fonte: https://sites.google.com/site/anatomiafisioterapia/_/rsrc/1472764416868/ roteiros-praticos/sistema-genital-feminino/j5.png?height=279&width=400 Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/wp-content/uploads/2016/06/sistema- reprodutor-genital-feminino.jpg Manual de Estágio TUBAS UTERINAS – Órgãos duplos, ocos e alongados. – Localizados na borda superior do ligamento largo. Duas aberturas: – Cavidade uterina (óstio uterino) Cavidade abdominal (óstio abdominal). PARTES DA TUBA UTERINA: – Uterina. – Istmo. – Ampola. – Infundíbulo. – Fímbrias tubárias. Mucosa tubária ou endossalpinge – Células ciliadas. – Cílios longos (10 a 12/célula). – Células sem cílios ou secretória. – Células intersticiais. – Intercalam as outras células. Serviço Social OVÁRIOS – Órgão par. – Formato semelhante a amêndoas Superfície: – LISA em criança. – RUGOSA em adultas. Camadas estruturais – Epitélio germinativo: células cuboides, tênue e mais externa. – Camada cortical: túnica albugínea. – Camada medular: mais interna e comunica com meso-ovário pelo hilo-ovariano. Fonte: https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/wp-content/ uploads/2019/06/pelve-30-1024x666.jpg Manual de Estágio CAMADA CORTICAL – Contém conjunto de folículos em diversas fases evolutivas. – Crianças: � 400.000 folículos primordiais (Graaf). � 400 a 500 se tornaram folículos maduros. � A cada ciclo menstrual um folículo amadurece. – Em torno de 14 dias do ciclo, ocorre a OVULAÇÃO. Fonte: https://www.trocandofraldas.com.br/wp-content/uploads/Amadurecimento-do- %C3%93vulo.png Fonte: https://st4.depositphotos.com/10957306/20985/v/1600/depositphotos_209857962-stock- illustration-ovulation-steps-infographic-diagram-including.jpg Serviço Social Ciclo ovariano Fonte: https://st4.depositphotos.com/10957306/20985/v/1600/depositphotos_209857962-stock- illustration-ovulation-steps-infographic-diagram-including.jpg Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 2 EXAME CLÍNICO DAS MAMAS Técnicas propedêuticas: – Inspeção estática. – Inspeção dinâmica. – Palpação (mamas e das cadeias ganglionares). – Avaliação de descarga papilar. 1. INSPEÇÃO ESTÁTICA Objetivo: identificar visualmente sinais sugestivos de câncer, tais como alterações no contorno da mama e ulcerações cutâneas ou do complexo areolopapilar. Posicionamento da mulher: sentada com os braços pendentes ao lado do corpo ou em pé com os braços levantados sobre a cabeça. Serviço Social Fonte: BARROS, Alba Lucia Botura Leite de. Anamnese e Exame Físico. Porto Alegre: Artmed, 2005. Avaliar: – Número, – Simetria, – Volume, – Consistência, – Forma, – Contorno, – Modificações cutâneas, – Tipo de mamilo (protruso, semiprotruso, invertido ou pseudoinvertido), – Modificações do mamilo e aréola. Manual de Estágio INSPEÇÃO DINÂMICA Solicitar que a mulher eleve e abaixe os braços lentamente e realize a contração da musculatura peitoral, comprimindo as palmas das mãos uma contra a outra adiante do tórax ou comprimindo o quadril com as mãos colocadas uma de cada lado. Fonte: BARROS, Alba Lucia Botura Leite de. Anamnese e Exame Físico. Porto Alegre: Artmed, 2005. Avaliar: – Retração. – Abaulamento nas mamas. PALPAÇÃO Cadeias ganglionares: Serviço Social – Axilar. – Infraclavicular. – Supraclavicular. Fonte: BARROS, Alba Lucia Botura Leite de. Anamnese e Exame Físico. Porto Alegre: Artmed, 2005. Avaliar: – Presença de linfonodos comprometidos na região axilar, supra e infraclaviculares. Mamas – Mulher em decúbito dorsal horizontal, com a mão correspondente à mama a ser examinada colocada sob a cabeça. – Cada área de tecido mamário deve ser examinada aplicando-se três níveis de pressão em sequência: leve, média e profunda, correspondendo ao tecido Manual de Estágio subcutâneo, ao nível intermediário e mais profundamente à parede torácica. – Realizar movimentos circulares com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos da mão em toda a glândula mamária. – Observar possíveis alterações na temperatura cutânea e a existência de nódulos. – Objetivo:identificar a presença de um nódulo. – Se um nódulo for identificado, o profissional deve fazer a sua descrição, incluindo informações quanto ao seu tamanho, consistência, contorno, superfície, mobilidade e localização. Fonte: BARROS, Alba Lucia Botura Leite de. Anamnese e Exame Físico. Porto Alegre: Artmed, 2005. Serviço Social AVALIAÇÃO DE DESCARGA PAPILAR – Deve ser feita aplicando-se compressão unidigital suave sobre a região areolar, em sentido radial, contornando o mamilo/papila. – A saída da secreção pode ser provocada pela compressão digital de um nódulo ou área de espessamento, que pode estar localizado em qualquer região da mama. – Se houver presença de descarga papilar, deve-se avaliar. � Uni ou bilateral. � Uni ou multiductal. � Espontânea ou provocada pela compressão de algum ponto específico. � Coloração. – Relação com algum nódulo ou espessamento palpável. Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 3 EXAME CLÍNICO DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS Técnicas propedêuticas: – Inspeção estática. – Inspeção dinâmica. – Palpação. I - INSPEÇÃO ESTÁTICA Avaliar: – Higiene. – Presença de lacerações e ulcerações. – Aumento das glândulas de Bartholin e das glândulas de Skene. – Secreção vaginal (corrimento ou leucorreia). – Varizes. – Vesículas. – Coloração e implantação dos pelos. Serviço Social II- INSPEÇÃO DINÂMICA Avaliar: – Prolapso uterino � 1º grau � 2º grau � 3º grau – Cistocele – Retocele Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_ZuXT6u3JD34/SoiL8EtMLEI/AAAAAAAAAD8/ SjGsHkeJJ7U/s1600/Sem+T%C3%ADtulo-1.jpg Manual de Estágio Fonte: http://www.fisioterapiamaesefilhos.com/wp-content/uploads/2016/08/ prolapso-orgao-pelvico.jpg EXAME CLÍNICO DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS Exame especular Avaliar: – Parede da vagina (elasticidade). – Aspecto e coloração do colo do útero. Serviço Social – Presença de secreção anormal ou friabilidade cervical. – Presença de lesões vegetantes ou ulceradas. Fonte: https://www.saudebemestar.pt/media/87693/papanicolau.jpg Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-rIKRVV2SI-c/Tf-FC1_BK0I/AAAAAAAAASU/-5LI_ kOTpRA/s1600/MII1.jpg Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 4 COLETA DE MATERIAL PARA CITOLOGIA ONCÓTICA CERVICAL Esse roteiro segue as recomendações do Ministério da Saúde (BRASIL, 2013). Recomendações prévias para a realização da coleta de colpocitologia oncótica: – Evitar a utilização de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais por 48 horas antes da coleta, pois essas substâncias recobrem os elementos celulares, dificultando a avaliação microscópica e prejudicando a qualidade da amostra para o exame citopatológico; – Evitar a realização de exames intravaginais, como a ultrassonografia, nas 48 horas anteriores à coleta, pois é utilizado gel para a introdução do transdutor; – A recomendação de abstinência sexual prévia ao exame só é justificada quando são utilizados preservativos com lubrificante ou espermicidas, pois a presença de espermatozoides não compromete a avaliação microscópica; – O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citopatológico; nesses casos, deve-se aguardar o quinto dia após o término da menstruação. Serviço Social - Consultório ou sala de coleta: - Mesa ginecológica; - Escada de dois degraus; - Mesa auxiliar; - Foco de luz com cabo flexível; biombo ou local reservado para troca de roupa e cesto de lixo; - Espéculo vaginal de tamanhos variados, preferencialmente descartáveis; - Se for utilizado o espéculo metálico, ele deve ser esterilizado de acordo com as normas vigentes; - Balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável; - Lâminas de vidro com extremidade fosca; - Espátula de Ayre; - Escova endocervical; - Par de luvas de procedimento descartáveis; - Pinça de Cherron; - Solução fixadora, álcool a 96% ou spray de polietilenoglicol; - Gaze; - Recipiente para acondicionamento das lâminas mais adequado para o tipo de solução fixadora adotada pela unidade (frasco porta-lâmina, tipo tubete, ou caixa de madeira ou plástica para transporte de lâminas); - Formulários de requisição do exame citopatológico; - Fita adesiva de papel para a identificação dos frascos; - Lápis grafite ou preto nº 2; - Avental ou camisola e lençóis, preferencialmente descartáveis. Manual de Estágio Previamente à coleta: – Checar nome, data de nascimento e endereço da mulher; – Explicar o propósito do exame citopatológico e as etapas do procedimento; – Colher informações sobre a história clínica da usuária; – Preencher os dados nos formulários para a requisição de exame citopatológico do colo do útero; – Preparar a lâmina (verificar se a lâmina está limpa, identificar a lâmina com as iniciais do nome da mulher e o seu número de registro na unidade, com lápis preto nº 2 ou grafite, na extremidade fosca); – Solicitar que a mulher esvazie a bexiga e troque a roupa, em local reservado, por um avental ou camisola. Locais de coleta: ectocérvice e na endocérvice, em lâmina única. A amostra de fundo de saco vaginal não é recomendada, pois o material coletado é de baixa qualidade para o diagnóstico oncótico. Procedimento de coleta de colpocitologia oncótica cervical: – Lavar as mãos com água e sabão e secá-las com papel-toalha, antes e após o atendimento. – Colocar a mulher na posição ginecológica adequada, o mais confortável possível, e cobri-la com um lençol. – Posicionar adequadamente o foco de luz. – Colocar as luvas descartáveis. Serviço Social – Observar atentamente os órgãos genitais externos, prestando atenção à distribuição dos pelos, à integralidade do clitóris, do meato uretral e dos grandes e pequenos lábios e também à presença de secreções vaginais, de sinais de inflamação e de veias varicosas e outras lesões, como úlceras, fissuras, verrugas e tumorações. – Colocar o espéculo, que deve ter o tamanho escolhido de acordo com as características perineais e vaginais da mulher a ser examinada: – Não deve ser usado lubrificante, mas em casos selecionados, principalmente em mulheres idosas com vaginas extremamente atróficas, recomenda-se molhar o espéculo com soro fisiológico. – O espéculo deve ser introduzido suavemente, em posição vertical e ligeiramente inclinado, de maneira que o colo do útero fique exposto completamente, o que é imprescindível para a realização de uma boa coleta. – Iniciada a introdução, fazer uma rotação deixando o espéculo em posição transversa, de modo que a fenda da sua abertura fique na posição horizontal. – Abrir o espéculo lentamente e com delicadeza, após sua total introdução na vagina. – Se houver dificuldade de visualização do colo do útero, sugira que a mulher tussa; não surtindo efeito, solicite ajuda de outro profissional mais experiente. – Observar as características do conteúdo e das paredes vaginais, bem como as do colo do útero. – Coletar material da ectocérvice: – Utilizar a espátula de Ayre, do lado que apresenta reentrância. – Encaixar a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo, apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem em movimento rotativo de 360° em torno de todo o orifício cervical, para que toda a superfície do colo seja raspada e represen- tada na lâmina, procurando exercer uma pressão firme, mas delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da amostra. Manual de Estágio Figura 1 – Coleta de material da ectocérvice