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Profa. Sara Corrêa Esp. Nutrição Clínica e Fitoterapia Fisiopatologia e dietoterapia nas doenças de pâncreas IBMR, Rio de Janeiro/RJ 2020 Pâncreas Pâncreas MEDE 10 a 15 cm de comprimento e PESA 60 a 100 g. SUBDIVIDIDO - cabeça, corpo e cauda. Suprimento arterial – derivado de ramos provenientes do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior. Drenagem venosa - sistema porta, através da veia esplênica. Drenagem linfática – principalmente para os linfonodos pancreatoesplênicos. Pâncreas Fundamental para digestão de nutrientes e para sistema imune. - Suas secreções endócrinas e exócrinas regulam o metabolismo de carboidratos, homeostasia, absorção de cálcio e a modulação do crescimento intestinal - Comprometimento do pâncreas pode levar à desnutrição devido à ingestão insuficiente causada por dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, íleo adinâmico e má absorção Dan 2000, 3ª Ed. Fisiopatologia da Pancreatite Causas mais comuns da Pancreatite Pancreatite Achados clínicos da Pancreatite Diagnóstico de Pancreatite Indicador Clínico de Gravidade: Critério de RANSON Pancreatite Aguda Inflamação aguda do pâncreas que caracteriza-se por dor abdominal, acompanhada de vômitos e aumento da concentração sérica de amilase e lipase, consequente a ativação intrapancreática das enzimas digestórias. Comporta-se como uma doença multissistêmica e leva a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS); - Pode evoluir para a normalidade do pâncreas; - Primeira manifestação da pancreatite crônica. Pancreatite Aguda Pancreatite Aguda Pancreatite Aguda Fatores causais: - Doença do trato biliar (litíase biliar) - Álcool -Uso de drogas (sulfasalazina - antiinflamatório, furosemida – antihipertensivo, diurético, azatioprina – imunossupressor, antireumático, ácido valpróico - anticonvulsivante), - Hiperlipidemia - Hipercalcemia - Hiperparatireoidismo com hipercalcemia Pancreatite Aguda Fatores causais: - Alterações estruturais do sistema ducto bilio- pancreático (neoplasia, estenose do esfincter de Oddi) - Trauma abdominal - Transplante renal - Pós-operatória - Infecção viral (caxumba) - Causa hereditária DIAGNÓSTICO Diagnóstico Clínico: dor abdominal aguda de forte intensidade, náuseas e vômitos (pioram com a ingestão de alimentos e analgésicos), distensão abdominal, diminuição dos ruídos hidroaéreos, leucocitose, pressão arterial transitoriamente alta ou baixa com hipotensão postural, temperatura oscila na faixa de 37,5 a 38,50C. Toxicidade causada pelo extravasamento de enzimas para os espaços pararrenais, cavidade peritoneal (dor em queimação, perda protéica e de líquidos: podendo levar a hipovolemia, hipotensão e eventualmente necrose) e para a circulação. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO Laboratorial: enzimas pancreáticas (amilase e lipase), glicemia, transaminases, bilirrubina, cálcio, lipídios, marcadores virais. DIAGNÓSTICO Radiológico: ultra-som, RX de tórax e abdomen, tomografia computadorizada contrastada (após estabilização clínica), ressonância magnética TRATAMENTO CLÍNICO Antibióticos = indicados em infecções específicas (urina, pulmão, bile, cateter); - Insulina para controlar a hiperglicemia - eventualmente; - Inibidores da bomba de prótons (omeprazol) - Uso preventivo e controlado de anticoagulante (clexane) para evitar trombose. TRATAMENTO NUTRICIONAL COMO PROCEDER COM A AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL? TRATAMENTO NUTRICIONAL História alimentar – Avaliação antropométrica – Avaliação bioquímica – Avaliação da composição corporal – Avaliação Global Subjetiva/ Semiologia Nutricional TRATAMENTO NUTRICIONAL - Dieta zero – ataques agudos - Hidratação endovenosa - Alimentação oral - Indicação da terapia nutricional TRATAMENTO NUTRICIONAL Pancreatite leve: – Critérios utilizados para a introdução da