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HIPEREMESE GRAVÍDICA Disciplina: FisIopatologia da Nutrição Profª Isabela M. Sell Gestação • Estado anabólico que afeta os tecidos maternos desencadeados por hormônios que garantem uma gestação bem sucedida. ➢é um fenômeno fisiológico e, por isso mesmo, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. ➢uma parcela pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrerem algum agravo ou desenvolverem problemas, apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe. Essa parcela constitui o grupo chamado de “gestantes de alto risco”. ALTERAÇÕES: - 1° trimestre: estado pré-gestacional - 2 e 3° trimestre: influência direta na condição nutricional do feto Gestação - Progesterona: • Induz deposição de gordura – isolar o bebê • Reservas de energia • Relaxa a musculatura lisa diminuição motilidade = melhora absorção nutrientes - Estrogênio: • Promove crescimento fetal • Funções uterinas • Retenção hídrica • Os dois hormônios em combinação: preparam o organismo humano para o processo de lactação Corpo Lúteo: 1ª parte da gestação Placenta: 12ª semana - Hormônio Gonadotrofina coriônica humana: • Mantem o corpo lúteo • Detectada no sg em 8 dias após fecundação e 15 dias urina - Hormônio lactogênico placentário (Somatomamotropina coriônica humana) : • Antagoniza ação da insulina • Diminuição sensibilidade à insulina – deposição glicose no sg (glicogênio) • Diminuição da utilização da glicose na mãe → Maior utilização pelo feto • Promove a liberação de ác graxos livres da mãe = fonte alternativa energia disponível • Ação semelhante ao HG – deposito de proteínas nos tecidos • Inicia processo de lactogênese - Insulina: • no inicio da gravidez a resposta a insulina é normal • Com o avanço do período gestacional torna-se necessária mais insulina para transportar a mesma quantidade de glicose = hiperinsulinemia. • Efeito causado pela influencia dos hormônios antagonistas da insulina – Progesterona, cortisol, prolactina e hormônio lactogênico placentário • Comum queixas de mal-estar matinal, náuseas e vômitos entre as gestantes no inicio da gravidez. - Geralmente nas 12 primeiras semanas. - Mais comum pela manhã ao acordar → 70% relatam náuseas → 50% vômitos Reilly, 2000 Aparecem em torno da 6ª semana e não ultrapassam a 20ª semana Importante tranquilizar as futuras mamães A alteração da alimentação nessa fase não vai prejudicar a nutrição do bebê. O estado nutricional pré-gravídico tem maior impacto na formação e desenvolvimento do feto - Razões Psicológicas: Ansiedade, angustia, insegurança - Razões hormonais: - Progesterona ➢ da motilidade gástrica; refluxo gastroesofágico Hiperêmese gravídica • Vômitos persistentes e prolongados (incoercíveis) - 0,3 a 2% das gestantes - Associada à elevação no hormônio tireoídeo livre materno 70% pacientes - Muitas vezes a hospitalização é necessária – desequilíbrios hidroeletrolíticos (perda potássio, sódio, cloreto e água) - Em casos raramente persistentes – Suporte nutrição parenteral - Pica Hiperêmese gravídica ❖Vomita várias vezes ao dia ❖ Vômitos persistentes sempre que come ou bebe algo ❖ Emagrecimento- 4 a 10% ❖ Cetose ❖ Cetonúria ❖ Atrapalha o dia a dia ❖ Gestante fica em jejum prolongado – perdas nutricionais e de peso ❖ Alterações laboratoriais - Maior parte dos casos melhora a partir da segunda metade da gestação - Alguns casos – persiste até final gestação Hiperêmese gravídica - Exames: ✓ Perfil eletrolítico ✓ Hemograma ✓ Parcial de urina ✓ Uréia ✓ Creatinina ✓ Enzimas hepáticas Hiperêmese gravídica - Descartar outras patologias: Quadro associado à outros sintomas ✓ Apendicite ✓ Pancreatite ✓ Obstrução intestinal ✓ Hepatite ✓ Colicistite ✓ Neoplasia trofoblástica gestacional ✓ Gastroenterite ✓ Ulcera gástrica Hiperêmese gravídica – Orientações Nutricional • Ingerir alimentos secos pela manhã (ricos em sacarídeos) – biscoito Cream crackers (antes de levantar) • Alimentação fracionada com baixo volume – 8 vezes ao dia • Não ingerir líquidos durante as refeições • Evitar alimentos gordurosos ou preparações gordurosas como frituras • Alimentos abrandados – tipo purês • Evitar locais onde são preparados os alimentos • Dar preferência a temperos suaves – Evitar os picantes Hiperêmese gravídica – Orientações Nutricional • Alimentos frios • Evitar cheiro alimentos quentes • Nos intervalos aumentar líquidos e frutas com caldo nos intervalos • Não deitar após as refeições • Evitar dietas monótonas • Evitar os alimentos que causem desconforto e intolerância • Quando a gestante estiver sem sintomas – comer alimentos de sua preferencia (que sentir vontade) • Uso de gengibre nas preparações • Suplementação de Vit B6 (25 mg/ 3 vz ao dia) – útil para minimizar sintomas FEBRASGO – Vit B 6 + Extrato de gengibre: Sem risco para gestante e feto - Gengibre: SNC – Inibe receptores de 5-HT = efeito ante emético - B6: Modula a formação neurotrasmissorer (Dopamina e NA) envolvidos com náuseas e vômitos • Na internação – alimentação suspensa nas primeiras 24 horas • Controle diário: Peso e diurese • Dieta liquida, evolução branda e normal – pobre lipídios e rica em CHO. • Evitar medicamentos a base de ferro. • Investigar necessidades de dieta parenteral: prolongamento do quadro e resposta insuficiente a terapêutica. Hiperêmese gravídica – Terapia farmacológica • Metoclopramida: 10 a 20 mg – IV 6/6 hs • Dimenidrinato: 50 mg IV DE 6/6 Hs • Prometazina: 25 mg IM 8/8 hs (Maternidade escola- UFRJ) Bibliografia • ESCOTT-STUMP, S. Nutrição relacionada ao diagnóstico e tratamento. Barueri, SP. Manole, 2011 • MAHAN, L.K., ESCOTT-STUMP, S. Alimentos nutrição e dietoterapia. São PAULO: Roca, 2005. • SILVA. S.M.C.S., MURA, J.D.P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São PAULO. Roca, 2007 • VITOLO, M.R. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de JANEIRO. Rubio, 2008.
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