Fonte: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/26_12_2018_17.36.40.7433ba 6d1742a937cbefeb19e6e59bfa.pdf – Coletar material da endocérvice (veja a figura a seguir): – Utilizar a escova endocervical. – Recolher o material introduzindo a escova endocervical no orifício externo do colo do útero e fazer um movimento giratório de 360°, percorrendo todo o contorno do orifício cervical. Figura 2 – Coleta de material da endocérvice Fonte:https://3.bp.blogspot.com/-501Ung7PblU/U3I560OulrI/AAAAAAAAAjE/ XRCsDM0y1WA/s1600/Coleta+Citol%C3%B3gica_EnfermagemContinuada.jpg Coleta ectocervical Serviço Social – Colocar o material sobre a lâmina de maneira delicada para a obtenção de um esfregaço uniformemente distribuído, fino e sem destruição celular (veja a figura a seguir): – A amostra ectocervical deve ser disposta no sentido transversal, na metade su- perior da lâmina, próximo da região fosca. – O material retirado da endocérvice deve ser colocado na metade inferior da lâmina, no sentido longitudinal. Figura 3 – Colocação do material na lâmina Fontes: http://enfermagempiaui.com.br/imagens/posi%C3%A7%C3%A3o-do- esfrega%C3%A7o-ectoc%C3%A9rvice.jpg – Fixar, imediatamente, o esfregaço obtido na lâmina para evitar o dessecamento do material. Essa conduta dependerá da apresentação do fixador, a saber: – Fixação com álcool a 96% (considerada mundialmente como a melhor para os esfregaços citológicos): colocar a lâmina dentro do frasco com álcool em Manual de Estágio quantidade suficiente para que todo o esfregaço seja coberto, fechar o recipiente cuidadosamente e envolvê-lo com a requisição. – Fixação com spray de polietilenoglicol: borrifar a lâmina, que deve estar em posição horizontal, imediatamente após a coleta, com o spray fixador, a uma distância de 20 centímetros. Acondicionar cuidadosamente a lâmina em uma caixa de lâminas revestida com espuma de náilon e papel, a fim de evitar a quebra, para o transporte ao laboratório, lacrando-se a tampa da caixa com fita gomada. – Fechar o espéculo não totalmente, evitando beliscar a mulher. – Retirar o espéculo delicadamente, inclinando levemente para cima, observando as paredes vaginais. – Retirar as luvas. – Auxiliar a mulher a descer da mesa. – Solicitar que a usuária troque de roupa. – Informar sobre a possibilidade de um pequeno sangramento que poderá ocorrer depois da coleta, tranquilizando-a que cessará sozinho. – Enfatizar a importância do retorno para o resultado e se possível agendar conforme rotina da unidade básica de saúde. – As lâminas devem ser enviadas para o laboratório o mais breve possível, para que o tempo entre a coleta e o resultado não seja prolongado desnecessariamente. Devem estar devidamente acondicionadas e acompanhadas dos formulários de requisição. O formulário deve estar preenchido adequadamente e a identificação dever estar coincidente com a do frasco ou da caixa de porta-lâmina e as iniciais da lâmina. Serviço Social Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Câncer do colo do útero. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/ connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero>. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2ª. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Inca, 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Sírio-libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos da atenção básica: saúde das mulheres. Brasília: Ministério da Saúde, 2016a. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/protocolo_saude_mulher.pdf>. Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 5 DESENVOLVIMENTO FETAL FERTILIZAÇÃO – Terço externo das tubas uterinas (trompas de Falópio). – Corona radiata (envolve o óvulo). – Enzima hialuronidase (secretada pelo espermatozoide). FASES DO DESENVOLVIMENTO – Pré-embrionária. – Embrionária. – Fetal. FASE PRÉ-EMBRIONÁRIA – Fase do ovo. – Primeiras 3 semanas após fecundação. – Clivagem: sucessão de divisões mitóticas. – Mórula: massa semelhante a amora. – Blastocisto: cavidade blastocística formada após mórula. Serviço Social NIDAÇÃO (OU IMPLANTAÇÃO) – 3 dias atinge o endométrio. – Blastocisto adere ao endométrio. FASE EMBRIONÁRIA – 4º até 8º semana. – Principal característica: ORGANOGÊNESE. – Fase de diferenciação de células prossegue rapidamente e se organiza em órgãos e sistemas corporais. – Rapidez do desenvolvimento: – Período altamente vulnerável a quaisquer efeitos ambientais adversos / teratogênicos – anomalias congênitas). FASE FETAL Crescimento e desenvolvimento dos órgãos e sistemas organizados durante a fase embrionária. Manual de Estágio Serviço Social Fonte: http://files.patologia-na-web.webnode.com/200000023-4eb9b4fb10/ Per%C3%ADodo%20gestacional.jpg DESENVOLVIMENTO DE ESTRUTURAS ANEXAS – CÓRION: membrana externa. – ÂMNIO: membrana interna. – BOLSA AMNIÓTICA: � contém líquido amniótico. � pH de 7.0 a 7.25. � 1 litro é a média aproximada. � Funções do líquido amniótico: � Permitir a livre movimentação do embrião/feto. � Evitar que o âmnio fique aderido ao embrião/feto. � Proteger o embrião/feto contra agressões externas. Manual de Estágio � Manter a temperatura constante. � Proporcionar fluídos e nutrientes. Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR1eS8GOsWRj3k3CG xxO_epid5RgVoD8F9FSRYj-5MjqpSCx6LQpQ&s PLACENTA – Serve como pulmão, trato intestinal e rins. – Órgão de troca de nutrientes e produtos degradados entre a mãe e o feto. – Secreção endócrina. – Superfície materna: áspero e irregular (cotilédones). – Superfície fetal: lisa e brilhante coberta pelo córion (membrana externa) e âmnio (membrana interna). – Final gestação: peso 500 a 600g, 20cm diâmetro e 2,5 de espessura. Serviço Social Fonte: https://www.bancodasaude.com/cdn/press/0000000005750.jpg CORDÃO UMBILICAL – Liga o feto à placenta. – Duas ARTÉRIAS (artérias umbilicais): sangue não oxigenado. – Uma VEIA (veia umbilical): sangue oxigenado. – Geleia de Wharton – envolve e protege. Manual de Estágio Fonte: https://i0.wp.com/img.fciencias.com/uploads/2018/12/resultado-de-imagem- para-placenta.jpeg CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA – Feto obtém oxigênio pela placenta. – Ducto arterioso – artéria pulmonar e aorta. – Forame oval – desvio entre átrios. – Ducto venoso – veia umbilical e veia cava inferior. – Veia umbilical – Sistema venoso portal – Fígado – Ducto venoso – Veia cava inferior – Coração – Átrio direito – Forame oval – Átrio esquerdo – Aorta ascendente – Cabeça fetal Serviço Social – Veia cava superior – Átrio direito – Ventrículo direito – Artéria pulmonar – Ducto arterioso – Aorta descendente – Placenta Fonte: https://i.pinimg.com/564x/48/17/69/481769858bd30761e1f4d6aa3b5064ef-- comic-book.jpg Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 6 EXAME FÍSICO DA GESTANTE Técnicas propedêuticas – Palpação. – Mensuração. – Ausculta. – Toque vaginal. 1. PALPAÇÃO Objetivos: – Avaliar o desenvolvimento uterino e fetal. – Diagnosticar desvios da normalidade do desenvolvimento fetal a partir da rela- ção entre altura uterina e idade gestacional. – Identificar a situação fetal (3º trimestre) � Longitudinal, transversa ou oblíqua. � Identificar a apresentação fetal (3º trimestre). � Cefálica, pélvica ou córmica. Serviço Social – Identificar o dorso do feto (3º trimestre). – A partir do 7º mês de IG pode-se palpar partes fetais (paredes uterinas mais finas e distendidas). 1.1 Apresentação fetal Região fetal que ocupa a área do estreito superior da pelve da mulher e que nele se insinuará. Fonte: https://ocantinhodafranciscablog.files.wordpress.com/2016/01/posicoes-do- bebe-na-barriga-fw_.png Manual de Estágio 1.2 Situação fetal Relação entre o maior eixo uterino e fetal. Fonte: https://i0.wp.com/www.fetalmed.net/wp-content/uploads/2018/08/ apresentacao.jpg?resize=705%2C295Com relação a SITUAÇÃO, nas figuras A e B a situação é longitudinal, pois o maior eixo do feto coincide com o maior eixo materno. Na figura C a situação é transversal, pois o feto está “atravessado”. Serviço Social 1.3 Palpação obstétrica Posição da Gestante – Decúbito dorsal, com a cabeça levemente fletida; – Membros superiores paralelos ao longo do tronco; – Membros inferiores em extensão; – Abdômen descoberto. Técnica (Escola Alemã) – Manobras de Leopold 1ª - Fundo Uterino 2ª - Flancos 3ª - Mobilidade cefálica 4ª - Escava Fonte: https://medicina10blog.files.wordpress.com/2016/02/ddd.jpg?w=918 Manual de Estágio Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/13944/mod_resource/content/4/ un03/img_content/top04p04.png 1º tempo: Fundo Uterino Objetivos: – Exploração do FUNDO UTERINO. – Identificar a parte fetal que ocupa o fundo uterino. – Características do polo cefálico: � Resistente � Liso � Irredutível e � Regular � Menos duro � Mais volumoso � Redutível � Superfície irregular 2º tempo: flancos Serviço Social Objetivos: – Exploração dos FLANCOS. – Identificar o dorso fetal e os membros. – Fixar uma mão e com a outra explorar o abdômen materno com pressões e compressões. – Características do dorso fetal: � Contínuo e resistente. – Características dos membros fetais: � Cilindros que fogem às mãos. 3º tempo: mobilidade cefálica Objetivos: – Exploração da MOBILIDADE CEFÁLICA FETAL. – Verificar se o polo cefálico fetal (cabeça) está alto e móvel ou ajustado e fixo em relação ao estreito superior. – Executar movimentos de lateralidade, com os dedos apoiados na fronte e no occipício. 4º tempo: escava Objetivos: – Verificar se a apresentação fetal está no estreito superior da pelve materna. – Confirmar a apresentação fetal por meio do preenchimento ou não da escava. Situação Manual de Estágio � Longitudinal - Quando os dedos comprovam a presença da apresentação. � Transversal - Quando não existe o preenchimento da pelve. MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA (AU) – Acompanhar o crescimento fetal. – Detecção precoce de alterações. – Correlação entre IG (semanas) e AU (centímetros). Material: - Fita métrica flexível - Solicitar o esvaziamento vesical (aumento 3-4 cm) - Posicionar em decúbito dorsal (abdômen descoberto) Técnica: 1º - Delimitar as regiões: Borda superior da sínfise púbica Fundo uterino 2º - Ficar a extremidade inicial da fita métrica (0 cm) na borda superior da sínfise púbica com uma das mãos. Serviço Social 3º - Deslizar a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão sob a linha mediana do abdômen até o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão. Fonte: https://www.almanaquedospais.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Altura-uterina-by-www-mayoclinic-org.jpg Fonte: http://www.enfermagempiaui.com.br/imagens/medida-altura-uterina.jpg Manual de Estágio 4º - Anotar o valor na ficha da gestante e no cartão da gestante. 