alimentação oral: •Ausência de dor e sensibilidade abdominais •Redução dos níveis de amilase •Ausência de complicações TRATAMENTO NUTRICIONAL Pancreatite leve: OBS: controle da dor, líquidos intravenosos e dieta zero (2 a 5 dias). Após redução das enzimas e da dor (3 a 7 dias). Caso se prolongue os dias de jejum iniciar a terapia nutricional. Objetivos da Terapia Nutricional da Pancreatite AGUDA TRATAMENTO NUTRICIONAL Características da dieta oral: dieta ajustada em calorias, normoglicídica (50-60%VET), normoprotéica (1g/ kg/ dia) e hipolipídica. Redução de gordura saturada. TRATAMENTO NUTRICIONAL TRATAMENTO NUTRICIONAL Início da alimentação oral: Oferecer 100 a 300 ml de líquidos isentos de calorias a cada 3-4 horas nas primeiras 24 horas (características da dieta líquida restrita) •Caso tolerada, mesmo volume de líquidos contendo nutrientes (características da dieta líquida completa) •Bem tolerado: alimentação é evoluída a cada 3 ou 4 dias para alimentação branda e finalmente sólidos. Evitar alimentos de difícil digestibilidade. Seis refeições – melhor tolerância. Pancreatite moderada e grave: Terapia nutricional é necessária (evitar inanição). TNE: sonda de alimentação no jejuno NPT: (pancreatite grave prolongada). Objetivo de promover repouso pancreático Pancreatite moderada: – Energia: GEB x FI (1,3 a 1,5, considerar grau de hipermetabolismo) ou 25 a 35 kcal/kg/dia – Proteína: 1,5 a 2,5 g/kg/dia (suplementar com glutamina) – Carboidrato: glicose hipertônica 5mg/kg/min – Lipídeos: 25 a 30% do VET (pouca estimulação do pâncreas) – Necessidades de elementos traço, vitaminas e minerais PANCREATITE CRÔNICA Deterioração funcional progressiva do pâncreas, que persiste após a eliminação do fator causal. Fibrose progressiva, atrofia pancreática – sem processo inflamatório evidente. PANCREATITE CRÔNICA PANCREATITE CRÔNICA Etiologia Alcoolismo (associado ao fator genético) Tabagismo (mecanismo desconhecido. Tabagismo inibe a secreção de bicarbonato e tripsinogênio) Doença renal crônica (relacionada as toxinas urêmicas, , desregulação da secreção de hormônios gastrintestinais e da secreção de bicarbonato e proteínas) PANCREATITE CRÔNICA Etiologia Pancreatite crônica Obstrutiva (condições associadas: trauma, tumor, seqüela de pancretite aguda, estenose do ducto de Wirsung, disfunção do esfíncter de Oddi) PANCREATITE CRÔNICA PANCREATITE CRÔNICA TRATAMENTO Clínico – analgésicos, antidepressivos (alteram a transmissão dos impulsos da dor), enzimas digestórias, cimetidina, omeprazol, hipoglicemiante, insulina. TRATAMENTO Cirúrgico Sem resposta aos tratamentos prévios. Mais empregada: pancreato-duodenectomia, com ou sem preservação do piloro e ressecção da cabeça do pâncreas. Pancreatectomia parcial ou total. Pancreatite CRÔNICA x Deficiências Nutricionais Pancreatite CRÔNICA x Deficiências Nutricionais Pancreatite CRÔNICA x Deficiências Nutricionais Pancreatite CRÔNICA x Diabetes Objetivos da Terapia Nutricional na Pancreatite CRÔNICA Objetivos da Terapia Nutricional na Pancreatite CRÔNICA A presença de pancreatites interfere na digestão e absorção dos nutrientes, estando frequentemente associada com catabolismo proteico, instabilidade metabólica e aumento das necessidades nutricionais. Ressalta-se a importância de uma equipe multiprofissional na assistência ao paciente com pancreatite. Objetivos da Terapia Nutricional na Pancreatite CRÔNICA Suplementação de Enzimas Digestivas Pancreatectomia Cirurgia Pancreática X Nutrição PANCREATITE CRÔNICA Pancreatectomia parcial TNE – sonda distal. Inicialmente: dieta elementar, isenta de lactose e sacarose, com TCM (17% VET). Alimentação Oral - > fracionamento, < volume.Inicialmente: evitar lactose e sacarose. Controle lipídico. Avaliar TCM (17% VET) e oferta de fibras (10 a 15g/dia). Ptn: 1 a 1,5g/kg/dia Pancreatectomia total NPT TNE
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