5º - Preencher a Curva de altura uterina no Centro Latino-Americano de Perinatologia (CLAP). Fonte: http://www.enfermagempiaui.com.br/imagens/percentis-10-e-90.jpg AUSCULTA OBSTÉTRICA Objetivos: – Avaliar a vitalidade fetal. – Constatar a presença, ritmo e a frequência dos batimentos cardíacos fetais (BCF). – Verificar presença de gestação múltipla. Serviço Social Equipamentos Estetoscópio de Pinard OU Sonar Doppler Fontes: https://media.istockphoto.com/photos/pinards-wood-stethoscope- picture-id181882540?k=6&m=181882540&s=170667a&w=0&h=_3iQDSxAZOUTu_ ilNW4BcpNOPtX4lgTXI8hBO33WH1Q= https://centermedical.vteximg.com.br/arquivos/ids/155417-1000-1000/0050-detector- fetal-medpej-DF-4002.jpg?v=635289173980300000 Ausculta com o estetoscópio de PINARD – Posicionar a abertura mais ampla do Pinard (parte coletora) perpendicularmente sobre o abdome da gestante no local identificado como foco de escuta. – Encostar o pavilhão auricular na outra extremidade do estetoscópio (parte auricular), com a cabeça voltada para os pés da cliente. – Pressionar levemente a cabeça sobre o estetoscópio, mantendo postura cômoda. – Retirar a mão do estetoscópio (podendo apoiar o lado oposto do abdome). – Contar os BCF por um minuto, observando ritmo e frequência. Manual de Estágio Fonte: http://www.enfermagempiaui.com.br/imagens/ausculta-bcf-estetoscopio- pinard.jpg Ausculta com o SONAR – Identificar foco de ausculta. – Colocar pequena quantidade de gel no transdutor do sonar antes de ligar o estetoscópio e antes de posicioná-lo na região abdominal da gestante. – Contar os BCF por um minuto, observando ritmo e frequência. FETO – BCF � Sonar: a partir 10ª – 12ª semana de IG � Pinard: a partir 17ª ou 18ª semana de IG – média 20ª semana Serviço Social – Sopro funicular � Sons do cordão umbilical MATERNO – Artéria uterina – Aorta abdominal – Normal – 120 e 160 batimentos por minuto (bpm) � Últimas semanas de gravidez: � Pode ocorrer queda gradual da FCF – Normal: 110 e 160 bpm TOQUE VAGINAL – Realizado pelo enfermeiro obstetra. – Bidigital. – Mulher em posição ginecológica. – Colocar luvas de procedimento. – Descobrir somente a genitália externa. – Entreabrir os pequenos lábios. – Introduzir os dedos indicador e médio ajustados em direção ascendente. – Avaliar características: – Paredes da vagina. – Colo uterino. – Posição, consistência, comprimento e permeabilidade. – Identificar a presença de obstáculo no trajeto vaginal – Identificar polo fetal: Manual de Estágio � Cefálico: duro, arredondado e liso. � Pélvico: menos duro, mais volumoso e irregular. Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-7NilhzmbTNE/VYxq8DKLUbI/AAAAAAAAAcE/ N99Ldl8VM30/s1600/exame_toque.JPG Serviço Social AULA PRÁTICA ROTEIRO 7 CÁLCULO DE DATAS Cálculos – Data provável do parto (DPP) – Idade gestacional (IG) IMPORTANTE SABER A DATA DA ÚLTIMA MENTRUAÇÃO (DUM) DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP) – Gestograma – Regra de Näegele GESTOGRAMA Técnica 1. Colocar a seta sobre o dia e o mês correspondente ao primeiro dia e mês da última menstruação. 2. Observar a seta na data (dia e mês) indicada como DPP. Manual de Estágio Fonte: https://http2.mlstatic.com/gestograma-com-condutas-no-pre-natal-10- unidades-D_NQ_NP_7795-MLB5277741964_102013-F.jpg REGRA DE NÄEGELE Técnica 1. Somar 7 dias ao primeiro dia da DUM. 2. Subtrair 3 meses ao mês da DUM. Serviço Social Exemplo DUM: 10 / 05 / 2013 +7 /-3 DPP: 17 / 02 / 2014 Situações especiais a) Janeiro, Fevereiro e Março Técnica 1. Somar 7 dias ao primeiro dia da DUM. 2. Somar 9 meses ao mês da DUM. DUM: 20 / 01 / 2014 7/+9 DPP: 27 / 10 / 2014 Número de DIAS encontrado > DIAS do MÊS Técnica 1. Somar 7 dias ao primeiro dia da DUM. 2. Passar dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo do mês. Manual de Estágio Exemplo DUM: 29 / 10 / 2013 7 /-3 5/7/2014 +1 DPP: 05 / 08 / 2014 IDADE GESTACIONAL (IG) Período entre o primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual (DUM) e a data da consulta ou data atual. Técnica 1. Somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a DATA da CONSULTA. 2. Dividir por 7. 3. Resultado corresponde ao número de semanas. 4. Resto corresponde ao número de dias além da referida semana. Serviço Social Exemplo: DUM: 12 / 08 / 2013 Consulta: 24/ 01/ 2014 Mês Dias Agosto 19 Setembro 30 Outubro 31 Novembro 30 Dezembro 31 Janeiro/2014 24 Total de dias 165 165 ÷ 7 = 23 semanas Resto = 4 dias IG = 23 semanas 4 dias ou 23 4/7 semanas Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 8 PERÍODOS CLÍNICOS DO TRABALHO DE PARTO E PARTO NORMAL O trabalho de parto é o processo de movimentação do feto, placenta e membranas, através do canal de parto para fora do útero. É dividido em quatroestágios distintos para retratar as alterações típicas de cada momento. Sequencialmente, os períodos do trabalho de parto são: – Dilatação – Expulsão – Dequitação – Greenberg Primeiro Período: DILATAÇÃO – Início: contrações uterinas rítmicas, intermitentes e dolorosas. – Término: dilatação de 10 centímetros do orifício cervical. – O tempo de duração dessa fase é variável. – Marcado por dor lombar e dor abdominal. Dinâmica uterina (DU): 2 / 20’’ / 10’ a 6 / 60’’ / 10’ (respectivamente: quantidade de contrações / duração das contrações / tempo de avaliação) Serviço Social Contrações uterinas: – Intermitentes. – Involuntárias. – Regulares. – Aumentam de frequência e intensidade. – Progressivamente mais fortes e dolorosas responsáveis pelo apagamento e pela dilatação cervical. Apagamento ou Esvaecimento Cervical: – Encurtamento progressivo do canal cervical até o seu total desaparecimento. – Medida em porcentagem (100%). Dilatação cervical – Dilatação do orifício externo do canal cervical. – Objetivo de permitir a passagem do feto pelo canal de parto. – Medida em centímetros: 10 cm. – Primípara: primeiro apagamento e depois dilatação. – Multípara: apagamento e dilatação concomitantes. Manual de Estágio Figura 1 – Apagamento e dilatação cervical de primípara e multípara Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-JlCj0o2tMnM/UIhIqv9utkI/AAAAAAAAAic/ oYhy3835v2Q/s1600/Sequencia+de+dilata%C3%A7%C3%A3o+e+apagamento+do+c%C 3%B3lo+do+%C3%BAtero+em+prim%C3%ADpura+e+em+mult%C3%ADpara.PNG Fases da dilatação: – Latente (0 a 4 cm) – Ativa (5 a 7 cm) – Transição (8 a 10 cm) Técnica propedêutica para avaliação da evolução do trabalho de parto e parto normal: Serviço Social TOQUE VAGINAL – Realizado pelo mesmo profissional, somente o Enfermeiro especialista em ob- stetrícia. – Realizado o mínimo de vezes possível (cada 4 horas OU se houver alguma preo- cupação com o progresso do parto ou em resposta aos desejos da mulher). – Utilizar luva estéril se houver bolsa rota (rotura da bolsa de líquido amniótico). – Avaliar: � Apagamento e dilatação cervical. � Integridade da bolsa de líquido amniótico. � Aspecto do líquido amniótico. � Apresentação fetal. � Altura da apresentação fetal. Apagamento e dilatação cervical A Figura abaixo indica como avalia-se a dilatação cervical. Figura 3 – Avaliação da dilatação cervical Fonte: http://fsmulher.com/ Manual de Estágio Altura da apresentação fetal Figuras 4 e 5 – Avaliação da altura da apresentação Fonte: http://br.bing.com/images/search Fonte: http://dc647.4shared.com/doc/WIAfObes/preview.html Serviço Social Aspecto do líquido amniótico – Prematuridade: claro (transparente) – Termo: claro com grumos (finos, médios ou grossos) – Meconial: coloração esverdeada do líquido amniótico PARTOGRAMA A representação gráfica do trabalho de parto que permite acompanhar sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção destes desvios, ajudando ainda a evitar intervenções desnecessárias. Podem ser registrados: – Características da dilatação cervical (apagamento, dilatação, altura da apresentação). – Frequência cardíaca fetal (FCF). – Características das contrações uterinas. – Condições da bolsa de líquido amniótico e do líquido amniótico. – Infusão de líquidos. – Especificações da analgesia. Figura 6 - Modelo de ficha com partograma, e respectivas linhas de alerta e ação, e Manual de Estágio outros registros de interesse no acompanhamento do trabalho de parto. Fonte: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001. p. 49 Serviço Social Segundo Período: EXPULSÃO OU EXPULSIVO Início: dilatação completa da cérvice. Término: expulsão total do feto. Duração: de minutos a duas horas. Contrações uterinas mais fortes e mais duradouras (até 90 segundos). Nessa fase as contrações da musculatura uterina associadas às contrações da musculatura abdominal desencadeiam os movimentos involuntários executados pelo feto: MECANISMOS DO TRABALHO DE PARTO Os mecanismos do trabalho de parto serão abordados no próximo roteiro. Terceiro Período: DEQUITAÇÃO (Secundamento, Decedura, Delivramento) Início: expulsão total do feto. Término: expulsão total da placenta. Duração: até 30 minutos. Características: – Contrações uterinas de baixa frequência, alta intensidade e indolores. – Desprendimento da placenta e membranas. – Descolamento. – Descida. – Expulsão da placenta e membranas. Manual de Estágio Figura 7 – Dequitação Fonte: http://doulasparto-ongap.wikispaces.com/file/view/fig2.jpg/156169199/fig2.jpg Manobra de Jacob-Dublin Rotação placenta para total retirada das membranas fetais. Serviço Social Figura 8 – Desprendimento das membranas ovulares auxiliado pela manobra de Jacob-Dublin Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTCK5PJuDj6hqOR5HT zYyjaXJHF_e2FwqfpmXY6h3NCETdRtdy4&s Manual de Estágio Importante: – Detectar falta de cotilédones. – Sangramento local. – Avaliar membranas ovulares. – Completas. – Avaliar cordão umbilical. – Duas artérias. – Uma veia. Figura 9 – Secção do cordão umbilical Fonte: http://www.medivisuals.com/three-vessel-vs-two-vessel-umbilical-cord- 69902105x.aspx Serviço Social Quarto Período: GREENBERG (Puerpério imediato) Início: expulsão total da placenta. Término: primeira hora após a saída da placenta (até segunda hora – depende da literatura). Características – Miotamponamento uterino. – Hemostasia fisiológica. – Riscos: � Hiponotonia ou atonia uterina. � Choque hipovolêmico grave. Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 9 MECANISMO DO PARTO Feto (objeto – móvel) Trajeto (bacia materna) Motor (contrações uterinas) Contrações da musculatura uterina + musculatura abdominal = execução de movimentos involuntários pelo feto. Mecanismos do trabalho de parto. Sequência de movimentos passivos da parte do feto que se apresenta que permitem a passagem do feto através do canal de parto. São os vários movimentos involuntários realizados pelo feto a medida que ele desce pelo canal de parto. Sequencialmente, são: – Insinuação ou acomodação. – Descida. – Flexão. – Rotação interna. – Extensão ou deflexão. – Rotação externa. – Expulsão. Serviço Social INSINUAÇÃO OU ACOMODAÇÃO A cabeça do feto penetra na pelve (o maior diâmetro do polo cefálico penetra no maior diâmetro da pelve materna). DESCIDA Movimento que se dá simultaneamente aos outros movimentos até a expulsão do feto. FLEXÃO Quando a cabeça do feto passa pela pelve materna, encontra resistências que causam a flexão da cabeça fetal, ou seja, o queixo se aproxima do tórax reduzindo os diâmetros da cabeça do feto que se apresenta no canal do parto. ROTAÇÃO INTERNA – É a rotação da cabeça do feto para acomodar o maior diâmetro de sua cabeça no maior diâmetro da saída para o nascimento (estreito inferior). – Quando acontece o giro, geralmente o feto coloca a região occipital em direção à sínfise púbica. Manual de Estágio EXTENSÃO – Durante a passagem pelo canal de parto ocorre a flexão da cabeça do feto, agora para ser liberada deve ocorrer a extensão de sua cabeça. – A região occipital passa pela sínfise púbica e aparece na saída da vagina distendida, permanecendo à margem da sínfise púbica, enquanto a face passa pela parte posterior da vagina liberando a testa, os olhos, o nariz, a boca e o queixo (sucessivamente). Logo é liberada a cabeça fetal, ou seja, o desprendimento da cabeça do feto. ROTAÇÃO EXTERNA – Após a liberação da cabeça, o pescoço que se torceu um pouco durante essa fase, se destorce. – A região occipital roda em direção à coxa direita ou esquerda dependendo da posição do feto antes do nascimento. – Restituição. EXPULSÃO – Após a rotação externa ocorre a liberação dos ombros (desprendimento das espáduas ou ombros). – O ombro anterior fica próximo à sínfisepúbica, sendo liberado primeiro com uma leve tração do polo cefálico para baixo. – Após ocorre a liberação do ombro posterior que se encontra próximo ao púbis, com uma leve tração do polo cefálico para cima. – Depois da liberação dos ombros, a expulsão do restante do corpo é rápida. – Nascimento. Serviço Social Mecanismo do parto Fonte: http://dc647.4shared.com/doc/WIAfObes/preview.html Manual de Estágio Fonte: http://dc647.4shared.com/doc/WIAfObes/preview.html Serviço Social Mecanismo do parto Fonte: https://i.pinimg.com/originals/88/a9/e0/88a9e0aca8e7dcbdd13f5161059 71c1f.jpg Manual de Estágio AULA PRÁTICA ROTEIRO 10 CUIDADOS IMEDIATOS AO RECÉM-NASCIDO NA SALA DE PARTO O atendimento ao recém-nascido (RN) consiste na assistência realizada por um profissional capacitado, médico (preferencialmente pediatra ou neonatologista) ou profissional de enfermagem (preferencialmente enfermeiro obstétrico/obstetriz ou neonatal), desde o período imediatamente anterior ao parto, até que o RN seja encaminhado ao Alojamento Conjunto com sua mãe ou à Unidade Neonatal, ou ainda, no caso de nascimento em quarto de pré-parto, parto e puerpério (PPP) seja mantido junto à sua mãe, sob supervisão da própria equipe profissional responsável pelo PPP (BRASIL, 2017). SALA DE PARTO O recém-nascido (RN) quando dentro da barriga da mãe e imerso em líquido amniótico está sob uma temperatura de aproximadamente 37°C. Ao nascer esse ambiente mudará consideravelmente, portanto o primeiro cuidado é que a sala de parto tenha uma temperatura entre 24 e 27°C para que a perda de calor do RN não seja tão grande. Serviço Social Além disso, outros aspectos da sala de parto devem ser considerados: – Iluminação homogênea; – Relógio de parede para controlar horário de nascimento e acompanhar o índice de Apgar; – Rede elétrica universal 110 e 200 Volts; – Rede de gases (oxigênio e ar comprimido). Materiais e equipamentos necessários: - Berço aquecido e/ou incubadora para colocar o bebê; - Campos aquecidos, para enrolar o bebê; - Mesa auxiliar contendo tinta própria para impressão plantar; - Clamp para clampeamento do cordão umbilical; - Álcool 70%, para fazer o curativo do coto umbilical; - Eritromicina a 0,5% ou tetraciclina a 1% para realização da profilaxia da oftalmia neonatal; - Luvas para realizar os procedimentos; - Vitamina K, 1mg, para administrar no bebê via IM; - Seringa com agulha para administrar a vitamina K; - Estetoscópio para auscultar o bebê; - Sonda de aspiração n° 4 ou 6; - Pulseiras para identificação do recém-nascido. AVALIAÇÃO DA VITALIDADE DO RN Os cinco primeiros minutos da vida do recém-nascido são muito importantes para a estabilização do RN, a primeira ação é a avaliação da vitalidade do recém-nascido. Essa avaliação é feita pelo Escore de Apgar. Manual de Estágio Realizar o índice de Apgar ao primeiro e quinto minuto de vida do bebê, rotineiramente. Os sinais a serem avaliados são: – Frequência cardíaca. – Esforço respiratório. – Tônus muscular. – Irritabilidade reflexa. – Cor. AVALIAÇÃO DE APGAR Fonte: https://www.e-sanar.com.br/fotos/esanar_murals/207/mg/apgar%201.jpg Serviço Social Cada uma dessas respostas aos cinco sinais corresponde a uma nota – 0, 1 ou 2. Ao final, o RN recebeu cinco notas de 0 a 2, que devem ser somadas. – Se a nota for maior que 7, indica que o bebê possui uma boa vitalidade; – Se a nota for menor que 7, o bebê demanda alguns cuidados, como a monitorização constante. DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES – Os pulmões dos bebês que nascem de parto vaginal são comprimidos durante a passagem pelo canal de parto, assim boa parte da secreção é expulsa naturalmente. – Ao nascer o RN deve ser colocado em posição que sua cabeça fique abaixo do corpo, para saída do restante da secreção por gravidade. – Bebês saudáveis: céfalodeclive e lateralização. – Não se recomenda a aspiração orofaríngea e nem nasofaríngea sistemática do recém-nascido saudável. – A aspiração das vias aéreas deve ser realizada somente com indicação, pois pode trazer alguns prejuízos aos RNs. Sendo indicada somente para bebês deprimidos, com mecônio espesso, atresia de coanas ou má formação esofágica. – Os potenciais riscos de realizar a aspiração das vias áreas sem necessidade são: arritmias cardíacas, laringoespasmo (oclusão da glote devido à contração dos mús- culos da laringe) e vasoespasmo da artéria pulmonar. Manual de Estágio PROMOVER AQUECIMENTO E EVITAR O RESFRIAMENTO – Estimular as mulheres a terem contato pele a pele imediato com a criança logo após o nascimento. – Secar o RN imediatamente com um campo (um pano) esterilizado e aquecido. – Cobrir a criança com um campo ou toalha morna para mantê-la aquecida enquanto mantém o contato pele a pele com a mãe. – Evitar a separação mãe-filho na primeira hora após o nascimento para procedimentos de rotina. – Colocar o RN sob uma fonte de calor radiante (berço aquecido ou incubadora) somente se houver necessidade. – Estimular o início precoce do aleitamento materno, idealmente na primeira hora de vida. – A amamentação deve ser iniciada em, no máximo, 30 minutos após o nascimento. CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL – Realizar o clampeamento do cordão umbilical de forma fisiológica quando cessar a pulsação e entre 1 a 5 minutos ou, exceto se houver alguma contraindicação em relação ao cordão ou necessidade de reanimação neonatal. – O cordão umbilical deve ser cortado somente após parar de pulsar, esse tempo é importante para que todo o sangue placentário seja levado até o bebê. As evidências científicas mostram que essa prática diminui a incidência de anemia na infância. – Após o corte, o coto umbilical deve ser limpo com gaze estéril e álcool 70%. – Clampeamento do cordão umbilical. Serviço Social Fonte: http://embarazo10.com/wp-content/uploads/cordonumbilical_thumb.png IDENTIFICAÇÃO DO RN O bebê deve ser identificado em pulseira colocada no punho e no tornozelo com: – Nome da mãe. – Número de registro hospitalar com o nome da mãe. – Dia e horário do nascimento. PREENCHER A DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO (DNV) – Impressão plantar do RN. – Impressão da digital do polegar da mãe. Outra forma de identificar o RN é a impressão plantar, também chamada de plantigrama, que deve ser feita após a limpeza da região plantar do pé direito do recém-nascido com Manual de Estágio gaze umedecida em álcool. O ideal é utilizar tinta própria para impressão digital, de base oleosa, a mesma utilizada oficialmente para registro geral das pessoas. A impressão plantar é realizada num documento próprio chamado de Registro de Nascidos Vivos. Por se tratar de um documento legal da maior importância, a impressão plantar deve ser realizada com cuidado. Isso porque borrões de tinta impedem a clara visualização das linhas plantares, inutilizando a identificação. Nesse mesmo documento é também realizada a impressão digital do polegar da mãe. Após o procedimento, deve-se retirar totalmente a tinta do pé do bebê, a fim de evitar que ela seja absorvida por ele. PROFILAXIA DA OFTALMIA NEONATAL (CREDEIZAÇÃO) – A profilaxia da oftalmia neonatal deve ser realizada de rotina nos cuidados com o recém-nascido. – O tempo de administração da profilaxia da oftalmia neonatal pode ser ampliado em até 4 horas após o nascimento. – Recomenda-se a utilização da pomada de eritromicina a 0,5% e, como alterna- tiva, tetraciclina a 1% para realização da profilaxia da oftalmia neonatal. – A utilização de nitrato de prata a 1% deve ser reservada apenas em caso de não se dispor de eritromicina ou tetraciclina. Serviço Social PROFILAXIA DE DOENÇA HEMORRÁGICA - ADMINISTRAÇÃO DE VITAMINA K – A produção de vitamina K é realizada por bactérias intestinais. O RN demora aproximadamente 7 dias para iniciar a produção e armazenamento correto dessa vitamina. Caso a vitamina K não seja administradaao RN ele têm risco de apresentar hemorragias espontâneas, uma vez que a vitamina K é a precursora da cascata de coagulação. – Todos os recém-nascidos devem receber vitamina K para a profilaxia da doença hemorrágica. – A vitamina K deve ser administrada por via intramuscular, no vasto lateral da coxa, na dose única de 1 mg, pois este método apresenta a melhor relação de custo-efetividade. – Se os pais recusarem a administração intramuscular, deve ser oferecida a administração oral da vitamina K e eles devem ser advertidos que este método deve seguir as recomendações do fabricante e exige múltiplas doses. HIGIENE – Não é indicado dar o banho de imersão no recém-nascido, para não resfriá-lo. Deve-se realizar apenas uma higienização para retirar os resíduos sanguíneos, tendo o cuidado de não retirar o vêrnix caseoso, nem resfriar o neonato. – Evitar a separação mãe-filho na primeira hora após o nascimento para procedimentos de rotina tais como pesar, medir e dar banho, a não ser que os procedimentos sejam solicitados pela mulher ou sejam realmente necessários para os cuidados imediatos do recém-nascido. – Após a higiene, deve-se vestir o RN adequadamente, de preferência com a roupa que a mãe escolheu e encaminhá-lo à mãe. – O ideal é que o banho no RN seja realizado somente após 6 horas do nascimento. Manual de Estágio Contraindicações – Não se recomenda realizar a passagem sistemática de sonda nasogástrica e nem retal para descartar atresias no recém-nascido saudável. EXERCÍCIOS Avalie a Vitalidade dos bebês e indique qual é o índice de Apgar: 1 - RN Carlinhos Frequência cardíaca: menor que 100. Nota: _______________ Esforço respiratório: irregular. Nota: _______________ Tono muscular: alguma flexão. Nota: _______________ Irritabilidade reflexa: ausente. Nota: _______________ Cor: róseo. Nota: _______________ Apgar: ___ + ___ + ___ + ___ + ___ = ____ 2 - RN Arthur Frequência cardíaca: maior que 100. Nota: _______________ Esforço respiratório: bom choro. Nota: ______________ Tono muscular: movimentos ativos. Nota: _______________ Irritabilidade reflexa: choro forte. Nota: _______________ Cor: róseo. Nota: _______________ Apgar: ___ + ___ + ___ + ___ + ___ = ____ Serviço Social 3 - RN Vinícius Frequência cardíaca: ausente. Nota: _______________ Esforço respiratório: ausente. Nota: _______________ Tono muscular: flácido. Nota: _______________ Irritabilidade reflexa: ausente. Nota: _______________ Cor: pálido. Nota: _______________ Apgar: ___ + ___ + ___ + ___ + ___ = ____ Observe a figura abaixo e relacione qual cuidado imediato deve ser realizado em cada parte do corpo do bebê: Fonte: Adaptado de: https://www.mamaebox.com.br/blog/sono-do-recem-nascido- quantas-horas-o-bebe-dorme-no-primeiro-mes-2/ Manual de Estágio 1-__________________________________________________________ 2-__________________________________________________________ 3-__________________________________________________________ 4-__________________________________________________________ 5-__________________________________________________________ 6-__________________________________________________________ 7-__________________________________________________________ 8-__________________________________________________________ 9-__________________________________________________________